segunda-feira, 14 de abril de 2025

.: "Sem Despedidas", o novo romance de Han Kang, Nobel de Literatura em 2024


Escrito por Han Kang, vencedora do Prêmio Nobel de Literatura em 2024, o romance "Sem Despedidas", mescla intimidade e história para falar de trauma e resiliência. A edição brasileira, lançada pela editora Todavia, tem tradução de Natália T. M. Okabayashi. Mesclando imaginação e realidade, corpo e memória, amizade e trauma, a narrativa tem como ponto de partida uma viagem de última hora. 

Kyung-ha, uma escritora, sai de Seul para a ilha de Jeju - onde dezenas de milhares de cidadãos foram aniquilados entre 1948 e 1949 -, até a casa de sua velha amiga Inseon, uma fotógrafa e cineasta experimental que largou a vida na cidade grande para se dedicar à marcenaria e à mãe debilitada. Hospitalizada após um grave acidente em sua oficina, Inseon implora a Kyung-ha que se desloque o mais breve possível até Jeju para alimentar seu amado pássaro de estimação, deixado às pressas e sem assistência.

Kyung-ha pega o primeiro avião para Jeju, mas uma nevasca atinge a ilha quando ela desembarca, mergulhando-a em um mundo branco e opaco. Acossada por rajadas de neve e ventos gelados e cortantes, ela se pergunta se conseguirá chegar a tempo de salvar o animal - ou se até mesmo será capaz de sobreviver ao frio brutal que a envolve a cada passo. Quando a noite cai, ela luta para chegar à casa de Inseon, ainda sem saber da verdadeira descida à escuridão que a espera.

Ali, a história há muito enterrada da família de Inseon vem à tona, entre sonhos e memórias transmitidos de mãe para filha, e em um arquivo meticulosamente reunido que documenta o terrível massacre na ilha, ocorrido às vésperas da Guerra da Coreia, setenta anos antes. Um trauma nacional cujas consequências na vida emocional de cada cidadão nunca poderão ser apagadas.

Romance assombroso e visionário de Han Kang, Prêmio Nobel de Literatura 2024, "Sem Despedidas" conduz o leitor - com a mesma qualidade de seus livros anteriores, como "A Vegetariana""Atos Humanos" e "O Livro Branco" - a uma jornada emocionante à Coreia do Sul contemporânea e sua dolorosa história. Nestas páginas de beleza extraordinária, Han Kang compõe um poderoso manifesto contra o esquecimento. E transforma, graças à literatura, um episódio de violência indescritível em uma celebração da vida, por mais frágil que seja. Compre o livro "Sem Despedidas" neste link.


O que disseram sobre o livro
"A intensa prosa poética de Han Kang confronta traumas históricos e expõe a fragilidade da vida humana." - Comitê Nobel de Literatura, na citação para o Prêmio Nobel


Sobre a autora
Uma das maiores escritoras contemporâneas, Han Kang nasceu na Coreia do Sul, em 1970. Autora de "A Vegetariana", "Atos Humanos" e "O Livro Branco", todos publicados pela editora Todavia. Garanta o seu exemplar de "Sem Despedidas"neste link.


.: CCBB SP recebe espetáculo "Nebulosa de Baco", inspirado em Luigi Pirandello


Montagem da Cia.Stavis-Damaceno revela o conturbado processo de duas atrizes ao interpretar pai e filha no teatro. No elenco, estão Rosana Stavis e Helena de Jorge Portela. Foto: Renato Mangolin

Depois de passar pelo Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte, "Nebulosa de Baco", o novo trabalho da premiada Cia.Stavis-Damaceno tem sua estreia paulistana no CCBB São Paulo, no dia 24 de abril, às 18h30. O espetáculo, com dramaturgia e direção de Marcos Damaceno e atuação de Rosana Stavis - atriz frequentemente apontada pela crítica como uma das melhores do teatro brasileiro - e Helena de Jorge Portela, segue em cartaz até 8 de junho, com sessões às quintas e sextas-feiras, às 19h00, e aos sábados e domingos, às 17h00.

Inspirada na obra do premiado autor italiano Luigi Pirandello, vencedor do Nobel de Literatura, e em relatos de “histórias reais”, a montagem, que se alterna entre o drama e a comédia, apresenta o difícil processo de duas atrizes ao interpretarem os papéis conturbados de uma filha e o seu pai. A encenação traz à cena uma atriz que não consegue chorar. Ajudada por outra artista mais experiente, ela se prepara para atuar em uma peça sobre a difícil relação entre uma filha e o seu pai. Trata-se de uma peça dentro de outra (uma dramática, a outra cômica) em que – como é próprio dos textos de Pirandello e muito atual para o tempo presente – são constantemente embaralhadas as noções entre o que é real e o que é inventado, entre o que é verdade e o que é mentira, entre o que é e o que parece, mas não é.

Essas duas mulheres, duas atrizes, estão em seu “habitat natural”, uma sala de ensaio, que é, nas palavras de Damaceno, “espaço fascinante de caos e criação, onde atrizes reconhecidamente fortes revelam suas fragilidades e inseguranças”. Nessa sala, elas tentam descobrir a melhor forma de interpretar em uma peça que se equilibra entre o riso e o choro e que, por vezes, levanta questões delicadas e difíceis de se lidar, como os traumas causados pela violência e o abuso sexual na infância. Uma peça que, como é comum nas montagens de Damaceno, chama a atenção para o contraste entre os momentos hilariantes e outros angustiantes e perturbadores.

A encenação reúne outras características que são próprias da companhia Stavis-Damaceno, como o ritmo vertiginoso de pensamentos aparentemente desordenados; o apreço pela dramaturgia contemporânea que nos apresenta novos olhares acerca das relações humanas em nossos dias; e a excelência do trabalho do elenco, trazendo ao público espetáculos contundentes que impactam quase que exclusivamente pela força dos atores e das palavras. “A Aforista” - que ganhou alguns dos principais prêmios do teatro brasileiro, entre eles o de Melhor Espetáculo, conferido pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) -, é um exemplo recente dessas características. 

O nome “Nebulosa de Baco” tem inspiração na astronomia e na mitologia. As nebulosas são onde nascem as estrelas; entre as mais conhecidas estão a Nebulosa de Orion e a Nebulosa Olho de Deus. Já Baco, na mitologia greco-romana, é não apenas o deus do vinho e do teatro: ele representa a fertilidade criativa e a dualidade humana entre controle e entrega. É ele quem inspira a transformação do caos interno em beleza e expressão.

“É para isso que nascem as atrizes, para mostrar, a cada noite, aos olhos do público, o mundo visto sob outra luz. Não a luz acachapante do sol, mas feito a delicadeza, a suavidade da luz da lua”, conclui Damaceno. A peça tem patrocínio do Banco do Brasil, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet).

Sinopse de "Nebulosa de Baco"
Inspirado na obra do Nobel de Literatura Luigi Pirandello, e em relatos de “histórias reais”, o espetáculo traz à cena uma atriz que não consegue chorar. Ajudada por outra atriz mais experiente, ela se prepara para atuar em uma peça sobre a conflituosa relação entre uma filha e o seu pai. Uma peça dentro de outra (uma dramática, a outra cômica) em que, como em nossos dias, são constantemente embaralhadas as noções entre o que é real e o que é inventado, entre o que é verdade e o que é mentira, entre o que é e o que parece, mas não é.

Ficha técnica
Espetáculo "Nebulosa de Baco"
Texto e direção: Marcos Damaceno
Elenco: Rosana Stavis e Helena de Jorge Portela
Iluminação: Beto Bruel e Ana Luzia Molinari de Simoni
Figurino: Karen Brusttolin
Visagismo: Claudinei Hidalgo
Cenário: Marcos Damaceno
Produção executiva: Bárbara Montes Claros
Produção de cenários: Carla Berri
Criação e produção: Cia. Stavis-Damaceno
Assistente administrativo/Financeiro: Edilaine Maciel
Produção local (São Paulo): Augusto Vieira
Realização: Centro Cultural Banco do Brasil e Ministério da Cultura
Patrocínio: Banco do Brasil

Serviço
Espetáculo "Nebulosa de Baco", com Cia Stavis-Damaceno
Temporada: 24 de abril a 8 de junho de 2025*
Às quintas e sextas, às 19h00, e aos sábados e domingos, às 17h00
*Excepcionalmente na estreia, no dia 24/4, a apresentação acontece às 18h30
Local: Teatro CCBB SP (Rua Álvares Penteado, 112 – Centro Histórico – São Paulo/SP)
Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia) disponível em bb.com.br/cultura e na bilheteria do CCBB | Meia-entrada: para estudantes, professores, profissionais da saúde, pessoa com deficiência - e acompanhante, quando indispensável para locomoção, adultos maiores de 60 anos e clientes Ourocard).
Classificação indicativa: 18 anos
Duração: 90 minutos


Informações CCBB SP
Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo  
Endereço: Rua Álvares Penteado, 112 - Centro Histórico | São Paulo/SP  
Funcionamento: Aberto todos os dias, das 9h às 20h, exceto às terças    
Contato: (11) 4297-0600 | ccbbsp@bb.com.br 
Acessibilidade: espaço acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida
Estacionamento: o CCBB possui estacionamento conveniado na Rua da Consolação, 228 (R$ 14 pelo período de 6 horas - necessário validar o ticket na bilheteria do CCBB). O traslado é gratuito para o trajeto de ida e volta ao estacionamento e funciona das 12h às 21h.    
Van: ida e volta gratuita, saindo da Rua da Consolação, 228. No trajeto de volta, há também uma parada no metrô República. Das 12h às 21h.    
Transporte público: o CCBB fica a 5 minutos da estação São Bento do Metrô. Pesquise linhas de ônibus com embarque e desembarque nas Ruas Líbero Badaró e Boa Vista.    
Táxi ou Aplicativo: desembarque na Praça do Patriarca e siga a pé pela Rua da Quitanda até o CCBB (200 m).

sábado, 12 de abril de 2025

.: Grátis em São Paulo: cinema nacional com pipoca nas bibliotecas BSP e BVL


Projeto “Cinema na Biblioteca” exibe comédias clássicas nacionais com entrada gratuita e distribuição de pipoca, em parceria com a Cinemateca Brasileira

A Biblioteca de São Paulo (BSP) e a Biblioteca Parque Villa-Lobos (BVL) - equipamentos da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado, geridos pela SP Leituras - lançam o programa “Cinema na Biblioteca”, uma nova iniciativa cultural que leva sessões gratuitas de filmes brasileiros aos seus auditórios, com direito a pipoca e uma curadoria que resgata o melhor da cinematografia nacional.

As primeiras exibições, realizadas em parceria com a Cinemateca Brasileira, acontecerão neste domingo, dia 13 de abril, às 15h00, na BSP e na BVL. Na BSP será exibida a comédia "O Homem do Sputnik" (1959), dirigida por Carlos Manga. A trama acompanha a confusão causada pela queda de um suposto satélite no quintal de Anastácio (Oscarito), despertando o interesse de espiões internacionais em plena Guerra Fria. 

No mesmo dia e horário, a BVL apresenta "É Proibido Beijar" (1954), de Ugo Lombardi, estrelada por Tônia Carrero como a filha de um milionário americano que se envolve em um jogo de aparências e romance com um cronista paulistano. A entrada é gratuita, sujeita à lotação do espaço. Todas as sessões incluem pipoca grátis e têm classificação indicativa variada, de acordo com o filme. O Cinema na Biblioteca é um convite à convivência e ao encantamento com o cinema nacional. Um programa que combina cultura, memória e diversão em um ambiente acessível e acolhedor.


Serviço
Cinema na Biblioteca Sessões gratuitas com filmes brasileiros + pipoca Domingos, às 15h
Biblioteca de São Paulo:
avenida Cruzeiro do Sul, 2630 – Carandiru / São Paulo
Biblioteca Parque Villa-Lobos: avenida Queiroz Filho, 1205 – Alto de Pinheiros / São Paulo
Entrada gratuita | Sujeito à lotação | Classificação indicativa varia conforme o filme


Sobre a Biblioteca de São Paulo
Inaugurada em fevereiro de 2010, a Biblioteca de São Paulo (BSP) está localizada no Parque da Juventude, no terreno em que funcionou a Casa de Detenção de São Paulo (conhecida como Carandiru), na zona norte da capital paulista. A qualidade do acervo, as atividades de programação cultural e os serviços oferecidos deram um novo significado ao espaço, transformando-o em uma praça cultural, local de acolhimento e descobertas. Inspirada nas melhores práticas das bibliotecas públicas do Chile e da Colômbia, soma mais de 3 milhões de visitantes e visa promover o incentivo à cultura, à leitura e à literatura. Ocupa uma área de 4.257 metros quadrados para atender o público - crianças, jovens, adultos e idosos com ou sem deficiência. A BSP é um equipamento cultural da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerido pela Organização Social SP Leituras.


Sobre a Biblioteca Parque Villa-Lobos
A Biblioteca Parque Villa-Lobos (BVL), localizada dentro do parque de mesmo nome, é um espaço convidativo para a leitura, fruição da cultura e interação entre as pessoas. Além de um amplo acervo literário, atualizado semanalmente, oferece várias atividades gratuitas, como encontro com escritores, contação de histórias, saraus, oficinas, cursos, apresentações musicais, entre outros eventos de uma extensa programação. O local conta ainda com sala de games, ludoteca, computadores com acesso à internet, auditório, aparelhos de tecnologia assistiva, deck com vista para o parque, bicicletário e skatário. É um equipamento cultural da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerido pela Organização Social SP Leituras. Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo sob gestão da SP Leituras.

.: Crítica: "Sambabook Beth Carvalho", uma receita irresistível de samba


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. 

Uma seleção de sambas consagrados, interpretados por nomes conhecidos desse estilo. Com essa receita, certamente o resultado será acima da média. O "Sambabook" em tributo a Beth Carvalho, inclui, além de um álbum com versões primorosas de sambas, um caderno de partituras, com transcrição dos arranjos originais dos sambas; ambiente na web, com portal e redes sociais, além do livro "Uma Vida pelo Samba", escrito pelo jornalista e pesquisador Rodrigo Faour, que cataloga os álbuns de carreira e as participações de Beth em discos de outros artistas, compactos e projetos especiais, desde sua estreia, no final de 1965. 

O "Sambabook Beth Carvalho" reúne artistas de diferentes gerações e estilos, a começar por Zeca Pagodinho e Jorge Aragão, homenageados em edições anteriores. Compositores ligados à trajetória da cantora, como Sombrinha e Fundo de Quintal, se uniram a artistas consagrados e novos expoentes do samba e do pagode neste tributo, marcado pela saudade e pela emoção. O samba foi representado por Leci Brandão, Xande de Pilares, Teresa Cristina, Diogo Nogueira, Péricles, Arlindinho, Ferrugem, Mumuzinho, Marina Iris, Prettos, Mosquito e Lu Carvalho.

Como a diversidade já é tradição no Sambabook, artistas que transitam por outros estilos brilharam na seleção musical, como Fagner, Maria Rita, Seu Jorge, Paula Lima, Luciana Mello, Zelia Duncan, Luedji Luna e a jovem cantora baiana Agnes Nunes. Luana Carvalho, acompanhada pelos Golden Boys, reeditou “Andança”, clássico que sua mãe lançou com o trio, no ano de 1968. Já os músicos Gabriel Grossi, Hamilton de Holanda, Nicolas Krassik, Marcelinho Moreira e Rildo Hora criaram versões instrumentais especialmente para o projeto.

Ouvir as faixas desse álbum é um puro deleite. Nos faz lembrar com saudade da voz e presença marcante de Beth Carvalho, que como intérprete não só influenciou toda uma geração de músicos, mas também deixou um legado importante ao abrir as porás para outros talentos que se consolidaram com o passar dos anos.

"Andança" - Luana Carvalho e GoldenBoys

"1800 Colinas" - Xande de Pialres

"A Chuva Cai" - Zeca Pagodinho

.: Sucesso de público e crítica, premiada "Tebas Land" volta a São Paulo


Com direção de Victor Garcia Peralta, peça é uma autoficção que acompanha os encontros entre um jovem parricida e um dramaturgo interessado em escrever a história do crime. Foto: Rodrigo Lopes

Ao retratar a instigante relação entre um jovem parricida e um dramaturgo interessado em escrever a história de seu crime, o espetáculo "Tebas Land", escrita pelo conceituado dramaturgo uruguaio Sergio Blanco, conquistou o público brasileiro desde a sua estreia, em 2018, ganhando temporadas em diversos cantos no país até a chegada da pandemia de covid-19. Agora, o espetáculo, dirigido por Victor Garcia Peralta e estrelado por Otto Jr. e Robson Torinni, está de volta a São Paulo para mais uma temporada no Teatro Vivo, de 15 de abril a 28 de maio, com apresentações às terças e quartas-feiras, às  20h. A nova temporada é realizada com recursos da Lei Rouanet, do Ministério da Cultura, e conta com o patrocínio da Vivo.

Sucesso de crítica, a peça conquistou os prêmios Shell RJ de melhor ator (Otto Jr.) e Botequim Cultural de melhor espetáculo, direção e ator (Robson Torinni). Também foi indicado ao Botequim Cultural de Melhor Ator (Otto Jr.) e Cesgranrio de Melhor Direção e Melhor Ator (Robson Torinni). Além disso, participou do Festival de Avignon, na França, um dos eventos de teatro mais importantes do mundo. “Tivemos que parar o espetáculo, com plateias lotadas, no começo da pandemia. E é com muita alegria que voltamos com esse texto, que ganhou adaptações premiadas em uma série de países”, celebra Torinni, idealizador da peça ao lado de Peralta. 

Na trama, em um presídio de segurança máxima, um dramaturgo coleta o relato de um jovem condenado por assassinar o próprio pai com 21 golpes de garfo. O cenário reproduz a quadra de basquete de uma prisão, onde ocorrem os encontros quase documentais entre os dois personagens, duas pessoas de mundos completamente distintos. Assim, começa uma peça dentro da peça, com Robson Torinni na pele tanto do jovem assassino quanto do ator que o representa. Com esse jogo de metalinguagem e autoficção, características tão marcantes nas obras de Blanco, a montagem propõe uma reflexão sobre a construção da dramaturgia, o universo teatral e os limites entre ficção e realidade.

“O texto nos cativou pelos dois diferentes planos, razão e emoção, e pelo processo criativo imbuído neles, em que a dramaturgia é construída durante a ação da peça, oscilando, quase que paralelamente, entre a discussão do fato ocorrido e a construção do texto da peça que será baseada no crime”, conta o diretor. O espetáculo é inspirado no mito do Édipo e na vida de São Martinho de Tours, santo europeu do século IV e também revisita textos que abordam o tema da paternidade, como “Os Irmãos Karamazov”, de Dostoievski; “Um Parricida”, de Maupassant; e “Dostoievski e o Parricídio”, de Freud. 

Como de praxe nas dramaturgias do autor, a peça nos faz refletir sobre problemas sociais, sempre com sensibilidade e inteligência, como a importância da paternidade, a falta de afeto na contemporaneidade, a solidão, as famílias disfuncionais e a falência dos sistemas prisionais. “A peça aborda uma questão que muito nos toca: as ligações com os pais. Nem todos podemos ser pais, mas todos somos filhos e, portanto, todos temos a experiência da descendência. É também um trabalho sobre a dinâmica do que é a engenharia da construção de uma peça, como o texto pode ser escrito”, define o dramaturgo Sergio Blanco. 

Tebas Land também nos alerta sobre as consequências dos abusos (físicos, sexuais e psicológicos) sofridos na infância, que perduram durante a vida toda das vítimas. No Brasil, um estudo revelou que, apenas no primeiro semestre de 2022, 84% das violações contra crianças de até 6 anos foram cometidas por familiares. Essas agressões têm impacto negativo a curto, médio e longo prazo na saúde física e mental das vítimas e em suas práticas parentais futuras. 

O sucesso da peça, para Peralta, deve-se justamente às reflexões e diálogos sobre esses temas sociais e culturais tão relevantes, promovendo a conscientização e estimulando o pensamento crítico. "Além disso, a história conecta duas pessoas de diferentes origens, criando um espaço de empatia pelo público. Acho que o espetáculo reforça a importância da arte como veículo de transformação social, influenciando positivamente a percepção coletiva e a compreensão dos desafios atuais”, acrescenta. 


Ficha técnica
Espetáculo "Tebas Land"
Autor: Sergio Blanco
Tradutor: Esteban Campanela, Robson Torinni e Victor Garcia Peralta
Direção: Victor Garcia Peralta
Atores: Otto Jr. e Robson Torinni
Cenógrafo: José Baltazar 
Iluminador: Maneco Quinderé
Figurino: Criação coletiva
Trilha sonora: Marcello H
Operador de luz: Rodrigo Lopes
Operador de som: Rodrigo Pinho
Assessoria de imprensa: Pombo Correio 
Designer gráfico: Alexandre de Castro
Fotografia: Rodrigo Lopes e billnog.biz 
Direção de produção: Sérgio Saboya e Silvio Batistela 
Produção: Galharufa Produções Culturais
Produção executiva: João Eizô Y Saboya
Realização: REG'S Produções Artísticas
Idealização: Robson Torinni e Victor Garcia Peralta


Serviço
Espetáculo "Tebas Land", de Sergio Blanco
Temporada: 15 de abril a 28 de maio. Às terças e quartas, às 20h.
Teatro Vivo - Av. Dr. Chucri Zaidan, 2460 - Vila Cordeiro, São Paulo
Ingressos: Preço Popular - R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia-entrada) | Ingressos regulares: R$ 120,00 (inteira) e R$ 60,00 (meia-entrada*)
*meia-entrada é válida para participantes do programa Vivo Valoriza (resgatar o voucher pelo app), estudantes, professores, idosos, pessoas com deficiências, funcionários Vivo mediante à apresentação de comprovante
Bilheteria: funciona apenas nos dias de peça e abre 2h antes da apresentação
Telefone: (11) 3279-1520
Capacidade: 274 lugares
Duração: 1h40 minutos
Classificação: 16 anos
Acessibilidade: Teatro acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida.  Os ingressos dos assentos reservados para acessibilidade poderão ser adquiridos através de reserva pela bilheteria 11 3430-1524 - (Funcionamento somente nos dias de peça 2h antes da apresentação) ou pelo e-mail teatrovivo@trimitraco.com.br
*Obs. O ingresso Preçp Popular é válido para todos os clientes e segue o plano de democratização da Lei Rouanet, havendo uma cota deste valor promocional. O comprovante de meia entrada deverá ser apresentado na entrada do espetáculo.

quinta-feira, 10 de abril de 2025

.: "Piquenique na Estrada": clássico da ficção científica soviética é relançado


Publicado originalmente em 1972 pelos irmãos Arkádi e Boris Strugátski, o livro "Piquenique na Estrada" se tornou um dos romances mais emblemáticos da ficção científica soviética. Agora, a Editora Aleph, que trouxe o livro em 2017 com grande sucesso, relança a obra em duas versões, brochura e capa dura, permitindo que novos leitores entrem em contato com essa narrativa intrigante e cheia de reflexões existenciais.

A história se passa após um breve e misterioso evento de origem extraterrestre. Diferente da expectativa comum sobre contatos alienígenas, os visitantes não interagem com os humanos, apenas deixam rastros enigmáticos em algumas áreas chamadas Zonas. Essas regiões são perigosas e desafiadoras, repletas de objetos que a humanidade não consegue compreender completamente. Daqui é que surgem os dilemas de não ter respostas, mas apenas sinais.

Redrick Schuhart, um stalker, ganha a vida explorando de forma ilegal uma dessas Zonas em busca de artefatos de valor. Ele é um homem comum, guiado pela necessidade e pelo desejo de sobrevivência, e suas incursões o colocam em confronto direto com os riscos físicos e psicológicos desse ambiente estranho e hostil. 

A falta de explicação sobre os visitantes e seus propósitos intensifica o caráter enigmático do romance. Em um dos momentos mais marcantes da história, Redrick clama: "Pois nunca, jamais vendi minha alma para ninguém! Ela é minha, humana! Extraia de mim o que eu desejo, pois não é possível que eu deseje algo mau...". A cena resume a impotência do ser humano diante do desconhecido e a busca desesperada por significado. Cada página do livro transporta o leitor para essa terra invadida.

Diferente de obras tradicionais de ficção científica, Piquenique na Estrada não oferece respostas fáceis. A obra tem um tom irônico e sua abordagem realista fazem dele um romance que questiona tanto a ciência quanto a moralidade humana. A metáfora do piquenique – onde os alienígenas seriam viajantes que deixaram lixo sem se preocupar com os "animais" ao redor – sugere um universo indiferente às nossas questões existenciais. Compre o livro "Piquenique na Estrada" neste link.

Sobre os autores
Nascido em Leningrado, Arkádi Strugátski junto com seu irmão Boris, foram os mais famosos escritores de ficção científica da União Soviética. Antes de começar a escrever, Arkádi trabalhava como tradutor e intérprete de inglês e japonês. Entre 1958 e 1991, escreveram, em parceria, mais de 20 romances e novelas, além de diversos contos e peças de teatro. Um de seus romances mais famosos, "Piquenique na Estrada", foi adaptado para o cinema por Andrei Tarkóvski, no filme Stalker (1979). A obra foi tão elogiada que ganhou o prêmio especial do júri no Festival de Cannes no ano seguinte. Alguns anos mais tarde, em 2001, o livro dos Strugátski ganhou sua versão em game. O jogo "S.T.A.L.K.E.R.", assim como no livro, fala sobre as zonas de visitação e faz um paralelo com o desastre de Chermobyl. O game já tem quatro versões e vendeu mais de 5 milhões de cópias. Ainda nos dias de hoje, Piquenique na Estrada é aclamado na Rússia e nos países do leste europeu, em parte graças às suas críticas aos governos totalitários. 

Nascido em Leningrado, Boris Strugátski e seu irmão Arkádi, foram os mais famosos escritores de ficção científica da União Soviética. Antes de começar a escrever, Boris, trabalhava como astrônomo e engenheiro de computação. Entre 1958 e 1991, escreveram, em parceria, mais de 20 romances e novelas, além de diversos contos e peças de teatro. Um de seus romances mais famosos, "Piquenique na Estrada", foi adaptado para o cinema por Andrei Tarkóvski, no filme "Stalker" (1979). A obra foi tão elogiada que ganhou o prêmio especial do júri no Festival de Cannes no ano seguinte. Alguns anos mais tarde, em 2001, o livro dos Strugátski ganhou sua versão em game. O jogo "S.T.A.L.K.E.R.", assim como no livro, fala sobre as zonas de visitação e faz um paralelo com o desastre de Chermobyl. O game já tem quatro versões e vendeu mais de 5 milhões de cópias. Ainda nos dias de hoje, Piquenique na Estrada é aclamado na Rússia e nos países do leste europeu, em parte graças às suas críticas aos governos totalitários. Garanta o seu exemplar de "Piquenique na Estrada" neste link. 

.: "Brigada Ligeira", 1° livro de Antonio Candido, é relançado pela Todavia


O livro "Brigada Ligeira", publicado em meados de 1945 na coleção Mosaico da Livraria Martins Editora, foi o primeiro livro de Antonio Candido e reúne alguns artigos da sua coluna semanal “Notas de Crítica Literária”, na Folha da Manhã, atual Folha de S.Paulo, jornal de que foi “crítico titular”, como se dizia, de janeiro de 1943 a janeiro de 1945, tendo começado esta atividade em 1941 na revista Clima.

Salvo dois artigos, o primeiro sobre "O Amanuense Belmiro" (1936), de Ciro dos Anjos, outro sobre "Monsieur Ouine" (1943), de Georges Bernanos, eles formam um conjunto sobre a narrativa brasileira da década de 1940, rica no gênero, representado aqui por obras que vão do realismo urbano de Érico Veríssimo em um de seus melhores livros, "O Resto É Silêncio", até o curioso experimento de cunho surrealista de Rosário Fusco, "O Agressor", tendo de permeio "A Quadragésima Porta", de José Geraldo Vieira, exemplo raro entre nós de romance cosmopolita, saturado de cultura. Além destes, há artigos sobre dois exemplos da ficção “nordestina”, que foi um dos veios mais importantes da literatura brasileira imediatamente posterior ao Modernismo: "Terras do Sem Fim", de Jorge Amado, e a maior obra de José Lins do Rego, "Fogo Morto".

Devem ser destacados também o ensaio sobre Oswald de Andrade, primeira tentativa de análise do conjunto da sua obra ficcional, e os artigos sobre os livros de dois jovens autores então desconhecidos: "Perto do Coração Selvagem", de Clarice Lispector, e "A Marca", de Fernando Sabino. Ao avaliá-los positivamente, sobretudo ao chamar a atenção para o caráter inovador do primeiro, Antonio Candido estava não apenas prevendo a grande voga de ambos, mas cumprindo uma das tarefas principais do “crítico titular”, isto é, localizar novos talentos. 

Naquela mesma altura, aliás, ressaltaria o valor de outro estreante, este em poesia: João Cabral de Melo Neto. Quanto ao romance "Monsieur Ouine", é interessante lembrar que durante a Segunda Guerra Mundial pelo menos dois editores franceses publicaram no Rio de Janeiro livros na sua língua, inclusive este, cujo autor viveu no Brasil de 1938 a 1945. Mais tarde, certos críticos da França admitiram que seus colegas brasileiros souberam avaliar melhor, desde logo, a importância de "Monsieur Ouine", publicado aqui de maneira imperfeita e considerado posteriormente, por muitos, a obra-prima de Bernanos. Compre o livro "Brigada Ligeira" neste link.


Sobre o autor
Antonio Candido de Mello e Souza
 nasceu no Rio de Janeiro, em 1918. Crítico literário, sociólogo, professor, mas sobretudo um intérprete do Brasil, foi um dos mais importantes intelectuais brasileiros. Candido partilhava com Gilberto Freyre, Caio Prado Jr., Celso Furtado e Sérgio Buarque de Holanda uma largueza de escopo que o pensamento social do país jamais voltaria a igualar, aliando anseio por justiça social, densidade teórica e qualidade estética. Com eles também tinha em comum o gosto pela forma do ensaio, incorporando o legado modernista numa escrita a um só tempo refinada e cristalina. É autor de clássicos como "Formação da Literatura Brasileira" (1959), "Literatura e Sociedade" (1965) e "O Discurso e a Cidade" (1993), entre diversos outros livros. Morreu em 2017, em São Paulo. Garanta o seu exemplar de "Brigada Ligeira" neste link.

Ficha técnica
Livro "Brigada Ligeira"
Autor: Antonio Candido
Lançamento: 7 de maio de 2025
Gênero: não-ficção brasileira
Categoria: literatura brasileira - ensaio
Capa: Oga Mendonça
Número de páginas: 120
ISBN: 978-65-5692-805-0
E-ISBN: 978-65-5692-796-1
Compre o livro neste link.

quarta-feira, 9 de abril de 2025

.: Spin-off de série de quadrinhos criada por Keanu Reeves chega ao Brasil


Após o best-seller da maxissérie "BRZRKR", ator lança seu primeiro livro sobre o mesmo universo, que já tem adaptações planejadas para o audiovisual, incluindo um filme e uma série de anime pela Netflix.


A editora Jangada lança no Brasil “o livro de algum outro lugar” – grafado assim mesmo, em letras minúsculas. A obra é a mais nova expansão do universo criado por Keanu Reeves e pelo roteirista de quadrinhos Matt Kindt, no qual Unute (ou simplesmente B), uma espécie de super-herói/anti-herói (baseado em sua própria aparência), narra a saga de um guerreiro imortal em uma jornada milenar para compreender sua imortalidade, numa trama que une ficção científica, fantasia, ficção histórica e mitologia, tudo isso com uma grande dose de existencialismo.

Escrito a quatro mãos, em "o livro de algum outro lugar", a colaboração entre Keanu Reeves e China Miéville resultou em uma narrativa que mescla estilos distintos. Eles criaram uma experiência literária única, na qual brindam o leitor com três tipos de narrativas que se interpenetram. Na primeira, um soldado de 80 mil anos de idade que busca uma saída para ter a possibilidade de morrer, tornando-se uma cobaia do exército dos Estados Unidos – que busca formas de replicar sua habilidade. Na segunda, surgem histórias narradas em terceira pessoa no tempo presente, na qual aparecem pessoas que, ao longo de milênios, tiveram suas vidas ligadas a Unute de alguma forma. E finalmente há capítulos narrados na segunda pessoa, nos quais o próprio Unute revela pensamentos e histórias sobre ele mesmo.

A história se passa em um universo alternativo ao da série de quadrinhos "BRZRKR" (se pronuncia Berzerker), uma referência aos Berserkers, guerreiros ferozes da mitologia nórdica conhecidos por entrar em um estado de fúria incontrolável durante as batalhas. Lançado pela BOOM! Studios, o primeiro volume vendeu mais de 615 mil cópias em 2021, tornando-se a HQ mais bem-sucedida desde "Star Wars #1", em 2015.

Para os que ainda não estão familiarizados com a narrativa de China Miéville, ele é um renomado autor britânico de ficção especulativa, conhecido por suas obras que mesclam fantasia sombria, ficção científica e horror, associadas ao movimento “New Weird”, no qual é reconhecido como uma das figuras centrais no desenvolvimento desse subgênero literário.

Sobre as adaptações para o audiovisual, já se sabe que Justin Lin – diretor que reviveu a franquia "Velozes & Furiosos" e dirigiu "Star Trek Sem Fronteiras" –  vai comandar a adaptação para o cinema de "BRZRKR". Lin também será produtor da série em anime da Netflix, que terá duas temporadas.

Por meio de uma narrativa assombrosa e comovente, o livro de algum outro lugar se passa no mesmo universo, e pode ser lido como obra independente, como um épico alucinante sobre antigos poderes, uma guerra moderna e um renegado que não pode morrer, que com certeza encantará os fãs já existentes de "BRZRKR", e trará ainda milhares de novos admiradores. Compre “o livro de algum outro lugar” neste link.

Sobre os autores
Keanu Reeves deixou uma marca indelével no mundo do entretenimento por meio dos diversos papéis que desempenhou, sendo mais conhecido pelos célebres papéis nas franquias Matrix e John Wick. Reeves fez sua estreia como escritor de quadrinhos em 2021, com "BRZRKR", uma série limitada de doze edições distribuída pela BOOM! Studios, que logo se tornou a série original de quadrinhos mais vendida em mais de 25 anos, com 615 mil cópias vendidas do primeiro volume. Em 2023, ele voltou às telonas em John Wick 4: Baba Yaga, filme que se tornou a maior bilheteria da franquia. Entre seus outros projetos recentes estão "The Matrix Resurrections", "John Wick 3: Parabellum", "Meu Eterno Talvez", "Toy Story 4" e o videogame "Cyberpunk 2077". Criado em Toronto, Reeves atuou em várias produções teatrais locais e na televisão antes de se mudar para Los Angeles.

China Miéville é autor best-seller de ficção e não ficção do New York Times. Renomado autor britânico de ficção especulativa, ele é conhecido por suas obras que mesclam fantasia sombria, ficção científica e horror, associadas ao movimento “New Weird”, e reconhecido como uma das figuras centrais no desenvolvimento desse subgênero literário. Beneficiado da Guggenheim Fellowship for Fiction, Miéville ganhou os prêmios World Fantasy, Hugo e Arthur C. Clarke, entre outros. Entre suas obras de não ficção há um estudo de direito internacional e uma história sobre a Revolução Russa. Garanta o seu exemplar de “o livro de algum outro lugar” neste link.

.: Companhia das Letras vai publicar novo livro de memórias de Patti Smith

A Companhia das Letras vai lançar o novo e aguardado livro de memórias de Patti Smith no primeiro semestre de 2026. Foto: Steven Sebring

No primeiro semestre de 2026, a Companhia das Letras vai lançar “Bread of Angels” (ainda sem título em português), o tão aguardado livro de memórias de Patti Smith. A publicação mundial da obra é anunciada 15 anos após a publicação de "Só Garotos", clássico vencedor do National Book Award, e encerrando a turnê do 50º aniversário de "Horses", o primeiro álbum da artista. “Levei uma década para escrever este livro, lidando com a beleza e a tristeza de uma vida. Espero que as pessoas encontrem algo de que precisam”, diz Smith.

Em seu trabalho mais íntimo e visionário, Smith descreve sua infância pós-Segunda Guerra Mundial na periferia da Filadélfia e sul de Nova Jersey, sua adolescência quando os primeiros vislumbres de arte e romance se consolidam, sua ascensão como ícone do punk rock, até seu afastamento da vida pública, quando conhece seu único amor verdadeiro e começa uma família às margens do Lago Saint Clair, em Michigan. Quando Smith sofre perdas profundas, também retorna à escrita, a única constante em um caminho de vida impulsionado pela liberdade artística e pelo poder da imaginação. A Companhia das Letras vai lançar o livro nos formatos impresso e digital.


Sobre a autora
Patti Smith
nasceu em 1946 em Chicago, nos Estados Unidos. Patti ganhou reconhecimento nos anos 1970 por sua fusão revolucionária de poesia com rock, e seu disco "Horses", tido como precursor do punk, é considerado um dos álbuns mais influentes de todos os tempos. Além da carreira musical, publicou volumes de poesia como "Babel" (1978) e "Auguries of Innocence" (2005). Dela, a Companhia das Letras publicou "Só Garotos", "Linha M", "Devoção" e "O Ano do Macaco"

.: Monja Coen e Gustavo Arns promovem diálogo sobre felicidade em São Paulo


A partir da obra "Ser Feliz: é Possível? Um Diálogo entre Ciência e Espiritualidade", dois dos principais pensadores contemporâneos da atualidade, Monja Coen e Gustavo Arns recebem o público em sessão de autógrafos e compartilham experiências e reflexões que conectam ciência e espiritualidade de forma prática e inspiradora. O evento acontece no dia 16 de abril, a partir das 19h00, na Livraria da Alma, em São Paulo.

O ingresso de entrada é a compra do livro neste link. Monja Coen, missionária da tradição zen-budista, e Gustavo Arns, idealizador do Congresso Internacional de Felicidade, prometem uma imersão ousada e renovadora em busca da plenitude. Compre o livro "Ser Feliz: é Possível? Um Diálogo entre Ciência e Espiritualidade" neste link.


Sinopse de “Ser feliz: é Possível? Um Diálogo entre Ciência e Espiritualidade”
O livro é um convite ao autoconhecimento e à reflexão sobre como a felicidade pode ser construída a partir de escolhas conscientes, equilíbrio emocional e propósito de vida. Monja Coen explora a transitoriedade da felicidade, enquanto Gustavo Arns destaca como ela pode ser desenvolvida como uma habilidade. 


Sobre Alma Talks
Projeto de palestras que percorre todo o Brasil, reunindo dezenas de palestrantes para encontros transformadores sobre filosofia, psicologia, autoconhecimento, desenvolvimento humano e saúde mental. Agora, o projeto expande seu alcance internacionalmente, levando suas reflexões para novos públicos ao redor do mundo. Além das palestras, os encontros contam com a Livraria da Alma, que acompanha o projeto de forma itinerante. Com sede física em São Paulo, no bairro de Pinheiros, a livraria leva aos participantes um acervo cuidadosamente selecionado, permitindo que o conhecimento continue para além dos encontros.

Serviço: 
Lançamento – Ser feliz: É possível? Um diálogo entre ciência e espiritualidade
Data: 16 de abril
Horário: abertura das portas às 19h00 e início do evento às 20h00
Local: Livraria da Alma 
Endereço: R. Simão Álvares, 923 – Pinheiros – São Paulo (SP)
Ingressos: compra do livro, pelo site do Sympla. Vagas limitadas.

.: Com Marcélia Cartaxo, "Lispectorante" é filme sobre o ignorado e o inexistente


Estrelado por Marcélia Cartaxo, longa da diretora Renata Pinheiro se inspira nos escritos de Clarice Lispector para narrar uma história sobre o poder da fantasia frente à dureza da realidade. Foto: divulgação


"Lispectorante", novo longa da diretora pernambucana Renata Pinheiro ("Carro Rei", "Amor, Plástico e Barulho"), chega aos cinemas brasileiros em 8 de maio, com distribuição da Embaúba Filmes. Uma produção Aroma Filmes, o longa traz a atriz Marcélia Cartaxo, que protagonizou a clássica adaptação de “A Hora da Estrela”, como uma mulher com sede de viver, que encontra na fantasia uma maneira de encarar a dura realidade da vida. 

Como o título bem sugere, "Lispectorante" é inspirado por reflexões de Clarice Lispector, uma das autoras mais importantes do século, que morou no bairro da Boa Vista, em Recife, antes de se mudar para o Rio de Janeiro. É justamente ali, numa região da capital pernambucana tão cheia de história e, ainda assim, abandonada, que o espectador é apresentado à protagonista Glória Hartman (Cartaxo). 

Passando por uma crise existencial e financeira, Glória volta para sua cidade natal em busca de um recomeço. Porém, mais do que um reencontro consigo mesma, a mulher descobre nas ruínas onde morou a escritora um chamado para o fantástico, capaz de se sobrepor à dureza da realidade. 

“O filme se passa durante as semanas que antecedem um carnaval de rua, na vida de uma mulher que, assim como os artistas, tem a necessidade de transformar as coisas para tornar a realidade maior”, explica Pinheiro, cineasta premiada nos festivais de cinema de Gramado e Brasília. "Lispectorante" é um filme sobre o esquecido, o ignorado, o inexistente. Sobre a alma de uma mulher de 60 anos, uma cidade abandonada, um sobrado em ruínas e um andarilho romântico. 

Com uma narrativa original e lírica, "Lispectorante" convida o espectador a refletir sobre memória e desejo através do olhar doce, ávido e curioso de uma mulher madura. Além de Cartaxo, o longa ainda é estrelado por Pedro Wagner, Grace Passô, Clara Pinheiro, Gheuza e Karina Buhr. Com distribuição da Embaúba Filmes, "Lispectorante" estreia em 8 de maio nos cinemas.
 

Sinopse de "Lispectorante"
Glória Hartman, uma mulher madura que atravessa uma crise existencial e financeira, volta para sua cidade natal, que passa por um processo de abandono. Através de uma fenda nas ruínas de onde morou a escritora Clarice Lispector, Glória começa a ver cenas fantásticas que vão alterar sua vida.

Ficha técnica
Filme "Lispectorante"
Direção: RENATA PINHEIRO
Roteiro: RENATA PINHEIRO e SERGIO OLIVEIRA
Empresa Produtora: AROMA FILMES
Produção: SERGIO OLIVEIRA
Direção de Arte: JOANA CLAUDE e ANANIAS DE CALDAS
Fotografia: WILSSA ESSER
Montagem: RENATA PINHEIRO e QUENTIN DELAROCHE
Elenco: PEDRO WAGNER, GRACE PASSÔ, CLARA PINHEIRO, MARCÉLIA CARTAXO e GHEUZA, KARINA BUHR

.: MASP apresenta primeira exposição individual de Hulda Guzmán em museu


Artista dominicana expõe trabalhos inéditos em mostra que integra a programação de Histórias da ecologia, propondo um olhar contemporâneo para a paisagem. Hulda Guzmán, Dance—Asked Nature Kindly [Venha dançar—convidou a natureza gentilmente], 2019-20. Acervo MASP


O MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand apresenta, a partir de 11 de abril, a exposição Hulda Guzmán: frutas milagrosas, primeira mostra individual da artista dominicana Hulda Guzmán (Santo Domingo, República Dominicana, 1984) em um museu. Em suas telas, a artista subverte a tradição da pintura de paisagem ao negar sua representação exótica e idílica, escolhendo, ao contrário, tratar a natureza como um território protagonista no qual todos os elementos encontram-se em relações de interdependência. 

Relações de afeto e os arredores do lugar onde vive são temas recorrentes em suas telas, em que cenários tropicais e fantásticos são habitados por um elenco diverso de personagens — reais ou imaginários. Suas obras mantêm um caráter biográfico, impregnado de humor e de um apelo onírico ou teatral. 

No trabalho de Guzmán, cenas nas quais humanidade, arquitetura e natureza convivem em equilíbrio e harmonia celebram o meio ambiente ao mesmo tempo que nos convidam a refletir sobre questões urgentes, como a crise climática e a responsabilidade humana na preservação do planeta. “Esta exposição aborda a interconexão do mundo natural com a vida coletiva e o senso de comunidade. Nossa dissociação da natureza é a principal causa do colapso climático e ecológico", diz a artista.

Com curadoria de Amanda Carneiro, curadora, MASP, a mostra tem como ponto de partida a tela "Come Dance—Asked Nature Kindly" ["Venha Dançar—Convidou a Natureza Gentilmente"], incorporada ao acervo do MASP em 2020, no contexto do ciclo curatorial dedicado às Histórias da dança. A pintura retrata uma grande festa em meio a uma densa e vibrante floresta tropical, na qual figuras humanas interagem de diversas formas: a artista abraça uma árvore, uma criança repousa ao lado de um cachorro, pessoas dançam, se banham e se beijam. 

O título da obra reforça a reciprocidade, pois a dança não se limita à alegria do movimento, é também uma coreografia de interdependência, um gesto que evidencia que a vida na Terra não pode prosperar no isolamento ou na dominação. Além deste trabalho, a exposição também apresenta outras 17 pinturas, entre as quais 8 são obras inéditas confeccionadas especialmente para a ocasião.

 Afora as paisagens tropicais, a artista também produz autorretratos, estabelecendo um diálogo direto com os ambientes ao seu redor. Embora esse caráter autobiográfico seja muito presente em seu trabalho, suas telas também incorporam um amplo repertório de referências da história da arte, como a arquitetura e o mobiliário modernista, o surrealismo, o minimalismo na pintura chinesa antiga e os ex-votos mexicanos.

“O trabalho de Guzmán é muitas vezes uma combinação de observação direta e colagem de figuras e personagens, compondo cenas que transitam entre o íntimo e o inesperado. Em seus quadros, familiares, amigos e animais dividem espaço com personagens que ela garimpa em fontes diversas, como pinturas de diferentes autorias, fotos ou vídeos encontrados em redes sociais”, afirma Amanda Carneiro.

Ricas em detalhes, texturas e cores, as pinturas de Guzmán convidam o público a uma observação atenta, revelando múltiplas camadas visuais e narrativas. A paisagem, protagonista monumental de sua obra, abriga cenas de interações entre diversos personagens ligadas aos prazeres, à sociabilidade e à alegria, evidenciando a indissociabilidade entre vida humana e natureza. Assim, o ambiente natural emerge simultaneamente como cena e cenário, ampliando as possibilidades de leitura desse gênero da pintura na contemporaneidade.

"Hulda Guzmán: frutas Milagrosas" integra a programação anual do MASP dedicada às Histórias da ecologia. A programação do ano também inclui mostras de Mulheres Atingidas por Barragens, Claude Monet, Frans Krajcberg, Clarissa Tossin, Abel Rodríguez, Minerva Cuevas e a grande coletiva Histórias da ecologia.


Sobre a artista
Hulda Guzmán (Santo Domingo, República Dominicana, 1984) estudou belas artes e ilustração na Escuela de Diseño Altos de Chavón, na República Dominicana, e concluiu o bacharelado em artes visuais na Escuela Nacional de Artes Plásticas, na Cidade do México. Já expôs em instituições como Fine Arts Center at Colorado College (Colorado Springs), Denver Art Museum, Art Museum of the Americas (Washington, D.C.), Museo de Arte y Diseño Contemporáneo (San José, Costa Rica), Museo de Arte Moderno (Santo Domingo) e Pérez Art Museum (Miami). Em 2019, integrou o pavilhão da República Dominicana na 58ª Bienal de Veneza.

 

Acessibilidade
Todas as exposições temporárias do MASP possuem recursos de acessibilidade, com entrada gratuita para pessoas com deficiência e seu acompanhante. São oferecidas visitas em Libras ou descritivas, além de textos e legendas em fonte ampliada e produções audiovisuais em linguagem fácil – com narração, legendagem e interpretação em Libras que descrevem e comentam os espaços e as obras. Os conteúdos, disponíveis no site e no canal do YouTube do museu, podem ser utilizados por pessoas com deficiência, públicos escolares, professores, pessoas não alfabetizadas e interessados em geral.
 

Catálogo
Por ocasião da mostra, será publicado um catálogo bilíngue, em inglês e português, reunindo imagens e ensaios comissionados que abordam a trajetória de Hulda Guzmán, resultando na primeira grande publicação sobre sua obra. O livro tem organização editorial de Amanda Carneiro, curadora, MASP, e textos de Carneiro, Tobias Ostrander e Elena González. A edição apresenta mais de 100 imagens, com ampliações que ressaltam tanto detalhes da obra da artista quanto ilustrativas de referências.


Realização e apoio
Hulda Guzmán: frutas milagrosas é realizada por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, PROAC ICMS e tem apoio de Lefosse.


Serviço
Exposição "Hulda Guzmán: frutas Milagrosas"
Curadoria: Amanda Carneiro, curadora, MASP
11 a 24 de abril de 2025
1° subsolo, Edifício Lina Bo Bardi

 
MASP - Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand
Avenida Paulista, 1578 – Bela Vista, São Paulo, SP 01310-200
Telefone: (11) 3149-5959
Horários: terças grátis, das 10h às 20h (entrada até as 19h); quarta e quinta das 10h às 18h (entrada até as 17h); sexta das 10h às 21h (entrada gratuita das 18h às 20h30); sábado e domingo, das 10h às 18h (entrada até as 17h); fechado às segundas.
Agendamento on-line obrigatório pelo link masp.org.br/ingressos
Ingressos: R$ 75,00 (entrada); R$ 37,00 (meia-entrada)

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