terça-feira, 21 de maio de 2024

.: "Cilada": em entrevista, Debora Lamm comenta intimidade cênica com Mazzeo

Debora Lamm em "Cilada". Foto: Globoplay


Bruno Mazzeo quase admite que seu personagem em "Cilada", também chamado de Bruno, é seu alter ego. Mas não é só o jeito de encarar as dificuldades e roubadas do dia a dia que os dois têm em comum: a parceria com Debora Lamm é perceptível dentro e fora das telas. Na nova temporada da série de humor, que estreia hoje no Globoplay, a dupla de amigos interpreta um casal que está há anos junto, enfrentando os dilemas de um casamento em crise. Em 10 episódios, o público pode conferir diferentes situações do cotidiano e, com pelo menos uma, os atores garantem que todo mundo vai se identificar.  

A nova fase começa dez anos após o último episódio da série original, uma das comédias pioneiras no Multishow, que também foi adaptada e exibida no Fantástico e chegou a virar filme, "Cilada.com’"(2011). Nesta nova temporada, o humorístico surge repaginado, com a dupla de protagonistas passando por situações típicas dos tempos atuais.

Com uma cumplicidade que ultrapassa a vida profissional, Bruno Mazzeo e Debora Lamm, que respectivamente interpretam os personagens Bruno e Debora, comentam as novidades da nova fase de "Cilada". Atualizada e repaginada, a obra promete divertir diferentes gerações. Confira a entrevista com Debora Lamm!

 

De que forma você descreveria a Debora, sua personagem?   

A Debora é uma mulher comum que dá margem para muitas mulheres se identificarem com ela. É muito fácil se reconhecer em diversas situações ali.  

 

Como foi contracenar com o Bruno Mazzeo neste projeto?   

Eu e Bruno nunca deixamos de conviver, nem de trabalhar juntos. Essa nova temporada oficializa ainda mais nossa afinidade artística e nossa intimidade cênica. Está tudo ali para o público testemunhar!  

 

O foco principal da temporada é um casamento em crise, e esse tema é pano de fundo de muitas comédias românticas. Na sua opinião, o que Cilada consegue mostrar de diferente a respeito desse assunto?   

As pessoas conhecem esses personagens há anos, já viram o Bruno e a Debora em uma série de situações e agora vão acompanhar o amadurecimento deles como casal estabelecido num relacionamento irritantemente comum. Não há heróis, maniqueísmo, bem e mal e tantos outros chavões da comédia romântica. Bruno e Debora são o retrato fiel do ser humano médio que somos, e o desconforto que o dia a dia do casal gera é mostrado de forma hilária.  

 

Entre os diferentes temas abordados ao longo da temporada, qual é o que mais te marcou ou chamou atenção, e por quê?   

Bruno e Debora tentando se adequar ao tempo, arriscando o relacionamento aberto, sem o menor sucesso.  

 

Tem alguma curiosidade das gravações que você gostaria de destacar?   

Crises de riso inúmeras. Inúmeras mesmo.  

 

Criada por Bruno Mazzeo, a série Original Globoplay ‘Cilada’ é escrita por Bruno Mazzeo e Rosana Ferrão, com colaboração de Gustavo Gessullo e Bárbara Duvivier. A direção de arte é de Rafael Ronconi, com direção de Felipe Joffily. A produção é de Augusto Casé.    

 

.: "Cilada": em entrevista, Bruno Mazzeo comemora estreia da série de humor

Bruno Mazzeo na CCXP 2023. Foto: Fabiano Battaglin/gshow


Bruno Mazzeo quase admite que seu personagem em ‘Cilada’, também chamado de Bruno, é seu alter ego. Mas não é só o jeito de encarar as dificuldades e roubadas do dia a dia que os dois têm em comum: a parceria com Debora Lamm é perceptível dentro e fora das telas. Na nova temporada da série de humor, que estreia hoje no Globoplay, a dupla de amigos interpreta um casal que está há anos junto, enfrentando os dilemas de um casamento em crise. Em 10 episódios, o público pode conferir diferentes situações do cotidiano e, com pelo menos uma, os atores garantem que todo mundo vai se identificar.  

A nova fase começa dez anos após o último episódio da série original, uma das comédias pioneiras no Multishow, que também foi adaptada e exibida no Fantástico e chegou a virar filme, ‘Cilada.com’ (2011). Nesta nova temporada, o humorístico surge repaginado, com a dupla de protagonistas passando por situações típicas dos tempos atuais.

Com uma cumplicidade que ultrapassa a vida profissional, Bruno Mazzeo e Debora Lamm, que respectivamente interpretam os personagens Bruno e Debora, comentam as novidades da nova fase de ‘Cilada’. Atualizada e repaginada, a obra promete divertir diferentes gerações. Confira a entrevista com Bruno Mazzeo!

 

"Cilada" é uma comédia que retrata situações do cotidiano. Como criador da série, como é o seu processo criativo para pensar em diferentes ciladas? Você se inspira na sua própria realidade?    

Minha fonte de inspiração nesta série é o cotidiano. Buscamos muito mais a identificação com a situação vivida, do que a graça pela graça. Não só me inspiro nas coisas que acontecem comigo, com minha parceira Rosana Ferrão, mas também nas coisas que ouço de amigos, ou nas coisas que imaginamos que possam de fato acontecer. O que eu mais gostava no contato com o público não era quando me diziam “foi muito engraçado”, mas sim “aconteceu igualzinho comigo”.    

  

De que forma você descreveria o Bruno, seu personagem, nesta nova fase de "Cilada"?    

Ao contrário do que muitos pensam, Bruno não é meu alter ego. Quer dizer. Pensando bem… enfim.  

  

Como foi contracenar com a Debora Lamm neste projeto?    

Não tem ninguém com quem eu tenha trabalhado mais do que Debora Lamm. É um prazer estar ao seu lado, um astral que contagia, uma das risadas mais gostosas que conheço. Fora isso, é uma das melhores atrizes da sua geração (e das outras também), uma parceira com quem me entendo no olhar.  

  

Pra você, "Cilada" pode ser considerada uma obra transgeracional?    

Eu realmente estou muito curioso para saber isso. Continua sendo uma série capaz de abranger um público amplo. Uma daquelas que casais podem ver juntos, pais podem ver com filhos. Afinal, as ciladas são parte da vida de todos nós.  

  

Nos últimos anos, muitas obras clássicas foram regravadas, repensadas e resgatadas de alguma forma. Você acha que "Cilada" se insere nesse mercado da nostalgia e memória afetiva? Como você avalia esse movimento no audiovisual?    

Pode ser. Quando topei a pilha do produtor Augusto Casé foi pensando em celebrar essa história tão importante pra minha vida. Juro que não fui motivado por isso estar acontecendo com outras obras. Isso está acontecendo não só no audiovisual como, por exemplo, na música, com shows comemorativos de álbuns específicos, reencontros… será que é coisa da idade?  

  

Cada episódio da série traz uma cilada diferente. Quais são os principais assuntos abordados nesta temporada? O que o público pode esperar?     

Acho que o público pode esperar uma identificação imediata com situações pelas quais todos passamos. Sempre olhando pela lente do humor. A desgraça de ontem é a graça de amanhã. A série sempre teve essa característica de ser “temática”. Assim, podemos passar por assuntos variados. Seja uma ida ao cartório, um fim de semana no resort, uma reunião de condomínio, um almoço de família, uma balada sertaneja; seja as redes sociais, aplicativos e novas tecnologias. O único tema repetido vai ser o do “Churrasco”, que é o mais pedido toda vez que falo do Cilada nas redes. Talvez seja o greatest hit.  

  

Ao longo da trama você interpreta vários outros personagens que ajudam a ilustrar a história e trazem um humor muito característico. Qual é o objetivo dessa dinâmica e como foi o processo de construção desses diferentes personagens?  

Sempre fez parte da linguagem do Cilada esses depoimentos, talking heads de personagens variados comentando as situações vividas por Bruno. Dessa vez focamos nos dois personagens que mais marcaram: o pitboy Alexandre Focker e o antropólogo Albênzio Peixoto. Fora isso, existem o que chamamos de “simulações”, as cenas que ilustram o assunto. Para essa parte, agora temos o Pedroca Monteiro, que participa comigo e Debora. Aí podemos emular situações históricas, como JK e Niemeyer construindo Brasília, o naufrágio do Titanic, Dona Flor e seus dois Maridos e até Super Homem num churrasco.  

 

Criada por Bruno Mazzeo, a série Original Globoplay ‘Cilada’ é escrita por Bruno Mazzeo e Rosana Ferrão, com colaboração de Gustavo Gessullo e Bárbara Duvivier. A direção de arte é de Rafael Ronconi, com direção de Felipe Joffily. A produção é de Augusto Casé.    

 


segunda-feira, 20 de maio de 2024

.: Retrospectiva inédita, "Léa Garcia - 90 Anos" chega ao CCBB São Paulo


Com o objetivo de celebrar a obra de uma das figuras mais icônicas do cinema nacional e a sua importância histórica mundial, o Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo apresenta a mostra inédita "Léa Garcia - 90 anos", que acontece de 25 de maio a 23 de junho. A retrospectiva apresenta 15 longas protagonizados por Léa Garcia, dentre os quais "Orfeu Negro", de Marcel Camus, pelo qual a atriz foi indicada ao prêmio de melhor interpretação feminina no Festival de Cannes, e que abre a mostra no dia 25 de maio, sábado, às 17h00. Baseado na peça de Vinícius de Moraes, o filme vencedor da Palma de Ouro em Cannes e ganhador do Oscar de melhor filme estrangeiro pela França, conta a trágica história romântica entre a jovem Eurídice e o motorista e músico Orfeu.

Com a curadoria de Leonardo Amaral e Ewerton Belico, a programação traz ainda os longas "Ganga Zumba", de Cacá Diegues, "Compasso de Espera", de Antunes Filho, "O Forte", de Olney São Paulo, "Feminino Plural", de Vera de Figueiredo, "M8 - Quando a Morte Socorre a Vida", de Jeferson De, Ladrões de Cinema, de Fernando Coni Campos, A Deusa Negra, de Ola Balogun, A noiva da cidade, de Alex Viany, "Cruz e Souza - Poeta do Desterro", de Sylvio Back, "Mulheres do Brasil", de Malu di Martino, "Um Dia com Jerusa", de Viviane Ferreira e "O Pai da Rita", "A Negação do Brasil" e "As Filhas do Vento", de Joel Zito Araújo.

Além das projeções, a Mostra também traz três sessões comentadas por pesquisadores, realizadores e realizadoras que trabalharam com Léa Garcia, e que irão explorar a importância de sua trajetória e seu pioneirismo como protagonista negra no cinema brasileiro. A primeira será no dia ° de junho, sábado, às 14h00, com o realizador Joel Zito Araújo logo após a exibição do filme "As Filhas do Vento" e a segunda no dia 8 de junho, sábado, às 14h00, com a pesquisadora Mariana Queen Nwabasili após a exibição do filme "Compasso de Espera". Já no dia 21 de junho, sexta-feira, às 16h00, acontece o bate papo com o professor e cineasta Juliano Gomes após a exibição do filme "Ladrões de Cinema". Um catálogo on-line será disponibilizado ao público com crítica inédita, artigos raros dedicados à trajetória de Léa Garcia, seu ativismo, sua personalidade criativa e os filmes em que atuou.

Ao realizar esta mostra, o Centro Cultural Banco do Brasil oferece ao público a oportunidade de se aprofundar na carreira de uma artista brasileira conhecida por sua versatilidade e talento, além de valorizar a produção cinematográfica nacional, reafirmando seu compromisso de ampliar a conexão dos brasileiros com a cultura.

Serviço
Mostra de cinema "Léa Garcia - 90 Anos"
Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo
De 25 de maio a 23 de junho
Ingressos gratuitos, disponíveis em bb.com.br/cultura e na bilheteria física do CCBB SP
Classificação indicativa: de livre a 16 anos (consultar programação)
Endereço: Rua Álvares Penteado, 112 - Centro Histórico / São Paulo
Entrada acessível: pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida e outras pessoas que necessitem da rampa de acesso podem utilizar a porta lateral localizada à esquerda da entrada principal.
Funcionamento: aberto todos os dias, das 9h00 às 20h00, exceto às terças-feiras
Informações: (11) 4297-0600
Estacionamento: o CCBB possui estacionamento conveniado na Rua da Consolação, 228 (R$ 14 pelo período de 6 horas – necessário validar o ticket na bilheteria do CCBB). O traslado é gratuito para o trajeto de ida e volta ao estacionamento e funciona das 12h às 21h.
Transporte público: o CCBB fica a 5 minutos da estação São Bento do Metrô. Pesquise linhas de ônibus com embarque e desembarque nas Ruas Líbero Badaró e Boa Vista.
Táxi ou aplicativo: desembarque na Praça do Patriarca e siga a pé pela Rua da Quitanda até o CCBB (200 m).
Van: ida e volta gratuita, saindo da Rua da Consolação, 228. No trajeto de volta, há também uma parada no metrô República. Das 12h00 às 21h00.

.: Misturando “Rei Lear” e Arthur Bispo do Rosário, "Leão Rosário" estreia em SP


O espetáculo é uma adaptação de Shakespeare trazida para a ancestralidade africana com concepção, atuação e dramaturgia de Adyr Assumpção, que comemora 50 anos de carreira, e direção de Eduardo Moreira. A estreia paulistana acontece no dia 24 de maio no CCBB-SP. Foto: Pablo Bernardo


Depois de temporada de sucesso em Belo Horizonte em março, o solo "Leão Rosário", desembarca no Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo (CCBB SP) para uma nova temporada entre os dias 24 de maio e 23 de junho. As apresentações acontecem às quintas, sextas e segundas-feiras, às 19h00, e aos sábados e domingos, às 17h00. O espetáculo é solo para ator, vozes e objetos inspirado em “Rei Lear”, obra prima da maturidade de Shakespeare na tradução de Millôr Fernandes e em Arthur Bispo do Rosário, artista visual sergipano que construiu suas obras trilhando os caminhos da arte e da loucura, sendo reconhecido nacional e internacionalmente.

A trama trazida para a ancestralidade africana e ambientada na costa Atlântica de uma África atemporal conta a história de um velho rei que, ao abdicar e dividir seu vasto reino entre as filhas, toma uma decisão insensata com trágicas consequências. “Rei Lear” reflete, entre outros aspectos, sobre o envelhecimento. Ao ser associada à personalidade de Bispo do Rosário, a peça propõe uma reflexão sobre as questões dos mais velhos na nossa sociedade, a nossa memória africana, as heranças simbólicas, a criatividade e principalmente os limites da sanidade. 

Ao realizar este espetáculo, o Centro Cultural Banco do Brasil valoriza a produção teatral nacional, além de apoiar um projeto que estimula a reflexão e traz diversidade e ancestralidade aos palcos, reafirmando seu compromisso de ampliar a conexão dos brasileiros com a cultura. O trabalho comemora os 50 anos de carreira do ator, diretor, escritor, roteirista e produtor Adyr Assumpção, que, antes mesmo de traçar sua brilhante trajetória no teatro, na televisão e no cinema, estreou nos palcos no papel de Puck, personagem de “Sonho de um Noite de Verão”, de William Shakespeare (1564-1616). Adyr também é autor do livro “Caminhos da África”, que foi adotado pela rede pública e particular de escolas do Estado de São Paulo.

Desta vez, Assumpção retoma às próprias origens ao encenar Leão Rosário: “Ao longo de toda a minha carreira flertei muito com a obra de Shakespeare. Então, é muito representativo para mim celebrar 50 anos de atuação com uma obra que teve como inspiração um de seus textos mais emblemáticos. Apesar de não ser uma versão de sua obra, o espírito shakespeariano está presente, ao lado de diversas outras referências importantes para a minha trajetória como artista”, revela. 

E, para dirigi-lo em cena, ele convidou Eduardo Moreira, fundador do Grupo Galpão. “O encontro com Adyr a partir de sua adaptação de Shakespeare trazida para a ancestralidade africana foi um presente e um chamado, uma espécie de dádiva que o teatro nos dá e que nos permite mergulhar num universo tão vasto e profundo”, comenta o diretor. Completam a ficha técnica o artista plástico ouro-pretano Jorge dos Anjos, que criou o tapete cênico, e a bordadeira Stella Guimarães, do Vale do Jequitinhonha, que assina o figurino - ela já realizou trabalhos para estilistas como Ronaldo Fraga e Alexander McQueen.


Um pouco mais sobre o espetáculo
O velho rei Leão Rosário, desejoso de se retirar de suas obrigações, decide repartir seu vasto império entre suas três filhas e deixar a maior parte do território para aquela que mais o ama. As mais velhas, Makeda e Akosua, com adulações e falsas afirmações, dizem que o amam acima de tudo. Agotimé, a mais nova e verdadeira, surpreende afirmando que seu amor por ele é do tamanho de seu dever.

O Rei se enfurece com a resposta, deserda e expulsa Agotimé, que parte e se casa com o Rei das Florestas. Leão Rosário divide o reino entre as duas outras filhas, com a condição de morar, em ciclos mensais, com cada uma das duas. No caminho de Leão Rosário surgem Sundiata, que passa a servi-lo, e Sotigui, o griot que procura acordar a consciência do rei. Ao contrário do que pensava o Rosário, Makeda trama para obter o poder total e, junto com Akosua, acaba por abandoná-lo à própria sorte.

Leão Rosário, sofrendo por suas escolhas, sem a força e a razão que outrora o fizeram um grande rei, perambula atormentado por suas terras transformadas em um céu abismal, enquanto invoca os elementos da natureza e conversa com vozes e objetos. Essa transposição da obra de Shakespeare para a África e as diásporas negras, para Assumpção, segue um importante movimento de decolonização na cena teatral. 

“Seguimos o caminho de dramaturgos como Wole Soyinka, Aimé Césaire e Abdias Nascimento, que se inspiraram na obra do bardo inglês para contar histórias de suas regiões, religiões e costumes, sempre resistindo e avançando com a cena teatral nos movimentos de descolonização. No sentido contrário e, ao mesmo tempo, uma sobreposição feliz, também nos inspira o teatro de Peter Brook, que em sua universalidade dialoga com as formas africanas de contar histórias”.

“Para muitos, William Shakespeare inventou, nas artes, o homem moderno. E a característica principal desta invenção é a capacidade de nos transformarmos. Até a um herói trágico é dada a possibilidade de contrariar o destino. Tal maleabilidade se estende para o conjunto de sua obra. Nessa encruzilhada, nesse ponto de Exu, o reencontro com Bispo do Rosário, o artista, o homem preto, aprisionado, obstinado no cumprimento de sua missão de reconstruir o mundo, a conta brilhante, brilhante de ouro e prata, do rosário dos homens pretos do Brasil. As vozes de dentro e as de fora trespassando nosso coração”, acrescenta Assumpção sobre o encontro entre Shakespeare e Bispo do Rosário.

Ficha técnica
Espetáculo "Leão Rosário"
Patrocínio: Banco do Brasil
Realização: Centro Cultural Banco do Brasil e Ministério da Cultura
Concepção, dramaturgia e atuação: Adyr Assumpção
Direção: Eduardo Moreira
Assistente de direção: Letícia Castilho
Inspirado na obra Rei Lear de William Shakespeare na tradução de Millôr Fernandes
Direção musical e Preparação Vocal: Ernani Maletta
Preparação Corporal: Camilo Gan
Cenário: Jorge dos Anjos
Objetos e Adereços em bambu: Lúcio Ventania
Adereços: Adriana D’Assumpção
Iluminação: Eliezer Sampaio
Arquitetura: João Diniz
Manto e farda bordados: Stella Guimarães
Manto e farda modelagem: Silvia Reis
Túnicas: Rosângela Cristina de Oliveira
Trilha sonora original: Heberte Almeida
Vozes gravadas: Michelle de Sá (Makeda),Elisa de Sena(Akosua),Iasmim Alice(Agotimé), Reibatuque (Rei das Matas), Eduardo Moreira ( Sundiata) e Ernani Maletta (Sotigui).
Músicos: Heberte Almeida, Pablú e Leo Alves
Estúdio de gravação e mixagem: Leonardo Marques - Ilha do Corvo
Mixagem de voz : Flora Guerra
Programação Qlab - Vinicius Alves
Fotografia: Pablo Bernardes
Vídeos: Alex Queiróz
Design gráfico: Flávio Vignoli
Produção executiva: Tâmara Braga e Maíz d’Assumpção
Idealização e produção: T’AI Criação e Produção
Assessoria de imprensa: Pombo Correio


Serviço
Espetáculo "Leão Rosário"
Temporada: de 24 de maio a 23 de junho
Local: Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo 
Endereço: Rua Álvares Penteado, 112 – Centro Histórico, São Paulo – SP 
Horário: Quintas, sextas e segundas-feiras, às 19h00 | Sábados e domingos, às 17h00.
Ingressos: R$30 (inteira) e R$15 (meia) em bb.com.br/cultura e bilheteria do CCBB (Disponíveis a partir de 17 de maio) * Desconto de 50% no valor do ingresso para clientes BB.
Duração: 60 minutos
Classificação indicativa: 12 anos
Capacidade: 120 lugares
Acessibilidade: teatro acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida
Entrada acessível CCBB SP: Pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida e outras pessoas que necessitem da rampa de acesso podem utilizar a porta lateral localizada à esquerda da entrada principal. Funcionamento CCBB SP: Aberto todos os dias, das 9h às 20h, exceto às terças 
Informações: (11) 4297-0600
Estacionamento: O CCBB possui estacionamento conveniado na Rua da Consolação, 228 (R$ 14 pelo período de 6 horas - necessário validar o ticket na bilheteria do CCBB). O traslado é gratuito para o trajeto de ida e volta ao estacionamento e funciona das 12h às 21h.
Transporte público: O Centro Cultural Banco do Brasil fica a 5 minutos da estação São Bento do
Metrô. Pesquise linhas de ônibus com embarque e desembarque nas Ruas Líbero Badaró e Boa Vista.
Táxi ou Aplicativo: Desembarque na Praça do Patriarca e siga a pé pela Rua da Quitanda até o CCBB (200 m).
Van: Ida e volta gratuita, saindo da Rua da Consolação, 228. No trajeto de volta, há também uma parada no metrô República. Das 12h às 21h.

.: Inspirado no universo de Borges, solo "Quase Infinito" estreia no Sesc Pompeia


Com direção de Elcio Nogueira Seixas e dramaturgia e atuação de João Paulo Lorenzon, a peça representa grandes enfrentamentos da condição humana em cinco atos. Foto: Maurizio Mancioli

O ator e dramaturgo João Paulo Lorenzon e o diretor Elcio Nogueira Seixas se reencontram para montar mais uma peça inspirada no universo do renomado escritor argentino Jorge Luis Borges (1899-1986). Trata-se do solo "Quase Infinito", que estreia nesta terça-feira, dia 21 de maio, no espaço cênico do Sesc Pompeia e fica em cartaz até 7 de junho, com apresentações de terça a sexta-feira, às 20h30. 

A primeira parceria entre os dois criadores aconteceu em 2008, quando eles montaram “Memória do Mundo”, peça fundação de uma amizade lírica animada pelo sopro poético de Borges. A cegueira do gênio argentino guiou a dupla por labirintos da experiência teatral que iluminaram a trajetória de ambos os artistas. 

O espetáculo surgido deste encontro carregava uma torrente de afetos e desafios sensoriais que viriam a tornar-se o veio criativo de Lorenzon, donde brotariam todos os seus inquietantes trabalhos. Ao longo dos últimos 15 anos de amizade, além da admiração mútua, Lorenzon e Seixas não viam a hora de voltar a visitar a obra de Borges. E a oportunidade surgiu durante a pandemia de Covid-19, quando Lorenzon começou a escrever a dramaturgia de Quase Infinito e convidou o amigo para dirigi-lo em cena novamente. 

Escrita em cinco atos, Quase Infinito nasceu das inquietações vividas pela humanidade – e pelos próprios alunos de teatro de Lorenzon – em meio ao isolamento social e à impiedosa quantidade de vidas perdidas nesse período. A peça representa alguns dos grandes enfrentamentos da condição humana inspirados pelo universo de Borges. São eles: os confrontos com a tentação do ódio; com o nada e o esquecimento, como ameaças de esvaziamento de si próprio e do mundo; com a incomunicabilidade; e com as chances de renascimento disponíveis para agarrarmos a cada novo dia. 

Em cada ato humano – e do próprio solo – há um corpo em luta, lançado à busca de realizar a própria existência, e ao mesmo tempo, à beira de se entregar ao gozo da própria miséria. E, sob essa perspectiva, um corpo pode ser condição de partida, mas não garante que existimos. A dramaturgia é construída a partir de uma série de situações que revelam esses enfrentamentos. Em um dos atos, um matador corre sobre um trem em movimento, buscando alguém por entre os vagões para derramar seu ódio, como um ser torturado pela máquina de seus desejos, manias e vícios.

Em outro, um palhaço enroscado numa corrente é sugado para dentro do buraco negro do nada, como um Prometeu acorrentado à rocha de seu crânio, e luta contra o esvaecimento do mundo. Um prisioneiro acuado em uma jaula tenta fugir dos inúmeros olhos implacáveis que clamam por seu fuzilamento, como um cão arrastado pela coleira de seus medos, como um rato no experimento à espera de um castigo, ou como uma abelha paralisada no âmbar de seu próprio mel.

Um amante está preso na repetição vazia de seu erotismo enquanto é invadido pelo esquecimento, como um escafandrista mergulhado no abismo de suas memorias, um astronauta congelado vagando solto pelo universo. E, por fim, um homem renasce no próprio jardim, a partir de novas angulações, como todos nós, todos os dias. 

Ficha técnica
Solo "Quase Infinito"
Inspirado no universo de Jorge Luis Borges
Direção: Elcio Nogueira Seixas
Dramaturgia e atuação: João Paulo Lorenzon
Cenografia: Márcia Moon
Desenho de luz: Lúcia Chedieck
Composição musical original: Marcelo Pellegrini
Direção de vídeo e videomapping: André Grynwask e Pri Argoud - Um Cafofo
Direção de movimento: Debora Veneziani
Preparação circense: Kiko Caldas
Preparação corporal: Mayara Sanches
Preparação física: Leandro Marques
Assistência de cenografia e direção de palco: Espirro - Marcio Zunhiga
Operação de som e vídeo: Marcelo Pellegrini/ Dugg Mont
Suporte técnico: Jorge Leal
Direção de produção: Raul Mahfuz
Produção executiva: Martha Lozano
Fotografia e identidade visual: Maurizio Mancioli
Consultoria identidade visual: Lilian Vidigal
Gerenciamento Redes Sociais: Lukas Cordeiro
Assessoria de Imprensa: Pombo Correio Assessoria de Comunicação


Serviço
Solo "Quase Infinito", de João Paulo Lorenzon
Temporada: 21 de maio a 7 de junho, de terça a sexta-feira, às 20h30. Somente dia 30/05 (feriado de Corpus Christi), o horário será às 17h30.
Sesc Pompeia - Espaço Cênico – Rua Clélia, 93, Água Branca
Ingressos: R$ 40,00 (inteira), R$ 20,00 (estudante), R$ 12,00 (credencial)
Venda on-line em sescsp.org.br 
Classificação: 14 anos
Duração: 75 minutos
Capacidade: 40 lugares
Acessibilidade: teatro acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida

.: "Daqui Ninguém Me Tira": especulação imobiliária e marchinhas de carnaval


"Daqui Ninguém Me Tira" é uma comédia musical que traz uma mensagem poderosa a partir da história de Velvet (Alexia Twister), uma drag queen que se vê prestes a ser despejada de seu antigo barracão para dar lugar a novos empreendimentos. Escrita por Noemi Marinho, a peça aborda de forma humorada e reflexiva o conflito entre o progresso representado por Herculano (Giovani Tozi revezando com Anderson Müller), um funcionário de uma grande incorporadora, e a preservação da memória e identidade de Velvet.

Na trama, Herculano se vê dividido entre apoiar Velvet e cumprir suas obrigações profissionais, criando um embate interessante que não se resume a mocinhos e bandidos. A comédia musical explora os dois lados da história, questionando como conciliar o avanço urbanístico com a manutenção das raízes e do patrimônio cultural. A encenação de Neyde Veneziano se inspira nos numerosos canteiros de obras da cidade de São Paulo, estabelecendo uma analogia entre a rica memória do Teatro de Revista, simbolizada pelas exuberantes vedetes, e o gradual desaparecimento da arquitetura urbana, junto com suas histórias entrelaçadas.

Veneziano é reconhecida como uma das principais autoridades no estudo do Teatro de Revista, tendo escrito cinco livros sobre o assunto. Durante uma entrevista com Jô Soares, o apresentador fez questão de destacar que a diretora "introduziu o Teatro de Revista no ambiente acadêmico". Em 2024, após anos de estudo dedicados à figura da vedete, Veneziano faz uma afirmação provocativa em "Daqui Ninguém Me Tira": "A herdeira da vedete é a drag”.

A dramaturgia de "Daqui Ninguém Me Tira" é assinada por Noemi Marinho, conhecida por seu trabalho em sucessos de bilheteria como "Almanaque Brasil", "Fulaninha e Dona Coisa" e "Brasil S/A", tendo recebido reconhecimento através de prêmios como Shell, APETESP, APCA e Mambembe. Noemi desenvolve uma narrativa com diálogos ágeis, fundamentada no embate ideológico dos protagonistas.

O grande desafio da trama foi explorar a humanidade e os princípios que motivam cada personagem, sem recorrer à dicotomia entre bem e mal. Desde o início do espetáculo, o público é levado a uma jornada eletrizante, com canções e imagens, imergindo nas motivações dos personagens, algo cada vez mais raro em tempos de polarização. Empatia é uma palavra que parece simples, mas esbanja complexidade.

Sobre a dramaturgia de Noemi Marinho, no livro "O Teatro de Noemi Marinho", Márcia Abujamra destaca: "a percepção aguda que Noemi Marinho tem de seus personagens se reflete em um diálogo ágil que surpreende o leitor-espectador pelas conclusões que sugere e, se não quisermos ser deixados para trás, nos obriga a acompanhar e participar ativamente de cada momento. Assim são as peças e os personagens de Noemi Marinho: em constante movimento." (Imprensa Oficial, 2007).

Idealizado pelo ator e produtor Giovani Tozi, "Daqui Ninguém Me Tira representa" a união de duas figuras femininas de extrema relevância na história do teatro brasileiro: Noemi Marinho e Neyde Veneziano. Esta colaboração resulta em um diálogo rico e significativo sobre a sensibilidade à diversidade. Marinho e Veneziano abrem-se para a escuta ativa e a troca de ideias, mergulhando em reflexões extremamente atuais sobre como promover a inclusão e a consciência social em um contexto marcado pela crescente individualidade e solidão nas grandes metrópoles.

O espetáculo não apenas entretém, mas também busca provocar o espectador a refletir sobre questões essenciais da sociedade contemporânea, como a importância de valorizar e respeitar a diversidade em todas as suas formas. Tozi desenvolve sua pesquisa de doutorado sobre Jô Soares na Unicamp, através de uma pesquisa sobre o humor. Nela, o ator se aprofunda em teorias contemporâneas sobre a comicidade e de que forma os atores podem desenvolver e aperfeiçoar as formas de provocar o riso no público. Questionado sobre o porque dessa vontade em fazer o público rir, Tozi cita Jô Soares: “só o humor pode salvar o Brasil".

"Daqui Ninguém Me Tira" mergulha nas tensões geracionais e ideológicas, buscando inspiração no caos urbano para criar uma fusão entre marchinhas de carnaval e hits da música pop, refletindo os fragmentos de um passado já distante. A presença da banda ao vivo estabelece o ritmo de um bloco de carnaval fora de época, mas também anuncia o desfecho inevitável. Trágico e cômico "Daqui Ninguém Me Tira" é um ensaio sobre nossa capacidade (ou falta dela) de conviver com o outro, e a inabilidade de lidar com os conflitos que permeiam as relações humanas.


Sobre o texto de Noemi Marinho
Sobre as atualizações em relação à primeira versão do texto, Noemi diz: “Velvet agora, ainda que filha espiritual do glorioso Teatro de Revista, é sangue novo pulsando futuro. Tem brilho próprio, além do cosmético, naturalmente. E a empresa que Herculano representa está ainda mais voraz e audaciosa”.

De acordo com a autora, “o texto original dramatizava um pouco a audácia e a ganância das incorporadoras. A realidade, mais uma vez, superou a ficção: todos temos uma rua ou um bairro do coração que já está destruído ou ameaçado. A ficção agora só pontua”.

Ficha técnica
Espetáculo "Daqui Ninguém Me Tira". Texto: Noemi Marinho. Argumento: Giovani Tozi. Direção: Neyde Veneziano. Elenco: Alexia Twister e Giovani Tozi. Trilha Sonora: Rafael Passos. Piano: Rafael Passos; Sopro: Rafaela Penteado. Cenário e Figurino: Fábio Namatame. Iluminação: Domingos Quintiliano. Direção de Vídeo: Matheus Luz. Assistente de direção: Pedro Machitte. Administração Financeira: Carlos Gustavo Poggio. Produção Executiva: Felipe Calixto e Nayara Rocha. Assistência de Produção: Bruno Tozi. Assessoria de Imprensa – Arteplural – Fernanda Teixeira e Macida Joachim. Assessoria Jurídica: Martha Macruz de Sá. Direção de Arte Gráfica, Produção e Idealização: Giovani Tozi. Realização: Tozi Produções Artísticas, CG Educação e Arte.


Temporada Teatro Sabesp Frei Caneca
Até 28 de junho.Duração: 75 minutos.
Ingressos: R$ 80,00 e R$ 40,00 (meia-entrada) e R$ 60,00 e R$ 30,00 (meia-entrada)
Classificação: 12 anos. Menores de 14 anos, somente poderão entrar acompanhados dos pais ou responsáveis e crianças até 24 meses de idade que ficarem no colo dos pais, não pagam.


Turnê:
8 de junho - Teatro Municipal São Bernardo do Campo
22 e 23 de junho - Daqui Ninguém Me Tira - Teatro Municipal São José do Rio Preto
24 de agosto - Teatro Municipal Sorocaba

.: Grupo Prole apresenta o infantil "Era Uma Vez Um Tirano" em teatros de SP


Inspirada no livro homônimo de Ana Maria Machado, a adaptação tem direção de Bete Dorgam e traz no elenco Angela Ribeiro / Katia Naiane, Bruna Aragão, Fernanda Assef, Sidney Santiago / Diego Garcias e Alexandre Mello (música ao vivo). Foto: Marcello Vitorino


Encenado pela primeira vez em 2018, o espetáculo infantil "Era Uma Vez um Tirano", do Grupo Prole de Teatro, adaptou para o palco o livro homônimo de Ana Maria Machado e foi indicado naquele ano ao Prêmio São Paulo, na categoria de melhor adaptação. O livro foi escrito em 1982 durante a reabertura política nos últimos anos da ditadura militar no Brasil. E, agora, 60 anos depois do golpe de 64, o projeto do Grupo Prole contemplado pela 18ª Edição do Prêmio Zé Renato de Teatro da Secretaria da Cultura volta aos palcos e realiza 24 apresentações gratuitas na cidade de São Paulo entre maio e agosto.

A circulação começou no teatro CEU São Miguel (dia 16 de maio), e passa pelos teatros Cacilda Becker (de 25 de maio a 2 de junho), Paulo Eiró (de 15 a 23 de junho), Alfredo Mesquita (de 29 de junho a 7 de julho) e Flávio Império (nos dias 12 e 19 de julho).  Além das apresentações seguidas de debate, cada espaço receberá uma oficina gratuita de jogos teatrais para adultos e crianças. E a versão online da peça será disponibilizada gratuitamente no youtube do Grupo Prole ao longo de três meses.

O livro de Ana Maria Machado foi publicado em 1982 pela editora Salamandra e fez tanto sucesso que ganhou até uma leitura dramática em 2002, na Alemanha, pela Berliner Ensemble, companhia do dramaturgo Bertolt Brecht. A montagem brasileira é considerada o primeiro trabalho do Grupo Prole para o público infantil.  A direção é de Bete Dorgam, e a montagem traz no elenco Angela Ribeiro / Katia Naiane, Bruna Aragão, Fernanda Assef, Sidney Santiago / Diego Garcias e música ao vivo realizada por Alexandre Mello.

A peça conta a história de três crianças que criativamente conseguem acabar com a tirania que muda a vida dos habitantes e atrapalha a liberdade das pessoas, uma reflexão lúdica sobre política e cidadania. Utilizando da imaginação da plateia e da brincadeira proposta pelos atores, os personagens vão sendo criados em cena com a trilha sonora ao vivo do compositor Alexandre Mello e a iluminação de Felipe Tchaça, que dão o tom dessa grande brincadeira entre artista e plateia.  

“As proibições do Tirano, lembradas no livro, estavam na memória recente de todos. E não vigoravam apenas no Brasil, mas em vários outros países vizinhos. Minha proposta para vencer a situação era simbólica, naturalmente. Mas tinha a ver com o caminho em que eu acreditava: uma festa feita com a união de toda a nação, nas suas diferentes etnias e gerações, com os recursos da memória e da criatividade artística, e com a pureza e coragem das crianças”, relata a autora Ana Maria Machado em texto publicado na segunda edição do livro.  

Ao encenar este texto, o Grupo Prole propõe refletir junto ao público sobre assuntos que tanto preocupam e permeiam discussões contemporâneas - democracia, acesso à arte, direitos do cidadão, liberdade de expressão, a importância do diálogo entre pessoas que têm ideias diferentes, entre outras.  Para contar esta história de assuntos tão adultos e que se refere a um período político da nossa história tão complexo, a encenação joga com a imaginação das crianças e da brincadeira de atores que vão criando personagens e cenários.  

Neste jogo o elenco se coloca ludicamente diante não apenas dos efeitos da tirania, mas também diante do desejo de ser o tirano. “Isso nos leva a pensar também sobre as pequenas tiranias e radicalismos que cometemos. E como somos individualmente responsáveis por, em nossas ações sociais, cuidar do espaço público e dos direitos democráticos. Não através do ódio, mas do diálogo e do respeito ao direito de pensar e ser diferente”, explica a produtora Fernanda Assef. "Compre o livro "Era Uma Vez um Tirano", de Ana Maria Machado, neste link.


Ficha técnica
Espetáculo "Era Uma Vez Um Tirano", de Ana Maria Machado
Direção: Bete Dorgam
Adaptação do texto: Grupo Prole
Elenco: Angela Ribeiro, Bruna Aragão, Fernanda Assef e Sidney Santiago
Stand in: Katia Naiane e Diego Garcias
Música ao vivo e direção musical: Alexandre Mello 
Cenário e figurino: Grupo Prole
Iluminação: Felipe Tchaça
Técnico de som e músico stand in: Danilo Pinheiro
Assistência de direção: Katia Naiane


Serviço
Espetáculo "Era Uma Vez Um Tirano"

Apresentações
Espetáculo "Era Uma Vez Um Tirano", do Grupo Prole
Ingressos: grátis, distribuídos uma hora antes de cada sessão
Classificação: livre
Duração: 45 minutos
*cada apresentação será seguida de debate com a equipe artística

Teatro Cacilda Becker
De 25 de maio a 2 de junho, aos sábados e domingos, às 16h00
Rua Tito, 295, Lapa / São Paulo

Teatro Paulo Eiró
De 15 a 23 de junho, aos sábados e domingos, às 16h00
Av. Adolfo Pinheiro, 765, Santo Amaro / São Paulo

Teatro Alfredo Mesquita
De 29 de junho a 7 de julho, aos sábados e domingos, às 16h00
Av. Santos Dumont, 1770, Santana / São Paulo

Teatro Flávio Império
De 12 e 19 de julho, às sextas-feiras, às 15h00
R. Prof. Alves Pedroso, 600, Cangaíba / São Paulo

On-line
"Era Uma Vez Um Tirano", do Grupo Prole
https://youtu.be/jk6nRy8-8Bg
De 15 de maio a 15 de agosto
Duração: 40 minutos


Oficinas
"Explorando a Arte dos Jogos Teatrais: oficinas de Empatia e Trabalho em Grupo para Crianças e Adultos".
Ingressos: grátis. inscrições pelo email grupo.prole@gmail.com. Enviar nome e idades dos participantes e colocar no título do email “OFICINA JOGOS TEATRAIS - local e data”
Classificação: livre
Duração:  60 minutos

Teatro Cacilda Becker
Dia 1º de junho, sábado, às 17h30
R. Tito, 295, Lapa / São Paulo

Teatro Paulo Eiró
Dia 22 de junho, sábado,  às 17h30
Av. Adolfo Pinheiro, 765, Santo Amaro / São Paulo

Teatro Alfredo Mesquita
Dia 6 de julho, sábado, às 17h30
Av. Santos Dumont, 1770, Santana / São Paulo

Teatro Flávio Império
Dia 19 de julho, sexta-feira, às 16h30
R. Prof. Alves Pedroso, 600, Cangaíba / São Paulo

.: "Seul, São Paulo", de Gabriel Mamani Magne: romance afiado sobre a América


Um romance afiado e bem-humorado sobre a América Latina, imigração e as descobertas da juventude. Este é "Seul, São Paulo", de Gabriel Mamani Magne, lançamento da editora Todavia, com tradução de Bruno Cobalchini Mattos e capa de Alles Blau. O livro começa no final da Copa América de 1997, Brasil contra Bolívia. É nesse dia, em São Paulo, durante a partida, que nasce Tayson Pacsi, filho de bolivianos que emigraram para a capital paulista para trabalhar em uma das tantas oficinas de costura e tentar melhorar de vida. A infância de Tayson, segundo seu primo, o afiado narrador deste romance, foi “uma batalha constante entre a língua dos seus pais e a língua do seu passaporte. Muito portunhol. Também um pouco de aimará”.

Dezessete anos mais tarde, a família de Tayson volta mais rica para El Alto, na Bolívia, e os dois primos frequentam o serviço pré-militar, obrigatório para todos os adolescentes. E é entre um ônibus lotado e outro, e enquanto vendem pipoca pelas ruas da cidade, que emergem as descobertas tão típicas e absolutamente únicas para cada um de nós: o álcool, o sexo e as paixões - pelas garotas do pré-militar, pelo pop coreano e pelos times de futebol.

A imigração é uma das marcas da família Pacsi: além de tio Waldo e tia Corina, pais de Tayson, o tio Casimiro vive no Chile e ganha a vida como contrabandista. Já os pais do narrador são “covardes” e continuaram pobres porque não tiveram a mesma coragem dos outros. Perdido entre ficar na Bolívia, país cuja identidade procura entender, e talvez partir para um Brasil idealizado com os pais de Tayson, que cogitam retornar a São Paulo, o narrador amadurece ao tentar descobrir quem é e quais são seus desejos para o futuro.

Vencedor do principal prêmio literário da Bolívia, Seul, São Paulo é um romance de formação escrito com uma linguagem direta, irônica e bem-humorada. Entre El Alto, La Paz, São Paulo e uma Seul idealizada por meio das canções de K-pop, acompanhamos o olhar juvenil - mas nunca ingênuo - para temas como imigração, racismo, pobreza, relações de trabalho e alteridade. Compre o livro "Seul, São Paulo", de Gabriel Mamani Magne, neste link.

O que disseram sobre o livro
“É possível que, finalmente, depois do livro de Gabriel Mamani Magne, alguns compreendam a grandeza e a profundidade de um país historicamente ignorado - mesmo entre as grandes nações latino-americanas - como a Bolívia contemporânea e as múltiplas identidades e dissidências que os collas abrigam. Estas páginas poderosas, escritas talvez com o nervo tragicômico da cúmbia, não contêm nada do imaginado, nenhum dos preconceitos esperados, nada daquilo que nos foi contado ou que me foi contado. Estas páginas são elas mesmas: devastadoras, hilárias, ternas, como as vidas que migram e se transformam.” - Gabriela Wiener

“Este romance causou um terremoto no cenário literário da Bolívia. Longe da celebração da miscigenação ou da derrota trágica que sempre marcou o ser indígena na literatura boliviana, Mamani mantém um olhar doce e irônico sobre uma família que chora, ri e bebe ao ritmo da cumbia.” - José Pablo Criales, El País


Sobre o autor
Gabriel Mamani Magne nasceu em La Paz, em 1987, e vive em Goiânia. Formado em sociologia e direito, fez mestrado em literatura na Universidade Federal do Rio de Janeiro. É autor de "Tan Cerca de la Luna" (2012) e "El Rehén" (2021). Por este "Seul, São Paulo", venceu o Prêmio Nacional de Romance da Bolívia em 2019. Garanta o seu exemplar de "Seul, São Paulo", escrito por Gabriel Mamani Magne, neste link.

domingo, 19 de maio de 2024

.: Michael Maia fala sobre morte e distopia, retratados em novo romance


"Quando alguém da nossa idade e proximidade morre, perdemos um pouco de nós, ficamos desorientados principalmente pelo choque de que sim, somos todos finitos", afirma Michel Maia em entrevista.

O romance “Entre a Vida e a Morte, Há Vários Documentos”, lançamento da editora Paraquedas escrito pelo mineiro Michael Maia retrata a história de um país que legaliza e controla uma nova descoberta: “a droga da morte”. O seu problema ou fascínio é que ela permite que todos tenham uma experiência deslumbrante instantes antes de morrer: rever amigos e parentes falecidos e, até, quem sabe, Deus.

Depois dessa descoberta e de um “Grande Surto” em que uma horda de pessoas decide tirar a própria vida através do uso da droga, o governo regulamenta o uso do narcótico (ou da ciência, dependendo do ponto de vista). Diante dos impactos disso na sociedade, o livro retrata também como a nova morte impacta diferentemente as diversas classes sociais, abrindo espaço para questionamentos. Como o governo escolhia quem a merecia ou não? Quem eles estavam tentando matar mais rápido? Por que um prédio de atendimento nunca era visto em bairros mais nobres?

Em seu enredo, o autor traz o casal Luzia e Tânia que, após serem diagnosticadas com um câncer terminal, decidem interromper o tratamento e se candidatarem ao uso da droga. A obra acompanha o impacto da decisão em seus familiares, principalmente, em Antônio, o irmão mais velho que trabalha justamente na empresa estatal que recebe e regula os pedidos de eutanásia. Michael Maia formou-se em jornalismo em 2014 pela Universidade Federal de Viçosa e se pós-graduou em Marketing Digital pela PUC. Porém, após trabalhar na área e sentir certa insatisfação, resolveu aceitar a proposta do pai de administrar os negócios da família: supermercados, ramo em que trabalha desde 2018. Confira a entrevista abaixo. Compre o livro “Entre a Vida e a Morte, Há Vários Documentos”, de Michael Maia, neste link.


Por que você escolheu a morte e o luto como principais temas da sua obra?
Michael Maia - Em uma viagem intermunicipal estava ouvindo música e imaginei a história de duas pessoas tendo experiências individuais antes de morrer. Pensei que a história poderia ser sobre um casal após tomar uma substância alucinógena, e essa uma experiência boa antes da morte. Eu iria descrever as duas experiências diferentes uma da outra, mas com um mesmo final, o casal morrendo junto. Então pensei: por que não criar uma história onde uma sociedade convive com a existência de uma droga que permite uma morte feliz? Eu sempre tive medo de morrer e confesso que isso até me deu mais curiosidade em criar esta história, porém para descrever uma sociedade precisei estudar temas de sociologia para que o assunto não fugisse muito ou que eu não criasse algo tão inimaginável.


O que motivou a escrita do livro? 
Michael Maia - A ideia apareceu em maio de 2022, criei um rascunho em tópicos no bloco de notas do celular e mandei para minha melhor amiga, que de prontidão disse que dali poderia surgir mais que um conto ou um roteiro para uma história em quadrinhos (que era até uma ideia inicial). De maio a novembro daquele ano, estudei temas sobre sociedade, morte e suicídio na perspectiva sociológica.


Como foi o processo de escrita e quanto tempo levou para escrever o livro?
Michael Maia - Em novembro, ainda estava durante o processo de pesquisa quando recebi a notícia de que uma grande amiga, Rafaela, havia se envolvido em um acidente de carro e perdido a vida (é ela quem dedico o livro junto a várias pessoas que não me despedi). A morte da Rafa foi um processo um pouco doloroso pois enquanto eu estudava sobre o luto, havia passado por dois temas nos quais eu frequentemente pensava: Quando alguém da nossa idade e proximidade morre, perdemos um pouco de nós, ficamos desorientados principalmente pelo choque de que sim, somos todos finitos, nós podemos morrer também. E o outro que me preocupava, era se o luto poderia virar uma melancolia ou depressão. Durante o processo de luto pela minha amiga eu fiquei um pouco perdido, abandonei a escrita e fui vivendo a vida no automático, e acho que é um sentimento mútuo entre várias pessoas que passam pelo luto. Antes do processo de escrita eu criei duas fichas para as personagens principais, Luzia e Antônio, e logo depois criei um roteiro da narrativa contendo o que eu precisava apresentar em cada capítulo. Iniciei a escrita em janeiro de 2023 e terminei em maio do mesmo ano.


Por que você escolheu o gênero adotado?
Michael Maia - Sempre gostei de fantasia e temas relacionados com a sociedade, após me aprofundar um pouco nas obras do Saramago me peguei apaixonado por histórias que se passam em mundos diferentes do nosso, mas focadas em contar as relações humanas construídas.

Existe alguma obra ou obras que ajudaram na construção da narrativa?
Michael Maia - Dois livros me ajudaram a criar a ideia como um livro de distopia, “1984”, do George Orwell, por se tratar de uma sociedade em um governo totalitário e “As Intermitências da Morte”, de José Saramago, livro que me tocou muito, tanto que o reli em menos de um ano. É incrível como o Saramago desenvolvia uma escrita, um ensaio, com apenas um “e se?”.


O que esse livro representa para você? Você acredita que a escrita do livro te transformou de alguma forma?
Michael Maia - Durante o processo de escrita, passando pelo processo de luto eu tentava ao máximo identificar de onde vinha minha frustração e melancolia, até perceber que certos momentos eu virava o Antônio, personagem do livro. Terminei fazendo do livro como um processo de cura.


Quais são os seus projetos atuais de escrita?
Michael Maia - Quero trabalhar em um livro de terror-comédia com personagens LGBTs, brincar um pouco com temas da comunidade, puxar um pouco de nostalgia das músicas e vivências dos anos 2010-2015. Por enquanto estou apenas com a ideia e algumas abas em aberto para as pesquisas, parte que eu mais gostei de fazer durante o processo do "Entre a Vida e a Morte, Há Vários Documentos".


Trecho de 
“Entre a Vida e a Morte, Há Vários Documentos”
“Há cinquenta anos o mundo se deparou com a questão mais rejeitada por grande parte da sociedade ocidental: a morte. O grande tabu fora, aos poucos, rachado nos círculos sociais. Ao longo dos meses ouvia-se falar de algum conhecido que abusara do narcótico “da moda”, e assim foi até o assunto entrar na casa de cada um. A passos lentos, mas contínuos, a morte foi chegando em todas as famílias, tornando-se um tema frequente e assíduo em todas as conversas — e ainda mais misterioso do que antes.” Garanta o seu exemplar de “Entre a Vida e a Morte, Há Vários Documentos”, escrito por Michael Maia, neste link.

.: Escritora capixaba Carla Guerson lança romance publicado pela Reformatório


Abordando a complexidade das relações familiares e o fim da infância, “Todo Mundo Tem Mãe, Catarina”, novo livro da autora capixaba Carla Guerson, aborda o processo de amadurecimento de uma personagem marcada pela solidão infantil de quem cresceu sem ter mãe e pai. Publicado pela editora Reformatório, o romance conta com a orelha assinada pela escritora Marcela Dantés e quarta capa de autoria da escritora Débora Ferraz.

O evento de lançamento acontece em São Paulo no dia 25 de maio, um sábado, às 18h00, na Ria Livraria (Rua Marinho Falcão, 58, próximo à estação de metrô Vila Madalena) e contará com uma conversa da autora com a youtuber e doutora em linguística Jana Viscardi, além da participação pontual das escritoras Marcela Alves, Thaís Campolina, Marina Grandolpho, Martha Colvara Bachilli e Isabella de Andrade. Compre o livro “Todo Mundo Tem Mãe, Catarina”, de Carla Guerson, neste link.


Sem medo de temas espinhosos, Carla Guerson escreve a história de Catarina
Sob a perspectiva de uma menina de 14 anos criada pela avó, sexualidade, prostituição, religião e morte se mesclam a uma história familiar complexa e cheia de segredos que a personagem precisa desvendar para crescer. Esse silêncio que a protagonista se vê obrigada a confrontar esconde um passado formado por mulheres afetadas pelo machismo e pela hipocrisia. É na busca por sua origem que Catarina começa a traçar um caminho só seu. “Catarina precisa descobrir a sua história para poder contá-la”, resume Marcela Dantés.

A narrativa se desenvolve pelo decorrer de um ano, na transição dos 14 para os 15 anos, uma fase que Carla considera muito marcante para as mulheres. “Completar 15 anos faz parte do nosso imaginário coletivo do ‘tornar-se mulher’. E Catarina tem uma especial demanda quanto a esta idade, já que foi a idade em que sua mãe engravidou dela. É também uma fase em que se experimenta com muita intensidade as questões ligadas à sexualidade, que são abordadas no livro a partir do relacionamento de Catarina com Gustavo e com sua amiga Teresa”, explica a autora.

Na história, Catarina mora com a avó, que é servente em um condomínio de classe média no interior do Espírito Santo. Enquanto Catarina se aproxima de uma comunidade de prostitutas, onde desenvolve amizade com a sobrinha de uma delas, a avó Amélia se aproxima de uma comunidade evangélica, tornando quase que díspares os caminhos percorridos. “Embora pareça que estão em lados opostos, entendo que as duas buscam a mesma coisa: um senso de comunidade, de pertencimento. E o apoio de outras mulheres”, aponta Carla.  

Ágil e envolvente, o fim da infância de Catarina se apresenta para o leitor em uma narração irresistível em primeira pessoa. “Escrevo simples. Tenho uma escrita que pretende ser fluida, direta, contar uma boa história, conversar com o leitor. E isso em todos gêneros, em todos os livros que publiquei até agora. Também gosto de criar imagens e de dizer algumas coisas sem dizer, deixar possibilidades de interpretação diversas nos gestos e intenções dos personagens”, comenta a autora que confia na capacidade de quem lê de criar junto com quem escreve. 

É nesse contexto que a aproximação com a história de outras mulheres acontece, conforme destaca Dantés, que considera o livro “fascinante”, uma obra que “toca fundo num lugar essencial, íntimo, mas também universal”. “'Todo Mundo Tem Mãe', e a história dessas mulheres que são tantas outras, que poderia ser eu, que talvez seja você, é bonita mesmo em sua imperfeição, na luta por se descobrir, na luta por continuar”, frisa. Garanta o seu exemplar de “Todo Mundo Tem Mãe, Catarina”, escrito por Carla Guerson, neste link.


A trajetória de Carla Guerson e a literatura feita por mulheres
Nascida e criada em Vitória, no Espírito Santo, em 1982, Carla Guerson se graduou em Direito pela UFES em 2005. A autora estreou na literatura em 2021, com seu primeiro livro, “O Som do Tapa” (Patuá), que teve uma ótima recepção entre os leitores por tratar temas complexos e personagens femininas fora do padrão. Também publicou “Fogo de Palha” (Pedregulho, 2022), livro de poemas premiado pelo edital de Cultura da Secult/ES, que traz temas espinhosos como autoaceitação, maternidade, solidão, relacionamentos familiares e morte.

Ao perceber que as dificuldades para se inserir no mercado editorial se repetiam na vida de outras mulheres, a autora idealizou o Coletivo Escreviventes, que hoje conta com 600 participantes espalhadas pelo Brasil. “Eu me considero uma entusiasta da literatura produzida por mulheres no Brasil”, diz a escritora, ao comentar sobre sua dedicação à leitura de autoras contemporâneas e à mediação de clubes de leitura com foco em obras produzidas por mulheres, como o Leia Mulheres Vitória e o Clube Casa das Poetas.  


O que disseram sobre o livro
“Com cenas intensas, repletas de um erotismo aflorado, ao melhor estilo Hilda Hilst, Carla Guerson nos oferece um daqueles livros em que a heroína, achando que não tem nada a perder, acaba descobrindo que pode perder tudo. Nesse jogo de perdas, o leitor pode apostar alto: ele sempre pode ser o primeiro a ganhar.” Trecho da quarta capa, assinada pela escritora Débora Ferraz


Trecho do livro
“Cada um vai desenhar a sua mãe. A caixa de lápis no meio da roda. O papel em branco na minha frente. Eu levantei a mãozinha, como uma boa menina educada que sempre fui: Tia, eu não tenho mãe. Os olhos dos coleguinhas em mim. A professora nem pestanejou, continuou distribuindo os papéis: Todo mundo tem mãe, Catarina. 

Eu baixinho, quase muda: eu não tenho, tia. E aquilo entrando esquisito aqui, aquela falta toda de mãe aparecendo de uma vez: eu só tenho vó. Então desenha sua avó, foi a solução que ela arrumou. Desenha sua avó, Catarina, que vó é mãe duas vezes. Eu não desenhei.”

.: Tudo sobre "Pedaço de Mim", primeiro melodrama brasileiro da Netflix


Menino ou menina? Em seu chá revelação, Liana (Juliana Paes) não está animada, verdadeiramente alegre ou sequer tem qualquer tipo de expectativa. Ela já conhece a resposta e a surpresa deste evento é outra: são dois meninos, gêmeos e filhos de pais diferentes – um é de seu marido Tomás (Vladimir Brichta), já o outro é fruto de algo que ela gostaria de esquecer. Em "Pedaço de Mim", primeira série brasileira de melodrama da Netflix, a trama gira em torno de uma pergunta diferente: quantos segredos cabem em uma mãe? 

A história começa com o caso raríssimo de superfecundação heteroparental de Liana – a série é de ficção, mas há cerca de 20 registros reais em todo mundo – e transforma o caminho da protagonista em todos os sentidos, com reviravoltas que passam a impactar os sonhos de toda a família. Liana, uma mulher que deseja ser mãe, fica perdida com a notícia. No meio de uma confusão de sentimentos e num grande dilema moral, é difícil saber se ela conseguirá amar igualmente as duas crianças e manter suas relações familiares da mesma forma. 

Produzida pela A Fábrica, com direção artística de Maurício Farias e criação e roteiro de Angela Chaves, "Pedaço de Mim" ainda conta com Felipe Abib, Palomma Duarte, João Vitti, Jussara Freire, Martha Nowill e Antonio Grassi no elenco. A série, que terá temporada única, estreia em breve na Netflix.

.: Felipe Neto lança livro "Como Enfrentar o Ódio" pela Companhia das Letras


A Companhia das Letras anuncia a publicação de "Como Enfrentar o Ódio", o novo livro de Felipe Neto. Em um relato franco e pessoal, o influenciador e empresário detalhará as formas pelas quais o ódio tomou conta do país e esteve presente em sua vida, mostrando como é possível combatê-lo, usando a comunicação e informações de qualidade. O livro abarcará desde os discursos virulentos do início da carreira até quando ele próprio se tornou alvo da perseguição covarde de grupos de extrema direita.

Felipe trilhou uma carreira sem paralelos no mundo da criação de conteúdo digital. No início dos anos 2010, quando a produção em vídeo dava seus primeiros passos no país, Felipe já demonstrava a originalidade que pautaria toda a sua carreira ao construir um canal com linguagem e identidade próprias e que logo se tornaria o maior do país. 

Desde então, Felipe se consolidou como referência em empreendedorismo e criatividade, angariando milhões de seguidores em suas plataformas. Sua capacidade ímpar de se comunicar com um público tão amplo, o impacto de seu corajoso posicionamento político e sua determinação para ativamente combater o ódio, o autoritarismo e o populismo demonstram o papel fundamental de Felipe no debate público.

A publicação de "Como Enfrentar o Ódio" será acompanhada da criação do Clube do Livro Felipe Neto, um projeto gratuito e independente, a ser lançado também neste ano. A negociação foi intermediada por Alessandra Ruiz, à frente da Authoria Agência Literária. A obra também será publicada em Portugal pela Objectiva, selo da Penguin Random House Grupo Editorial. As datas de lançamento serão anunciadas em breve. Compre o livro 

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