segunda-feira, 27 de maio de 2024

.: "Copo Vazio", a primeira adaptação teatral do livro de Natalia Timerman


Primeira adaptação teatral do livro de grande sucesso "Copo Vazio", espetáculo homônimo estreia no Sesc Belenzinho. Com direção de Bruno Perillo e dramaturgia de Angela Ribeiro, peça reflete sobre responsabilidade afetiva nos relacionamentos contemporâneos. Foto: Bruna Massarelli


Em 2021, a psiquiatra e escritora brasileira Natalia Timerman lançou o livro "Copo Vazio" pela editora Todavia, um romance dedicado a falar sobre uma experiência de abandono a partir de uma perspectiva contemporânea. Criada a partir da própria experiência da autora com um ghosting (termo atualmente usado para designar o término repentino de um relacionamento com uma pessoa sem quaisquer explicações ou aviso), a obra é uma ficção e ganha sua primeira adaptação teatral homônima. A temporada de estreia acontece no Sesc Belenzinho entre os dias 31 de maio e 23 de junho, com sessões de sexta e sábado, às 21h30 e, aos domingos, às 18h30. Durante a temporada haverá uma oficina sobre transposição da literatura para o teatro; e um bate-papo com a autora, seguida de sessão de autógrafo.

Com idealização de Carolina Haddad e direção de Bruno Perillo, o espetáculo reflete sobre a necessidade de se desenvolver a responsabilidade afetiva. Para trazer o livro para o universo do teatro, a dramaturgia de Angela Ribeiro coloca em cena uma atriz e um ator, que tentam reconstruir a trajetória de Mirela e Pedro, personagens do romance que viveram um intenso relacionamento por três meses até um deles sumir de maneira repentina. Para dar conta de toda essa complexidade, os intérpretes Carolina Haddad e Vinícius Neri dividem o palco.   

A narrativa explora o ponto de vista de Mirela, uma mulher inteligente e bem-sucedida que acaba submergida em afetos perturbadores quando se apaixona por Pedro, que a abandona. “Pedro desaparece de sua vida sem nenhum motivo aparente e Mirela precisa lidar com esse sentimento que é pior do que uma simples rejeição. Vemos uma mulher angustiada, buscando nas suas memórias algum sinal de que ela cometeu algum erro durante a relação. A vida dela vai acontecendo e ela está sempre às voltas com esse fantasma”, conta Carolina.  

Enquanto o livro está focado na vulnerabilidade da protagonista, na peça, os atores vão tentando recriar essa história, levantando questionamentos sobre os personagens do livro. Dessa forma, a peça convoca a uma discussão coletiva sobre a superficialidade dos relacionamentos contemporâneos. O trabalho suscita uma série de questionamentos, entre eles: será que o medo de sofrer está impedindo as pessoas de apostarem no amor? Ou o fato de o ser humano estar, de uma certa forma, refém do mundo virtual, está deixando-o ainda mais solitário? Fato é que a peça não se propõe a trazer respostas exatas, já que amar é se colocar em risco e  não simplesmente uma teoria. 

“Nosso foco é mostrar para as pessoas que ter responsabilidade afetiva é o básico para qualquer relacionamento. Somos seres dotados de sentimentos e não podemos perder a empatia. Afinal, as pessoas podem estar lidando com situações que nem imaginamos e simplesmente sumir da vida de alguém, como acontece na história, pode disparar gatilhos bem ruins”, defende Carolina. Compre o livro "Copo Vazio", de Natalia Timerman, neste link.

Sobre a encenação
Do ponto de vista narrativo, a peça é estruturada sem uma ordem cronológica, assim como no romance. Presente, passado e futuro se misturam a todo o momento, conduzindo a plateia a um labirinto de sensações vertiginosas, como se Mirela de fato tivesse sido lançada num abismo. Para dar conta de toda essa complexidade, os intérpretes Carolina Haddad e Vinícius Neri alternam-se em momentos em que são atriz e ator discutindo sobre os personagens, e em que são os personagens vivendo a história. E, algumas vezes, seus corpos estão em um tempo e suas vozes em outro.  

O espetáculo é metalinguístico e faz uso de recursos como vídeo-projeções mapeadas, trilha sonora, canto, dança, elementos cenográficos e iluminação para multiplicar os planos de percepção do público. “Quisemos transportar o tom da prosa poética  da narrativa original para os palcos”, diz Perillo. Garanta o seu exemplar de "Copo Vazio", escrito por Natalia Timerman, neste link.


Atividades paralelas
E, para expandir ainda mais os temas levantados pelo trabalho, a equipe planejou algumas atividades paralelas no Sesc Belenzinho. Nos dias 11, 18 e 25 de junho, das 19h00 às 22h00, Angela Ribeiro e Bruno Perillo ministram a oficina "Da Literatura à Cena: ateliê de Dramaturgia". Ao longo dos encontros, os participantes previamente inscritos devem experimentar a transposição de trechos do livro "Copo Vazio" para um texto teatral. 

Já no sábado, dia 15 de junho, acontece o bate-papo "Da Literatura à Cena: adaptação do Romance 'Copo Vazio' para o Teatro", com a participação de Natalia Timerman. Os temas centrais da conversa são a escrita do romance, como se dão os processos investigativos de uma autora no mundo contemporâneo e o quanto de vida pessoal escorre para a ficção. Após a conversa, Natalia também fará uma sessão de autógrafos.


Ficha técnica
Espetáculo "Copo Vazio"
Dramaturgia: Angela Ribeiro (livremente inspirada no livro Copo Vazio da autora Natalia Timerman, Ed. Todavia )
Elenco: Carolina Haddad e Vinicius Neri
Direção: Bruno Perillo
Direção de movimento: Marina Caron
Cenografia: Chris Aizner
Cenotecnia: Casa Malagueta
Desenho de luz: Gabriele Souza
Operação de luz: Letícia Rocha
Trilha sonora: Pedro Semeghini
Operação de som: Pedro Semeghini
Direção de imagem e videomapping: André Grynwask e Pri Argoud (Um Cafofo)
Operação de vídeo: Rodrigo Chueri
Figurinista: Anne Cerutti
Assistente de figurino: Luiza Spolti
Fotos: Bruna Massarelli
Redes sociais: Foyer Digital
Produção: CM Haddad Produções e Corpo Rastreado – Letícia Alves
Assistência de produção: Madu Arakaki
Pré-produção: Marcela Horta
Assessoria de imprensa: Canal Aberto - Márcia Marques, Flávia Fontes e Daniele Valério
Idealização: Carolina Haddad
Realização: Sesc Belenzinho/Sesc SP

Serviço
Espetáculo "Copo Vazio"
De 31 de maio a 23 de junho de 2024
Sexta e sábado, às 21h30 e, aos domingos, às 18h30
Sessões com Libras: sábados, dias 08 e 22 de junho
Sesc Belenzinho - R. Padre Adelino, 1000 – Belenzinho
Ingressos: R$ 40,00 (inteira) / R$ 20,00 (meia) / R$ 12,00 (credencial plena).
Classificação etária: 16 anos
Duração: 80 minutos


Atividades paralelas
Oficina | "Da Literatura à Cena: ateliê de Dramaturgia"
Com Angela Ribeiro e Bruno Perillo
Terças-feiras, dias 11, 18 25 de junho, das 19h às 22h
Local: Sesc Belenzinho - Oficina III - 1° andar
Inscrição pelo aplicativo Credencial Sesc ou pelo portal Sesc a partir de 4/6

Bate-papo | "Da Literatura à Cena: adaptação do Romance 'Copo Vazio' para o Teatro"
Com Natalia Timerman
Sábado, dia 15 de junho, das 18h30min às 20h
Haverá sessão de autógrafos com a autora ao final da conversa
Local: Sesc Belenzinho - Convivência – Térreo

.: Ruth Rocha fará tarde de autógrafos da Coleção Comecinho


Aos 93 anos e sendo um dos principais nomes da literatura infantil e infantojuvenil brasileira em atividade, Ruth Rocha dará um presente aos seus fãs e leitores. A autora fará uma tarde de autógrafos no dia 1° de junho, sábado, na Livraria da Vila – Unidade Fradique Coutinho, em São Paulo, das 16h00 às 18h00. O evento celebra a conclusão do lançamento da Coleção Comecinho pela Global Editora.

Composta por oito livros, a série foi inspirada pelos netos da autora, em que Ruth nos mostra o cotidiano e desenvolvimento dos pequenos Miguel e Pedro. E as histórias se confundem com a trajetória de muitas crianças, por exemplo, mostrando como chegada de um irmãozinho bebê impacta o filho mais velho; o primeiro dia de uma criança na escola; o convívio com os amigos; a partilha de nossos objetos pessoais e muitos outros temas. Fechando a coleção, o livro "O Monstro do Quarto do Pedro" foi lançado em maio.

Neste emocionante desfecho da Coleção Comecinho, Ruth Rocha conta o desafio assustador enfrentado pelo pequeno Pedro. Após mudar-se para uma nova casa com sua família: todas as noites, ele vê um misterioso monstro em seu quarto. O medo toma conta do coração do menino, até que ele encontra coragem para compartilhar seus temores com sua querida vovó.

Também fazem parte da coleção os seguintes títulos: "Meu Irmãozinho Me Atrapalha"; "Quando Miguel Entrou na Escola"; "O Dia em que Miguel Estava Muito Triste"; "Meus Lápis de Cor São Só Meus"; "Os Amigos de Pedrinho"; "As Férias de Miguel e Pedro"; e "Pedro e o Menino Valentão". Todos os títulos são editados pela Global Editora e contam com ilustrações da premiada Mariana Massarani.

O evento será limitado a 150 senhas distribuídas exclusivamente na Livraria da Vila (Rua Fradique Coutinho, 915 – Pinheiros – São Paulo / SP), a partir do dia 29 de maio, quarta-feira, sendo entregue para a pessoa que comprar ou apresentar um ou mais exemplares da Coleção Comecinho. A senha dará direito ao autógrafo em um único livro, conforme regras do evento.


Serviço
Tarde de autógrafos com Ruth Rocha em comemoração a conclusão da Coleção Comecinho
Data: 1° de junho de 2024, das 16h às 18h.
Local: Livraria da Vila
Endereço: Rua Fradique Coutinho, 915 - Pinheiros / São Paulo

.: "Um Porre de Shakespeare", a versão brasileira do espetáculo de sucesso


Em toda sessão da peça, um dos atores ou atrizes ingere cinco doses de uma bebida alcoólica e deve encenar seu papel em estado de embriaguez, com o restante do elenco sóbrio. A direção é assinada por Zé Henrique de Paula. Na imagem, a atriz Fabiana Tolentino. Foto: Adriano Doria


Já imaginou assistir a uma peça em que uma das pessoas do elenco está realmente embriagada? Esta é justamente a proposta de "Um Porre de Shakespeare", versão brasileira produzida pelo Núcleo Experimental para o espetáculo "Drunk Shakespeare", que estreou em Londres e fez enorme sucesso tanto na capital inglesa quanto em diversas cidades norte-americanas. O espetáculo tem sua temporada de estreia no Teatro do Núcleo Experimental, na Barra Funda, entre os dias 1º de junho e 9 de julho, com apresentações aos sábados, segundas e terças-feiras, às 20h00; e aos domingos, às 18h00. O elenco conta com Bruna Guerin, Fabiana Tolentino, Luciana Ramanzini, Cleomácio Inácio, Dennis Pinheiro, Gabriel Lodi e Rodrigo Caetano.

Zé Henrique de Paula, que dirige e assina cenografia da montagem brasileira, conta que assistiu ao espetáculo em Nova Iorque em 2023 junto com a produtora Renata Alvim. “Nós nos divertimos muito e então decidimos trazer a peça ao Brasil, em uma coprodução entre a Rega Início e o Núcleo Experimental”, diz. 

Na trama, a Sociedade Literária do Velho Bardo Bêbado é formada por seis atores e atrizes que se encontram todas as noites para celebrar o bom e velho “Will” e a sua tragédia mais famosa, a escocesa, aquela que ninguém ousa pronunciar o nome. Infelizmente (ou felizmente) uma das pessoas do elenco toma cinco doses de uma bebida forte antes de começar a peça. Então, cabe aos outros manter a história nos trilhos.

Essa espécie de sociedade literária encena a tragédia "Macbeth", que narra a inescrupulosa e sangrenta ascensão do general de mesmo nome ao trono da Escócia. E o que intriga o diretor Zé Henrique de Paula é justamente o motivo pelo qual a montagem original ter escolhido essa peça entre as mais de 30 obras escritas por William Shakespeare (1564-1616). “Depois de muito trabalho de mesa e de muita análise do texto, acabamos percebendo que é a própria questão do sobrenatural, do oculto e do mistério que provavelmente justifica essa escolha. Obviamente esse texto é muito atual pelo seu aspecto político, mas acabamos transformando essa sociedade literária numa espécie de sociedade ocultista, e é aí que entra a história da bebida”, revela o encenador.

Na prática, somente um dos atores – escolhido por um sorteio – toma as cinco doses da bebida em cena. E dois espectadores assumem o papel de rei e rainha – eles se sentam em lugares especiais e têm um papel surpresa e super especial na montagem. “Essa bebida ela vai funcionar como uma espécie de invocação, um ritual de invocação do espírito Shakespeareano, da alma Shakespeareana, e última análise do próprio Shakespeare, esteja ele onde estiver, para que ele. Derrame as suas bênçãos para aquela apresentação que vai acontecer ali naquela noite. A bebida funciona como uma chave ritualística, como um símbolo de um ritual, e esse ator ou essa atriz que vai beber vai funcionar como um canal, como uma ponte para que todos acessem ali o espírito Shakespeareano. Obviamente tudo isso é uma grande brincadeira”, explica Zé Henrique de Paula.

“A peça não é uma sessão espírita, não é um ritual ocultista ou sobrenatural, mas fazemos essa brincadeira para que esse seja o elemento detonador da própria brincadeira da peça. Como vamos chegar ao fim se uma pessoa não está completamente de posse das suas faculdades mentais, da sua capacidade física? E tudo é muito imponderável, porque não sabemos o que vai acontecer, já a bebida bate de um jeito a cada dia. Por isso, existe um elemento de improvisação, de jogo, de prontidão. Tem até uma frase de Shakespeare que diz: ‘Estar pronto é tudo!’. E, neste caso, acho que ela nunca foi tão verdadeira”, acrescenta. 

E um aspecto bem interessante que diferencia a versão brasileira das demais é o fato de que o elenco é composto por sete atores e atrizes, e, em toda apresentação, a pessoa que bebeu na sessão anterior não está em cena, pois está se recuperando em casa. Por isso, cada ator está preparado para interpretar dois papéis diferentes. “Esse revezamento faz com que nunca haja um elenco igual ao outro nos mesmos papéis. E essa matemática toda faz com que, na temporada inteira, nunca haja uma escalação em que os atores façam os mesmos papéis na mesma combinação de elenco. Ou seja, as 32 sessões desta temporada terão uma combinação diferente da outra tanto pela escalação do elenco quanto pela pessoa que bebe na sessão. O jogo é a peça. Fazemos uma homenagem ao teatro, ao maior dramaturgo de todos os tempos e ao ofício do ator, que está sendo colocado em risco e em xeque todas as noites”, explica.


Ficha técnica
Espetáculo "Um Porre de Shakespeare"
Elenco: Bruna Guerin, Fabiana Tolentino, Luciana Ramanzini, Cleomácio Inácio, Dennis Pinheiro, Gabriel Lodi e Rodrigo Caetano.
Adaptação e direção: Zé Henrique de Paula
Iluminação: Fran Barros
Cenografia: Zé Henrique de Paula
Figurinos: Ùga Agú
Assistente de cenografia: Dani Bezerra
Assistente de figurinos: Cauã Stevaux
Cenotécnico: Jhonatta Moura
Fotos: Adriano Dória
Design gráfico: Laerte Késsimos
Redes sociais: 1812 Comunicação
Assessoria de imprensa: Pombo Correio
Produção: Renata Alvim e Zé Henrique de Paula
Produção executiva: Luanda Scandura
Assistente de produção: Victor Lima
Realização: Rega Início e Núcleo Experimental

Serviço
Espetáculo "Um Porre de Shakespeare", com Núcleo Experimental de Teatro
Temporada: 1º de junho a 09 de julho.
Aos sábados, segundas e terças-feiras, às 20h00, e aos domingos, às 18h00
Teatro do Núcleo Experimental – Rua Barra Funda, 637 – São Paulo - SP

Ingressos
Mezzanino: R$ 60,00 (inteira) e R$ 30,00 (meia-entrada)
Palco: R$ 80,00 (inteira) e R$ 40,00 (meia-entrada)
Mesa: R$ 100,00 (inteira) e R$ 50,00 (meia-entrada)
Rei & rainha: R$ 120,00 (inteira) e R$ 60,00 (meia-entrada)
Vendas on-line (com taxa de conveniência): em sympla.com.br/
Bilheteria física (sem taxa de conveniência): todos os dias das 12h00 às 18h00. Em dias de espetáculos, a bilheteria permanece aberta até o início da apresentação.
Duração: 1h30
Classificação etária: 18 anos, menores de 18 anos acompanhados dos pais ou responsáveis legais.

50% de desconto | Meia-entrada - Obrigatória a apresentação do documento previsto em lei que comprove a condição de beneficiário.

Atenção - Para pontos de venda e bilheterias é necessária a comprovação do direito ao benefício da 1/2 entrada no ato da compra e no acesso ao evento. Para vendas pela Internet e Telefone é necessária a comprovação do direito ao benefício da 1/2 entrada no acesso ao evento. Caso o benefício não seja comprovado, o portador deverá complementar o valor do ingresso adquirido para o valor do ingresso integral, caso contrário o acesso ao evento não será permitido.

Descontos
Estudantes -
 Lei Federal 12.933/13, Decreto Federal 8.537/15 e Medida Cautelar Provisória concedida pelo STF em 29/12/2015 – Carteira de Identificação Estudantil (CIE), emitida pela ANPG, UNE, Ubes, entidades estaduais e municipais, Diretórios Centrais dos Estudantes, Centros e Diretórios Acadêmicos, conforme modelo único nacionalmente padronizado. Os elementos indispensáveis da CIE são: I  nome completo e data de nascimento do estudante; II  foto recente do estudante; III  nome da instituição de ensino na qual o estudante esteja matriculado; IV  grau de escolaridade; e V  data de validade até o dia 31 de março do ano subsequente ao de sua expedição.

Idosos (pessoas com mais de 60 anos) - Lei Federal 10.741/03 e Decreto Federal 8.537/15 – Documento de identidade oficial com foto. 

Jovens pertencentes à famílias de baixa renda, com idades entre 15 a 29 anos - Lei Federal 12.933/13 e Decreto Federal 8.537/15 - Carteira de Identidade Jovem que será emitida pela Secretaria Nacional de Juventude a partir de 31 de março de 2016, acompanhada de documento de identidade oficial com foto. 

Pessoas com deficiências e acompanhante, quando necessário - Lei Federal 12.933/13 e Decreto Federal 8.537/15 - Cartão de Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social da Pessoa com Deficiência ou de documento emitido pelo Instituto Nacional do Seguro Social  INSS que ateste a aposentadoria de acordo com os critérios estabelecidos na Lei Complementar nº 142, de 8 de maio de 2013. No momento de apresentação, esses documentos deverão estar acompanhados de documento de identidade oficial com foto. 

Diretores, coordenadores pedagógicos, supervisores e titulares de cargos do quadro de apoio das escolas da rede estadual e municipais - Lei Estadual n° 15.298/14 ­- Carteira funcional emitida pela Secretaria de Educação de São Paulo ou holerite acompanhado de documento oficial com foto. 

Professores da Rede Pública Estadual e das Redes Municipais de Ensino - Lei Estadual n° 14.729/12 ­- Carteira funcional emitida pela Secretaria da Educação de São Paulo ou holerite acompanhado de documento oficial com foto.

.: Entrevista: Juliana Wallauer e Cris Bartis estreiam podcast "Mamilos Café"


Precursor entre os podcasts de sociedade e comportamento do Brasil, Mamilos celebra dez anos com estreia de "Mamilos Café", um programa em vídeo com Cris Bartis e Juliana Wallauer. Foto: Raquel Espírito Santo


Desde 2014 em atividade e uma das principais referências no mercado de podcasts brasileiros, o "Mamilos" amplia a sua atuação com a estreia do "Mamilos Café". A novidade faz parte da comemoração dos dez anos da plataforma e visa mergulhar em mentes instigantes e relevantes da sociedade, a partir de conversas profundas e reveladoras sobre trajetória de vida, carreira e visão de mundo. O videocast terá novos episódios às quintas-feiras, com distribuição multiplataforma, disponível no Globoplay, no YouTube do "Mamilos" e na sua plataforma de áudio preferida.

“Há dez anos, o Mamilos nasce da necessidade de estabelecer conversas sinceras e permanece com esse propósito, sendo um espaço de diálogo curioso para aqueles que têm interesse em escutar. O jeito Mamilos de promover conversas se tornou único na podosfera. É um olhar de interesse sobre o que está acontecendo na sociedade. Por isso, a plataforma se dedica a temas urgentes, de interesse público, que incomodam e que causam comoção”, explica a apresentadora Juliana Wallauer.

Comandado por Cris Bartis e Juliana Wallauer, precursoras na podosfera, o Mamilos coleciona episódios de sucesso, convidados icônicos e está entre os 20 podcasts mais ouvidos da América Latina em 2023. O projeto se consolidou na promoção de diálogos profundos a partir de encontros plurais. Seguindo essa proposta editorial de forma complementar e integrada, a primeira temporada do "Mamilos Café" traz nomes como Pedro Bial, Sandra Annenberg, Denise Fraga e Maria Ressa. “Estamos orgulhosas em entrar de vez no mundo do vídeo, após uma década de experiência no áudio. Nosso objetivo é se ‘desvincular’ do que já existe de disponível, trazendo para esse programa pessoas que a audiência deveria conhecer e convidados que o público conhece, mas sob uma nova perspectiva”, detalha Cris Bartis.   

O cenário do videocast entrega uma atmosfera intimista, aconchegante e acolhedora. O ambiente é inspirado em uma cafeteria, com uma paleta de cores em tons pastéis, proporcionando ao convidado e ao público a sensação de estarem preparados para tomar um café e participarem de uma conversa profunda e inspiradora. A cada episódio, Cris Bartis e/ou Juliana Wallauer recebe personalidades de diferentes segmentos, passando por celebridades, pensadores, influenciadores, que sejam referência em variados nichos e áreas de atuação. Confira a entrevista com as apresentadoras Cris Bartis e Juliana Wallauer.


O "Mamilos" foi pioneiro no universo da podosfera, como vocês enxergam a evolução do mercado de áudio e a influência do podcast nesse processo?
Cris Bartis - 
Há orgulho em ter sido pioneira como mulher na criação de podcast no Brasil, mas existe ainda mais orgulho em ver a quantidade de mulheres que fazem isso hoje. O "Mamilos" também já inspirou mais de 100 trabalhos de conclusão de curso de graduação e mestrado. Como falamos de temas atuais, nos últimos oito anos "acertamos" o tema do Enem e recebemos centenas de e-mails de pessoas agradecendo por se sentirem preparadas para a prova ao ouvirem os episódios.    


O que o público pode esperar com a estreia do "Mamilos Café"?   
Juliana Wallauer -
Vamos usar o que temos de melhor para lançar nosso olhar curioso para aprender e conversar, conectando assuntos em um ambiente acolhedor para quem participa e para quem ouve.        


Nesta nova fase, o que permanece na grade de veiculação do podcast?   
Cris Bartis -
O "Mamilos Debate" segue na programação trazendo temas atuais, com o apoio de especialistas. Já o "Mamilos Café" chega com um formato multiplataforma focado na história de vida ou vivência do convidado e no que ele pode gerar de inspiração e conhecimento para a audiência. Serão dois programas semanais na grade: às terças, os temas de interesse público, com o "Mamilos Debate" e às quintas o "Mamilos Café", com pessoas interessantes.

.: Marcos Akasaki na Mostra "Equilíbrio Instável", no Espaço Cultural FESPSP


Artista plástico assina esculturas, pinturas, desenhos, cerâmicas e outras técnicas contemporâneas que se entrelaçam em estruturas que ostentam a instabilidade como expressão artística, Na imagem, a obra "Sonhos de Um Jardim em Movimento"

Com entrada gratuita, a mostra individual do artista plástico Marcos Akasaki, “Equilíbiro Instável” pode ser vista até o dia 29 de junho, de segunda a sábado, das 10h00 às 19h00, no Espaço Cultural da FESPSP (Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo), que foi reinaugurado no final do ano passado na Rua General Jardim, região Central de São Paulo. É um conjunto de obras compostas por esculturas, pinturas, desenhos, cerâmicas e outras técnicas contemporâneas que ostentam a instabilidade como expressão artística.

“Cada uma das obras da exposição condensa micromundos sensoriais, que, além de evidenciar o potencial autoral de Akasaki, transbordam metáforas e subjetividades pelas cores e formas. Explodem submundos lúdicos costurados por frames cromáticos reverberantes; como moléculas de um universo onírico e propositivo onde o artista projeta fábulas associativas aos espectadores; poemas hilemórficos estruturados em suas cadências de formas, materiais e cores, nas suas espacialidades”, explica o PhD Andrés I. M. Hernández, responsável pela curadoria da mostra.

O artista consegue extrair da instabilidade de materiais densos como o ferro e a cerâmica uma delicadeza no equilíbrio a partir dos tensionamentos formais, conceituais e espaciais, que as obras projetam instaurados na sua concepção, construção e visibilidade que carregam. O “Equilíbrio Instável” está nos embates discursivos provocados pela construção das obras e seus movimentos que sugerem a reformulação e a assimilação de cada componente estrutural e material das obras a partir do encontro com o espectador.

Sobre o artista
Marcos Akasaki nasceu em Tupã (São Paulo) e, atualmente, divide-se entre São Paulo e São José do Rio Preto. Graduado pela ESPM – Escola Superior de Propaganda e Marketing e cursa Artes Visuais na Uninter. Seus trabalhos transitam entre a pintura em tela e esculturas com suporte de peças de cerâmica de Alta temperatura, onde os traços, formas e linhas orgânicas inspiradas na natureza se entrelaçam em um imaginário de cores, formas e movimentos.

Possui obras nos acervos das prefeituras de Praia Grande, Guarulhos e Ilha Bela, decorrentes de prêmios aquisitivos nos salões de Artes destas cidades. Realizou exposições individuais em São Paulo, em galerias, e em Santos e Botucatu, em instituições governamentais. É presidente da Comissão de Artes Plásticas do Bunkyo (Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e Assistência Social) e organiza o Salão Bunkyo de Arte Contemporânea, a Feira de Arte, além de palestras e o curso infantil de pintura na Instituição.


Serviço
Exposição "Equilíbrio Instável"
Artista: Marcos Akasaki
Curador: PhD Andrés I. M. Hernández
Local: Espaço Cultural da FESPSP
Endereço: Rua General Jardim, 522 – Vila Buarque / São Paulo
Período de exposição: de 27 de maio a 29 de junho
Horário de visitação: de segunda a sábado, das 10h00 às 19h00

domingo, 26 de maio de 2024

.: "Voando para Casa e Outras Histórias", o livro inédito de Ralph Ellison


Inédito de vencedor do Pulitzer traz vivências norte-americanas que se relacionam com a formação da identidade negra brasileira

Poéticos, vivazes e intensos: assim são os contos de "Voando para Casa e Outras Histórias", livro inédito de Ralph Ellison que chega ao Brasil pela José Olympio. Vencedor do Pulitzer pelo romance "Homem Invisível", Ellison é um dos maiores autores americanos do século XX. Seu tema principal é a formação de uma identidade negra estadunidense, que dialoga com a formação da identidade negra brasileira A tradução de Voando para casa e outras histórias é de André Capilé, poeta, pesquisador de produções literárias afrodiaspóricas e professor de literatura brasileira na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, que interpreta de forma magistral a oralidade dos personagens do livro.

Publicados pela primeira vez no Brasil, os contos de "Voando para Casa e Outras Histórias" são considerados pela crítica o esboço de "Homem Invisível’, a obra-prima de Ralph Ellison. O livro de contos foi organizado postumamente por John F. Callahan, editor e grande amigo de Ellison, depois que a mulher do escritor, Fanny, encontrou manuscritos em uma mala de couro esquecida debaixo de uma mesa. A antologia traz seis contos inéditos junto a outros já publicados pela imprensa. Aqui estão os primeiros textos de Ellison, escritos entre 1937 e 1954, nos quais o autor já aborda seu tema preferido: a formação de uma identidade negra nos Estados Unidos. Ao mesmo tempo, revela uma realidade particular que transcende a vida ordinária.

Em 14 histórias curtas, leitoras e leitores encontrarão traços autobiográficos de um autor que soube transpassar sua vivência para a literatura. Herdeiro declarado do estilo cru e poético de Ernest Hemingway, Ellison nos emociona com a inocência infantil em “Garoto em Um Trem” e impressiona com a brutalidade dos linchamentos em “[Uma Farra no Parque]” — um retrato de um século XX que se faz atual ainda em tantos momentos. Compre o livro "Voando para Casa e Outras Histórias", de Ralph Ellison, neste link.

O que disseram sobre o livro
“Vistos em conjunto, os contos de Ellison apontam para sua visão consistente sobre a identidade estadunidense construída durante os 55 anos de vida em que ele escreveu.” — John F. Callahan, escritor e crítico literário.

“Maravilhoso, anterior aos riffs de 'Homem Invisível' — e mais uma excelente contribuição para a obra de Ellison.” — Kirkus Reviews


Leia também "O Homem Invisível"
Obra fundamental na formação intelectual de Barack Obama, um dos romances seminais do cânone afro-americano, livro que resume a experiência de ser negro nos EUA, "Homem Invisível" (Editora José Olympio) narra a história de um jovem negro que sai do sul racista dos Estados Unidos e vai para o Harlem, em Nova Iorque, nos primeiros anos do século XX. Com o passar do tempo, entre experiências frequentemente contraditórias, o protagonista conhece um mundo muito diferente daquele que idealizara. Compre o livro "Homem Invisível", de Ralph Ellison, neste link.

Sobre o autor
Ralph Ellison (1914–1994) foi um romancista estadunidense nascido na cidade de Oklahoma. Neto de escravizados e filho de empregada, perdeu o pai logo cedo. Na juventude, estudou música clássica e era apaixonado por jazz, mas, contrariando seus planos iniciais, não se tornou músico. Em 1936, foi para Nova Iorque e ingressou em um programa para escritores financiado pelo governo; em pouco tempo, passou a ser publicado em jornais e revistas. 

Com o início da Segunda Guerra Mundial, foi admitido na marinha mercante, trabalhando como cozinheiro. Nesse período, idealizou "Homem Invisível", que foi escrito após a guerra e com o qual recebeu o Prêmio Pulitzer. Com esse romance de estreia, consagrou-se como escritor. Passou dois anos na Itália como membro da American Academy in Rome, retornando ao seu país para lecionar nas universidades de Chicago, Rutgers, Yale, Nova York, entre outras. Garanta o seu exemplar de "Voando para Casa e Outras Histórias", escrito por Ralph Ellison, neste link.

.: Peça "Depois do Ensaio, Nora, Persona" desdobra diálogo entre Bergman e Ibsen


Com direção e dramaturgia de José Fernando Peixoto de Azevedo, obra aborda o terror que atravessa os processos de mobilidade social. Foto: André Voúlgaris

Dando continuidade à pesquisa sobre o terror nas relações cotidianas, em sua dimensão racializada, o encenador José Fernando Peixoto de Azevedo estreia "Depois do Ensaio, Nora, Persona". A peça cumpre temporada no Sesc Avenida Paulista até dia 23 de junho, com sessões às quintas, sextas e sábados, às 19h00. Aos domingos e no feriado, 30 de maio, às 17h00. E na quarta, dia 19 de junho, às 19h. O trabalho estabelece uma relação entre os textos “Depois do Ensaio” e “Persona”, do escritor e cineasta sueco Ingmar Bergman (1918 - 2007), e “Casa de Bonecas”, do dramaturgo norueguês Henrik Ibsen (1828 – 1906). As obras, que discutem temas como o abandono, a inveja, o teatro e o cinema, ganharam novos contornos a partir da dramaturgia de Azevedo.

“Desde que montei ‘Ensaio sobre o terror’, em 2023, estamos retomando uma experiência de coletivo. Aos poucos vai se consolidando a Sociedade Arminda, uma plataforma de trabalho, de aquilombamento, inicialmente com Rodrigo Scarpelli e Thainá Muniz", afirma José Fernando Peixoto de Azevedo. Já para este projeto, outros artistas se agregam. É o caso da diretora de arte Beatriz Barros e do diretor musical Muato, além do aprofundamento da parceria com o cineasta André Voúlgaris. "Em mira, os embates que acontecem quando brancos e negros estão juntos. Aqui, nesse ‘juntos’, a cifra do que interessa investigar, apostar, inventar", diz o diretor.

A questão da interracialidade passou a integrar a trama. Em "Depois do Ensaio, Nora, Persona", o público assiste a três peças, uma na sequência da outra. A experiência tem a duração total de 3h40 com um intervalo de 20 minutos. Embora a articulação dos textos não seja imediata, Azevedo realiza uma combinação de trajetórias, fazendo com que uma fábula vá se desdobrando na outra, com pequenas adaptações que dão a ver a atualidade do material.

Sobre a encenação
O espetáculo começa com "Depois do Ensaio". Na trama, enquanto ensaia para montar "Casa de Bonecas", uma jovem atriz negra discute com seu diretor, um homem branco de meia idade, a respeito de certos impasses do trabalho e da vida, fazendo vir à tona aspectos não resolvidos de ambas as trajetórias. Os dois têm visões muito diferentes sobre o fazer teatral, sobre a maneira de politizar o trabalho e como viver/tratar os conflitos.

Ao mesmo tempo, a memória da mãe da jovem – uma grande atriz, amante do diretor, que morreu em crise com suas escolhas – toma a cena, presentificada em sua força falante, um fantasma exigindo justeza entre palavra e gesto, ali, onde a justiça talvez já não seja possível. “Com 'Depois do Ensaio', estou fazendo algo que eu não fazia há muito tempo: uma cena aterrissando na palavra, sem nada que a enquadre, senão os próprios atores, sem utilizar dispositivos do audiovisual, por exemplo” – esta, uma característica do trabalho do encenador José Fernando.

A segunda parte do trabalho é composta pela montagem de "Casa de Bonecas", que teve uma versão do próprio cineasta, em 1981, em que atualizava alguns aspectos do original ibseneano. Agora a peça aparece intitulada Nora, concebida também como um conto de terror. Isso porque a protagonista, em seu casamento com um jovem advogado e banqueiro branco, vivencia uma espiral intensificada de ameaças e devastação, sentindo-se constantemente pressionada por um empréstimo que fez e não deveria. Essa situação evoca aspectos presentes nos dois textos de Bergman, integrando os espetáculos em um movimento de suspense sem solução. E, para criar esse clima aterrorizante, Azevedo retoma um dos elementos centrais das suas montagens: a prática do cinema, ao vivo, em cena.

Três câmeras estão em cena, telas exibem imagens ao vivo e gravadas, e o cenário é construído a partir de chroma key, um recurso que permite a substituição de uma cor sólida (no caso, o azul) por uma imagem. A trilha sonora também é executada ao vivo.

Por fim, em "Persona", uma atriz colapsa em cena e perde a voz. Na tentativa de se recuperar, confronta-se com uma jovem mulher: a enfermeira que, no esforço de cuidar da outra, compreende a falta como um abandono de si. São duas mulheres negras tendo que lidar com a palavra que irrompe no silêncio, como desencontro. "Persona", aqui, divide-se em duas partes. Em um primeiro momento, os espectadores acompanham uma espécie de filme sonorizado ao vivo pelos atores. Depois, quando a fala colapsada emerge em cena, recupera-se a dinâmica do filme inteiro sendo feito ao vivo, como acontece com a encenação do "Casa de Bonecas".

“Com esse projeto, discutimos a permanência dos corpos negros em cena. Por isso, temos pelo menos três gerações de teatro no trabalho. Em Depois do ensaio, temos duas gerações radicalmente diferentes de mulheres negras em cena, o que permite uma reflexão sobre teatro, sobre racialidade no teatro, sobre interracialidade e sobre o lugar dessas mulheres no teatro que fazemos”, comenta Azevedo.

O jogo entre as atrizes, no trânsito entre uma parte e outra, em cena, e a cena em que vemos a atriz jovem, sua mãe, também atriz; ou a atriz revendo o que ainda é possível considerar de sua personagem, Nora, e, depois, de si mesma, são elementos decisivos que, integrados pela presença da câmera e o cinema ao vivo, fazem ver um tanto da violência estrutural que define nossa sociabilidade no seu momento interracial, quando o silencio é nome de ferida social.

Sinopse
"Depois do Ensaio, Nora, Persona": três ensaios sobre a falta e as formas do terror que atravessam processos de mobilidade social na dinâmica inter-racial disso que ainda chamamos sociedade. Primeiro, o teatro, e o que nele se faz na medida em vamos nos inventando a nós mesmos; depois, os confrontos da cena em sua demanda violenta de atualidade sem recuos; por fim, o trabalho de cura sobre os corpos que não esquecem suas dores, mas que as vão mapeando, no esforço de não se perderem em meio a elas, numa reiteração sem fim.

Ficha técnica
Espetáculo "Depois do Ensaio, Nora, Persona" |  Textos: Ingmar Bergman (Depois do ensaio, Persona) e Henrik Ibsen ("Casa de Bonecas") | Tradução: Karl Erik Schøllhammer ("Depois do Ensaio", "Casa de Bonecas", "Persona") e Aderbal Freire-Filho ("Casa de Bonecas") | Dramaturgia, dispositivo de cena e de imagem, direção geral: José Fe  rnando Peixoto de Azevedo |  Elenco: Daniel Tonsig, Castilho, Ellen Regina, Filipe Roseno, Izabel Lima, Rodrigo Scarpelli, Thainá Muniz e Victor Barros | Direção técnica e de imagem: André Voúlgaris | Direção de arte: Beatriz Barros e Maíra Sciuto | Direção musical e trilha: Muato | Desenho de Luz: Denilson Marques | Assistente de direção: Diego Roberto | Operação de câmera e edição de imagens: Fredo Peixoto | Assessoria de imprensa: Canal Aberto – Márcia Marques, Daniele Valério e Kelly Santos | Produção: Gabi Gonçalves e Anderson Vieira - Corpo Rastreado.

Serviço
Espetáculo "Depois do Ensaio, Nora, Persona" |  Com Sociedade Arminda e direção de José Fernando Peixoto de Azevedo |  Até dia 23 de junho de 2024 | Quintas, sextas e sábados, às 19h00 | Domingos e feriados, às 17h00 | Quinta, 30 de maio, às 17h00 |  Quarta-feora, 19 de junho, às 19h00 | Duração: 230 minutos, com intervalo | Sesc Avenida Paulista - Local: Arte II (13º andar) | Av. Paulista, 119 - Bela Vista / São Paulo  | Ingressos: R$ 50,00 (inteira), R$ 25,00 (meia-entrada) e R$ 15,00 (credencial plena)

.: De Abel & Gordon, "A Estrela Cadente" combina comédia e filme noir


Parceiros na vida e na arte, Fiona Gordon e Dominique Abel trabalham juntos desde 1980 com teatro físico. No cinema, já dirigiram vários curtas e longas, como o sucesso “Perdidos em Paris”, e agora lançam "A Estrela Cadente" ("L'Étoile Filante") , em cartaz na rede Cineflix Cinemas, com distribuição da Pandora Filmes. São Paulo, Rio de Janeiro, Aracaju, Belo Horizonte, Brasília, Florianópolis, Fortaleza, Porto Alegre, Recife e Vitória são as cidades onde o filme, com classificação indicativa de 12 anos, poderá ser assistido. 

Exibido no Festival de Locarno e ganhador do Prêmio do Júri no Beaujolais Meetings of French-speaking Cinema, o longa tem como protagonista Boris, interpretado pelo próprio Abel, um homem que, no passado, foi um ativista, mas, agora, vive uma vida mais tranquila, como barman num bar underground, onde espera ter deixado o passado para trás. Porém, um homem (Bruno Romy), vítima de um atentado, o reconhece e busca vingança. Então, Boris e sua mulher Kayoko (Ito) encontram por acaso, um duplo do barman (também interpretado por Abel), e veem nele a chance de salvar a vida de Boris, porém não esperavam que Fiona (Gordon), a ex-mulher de Dom, entrasse em cena para saber o que aconteceu com o marido. 

Escrito e dirigido pela dupla de diretores, "A Estrela Cadente" é uma comédia de poucos diálogos e muitos estranhamentos que lembra o estilo peculiar de Aki Kaurismäki. Mas os diretores têm seu estilo próprio. Segundo eles, o longa se passa em um mundo de turbulência social: o de hoje. “Cada vez que abrimos a porta podemos ouvir um apelo: um mundo sem consciência está destruindo o mundo”. Abel e Gordon apontam que seus filmes costumam ser classificados como “burlesco poético”. “Ao cruzar a estrada da comédia física para o filme noir, nós não abandonamos nosso desejo de criar humor. Nós exploramos uma paleta mais ácida. Pessimismo, niilismo e melancolia irrigam 'A Estrela Cadente', mas nossos personagens são moralmente ineptos e enchem o filme noir com cores vibrantes”

“Em 'A Estrela Cadente', Abel e Gordon trazem sua sensibilidade cômica para o que poderia ser vagamente descrito como uma história de detetive, contada em um estilo de filme noir pontuado por flashes de cores: um vestido vermelho, um pequeno carro verde, uma scooter amarela brilhante. [...] Cada cena é meticulosamente composta e coreografada, proporcionando momentos memoráveis”, escreve Peter Debruge em sua crítica à Variety


Ficha Técnica
Filme "A Estrela Cadente" ("L'Étoile Filante") | Direção: Fiona Gordon e Dominique Abel | Roteiro: Fiona Gordon e Dominique Abel | Produção:  Fiona Gordon, Dominique Abel, Christie Molia | Elenco: Dominique Abel, Fiona Gordon, Kaori Ito, Philipe Martz, Bruno Romy | Direção de Fotografia: Pascale Marin |
Montagem: Julie Brenta | Gênero: policial, comédia | País: França, Bélgica | Ano: 2023 | Duração: 98 minutos | Classificação Indicativa: 12 anos


Assista na Cineflix
Filmes de sucesso como "Furiosa: uma Saga Mad Max" ("Furiosa: A Mad Max Saga") são exibidos na rede Cineflix CinemasPara acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021.

Trailer de "A Estrela Cadente"


.: "Rita Lee - Uma Autobiografia Musical" estende temporada no Teatro Porto


Com roteiro e pesquisa de Guilherme Samora, direção de Marcio Macena e Débora Dubois e direção musical de Marco França e Marcio Guimarães, espetáculo é baseado na autobiografia da rainha do rock brasileiro. Foto: João Caldas F.º

Em comemoração aos seus 9 anos, o Teatro Porto atendeu aos pedidos do público prorrogando a temporada do espetáculo "Rita Lee - Uma Autobiografia Musical", inspirado na autobiografia da cantora. Com mais de 15 mil ingressos vendidos antes da estreia e mais de 40 sessões esgotadas, a temporada será estendida até 15 de setembro, com apresentações às sextas e aos sábados, às 20h, e aos domingos, às 17h. Com direção de Marcio Macena e Débora Dubois, o espetáculo traz a atriz Mel Lisboa interpretando a roqueira-mor em um musical inédito, dez anos depois da estreia do sucesso "Rita Lee Mora ao Lado".

Quando Mel Lisboa pisou pela primeira vez em cena como Rita Lee em 2014, ela não poderia prever algumas coisas: primeiro, de que seriam meses de casa cheia num dos maiores teatros de São Paulo. Segundo, que a própria Rita apareceria sem avisar, abençoaria sua performance e ainda voltaria para assistir ao espetáculo. Trabalho, aliás, que rendeu a Mel prêmios como melhor atriz e a colocou de vez entre os maiores nomes do teatro nacional, com uma frutífera e diversificada carreira. 

Como diz Rita no livro, seu grande gol é ter feito um monte de gente feliz. E Mel, no palco como Rita, leva a sério essa missão e comemora o sucesso da temporada. “Ao mesmo tempo que me surpreendi com o sucesso de vendas absolutamente incomum do espetáculo, não é estranho considerando a magnitude da obra e vida da Rita Lee. E, agora que estamos sentindo a reação da plateia, percebemos que, de fato, Rita fez e ainda faz um monte de gente feliz", declara Mel Lisboa.

A nova montagem ainda tem direção musical de Marco França e Marcio Guimarães e, junto com Mel, estão no elenco Bruno Fraga, Fabiano Augusto, Carol Portes, Debora Reis, Flavia Strongolli, Yael Pecarovich, Antonio Vanfill, Gustavo Rezê e Roquildes Junior. Diferentemente do projeto anterior, dessa vez, Mel conta a história de Rita com base no livro da cantora, lançado em 2016 e um dos maiores sucessos editoriais do Brasil. O livro narra os altos e baixos da carreira de Rita com uma honestidade escancarada, a ponto de ter sido apontado como “ensinamento à classe artística” pelo jornal O Estado de São Paulo. A ideia do novo musical surgiu quando Mel gravou a versão em audiolivro, como Rita, em 2022. 

O texto de Rita, numa narrativa envolvente e perfeita para um musical biográfico, conta do primeiro disco voador avistado por ela ao último porre. Sem se poupar, ela fala da infância e dos primeiros passos na vida artística; de Os Mutantes e de Tutti-Frutti; de sua prisão em 1976, na ditadura; do encontro de almas com Roberto de Carvalho; das músicas e dos discos clássicos; do ativismo pelos direitos dos animais; dos tropeços e das glórias.

A montagem tem roteiro e pesquisa de Guilherme Samora inspirada no livro "Rita Lee - Uma Autobiografia", onde a cantora fala abertamente da sua vida pessoal e profissional. A ideia é criar uma versão inédita que mostre todas as facetas dessa grande cantora, compositora, multi-instrumentista, apresentadora, atriz, escritora e ativista dos direitos humanos e uma das maiores, se não a maior artista brasileira.

O Teatro Porto prorroga a temporada do musical "Rita Lee - Uma Autobiografia" em sintonia com as comemorações de seus 9 anos, completados em maio. Como parte de seu compromisso em incentivar a cultura brasileira e fomentar a efervescência da região central da cidade, a peça se alinha à visão curatorial do teatro, que busca excelência artística enquanto promove a inclusão de diferentes públicos.

Clientes da Porto Bank mais acompanhante têm 50% de desconto, e clientes Porto mais um acompanhante têm 30% de desconto.  O Teatro Porto oferece a seus clientes uma van gratuita partindo da Estação da Luz em direção ao prédio do teatro. O local de partida é na saída da estação, na Rua José Paulino/Praça da Luz. No trajeto de volta, a circulação é de até 30 minutos após o término da apresentação. E possui estacionamento gratuito para clientes do teatro. Compre o livro "Rita Lee - Uma Autobiografia Musical", de Rita Lee, neste link.


Ficha técnica
Espetáculo "Rita Lee - Uma Autobiografia Musical". Roteiro e Pesquisa: Guilherme Samora. Direção Geral: Débora Dubois e Márcio Macena. Direção Musical: Marco França e Marcio Guimarães. Coreografia: Tainara Cerqueira. Assistente de Coreografia: Priscila Borges. Figurinista: Carol Lobato. Iluminação: Wagner Pinto. Elenco: Mel Lisboa, Bruno Fraga, Fabiano Augusto, Carol Portes, Debora Reis, Flavia Strongolli, Yael Pecarovich, Antonio Vanfill, Gustavo Rezê e Roquildes Junior. Coordenação de Produção: Edinho Rodrigues. Realização: Brancalyone Produções.

Serviço
Espetáculo "Rita Lee - Uma Autobiografia Musical". Estreou em 26 de abril de 2024. Temporada prorrogada até 15 de setembro - Sextas e sábados às 20h e domingos, às 17h00. Ingressos:  Sextas - Plateia: R$100,00 (inteira) Balcão e Frisas: R$80,00 (inteira). Valor especial: R$40,00 (inteira)* Sábados e Domingos - Plateia: R$120,00 (inteira) Balcão e Frisas: R$100,00 (inteira). Valor Especial: R$40,00 (inteira)*O ingresso VALOR ESPECIAL é válido para todos os clientes e segue o plano de democratização da Lei Rouanet, havendo uma cota deste valor promocional por sessão.. Classificação: 12 anos. Duração: 120 minutos. Teatro Porto. Al. Barão de Piracicaba, 740 – Campos Elíseos – São Paulo. Telefone (11) 3366-8700.


Bilheteria
Aberta somente nos dias de espetáculo, duas horas antes da atração.
Clientes Porto Bank mais acompanhante têm 50% de desconto.
Clientes Porto mais acompanhante têm 30% de desconto.
Vendas: www.sympla.com.br/teatroporto
Capacidade: 508 lugares.
Formas de pagamento: Cartão de crédito e débito (Visa, Mastercard, Elo e Diners).
Acessibilidade: 10 lugares para cadeirantes e 5 cadeiras para obesos.
Estacionamento no local: Gratuito para clientes do Teatro Porto.


O Teatro Porto oferece a seus clientes uma van gratuita partindo da Estação da Luz em direção ao prédio do teatro. O local de partida é na saída da estação, na Rua José Paulino/Praça da Luz. No trajeto de volta, a circulação é de até 30 minutos após o término da apresentação. E possui estacionamento gratuito para clientes do teatro.

.: "Corpo Intruso" faz nova temporada na Biblioteca Mário de Andrade em junho


Com Luciana Schwinden, Sílvio Restiffe e Julia Terron no elenco, espetáculo "Corpo Intruso", de Samir Yazbek, com direção de Pedro Granato, ganha nova temporada de 3 a 24 de junho, na Biblioteca Mário de Andrade. As sessões acontecem toda segunda-feira, às 19h00. Após a apresentação, haverá bate-papo com escritoras convidadas. Foto: Nadja Kouchi

Texto de Samir Yazbek, com direção de Pedro Granato, o espetáculo "Corpo Intruso" terá  nova temporada de 3 a 24 de junho, na Biblioteca Mário de Andrade, com sessões toda segunda-feira, às 19h00. Após a sessão haverá bate-papo com escritoras convidadas: Aline Bei (3 de junho), Ivana Arruda (10 de junho), Andrea Del Fuego (17 de junho) e Natalia Timernan (24 de junho). Os ingressos são gratuitos. Com Luciana Schwinden, Sílvio Restiffe e Julia Terron no elenco, a trama acompanha a trajetória de uma professora de língua portuguesa do ensino médio que, distante da sua vocação literária, encontra-se no leito de um quarto de hospital, acometida por uma doença desconhecida. Sua relação com o marido mantém padrões de afetos desgastados pelo tempo, com arquétipos e símbolos do casamento convencional, força motriz de uma vida comprometida com as aparências e os ganhos materiais.

Ao receber no hospital a visita de uma aluna apaixonada pelo universo da literatura, a professora, questionada em sua visão de mundo, passa a rever a sua relação com o seu marido e a forma de tocar a sua própria existência. O espetáculo traz discussões sobre vida e morte, e mais precisamente, sobre o que nos mantém vivos, o que nos impulsiona a ter sonhos e querer realizá-los. O universo da educação e da literatura também estão presentes no trabalho, tanto na relação entre professora e aluna, quanto no âmbito familiar e no embate geracional. “A busca da vocação e da paixão está no centro da peça”, conta Granato.

A atmosfera é de suspense intimista. Mesclar o mistério e o drama em um ambiente hospitalar de maneira a criar uma história equilibrada e “temperada” foi o maior desafio da construção, conta o diretor. O minimalismo está presente em toda a concepção do espetáculo, da cenografia que quer colocar o espectador dentro de um quarto de hospital à trilha sonora original, fortemente inspirada na banda britânica Portishead. O espetáculo estreou no Teatro Alfredo Mesquita em março de 2024, cumprindo uma temporada com sessões lotadas e repercussão de público e crítica. Em maio realizou temporada no Pequeno Ato.


Ficha técnica
Texto: Samir Yazbek. Direção: Pedro Granato. Atores: Julia Terron, Luciana Schwinden e Silvio Restiffe. Participação Especial: Carolina Romano. Cenário e adereços: Diego Dac. Iluminação: Beto de Faria. Trilha sonora original: Décio 7. Figurino: Iara Wisnik. Produção executiva: Carolina Henriques e Rommaní Carvalho. Técnico de palco: Victor Moretti. Técnico de Luz: Carol Soares. Técnico de Som: Diego Leo. Acompanhamento técnico: Édson Reis.  Assistente de direção e Contrarregragem: Carolina Romano. Assistente de cenário e Adereços: Luana Miyamoto. Assistente de Figurino: Amrita. Assistente de Trilha Original: Joaquim Scandurra. Tintura Cabelo: Cida Grecco. Assessoria de imprensa: Adriana Balsanelli. Fotos: Nadja Kouchi. Design gráfico: Carolina Romano. Produção: Jessica Rodrigues Produções e Pequeno Ato. Direção de produção: Jessica Rodrigues.


Serviço
Espetáculo "Corpo Intruso" na Biblioteca Mário de Andrade. Temporada: de 3 a 24 de junho de 2024 - Segundas-feiras, às 19h00. Ingressos: grátis. Duração: 90 minutos. Classificação: 14 anos. Bate-papo após o espetáculo: Aline Bei (3 de junho), Ivana Arruda (10 de junho), Andrea Del Fuego (17 de junho) e Natalia Timernan (24 de junho). Biblioteca Mário de Andrade. Rua da Consolação, 94 - República / São Paulo. Telefone: (11) 3150 9453.

.: Mostra "Línguas Africanas que Fazem o Brasil" no Museu da Língua Portuguesa

Com curadoria do músico e filósofo Tiganá Santana, projeto destaca a influência das línguas iorubá, eve-fom e do grupo bantu no português falado no Brasil e na cultura nacional. Mostra será aberta no dia 24 de maio. Foto: Guilherme Sai


O dia a dia do povo brasileiro é atravessado pelas presenças africanas na forma como nos expressamos – seja na entonação, no vocabulário, na pronúncia ou na forma de construir o pensamento. É sobre essas presenças que trata a exposição temporária "Línguas Africanas que Fazem o Brasil", com curadoria do músico e filósofo Tiganá Santana e realização do Museu da Língua Portuguesa, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo. Aberta ao público desde a última sexta-feira, dia 24 de maio, a mostra fica em cartaz até janeiro de 2025. A exposição conta com patrocínio máster da Petrobras, patrocínio da CCR, do Instituto Cultural Vale, e da John Deere Brasil; e apoio do Itaú Unibanco, do Grupo Ultra e da CAIXA. 

Línguas dos habitantes de terras da África Subsaariana, como o iorubá, eve-fom e as do grupo bantu, têm participação decisiva na configuração do português falado no Brasil, seja em seu vocabulário ou na maneira de pronunciar as palavras e de entoar as frases, mesmo que esta estruturação não seja do conhecimento dos falantes. Trata-se de uma história e de uma realidade legadas por cerca de 4,8 milhões de pessoas africanas trazidas de forma violenta ao país entre os séculos 16 e 19, durante o período do regime escravocrata. Além da língua, essa presença pode ser sentida em outras manifestações culturais, como a música, a arquitetura, as festas populares e rituais religiosos.  

“Ao mesmo tempo que a gente quer mostrar ao público que falamos uma série de expressões e estruturas que remontam a línguas negro-africanas, também desejamos revelar de que maneira isso acontece. Por que falamos caçula e não benjamim? Por que dizemos cochilar e não dormitar? Essas palavras fazem parte de nosso vocabulário, da nossa vida, do nosso modo de pensar”, afirma Santana. 

A exposição "Línguas Africanas que Fazem o Brasil" recebe o público com 15 palavras oriundas de línguas africanas impressas em estruturas ovais de madeira penduradas pela sala. Serão destacadas palavras como bunda, xingar, marimbondo, dendê, canjica, minhoca e caçula. O público também poderá ouvi-las nas vozes de pessoas que residem no território da Estação da Luz, onde o Museu está localizado.  

Outro destaque no espaço é a obra do artista plástico baiano J. Cunha - um tecido estampado com os dizeres “Civilizações Bantu” que vestiu o tradicional Ilê Aiyê, primeiro bloco afro do Brasil, no Carnaval de 1996. Além disso, cerca de 20 mil búzios também estarão suspensos e distribuídos pelo ambiente. Na tradição afro-brasileira, as conchas são usadas em práticas divinatórias e funcionam como linguagem que conecta o mundo físico e espiritual.  

“Os búzios estão presentes nos espaços afro-religiosos no Brasil que foram, não os exclusivos, mas os principais núcleos de preservação e reinvenção das línguas africanas do Brasil. A partir deles, as presenças negras se irradiaram para outras dimensões da cultura popular brasileira”, diz Santana. 

Ainda na entrada da exposição, o público avistará vários adinkras espalhados pelas paredes. Trata-se de símbolos utilizados como sistema de escrita pelo povo Ashanti, que habita países como Costa do Marfim, Gana e Togo, na África. Eles podem representar desde diferentes elementos da cultura até sentenças proverbiais inteiras em um único ideograma. Evidenciando a presença desse povo como parte da diáspora africana, é possível encontrar, em diversas regiões do Brasil, gradis de residências e outras construções arquitetônicas adornados com alguns dos mais de 80 símbolos dos adinkras. 

Fazem parte da exposição duas videoinstalações da relevante artista visual fluminense Aline Motta. Na obra "Corpo Celeste III", emprestada pela Pinacoteca de São Paulo e projetada no chão em larga escala, a artista destaca formas milenares de grafias centro-africanas, especificamente as do povo bakongo, presente em territórios como o angolano. Este trabalho foi desenvolvido com o historiador Rafael Galante. Já em Corpo Celeste V, criada exclusivamente para o Museu da Língua Portuguesa, quatro provérbios em quicongo, umbundo, iorubá e quimbundo, traduzidos para o português, serão exibidos em movimento nas paredes e em diálogo com Corpo Celeste III.  

Um dos principais nomes da nova geração da escultura no país, a baiana Rebeca Carapiá  assina obras de arte criadas em diálogo com frequências e grafias afrocentradas, a partir de seu trabalho com metais. A exposição também mostra como canções populares no Brasil foram criadas a partir da integração entre línguas africanas e o português, como Escravos de Jó e Abre a roda, tindolelê. O “jó”, da faixa "Escravos de Jó", advém das línguas quimbundo e umbundo e quer dizer “casa”, “escravos de casa”.

“Escravizados ladinos, crioulos e mulheres negras, que realizavam trabalho doméstico e falavam tanto o português de seus senhores quanto a língua dos que realizavam trabalhos externos, foram a ponte para a africanização do português e para o aportuguesamento dos africanos no sentido linguístico e cultural”, diz Tiganá Santana com base nas pesquisas da professora Yeda Pessoa de Castro. 

Além dos búzios, a mostra explora outras linguagens não-verbais advindas das culturas africanas ou afro-diaspóricas. Entre elas, os cabelos trançados, que, durante o período de escravidão no Brasil, serviam como mapas de rotas de fugas. E de turbantes, cujas diferentes amarrações indicam posição hierárquica dentro do candomblé. Há ainda dois trabalhos da designer Goya Lopes, cujas principais referências são as capulanas, os panos coloridos usados por mulheres em Moçambique. Tais trabalhos enfatizam uma articulação significativa com a língua iorubá. 

Outro exemplo da linguagem não-verbal são os tambores, que compõem uma cenografia constituída por uma projeção criada por Aline Motta, com imagens do mar e trechos do texto Racismo e Sexismo na Cultura Brasileira, de Lélia Gonzalez, uma das principais intelectuais do Brasil, referência nos estudos e debates de gênero, raça e classe. Nestes trechos, verifica-se o uso da expressão pretuguês cunhada pela intelectual. Por fim, ainda nessa cena, é importante ressaltar a presença de esculturas da Rebeca Carapiá, conversando com as frequências dos tambores. Numa sala de cinema interativa, o visitante será surpreendido com uma projeção de imagens ao enunciar palavras de origem africana como axé, afoxé, zumbi e acarajé.  

O público terá acesso a uma série de registros de manifestações culturais afro-brasileiras e de conteúdos sobre as línguas africanas e sua presença no português do Brasil. Há performance da cantora Clementina de Jesus, imagens da Missão de Pesquisas Folclóricas idealizada por Mário de Andrade, entrevistas com pesquisadores como Félix Ayoh’Omidire, Margarida Petter e Laura Álvarez López, além de gravações de apresentações do bloco Ilú Obá De Min e da Orkestra Rumpilezz, e o vídeo Encomendador de Almas, de Eustáquio Neves, que retrata o senhor Crispim, da comunidade quilombola do Ausente ou do Córrego do Ausente, na região do Vale do Jequitinhonha.  

Tudo isso em meio a sons de canções rituais e narrativas em iorubá, fom, quimbundo e quicongo, captados pelo linguista norte-americano Lorenzo Dow Turner nos anos de 1940 na Bahia e cedidos pela Universidade de Indiana, nos Estados Unidos. Será possível, ainda, assistir aos filmes sobre o Quilombo Cafundó: um que já existia há mais de 40 anos e outro que foi concebido para a exposição, versando sobre a língua cupópia de modo mais enfático.  


Serviço
Exposição temporária "Línguas Africanas que Fazem o Brasil"
Até janeiro de 2025
De terça a domingo, das 9h00 às 16h30 (com permanência até as 18h) 
R$ 24 (inteira); R$ 12 (meia) 
Grátis para crianças até 7 anos 
Grátis aos sábados 
Acesso pelo Portão A 
Venda de ingressos na bilheteria e pela internet: 
https://bileto.sympla.com.br/event/90834/  
Museu da Língua Portuguesa   
Praça da Língua, s/nº - Luz – São Paulo

sábado, 25 de maio de 2024

.: "200 Crônicas Escolhidas": mais que uma antologia, é homenagem a vibrante


O escritor Rubem Braga conquistou os corações dos leitores com sua habilidade singular de tecer narrativas envolventes sobre o cotidiano brasileiro. Não à toa, seu nome é hoje sinônimo de crônica, estilo que o consagrou e que foi consagrado pelo autor. Com uma sensibilidade aguçada, ele explorou uma variedade de temas, desde questões políticas até a beleza da natureza, cativando uma legião de fãs ao longo das décadas. Lançado pela Global Editora, o livro "200 Crônicas Escolhidas", com seleção e prefácio de André Seffrin, proporciona uma jornada inesquecível pelos escritos de um dos mestres da crônica brasileira.

Neste volume de 528 páginas, os leitores encontrarão uma coleção diversificada que reflete a multifacetada habilidade de Braga como cronista. Desde relatos do cotidiano até reflexões profundas sobre a condição humana. O crítico literário André Seffrin, responsável pela organização deste volume, mergulhou fundo no vasto repertório de Braga para oferecer aos leitores uma experiência literária abrangente e emocionante. Desde as crônicas mais antigas até aquelas publicadas postumamente, a seleção foi cuidadosamente concebida para representar o melhor do legado do escritor.

"200 Crônicas Escolhidas" é, assim, mais do que uma antologia; é uma homenagem vibrante a um dos grandes mestres da literatura brasileira, apresentada de forma magistral pela Global Editora. O livro faz parte de um amplo projeto da editora em renovar as publicações de Rubem Braga. Este novo volume é a culminância de uma iniciativa iniciada em outubro de 2021 com o lançamento de "50 Crônicas Escolhidas"; seguido, em setembro de 2022, por "100 Crônicas Escolhidas"; e, em março de 2023, com o livro "150 Crônicas Escolhidas". A ideia é que os leitores possam ter à sua disposição antologias concebidas com extensões várias e pressupostos também distintos entre si. Um percurso irrecusável para todo aquele que deseja passear pelas mais sublimes manifestações literárias da perspicaz sensibilidade do cronista. Compre o livro "200 Crônicas Escolhidas", de Rubem Braga, neste link.

Sobre as obras da Coleção Rubem Braga
"50 Crônicas Escolhidas"  Seleção cuja disposição das crônicas é norteada pela cronologia delas – da mais antiga para a mais recente. Compre o livro "50 Crônicas Escolhidas", de Rubem Braga, neste link.

"100 Crônicas Escolhidas"  coletânea organizada por blocos temáticos, que inclui crônicas que nunca haviam sido publicadas em livro até então. Compre o livro "100 Crônicas Escolhidas", de Rubem Braga, neste link.

"150 Crônicas Escolhidas"  Dividida em blocos temáticos que guardam conexões entre si, a obra apresenta aos leitores várias facetas do autor. Compre o livro "150 Crônicas Escolhidas", de Rubem Braga, neste link.

"200 Crônicas Escolhidas"  Leva em consideração a seleção feita pelo próprio Rubem Braga para obra semelhante publicada em 1977. Porém, algumas crônicas foram retiradas para darem lugar a textos que só foram publicados em livros póstumos. Compre o livro "200 Crônicas Escolhidas", de Rubem Braga, neste link.

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