Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Foto: divulgação.
Loja do Resenhando.com traz novos livros para venda no Shopee
Visite a lojinha do Resenhando.com!
sexta-feira, 13 de junho de 2025
.: Crítica musical: Brian Wilson, dos Beach Boys, é harmonia infinita
Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Foto: divulgação.
.: Entrevista com Keco Brandão, um convite musical irrecusável
Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Foto: divulgação.
O arranjador, compositor, produtor musical Keco Brandão tem mais de 30 anos de carreira e um currículo respeitável, ao lado de artistas como Jane Duboc, Toquinho, Roberta Miranda, Fábio Júnior, Zizi Possi, Pedro Camargo Mariano, Gal Costa, Leila Pinheiro, Virgínia Rodrigues, Célia, entre outros.
Agora o músico trabalha no terceiro álbum do projeto "Keco Brandão Com Vida". Os dois primeiros singles estão sendo disponibilizados nas plataformas de música sendo uma das canções, uma parceria inédita com o compositor e instrumentista Toninho Horta.
Em entrevista para o Resenhando, Keco Brandão conta como foi sua trajetória, que inclui ainda a criação da identidade musical do canal Record News (entre 2007 e 2014) e trilhas de programas do SBT, além de abrir portas para os novos talentos. “O nosso País tem muita gente talentosa que merece ter um espaço na mídia”.
Resenhando.com - Nesses mais de 30 anos, quais os artistas que você considera fundamentais para consolidar a sua trajetória?
Keco Brandão - Eu sempre serei muito agradecido a todos com quem pude trabalhar. Mas três tem um lugar especial na minha mente: Jane Duboc, Gal Costa e Zizi Possi. Eu cantei com a Gal em um de seus shows. Com a Zizi trabalho até hoje, como integrante da banda. Essas três cantoras foram muito marcantes para mim.
Resenhando.com - Como está a produção do terceiro volume do Keco Brandão Com Vida?
Keco Brandão - Estou divulgando os dois primeiros singles. O primeiro é uma composição de Rafael Altério e Rita Altério. Nessa versão, o convidado para interpretar foi o instrumentista, compositor e cantor mineiro Felipe Bedetti. O segundo é a canção que se chama “Meu doce irmão”, uma homenagem aberta ao compositor mineiro Tunai, uma parceria poética em música de Toninho Horta. A convidada para interpretar a canção foi a cantora e compositora Diana HP, que atualmente vive na França e é sobrinha de Toninho e filha dos músicos instrumentistas Yuri Popoff e Lena Horta.
Resenhando.com - Há planos para novos singles?
Keco Brandão - Sim. Já tenho algumas participações que devem ser concretizadas mais adiante. Nesse terceiro volume estou priorizando os novos talentos que estão buscando seu espaço. Tem a Graziela Medori, filha da cantora Claudya e do músico Chico Medori, que vai cantar um samba que compus com Moacir Luz. Eu gosto muito de abrir espaço para os novos talentos. Nosso país tem muita gente talentosa que merece esse espaço.
Resenhando.com - Você tem um trabalho forte também na música instrumental. Pretende retomar esse trabalho no futuro?
Keco Brandão - Com certeza. Trabalhei como produtor musical na Rede Record de televisão, onde criei a identidade musical do canal Record News de 2007 à 2014. Ainda no ramo das televisões, sonorizei trilhas de programas e novelas do canal SBT, inclusive a recente produção "A Caverna Encantada". No futuro irei retomar meu trabalho conceitual na linha instrumental.
quinta-feira, 12 de junho de 2025
.: "June e John": Luc Besson estreia uma comédia sobre amor improvável
A partir desta quinta-feira, 12 de junho, estreia na Rede Cineflix Cinemas o novo filme de Luc Besson, “June e John” ("June and John"), uma comédia romântica com toques de drama que marca um retorno surpreendente do diretor francês a um gênero mais leve. Na trama, John (Luke Stanton Eddy) é um homem comum preso em uma rotina sem brilho.
Os dias dele se arrastam em uma existência monótona, na qual ele evita ao máximo qualquer tipo de mudança ou risco. Tudo muda quando ele conhece June (Matilda Price), uma mulher vibrante, misteriosa e cheia de vida, durante um encontro inesperado no metrô. O contraste entre os dois é imediato - e irresistível.
Carismática, June desperta em John sentimentos e impulsos que ele jamais havia experimentado. O que começa como um flerte curioso logo se transforma em um romance intenso, repleto de reviravoltas, descobertas e riscos emocionais. Pela primeira vez, John sente que encontrou um propósito: viver intensamente ao lado de June, custe o que custar.
Escrito e dirigido por Besson, o longa propõe uma reflexão leve, porém tocante, sobre o impacto que o amor pode ter na vida das pessoas, especialmente quando ele surge de forma inesperada. “June e John” aposta na força dos diálogos e na química entre o casal protagonista, trazendo um olhar sensível sobre o medo de mudar e o poder transformador de uma conexão verdadeira.
🎬 Ficha técnica
“June e John” ("June and John")
Duração: 1h32min
Gêneros: comédia romântica
Direção e roteiro: Luc Besson
Elenco: Luke Stanton Eddy, Matilda Price, Ryan Shoos
Classificação indicativa: não recomendado para menores de 14 anos
Ano de produção: 2025
Idioma: Inglês
Diretor: Luc Besson
Duração: 1h35m
Elenco: Matilda Price, Luke Stanton Eddy, Ryan Shoos
📅 Sessões no Cineflix Santos | Sala: 2
“June e John” ("June and John") (legendado)
12/6/2025 – Quinta-feira: 16h00 e 18h20
13/6/2025 – Sexta-feira: 16h00 e 18h20
14/6/2025 – Sábado: 16h00 e 18h20
15/6/2025 – Domingo: 16h00 e 18h20
16/6/2025 – Segunda-feira: 16h00 e 18h20
17/6/2025 – Terça-feira: 16h00 e 18h20
18/6/2025 – Quarta-feira: 16h00 e 18h20
🎟 Os ingressos já estão disponíveis no site e aplicativo da Cineflix Cinemas. Uma história sobre viver o inesperado - e se transformar no processo.
.: “Nasce Uma Estrela” volta ao Cineflix em única exibição com Gaga aclamada
Nesta quinta-feira, dia 12 de junho, a Rede Cineflix Cinemas exibe uma sessão especial do drama musical “Nasce Uma Estrela” ("A Star Is Born", 2018), dirigido e protagonizado por Bradley Cooper, com atuação poderosa de Lady Gaga em sua estreia como protagonista no cinema. Em pleno Dia dos Namorados, casais e solteiros podem garantir o ingresso e viver (ou reviver) essa linda história de amor regada a canções emocionantes em tela grande. Lançado em 2018, o longa-metragem é a quarta versão cinematográfica de uma história atemporal sobre fama, amor e decadência. Gaga interpreta Ally, uma jovem cantora talentosa que tem sua vida transformada após conhecer Jackson Maine, astro em decadência vivido por Cooper. O envolvimento pessoal e profissional entre os dois se desenvolve enquanto suas carreiras tomam rumos opostos.
“Nasce Uma Estrela” é uma narrativa clássica de Hollywood que já foi adaptada várias vezes ao longo das décadas, sempre revelando grandes atrizes e performances inesquecíveis: Janet Gaynor foi a primeira a interpretar o papel em 1937, na versão original dirigida por William A. Wellman, que estabeleceu as bases da trama. Judy Garland protagonizou a segunda versão, em 1954, com direção de George Cukor. Sua atuação intensa rendeu uma indicação ao Oscar e é considerada uma das mais emblemáticas de sua carreira. Barbra Streisand estrelou o remake de 1976 ao lado de Kris Kristofferson, trazendo o enredo para o universo do rock. A canção "Evergreen", interpretada por Streisand, venceu o Oscar de Melhor Canção Original.
Em 2018, Lady Gaga assumiu o papel e conquistou o público e a crítica. A performance vocal e dramática da atriz foi amplamente elogiada, e a música “Shallow”, composta por ela em parceria com Mark Ronson, Andrew Wyatt e Anthony Rossomando, venceu o Oscar de Melhor Canção Original, além de receber um Grammy e um Globo de Ouro. O filme também foi indicado a outras sete categorias no Oscar, incluindo Melhor Filme, Melhor Ator (Bradley Cooper) e Melhor Atriz (Lady Gaga).
Ficha técnica
"Nasce Uma Estrela" ("A Sstar Is Born"). Classificação: 16 anos. Ano de produção: 2018. Idioma: Inglês. Diretor: Bradley Cooper. Duração: 2h16m. Elenco: Lady Gaga, Bradley Cooper, Andrew Dice Clay.
📅 Sessão especial no Cineflix Santos | Sala 3
12/6/2025 - Quinta-feira: 20h00
.: “Síndrome da Apatia” mostra drama comovente e baseado em fatos reais
Chega à rede Cineflix e aos cinemas nesta quinta-feira, 12 de junho, o impactante “Síndrome da Apatia” ("Quiet Life"), novo drama do diretor grego Alexandros Avranas, com distribuição da Imovision. O longa-metragem estreia na Rede Cineflix Cinemas, oferecendo ao público uma narrativa sensível e perturbadora inspirada em um fenômeno real que afeta crianças refugiadas na Suécia.
Na trama, Sergei e Natalia são refugiados políticos que, em busca de uma nova vida, mudam-se com as filhas, Katja e Alina, para a Suécia. Quando o pedido de asilo da família é negado, Katja sofre um trauma profundo e entra em um estado semelhante ao coma, desenvolvendo a chamada Síndrome da Apatia - uma condição psicológica que tem assustado especialistas e que atinge, majoritariamente, crianças refugiadas entre 8 e 15 anos.
Apesar de aparentarem boa saúde física, essas crianças deixam de falar, de se mover e até de comer, como um mecanismo de autoproteção diante do medo extremo da deportação. Mais de 700 casos foram registrados no país escandinavo nos últimos anos, levantando questionamentos sobre os impactos da imigração forçada e a necessidade urgente de acolhimento humanitário. Com atuações marcantes de Chulpan Khamatova, Grigoriy Dobrygin e Lisa Loven Kongsli, o filme é uma poderosa denúncia social que revela o drama silencioso enfrentado por milhares de famílias ao redor do mundo.
Ficha técnica
"Síndrome da Apatia". Título original: "Quiet Life". Classificação: 12 anos. Ano de produção: 2024. Idioma: grego. Diretor: Alexandros Avranas. Duração: 1h49m. Elenco: Chulpan Khamatova, Grigoriy Dobrygin, Lisa Loven Kongsli
📅 Programação Cineflix | Sala: 2
12/6/2025 – Quinta-feira: 20h20
13/6/2025 – Sexta-feira: 20h20
14/6/2025 – Sábado: 20h20
15/6/2025 – Domingo: 20h20
16/6/2025 – Segunda-feira: 20h20
17/6/2025 – Terça-feira: 20h20
18/6/2025 – Quarta-feira: 20h20
quarta-feira, 11 de junho de 2025
.: Entrevista com Paulo Scott: o poeta entre o desconforto e a estética
Por Helder Moraes Miranda, especial para o portal Resenhando.com. Foto: Morgana Kretzmann
Não é poesia para agradar: é para fisgar. Com essa energia crua e combativa, o escritor Paulo Scott lança pela editora Alfaguara o livro de poemas "Sanduíche de Anzóis". Ao revisitar 25 anos de produção poética, o autor do romance "Marrom e Amarelo" não só costura versos antigos - ele os rasga, remonta, corta fora o que já não sangra. O resultado? Um corpo novo, feito de amores esfolados, revoltas sem anestesia e loucura como linguagem-mãe.
Neste livro-reinvenção, Scott transforma o tempo em lâmina e a memória em anzol. Esqueça o lirismo gourmet de redes sociais: a poesia dele é músculo em espasmo, verbo que lateja, um soco lírico na caretice dos algoritmos. Entre versos indomáveis e um manifesto contra o novo fascismo, Scott reafirma que escrever no Brasil é - ainda - uma forma de risco, de raiva, de ternura. Nesta entrevista exclusiva ao portal Resenhando.com, o autor fala sobre o prazer de cuspir versos que não servem mais, a recusa às anestesias do mercado e por que prefere o desconforto à doçura. Prepare-se: esta conversa não é para os que esperam vinho chileno - aqui, a poesia vem quente e crua para fisgar. Apoie o Resenhando.com e compre a coletânea "Sanduíche de Anzóis", de Paulo Scott, neste link.
Resenhando.com - Você revisitou, reescreveu e reinventou poemas seus com mais de 25 anos. O que Paulo Scott cortou de si ao cortar os próprios versos? O que ficou indigesto nesse "Sanduíche de Anzóis" que você precisou cuspir fora?
Paulo Scott - Todo processo de releitura implica reinvenção. Essa reinvenção demanda riscos. Penso que admitir a possibilidade desse risco, considerando que talvez eu tenha me tornado um leitor melhor, mais acurado, mais sereno, é estabelecer uma tentativa de nova busca pelo simples, pela simplicidade, que é tão determinante na literatura e na arte em geral. Há uma acomodação de ritmo, um adensamento, um assentamento, que só a distância do tempo (o passar do tempo) poderia trazer. A supressão dos títulos, inclusive dos poemas inéditos, fez parte desse processo de corte – acredito na afetividade e na eficácia do cortar em relação ao texto, o tal lapidar, é diferente em relação à minha pessoa (e à minha persona de poeta também), com relação a ela há soma, sobretudo em relação à consciência do tempo que passou.
Resenhando.com - Em tempos de algoritmos suaves e poesia pasteurizada no Instagram, sua linguagem parece um soco de verbos crus. É possível fisgar leitores de hoje sem sedá-los primeiro com doçura?
Paulo Scott - A doçura traz a vertigem de curta duração, depois ela calcifica (é como um enigma que se resolve com facilidade). O que desacomoda está sempre em movimento; mesmo que diminua em grau de desconforto, está sempre acenando para a possibilidade de desafio. Penso que no “Luz dos Monstros” (Editora Aboio, 2023) cheguei a um lugar, a uma radicalidade, da qual não posso recuar. Mesmo que se reconheça no primeiro livro deste “Sanduíche de Anzóis”, o do amor, alguma acessibilidade maior, agrado, eu imagino que a estranheza, o martelar e o ruído estão sempre lá. Se eu abrir mão dessa dicção para me tornar mais palatável, mais, digamos, “vinho chileno” (aquele que nunca decepciona), estarei abrindo mão da própria poesia (da forma como leio e aprendo com a poesia buscando sempre sua incerteza). A liberdade que a poesia traz é imensa porque ela não demanda compreensão, ela demanda invenção, demanda leitura criativa (muito mais do que escrita criativa), penso que aí está a magia, aí está a potência, aí está o segredo. Faço como faço porque é o modo que possibilita o meu fazer, é como sei fazer; contornar a doçura fugir das referências, inclusive de mim, do verso que antecedeu o verso que está sendo escrito dentro próprio poema, é minha maneira de respirar, minha singularidade, minha voz única. Com o tempo a gente percebe que essa voz única é só o que podemos ambicionar, ela é um lugar, ele significa, mas, além de ser mais um grão de areia na imensa linha da tradição literária, não há nada de especial nele.
Resenhando.com - Você fala de amor, loucura e revolta como se fossem irmãs siamesas. Qual dessas três, se tivesse que amputar, deixaria você artisticamente amputado?
Paulo Scott - A loucura. Ela é o útero da minha linguagem, ela é a fonte, o duvidar que faz com que tudo se mova.
Resenhando.com - Em “Marrom e Amarelo”, você expõe feridas raciais do Brasil sem anestesia. Na sua poesia, que anestesia você deliberadamente se recusa a usar - mesmo sabendo que poderia facilitar a publicação ou aceitação?
Paulo Scott - Desprezar a inteligência e a criatividade de quem está lendo é formular anestesias que podem produzir resultados diferentes afetando, inclusive, a aceitabilidade comercial do livro (embora, como sabemos, não haja fórmula garantida). Tento não pegar (não ambicionar) esse atalho - meus romances não abrem mão do oculto, da entrelinha, da inquietude porque é minha forma de conseguir narrar. O que posso dizer é: minha prosa é assim porque minha poesia (minha respiração na poesia) é assim. Minha coragem de prosador vem da minha persona poeta, da sua loucura (do seu caos) que, embora menos prolifica, só aumenta em intensidade, vem da minha respiração de poeta, da segurança que, por sorte, consigo encontrar nela. Respondendo à pergunta de maneira mais objetiva: minha poesia é uma fuga, uma construção de exílio, de estrangeiridade e, nesse processo, há um atrito essencial e uma aspereza essencial que ditam o próprio fazer; manter esse movimento talvez seja meu modo de não ceder à tentação das anestesias.
Resenhando.com - Reescrever poemas antigos é como rever fotos ou reabrir cartas antigas? Você teve medo de reencontrar um Paulo Scott que já não é mais você?
Paulo Scott - Não tive medo. Sinto-me o mesmo adolescente tímido e gago buscando mais consistência nesta vida que se faz pela linguagem (e pela leitura dessa linguagem). Fotos e cartas são diferentes, poesia para mim é sempre aflição da busca, ela não cessa, encadeia e me faz, sem hiatos, perceber aqueles que já fui, dependo deles para ser o que sou hoje.
Resenhando.com - Se sua poesia é uma luta corpo a corpo com a linguagem, quem geralmente vence: o Paulo que escreve ou o verso que escapa?
Paulo Scott - Ótima pergunta. O verso que escapa sempre vence. Nele está a luz que instiga o meu perseguir.
Resenhando.com - Você já recebeu conselhos para “suavizar a escrita” ou “alinhar o tom ao mercado”? E, se sim, o que você respondeu - mentalmente ou em voz alta?
Paulo Scott - Sim, muitas vezes. Respondo em voz alta: é só assim que eu sei fazer.
Resenhando.com - Há um manifesto contra o novo fascismo dentro do livro. Como poeta, qual o risco maior: ser panfletário demais ou cúmplice por omissão?
Paulo Scott - Tentar ou arriscar, mesmo que haja falha, é o que importa. O engajamento está na leitura (ela determinará a importância de um texto literário). Não acredito em quem produz escoltado pela jura do engajamento, já justificando e explicando a própria relevância. Dizer que é um manifesto não me extrai da insignificância, não é mais do que uma simples nomeação. Registro que é manifesto porque um determinado tempo e um determinado Paulo Scott nos solicitou. Achei que valia a pena constar como um esforço nascido em um tempo de desespero (tendo por cenário a pandemia e sua incontornável ambiência apocalíptica) parte do grande desespero geral que é, em si, a existência.
Resenhando.com - Você se considera um poeta militante, um militante poeta ou um cara que escreve poesia tentando sobreviver ao país - e a si mesmo?
Paulo Scott - Sou poeta para abraçar da melhor maneira possível a solidão. Não penso em sobrevivência, penso em me aperceber da vida, penso, como já disse, em leitura, em ler mais e melhor o que nos determina e por vezes, nos permite alguma felicidade.
Resenhando.com - Se “Sanduíche de Anzóis” fisga, qual tipo de leitor você mais deseja capturar: o distraído, o indignado ou o que nunca se deixou morder por verso algum?
Paulo Scott - Não penso em quem me encontrará, penso em inscrever, do meu jeito, o que encontrei e repassar. E, nesse sentido, somar-me a uma ética que ainda não conseguimos definir, precisar.
Resenhando.com - O Paulo Scott dos versos é o mesmo que o da prosa e o do dia a dia? O que os aproxima e o que os diferencia?
Paulo Scott - Bom isso de focar nos versos. Mais do que os poemas, penso que existo nos versos, cada um deles é uma companhia irreplicada, um assentamento, um espelho que me dirá, sobretudo, para mim mesmo. Neles sou o tempo, o meu tempo, que não submete ao tempo cristão, ao tempo mercantil, ao tempo das expectativas, dos julgamentos (e, nos julgamentos, das condenações que na nossa maneira de viver o supremo deus capitalismo e suas eternas enfermidades, a atualidade de sua luz dos monstros, nos impõe).
.: IMS lança curta sobre arquivo de Dalton Trevisan, com registro raro
Frame do curta-metragem sobre o arquivo de Dalton Trevisan. Imagem: Instituto Moreira Salles
Na próxima sexta-feira, dia 13 de junho, o Instituto Moreira Salles lança um curta-metragem sobre o escritor Dalton Trevisan (1925-2024), em celebração ao centenário do autor paranaense, completado no dia seguinte, dia 14 de junho. O curta-metragem, que estará disponível no canal de YouTube do IMS, gira em torno do arquivo de Trevisan, doado ao IMS em 2024. Filmado na residência do autor em Curitiba, o filme traz uma raridade: um breve registro de Trevisan, conhecido pelas poucas aparições públicas, trabalhando em frente ao seu computador, aos 99 anos.
Com cerca de 10 minutos, o curta é narrado por sua agente literária e amiga Fabiana Faversani, que mostra materiais do arquivo do escritor, naquele momento armazenados no apartamento onde ele morava. São livros, fotografias, correspondências, recortes de jornais e diários, entre outros itens. Segundo Faversani, Trevisan doou seu arquivo ao IMS “por ter plena ciência da importância do material estar disponível para pesquisa e provocar uma série de novas discussões sobre a obra”.
O filme dialoga com uma série de iniciativas realizadas em celebração ao centenário do escritor. A editora Todavia, por exemplo, que representa o autor desde 2024, publicará os primeiros seis de um conjunto de 37 livros de Trevisan, mais uma antologia inédita organizada por Caetano W. Galindo e Felipe Hirsch. As demais obras ganharão novas edições ao longo dos anos.
Sobre o arquivo
Doado pelo escritor ao IMS em 2024, o arquivo de Dalton Trevisan inclui cadernetas, diários, fotografias, cartas, recortes de jornais e livros. A doação concluiu um ato iniciado em outubro de 2020, quando o IMS recebeu do autor a extensa correspondência trocada com Otto Lara Resende (1922-1992). Entre os destaques, estão pastas com recortes de jornais e revistas, incluindo desde crônicas suas publicadas na imprensa, grande quantidade de resenhas e reportagens sobre seus livros, como também material reunido por temas específicos: crimes, cinema, "Star Trek", saga da qual era fã, e escândalos políticos, entre outros.
O arquivo traz ainda dezenas de gravuras e ilustrações de Poty Lazzarotto (1924-1998), amigo desde a juventude e ilustrador de suas obras, e correspondências trocadas com nomes como Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade e Pedro Nava. Com a chegada ao IMS, o arquivo de Trevisan passará por etapas de conservação, catalogação e digitalização, para então começar a ser disponibilizado para pesquisas, de modo que o público tenha acesso ao material.
Sobre o autor
Dalton Trevisan nasceu em Curitiba em 14 de junho de 1925 e faleceu no dia 9 de dezembro de 2024, aos 99 anos. Formou-se em direito pela Universidade Federal do Paraná e chegou a exercer a advocacia durante alguns anos, tendo atuado também como crítico de cinema e repórter policial. Em 1946, aos 21 anos, com amigos como Erasmo Pilotto e Poty Lazzarotto, criou a revista literária Joaquim, da qual era editor e onde publicou seus primeiros contos.
Seu primeiro livro, Novelas nada exemplares, o tornou nacionalmente conhecido - a reunião de contos ganhou o Prêmio Jabuti, primeiro dos quatro que colecionou ao longo da carreira, consagrada ainda com os prêmios Ministério da Cultura de Literatura (1996), Portugal Telecom de Literatura Brasileira, atual Oceanos, dividido com Bernardo Carvalho (2003), Camões (2012) e Machado de Assis, da ABL (2012).
Entre os livros dele, destacam-se ainda "Cemitério de Elefantes" (1964), "O Vampiro de Curitiba" (1965), do qual herdou a alcunha "Vampiro de Curitiba, Contos Eróticos" (1984), "A Guerra Conjugal" (1975), "Macho Não Ganha Flor" (2006) e o único romance, "A Polaquinha" (2013). A partir deste ano, a obra completa do autor será relançada pela editora Todavia.
Ficha técnica do curta-metragem
Direção e montagem: Matheus Balbino
Assistente de direção: Matheus Nogueira
Operação de câmera: Matheus Balbino, Matheus Nogueira
Color grading: João Felipe Moreira
Pesquisa literária e roteiro e narração: Fabiana Faversani
Acessibilidade: AHU - Acessibilidade Humanista Ltda
.: Espaço Rebentos n'A Feira do Livro: confira a programação oficial infantil
Uma das principais novidades da edição de 2025 d’A Feira do Livro é a estreia da programação oficial voltada para crianças no Espaço Rebentos, montado em frente ao estádio, em meio às tendas dos expositores. Nas edições anteriores, as atividades para crianças eram organizadas por parceiros e expositores.
Com entrada gratuita, o novo palco infantil deve receber cerca de 60 convidados em 33 atividades que incluem bate-papos, contações de histórias, oficinas e apresentações musicais com grandes autores, ilustradores e artistas do livro para as infâncias no Brasil. Não é necessário retirar senha ou ingresso. Após as atividades os autores vão assinar seus livros no mesmo local.
A curadoria do Espaço Rebentos, a cargo da jornalista e produtora cultural Juliana Vettore e da jornalista Jaqueline Silva, responsável pela cobertura infantojuvenil da revista Quatro Cinco Um, é uma versão para crianças do que se vê nos palcos voltados para o público adulto d’A Feira do Livro, com a literatura como eixo principal e temas em pauta na educação e no debate público, como cultura indígena, política, meio ambiente, cultura afro-brasileira, entre outros.
“A programação do Espaço Rebentos dialoga com os temas contemporâneos debatidos nos demais palcos d’A Feira do Livro, mas também abre espaço para a imaginação e a fantasia, com a presença de autores que escrevem e ilustram para contar histórias que vão desde um elefante fora de ritmo, passando por um cupcake aventureiro, até um grupo de gatos voadores em meio à cidade grande”, explica Jaqueline Silva.
Entre os confirmados estão a apresentadora e chef de cozinha Bela Gil; estrelas da literatura infantojuvenil, como Ruth Rocha - que tem um estande dedicado à sua obra n’A Feira do Livro - e Pedro Bandeira; o babalorixá e escritor Sidnei Nogueira; a escritora Andréa del Fuego; o ilustrador Daniel Kondo; a poeta e cordelista Auritha Tabajara; o poeta Edimilson de Almeida Pereira; a professora e escritora Lavínia Rocha; e um pocket show da banda Barbatuques.
Voltado principalmente para crianças de 4 a 9 anos - mas sem deixar outras faixas etárias de fora - o espaço foi projetado para acolher pequenos leitores e seus acompanhantes, com palco, área de leitura, bancadas de editoras voltadas para as infâncias e mesa de autógrafos. No interior da tenda, serão distribuídas credenciais especialmente feitas para as crianças - além da brincadeira de dar credenciais semelhantes às dos autores convidados, a iniciativa ajuda a identificar as crianças com o nome e o contato dos acompanhantes.
“A cenografia, que leva a identidade visual d’A Feira do Livro, cria um ambiente lúdico e acolhedor, pensado para atrair leitores de todas as idades”, conta Álvaro Razuk, diretor-geral e de arte e arquitetura do festival literário.
“O espírito d’A Feira do Livro, ao trazer a bibliodiversidade para o espaço público, a céu aberto, sem cobrança de entrada, é expandido nesse novo espaço, que amplia a circulação de livros para os pequenos”, reflete Juliana Vettore.
Nos fins de semana e no feriado serão quatro atividades ao longo do dia, às 11h00, 13h00, 15h00 e 17h00. De segunda, dia 16, a quarta, 18 de junho, serão três atividades, às 12h30, às 15h00 e às 17h00. O Espaço Rebentos tem parceria da Associação Vaga Lume, organização que promove acesso à leitura na região amazônica e participa do festival literário paulistano desde 2022. A Vaga Lume realiza n’A Feira do Livro 2025 um ciclo de debates voltados para educadores, professores e pesquisadores da educação sobre incentivo à leitura, tratando da formação de leitores nas periferias, mediação literária, as infâncias negras e indígenas, edição, acervos e bibliotecas comunitárias.
Patrocínios, apoios e parcerias
Realizada pela Associação Quatro Cinco Um e pela Maré Produções por meio da Lei Rouanet, A Feira do Livro reafirma sua relevância no cenário dos eventos literários do país com o apoio e o patrocínio de importantes instituições brasileiras.
A Petrobras é a apresentadora exclusiva desta edição, por meio da Seleção Petrobras Cultural – Novos Eixos, reforçando seu compromisso com o acesso à cultura, à leitura e à democratização do conhecimento. A Feira do Livro conta ainda com patrocínio da Prefeitura de São Paulo e da Motiva, por meio do seu Instituto, na categoria Prata; do Itaú, pelo terceiro ano consecutivo, e da laranjinha do Itaú, na categoria Bronze.
O Instituto Ibirapitanga pela terceira vez apoia o projeto, ao lado de Pinheiro Neto Advogados, que estreia como parceiro em 2025. O enjoei também renova seu apoio pelo segundo ano. A edição de 2025 conta ainda com o apoio institucional da Mercado Livre Arena Pacaembu, do Museu do Futebol junto à Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer, da Biblioteca Mário de Andrade e da Livraria da Travessa.
O evento também conta com apoiadores institucionais: Embaixada da França no Brasil, Camões – Instituto da Cooperação e da Língua de Portugal, Instituto Cervantes, Canada Council for the Arts, Ernesto Tzirulnik Advocacia (ETAD), Vaga Lume, Ecooar, Kiro, INNSiDE by Meliá São Paulo Higienópolis, Bubu Restaurante e ,Ovo.
A visibilidade e a difusão d’A Feira do Livro 2025 têm o apoio de veículos e plataformas que acompanham, registram e amplificam o alcance do evento, com parcerias de mídia que incluem TV Brasil, Rádio Nacional, Folha de S.Paulo, UOL, JCDecaux, piauí, PublishNews e Quatro Cinco Um.
Programação do Espaço Rebentos
Sábado, 14 de junho
11h00, no Espaço Rebentos: pocket show da banda Barbatuques.
13h00, no Espaço Rebentos: bate-papo com Silvana Rando, mediação de Maria Cristina Perez Vila.
15h00, no Espaço Rebentos: oficina "Como Montar Seu Gato Alado”, baseada nos livros da série "Gatos Alados" (Glida, 2024), de Ursula K. Le Guin, com Camila Sardinha.
17h00, no Espaço Rebentos: bate-papo com o poeta mineiro Edimilson de Almeida Pereira sobre a poesia produzida para crianças, mediação de Tatiana Nascimento.
Domingo, 15 de junho
11h00, no Espaço Rebentos: pocket show da banda Fera Neném, com Gustavo Ramus de Aquino, Lia Elazari Biserra e Marcos Eduardo Dávila.
13h00, no Espaço Rebentos: "Preto é Lindo!" (Baião), oficina de desenho e impressão com carimbos, com Gabriel Furmiga.
15h00, no Espaço Rebentos: lançamento Ruth Rocha e Anna Flora (Moderna/Santillana).
17h00, no Espaço Rebentos: "Fabulações Cantadas" (Solisluna, 2024), contação de histórias cantada com Zélia Vitória Cavalcanti e Péricles Cavalcanti.
Segunda, 16 de junho
12h30, no Espaço Rebentos: bate-papo sobre poesia indígena voltada para a infância com a poeta Auritha Tabajara, mediação de Rita Carelli.
15h00, no Espaço Rebentos: bate-papo sobre a importância da bibliodiversidade na infância com Alexandre Coimbra Amaral e Renata Nakano.
Apoio: Clube de Leitura Quindim.
17h00, no Espaço Rebentos: bate-papo com Augusto Massi e Daniel Kondo sobre o livro infantojuvenil "Eletricista" (Elo), mediação de Rita M. da Costa Aguiar.
Terça, 17 de junho
12h30, no Espaço Rebentos: contação de história com Sophia Pinheiro e Zenaide Denardi do livro A jabota poliglota (Boitatá, 2024), seguida de oficina de confecção de máscaras.
15h00, no Espaço Rebentos: leitura compartilhada do livro "Leotolda" (Boitatá), da artista espanhola Olga de Díos, e oficina de desenhos com Renata Nakano. Apoio: Clube de Leitura Quindim.
17h00, no Espaço Rebentos: contação de histórias do livro "Eu Sou Ioga" (Glida, 2024), de Susan Verde, pela atriz Zenaide Denardi e prática de ioga para pais e crianças com o professor de ioga Pedro Figueiredo.
Quarta, 18 de junho
12h30, no Espaço Rebentos: bate-papo com a professora e escritora mineira Lavínia Rocha sobre o livro "O que Você Pensa Quando Falo África?" (Yellowfante, 2025), práticas antirracistas em sala de aula, e uma pequena atividade com a plateia sobre o que eles pensam quando escutam “África”, mediação de Gabriela Romeu.
15h00, no Espaço Rebentos: bate-papo com Isabel Malzoni e Ananda Luz, organizadoras do livro "Eu Devia Estar na Escola" (Caixote, 2024), escrito por muitas crianças moradoras de favelas da Maré, sobre a violência das operações policiais na favela, mediação de Renata Rossi.
17h00, no Espaço Rebentos: oficina de desenhos feios com a autora Caró Lago.
Quinta, 19 de junho
11h00, no Espaço Rebentos: bate-papo com Antonio Prata sobre a escrita que utiliza do humor e das observações do cotidiano para acessar as infâncias, a partir dos livros "Jacaré, Não!" (Ubu, 2016), "A Menina que Morava no Chuveiro" (Ubu, 2019) e "Esconde-esconde" (Ubu, 2021), mediação de Marilia Neustein.
13h00, no Espaço Rebentos: bate-papo sobre a contação de histórias indígenas e a criação do podcast "Pavulagem", com Maickson Serrão e Ciça Pinto (Documenta Pantanal), mediação de Rita Carelli.
15h00, no Espaço Rebentos: bate-papo com Paulo Henriques Britto, Caco Galhardo e Fabrício Corsaletti, mediação de Sofia Mariutti.
17h00, no Espaço Rebentos: bate-papo sobre meio ambiente nos livros atuais com Estevão Azevedo e Vitor Bellicanta, autores de "Submersos" (Caixote, 2025), mediação de Gabriela Romeu.
Sexta, 20 de junho
11h00, no Espaço Rebentos: roda de leitura para bebês com Rafaela Deiab e Tieza Tissi, a partir do livro "Berço, Balanço, Colinho, Neném" (Brinque-Book, 2025).
13h00, no Espaço Rebentos: bate-papo com Renato Moriconi, Rodrigo Andrade, Vítor Rocha e Eva Furnari sobre a criação das ilustrações e a construção de narrativas que aliem o texto com a parte gráfica, mediação de Luis Filipe Pôrto.
15h00, no Espaço Rebentos: leitura encenada de "Sabor Paciência" (Baião, 2025), de Mariana Salomão Carrara, com Julia Corrêa e Mayara Constantino.
17h00, no Espaço Rebentos: bate-papo com Sidnei Nogueira e Luciana Itanifé sobre religiões de matriz africana, intolerância religiosa e autoestima na infância, e contação de história do livro "A Menina dos Cabelos D'água" (Baião, 2023), mediação de Juliana Vettore.
Sábado, 21 de junho
11h00, no Espaço Rebentos: bate-papo entre a escritora Cidinha da Silva e Marcelo D'Salete e contação de história do livro "O Mar de Manu" (Yellowfante, 2021), mediação de Léo de Paula.
13h00, no Espaço Rebentos: "Pterossauros do Brasil" (Peirópolis), apresentação do paleontólogo Luiz Eduardo Anelli.
15h00, no Espaço Rebentos: bate-papo com Andréa Del Fuego e Pedro Bandeira, mediação de Jaqueline Silva.
17h00, no Espaço Rebentos: bate-papo com as autoras Janaina Tokitaka e Lúcia Hiratsuka sobre literatura japonesa para pequenos e oficina de tsurus customizados.
Domingo, 22 de junho
11h00, no Espaço Rebentos: bate-papo com a dupla premiada Lalau e Laurabeatriz sobre os 30 anos de parceria e a preocupação constante de abordar a preservação da fauna brasileira com as crianças, mediação de Cris Tavares.
13h00, no Espaço Rebentos: contação de história e pocket show do escritor e músico Cristiano Gouveia.
15h00, no Espaço Rebentos: contação de história e apresentação musical da escritora Mafuane Oliveira e dos músicos Loiá Fernandes e Rafael Galante sobre a obra Cinderela do rio (Peirópolis, 2024).
17h00, no Espaço Rebentos: bate-papo com Bela Gil e Daniel Kondo sobre o livro Florisbela: receitas de amizade (WMF Martins Fontes, 2024) e atividade culinária com Bela Gil, mediação de Luiza Fecarotta.
A Feira do Livro é uma realização do Ministério da Cultura, por meio da Lei Rouanet – Incentivo a Projetos Culturais, da Associação Quatro Cinco Um, organização sem fins lucrativos dedicada à difusão do livro e da leitura no Brasil, e da Maré Produções, empresa especializada em exposições e feiras culturais.
Serviço
A Feira do Livro
Local: Praça Charles Miller - Pacaembu / São Paulo
Sábado, 14 de junho
Abertura d’A Feira do Livro 2025 para o público: 10h00.
Funcionamento: das 10h00 às 21h00.
Domingo, 15 de junho
Funcionamento: das 10h00 às 21h00.
De segunda a quarta-feira, 16 a 18 de junho
Funcionamento: das 12h00 às 21h00.
Quinta, sexta-feira e sábado. de 19 a 21 de junho - feriado e emenda
Funcionamento: das 10h00 às 21h00.
Domingo, dia 22 de junho
Funcionamento: das 10h00 às 19h00.
Espaço Rebentos n’A Feira do Livro 2025
De 14 a 22 de junho de 2025. Atividades às 11h00, 13h00, 15h00 e 17h00. Dias de semana: atividades às 12h30, 15h00 e 17h00.
.: "Os Ratos Vão Para o Céu?", o novo livro de Vitor Miranda
Idealizador do Movimento Neomarginal, Vitor Miranda, contista conhecido pela ironia contumaz, lança “Os Ratos Vão para o Céu?” em espaços culturais no país: Ira Rebella (13 de junho), A Feira do Livro (de 14 a 22 de junho), Ria Livraria (26 de junho) - os três locais em São Paulo, Livraria Realejo em Santos (28 de junho), Festa Neomarginal em Paraisópolis, em São Paulo (5 de julho) e FLIP em Paraty (de 30 de junho a 3 de agosto). Nos contos da obra, Vitor traz as descobertas da infância em histórias fantásticas e em outras cruéis, sempre permeadas pelo seu característico sarcasmo e pela poesia que constrói o ritmo de sua prosa que por vezes se encontra com diálogos cotidianos e profundos. O livro conta com apresentações de Aramyz e Xico Sá.
Recentemente ele passou em Curitiba, no Porão Loquax - o clássico espaço cultural em Curitiba, realizado no subsolo do Wonka Bar, que promove leituras de poesias e eventos literários, por onde já passaram autores como Estrela Leminski e Rodrigo Garcia Lopes, Fernando Koproski, Ricardo Corona, entre outros. O evento teve leitura do próprio autor com a da atriz Kátia Horn, na sequência uma conversa mediada pelo escritor João Dusi e pelo poeta Ricardo Pozzo.
O que disseram sobre o livro
“Os pesadelos crescem e ficam adultos. Eles ainda estão aqui, junto com ratos, medos, interrogações e a crônica da realidade punk.” - Xico Sá, jornalista
“Essas crianças pra quem ele dá voz, conheço todas, sou eu, meus sobrinhos, as crianças que foram criança junto comigo, as crianças que estão nas conduções, nos lugares por onde a gente passa, são as crianças que moram na minha rua, as crianças que sofrem abusos e tem medo de falar.” - Aramyz, escritor
Sobre o autor
Vitor Miranda é poeta e escritor paulistano com vivências pelo Paraná e Minas Gerais. Atualmente se divide em São Paulo e Valinhos. “Os Ratos Vão para o Céu?” é o sétimo título dele. Entre poemas e contos, e o romance experimental “A Moça Caminha Alada sobre as Pedras de Paraty”. É poeta e letrista da Banda da Portaria, projeto que nasceu para musicar os poemas de seu livro “Poemas de Amor Deixados na Portaria” e ganhou vida.
É parceiro em letras e canções de artistas como Alice Ruiz, Rubi, Touché, João Sobral, Luz Marina, Zeca Alencar e os porteiros João Mantovani, Binho Siqueira e Arthur Lobo. Também faz parte como letrista do Margaridáridas, projeto de sua parceria com o músico paranaense, Eduardo Touché. Criou em 2019 o videocast de poesia "Prosa com Poeta", no qual entrevistou diversos artistas como Alice Ruiz, Maria Vilani, Bob Baq, Daniel Perroni Ratto, entre outros. É criador e líder do Movimento Neomarginal, grupo artístico vivo que tenta vencer as amarras do mercado artístico misturando artistas de diferentes níveis (sociais) de público nos mesmos eventos.
Serviço
Lançamento de “Os Ratos Vão para o Céu?”
Dia 13 de junho
Espaço Ira Rebella
Il Sogno Di Anarello, 88 - Vila Mariana / São Paulo
Entrada gratuita
De 14 a 22 de junho
A Feira do Livro
Praça Charles Miller, Pacaembu / São Paulo
Entrada gratuita
Dia 26 de junho
Ria Livraria
R. Marinho Falcão, 58 - Sumarezinho / São Paulo
Entrada gratuita
Dia 28 de junho
Livraria Realejo
Av. Mal. Deodoro, 2 - Gonzaga - Santos / SP
Entrada gratuita
5 de julho
Festa Neomarginal em Paraisópolis, em São Paulo
Entrada gratuita
De 30 de junho a 3 de agosto
Flip em Paraty
Entrada gratuita
.: Graphic novel que aborda a vida de irmãos refugiados chega ao Brasil
Chega ao Brasil, publicado pela Editora nVersos, uma das mais premiadas graphic novels da década: “Quando as Estrelas se Espalham” coleciona prêmios e menções honrosas por sua sutileza e habilidade de abordar um tema sensível como a vida de pessoas refugiadas da guerra. Escrita com base nas memórias de Omar Mohamed, um dos autores do livro e que viveu em um campo de refugiados, e abrilhantado pelas ilustrações de Victoria Jamieson, premiada internacionalmente por livros como “All’s Faire in Middle School” e “Roller Girl”.
“Quando as Estrelas se Espalham” foi Finalista do National Book Award, uma das principais premiações literárias do mundo, e vencedor de diversas outras premiações, tais como: Melhor Graphic Novel para Adolescentes pela American Library Association (ALA); Prêmio Walter Award; Melhor Livro Infantil pelo New York Times; Melhor Livro Infantil do Ano pela Revista TIME; Melhor Livro do Ano pela School Library Journal e Melhor Livro Infantil do Ano pela Kirkus Reviews; Finalista do prêmio Jane Addams de Livro Infantil; além de Menção Honrosa do prêmio Schneider Family, do Charlotte Huck Award e do Children’s Africana Book Awards.
Ainda muito pequenos para se lembrar, Omar e seu irmão caçula, Hassan, fogem da Guerra da Somália para os campos de refugiados no Quênia, mais especificamente, Dadaab. Lá eles passam da infância para a adolescência e levam uma vida difícil enquanto fazem amigos e constroem um senso de lar, em um lugar onde a escassez de recursos e a espera pelo reassentamento são o que preenche os dias monótonos de quem não tem nada, além de esperança.
Apesar de terem sido adotados pela gentil Fatuma, que acolhe os irmãos como se fossem seus filhos, Omar e Hassan nunca deixam de procurar e ansiar pelo reencontro com a mãe verdadeira. Quando Omar tem a chance de frequentar a mesma escola que seus amigos, ele se vê dividido entre desejo e obrigação: ficar em casa e cuidar de seu irmão não-verbal, a única família que lhe restou, ou ir para a escola e buscar, por meio da educação, um caminho para além de Dadaab. Baseado em uma história real, “Quando as Estrelas se Espalham” é uma narrativa emocionante sobre resiliência, esperança e o poder transformador da educação.
Sofrimento, esperança e humor gentil coexistem nesta graphic novel sobre a infância à espera de um futuro melhor e um jovem capaz de criar um senso de família e lar nos cenários mais difíceis. Apoie o Resenhando.com e compre o livro "Quando as Estrelas se Espalham" neste link.
Sobre os autores
Omar Mohamed passou a infância em Dadaab, campo para refugiados no Quênia. Hoje ele mora na Pensilvânia e trabalha em um centro de reassentamento de refugiados. É fundador do Refugee Strong, um projeto que empodera estudantes que tiveram a mesma trajetória que a sua.
Victoria Jamieson é autora das graphic novels "All’s Faire in Middle School" e "Roller Girl", esta última premiada com o Newbery Honor. Formada em ilustração pela Rhode Island School of Design, trabalhou como designer de livros infantis antes de se tornar ilustradora. Atualmente, mora na Pensilvânia. Apoie o Resenhando.com e compre o livro "Quando as Estrelas se Espalham" neste link.
.: Escritor Lucas de Matos estará na Feira do Livro de Maputo em Moçambique
Lucas de Matos, comunicador e escritor baiano, desembarca em Moçambique para uma série de atividades literárias na Feira do Livro de Maputo, do IGR - Instituto Guimarães Rosa. O autor de "Preto Ozado" e "Antes que o Mar Silencie" integra a comitiva do Coletivo Flipeba no projeto "Escrita Viajante e as Diversidades Culturais Diaspóricas", com atividades nos dias 16 e 17 de junho.
“É a minha primeira viagem internacional, e é simbólico que seja para o continente africano”, declara o escritor que já participou de atividades online com os países Angola e Moçambique. Sua agenda envolve debates literários e um sarau. No dia 16 de junho, Lucas realiza a apresentação do lançamento do livro "Confissões de Viajante (Sem Grana)", de Manoela Ramos, às 15h00.
No mesmo dia, às 18h00, o autor participa de um painel coletivo sobre o "Legado dos Festivais Literários - Conexão Bahia/ Maputo". No dia seguinte, dia 17 de junho, apresenta o "Sarau Poético", com textos de seus livros, além de poemas de escritoras moçambicanas como Paulina Chiziane e Noémia de Sousa, às 15h00. O poeta finaliza recitando na "Festa O Pente", do agitador cultural Uran Rodrigues.
A viagem ao continente africano surge com a incumbência de comunicador: Lucas, junto a Uran, fará a cobertura e assessoria da escritora Manoela Ramos, integrando o Coletivo da Festa Literária de Boipeba, da qual ela é uma das curadoras. O projeto busca fomentar a leitura e a produção literária a partir de experiências de viagem conectadas à diáspora africana. “É uma alegria poder contribuir para a difusão de iniciativas literárias por meio da comunicação. Faremos uma cobertura com todos os detalhes dessa imersão”, relata.
O projeto conta com o apoio financeiro do Governo da Bahia, por meio do Fundo de Cultura e da Secretaria de Cultura (Secult-BA), além do apoio internacional da plataforma Flotar, Fundo Cicla, Instituto Guimarães Rosa, Embaixada do Brasil e da própria Feira do Livro de Maputo 2025, que tem curadoria de Juci Reis.
Sinopse de "Antes que o Mar Silencie"
Assim como o mar, a escrita de Lucas de Matos tem uma força e um movimento belo, pedagógico e ancestral que nos instiga tanto a boiar na calmaria quanto a mergulhar no agito das suas ondas-palavras. Antes que o mar silencie é um chamado para atentar questões de ser e estar, a partir de versos cheios de ousadia, consciência de si e letramento socioambiental. Vale a pena tirar as boias e se jogar nesse mar poético encantador de um poeta que exala sede de vida. Mergulhemos nessas águas.
.: Ziraldo será homenageado em A Feira do Livro com lançamento de biografia
A Feira do Livro 2025 presta homenagem a um dos grandes nomes da cultura e das artes gráficas no Brasil. O lançamento de “Peixe Grande - Inzpirado em Fatoz Reaiz”, publicado pela Global Editora, será um dos destaques da quarta edição da feira, celebrando a contribuição de Ziraldo à educação e à formação de leitores. O livro reúne texto de Guto Lins e imagens selecionadas do acervo do Instituto Ziraldo. Aqui, Guto escreve uma biografia metafórica do amigo e ídolo, voltada para crianças de todas as idades. Ele relata a história de um pequeno peixe de água doce que, com coragem, talento e bom humor, nada a caminho do mar em uma trajetória que começa no Rio Doce e termina no Rio de Janeiro.
“Peixe Grande narra a história de um menino que se imaginou desenhista e se transformou em referência para a imaginação de todos os meninos, um ícone para a cultura brasileira. Um menino que cresceu e continuou menino para sempre”, revela Guto Lins, que já havia assinado o texto de “Entre Cobras e Lagartos” (2024), dando continuidade à coleção literária com ilustrações garimpadas no acervo do Instituto Ziraldo.
No próximo sábado, dia 14, às 17h00, o livro será tema do encontro "Ziraldo Eterno", no Tablado Literário da Feira do Livro. Com mediação do ilustrador Maurício Negro, o bate-papo reunirá o designer e autor Guto Lins, responsável pelo texto do livro e que já colaborou com Ziraldo em diversas publicações. A conversa será repleta de memórias, destacando a influência duradoura de Ziraldo na literatura, nas artes visuais e no imaginário de diferentes gerações.
Ao final da atividade, o público poderá participar de uma sessão de autógrafos na tenda da Global Editora, que assina a publicação do título. A atividade integra a programação gratuita da Feira do Livro 2025, que acontece de 14 a 22 de junho, na Praça Charles Miller, em São Paulo, reunindo autores consagrados do Brasil e do exterior em mais de 250 eventos abertos ao público. Apoie o Resenhando.com e compre o livro “Peixe Grande - Inzpirado em Fatoz Reaiz” neste link.
O lançamento representa um novo capítulo editorial: é o primeiro livro tanto de Ziraldo quanto de Guto Lins pela Global Editora. Lúdico e colorido, ele surpreende ao contar a história de um peixinho que ria e fazia rir como ninguém. Repleto de alusões às consagradas criações de Ziraldo, o peixinho “fabricante de sorrisos” cresce e conquista o mundo com seu talento. A metáfora do Peixe Grande sugere não só a grandiosidade do autor como artista, mas também sua leveza e fluidez única.
“Receber Ziraldo em nosso catálogo é uma honra e uma responsabilidade que nos enche de orgulho. Sua obra é um patrimônio cultural do Brasil, que inspira gerações com leveza, humor e sensibilidade. Peixe Grande simboliza essa chegada de forma poética e afetiva, reforçando nosso compromisso de preservar e valorizar a literatura brasileira em toda a sua diversidade e riqueza”, ressalta Richard Alves, CEO da Global Editora.
"Para o Instituto Ziraldo, Peixe Grande é a materialização do que nomeamos aqui como Acervo Vivo! Colocar em prática o potencial da obra e da linguagem de Ziraldo e difundir esse conteúdo para as novas gerações é a principal missão do IZ”, revela Adriana Lins, diretora artística da instituição.
A obra de Ziraldo - pai da Turma do Pererê, Flicts, Menino Maluquinho e de tantas criações que atravessam gerações - segue viva e pulsante. Hoje, está representada pela Ziraldo Artes Produções (ZAP), responsável pelo licenciamento e novos negócios, e pelo Instituto Ziraldo (IZ), que cuida da preservação, difusão e desenvolvimento de projetos com seu acervo e memória.
A conservação do Acervo do IZ é viabilizada pela Lei Federal de Incentivo à Cultura – Lei Rouanet – tem patrocínio da PRIO e é realizada pelo Instituto Ziraldo e Ministério da Cultura / Governo Federal - União e Reconstrução.
O artista Ziraldo
Ziraldo nasceu artista, em 1932, no interior de Minas Gerais, curioso por informação e apaixonado por livros, esporte e amigos. Observador das fraquezas e grandezas humanas, era um comunicador ávido. Artista autodidata, atuante nos mais variados campos da cultura, Ziraldo foi um desbravador, pioneiro no design brasileiro, revolucionário na literatura infantojuvenil, sempre com ideias inovadoras e traços vigorosos.
Dono de um olhar apurado e um enorme talento para dar formas aparentemente simples a temas complexos, Ziraldo abriu caminhos para toda uma geração de fãs, artistas e intelectuais, sendo um verdadeiro ativista cultural em constante diálogo com a sociedade. Sua assinatura inconfundível na imprensa brasileira e o humor como forma de resistência foram marcantes em momentos importantes de nossa história. Suas obras literárias trouxeram uma nova escuta para a infância. Ziraldo é um artista atemporal e universal, referência na defesa da liberdade de expressão.
Sobre o Instituto Ziraldo
Instituição cultural que preserva e difunde o acervo visual e intelectual do multiartista Ziraldo, o IZ é responsável pelo desenvolvimento de projetos a partir deste acervo relevante e representativo de sete décadas de nossa recente história. A instituição já digitalizou e inventariou, até o momento, cerca de 30 mil itens que incluem ilustrações, esboços e ideias. É a guardiã de objetos e materiais de trabalho do artista, além da vasta coleção de coletes, uma das marcas registradas de Ziraldo. Parte desse acervo está disponível na plataforma www.institutoziraldo.art.br
O acervo inclui, além das artes, inúmeros troféus, encadernações das publicações da Revista Pererê, do periódico O Pasquim, miniaturas dos personagens de Ziraldo, edições do livro “O Menino Maluquinho” em todos os idiomas publicados, a biblioteca de consulta do artista, a biblioteca de suas obras, sendo ainda o organizador de um imenso material biográfico com fatos e curiosidades sobre o artista e sobre os contextos social e político das suas obras.
Dentro da política de difusão do Instituto Ziraldo, além das recentes realizações com exposições, projetos editoriais, audiovisuais, ações educativas e sociais de incentivo à leitura, consta o intercâmbio cultural e artístico entre instituições, escolas e pesquisadores em âmbito nacional e internacional. Ler para ir além da leitura é a missão do Instituto Ziraldo. Apoie o Resenhando.com e compre o livro “Peixe Grande - Inzpirado em Fatoz Reaiz” neste link.