domingo, 5 de janeiro de 2025

.: "Rabo de Foguete", um relato pessoal sobre o exílio de Ferreira Gullar


Ferreira Gullar
demorou a escrever sobre a perseguição política que viveu durante a ditadura civil-militar, mas em 1989 publicou "Rabo de Foguete: os Anos de Exílio", que chega agora em edição renovada pela editora José Olympio, do Grupo Editorial Record. Relato de fôlego em primeira pessoa, a obra literária é também um documento histórico, imortalizado na voz de um dos maiores nomes da literatura brasileira

A edição traz um encarte com imagens inéditas, como o passaporte que era usado por Gullar nas sucessivas imigrações a que foi forçado, posteriormente cancelado, e relatórios do Serviço Nacional de Informação sobre o paradeiro do poeta. Os capítulos curtos revelam como ele ficou escondido no Brasil, mostra o que ele viu nas ditaduras do Chile e da Argentina, traz dramas pessoais e destaca a criação do Poema sujo, sua obra-prima escrita no exílio

Em "Rabo de Foguete", o pessoal e o histórico se confundem: trata-se de um livro de memórias com ritmo de romance. Nestas páginas, Ferreira Gullar narra como os anos de chumbo da ditadura civil-militar brasileira o atingiram e levaram a viver no exílio durante a década de 1970.

Voz ativa e contrária ao regime imposto, Ferreira Gullar se viu obrigado a cair na ilegalidade no final dos anos 1960. Foi abrigado por amigos no Rio de Janeiro, depois seguiu para o desterro em países como Uruguai, Argentina, União Soviética, Chile e Peru. Sua odisseia termina com o retorno ao Brasil, em 1977, ainda como perseguido político, o que o levou até os porões do DOI-CODI. Este é um relato pessoal capaz de expressar a dor a e angústia compartilhada pelos perseguidos políticos latino-americanos durante as décadas de ditaduras no continente. Compre o livro "Rabo de Foguete: os Anos de Exílio", de Ferreira Gullar, neste link.


O que disseram sobre o livro
“'Rabo de Foguete', o livro de memórias de Ferreira Gullar sobre seus anos de exílio na década de 1970, durante a ditadura militar em nosso país, mais do que o relato de uma experiência individual é a história de um destino humano no contexto histórico global de nosso tempo.” – Davi Arrigucci Jr., Folha de S.Paulo

“O seu legado é a obra, que, às vezes, faz a gente até esquecer a biografia. Mas este não é o caso. Ele teve uma vida bonita, difícil e de grande dignidade. O sofrimento do exilado não lhe tirou a graça.” – Nélida Piñon

“O que sempre marcou a conduta de Ferreira Gullar, para além da extraordinária qualidade de sua obra, foi a coragem de assumir a defesa da liberdade em momentos críticos da vida brasileira.” – Antonio Carlos Secchin, O Globo

“A imagem mais forte de Ferreira, para mim, vem do meu período na prisão. Ele estava, junto com Gil, Antonio Callado, Paulo Francis e outros, num xadrez ao lado do meu. Sua lucidez e sua firmeza faziam dele o melhor companheiro imaginável. Todos os jovens que estavam na minha cela eram gratos a ele pela solidariedade e eficácia em ajudar.” – Caetano Veloso


Sobre o autor
Ferreira Gullar (São Luís/MA, 1930 – Rio de Janeiro/RJ, 2016) foi escritor, poeta, dramaturgo, crítico de arte e tradutor. Laureado com o Prêmio Camões em 2010, Gullar é considerado um dos maiores autores da literatura brasileira. Foi nome proeminente do movimento neoconcreto, ao lado de Lygia Clark e Hélio Oiticica, e autor de obras imensuráveis, como "Poema Sujo" e "Dentro da Noite Veloz". Personalidade atuante na oposição à ditadura civil-militar, foi perseguido e preso. Em 2014, foi eleito para a cadeira no 37 da Academia Brasileira de Letras. Garanta o seu exemplar de "Rabo de Foguete: os Anos de Exílio", escrito por Ferreira Gullar, neste link.

.: Com direção de Gustavo Barchilon, musical "Rio Uphill" estreia em São Paulo


Dirigido por Gustavo Barchilon, primeiro musical brasileiro totalmente original criado em Nova York chega em São Paulo a partir de 18 de janeiro, no Teatro VillaLobos,
depois de temporada de sucesso no Rio de Janeiro. Foto: divulgação


Primeiro musical totalmente original com temática e criação brasileiras desenvolvido em Nova York, "Rio UpHill - O Musical" chega no início de 2025 a São Paulo para curta temporada, de 18 de janeiro a 16 de fevereiro, no Teatro VillaLobos, depois da bem-sucedida estreia no Rio de Janeiro. Com direção de Gustavo Barchilon, o musical é apresentado pelo Ministério da Cultura e Petrobras, tem coprodução da Barho Produções e JMP Produções Artísticas.

Radicada há dez anos nos Estados Unidos, para onde foi estudar teatro musical, a autora Juliana Pedroso alimentava a ideia de fazer uma obra original que levasse a cultura brasileira ao público da Broadway. Em parceria com o escritor e compositor premiado Matthew Gurren e do músico brasileiro de carreira internacional Nanny Assis, Juliana criou "Rio Uphill - O Musical", para contar a história do encontro de dois jovens cariocas de realidades bem distintas e seus desafios. 

O espetáculo estava pronto para iniciar carreira quando veio a pandemia. Sem poder ganhar os palcos, foi registrado como filme independente, o que lhe rendeu 22 indicações e 15 prêmios internacionais, em especial por sua música, composta por Matthew Gurren e Nanny Assis. Antes disso, o musical já havia sido indicado ao prestigioso Richard Rogers Awards (2020), destinado a musicais em desenvolvimento em Nova York.

“’É uma temática nunca vista em musicais desse porte e um certo atrevimento nosso contar uma história original, com elenco predominantemente desconhecido e músicas originais”, destaca Juliana Pedroso. “O espetáculo retrata de perto a vida nas comunidades e procuramos uma visão autêntica, divertida e sensível das histórias que nascem ali, com as complexidades e a riqueza da cultura local, com cenários vibrantes e músicas poderosas, que contagiaram a plateia no Rio. O romance entre o jovem de classe média alta Daniel, e Julia, cria do Morro do Sol, tem conectado o público em uma experiência poderosa e emocionante para todos. Tivemos uma resposta muito forte do público carioca, que veio de diferentes partes da cidade, inclusive gente que nunca tinha ido ao teatro, e deixaram depoimentos emocionados porque pela primeira vez se sentiram representados em um espetáculo musical desse porte”, vibra.

Gustavo Barchilon, que esteve à frente de sucessos como "Alguma Coisa Podre", "Barnum - O Rei do Show", "Bob Esponja" e "Funny Girl", celebra o fato de ter a chance de fazer seu primeiro musical original brasileiro: “Meu objetivo foi criar um espetáculo que representasse a favela de formas inovadoras, com a intenção de popularizar essas visões  e ideais pelo mundo. Quero transmitir mensagens reais, desconstruindo a visão estereotipada de homens negros periféricos como perigosos e mulheres como objetos sexuais. Rompendo com narrativas já conhecidas e óbvias, pretendo sempre avançar com nossa arte e mudar a forma como o Brasil e os brasileiros são vistos pelo mundo”, explica o diretor. O musical tem também uma parceria com a Spectaculu Escola de Arte e Tecnologia, para que parte da equipe técnica contratada sejam em sua maioria jovens periféricos ex-alunos do projeto.

A psicóloga Deborah Medeiros fez a consultoria de representações raciais e de gênero, além da análise crítica de narrativa e letramento racial, atuando em todas as áreas do musical: “Não existem decisões que sejam apolíticas e elas sempre vão reforçar o que está estabelecido ou vão avançar para uma mudança. Por isso foi importante trabalhar com os autores, a direção, o elenco, cenografia, figurino, coreografia, iluminação, até sobre a peça gráfica de divulgação, enfim todas as instâncias, para identificar se o discurso estava coerente com as questões que eles queriam tratar no musical”, explica Deborah.


Sinopse de "Rio Uphill"
Uma reviravolta inesperada na véspera do Ano Novo reúne Miguel, cria do Morro do Sol, e Daniel, um jovem de classe media alta do Rio de Janeiro. Daniel se encanta por Júlia, irmã de Miguel, e eles mergulham em um romance cheio de paixão, quando todos se veem envolvidos em uma situação surpreendente. Juntos eles terão que enfrentar os obstáculos e desafios de uma sociedade parcial.


Sobre o diretor
Gustavo Barchilon iniciou a carreira artística como ator e produtor e, a partir de 2009, na direção, primeiro com um espetáculo de Domingos de Oliveira e depois com a dupla Charles Möeller e Claudio Botelho, sendo assistente em diversos musicais. Na sequência, esteve na equipe de espetáculos do Cirque du Soleil e, dois anos depois, foi convidado pela australiana Loretta Gasparini para ser diretor de cena do espetáculo "Magic Mike", no disputado West End londrino.

Em 2021, Gustavo assumiu a direção da versão brasileira de "Barnum" e, em seguida, da aclamada peça "4000 Miles". Seu trabalho o levou a ser um dos diretores mais indicados nas principais premiações de teatro em 2022, além de conquistar o prêmio de Melhor Diretor no Did Awards por sua direção em "Barnum". Em 2023, Gustavo dirigiu Funny Girl, Something Rotten e SpongeBob, recebendo indicações de Melhor Diretor no Prêmio Bibi Ferreira e ganhou outra vez o prêmio de Melhor Diretor no Did Awards. Também foi premiado com o Prêmio Arcanjo como Melhor Diretor de Teatro de 2023. Seu trabalho foi reconhecido pelo jornal Folha de S. Paulo como um dos diretores mais importantes da cena teatral moderna do Brasil, e ele foi nomeado Príncipe dos Musicais pela Broadway World.

Sobre a idealizadora e autora
Juliana Pedroso é uma produtora teatral, designer e escritora brasileira. Criadora e autora de "Rio Uphill - O Musical". Seus créditos como produtora incluem a nova comédia musical off Broadway, "What Do Critics Know?" (The Signature Theater), "Bananawood" (NY Theater Festival), "Sleep No More" (NYC, Drama Desk Award, Obie Award), "Prototype Festival" (NYC).


Sobre o autor de música e letras
Matt Gurren é escritor e cineasta americano, fundador da MWG Productions LLC. Dentre seus trabalhos, "Rio Uphill" (2021 Richard Rodgers Award Finalist, 2019 ASCAP Workshop), que foi adaptado para um filme que recebeu mais de 22 prêmios e seleções nos Festivais Internacionais de Cinema. Seu premiado musical "What Do Critics Know?" estreou off-Broadway no Alice Griffin Theatre at Signature e teve apresentações e concertos em todo os EUA. Outras peças incluem "The Suffragette" (Balch Arena Theatre) e "The Appraiser's Desk" (Center Stage). Suas obras e canções já tocaram no The York Theatre Company, Feinstein's/54Below, New World Stages, Theater Row, Blue Note, West Side Theater e Brookfield Theater. Ele é o coautor do livro de ficção científica "Children of Astra".

Música
Nanny Assis, é um cantor, percussionista e compositor brasileiro. Integrou a Orquestra de Gafieira especializada em ritmo folclórico brasileiro. Desde 1986, Nanny tocou com Vinícius Cantuária, Kenny Baron e Janis Siegel. Em 1999, mudou-se para Nova York, onde é hoje amplamente conhecido pelas suas atuações semanais em alguns dos locais mais ilustres da cidade. Fez apresentações por toda a Europa, incluindo Itália, França, Suíça e Inglaterra. Nanny se apresentou no Barbican Centre e no Queen Elizabeth’s Hall, em Londres. Em 2011 e 2019 recebeu o prestigioso Prêmio da Imprensa Internacional Brasileira como “Melhor Cantor do Ano”. Nanny gravou três álbuns: Brazilian Vibes, com Arthur Lipner, Double Rainbow e Honey & Air com Janis Siegel.


Ficha técnica
"Rio Uphill - O Musical"
Diretor artístico: Gustavo Barchilon
Concepção: Juliana Pedroso
Diretor de produção: Thiago Hofman
Autores: Juliana Pedroso e Matthew Gurren
Compositores: Nanny Assis e Matthew Gurren
Arranjos: Nanny Assis, Matt Gurren e Carlos Bauzys
Letras: Matthew Gurren
Diretor musical e orquestrador: Carlos Bauzys
Assistente de direção musical: Marcelo Farias
Cenógrafa: Natália Lana
Cenógrafo assistente: Victor Aragão
Versionista: Talita Real
Coreógrafos: Gabriel Malo e Nyandra Fernandes
Assistente de coreografia: Paty Athayde
Figurinista: Ana Elisa Schumacher
Designer de som: Paulo Altafim
Desenho de luz: Maneco Quinderé
Visagista: Feliciano San Roman
Produtora de elenco: Giselle Lima
Consultora de representações raciais e de gênero: Deborah Medeiros
Assistente de direção: Isabel Castello Branco
Elenco: Cadu Libonati (Daniel), Carol Botelho (Julia), Bhener (Miguel), Andrea Marquee (Dona Lúcia), Priscila Araújo (Bonita), Osmar Silveira (Bruno / Cover Daniel), Ana Elisa Schumacher (Larissa), Kaue Penna (Carlito / Cover Miguel), VN Rodrigues (Bolade), Bruno Sankofá (Álvaro), Rafael de Castro (Hugo e Sérgio), Julia Perré (Gabi / cover Julia), Carol Donato (Mari e Ensemble / cover Larissa), Jessica Santos (ensemble / cver Dona Lucia e Bonita), Vicenthe Oliveira (ensemble / Cover Bruno e Bolade), Peter (ensemble / cover Carlito),  Léo Aruom (bailarino) e Lucas Alfred (bailarino).


Serviço
"Rio Uphill - O Musical"
Teatro Villa-Lobos - Shopping Villa-Lobos
Av. Drª Ruth Cardoso, 4777 - Jardim Universidade Pinheiros / São Paulo
Temporada: de 18 de janeiro a 16 de fevereiro de 2025
Dias: Sextas às 20h / Sábados às 17h e 20h / Domingos às 15h e 18h
Duração: 100 minutos
Capacidade: 720 pessoas


Ingressos
Plateia Premium: Meia Entrada R$80,00 / Inteira R$160,00
Plateia Gold: Meia Entrada R$65,00 / Inteira R$130,00
Plateia Silver: Meia Entrada R$50,00 / Inteira R$100,00
Plateia Popular: Ingresso Popular Meia R$20,00 / Ingresso Popular Inteira R$40,00
Balcão:  Ingresso Popular Meia R$20,00 / Ingresso Popular Inteira R$40,00

Vendas pela internet (http://www.sympla.com.br) ou presencialmente, nos pontos de venda por meio dos totens no Shopping, localizado no 4º andar - ao lado da bilheteria, ou ainda na bilheteria do Teatro Villa Lobos (nos dias do espetáculo, 3h antes do horário do espetáculo até o início da apresentação).

.: Com direção Ilana Kaplan, espetáculo "Paródias In Concert" estreia no Teatro Uol


Após temporada de sucesso, Aquela Dupla, composta pelas atrizes Livia La Gatto e Renata Maciel, está de volta à cena paulistana com o espetáculo "Paródias In Concert". Foto: Weslei Soares

Conhecidas pelas paródias, que conquistaram o público nas redes sociais, Aquela Dupla retorna a São Paulo para uma experiência única, misturando humor e música ao reinterpretar clássicos da MPB e sucessos internacionais. O show "Paródias In Concert", com Livia La Gatto e Renata Maciel, sob a direção da atriz Ilana Kaplan, acontecerá de 11 de janeiro a 2 de fevereiro no Teatro Uol, que fica no Shopping Pátio Higienópolis.

O espetáculo traz novas paródias e momentos hilários, mantendo o público envolvido do início ao fim. O sucesso da dupla nas redes sociais, com milhões de visualizações, agora se traduz em apresentações ao vivo que não perdem a essência irreverente e crítica que as consagrou.


Ficha técnica
Espetáculo 
"Paródias In Concert"
Elenco: Livia La Gatto e Renata Maciel
Direção: Ilana Kaplan
Produção Executiva: Luisa Toledo
Realização: Ventilador de Talentos
Técnico de luz: Jânio Silva
Técnico de som: Éder Sousa
Designer e rede sociais:  Pierre da Rosa
Contrarregra: Venicio Alvarenga
Coordenador geral: Paulo Marcel


Serviço
Espetáculo 
"Paródias In Concert"
Elenco: Livia La Gatto e Renata Maciel
Direção: Ilana Kaplan
Duração: 60 minutos
Classificação: 14 anos
Gênero: comédia
Temporada: de 11 de janeiro a 2 de fevereiro de 2025
Horário: sábados, às 22h00, e domingos, às 20h00.
Ingressos: a partir de R$ 50,00
Ingressos on-line: https://teatrouol.com.br
Bilheteria: quartas e quintas-feiras, das 17h00 às 20h00, sextas-feiras, das 16h00 às 20h00, sábados, das 13h00 às 22h00, e domingos, das 13h00 às 20h00.
Informações e reservas para grupo: @ventiladordetalentos
Teatro Uol | 300 lugares
Shopping Pátio Higienópolis - Av. Higienópolis, 618 / Terraço
Telefone: (11) 3823-2323

.: Livro explica o que é o "longotermismo" e propõe atitudes para uma causa nobre


A história escrita da humanidade abrange apenas cinco mil anos. Já o futuro ainda não escrito pode durar milhões ou acabar amanhã. Na obra "O que Devemos ao Futuro", que chega às livrarias brasileiras pelo selo Crítica, da Editora Planeta, com traduçãode Maria de Fátima Oliva do Coutto, o professor associado de Filosofia da Universidade de Oxford, William MacAskill defende o conceito do "longotermismo", definido como a perspectiva de que é dever da geração atual fazer muito mais para proteger os interesses das novas gerações.

Para o autor, tudo começa de uma simples premissa: as sociedades futuras importam. A partir deste entendimento, MacAskill explora as possíveis conclusões e potenciais caminhos que a geração atual deve tomar como uma prioridade moral para promover mudanças duradouras e que impactem positivamente para as gerações futuras. O filósofo também evidencia que é necessário agir imediatamente ainda que as ações longotermistas sejam realizadas priorizando benefícios a longo prazo, uma vez que estes movimentos beneficiam tanto as sociedades atuais quanto as futuras.

Sob esta perspectiva, MacAskill entende que não é suficiente apenas reverter as mudanças climáticas ou evitar a próxima pandemia. É preciso garantir que a civilização se recupere caso entre em colapso, prevenir o fim do progresso moral e preparar a humanidade para um mundo onde os seres mais inteligentes do planeta serão digitais. "Uma pandemia oriunda de vírus produzidos em laboratório, ou a Terceira Guerra Mundial, ou uma catástrofe impulsionada pela inteligência artificial tanto provocaria mortes e sofrimentos incalculáveis para as atuais gerações como também colocaria nosso futuro em perigo", completa.

Indo além da teoria e dos argumentos, O que devemos ao futuro ainda sugere opções e caminhos para operacionalizar o longotermismo, propondo pequenas ações, como aprimorar conhecimentos a respeito de questões específicas, até movimentos em escalas geopolíticas, como países ricos do mundo destinar no mínimo 1% do seu PIB a causas em benefício manifesto das futuras gerações. Empreendedor social listado na Forbes 30 Under 30 e cofundador de organizações sem fins lucrativos como Giving What We Can, Centre for Effective Altruism e o 80,000 Hours, William MacAskill reconhece que é preciso construir uma concepção moral de mundo que leve a sério o que está em jogo e acredita que, ao fazer escolhas conscientes, é possível colocar a humanidade no caminho certo. Compre o livro "O que Devemos ao Futuro", de William MacAskill, neste link.


Sobre o autor
William MacAskill é professor associado de Filosofia na Universidade de Oxford. Na época de sua nomeação, era o professor associado de Filosofia mais jovem do mundo. Empreendedor social listado na Forbes 30 Under 30, ele também cofundou as organizações sem fins lucrativos como Giving What We Can,Centre for Effective Altruism e o 80,000 Hours, apoiado pelo Y Combinator, que, juntos, direcionaram mais de 200 milhões de dólares para instituições de caridade. Atualmente, vive em Oxford, Inglaterra. Garanta o seu exemplar de "O que Devemos ao Futuro", escrito por William MacAskill, neste link.


Ficha técnica
Livro "O que Devemos ao Futuro"
Autor: William MacAskill
Tradução: Maria de Fátima Oliva do Coutto
Revisão técnica: Dionatan Tissot e Ramiro Peres
ISBN: 978-85-422-2924-0
Número de páginas: 400
Selo Crítica, Editora Planeta
Compre o livro neste link.

.: Flávio Cerqueira celebra 15 anos de carreira com exposição no CCBB SP


Com curadoria de Lilia Schwarcz, mostra reúne em torno de 40 obras que destacam a potência da narrativa visual do artista paulistano, cuja poética mescla cenas cotidianas e oníricas com a problematização de questões de classe, identidade, raça e gênero. Público pode conferir “Flávio Cerqueira - Um Escultor de Significados” com entrada gratuita; após temporada de São Paulo, a exposição segue para os CCBBs Belo Horizonte, Brasília e Rio de Janeiro. Na imagem, “Better Together” (2020), de Flávio Cerqueira. Foto: Romulo Fialdini


“Eu penso a escultura como o instante pausado de um filme"
, explica Flávio Cerqueira ao comentar sua carreira, que chega à marca de 15 anos com uma retrospectiva individual inédita no Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo. A declaração do artista joga luz sobre o forte teor de narrativa que imprime em suas obras, com esculturas figurativas em bronze que convidam o público a completar as histórias contidas em cada detalhe de personagens tipicamente brasileiros. Até dia 7 de fevereiro, a riqueza das narrativas propostas pelo artista estará em exibição em Flávio Cerqueira - um escultor de significados, com entrada gratuita. Os ingressos poderão ser retirados na bilheteria ou reservados pelo site bb.com.br/cultura. 

É a primeira exposição individual que percorre todos os 15 anos de carreira do paulistano. O artista tem obras em importantes museus ao redor do Brasil e no exterior e chega ao CCBB São Paulo com curadoria de Lilia Schwarcz, historiadora, antropóloga e imortal da Academia Brasileira de Letras. “Muito vinculada a uma certa história ocidental, a escultura em bronze celebrava o privilégio de homens brancos. Insurgindo-se contra essa narrativa, Flávio Cerqueira seleciona pessoas que observa no dia a dia, imersas em seu próprio cotidiano, e as eleva no bronze. São personagens representados de maneira altiva, com respeito, quase de maneira filosófica", comenta a curadora.

Reconhecidas pela originalidade e riqueza de detalhes, as esculturas de Cerqueira vão ocupar todos os andares e o subsolo do prédio histórico do CCBB no centro da capital paulista - no térreo, os visitantes vão encontrar “O Jardim das Utopias", uma seleção de trabalhos pensados para áreas abertas, que exploram a temática das fontes ornamentais e esculturas instaladas em praças públicas. “A busca por uma mudança do eu e o desejo de criar um lugar imaginário norteiam essa ilha de possibilidades, muitas vezes utópicas, mas que trazem leveza ao cotidiano caótico da existência", afirma o artista sobre as obras que vão dar as boas-vindas aos visitantes.
 

Narrativas múltiplas
No quarto andar do CCBB, o núcleo “Labirinto da Memória” aborda o aspecto autobiográfico da obra de Flávio Cerqueira, com obras marcantes de sua trajetória, que parecem materializar o momento congelado de uma história, representando “o desejo de pausar um momento e gozar dele, nem que seja por mais uma única vez", como explica o artista. Compõem esse núcleo trabalhos como “Iceberg" (2012),  “Ninguém nunca esquece” (2014) e “Pretexto para te encontrar”(2013), entre outros.

Já no terceiro andar, na área “Um Caminho Sem Volta", o projeto expográfico convida a um momento mais dramático e intimista, com iluminação rebaixada e uso de luz e sombra para valorizar a interação das obras com o espaço. Objeto recorrente na produção de Cerqueira, o livro é destaque neste núcleo, formado por trabalhos que dialogam com o caráter inalcançável do conhecimento formal, principalmente o acadêmico, que se apresenta para a classe trabalhadora como uma aspiração distante. 

“Em suas primeiras aparições, livro e escultura eram feitos de materiais distintos por eu acreditar que essa erudição não me pertencia e não me era possível alcançar. No decorrer de minha jornada, descobri diversas formas de erudição e cultura, e que muitas delas não estão somente em livros", comenta o artista.

Os demais núcleos - “Histórias: as Minhas, as Nossas” e “O Processo é Lento” - reúnem, um grande número de esculturas, algumas de grande porte, além de instalação com maquetes, estudos, formas de látex, gesso e materiais de trabalho que ilustram o processo de criação artística. O segundo pavimento do prédio agrupa várias obras, enquanto o subsolo exibe os bastidores da criação das peças. No cofre do CCBB haverá a projeção de um documentário em vídeo sobre o trabalho de Flávio Cerqueira. “Uma das coisas que mais me fascinam em ser artista é o fazer e todos os processos que isso envolve, por mais demorado que possa parecer", ele explica.

As obras materializam a sensação de marginalidade, de estar e se sentir à margem, a partir de figuras tipicamente brasileiras, sempre em um instante capturado e imobilizado pelo artista. Questões de classe, identidade, raça e gênero são problematizadas em narrativas que desfocam as fronteiras entre as esculturas, o espaço arquitetônico e o visitante, que se torna co-autor na produção de múltiplos significados.

“Meu fazer artístico é o processo de transformação pelo qual passa cada material até se tornar uma escultura: a cera de abelha misturada com óleos e um pó de barro peneirado que transformo em platina e que, modelada por minhas mãos, se torna uma figura. As misturas das ligas metálicas como cobre, estanho, chumbo, zinco, ferro e fósforo derretidos a mais de mil graus centígrados que, despejadas em um bloco de areia com dióxido de carbono, eternizam essas formas modeladas em um dos mais nobres materiais da escultura, o bronze", finaliza Flávio Cerqueira.

Ao realizar este projeto, o Centro Cultural Banco do Brasil valoriza a produção artística contemporânea nacional, promove reflexões sobre a arte como ferramenta de transformação social e reafirma seu compromisso de ampliar a conexão dos brasileiros com a cultura.


Serviço
Exposição “Flávio Cerqueira - um escultor de significados”
Até dia 17 de fevereiro de 2025
Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo
Rua Álvares Penteado, 112 - Centro Histórico | São Paulo/SP
Ingressos gratuitos: disponíveis em bb.com.br/cultura e na bilheteria do CCBB SP
Informações: (11) 4297-0600
Estacionamento: o CCBB possui estacionamento conveniado na Rua da Consolação, 228 (R$ 14,00 pelo período de 6 horas - necessário validar o ticket na bilheteria do CCBB). O traslado é gratuito para o trajeto de ida e volta ao estacionamento e funciona das 12h00 às 21h00.
Transporte público: o CCBB fica a 5 minutos da estação São Bento do Metrô. Pesquise linhas de ônibus com embarque e desembarque nas Ruas Líbero Badaró e Boa Vista.
Táxi ou Aplicativo: desembarque na Praça do Patriarca e siga a pé pela Rua da Quitanda até o CCBB (200 m).
Van: ida e volta gratuita, saindo da Rua da Consolação, 228. No trajeto de volta, há também uma parada no metrô República. Das 12h00 às 21h00.
Centro Cultural Banco do Brasil - São Paulo
Rua Álvares Penteado, 112 - Centro Histórico / São Paulo

sábado, 4 de janeiro de 2025

.: De quintais a terreiros: porque ler "Cazuá" é mergulhar no Brasil ancestral


Por Helder Moraes Miranda, editor do portal Resenhando.com. 

"Cazuá: onde o Encanto Faz Morada"
, do escritor e professor Luiz Rufino, vai além das crônicas enquanto gênero literário. É uma obra que celebra a riqueza e diversidade da alma brasileira. Lançado pela editora Paz & Terra, o livro conduz o leitor a um Brasil real, profundo, e que não se limita aos registros históricos ou aos grandes eventos narrados nas salas de aula, mas se revela na dimensão encantada, ancestral e espiritual. Em "Cazuá", a  oralidade, os saberes populares e a devoção ganham protagonismo, costurando pontes que conectam passado, presente e futuro de maneira poética e visceral.

Luiz Rufino, com a escrita cheia de lirismo e sensibilidade, transforma o cotidiano em arte. Ele ensina o leitor a encontrar beleza e a sabedoria nas coisas aparentemente simples, como uma conversa de mercado, uma roda de samba, ou o silêncio de um quintal ao cair da tarde. As narrativas dele capturam a pluralidade do povo brasileiro e oferecem uma nova forma de enxergar o país, uma que valoriza as histórias contadas de boca em boca, as memórias compartilhadas nos terreiros, e os encantos escondidos nas esquinas.

No centro do livro está o conceito de "cazuá", um lugar de acolhimento, memória e mistério, onde a vida se manifesta em suas formas mais genuínas e surpreendentes. Este espaço simbólico, presente nas tradições afro-brasileiras, funciona como uma metáfora para as conexões humanas e espirituais que transcendem a materialidade e aproximam do encanto, do susto, do inusitado da vida.

"Cazuá: onde o Encanto Faz Morada" é mais do que uma leitura; é uma experiência que alimenta o espírito e amplia a visão sobre o Brasil. É um livro para ser saboreado com calma, carregado consigo e revisitado sempre que se quiser reconectar com o que há de mais bonito na cultura brasileira. Com uma escrita que mistura oralidade e poesia, Rufino transforma cada página de "Cazuá" em um convite à reflexão, um refúgio para quem busca beleza nas pequenas coisas e uma janela para um Brasil tão vasto quanto mágico. Listamos os dez motivos pelos quais esta obra é uma experiência literária indispensável. Compre o livro “Cazuá: onde o Encanto Faz Morada” neste link.


1. Redescoberta de um Brasil profundo e encantado
Em "Cazuá: onde o Encanto Faz Morada" autor Luiz Rufino desafia quem o lê a enxergar o Brasil sob uma nova perspectiva, destacando suas raízes mais profundas e misteriosas. As crônicas vão além dos fatos históricos para revelar um país vivo, pulsante, onde a memória ancestral e o encanto caminham lado a lado. É uma jornada que amplia os horizontes e permite redescobrir a riqueza da cultura nacional.


2. Poética do cotidiano e da oralidade
O autor mostra como o dia a dia pode ser uma fonte inesgotável de beleza e significado. Em sua escrita, o cotidiano brasileiro – mercados, terreiros, esquinas e quintais – é transformado em poesia. Luiz Rufino valoriza a oralidade como uma herança cultural que transcende gerações, revelando o poder das histórias compartilhadas e vividas em comunidade.


3. Conexão com a ancestralidade afro-brasileira
"Cazuá: onde o Encanto Faz Morada" mergulha nas tradições e espiritualidades afro-brasileiras, trazendo à tona um universo de saberes e práticas que moldaram a identidade do país. As histórias revelam como a ancestralidade está presente em cada detalhe, conectando pessoas, territórios e tempos de forma profunda e transformadora.


4. Encanto e espiritualidade em cada página
O conceito de "Cazuá: onde o Encanto Faz Morada" é apresentado como um espaço simbólico de acolhimento e mistério. Nas histórias, plantas falam, santos interagem com crianças, e flores enfrentam facas, criando um ambiente onde o material e o imaterial se encontram. Essa dimensão encantada torna a leitura uma experiência única, quase ritualística.


5. Estilo narrativo que mistura oralidade e escrita
A escrita de Luiz Rufino é profundamente inspirada na tradição oral. Ele "oraliza a escrita", criando um estilo intimista que aproxima o leitor das histórias, como se estivesse ouvindo um relato ao pé de uma fogueira ou durante uma roda de conversa.


6. Personagens que representam o Brasil real
As crônicas de "Cazuá: onde o Encanto Faz Morada" estão repletas de personagens que simbolizam a diversidade do povo brasileiro – crianças, trabalhadores, malandros e até plantas que conversam. Essa pluralidade reflete a riqueza cultural do Brasil e reforça a importância de valorizar as histórias e saberes de diferentes origens.


7. Exploração de múltiplos territórios brasileiros
A obra é uma viagem literária por diferentes geografias do Brasil, desde os subúrbios do Rio de Janeiro até o sertão nordestino. Cada cenário de "Cazuá: onde o Encanto Faz Morada" carrega as próprias histórias, memórias e significados, permitindo ao leitor mergulhar em uma narrativa que celebra a pluralidade cultural e territorial do país.


8. Valorização da “miudeza” do cotidiano
Luiz Rufino destaca a grandeza que existe nas pequenas coisas. Ele transforma gestos simples, encontros casuais e espaços cotidianos em cenários ricos de significado, mostrando como a vida é feita de pequenos encantos que muitas vezes passam despercebidos.


9. Estímulo à imaginação e à introspecção
Mais do que contar histórias, "Cazuá: onde o Encanto Faz Morada" instiga o leitor a imaginar outros mundos e refletir sobre diferentes formas de existir. As narrativas desafiam as fronteiras entre o material e o espiritual, provocando questionamentos profundos e enriquecedores.


10. Exaltação da brasilidade e celebração da cultura popular
"Cazuá: onde o Encanto Faz Morada" é uma ode à cultura brasileira em sua essência mais verdadeira. Com uma linguagem poética e sensível, Luiz Rufino exalta elementos como a música, a dança, a fé e a resistência, mostrando como a cultura popular é fonte de força, celebração e encantamento.

.: Entrevista: Tata Werneck na TV aberta em "'Lady Night" e "Masked Singer"

Tata Werneck estará em dose dupla no início do ano na TV Globo: Foto: TV Globo/ Divulgação

A irreverência de Tata Werneck está de volta à TV Globo em dose dupla. Além de uma seleção de episódios da oitava temporada do programa "Lady Night", que irá ao ar às quintas-feiras, após o "BBB 25", a partir do dia 16 de janeiro, e aos domingos, ela estará como jurada na quinta temporada do "The Masked Singer Brasil".

Os episódios da oitava temporada do "Lady Night", exibida no Multishow entre outubro e novembro de 2024, chegam à TV Globo em janeiro. Entrevistas bem-humoradas e surpreendentes, dinâmicas que arrancam gargalhadas e novos quadros, como "Hector Bolígrafo", em que os convidados são testados por um polígrafo, compõem a atração. Entre as personalidades que se renderam à sagacidade e ao humor nada convencional de Tata Werneck estão o jornalista Pedro Bial, as apresentadoras Xuxa e Angélica, a cantora Ivete Sangalo, e os atores Nicolas Prattes, Débora Falabella e Rafael Vitti, marido de Tata.

E no domingo, dia 12 de janeiro, após a "Temperatura Máxima", ela está na bancada do "The Masked Singer Brasil", que retorna para a quinta temporada, repleta de homenagens. Empolgada com a nova temporada, a apresentadora e comediante expressa sua alegria e expectativa para o público. "Estou muito animada para que todo mundo se emocione como estamos emocionados. É muito potente ver a descoberta de novos talentos, seja cantando ou dançando, muitas vezes para pessoas que não são da área artística. Estou também muito feliz pela estreia da Eliana e torço para que seja um enorme sucesso!", comentou a jurada.


Qual a expectativa para a exibição de mais uma temporada do "Lady Night" na TV aberta?
Tata Werneck - Acho que o "Lady" ganha muito com a possibilidade de transitar nos dois espaços e se comunicar com públicos diferentes, chegar a mais gente. A repercussão é diferente e igualmente importante.


A oitava temporada foi muito elogiada pelo público, o que você acha que deu mais certo desta vez?
Tata Werneck - Eu não sei, mas me dedico a todas as temporadas como se nunca tivesse feito nenhuma. Essa foi a mais longa de todas e, tirando a temporada em que estava grávida, foi a que me exigiu mais. O "Lady" estava há um ano e meio fora do ar e graças a Deus mostrou que tem fôlego pra mais. Amém! Porque eu ainda tenho o mesmo entusiasmo da primeira temporada!

 
Para você quais foram os momentos mais divertidos e mais significativos nessa temporada? E quais episódios você destaca como imperdíveis?
Tata Werneck - Eu amo todos os programas. Claro que alguns momentos se destacam, mas o amor pelos programas é igual. Eu amo minha conversa com a Débora Falabella, Eliane Giardini jogando uma granada e se divertindo. Amo ter vencido meu medo de entrevistar o Rafa (Vitti, seu marido) e ele ter vencido o medo dele ao mesmo tempo. Amo Narcisa e Inês Brasil descobrindo que nasceram no mesmo dia. Amei improvisar músicas com Ivete. E Angélica entrando em contradição no detector de mentiras. E amo Pedro Bial de uma maneira que nunca tinha visto.


Como está a expectativa para a quinta temporada de "The Masked Singer"?
Tata Werneck - Estou muito animada para todo mundo se emocionar como estamos emocionados. É muito potente ver a descoberta de novos talentos, seja cantando ou dançando, muitas vezes para pessoas que não são da área artística. Estou também muito feliz pela estreia da Eliana e torço para que seja um enorme sucesso!


O que o público pode esperar da quinta temporada do programa?
Tata Werneck - Muita emoção e muitas surpresas. Nós nos emocionamos verdadeiramente muitas vezes. Então, espero que o público se emocione conosco.


Essa temporada é temática das novelas. Qual novela da TV Globo mais te impactou?
Tata Werneck - "Que Rei Sou Eu", "A Próxima Vítima", "Vamp" e "Amor à Vida" são minhas novelas preferidas. 

.: Literatura: Claudia Nina reedita o romance "Paisagem de Porcelana"


A Maralto Edições lança neste mês de dezembro, uma nova edição do romance "Paisagem de Porcelana", da jornalista e doutora em Letras pela Universidade de Utrecht, na Holanda, Claudia Nina. Originalmente publicado em 2014, o livro reafirma o domínio da prosa poética da autora, e sua capacidade de explorar os intricados labirintos emocionais da alma humana. Narrada em primeira pessoa, a obra desvenda em flashbacks os momentos marcantes de Helena, uma jovem brasileira que se muda para a Holanda em busca de uma nova vida. Ao longo da narrativa, o exílio, a solidão e a violência pontuam a difícil adaptação da protagonista em seu novo país.

“Conversando com a Maralto, percebemos que o romance merecia novas incorporações além do texto original, até para marcar os meus 20 anos de carreira literária e os 10 anos de publicação de 'Paisagem de Porcelana'”, explica Claudia Nina. “Propus um prefácio dedicado a uma das personagens do livro, Yasuko, além de um texto final em que eu conto como seria a minha Holanda romântica se eu estivesse dentro de um quadro de Anton Pick. A Maralto foi bastante receptiva a todas as ideias e montou um projeto gráfico lindo”.

Com texto de orelha assinado pelo autor João Anzanello Carrascoza, o livro acompanha o relacionamento de Helena com Ernest, um homem de origem paquistanesa, misterioso e perturbador. Ao longo da trama, ele se torna uma presença opressora e perigosa, personificando a violência latente que ameaça a protagonista com seus “olhos de fera”. Em sua luta contra essa ameaça, ela se vê cada vez mais mergulhada em uma espiral de medo e degradação. Claudia Nina captura com delicadeza essa dinâmica, mostrando o distanciamento progressivo de Helena de si mesma, enquanto sua mente e seu corpo se fragmentam.

Paralelamente a jovem brasileira encontra refúgio emocional em Peter, um professor afetuoso, e em Yasuko, uma vizinha japonesa com quem desenvolve uma profunda amizade. Essa relação é construída como um contraponto à violência de Ernest, destacando o silêncio e a cumplicidade entre as duas mulheres. Yasuko, com sua presença acolhedora e silenciosa, oferece conforto a Helena, mas também traz à tona sentimentos de perda e distanciamento.

"Paisagem de Porcelana" leva o leitor a uma jornada interior, marcada pela introspecção e pela imobilidade. A autora constrói uma narrativa inquietante, em que os acontecimentos fluem como fragmentos da memória, frequentemente distorcidos pela dor e pela incerteza. Nessa viagem psicológica pela mente de Helena, as fronteiras entre realidade e loucura tornam-se indistintas.

Um duplo conhecimento antagônico: eu sabia que era eu, mas não me via. Aquela era outra pessoa que deveria ser eu até por falta de opção. Depois de haver quase perdido o dedo para o frio (depois é que percebi que poderia ter gangrenado e falido aquela pequena peça de corpo), eu sofria uma perda mais assombrosa – outra forma de morte: o desaparecimento de uma imagem. Onde estava o rosto que eu tinha deixado exatamente em cima do pescoço, embora só conseguisse, com grande dificuldade, subindo em um banquinho, ver uma parte dele no espelho do banheiro?

“Quando o romance foi lançado, muita gente falou da questão do exílio, mas o abuso psicológico sofrido por Helena passou em branco. Por que isso? Será que é ainda desconfortável tocarmos nesse tema? Será que o sofrimento da Helena deve ser desacreditado por ela ser fraca, insegura, perdida? Temos que falar sobre isso com urgência”, finaliza a autora. A obra fará parte do Programa de Formação Leitora Maralto, uma iniciativa direcionada para escolas de todo o país. Compre o livro "Paisagem de Porcelana", de Claudia Nina, neste link.


Sobre a autora
Claudia Nina nasceu no Rio de Janeiro. É gradua da em Jornalismo, mestre em Teoria Literária pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e doutora em Letras pela Universidade de Utrecht, na Holanda. Sua tese sobre Clarice Lispector foi publicada no Brasil com o título A palavra usurpada (2003). É autora de mais de 20 livros de diversos gêneros – romance, ensaio, conto, infantojuvenil –dos quais se destacam "Esquecer-te de Mim" (2011), "Amor de Longe" (2017), "Ana-Centopei"a (2021), "A Coruja e o Mondrongo" (2021), "Palavras ao Mar: histórias da Língua Portuguesa para Crianças" (2021) e "Jasmins" (2022), que foi publicado pela Maralto. Em 2015 foi finalista do Prêmio Rio de Literatura pela primeira edição do livro "Paisagem de Porcelana". Garanta o seu exemplar de "Paisagem de Porcelana", escrito por Claudia Nina, neste link.


Ficha técnica
Livro "Paisagem de Porcelana"
Autora: Claudia Nina
Editora: Maralto Edições
Número de páginas: 140
Compre o livro neste link.

.: Exposição "Comigo Ninguém Pode", de Jeff Alan, na CAIXA Cultural São Paulo


Visitada por mais de 100 mil pessoas, a mostra gratuita que já passou por Olinda, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e Fortaleza, chega a São Paulo reunindo 40 obras que retratam as feições, texturas e tons retintos de personagens reais da periferia do Recife. Foto: Jeff Alan por Shilton Araújo


Em cartaz na CAIXA Cultural São Paulo, até dia 9 de fevereiro, a exposição individual “Comigo Ninguém Pode - A Pintura de Jeff Alan”, com 40 obras do artista visual pernambucano que destacam os traços e biotipos de crianças, jovens e adultos negros que entrecruzam o caminho do artista. Na programação também estão previstas visitas mediadas e uma oficina. O projeto tem patrocínio da CAIXA e do Governo Federal, curadoria do antropólogo Bruno Albertim e realização da Fervo Projetos Culturais.

Com pinturas expostas na França e na Inglaterra e uma residência artística em Portugal, Jeff Alan desponta como um dos principais nomes das artes visuais contemporâneas brasileiras. Comigo ninguém pode, sua mais nova exposição individual, estreou em Olinda e já passou por Recife, Rio de Janeiro, Salvador e Fortaleza, com um público de mais de 100 mil pessoas.

'Comigo Ninguém Pode' é uma planta que me acompanha toda a vida, em todas as casas onde minha família morou. Eu a encontro com muita facilidade nas ruas do meu bairro e ela aparece na exposição como forma de memória, de proteção, e principalmente como um grito, um grito de quem se levanta todo santo dia, vai pra batalha e diz: ´Comigo Ninguém Pode!´. Isso me encoraja a acreditar nos meus sonhos e viver deles”, explica o artista.

Daltônico, Jeff pinta desde a infância, motivado por sua mãe, Lucilene Mendes. Começou nas ruas, tendo como suporte os grafites. “Eu costumava pintar em preto e branco, passei a inserir as cores no meu trabalho um pouco antes da pandemia, aí na série 'Olhar Para Dentro' comecei a fazer vídeos e fotos das pessoas pretas, que depois se transformaram nas pinturas”, conta ele. Seu trabalho figurativo, de dimensões diversas, em acrílica sobre tela e desenho sobre papel, dão visibilidade às histórias e rostos dos moradores de sua comunidade no bairro do Barro, zona oeste da cidade do Recife. Personagens negros reais, de seu convívio, que são fotografados e depois pintados em cores saturadas e contrastadas.

“Quando ele pinta esses rostos, ele faz um trabalho de reescrita na história da arte brasileira. Se, como Gilberto Gil canta, ´a felicidade do negro é uma felicidade guerreira´, Jeff Alan põe em decomposição a figura do preto de subalternidade degradante naturalizado por Debret. Ao trazer seus contemporâneos, quase sempre tão periféricos porque pretos, quase sempre pretos porque periféricos, para o centro não apenas da composição, mas a lugares sociais historicamente negados, ele está pintando não apenas os personagens que estão ali, mas também todas as pessoas que os antecedem e que os sucedem”, analisa o antropólogo Bruno Albertim, que assina a curadoria da exposição. 

Para o artista, seu trabalho se comunica de forma direta com a população preta: “Quero que essas obras sejam vistas como espelhos, que possam despertar o sentimento de pertencimento”, diz ele. Animado a voltar a São Paulo, seu “primeiro destino de avião, o primeiro lugar onde levei minha arte”, ele conta que retornar à cidade com uma exposição individual em um equipamento de grande porte tem um sentido ainda mais especial: “É algo muito potente. Penso em fazer uma intervenção na Praça da Sé, falar sobre sonhos, abordar as pessoas que estão em situação de rua, que também são meu público na exposição”, diz ele. Fã dos Racionais Mc´s, sua obra “Recomeços” é inspirada na música “Um Homem na Estrada”. Outra se chama “Lave o Rosto nas Águas Sagradas da Pia, Nada como Um Dia Após o Outro Dia”, trecho da música “Jesus Chorou”. 


Serviço
Exposição “Comigo Ninguém Pode – A pintura de Jeff Alan”
CAIXA Cultural São Paulo - Praça da Sé, 111 – Centro – São Paulo/SP (próxima à estação Sé do Metrô)
Até dia 9 de fevereiro de 2025.
Visita mediada com o artista: dia 18 de janeiro de 2025, às 11h00
Oficina com o artista: dia 17 de janeiro de 2025, às 14h00
Visita mediada com o curador Bruno Albertim: dias 4 de fevereiro, às 14h00, e 5 de fevereiro, às 10h00
Horário de visitação: de terça a domingo, das 9h00 às 18h00.
Entrada franca
Classificação indicativa: livre para todos os públicos.
Acesso a pessoas com deficiência 
Informações: (11) 3321-4400 | https://www.caixacultural.gov.br
Patrocínio: CAIXA e Governo Federal
Realização: Fervo Projetos Culturais 

.: "Book Love", lançamento da Mood, foi escrito sob medida para bibliófilos


“Em uma escala de 1 a 10, com 1 sendo o oposto de mim e 10 sendo perfeitamente eu, eu diria que este livro é 100. É isso mesmo, é como se alguém sondasse as profundezas da minha mente, personalidade e subconsciente e colocasse em forma de livro”
, descreve uma leitora de "Book Love". Depoimentos como esse chegam a todo instante em espaços de repercussão do livro, uma graphic novel escolhida pela editora Mood com um dos lançamentos de destaque, que resume perfeitamente o que é ser um amante de livros. Hábitos e peculiaridades são descritos pela autora Debbie Tung explicando aos detalhes por meio de vinhetas curtas no estilo de histórias em quadrinhos como agem os amantes da leitura.

Tendo como fio condutor as aventuras de uma jovem que lê o tempo todo e se cerca de livros enquanto visita bibliotecas e livrarias. A agonia de emprestar livros, a alegria de cheirar as páginas, a obsessão que a leva a pular o sono para terminar são exemplos que talvez só os bibliófilos entendam ou se identifiquem.


Sobre a autora
Debbie Tung
é cartunista e ilustradora. Ela é bacharel em design de moda e mestre em Ciência da Computação. Tendo trabalhado em tempo integral como programadora, ela decidiu embarcar em projetos mais criativos para realizar seu sonho de uma vida inteira de ter uma carreira artística. Seu trabalho é inspirado por eventos da vida cotidiana, experiências pessoais e a beleza das coisas comuns do mundo. Ela também tem uma obsessão por cadernos de desenho, artigos de papelaria e chá. Debbie atualmente mora em Birmingham, Reino Unido, com seu marido e filho. Ela também é autora do livro "Everything Is Ok" (“Está Tudo Bem”). Seus quadrinhos têm sido amplamente compartilhados em Huffington Post, Bored Panda, 9GAG e Pulptastic, entre outros.


Sobre a Mood
A Mood é um novo selo do Grupo Ciranda Cultural voltado ao público jovem adulto, que estreou na 27a Bienal internacional de livros e que tem Samara Buchweitz como CEO, também uma jovem autora. “O segmento editorial Young Adult é representado pela geração de leitores e autores que buscam em estilos variados e tramas diversas ligação entre ler e encontrar a própria identidade, descobrir o outro e descobrir-se, entender as provações e os desafios dessa etapa da vida”, diz Samara.


Ficha técnica
Livro "Book Love"

Autor: Debbie Tung
Editora: Mood
Número de páginas: 144
Faixa Etária: + 14 anos
Compre o livro neste link.

.: Série documental revela mudanças culturais e sociais do "Big Brother"


Big Brother Brasil em nova perspectiva: série documental revela 22 anos de transformações culturais e sociais no reality Grazi Massafera. Foto: Globo/ Divulgação


No dia 7 de janeiro, o público está convidado a revisitar o universo do "Big Brother Brasil" sob uma perspectiva inédita. Os impactos do reality na vida dos participantes e na sociedade serão mostrados pelos seus principais personagens na série documental "BBB: o Documentário - Mais que Uma Espiada", dirigida e roteirizada por Bruno Della Latta. A produção celebra as 24 edições já exibidas - a 25ª estreia dia 13 de janeiro - e os 22 anos do programa. Dividida em quatro episódios, a série traz exemplos de como o BBB se tornou um fenômeno cultural, além de um espelho das transformações sociais no Brasil ao longo dos anos. A obra será exibida em quatro dias consecutivos, até 10 de janeiro, na TV Globo, após "Mania de Você".   

Bruno Della Latta explica que, para além de curiosidades de bastidores, resgate de acontecimentos marcantes e histórias dos participantes, a narrativa envolve, sobretudo, a troca mútua entre as discussões sociais geradas no reality e as mudanças observadas - e vividas, claro - fora da casa. “Percebi que o ‘Big Brother Brasil’ vai muito além do entretenimento, sendo um reflexo vivo das questões culturais, sociais e comportamentais de cada época. Sempre tentei olhar o programa como um recorte do seu tempo. Quais temas foram debatidos naquele ano? Quem foi escolhido vencedor? Quais roupas as pessoas estavam usando? Quais músicas estavam tocando? Dá para assistir ao 'BBB' e entender muito sobre o que estava acontecendo na sociedade brasileira. Foi essa linha que segui para criar este documentário”, coloca Bruno. 

Amanda Prada, produtora de conteúdo e assistente de direção, destaca o papel transformador do "BBB" em ampliar horizontes e promover debates. "O programa desafia as bolhas em que vivemos e nos provoca a refletir sobre conflitos, empatia e julgamentos. Este documentário não é apenas uma retrospectiva; também mostra para a sociedade sobre como podemos evoluir", acrescenta. Com uma abordagem leve, às vezes mais bem-humorada e outras mais emotiva, a produção também explora as mudanças na forma de fazer e consumir televisão, já que o formato de confinamento moldou um novo comportamento, tanto para quem participa - muitos dos quais sempre sonharam em se tornar famosos ou trabalhar na TV, e viram no reality uma oportunidade -, quanto para quem assiste, que passou a acompanhar, curiosamente, a vida cotidiana através das câmeras. 

Utilizando imagens de arquivo que mostram os momentos mais marcantes das 24 edições já veiculadas, e entrevistas com pessoas que fizeram parte dessa história, a série documental traça um retrato instigante do "BBB" como uma sensação midiática. “A escolha (pelos entrevistados) não foi feita por critério de importância ou visibilidade. Foram escolhidos os participantes que melhor poderiam contribuir para a história que queremos contar e que exemplificam as transformações sociais, culturais e comportamentais que mostramos no documentário”, complementa Bruno. 


Estrutura dos episódios 
O primeiro episódio, "A Era da Fama", explica o surgimento do formato na Holanda, sua importação para o Brasil e como rapidamente se tornou um sucesso entre os brasileiros. Para construir essa narrativa, nomes essenciais ao legado do "Big Brother Brasil" deram depoimentos, como John de Mol Jr., criador do formato; e participantes históricos como Grazi Massafera ("BBB5"), Sabrina Sato ("BBB3") e Cida, campeã do "BBB4". Os bastidores e o impacto inicial do programa também são relatados por Marisa Orth e Pedro Bial, os primeiros apresentadores, e os diretores Boninho e Rodrigo Dourado, que detalham as inovações na produção. Momentos marcantes, como a cena icônica de Kleber Bambam ("BBB1") com Maria Eugênia, sua boneca feita de vassoura, são recordados. 

No segundo episódio, "A Seleção", o foco recai sobre diversidade e inclusão, com depoimentos de Ariadna ("BBB11"), a primeira mulher trans a participar do reality, além de Vanessa ("BBB14") e Juliana Alves ("BBB13"), que abordam questões raciais e sociais discutidas no programa. Sabrina Sato, que retorna neste episódio, e Gil do Vigor ("BBB21") também compartilham suas histórias. 

O terceiro episódio, nomeado "Os Conflitos", explora momentos de grande repercussão midiática. Alguns dos entrevistados são Ana Paula ("BBB16"), Emily ("BBB17"), Manu Gavassi ("BBB20"), Solange ("BBB4"), além do também do apresentador Tiago Leifert. Eles falam também como o programa evoluiu na era das redes sociais, influenciando a leitura do público sobre o jogo.

Já o quarto episódio, "As Vitórias", celebra alguns vencedores, com depoimentos de Jean Wyllys ("BBB5"), Thelma Assis ("BBB20"), Juliette ("BBB21"), entre outros, e o mais recente vencedor, Davi ("BBB24"), que analisam os efeitos de terem participado do reality. “A maioria compartilhou suas histórias com gratidão e emoção, mostrando o quanto o programa transformou suas vidas”, reforça Amanda. O cantor Paulo Ricardo também aparece em uma homenagem musical ao tema de abertura, e Tadeu Schmidt, apresentador atual, traz sua experiência em acompanhar de perto a trajetória dos participantes das últimas edições. 

A direção acredita que a produção é uma homenagem ao Brasil e ao impacto do "BBB" nas transformações culturais. "É um programa que, mesmo 22 anos depois, continua nos mostrando novas perspectivas e nos instigando a evoluir como sociedade", conclui Bruno. “Este é um documento histórico de análise da sociedade, seu comportamento e as mudanças nos últimos 22 anos. Um grande alerta para o futuro, para quem vive em suas bolhas, para que se abra para o novo, olhe para o lado e enxergue o mundo além das suas relações e crenças como algo natural”, conceitua Amanda. "BBB: O Documentário - Mais que uma espiada" tem direção e roteiro de Bruno Della Latta, redação de Elli Cafrê e produção de conteúdo e assistência à direção de Amanda Prada. A direção de gênero é de Mariano Boni.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

.: "Bololô: gaiola Vazia", obra que redefine os limites da ficção brasileira


Por 
Helder Moraes Miranda, editor do portal Resenhando.com. 

O livro "Bololô: gaiola Vazia", escrito por Ricardo Maurício Gonzaga, não é apenas o romance vencedor do Prêmio Sesc de Literatura 2024; é uma obra que redefine os limites da ficção brasileira. Com uma narrativa intensa, direta e profundamente poética, o livro conduz o leitor pela vida de Roque Perigo e seus irmãos, personagens que enfrentam traumas familiares e os mistérios de um universo marcado pelo realismo mágico. O autor, um artista multidisciplinar, traz para o romance sua bagagem nas artes visuais, no teatro e na literatura, criando uma experiência única que ressoa com leitores de todas as origens.

Listamos dez motivos para você mergulhar nessa narrativa envolvente, que mistura brasilidade, estranheza e reflexões sobre as relações humanas. Com um enredo instigante, personagens inesquecíveis e uma linguagem que combina simplicidade e sofisticação, "Bololô: gaiola Vazia" é um convite irrecusável para quem valoriza a boa literatura. É uma obra que não apenas entretém, mas também provoca, emociona e transforma. Compre o livro "Bololô: gaiola Vazia, de Ricardo Maurício Gonzaga, neste link.


1. Reconhecimento literário e impacto cultural da obra  
"Bololô: gaiola Vazia" foi o vencedor do Prêmio Sesc de Literatura 2024 na categoria Romance, uma das premiações mais prestigiadas para novos autores no Brasil. Essa conquista não apenas chancela a qualidade da obra, mas também posiciona Ricardo Maurício Gonzaga, que não é um estreante, entre os escritores mais promissores da atualidade. O prêmio é uma janela para descobrir novos talentos que trazem contribuições valiosas à literatura brasileira e, nesse quesito, o Prêmio Sesc de Literatura está muito bem servido.  


2. Uma narrativa que ecoa realismo e magia  
"Bololô: gaiola Vazia" mistura elementos de realismo mágico com a dura realidade da vida de seus personagens. A história de Roque Perigo e seus irmãos ganha uma dimensão única ao explorar mistérios da natureza, como o lago habitado por uma criatura composta de restos de seres vivos. Essa combinação de imaginação e realidade confere ao livro uma profundidade que instiga o leitor a refletir sobre o extraordinário no cotidiano.  


3. Linguagem direta e profundamente poética  
Ricardo Maurício Gonzaga adota uma linguagem sucinta, direta e crua, herdada do conto, mas que não perde a densidade poética. Essa abordagem estilística permite que a obra atinja camadas emocionais profundas sem se tornar prolixa, oferecendo uma leitura impactante que prende o leitor desde a primeira página.  

4. Reflexão sobre as relações familiares  
De um lado, o bololô, que pode ser relacionado, entre outos significados, a afeto. De outro, a gaiola vazia, que remete ao desamor. O livro mergulha na complexidade dos laços familiares, apresentando personagens marcados por traumas e dores, mas também pela busca por entendimento e reconciliação. A história revela como as ações – e omissões – dos pais moldam os destinos dos filhos, levando o leitor a refletir sobre a influência de seus próprios relacionamentos familiares.  


5. A estranheza como força narrativa
A estranheza de "Bololô: gaiola Vazia" permeia toda a narrativa, tanto nos personagens quanto nas situações vividas. Desde a peculiaridade de Roque e seus irmãos até a atmosfera inquietante do lago misterioso, o livro desafia expectativas e oferece uma leitura que rompe com clichês e lugares-comuns. Essa abordagem incomum é um convite para os leitores saírem de sua zona de conforto e explorarem novas formas de enxergar o mundo.  


6. Um narrador intrusivo e cativante
"Bololô: gaiola Vazia" apresenta um narrador intrusivo, com personalidade marcante e opinativa. Esse estilo narrativo permite que a história seja pontuada por comentários perspicazes e, por vezes, irônicos, que ampliam a experiência de leitura. Além de descrever os eventos, o narrador faz reflexões sobre a vida humana, criando uma interação quase direta com o leitor e enriquecendo o texto com camadas adicionais de significado.  


7. Um olhar profundamente brasileiro  
A brasilidade está presente em cada detalhe da obra, desde o cenário até as escolhas narrativas. "Bololô: gaiola Vazia" traz um retrato autêntico da cultura brasileira, com contrastes e riquezas, sem cair em estereótipos fáceis. Ao mesmo tempo em que é profundamente local, o livro aborda temas universais que ressoam com leitores de qualquer lugar do mundo. Abuso de poder, degradação ambiental, evasão escolar, gravidez na adolescência e luta de classes são algumas das temáticas que aparecem no livro.   


8. Uma jornada de autodescoberta para o leitor  
A intensidade do enredo de "Bololô: gaiola Vazia" e a profundidade das reflexões propostas pelos personagens fazem com que o leitor também embarque em uma jornada de autoconhecimento. Questões como o impacto da violência, a importância das relações humanas e a busca por sentido diante do caos são exploradas de forma tocante e transformadora.  


9. O autor e a trajetória em diversas artes  
Além de escritor, Ricardo Maurício Gonzaga também é um artista visual, performático e professor universitário que traz sua experiência multifacetada para a literatura. Essa vivência rica contribui para a originalidade do romance, que dialoga com diferentes formas de arte e explora temáticas como corpo, imagem e tempo. A obra anterior do autor, "Sobrenome Perigo", já havia demonstrado essa habilidade narrativa, mas é em "Bololô" que ele atinge um novo patamar de maturidade artística.  


10. Uma obra que transcende gêneros e formatos 
"Bololô: gaiola Vazia"
 não é apenas um romance; é uma experiência literária completa que desafia convenções e oferece uma leitura inovadora. A mistura de humor mordaz, fantasia, drama e crítica social cria um mosaico narrativo que agrada tanto a leitores que buscam entretenimento quanto aqueles que procuram profundidade intelectual.

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