domingo, 20 de abril de 2025

.: Músicas icônicas de Rita Lee são revisitadas no álbum “Revisita Rita”


Sob o comando de Moogie Canazio, clássicos da rainha roqueira foram regravados por IZA, Criolo, Duda Beat, Carol Biazin e Roberto Frejat em “Revisita Rita”, que chega aos players

Eterna, Rita Lee tem um legado musical gigante e enorme impacto na música. E foi pensando nisso que o produtor musical Moogie Canazio - amigo de Rita e Roberto de Carvalho e que fez parte da produção de alguns álbuns da discografia do casal - decidiu fazer sua releitura de canções de Rita. “Essa ideia já existe há muito tempo, a Rita ainda estava com a gente quando eu criei esse projeto”, conta Moogie sobre “Revisita Rita”. “Conheci os dois em 1985 e tenho um carinho e uma admiração enormes por eles”.

A partir da ideia, ele começou a difícil tarefa de selecionar as músicas. Como são muitas, Moogie partiu para uma primeira lista: escolheu 20 entre dezenas de clássicos. Então, começou a pensar nos intérpretes. “Eu imaginava quem seriam essas pessoas que poderiam interpretar aquelas canções de forma que a Rita ficasse satisfeita de ouvir. Desde o início, minha vontade foi fazer algo que a Rita e o Roberto curtissem”. Da lista de 20 canções, Moogie escolheu algumas, dentre elas: “Ovelha Negra” (Rita Lee), que ficou com IZA; “Flagra” (Rita Lee e Roberto de Carvalho), com Criolo; “Chega Mais” (Rita Lee e Roberto de Carvalho), com Duda Beat e Carol Biazin, e “Mamãe Natureza” (Rita Lee), com Roberto Frejat.

“Eu recebo essa influência dela energicamente. E Roberto foi um queridaço: me deu total liberdade para escolher as músicas e, sobretudo, para escolher os artistas”, diz Moogie. “Por mais que o Roberto não esteja envolvido diretamente no projeto, ele me deu muita força. Primeiro por minha admiração por ele como pessoa, meu grande amigo. Segundo, como artista, produtor e compositor que é. É muito difícil você pegar algo que foi feito pelo Roberto e refazer”. Pensando nisso, Moogie partiu para um plano. “O meu ‘refazer’ é no sentido de trazer de volta, pois é necessário levar em conta como Rita e Roberto pensaram e produziram aquelas canções originalmente. A músicas deles assume uma forma tão contundente: o arranjo, as ideias, os rifes...  Então, por mais que estejamos revisitando esses clássicos, as pessoas vão reconhecê-los”.

Moogie destaca o apoio da Universal Music no processo. “O catálogo da Rita está praticamente todo na companhia, portanto, é o melhor lugar para esse projeto”. “Revisita Rita” chega aos players no dia 18 de abril. “Eu me sinto privilegiado por fazer essa homenagem para uma pessoa tão especial”, finaliza.

“Rita Lee é uma força da música brasileira que transcende gerações. Reunir esses artistas tão talentosos para revisitar algumas das músicas do seu vasto repertório é a nossa forma de celebrar sua genialidade e manter vivo seu imenso legado. Com novas vozes e novas leituras, mas com o mesmo espírito livre e irreverente que sempre marcou a obra da cantora, este EP é uma homenagem e também um convite: redescobrir Rita Lee sob novas luzes”, diz Paulo Lima, presidente da Universal Music Brasil.

.: Um resumo detalhado de "Caminho de Pedras", obra cobrada pela Fuvest


Por Helder Moraes Miranda, editor do portal Resenhando.com.

O romance "Caminho de Pedras" retorna às prateleiras, reconhecido como a obra mais politicamente comprometida de Rachel de Queiroz. A narrativa, escolhida como leitura obrigatória para os vestibulares da Fuvest em 2026 e 2027, se passa em Fortaleza nos anos 1930, no contexto da Era Vargas. O protagonista, Roberto, recebe a incumbência de angariar trabalhadores para integrar uma nova célula de esquerda. 

Entre os interessados está Noemi, mãe de Guri e casada com um homem por quem já não nutre sentimentos. Em busca de um propósito que a faça sentir-se viva, ela passa a frequentar os encontros do partido. A partir daí, surge uma forte afinidade intelectual com Roberto - laço que rapidamente se transforma em um envolvimento amoroso. A partir daí, Noemi começa a explorar novas fronteiras morais e éticas, tanto no amor quanto no ativismo político.

Expressão de um socialismo libertário raro na trajetória literária de Rachel de Queiroz, "Caminho de Pedras" é amplamente considerado seu livro mais ideológico. A obra antecipa o surgimento de um estilo mais reflexivo e psicológico, fundamentando cenas marcadas por grande carga emocional. Com inteligência narrativa, a autora constrói a história de uma paixão proibida alimentada pelo idealismo político.

Ao longo do romance, Rachel de Queiroz destaca a força de uma mulher que escolhe seguir os próprios desejos - mesmo que isso significasse enfrentar o divórcio. Em um contexto social onde se esperava da mulher apenas os papéis de mãe, esposa e dona de casa, Noemi surge como uma transgressora e, ao mesmo tempo, protagonista corajosa da própria trajetória. A punição social que sabia que enfrentaria não foi suficiente para dissuadi-la de romper com um casamento sem afeto. Apoie o Resenhando.com e compre o livro neste link.


Casamento, perdas e prisão: os bastidores da criação de “Caminho de Pedras”
Após o sucesso de "O Quinze", romance de estreia, Rachel de Queiroz fez diversas viagens para divulgar a obra. Durante esse período, conheceu o poeta José Auto da Cruz Oliveira, conhecido como Zé Auto, com quem se casaria em 14 de dezembro de 1932. No ano seguinte, em Fortaleza, nasceu Clotilde, a única filha do casal. 

Contudo, tragicamente, a menina faleceu aos um ano e meio de idade, em apenas 24 horas, vítima de meningite aguda. Pouco tempo depois, Rachel enfrentaria outra dor: a morte do irmão mais novo, Flávio, aos 18 anos, devido a uma septicemia causada por uma infecção em uma espinha no rosto. Esse período mergulhou a autora em um profundo estado de luto e desolação.

Nos anos seguintes, com o endurecimento do regime de Getúlio Vargas, o Nordeste passou a ser alvo de uma repressão intensa contra movimentos de esquerda. Durante esse clima político tenso, Rachel foi presa sob acusação de envolvimento comunista, ficando incomunicável nas instalações do Corpo de Bombeiros de Fortaleza. Foi justamente durante esse período de reclusão que ela iniciou a escrita do terceiro romance - sendo que o segundo, "João Miguel", só seria publicado em 1937 - o qual receberia o título de “Caminho de Pedras”.

A obra é frequentemente apontada por estudiosos como o romance mais politicamente comprometido de sua longa trajetória literária, marcado por um socialismo libertário que raramente voltaria a aparecer em seus escritos. Com uma prosa concisa e direta, o livro mergulha na psicologia dos personagens, narrando a história de um amor proibido entre Roberto e Noemi - esta, esposa do ex-militante comunista João Jaques e mãe de um bebê chamado apenas de Guri. A narrativa tem como pano de fundo o cenário de luta social dos anos 1930, com duras críticas ao Integralismo e ao autoritarismo do Estado Novo. Apoie o Resenhando.com e compre o livro neste link.


Resumo Detalhado de "Caminho de Pedras", de Rachel de Queiroz

Contexto histórico e político
Publicado originalmente em 1937, "Caminho de Pedras" se passa em Fortaleza, nos anos 1930, durante a Era Vargas, um período de forte repressão política, especialmente contra movimentos de esquerda. A narrativa se insere nesse cenário turbulento, trazendo à tona discussões ideológicas, sociais e morais - tudo isso atravessado por uma trama afetiva intensa.


🧍‍♂️ Personagens principais 
de "Caminho de Pedras"
Roberto - Jovem idealista, envolvido com o movimento de esquerda. A missão dele é organizar uma nova célula comunista em Fortaleza. Inteligente, sensível e politicamente comprometido, representa o engajamento da juventude com as causas sociais.

Noemi - Mulher casada, mãe do pequeno Guri, vive presa a um casamento sem amor com João Jaques, um ex-militante comunista agora desencantado. Noemi é uma personagem complexa, dividida entre o papel que a sociedade lhe impõe e o desejo de viver algo mais verdadeiro e intenso.

João Jaques - Marido de Noemi. É um homem desiludido, que abandonou a luta política. Seu afastamento do idealismo o coloca em contraste com Roberto, que ainda acredita na transformação social.

🧩 Enredo de "Caminho de Pedras"
A história de "Caminho de Pedras" gira em torno da chegada de Roberto a Fortaleza com o objetivo de reunir trabalhadores e formar uma nova célula comunista. Durante essa missão, ele conhece Noemi, uma mulher inquieta, frustrada com sua vida familiar e emocionalmente distante do marido. Ela se interessa pelas ideias políticas de Roberto, mas principalmente por ele como pessoa.

Noemi começa a frequentar reuniões políticas e estabelece com Roberto uma conexão que extrapola o campo ideológico: nasce entre os dois uma relação amorosa intensa, carregada de paixão, mas também de dilemas morais. Noemi vive um conflito interno profundo - entre os valores conservadores que a cercam (e que ela internalizou) e o desejo de se libertar de uma vida sem sentido.

Ao se envolver com Roberto, Noemi começa a experimentar uma forma de liberdade até então desconhecida para ela, questionando seu papel de esposa e mãe tradicional. Essa libertação, no entanto, tem um custo: o julgamento social e as consequências afetivas e políticas que envolvem sua escolha.

🔍 Temas principais de "Caminho de Pedras"
Conflito entre o desejo e o dever - 
Noemi personifica esse embate, sendo pressionada pelos papéis sociais atribuídos à mulher, mas ansiando por uma existência mais autêntica.

Militância e desilusão política - Roberto representa o entusiasmo revolucionário; João Jaques, a descrença e o abandono da luta.

Emancipação feminina: Noemi tenta trilhar um "caminho de pedras" rumo à autonomia emocional, intelectual e amorosa.

Moralidade e transgressão - A obra questiona os limites éticos impostos pela sociedade, colocando em foco o preço da liberdade individual.

💬 Estilo e linguagem de "Caminho de Pedras"
A escrita de Rachel de Queiroz em "Caminho de Pedras" é marcada por uma linguagem enxuta, direta e sensível, com forte carga psicológica e introspectiva. A narrativa avança com diálogos intensos e passagens de grande densidade emocional, revelando a complexidade interna dos personagens.


📝 Importância de "Caminho de Pedras" na obra de Rachel de Queiroz
Considerado por muitos críticos o romance mais engajado politicamente de Rachel de Queiroz, o romance "Caminho de Pedras" também marca o início de um estilo mais maduro da autora, com profundas análises existenciais e emocionais. É também uma das raras ocasiões em que ela explora, de maneira direta, temas ligados ao socialismo libertário. Apoie o Resenhando.com e compre o livro neste link.


Esquema por capítulos de "Caminho de Pedras" (resumo da narrativa)

Capítulo 1 - Chegada e missão
Roberto chega a Fortaleza com a missão de organizar uma célula comunista. É introduzido o contexto político da Era Vargas e o clima de tensão no Nordeste. Roberto começa a se aproximar de operários e trabalhadores para formar uma base ideológica.

Capítulo 2 - Primeiros contatos
Noemi aparece como personagem secundária nas reuniões políticas. Aos poucos, mostra-se interessada não só nas ideias, mas em Roberto. Introdução do núcleo familiar de Noemi: João Jaques e o filho, Guri.

Capítulo 3 - A aproximação
A conexão entre Roberto e Noemi se fortalece. O ambiente doméstico opressivo de Noemi é descrito, revelando seu desgaste emocional. Cresce o clima de tensão e desejo entre os dois.

Capítulo 4 - Início do romance
Noemi e Roberto se envolvem amorosamente. A relação desafia as convenções da época: adultério, militância e desejo de liberdade. Roberto é dividido entre seu idealismo político e o sentimento por Noemi.

Capítulo 5 - Conflitos internos
Noemi entra em crise: culpa, desejo, medo da repressão social. João Jaques começa a desconfiar.. Roberto tem dificuldades com o avanço da célula revolucionária.

Capítulo 6 - Queda e consequências
O relacionamento é descoberto ou se torna insustentável. Noemi enfrenta o julgamento da sociedade e o colapso do casamento. Roberto sofre repressão ou precisa fugir.

Capítulo 7 – Escolhas e liberdade
Noemi decide romper com as expectativas e padrões sociais. O final é melancólico, mas libertador: há perda, mas também consciência de si. A metáfora do "caminho de pedras" é consolidada como o percurso árduo da mulher em busca de autonomia.

Análise temática aprofundada de "Caminho de Pedras"

1. Amor e transgressão
O romance aborda o amor extraconjugal entre Noemi e Roberto, desafiando as normas sociais da época. Essa relação é retratada com profundidade emocional, explorando os conflitos internos de Noemi entre desejo e culpa.

2. Militância política
A obra está inserida no contexto da Era Vargas, destacando a repressão aos movimentos de esquerda. Roberto representa o idealismo revolucionário, enquanto João Jaques simboliza a desilusão com a política.

3. Emancipação feminina
Noemi busca romper com os papéis tradicionais de esposa e mãe, em busca de autonomia e realização pessoal. Sua jornada reflete as dificuldades enfrentadas pelas mulheres que desafiam as expectativas sociais.

4. Conflito entre vida pública e privada
A narrativa explora como as escolhas pessoais de Noemi estão intrinsecamente ligadas ao contexto político e social, mostrando a interdependência entre o íntimo e o coletivo.


🧠 Perfil psicológico dos personagens principais de "Caminho de Pedras"

Noemi
Conflitos internos:
luta entre o desejo de liberdade e o peso da culpa por trair as expectativas sociais. Evolução: passa de uma mulher submissa a uma figura que busca ativamente sua autonomia, mesmo enfrentando consequências dolorosas.

Roberto
Conflitos internos:
 dividido entre o compromisso com a causa socialista e o amor por Noemi. Evolução: a relação com Noemi o humaniza, mas também o coloca em risco dentro do contexto político repressivo.


O que disseram sobre o livro "Caminho de Pedras"

“Caminho de pedras é uma história de gente magra, uma história onde há fome, trabalho excessivo, perseguições, cadeia, injustiças de toda a espécie, coisas que os cidadãos bem instalados na vida não toleram.” ― Graciliano Ramos

“A mesquinhez pulha dos indivíduos, a amargura sofrente de todos, a incapacidade como que por fatalidade, a dedicação por um ideal mais sonhado que entendido, o ambiente parado das cidades nordestinas (com exceção do Recife), a quantidade inflexível de sol que está no livro, a pureza da linguagem natural, sem a menor pesquisa: é a Rachel de Queiroz grande romancista.” ― Mário de Andrade

“A trilogia 'O Quinze', 'João Miguel' e 'Caminho de Pedras' marca claramente um momento da obra de Rachel. A afirmação de seu compromisso com a linguagem clara, de dicção moderna, a preocupação com o social, seus conflitos políticos, sua raiz nordestina. Marca ainda sua habilidade no desenho de personagens femininas cujo desempenho desafia invariavelmente a lógica patriarcal desta primeira metade do século XX.” ― Heloisa Teixeira


Fuvest 2026

"Opúsculo Humanitário" (1853) - Nísia Floresta Brasileira Augusta

"Nebulosas" (1872) - Narcisa Amália

"Memórias de Martha" (1899) - Júlia Lopes de Almeida

"Caminho de Pedras" (1937) - Rachel de Queiroz

"O Cristo Cigano" (1961) – Sophia de Mello Breyner Andresen

"As Meninas" (1973) – Lygia Fagundes Telles

"Balada de Amor ao Vento" (1990) – Paulina Chiziane

"Canção para Ninar Menino Grande" (2018) – Conceição Evaristo

"A Visão das Plantas" (2019) – Djaimilia Pereira de Almeida

sábado, 19 de abril de 2025

.: Livro “Memórias do Cacique”: Raoni Mêtyktire na autobiografia arrebatadora

Entrelaçando passado, presente e futuro em uma narrativa única, Raoni Mêtyktiretece sua concepção sobre a vida, a floresta e o mundo atual. Em "Memórias do Cacique", publicação da Companhia das Letras que está em pré-venda neste link, os leitores podem conhecer mais profundamente a trajetória de um dos mais influentes líderes indígenas contemporâneos, registrada em suas próprias palavras. A história dele é um testemunho inigualável de resistência, sabedoria ancestral e compromisso com a terra. 

Nas páginas "Memórias do Cacique" — que chega às livrarias em 24 de junho —, Raoni tece sua concepção sobre a vida, a floresta e o mundo atual e compartilha de maneira única a cultura, a cosmologia e a luta do povo Mẽbêngôkre. Compre o livro "Memórias do Cacique" neste link.

Sobre o autor
Ropni, aportuguesado como Raoni, pertence ao povo Mẽtyktire-Mẽbêngôkre, também conhecidos como Kayapó e Txukarramãe. A aprendizagem parcial do português, sua autoconfiança, orgulho e ambição habilitou Raoni a atingir respeito e projeção internacional com sua defesa imbatível da Floresta Amazônica e de seus habitantes milenares.


A edição
O livro foi construído a partir de entrevistas inéditas realizadas pelos tabdjwy de Raoni, seus netos, entre 2020 e 2023. Falando sempre em mẽbêngôkre, e rodeado de parentes, Raoni gravou durante dezenas de horas, em diversas sessões, as histórias e mitos que resultaram neste relato. O material foi traduzido para o português por meio de um trabalho meticuloso e extenso de uma equipe de tradutores Mêbêngôkre, sob a coordenação do antropólogo Fernando Niemeyer, que também supervisionou a redação e edição do manuscrito. A publicação de "Memórias do Cacique" tem o apoio do Instituto Socioambiental, do Instituto Sociedade, População e Natureza e do Instituto Raoni. Garanta o seu exemplar de "Memórias do Cacique" neste link.


A história de Cacique Raoni é um testemunho inigualável de resistência, sabedoria ancestral e compromisso com a terra. 
Fotos de Bob Wolfenson

.: "Futuro da Terra": série original em cartaz gratuitamente na IC Play


Assinada por Alberto Alvares, artista da etnia Guarani Nhandewa e um dos principais nomes do cinema indígena do Brasil, e pelo jornalista Claudiney Ferreira, a produção se destaca por apresentar para os não-indígenas a cultura de etnias de diferentes regiões do país. A primeira temporada que entra na plataforma tem três episódios temáticos: "Território", "Revivências da Mãe-Terra" e "Terra e Corpo, Natureza e Espiritualidade". Ailton Krenak participa da série

Em cartaz na Itaú Cultural Play – plataforma de streaming gratuita de cinema brasileiro – a série documental "Futuro da Terra", que explora diferentes aspectos da cultura dos povos originários brasileiros de vários estados do país. Realizada pelo Itaú Cultural, Futuro da Terra é uma das primeiras séries dirigidas por uma pessoa indígena, Alberto Alvares, cineasta da etnia Guarani Nhandewa e um dos principais nomes do cinema indígena do Brasil. Ele compartilha a direção com o jornalista Claudiney Ferreira.

Na plataforma, os espectadores podem assistir à primeira temporada, com três episódios. Gravados no Distrito Federal, em Mato Grosso, São Paulo e Minas Gerais, os capítulos têm depoimentos de líderes indígenas como Ailton Krenak, Cacique Raoni Metuktire, Daniel Munduruku, Célia Xakriabá, Olinda Tupinambá, Denilson Baniwa, entre outras lideranças.

O lançamento de "Futuro da Terra" acontece em sinergia com o Dia da Terra, comemorado em 22 de abril. A produção-executiva é da Filmes de Quintal, associação responsável, entre outras ações, pelo forumdoc.bh – Festival do Filme Documentário e Etnográfico, Fórum de Antropologia e Cinema, importante festival do gênero. O acesso à Itaú Cultural Play é gratuito, disponível em www.itauculturalplay.com.br, nas smart TVs da Samsung, LG e Apple TV, nos aplicativos para dispositivos móveis (Android e iOS) e Chromecast.


Sobre a série
Hoje, o Brasil soma mais de 305 etnias indígenas, falantes de cerca de 270 diferentes línguas. Apesar de numerosos, estes povos ainda são pouco conhecidos e compreendidos na sociedade brasileira. Em depoimento ao primeiro episódio, Ailton Krenak ressalta: “Se fôssemos contar que os povos nativos são todos ‘índios’, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), a Unesco e a Organização Mundial da Saúde (OMS), nós seríamos uma população estimada de 400 milhões de pessoas, espalhadas pelo mundo. Talvez isso seja uma garantia para a gente continuar vivendo. Não estamos mais enclausurados em um lugar, aonde alguém pode ir e nos aniquilar. Estamos no mundo”.

Nesse contexto, "Futuro da Terra" pretende ser uma ponte entre a cultura, os costumes e as cosmologias dessa riqueza humana e os não-indígenas. Para isso, dentro de um recorte temático, cada episódio cruza os pontos de vista e as vivências de vários povos, moradores de locais distintos, mostrando suas semelhanças e divergências no modo de pensar e sentir o mundo.

“O futuro da Terra não tem como ser separado das nossas histórias. Um dos objetivos centrais da Itaú Cultural Play é justamente mostrar os muitos modos de ser, ver e sentir as diferentes histórias de cada um e imaginar outros mundos que possam continuar sendo possíveis”, diz André Furtado, gerente do núcleo de Criação e Plataformas do Itaú Cultural. “A necessária série 'Futuro da Terra' se une, agora, a outros filmes e documentários do nosso catálogo que ecoam territórios e povos diversos, lembrando que contar histórias é também uma forma de cuidar da Terra”, conclui.

Além das estreias frequentes, a IC Play possui duas coleções permanentes dedicadas ao tema, "Um Outro Olhar: cineastas Indígenas" e "Sob o Olhar delas: novas Perspectivas do Cinema Indígena", que traz títulos recentes dirigidos por mulheres. Outro destaque de "Futuro da Terra" é que todas as entrevistas são feitas somente com pessoas indígenas, boa parte delas nas línguas originais de cada etnia. A produção também dá voz às lideranças femininas, como Jerá Poty Mirim, moradora da Terra Indígena Tenondé Porã, na capital paulista, e a deputada federal Célia Xakriabá.

“'Futuro da Terra' nasce como uma urgência para mim, para o meu povo e para outros povos indígenas brasileiros. É uma forma de salvaguardar nossas memórias”, diz Alberto Alvares. “Muitos filmes e séries sobre povos indígenas tratam de apenas uma etnia. Nesta série, cada episódio traz histórias e depoimentos de vários povos”, completa Claudiney Ferreira, roteirista e parceiro de Alvares na direção.

Alvares também assina a direção de fotografia e a série conta com desenhos exclusivos do artista visual Wapichana Gustavo Caboco, um dos nomes mais representativos da arte indígena contemporânea – o catálogo da IC Play oferece uma animação dirigida por "Caboco, Kanau'kyba" (Roraima, 2021).

A primeira temporada foi gravada no Acampamento Terra Livre, no Distrito Federal, e em território Guarani, em São Paulo; Xingu, no Mato Grosso; e Krenak e Maxacali, em Minas Gerais. O primeiro episódio, Território, retrata justamente a noção de território entre esses povos, que ultrapassa o simples conceito de espaço físico, englobando a relação com corpo, língua e diversidade étnica.

“No estado de São Paulo, por exemplo, nós gravamos em aldeias diferentes, mas habitadas pelas mesmas etnias, caso dos Guarani. É impressionante ver como o conceito de território muda de acordo com o local onde o povo está, do quão próximo está do meio urbano”, conta Júnia Torres, diretora de produção e uma das idealizadoras de Futuro da Terra.

Para o cineasta Takumã Kuikuro, morador da aldeia Ipatse, no Parque Indígena do Xingu, no Mato Grosso, por exemplo, a terra pertence a todos os humanos, indígenas ou não. “Nós não pensamos em mercadoria como os não-indígenas, que disputam a terra. Não transformamos a terra, a água e os peixes em dinheiro, mas sim em sustento da vida, para todo mundo”, diz em entrevista, no episódio.


Perspectivas sustentáveis
Tanto o segundo quanto o terceiro episódio abordam um tema que, segundo Júnia, se impôs durante as gravações e a captação de material: a sustentabilidade. O segundo, intitulado "Revivências da Mãe-Terra", retrata, principalmente, as iniciativas de preservação e recuperação ambiental dos povos originários, como o projeto de reflorestamento em aldeias Maxacali, em Minas Gerais, além da restauração de sementes e abelhas nativas pelos Guaranis. De acordo com ela, esses dois povos são os únicos do Sudeste que ainda falam sua língua originária.

"Terra e Corpo, Natureza e Espiritualidade", o terceiro episódio, por sua vez, debate a sustentabilidade de um modo mais amplo, aludindo às noções de manutenção do corpo, da alimentação, das culturas e tradições, da língua e da espiritualidade.

Esse episódio guarda uma das cenas mais emocionantes da série: o momento em que Vitorino, pajé de uma aldeia Maxacali, que é cercada por fazendas, lamenta o incêndio criminoso que varre a floresta próxima. “Naquele momento, enquanto olhávamos a mata devastada pelo fogo, ele não demonstrava, mas estava chorando por dentro. Para os Maxacali, não era apenas uma terra sendo queimada, era um corpo”, lembra Alvares.


Serviço
Série original "Futuro da Terra", de Alberto Alvares e Claudiney Ferreira
Na Itaú Cultural Play www.itauculturalplay.com.br


Sinopses dos episódios

T1:E1 | "Território" | "Futuro da Terra"
De Alberto Alvares e Claudiney Ferreira (60 min, Distrito Federal, Mato Grosso, São Paulo e Minas Gerais, 2023)
Classificação indicativa: AL – livre (drogas lícitas)
Sinopse: a concepção indígena de território transcende a simples noção de espaço físico, engloba a relação com corpo, língua, diversidade étnica e cosmovisões. A partir deste conceito, são abordados neste episódio a relação com a natureza, a estrutura do cotidiano nas aldeias, o papel dos pajés e caciques, das lideranças e a importância da educação formal para as novas gerações indígenas.


T1:E2 | "Revivências da Mãe-Terra" | "Futuro da Terra"
De Alberto Alvares e Claudiney Ferreira (60 min, Distrito Federal, Mato Grosso, São Paulo e Minas Gerais, 2023)
Classificação indicativa: AL – livre (drogas lícitas)
Sinopse: o episódio apresenta a percepção da sustentabilidade e da questão ambiental para os povos originários, que estão relacionadas à ideia de compartilhamento entre toda a aldeia do que se tira da terra. Juntos, com participação importante das mulheres, defendem e tentam proteger as terras-florestas das invasões, protegendo a vida.

T1:E3 | "Terra e Corpo, Natureza e Espiritualidade" | "Futuro da Terra"
De Alberto Alvares e Claudiney Ferreira (55 min, Distrito Federal, Mato Grosso, São Paulo e Minas Gerais, 2023)
Classificação indicativa: AL – livre
Sinopse: para os povos originários, não se vive das várias naturezas, mas sim com as naturezas. A partir desta perspectiva, o episódio aborda a sustentabilidade de modo amplo, as noções de manutenção do corpo, da alimentação, das culturas e tradições, da língua e da espiritualidade.


.: Psicanalista Maria Homem lança "Coisa de Menino?" no Café Filosófico


Bate-papo com Maria Homem acontece na terça-feira, dia 29 de abril, às 19h00, e será transmitido ao vivo pelo YouTube. Publicação da Papirus 7 Mares, "Coisa de Menino?" tem coautoria de Contardo Calligaris, já falecido


A psicanalista Maria Homem participa do Café Filosófico CPFL, em Campinas, para o lançamento da obra "Coisa de Menino? Uma Conversa sobre Masculinidade, Sexualidade, Misoginia e Paternidade". O bate-papo acontece na terça-feira, dia 29 de abril, às 19h00, e será transmitido ao vivo pelo YouTube. O público terá oportunidade de participar presencialmente e de forma gratuita. A entrada é por ordem de chegada, a partir das 18h00. Os exemplares do livro poderão ser adquiridos no local e autografados pela autora.  

Publicação da Papirus 7 Mares, "Coisa de Menino?" tem coautoria de Contardo Calligaris, já falecido. Na obra, os psicanalistas refletem sobre os elementos que compõem a masculinidade - a relação com o próprio corpo, as expectativas maternas, as fantasias de heroísmo, entre outros - e como esses aspectos entram em contato com as mudanças de paradigma sobre gênero e sexualidade das últimas décadas. 

Serviço:
Lançamento "Coisa de Menino? Uma Conversa sobre Masculinidade, Sexualidade, Misoginia e Paternidade"
Terça-feira, dia 29 de abril, às 19h00 
Instituto CPFL
Endereço: Rua Jorge Figueiredo Corrêa, 1.632 - Chácara Primavera, Campinas/SP
Ingressos: entrada gratuita por ordem de chegada, a partir das 18h
Outras informações pelo telefone: (19) 3756-8000

.: Terror, risadas e um rato assassino: a cena inédita de "Screamboat"


O terror raiz chega aos cinemas brasileiros em 1º de maio com o polêmico filme "Screamboat: terror a Bordo", que tem distribuição da Imagem Filmes e traz uma mistura de terror e comédia para as telonas. O longa-metragem acaba de ter uma nova cena exclusiva divulgada. A contagem regressiva para o lançamento do filme já começou, e a ansiedade dos fãs de horror só aumenta. O trecho oferece o gostinho do caos que aguarda os passageiros da última balsa da noite em Nova York, e deixa claro que o terror vem acompanhado também de muito humor absurdo.

Na sequência divulgada, o público conhece de perto a insanidade do rato assassino Willie, interpretado por David Howard Thornton, que interpretou o palhaço Art na franquia "Terrifier", e aqui surge com um visual perturbador e cômico. A cena acontece dentro do ferry desativado de Staten Island, transformado em um verdadeiro labirinto de tensão e desespero. O que começa como uma situação curiosa rapidamente se transforma em uma chacina gráfica, com direito a mortes criativas e efeitos práticos que remetem aos clássicos do gênero slasher.

Além da violência, chama atenção o tom cômico da cena, mostrando que Willie, mesmo sem dizer uma palavra, é carregado de personalidade. A cena exclusiva serve como amostra da atmosfera que o público encontrará nos cinemas: uma mistura de terror, comédia e nostalgia distorcida, reforçada por uma estética estilizada e um ritmo ágil. Tudo isso evidencia a proposta do diretor Steven LaMorte: brincar com os clichês do terror e reimaginar um personagem inspirado no icônico curta "Steamboat Willie" (1928), que marca a primeira aparição do personagem Mickey Mouse.

Ao lado de Thornton, o elenco conta com Tyler Posey ("Teen Wolf"), Kailey Hyman ("Terrifier 2"), Allison Pittel ("Stream") e Jesse Kove ("Cobra Kai"), todos lutando para sobreviver em alto mar. Com produção dos mesmos nomes por trás de "Terrifier 2" e "3", "Screamboat: terror a Bordo" promete uma experiência cinematográfica brutal e divertida, apostando alto na fórmula que conquistou fãs de horror independente no mundo todo.

Sinopse de "Screamboat: terror a Bordo"
Na última balsa da noite em Nova York, passageiros e tripulantes são caçados por um rato impiedoso, e o que deveria ser uma travessia tranquila se transforma em um massacre sangrento. Parece o rato que você conhece, mas não se engane! Ele é muito mais perigoso. Cercados pela água e pelo medo, eles precisam encontrar um jeito de sobreviver antes que seja tarde demais.


Ficha técnica
Filme "Screamboat: terror a Bordo"
Direção: Steven LaMorte
Roteiro: Matthew Garcia-Dunn, Steven LaMorte
Elenco: David Howard Thornton; Allison Pittel; Jesse Posey; Amy Schumacher; Kailey Hyman; Mike Leavy; Jesse Kove; Brian Quinn; Joe DeRosa; Tyler Posey; Jarlath Conroy.
Produção: Steven LaMorte, Steven Della Salla, Martine Melloul, Amy Schumacher
Direção de fotografia: Steven Della Salla
Trilha sonora: Charles-Henri Avelange, Yael Benamour
Edição: Patrick Lawrence
País: Estados Unidos
Ano: 2025
Distribuição: Imagem Filmes

.: Entrevista: Rosane Svartman, autora de "Dona de Mim", nova novela das sete


Em "Dona de Mim", Rosane Svartman promete mais uma vez envolver os telespectadores com uma história poderosa, que reflete sonhos, desafios e a força de protagonistas femininas. Foto: Globo/ Débora Santiago

Rosane Svartman, conhecida pelo talento e sensibilidade ao contar histórias, é a autora de "Dona de Mim", a nova novela das sete da TV Globo, que estreia no dia 28 de abril. A trama chega cercada de grandes expectativas, já que Rosane é responsável por sucessos como "Totalmente Demais", "Bom Sucesso" e "Vai na Fé", novelas que conquistaram o público e a crítica com enredos emocionantes, personagens marcantes e diálogos afiados.

Com uma sólida trajetória como autora, diretora e produtora, Rosane tem se destacado por abordar temas atuais com profundidade e leveza, sempre colocando em cena representatividade e questões sociais relevantes. Agora, com "Dona de Mim", ela promete mais uma vez envolver os telespectadores com uma história poderosa, que reflete sonhos, desafios e a força de protagonistas femininas. A estreia marca mais um capítulo importante na carreira da autora, que tem se firmado como uma das principais vozes da teledramaturgia brasileira contemporânea.

O que a inspirou para criar a história de "Dona de Mim"?
Rosane Svartman - Acredito que a criação está ligada ao instinto. O desafio é ter a sensibilidade de intuir o espírito do momento, os assuntos de interesse, as trajetórias e os personagens que a sociedade deseja acompanhar. E, assim, contamos histórias. Leona é uma personagem que entra em um buraco e sai gigante. Como ela fará isso é a sua trajetória na novela. O título está relacionado a esse esforço de tentar tomar as rédeas de sua vida em uma sociedade acelerada e repleta de violências.


Qual são os temas centrais de "Dona de Mim"? 
Rosane Svartman
 - Através da Leona (Clara Moneke), a história fala sobre a maternidade de forma prismática, abordando diferentes possibilidades do que é ser mãe, inclusive a escolha de não ser, e o seu impacto direto na vida das mulheres da trama. A Leo é uma mulher que passou pelo trauma de ter uma gravidez tardia interrompida. Ela já tinha comprado roupinha, feito chá de fralda, já se sentia mãe. E, quando ela perde essa criança, abre mão de tudo. Do casamento, da faculdade, ela realmente não consegue seguir adiante. Mas isso é a história pregressa da Leo. Quando a trama começa, ela é uma mulher batalhadora e alto-astral que tenta esconder sua dor, mas nem sempre consegue. Ela quer não só ajudar a família dela, mas também superar esse trauma. Ela não sabe, mas a felicidade sempre encontra um caminho, e conhecer Sofia é o começo de uma grande transformação. Além desse conflito em relação à maternidade da Leo (Clara Moneke), a gente tem os encontros e desencontros amorosos, claro. A gente tem conflitos da sociedade, também, e pela sucessão da fábrica de lingeries Boaz, que se torna uma grande briga por poder em família. 

  

Como você acha que esses temas vão se conectar com o público? 
Rosane Svartman - Eu acho que o desafio de qualquer pessoa que cria, que faz novela, é justamente trazer temas que o público vai curtir e comentar depois que o capítulo terminar. Eu acredito que o poder está sempre no espectador. É ele que vai pegar qualquer cena que eu colocar numa novela e fazer uma leitura de acordo com a sua própria trajetória, com a sua própria experiência de vida. Além das diversas formas de maternidade, vamos falar de segurança pública, envelhecimento, saúde mental, esporte e outros temas que provocam conversa, mostrando pontos de vista e reflexões. Tudo isso sem deixar de lado o entretenimento e o objetivo de contar uma boa história. 
 

Pode falar mais sobre a relação especial entre a Leo (Clara Moneke) e a Sofia (Elis Cabral)? 
Rosane Svartman - Por um lado, a Sofia vive em uma “ilha”, em vários sentidos. Ela mora numa casa dentro de um condomínio, cercada por adultos. Por causa disso, no começo da novela, para chamar atenção, ela faz muita bagunça e traquinagem, principalmente com as babás. Os adultos estão muito ocupados, ninguém tem realmente tempo para ela. E, por outro lado, a Leo é essa mulher que já quis muito ser mãe, que teve um trauma enorme e tem medo de voltar a engravidar. Com a Sofia, ela começa uma relação de afeto que, aos poucos, vai ajudá-la a superar esse trauma. 

E o que você destaca na relação entre a Sofia (Elis Cabral) e o Abel (Tony Ramos), que não é o pai biológico dela? 
Rosane Svartman - O Abel promete para Ellen (Camila Pitanga) que vai ser o melhor pai que ele consegue ser para a Sofia. E ele é. O problema é que ele não tem tempo para essa menina, mas ele a ama, se considera o pai dela e quer o seu bem. Mas é claro, o pai biológico vai aparecer em algum momento. Então, isso vai se tornar um desafio para Abel. 


Quais são os principais desafios que Abel (Tony Ramos) e Filipa (Cláudia Abreu) enfrentam como casal na trama? 
Rosane Svartman - O Abel cursava Letras, pertencia a um grupo de poesia na faculdade, mas precisou abandonar tudo para cuidar do chão de fábrica na Boaz. Ele tem saudades dessa época. Conheceu a Filipa num sarau, e, em seis meses, já estavam com o casamento marcado. No dia da cerimônia, Ellen (Camila Pitanga) chega com Sofia no colo, à beira da morte. Abel assumiu a criança e nunca contou para Filipa que não era o pai biológico de Sofia. Já Filipa teve de aceitar de uma hora para outra ser madrasta de uma bebê de colo. Isso mudou completamente a relação deles. A Filipa tem uma filha que foi morar em Portugal com a avó, e ela acaba se frustrando novamente por não conseguir ser mãe, cuidar de Sofia. O Abel, neste casamento, sente muita falta dos olhos brilhando, da felicidade da mulher com quem ele se casou, e ele não sabe o que fazer para trazer isso de volta. 
 

Sobre a amizade entre Leo (Clara Moneke), Kami (Giovanna Lancellotti) e Pam (Haonê Thinar), que é um ponto central da novela: como descreveria cada uma? 
Rosane Svartman - Kami é uma periguete vencida, de bom coração; Leo é a enrolada que tenta ajudar todo mundo; e a Pam, a amiga gentil, mas que não leva desaforo para casa. É muito legal poder falar de amizade feminina. São mulheres jovens, amigas de colégio, uma relação de longa data. O que traz muita intimidade, mas, ao mesmo tempo, também faz com que seja mais fácil se machucarem. 

 
Em resumo, o que o público pode esperar de "Dona de Mim"? 
Rosane Svartman - O que o público pode esperar de uma novela: entretenimento, diversão, romance, informação, temas relevantes, identificação, um pouco de escapismo, talvez. A gente gosta de assistir a uma história e se imaginar em outro lugar. E digo a gente porque sou noveleira e, para mim, "Dona de Mim" traz os ingredientes que eu também gosto em uma novela.

.: Filme "Pecadores" sacode os cinemas brasileiros em plena Semana Santa


"Pecadores", o novo filme da Warner Bros. Pictures, invadiu as telonas da rede Cineflix e de cinemas de todo o Brasil. Estrelado pelo sempre incrível Michael B. Jordan, em dose dupla (sim, ele vive dois personagens!), e dirigido pelo premiado Ryan Coogler, diretor indicado ao Oscar por “Pantera Negra” “Creed: nascido para Lutar”, o longa-metragem já chegou com moral: 100% de aprovação no Rotten Tomatoes. Ou seja, a crítica amou, e agora é a sua vez de sentir esse impacto.

Na trama, Jordan interpreta os gêmeos Smoke e Stack, que voltam para a cidade natal tentando deixar o passado pra trás. Só que o que era pra ser um novo começo vira um pesadelo cheio de segredos sombrios e forças sinistras que estavam só esperando eles voltarem...


“'Pecadores' é tantas coisas, tem tantas camadas. Quero que as pessoas levem com elas tudo o que filmamos, fizemos, criamos. É uma experiência divertida. Eu quero que elas se divirtam, mas também reflitam”, conta Michael B. Jordan, que não veio para brincadeira nesse filme. “Quero que pensem no filme e nos personagens mesmo depois da sessão, e que sintam a música em seus ossos. A trilha é parte viva da narrativa”

Escrito e dirigido por Ryan Coogler, o filme marca a estreia do cineasta no gênero de terror com uma obra que ele define como sua “carta de amor ao cinema”. “Foi na experiência coletiva do medo, dentro de uma sala escura cheia de desconhecidos, que nasceu minha paixão pelo cinema. Pecadores foi feito para ser visto assim — com uma multidão. É sobre o medo, mas também sobre pertencimento”, conta Coogler. 

Antes da estreia oficial, o filme rolou em pré-estreias especiais nas principais capitais brasileiras. Em Salvador, a sessão ainda teve um bate-papo com nomes como João Sales (@maratonize), Donna Paula Soares (@donnacachos), o jornalista João Paulo Barreto e Gleissia Santos, do Instituto Cultural Steve Biko. Foi papo sério sobre o impacto social da história e suas camadas mais profundas.

Além de Jordan, o elenco está pesadíssimo: Hailee Steinfeld, Miles Caton, Jack O'Connell, Wunmi Mosaku, Jayme Lawson, Omar Miller, Li Jun Li e Delroy Lindo. E a equipe criativa é um show à parte, com velhos parceiros de Coogler, como a diretora de fotografia Autumn Durald Arkapaw, a figurinista ganhadora do Oscar Ruth E. Carter, e o compositor Ludwig Göransson, que já assinou trilhas memoráveis. "Pecadores" é uma produção da Proximity Media e está sendo lançado nos cinemas do mundo todo pela Warner Bros. Pictures.


Assista no Cineflix mais perto de você
As principais estreias da semana e os melhores filmes em cartaz podem ser assistidos na rede Cineflix CinemasPara acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021.


"Pecadores" (legendado)
Título original: "Sinners". Classificação: 16 anos. Ano de Produção: 2025. Idioma: inglês. Diretor: Ryan Coogler. Duração: 2h18m. Com: Michael B. Jordan, Hailee Steinfeld e Jack O'Connell e outros. Distribuição: Warner Bros. Pictures.


"Pecadores" no Cineflix Santos
17/3/2025 - Quinta-feira: 18h10 e 21h00
18/3/2025 - Sexta-feira: 18h10 e 21h00
19/3/2025 - Sábado: 18h10 e 21h00
20/3/2025 - Domingo: 18h10 e 21h00
21/3/2025 - Segunda-feira: 18h10 e 21h00
22/3/2025 - Terça-feira: 18h10 e 21h00
23/3/2025 - Quarta-feira: 18h10 e 21h00


sexta-feira, 18 de abril de 2025

.: Entrevista: Marya Bravo diante de um novo despertar musical


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Fotos: Dip Ferrera

Filha do compositor Zé Rodrix e da cantora Lizzie Bravo, a atriz e cantora Marya Bravo decidiu dar um novo rumo para a carreira. De malas quase prontas para o Rio de Janeiro, ela encontrou parceiros musicais que ajudaram a moldar um trabalho musical autoral, diferente de seus trabalhos anteriores. Ela investiu fundo na forma de compor e produzir, apostando na mescla do som orgânico com elementos eletrônicos.

Para quem não sabe, Marya é filha da única brasileira a gravar com os Beatles em estúdio. Lizzie era apenas uma adolescente que ficava na frente do estúdio Abbey Road esperando uma chance para apenas ver seus ídolos de perto. Acabou sendo chamada para gravar vocais de "Across The Universe", juntamente com Paul McCartney e John Lennon em fevereiro de 1968. Ela faleceu em 2021.

Zé Rodrix teve uma trajetória musical de sucesso como artista solo e como integrante do trio Sá, Rodrix e Guarabira nos anos 70, além de integrar bandas icônicas como o Som Imaginário. Ele faleceu em 2009. Com pais tão ligados à música, o caminho natural de Marya acabou sendo esse mesmo. “As lembranças da infância já traziam a música. Minha mãe falava que eu cantava já deitada no berço”, explica Marya, que soma em sua carreira mais de 20 musicais estrelados no Brasil e no exterior, como "Beatles num Céu de Diamantes" e "Clube da Esquina – Sonhos Não Envelhecem", que lhe renderam duas indicações à Melhor Atriz nos prêmios Cesgranrio e APTR (Associação dos Produtores de Teatro do Rio de Janeiro).

O primeiro single dessa sua nova fase, “Eterno Talvez”, contou com produção musical de Nobru (bandas  Cabeça, Planet Hemp) e Dony Von (Matanza, Os Vulcânicos) e distribuição do selo Ditto Music. O trio é fortemente conectado a gêneros como rock, jazz, trip hop, hip hop, música brasileira e eletrônica. Em entrevista para o Resenhando. Marya conta como se deu essa nova produção musical e suas expectativas quanto ao futuro. “Meu maior desejo é que essas músicas mexam com as pessoas, que as leve para ambientes diversos de reflexões sobre sentimentos profundos”.


Resenhando - Como foi o seu início na música?
Marya Bravo – Eu acho que vem desde quando era criança. Porque me lembro bem quando acompanhava a minha mãe quando ela gravava jingles ou participava de alguma gravação. Eu gostava de ir junto com ela. A música estava sempre por perto.


Resenhando - Sua formação como atriz ajudou na carreira musical?
Marya Bravo - Para mim foi importante demais. Ajudou a dar uma espécie de conceito ao trabalho desenvolvido na música.


Resenhando - Seus primeiros trabalhos foram como intérprete. E agora você investe o autoral. O que mudou em relação ao início?
Marya Bravo - Esse trabalho atual é fruto de um amadurecimento em termos de composição. Gosto muito de Portishead, Massive Attack, Bjork… e, juntos, meus parceiros e eu também temos uma veia muito forte no hardcore e no punk-rock. Somos amigos de longa data e nos reencontramos na hora certa. Nossa experiência no estúdio criando este disco fluiu muito naturalmente.


Resenhando - Fale sobre o primeiro single, a canção Eterno Talvez.
Marya Bravo - "Eterno Talvez" foi a última música que gravamos. O Dony havia feito para sua banda com o Nobru, e não tinha letra. Sempre que ouvia essa melodia, ela me tocava profundamente. Um dia, em um hotel em São Paulo, a letra veio de primeira pra mim. Gravamos e acabou virando a favorita dos três. Ela fala de desejos inalcançados e a eterna busca por um coração preenchido. O disco deve contar com 11 faixas e ser disponibilizado nas plataformas em maio. Temos outras sete canções prontas para um futuro trabalho.


Resenhando - Você ainda mantém vontade de gravar como intérprete?
Marya Bravo - Sim. Inclusive tem uma surpresa muito legal: nós gravamos uma canção inédita do meu pai, Zé Rodrix. Era uma canção que estava ainda na nossa memória afetiva familiar, pois ele não chegou a gravá-la. Foi muito emocionante. O resultado ficou tão bom, que parecia até que ele tinha acabado de compor a canção para o disco


Resenhando - Vocês pretendem mostrar esse trabalho ao vivo?
Marya Bravo - Sim. Queremos mostrar esse trabalho em São Paulo e no Rio de Janeiro, e depois em todo o País, onde houver possibilidade. 

"Eterno Talvez"


.: Festival serrote apresenta debate com jornalistas do The New York Times


O evento acontece nos dias 25 e 26 de abril no IMS Paulista. A programação inclui também uma mesa sobre desigualdade de gênero e a apresentação serrote ao vivo, que une leituras e música, com nomes como Amara Moira e Lilia Guerra. Na imagem, Kate Conger e Ryan Mac. Foto: divulgação


Nos dias 25 e 26 de abril, acontece a oitava edição do Festival serrote, organizado pela revista de ensaios do Instituto Moreira Salles. Com entrada gratuita, o evento será realizado no IMS Paulista, em São Paulo, e reunirá escritores, jornalistas e artistas para debates e apresentações sobre temas como as conexões entre política e redes sociais, as relações de gênero e as contradições enfrentadas pela classe média negra brasileira. Entre os participantes, estão os jornalistas do The New York Times Kate Conger e Ryan Mac, autores do livro "Limite de Caracteres: como Elon Musk Destruiu o Twitter", lançado em 2024 pela editora Todavia; os escritores Evandro Cruz Silva, Amara Moira e Lilia Guerra e a artista Tetê; entre outros.

A programação começa no dia na sexta-feira, dia 25 de abril, às 20h00, com a serrote ao vivo, uma edição especial da revista concebida para o palco, com leituras, música, performances e artes visuais. Esta edição terá apresentações das escritoras Amara Moira, Lilia Guerra e Maria Isabela Moraes e das artistas Emilia Estrada e Tetê. A banda Hurtmold é responsável pelo acompanhamento musical.

No sábado, dia 26 de abril, o evento terá três atividades. Às 15h00, a artista pernambucana Tetê e a antropóloga mineira Camila de Caux, vencedoras da última edição do concurso de ensaísmo serrote, conversam com Amara Moira sobre as vidas de personalidades que desafiaram barreiras de gênero ao longo da história, dos tempos do Brasil colônia até o século 21.

Às 17h00, será a vez de Kate Conger e Ryan Mac, repórteres de tecnologia do The New York Times, debaterem política internacional e redes sociais a partir da atuação do empresário Elon Musk. No livro-reportagem "Limite de Caracteres: como Elon Musk Destruiu o Twitter", publicado pela editora Todavia no Brasil em 2024, os dois reconstituem o polêmico processo de aquisição do Twitter por Musk, o homem mais rico do mundo. No festival, a dupla discutirá como o cenário descrito no livro foi atualizado com a chegada de Musk ao governo de Donald Trump. A mediação será da jornalista Natalia Viana, diretora executiva da Agência Pública.

O festival termina às 19h00 com a apresentação do monólogo teatral "Eu, Minhas Convicções e Um Moleque Preto com Arma na Mão", inspirado no ensaio homônimo do sociólogo e escritor Evandro Cruz Silva, publicado na serrote #44. A partir de um assalto que sofreu em Salvador, o autor reflete sobre as tensões entre ascensão social, racismo e o discurso da segurança. O ator Rafael Cristiano fará o monólogo, com direção de Lucas Mayor. Após a apresentação, Evandro e o diretor conversam com o público. 

A partir de um assalto que sofreu em Salvador, Evandro Cruz Silva reflete sobre as tensões entre ascensão social, racismo e o discurso da segurança. Foto: Luiza Sigulem 


Serviço Festival serrote
Sexta-feira e sábado, dias 25 e 26 de abril
Auditório do IMS Paulista
145 lugares
Entrada gratuita, com distribuição de senhas.
Para o dia 25 de abril, sexta | Distribuição de senhas 1 hora antes do evento, com limite de 1 senha por pessoa.
Para o dia 26 de abril, sábado | Distribuição de senhas para qualquer uma das mesas a partir das 12h. Limite de 1 senha por mesa para cada pessoa.
Evento com interpretação em Libras.
IMS Paulista
Avenida Paulista, 2424. São Paulo
Tel.: 11 2842-9120


Programação completa

25 de abril, sexta-feira
20h00 | serrote ao vivo, com Amara Moira, Emilia Estrada, Hurtmold, Lilia Guerra, Maria Isabela Moraes e Tetê

26 de abril, sábado
15h00 | Mesa Corpos transgressores, com Camila de Caux, Tetê e mediação de Amara Moira
17h00 | Mesa O mundo segundo Musk, com Kate Conger, Ryan Mac e mediação de Natalia Viana
19h00 | Eu, minhas convicções e um moleque preto com arma na mão: um monólogo. Evandro Cruz Silva (texto), Lucas Mayor (direção), Rafael Cristiano (atuação) e Gustavo Rocha (arte sonora). A apresentação será seguida por um debate com o autor e o diretor.


Sobre os participantes
Amara Moira (1985)
é escritora, ativista, professora de literatura e doutora em teoria literária pela Unicamp. É autora do romance "Neca" (Companhia das Letras), que teve um primeiro trecho apresentado no Festival serrote em 2018, e coordenadora do Museu da Diversidade Sexual, em São Paulo.

Camila de Caux (1982) é antropóloga, trabalha junto à etnia Araweté e com materiais de arquivo sobre os povos Tupi quinhentistas. Foi uma das ganhadoras do Concurso serrote em 2024 com o ensaio “Vestígios da Natureza” (#48). Publicou, com Eduardo Viveiros de Castro e Guilherme Heurich, o livro "Araweté: um Povo da Amazônia" (Sesc).

Emilia Estrada (1989) é artista visual, nasceu em Córdoba (Argentina) e vive no Rio de Janeiro. Seu trabalho investiga o território simbólico da América Latina, como no ensaio visual “O Interior É Uma Invenção das Beiras”, publicado na serrote #49.

Evandro Cruz Silva (1992) é sociólogo e escritor. Autor do romance "O Embranquecimento" e do livro de contos "Praia Artificial" (ambos pela Patuá). Foi um dos ganhadores do Concurso serrote em 2020, já publicou na revista “Orfeu Enfrenta o Genocídio Negro” (#35-36), “G de Genocídio” (#38) e “Eu, Minhas Convicções e Um Moleque Preto com Arma na Mão” (#44).

Lilia Guerra (1976) é escritora e trabalha como auxiliar de enfermagem em São Paulo. É autora de "O Céu para os Bastardos" e "Perifobia" (ambos pela Todavia).

Lucas Mayor (1982) é dramaturgo, diretor e professor em São Paulo. É autor dos livros de crônicas "Viagem ao Redor da Sala", "Little Italy" e "Coisas pelas quais Vale a Pena Viver" (todos pela Bar Editora).

Kate Conger (1989) é repórter do The New York Times e vive em São Francisco. Escreve sobre o antigo Twitter, hoje X, e seu proprietário, Elon Musk, e há mais de uma década cobre o setor de tecnologia. É autora de "Limite de Caracteres: como Elon Musk Destruiu o Twitter" (Todavia), com Ryan Mac.

Maria Isabela Moraes (1990) nasceu em Aracaju e vive em Porto Alegre, onde estuda escrita criativa. Foi uma das ganhadoras do Concurso serrote 2024, com “Memorabília” (#48). É autora de "Fraturas Repentinas" (edições blague) e trabalha em sua "Trilogia da Vertigem".

Natalia Viana (1979) é diretora executiva da Agência Pública e autora do livro "O Vazamento".

Ryan Mac é repórter de tecnologia do The New York Times e trabalha em Los Angeles. Passou mais de uma década cobrindo os ricos e poderosos do Vale do Silício, primeiro na Forbes e depois no BuzzFeed News. É autor de "Limite de Caracteres: como Elon Musk Destruiu o Twitter" (Todavia), com Kate Conger.

Tetê (1998) é poeta e artista visual, nasceu em Marabá (PA) e vive no Recife, onde estuda arquitetura e urbanismo. Foi uma das ganhadoras do Concurso serrote 2024 com “Políticas do Afeto” (#48) e já integrou antologias de arte e poesia (Garupa Edições, Propágulo).

.: Úrsula Freitas, uma vida em torno da mediação


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. 

A advogada e mediadora de conflitos Úrsula Freitas sempre esteve envolvida com textos jurídicos, até ser provocada por um amigo roteirista que, impressionado com a sua história pessoal e profissional, sugeriu que ela escrevesse um livro. Assim surgiu “Minha Vida Antes e Depois da Mediação", que está sendo lançado neste mês de abril.

A ideia do livro surgiu durante um réveillon de 2019 e se concretizou durante a pandemia, quando Úrsula começou a escrever e percebeu que a obra iria além um registro autobiográfico e poderia servir como apoio para pessoas que enfrentam conflitos e não sabem por onde começar a resolvê-los. Ao longo das 127 páginas, a autora revisita momentos marcantes de sua vida, como sua juventude, a falta de estrutura familiar, o casamento precoce e a maternidade; além de apresentar casos que servem de exemplo de como a comunicação e o diálogo podem ajudar a encontrar uma solução.

"Durante muito tempo, pensei em como poderia ajudar ainda mais as pessoas que vivem em conflito, assim como eu vivi os meus por tantos anos. Neste livro, convido os leitores a refletirem sobre os embates, porque ele vai deixando a gente doente e, se mal administrado, perpetua-se no tempo. O diálogo é uma ferramenta poderosa, só precisamos usá-lo com sabedoria", afirma a autora.

Há mais de 16 anos auxiliando pessoas a encontrarem soluções consensuais para suas divergências, Úrsula, por meio de “Minha Vida Antes e Depois da Mediação”, desmistifica o papel do mediador e mostra uma alternativa eficaz ao modelo tradicional do Judiciário, muitas vezes desgastante e burocrático.

Na apresentação, a autora escreve: “Segundo o Conselho Nacional de Justiça, 80% dos casos que estão na Justiça, não deveriam estar resolvidos de outra forma, mas quem não consegue estabelecer a comunicação, apesar de todo o cuidado do mediador em buscar os interesses comuns, não tem outra opção a não ser brigar.”  Ao compartilhar sua experiência e os desafios enfrentados pela profissão, o livro se torna uma ferramenta de empoderamento para mediadores e para qualquer pessoa que queira compreender melhor essa prática. 

A obra está dividida em duas partes: "O Caos" e "A Mediação". Na primeira, ela conta um pouco da sua história e do caminho que a levou a trabalhar com mediação de conflitos, primeiro dentro do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e depois como iniciativa privada. Na segunda parte, ela explica tudo que envolve o trabalho de mediação e os modelos que servem de orientação, baseados em três escolas: o "Tradicional-Linear de Harvard" - em que o mediador é um facilitador da comunicação para conseguir um diálogo -; o "Transformativo de Bush e Folger" - que destaca a importância do aspecto relacional -; e, por último, o "Modelo Circular-Narrativo de Sara Cobb", que visa permitir diferenciadas conotações e compreensões sobre as ocorrências vivenciadas para a construção de uma outra história. Na segunda parte, estão também 15 casos cuidadosamente selecionados pela autora, sempre preservando a identidade dos envolvidos.

Entre os casos abordados estão o do casal que vive há 40 anos, pais de dois filhos, que resolve se separar depois de um casamento que deu certo a vida inteira; outro sobre uma família que entra em guerra por conta de um inventário que envolve um espólio de R$ 70 milhões, a história de duas amigas de infância e um cachorro feroz e a de um pai em busca de refazer sua relação com a filha.

Satisfeita com o resultado, a escritora acredita que o livro vai orientar as pessoas que não sabem como usar a mediação ou não tem conhecimento da sua importância. Ursula Freitas é formada em direito pela Universidade Cândido Mendes e advoga há 20 anos. Há 16 anos, trabalha com mediação. Atualmente ela faz parte dos profissionais do Centro Brasileiro de Mediação e Arbitragem. Também é professora e supervisora do curso de capacitação da Câmara de Mediação da FGV. E ainda é mediadora e parceira da empresa Mediar 360o. Pré-venda disponível neste link.

.: Festival de Cinema Europeu Imovision desembarca no Cineflix Santos


Entre os dias 24 a 30 de abril, o Cineflix Santos, no litoral de São Paulo, abriga a exibição dos filmes da primeira edição do Festival de Cinema Europeu Imovision, um evento que celebra  no Brasil a força, diversidade e excelência do cinema europeu. São 14 filmes inéditos e premiados, vindos de algumas das mais importantes cinematografias da Europa. O Festival é organizado pela Imovision, uma das mais influentes distribuidoras de cinema independente da América Latina.

A seleção de filmes inclui obras de Alemanha, França, Grécia, Islândia, Itália, Noruega, Suíça e Ucrânia, representando diferentes estéticas, temas e gerações da produção cinematográfica europeia contemporânea. O Festival de Cinema Europeu Imovision se diferencia de outras mostras e festivais por sua proposta única: levar o melhor do cinema europeu para diversas cidades do Brasil. “Esse festival é a concretização de um sonho que temos há muito tempo: expandir o acesso ao cinema europeu para muito além dos grandes centros, com estrutura, qualidade e uma curadoria forte. É um movimento de celebração e democratização do cinema de arte no Brasil”, afirma Jean Thomas Bernardini, fundador da Imovision.

A abertura do evento será em Niterói, no dia 23 de abril, com uma noite de gala no Reserva Cultural – Caminho Niemeyer, reunindo estrelas do cinema internacional, cineastas, atores e grandes nomes da indústria audiovisual brasileira e europeia. A realização da abertura na cidade conta com o patrocínio da Neltur – Niterói Empresa de Lazer e Turismo. A programação completa será divulgada em breve;

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As principais estreias da semana e os melhores filmes em cartaz podem ser assistidos na rede Cineflix CinemasPara acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021.

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