quinta-feira, 19 de junho de 2025

.: Teatro: "A Médica", obra inédita do britânico Robert Icke, estreia no MASP


O texto faz uma releitura contemporânea da peça Professor Bernhardi (1912), de Arthur Schnitzler. Protagonizada por Clara Carvalho, a montagem marca a quarta parceria entre a pesquisadora e produtora Rosalie Rahal Haddad e a Cia. Círculo de Atores. Foto: Ronaldo Gutierrez


Em uma história que propõe uma espécie de julgamento público, no qual diferentes visões sobre religião, ciência, sociedade e ética se entrelaçam a questões de identidade, etnia e gênero, "A Médica" estreia no dia 20 de junho, sexta-feira, às 20h00, no auditório do MASP. O texto é do britânico Robert Icke, que faz uma releitura contemporânea de Professor Bernhardi (1912), de Arthur Schnitzler.

A montagem conta com direção de Nelson Baskerville, idealização da pesquisadora Rosalie Rahal Haddad, realização do Círculo de Atores e produção da SM Arte Cultura. A temporada tem sessões sextas e sábados, às 20h00, e domingos, às 18h00, até 24 de agosto. O elenco é formado por Clara Carvalho, Adriana Lessa, Anderson Muller, Cella Azevedo, Cesar Mello, Chris Couto, Isabella Lemos, Kiko Marques, Luisa Silva, Sergio Mastropasqua e Thalles Cabral. O espetáculo estreou na Inglaterra e vem circulando pelo mundo com várias produções de países como Holanda, Alemanha, Índia, Estados Unidos, Grécia, China e Peru.

Na trama, a Dra. Ruth Wolff é uma médica judia reconhecida que dirige um instituto especializado em pesquisas sobre o Alzheimer. Ela acaba se envolvendo em uma questão delicada ao impedir a entrada de um padre católico no quarto de uma adolescente que foi internada devido a um aborto mal realizado e que está prestes a morrer. A intenção do padre é aplicar a extrema-unção, mas a médica alega que a presença dele provocará tensão e ansiedade nos momentos finais da vida da jovem. O incidente toma grandes proporções e repercute amplamente.

A discussão entre a médica e o padre foi gravada e divulgada na internet. A protagonista começa a ser alvo de fortes reações por parte dos colegas do hospital, de grupos nas redes sociais e, por fim, seu caso chega à televisão. Como consequência, os primeiros patrocinadores ameaçam retirar o financiamento do instituto. A personagem se vê no centro de uma tempestade midiática e é confrontada em suas convicções.

Clara Carvalho é a responsável por viver a protagonista Dra. Ruth Wolff. “Ela é uma renomada médica, criadora desse instituto de pesquisa de alta tecnologia para a cura do Alzheimer. Ela tem um gesto maternal ao levar a adolescente ao hospital após o aborto, mas, ao proibir a entrada do padre, desencadeia uma série de discussões que envolvem a trama: fake news, racismo, antissemitismo, a questão de gênero, viralização nas redes sociais, haters. O texto passa por várias ramificações de assuntos que estão altamente em evidência”.

Um dos maiores embates da personagem principal acontece com o neurocirurgião Roger Hardiman, vivido por Sergio Mastropasqua. “Ele é um ótimo profissional, porém é um mau caráter, altamente traiçoeiro. Nesta peça, o dramaturgo embaralha tudo, é um panorama complexo, onde o público forma o seu juízo e vai acabar tomando suas posições”.

Nelson Baskerville já teve contato com a obra do dramaturgo inglês ao dirigir Mary Stuart, montagem que trouxe ares mais modernos ao clássico de Friedrich Schiller. Agora, o diretor se depara mais uma vez com a dramaturgia de Robert Icke. “O trabalho dele se baseia em realizar uma adaptação mais contemporânea de textos clássicos, inclusive está fazendo atualmente uma para Édipo Rei, de Sófocles. Ele mantém a espinha dorsal do autor original, porém adiciona elementos mais atuais. Nesta montagem, ele faz uma exigência de que alguns personagens tenham algo dissonante de gênero, raça ou idade do que estamos vendo no palco, uma característica que o público vai percebendo ao longo do espetáculo”.

Com cenário de Marisa Bentivegna, figurinos de Marichilene Artisevskis e iluminação de Wagner Freire, a encenação ainda incorpora videomapping. A trilha sonora original, de Gregory Slivar, é executada ao vivo. A parceria entre a pesquisadora Rosalie Rahal Haddad e o Círculo de Atores já resultou em três produções: A Profissão da "Sra. Warren" (2018), "O Dilema do Médico" (2023) - ambas de Bernard Shaw - e "Hedda Gabler", do dramaturgo norueguês Henrik Ibsen. Esta última rendeu a Clara Carvalho uma indicação ao Prêmio Shell, na categoria de Melhor Direção. Rosalie Haddad produziu ainda a mostra "2XSHAW" (2019), composta pelas peças "A Milionária" e "A Profissão da Sra. Warren".

Rosalie Rahal Haddad é pesquisadora na área de Estudos Irlandeses da USP, membro do conselho da Universidade Trinity College, em Dublin, da International Shaw Society e da Brazilian Association of Irish Studies. Por meio da Fundação Haddad, mantém um programa de bolsas, proporcionando a alunos brasileiros a oportunidade de estudarem no Trinity College Dublin, em cursos de pós-graduação em diversas áreas relativas ao Teatro. Compre os livros de Robert Icke neste link.


Ficha técnica
Espetáculo "A Médica".
IDEALIZAÇÃO: Rosalie Rahal Haddad. TEXTO: Robert Icke. TRADUÇÃO: Diego Teza. DIREÇÃO: Nelson Baskerville. ELENCO:  Clara Carvalho, Adriana Lessa, Anderson Muller, Cella Azevedo, Cesar Mello, Chris Couto, Isabella Lemos, Kiko Marques, Luisa Silva, Sergio Mastropasqua e Thalles Cabral. MÚSICA ORIGINAL: Greg Slivar MÚSICA AO VIVO:  Edézio Aragão. CENÁRIO: Marisa Bentivegna. FIGURINO: Marichilene Artisevskis. PRODUÇÃO DE OBJETOS: Jorge Luiz Alves. ILUMINAÇÃO: Wagner Freire. VIDEOMAPPING: Um Cafofo. DESIGNER GRÁFICO: Rafael Oliveira. PRODUÇÃO: Círculo de Atores e SM Arte Cultura. COORDENAÇÃO PRODUÇÃO: Sergio Mastropasqua/ Círculo de Atores. DIREÇÃO DE PRODUÇÃO: Selene Marinho/ SM Arte Cultura. PRODUÇÃO EXECUTIVA: André Roman / Teatro de Jardim. GERENCIAMENTO REDES SOCIAIS: Selene Marinho e Sergio Mastropasqua. ASSESSORIA DE IMPRENSA: Adriana Balsanelli e Renato Fernandes. FOTOS: Ronaldo Gutierrez.


Serviço
Espetáculo "A Médica".
Local: Auditório do Masp. Temporada: 20 de junho a 24 de agosto, exceto dia 22 de junho (domingo). Sextas e sábados, às 20h00, domingos, às 18h00. Classificação: 14 anos. Duração: 105 minutos. Capacidade: 344 lugares. Ingressos: sextas-feiras, R$ 80,00 (inteira) - R$ 40,00 (meia-entrada) / Sábados e domingos: R$ 100,00 (inteira) - R$ 50,00 (meia-entrada).

.: "Uma Casa de Boneca" estreia em casa no Sumaré com releitura feminista


Idealizado por Livia Camargo e Paula Aviles, o espetáculo tem direção de Georgette Fadel e estreia em temporada gratuita na Casaurora. Foto: Laerte Késsimos

"Uma Casa de Boneca", de Henrik Ibsen (1828-1906), ganha nova encenação em São Paulo com foco nas interseções entre gênero, raça e classe. A montagem imersiva estreia no dia 20 de junho, sexta-feira, às 20h00, na Casaurora, espaço cultural independente localizado no bairro do Sumaré, em uma temporada gratuita, com ações formativas e bate-papos com o público. O espetáculo tem direção de Georgette Fadel (Cia. São Jorge de Variedades) e Livia Camargo, também responsável pela adaptação do texto original, e uma das idealizadoras do projeto ao lado de Paula Aviles. No elenco, estão Livia Camargo, Paula Aviles, Gustavo Vaz, Edson Duavy e Kleber di Lazzare.

Encenada em uma casa real, a peça convida o público a ocupar os cômodos, criando uma experiência intimista e provocadora. A proximidade entre espectadores e personagens torna a narrativa ainda mais impactante, especialmente em momentos de tensão, brigas ou silêncio. “Encenar a peça dentro de uma casa real contribui para aprofundar a experiência do público. É como na vida: se você está posicionado de um jeito, entende uma coisa; de outro, entende diferente”, afirma a diretora, que destaca como a movimentação pelos cômodos, os ruídos reais da casa e a proximidade física com os atores criam uma tensão particular, transformando o espectador em quase um voyeur da intimidade daquela família.

A nova adaptação amplia a crítica original ao patriarcado do século XIX ao incorporar outras formas de opressão contemporâneas: o racismo estrutural, a invisibilização de corpos fora dos padrões normativos e os limites da liberdade feminina em diferentes contextos sociais. A leitura de Nora Helmer (Livia Camargo) é atravessada por sua condição de mulher branca em contraste com outros corpos em cena; Cristina (Paula Aviles), mulher racializada; Krogstad (Edinho Duavy), homem negro; e Torvald Helmer (Gustavo Vaz), que encarna não apenas o privilégio de gênero, mas também o racial.

Para Georgette Fadel, os temas incorporados pela nova adaptação já estavam latentes no próprio texto de Ibsen, que fala de estruturas que se protegem e se perpetuam. “Essa família que se autopreserva, esse homem que se blinda... o texto já pede essas incorporações”, comenta. Já Livia Camargo destaca a importância de ter iniciado o processo pela dramaturgia, antes dos ensaios como atriz. “Foi fundamental começar por esse lugar. E dividir a direção com Georgette Fadel, uma artista gigante.”

Para ela, o texto de Ibsen, escrito em 1879, ainda é incrivelmente atual. “Vemos mulheres vivendo relações abusivas por anos, saindo destruídas, sem autoestima.O gesto de Nora, ao bater a porta, ainda hoje nos inspira a romper e reconstruir.” Livia reforça que esse gesto precisa ser ampliado: “Ibsen escreveu sobre uma mulher burguesa, mas hoje ele precisa incluir a mulher periférica, racializada, com filhos. O ato de bater a porta é quando ela percebe que só ela pode mudar a própria vida. E essa consciência é revolucionária.”

Além das apresentações, o projeto oferece quatro ensaios abertos com bate-papo com elenco e direção, e quatro leituras públicas de textos clássicos, com a participação de convidados e rodas de conversa com o público. Compre o livro "Uma Casa de Boneca", de Henrik Ibsen, neste link.


Sinopse de "Uma Casa de Boneca"
Tudo parece perfeito na casa dos Helmer. Com a recente promoção de Torvald à diretoria de um banco, a família ascende socialmente e vive a esperança de um futuro promissor. Nora Helmer, sua esposa, inicia alegremente os preparativos para a noite de Natal, mas por trás do sorriso amoroso, ela esconde um segredo: anos antes, para salvar a vida do marido, contraiu um empréstimo sem o seu consentimento - falsificando ainda a assinatura do próprio pai. 

O credor é Nills Krogstad, advogado de reputação questionável, que ameaça revelar tudo se Nora não ajudá-lo a manter seu cargo no banco em que agora Torvald é o diretor. Com a chegada de Cristina Linde, sua amiga de juventude, as certezas de Nora começam a ruir. Viúva, sem filhos e em busca de um novo sentido para a vida, Cristina logo percebe a prisão invisível por trás da fachada harmoniosa da casa dos Helmer. Ao redor da trama, orbita ainda uma figura igualmente complexa: Dr Hank, fiel amigo da família, gravemente doente e secretamente apaixonado por Nora, trazendo à tona as tensões entre afeto, convenção, culpa e desejo. Uma Casa de Boneca é um mergulho nas armadilhas de uma sociedade patriarcal — com e na coragem de mulheres que começam, enfim, a escutar a própria voz. Outras informações @casaurora.sp e @nossacasadeboneca


Ficha técnica
Espetáculo "Uma Casa de Boneca".
Idealização: Lívia Camargo e Paula Aviles. Texto original: Henrik Ibsen. Adaptação: Lívia Camargo. Direção:Georgette Fadel e Lívia Camargo. Elenco: Lívia Camargo (Nora Helmer) Paula Aviles (Cristina Linde), Gustavo Vaz (Torvald Helmer), Edson Duavy (Nills Krogstad), Kleber di Lazzare (Dr. Hank) e Fernando Zuben (Piano). Vídeo ao vivo: Laerte Késsimos.  Direção de arte, visagismo e colaboração dramatúrgica: Paula Aviles. Direção audiovisual e design gráfico: Laerte Késsimos. Direção musical e composições originais: Fernando Zuben.Direção de movimento: Débora Veneziani. Colaborador artístico: Wilson Feitosa. Iluminação: Laiza Menegassi. Desenho de Som: Duda Gomes. Operação de vídeo: Danilo Martignago. Direção de produção: Gustavo Sanna. Produção executiva: Denyria Plácido. Assessoria de Imprensa: Adriana Balsanelli. Gerenciamento de Redes Sociais: Michel Waisman. Cenotecnica e reformas: Marcos Portugal - Mdu Elétrica. Realização: Casaurora e Complementar Produções.

Serviço
Espetáculo "Uma Casa de Boneca".
Estreia dia 20 de junho, quinta, às 20h, na Casaurora. Temporada: De 20 de junho a 27 de julho de 2025. Sextas e sábados, às 20h. Domingos às 19h. Sessões vespertinas: Dias 19 e 26 de julho, sábados, às 17h30. Capacidade: 60 lugares. Duração: 120 minutos. Classificação indicativa: 16 anos. Ingresso: Gratuito. Casaurora: rua Plínio de Morais, 401, Sumaré/São Paulo.

.: "Ritas" é o documentário brasileiro mais visto nos cinemas em 2025


Na quarta semana em exibição, documentário sobre Rita Lee  já vendeu mais de 33 mil ingressos

"Ritas", longa-metragem que leva para as telonas a última entrevista inédita e diversas facetas de Rita Lee, é oficialmente o documentário brasileiro mais assistido nos cinemas  em 2025. Antes de completar quatro semanas de exibição, o filme já levou mais de 33,2 mil espectadores ao circuito comercial. A informação, divulgada pela Biônica Filmes, distribuidora do documentário junto da Paris Filmes, reafirma a força do filme sobre a rainha do rock brasileiro e do cinema nacional mesmo em um momento de grande concorrência para produções internacionais no circuito de cinema. Leia a crítica neste link: Documentário "Ritas" é um retrato amoroso e rebelde de uma lenda.

Desde a última quinta-feira, o longa, de Oswaldo Santana e codirigido por Karen Harley, segue em cartaz em 36 salas e ampliou seu alcance com o lançamento em outras em 27 salas do Circuito Spcine, com direito a sessões seguidas de debate com o diretor. A primeira ocorreu no dia 12, no CCSP - Lima Barreto, e a próxima aconteceu no CEU Butantã.

Os espectadores do Circuito Spcine também poderão participar de sorteios para ganhar um cartaz oficial de "Ritas" nas 27 salas que exibem o filme. Os interessados que não estão em São Paulo e querem em garantir uma cópia do cartaz, podem também fazer o download da arte para impressão, disponibilizado na página oficial do filme no Instagram.

Antes de chegar ao circuito comercial, "Ritas" iniciou sua carreira no festival É Tudo Verdade, onde abriu a programação em São Paulo, com duas sessões esgotadas e mais de 700 espectadores, e lotou também as salas no Rio de Janeiro, já mostrando seu potencial ao conquistar público e crítica. Compre os livros de Rita Lee neste link.


O que disseram sobre o filme
"Assisti sorrindo o tempo todo, feliz de estar vendo Rita Lee. Nunca existirá outra igual a essa. Desceu no Brasil esta alma, e veio para botar para quebrar. E botou para quebrar!" - Ney Matogrosso

"Em meio a tantos documentários que se perdem em cronologias frias, 'Ritas' escolhe o caminho mais corajoso: o de fazer sentir." - Helder Moraes Miranda, Resenhando.com

"'Ritas' é exatamente o que era Rita Lee: um ponto de luz dentro da cultura pop brasileira" - Roberto Sadovski, Splash UOL

"'Ritas' é a cara de Lee e, sendo assim, não poderia se deixar levar por uma bad trip, é sempre positivo e alto astral, como deveria ser." - Raíssa Ferreira, Feito por Elas


Assista no Cineflix mais perto de você
As principais estreias da semana e os melhores filmes em cartaz podem ser assistidos na rede Cineflix CinemasPara acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021.


Programação do Cineflix Santos
"Ritas" | Idioma original | Sala 1
Classificação: 16 anos. Ano de produção: 2025. Idioma: português. Diretor: Oswaldo Santana. Duração: 1h21m.
Cineflix Santos | Miramar Shopping | Rua Euclides da Cunha, 21 - Gonzaga - Santos/SP.

19/6/2025 - Quinta-feira: 18h10
20/6/2025 - Sexta-feira: 18h10
21/6/2025 - Sábado: 18h10
22/6/2025 - Domingo: 18h10
23/6/2025 - Segunda-feira: 18h10
24/6/2025 - Terça-feira: 18h10
25/6/2025 - Quarta-feira: 18h10

.: Mundo Pixar está de volta a SP com a maior edição já realizada no Brasil


A exposição ocupa 3.500 m² no Shopping Center Norte e reúne 14 salas temáticas, personagens inéditos, cenários repaginados e uma loja com mais de 160 lançamentos exclusivos da Pixar
 

A encantadora experiência do "Mundo Pixar" retorna a São Paulo em sua versão mais completa até hoje. A exposição reabriu as portas no Shopping Center Norte. Com novos cenários, surpresas e ambientes queridos pelo público totalmente renovados, a experiência promete emocionar e conquistar visitantes de todas as idades.Após 15 meses de pré-produção e mais de 50 dias de montagem intensiva, o projeto mobilizou uma equipe criativa com mais de 15 profissionais nas etapas de concepção e planejamento, completamente comprometida a trazer grandes novidades e encantar o público.

Cerca de 300 especialistas atuaram diretamente na produção, em um processo que envolveu desde a concepção artística até a fabricação e montagem dos cenários e personagens, em uma processo que uniu excelência técnica e sensibilidade criativa. Ao todo, mais de 3.500 profissionais envolvidos desde a construção de personagens, ambientes cenográficos, objetos tridimensionais, até todos os serviços de atendimento ao cliente, envolvendo staff, segurança, limpeza, manutenção e todas as áreas profissionais que garantem o padrão característico dos eventos Disney, do primeiro ao último dia.

 Já são aproximadamente 70 mil ingressos vendidos, dois meses após a abertura de vendas, e diversas datas e sessões esgotadas. Com ingressos a partir de R$ 45,00 (meia-entrada), disponíveis na plataforma digital Fever, a nova temporada convida o público a mergulhar em uma jornada imersiva pelos filmes mais icônicos do estúdio Pixar.

Instalada em um espaço de 3.500 metros quadrados, a mostra reúne 14 salas temáticas e é apresentada pelo Ministério da Cultura e pelo NuBank, patrocinador oficial da edição de São Paulo, com apoio Zurich Seguros. O Mundo Pixar é uma realização sob licença concedida no Brasil à SolutiOnOff, em parceria com a Blast Entertainment, do Grupo DCSET.


Explorando o "Mundo Pixar"
Logo na entrada, os visitantes se deparam com um sala de boas vindas repleta de painéis de LED. Ao final, a primeira parada é a sala de "A Vida de Insetos", ambiente inédito na exposição. Com uma cenografia que simula o interior de um formigueiro, o espaço é tomado por flores, cogumelos e folhas em proporções enormes, fazendo o visitante se sentir do tamanho de uma formiga.

Na sequência, é hora de adentrar o universo de "Os Incríveis", onde o público encontra o icônico ateliê de Edna Moda. Cada detalhe foi pensado para proporcionar uma experiência autêntica, como se os visitantes estivessem lado a lado com a estilista mais famosa da animação.

A jornada continua na charmosa casa de Carl Fredricksen, de "UP - Altas Aventuras", agora ampliada com novos cômodos. A ambientação fiel convida o público a reviver as emoções dessa história, explorando o lar flutuante. Outra estreia é a sala de "Red: crescer É Uma Fera", que recria o universo escolar de Meilin Lee. Armários, corredores e elementos típicos do ambiente estudantil mergulham os visitantes no cotidiano da protagonista.

Logo adiante, o fundo do mar ganha vida numa das salas de maior sucesso da exposição: a sala de "Procurando Nemo", onde corais coloridos e personagens inesquecíveis compõem o cenário icônico do filme. Em seguida, o filme Elementos estreia no Mundo Pixar de São Paulo, após passar por outras duas cidades do Brasil e viajar para o exterior. A cena do vagão de metrô foi recriada com riqueza de detalhes, proporcionando uma imersão completa no longa.

"Monstros S.A.", um dos favoritos do público, está de volta! A Fábrica de Gritos ganha uma nova cara, conectando-se ao quarto da pequena Boo por meio da icônica porta de armário, criando uma transição entre os mundos. A sala de "Divertida Mente" também foi renovada. Agora, com referências ao segundo filme da franquia, os visitantes têm acesso à nova sala de controle da mente da Riley e ao quarto das emoções, que marcam cada fase da vida da personagem.

Mais uma estreia aguardada é a sala de "Viva - A Vida É Uma Festa", nunca exposta no Brasil antes, que leva os visitantes do Mundo dos Vivos, através do oratório da casa da Mama Inês, ao vibrante e colorido Mundo dos Mortos, com direito à travessia pelas pétalas amarelas. O verão italiano se faz presente na exposição, pela primeira vez em São Paulo, com Luca, em um ambiente que transporta o público diretamente à vila de Portorosso.

Os apaixonados por "Carros" reencontram Relâmpago McQueen, agora com Guido em frente à icônica Casa Della Tires. Uma cena fiel e divertida, perfeita para todas as idades. "Toy Story" ganhou uma expansão. Agora, os visitantes, além de explorar o quarto do Andy, e espiar debaixo da cama para interagir com objetos e brinquedos esquecidos, também podem visitar a colorida e vibrante creche SunnySide, onde o Lotso está esperando para dar as boas-vindas junto com a Jessie.
 
Depois do sucesso da primeira edição, a Loja Oficial Mundo Pixar está de volta a São Paulo, agora completamente renovada e ainda mais envolvente. São mais de 160 lançamentos inéditos e exclusivos, com produtos que transformam os filmes em experiências de consumo com muito storytelling. De Dona Marocas a McQueen, de Miguel a Darla, nenhuma franquia ficou de fora, é quase impossível sair sem levar um pedacinho desse universo para casa. E o melhor: a loja é aberta ao público geral, inclusive para quem não tem ingresso para a exposição.


Condições Especiais - Clientes Nubank
Desconto de 15% é válido exclusivamente para compras online efetuadas no site especial do evento para clientes NuBank (plataforma Fever).
Não se aplica a compras presenciais na bilheteria ou quiosques do shopping.
O desconto é não cumulativo e válido apenas para a compra de ingressos inteiros, meia-entrada e ingressos flexiveis, limitado a 4 ingressos por CPF.
A compra pode ser parcelada em até 3 vezes sem juros utilizando o serviço NuPay.
 

Condições Especiais – Assinantes Disney+
O desconto de 15% é válido exclusivamente para compras online realizadas no site oficial do evento (plataforma Fever).
Não é válido para compras presenciais, seja na bilheteria ou em quiosques localizados no shopping.
O desconto é não cumulativo e aplicável apenas na compra de ingressos inteiros e de meia-entrada, limitado a 4 ingressos por CPF.

 
Observação sobre a meia-entrada
Conforme o Decreto nº 8.537/2015, a Lei nº 12.933/2013 e o Estatuto da Juventude (Lei nº 12.852/2013), a meia-entrada está sujeita à disponibilidade da cota de 40% sobre o total de ingressos ofertados para o evento.


Serviço
"Mundo Pixar". Local: Estacionamento do Shopping Center Norte – saída próxima ao restaurante Fogo de Chão. Av. Otto Baumgart, 245 - Vila Guilherme, São Paulo. Classificação etária: livre. Menores de 16 anos deverão estar acompanhados por um adulto. De terça-feira a domingo e feriados, das 10h00 às 21h00. Duração média da visitação: aproximadamente uma hora, mas é possível permanecer nas salas pelo tempo que desejar. Mais detalhes e vendas: mundopixar.com.brRede Social oficial: instagram.com/mundopixarbr. Valores: ingressos a partir de R$ 45,00.
Crianças com até 2 anos e 11 meses têm direito a entrada gratuita. Valores variam de acordo com a idade, datas, horários, dias da semana, número de pessoas, lotes e tipos de ingressos. O "Mundo Pixar" não vende ingressos pelo WhatsApp. Plataforma oficial para ingressos: Fever. Acessibilidade: o local é acessível para cadeirantes, deficientes auditivos e deficientes visuais. Compre os produtos da Disney Pixar neste link.

.: Doc "Utopias Peregrinas: Dom Helder Câmara" apresenta lutas e legado


Quatro vezes indicado ao Nobel da Paz, Dom Helder Câmara, Arcebispo de Olinda e Recife, deixou um forte legado por conta de seu trabalho social e sua luta contra as desigualdades. Seus ideais seguem representados em cada projeto iniciado ou fortalecido por sua atuação e são celebrados no documentário inédito “Utopias Peregrinas: Dom Helder Câmara”, que estreia com exclusividade no canal Curta!.

Viabilizado pelo Curta! através do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) e com produção da Alumia Filmes, o filme, dirigido por Camilo Cavalcante e César Rocha, retrata a trajetória de uma das mais importantes e influentes figuras religiosas do país, que continua a ser lembrada por sua humildade, coragem e solidariedade mesmo tantos anos depois de sua morte, em 1999, aos 90 anos. Para contar essa história, os diretores lançam mão de imagens de arquivo e depoimentos inéditos de personalidades como o padre Júlio Lancelotti, a fundadora do Instituto Dom Helder Câmara, Teresa Duere, e a freira e teóloga Ivone Gebara, entre outros.

“Eu nunca vi alguém com tal capacidade de trabalhar em equipe. Era um bispo da Igreja Católica, mas, de fato, um homem do mundo”, define o monge beneditino, escritor e teólogo Marcelo Barros. De trato gentil e acolhedor, Dom Helder começa a se destacar como líder ainda enquanto padre, em 1955. No Rio, é responsável por organizar o Congresso Eucarístico Internacional, evento que se tornaria um momento de virada nos seus ideais, desvencilhando-se do passado como membro da Ação Integralista Brasileira (movimento ultranacionalista de viés fascista). Confrontado pela dicotomia entre a desigualdade da cidade e a estrutura do evento, inicia sua trajetória de luta.

O documentário mostra como ele passou a enxergar as dores do mundo e lutar para transformar a realidade, e apresenta os frutos de suas iniciativas. Entre elas, está a criação da Cruzada São Sebastião, conjunto habitacional levantado no contexto de remoção das favelas da Zona Sul carioca, e projetos de agricultura familiar no Nordeste, cedendo terras à população para áreas de produção coletiva.

“Acho que o principal legado de Dom Helder é não naturalizar que tenha tanta gente sem casa, gente passando fome, de uma minoria ter riqueza concentrada em suas mãos construída a partir da exploração do povo trabalhador. O legado é despetrificar nosso coração e chamar de injustiça o que é injustiça”, afirma o fundador da Igreja Batista do Caminho, professor, político e pastor Henrique Vieira.

 O longa-metragem ressalta como Dom Helder passa a liderar um movimento por uma Igreja Católica mais humilde, popular e próxima ao povo, incentivando a renúncia aos luxos. Sua posição cria inimigos dentro da Cúria e no campo político. No Brasil, ele se destaca como voz da oposição e denuncia as violências da Ditadura Militar.

 Boicotado pelo Governo Médici, suas indicações ao Nobel da Paz não se concretizam em premiação. Contudo, os beneficiados pelos seus projetos sociais e as novas gerações engajadas e comprometidas na defesa dos Direitos Humanos mostram que os ideais de Dom Helder Câmara permanecem vivos, uma referência humanista que pavimenta a esperança.

 “Uma das faltas mais importantes de Dom Helder no mundo de hoje é sua capacidade de ser acendedor de utopias. Seus braços abertos, seu sorriso, sua maneira de abraçar o mundo e mobilizar pessoas são muito necessários hoje, num mundo em que vivemos cada vez mais em isolamento”, ressalta o diretor consultivo do IDHeC Antonio Carlos Aguiar.

“Utopias Peregrinas: Dom Helder Câmara” é uma produção da Alumia Filmes, viabilizada pelo Curta! através do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). O documentário também pode ser visto no CurtaOn – Clube de Documentários, disponível no Prime Video Channels, da Amazon, na Claro TV+ e no site oficial da plataforma (CurtaOn.com.br). A estreia é no dia temático Sextas de História e Sociedade, 20 de junho, às 22h. Compre os livros sobre Dom Helder Câmara neste link.

.: "Vitória" estreia no streaming neste 19 de junho, Dia do Cinema Brasileiro


Estrelado por Fernanda Montenegro, longa levou mais de 700 mil espectadores aos cinemas nacionais.

A celebração do Dia do Cinema Brasileiro, 19 de junho, neste ano será em grande estilo no Globoplay, ao marcar a chegada de "Vitória" ao catálogo do streaming, que conta com cerca de 400 filmes nacionais disponíveis. Segundo filme com selo Original Globoplay, o longa acaba de passar quase três meses em cartaz nos cinemas e levou mais de 700 mil espectadores para conferirem a produção nas telonas nacionais. Fernanda Montenegro é a estrela do filme que, com direção de Andrucha Waddington, ilustra a história real de Joana da Paz, mulher que ganhou notoriedade nacional ao denunciar o tráfico de drogas de uma comunidade no Rio de Janeiro. Leia a crítica do filme neste link: "Vitória" é filme-denúncia que transborda humanidade na protagonista.

As 22 fitas gravadas durante dois anos pela corajosa moradora levaram à expedição de 30 mandados de prisão e à detenção imediata de 13 bandidos e dois policiais militares. Vitória ingressou no Programa de Proteção à Testemunha e passou 17 anos sem poder revelar o verdadeiro nome, Joana Zeferino da Paz. 

As filmagens amadoras feitas da janela da casa da senhora de 80 anos chamaram atenção do jornalista Fábio Gusmão (Alan Rocha), que publicou reportagens no jornal EXTRA em 2005, e impressionaram todo o país. Incluída no Serviço de Proteção à Testemunha, Joana da Paz foi apelidada de "Vitória" e teve a sua identidade mantida em sigilo por 17 anos, até falecer em 2023, aos 97 anos, após o término das filmagens do longa-metragem.  

Com roteiro de Paula Fiuza, "Vitória" é inspirado na obra literária  "Dona Vitória Joana da Paz", do jornalista Fábio Gusmão, que noticiou o caso. Além de Montenegro, o elenco conta com nomes como Linn da Quebrada, Laila Garin e Jennifer Dias, que ajudam a compor essa história de força feminina e impacto social. "Vitória" é um filme Original Globoplay, produzido pela Conspiração, com coprodução da MyMama Entertainment e Globoplay, e apoio da Globo Filmes. A distribuição é da Sony Pictures. O primeiro original, ‘Ainda Estou Aqui’, conquistou o Oscar de Melhor Filme internacional. Vitória também estará disponível no Telecine. 

A história da heroína por trás da câmera que mudou os rumos de um bairro e marcou um país inteiro. Revelada pela primeira vez em 2005 em uma matéria de Fábio Gusmão, a história de Dona Vitória tornou-se uma das mais marcantes e de maior repercussão da mídia nacional no início dos anos 2000. A senhora que, aos 80 anos, da janela de sua casa em Copacabana, no Rio de Janeiro, com uma câmera apoiada em livros e listas telefônicas, filmou toda a movimentação do tráfico e a negligência policial. A coragem misturada ao cansaço e a insatisfação pela situação de descaso das autoridades foram as motivações de Dona Vitória para continuar com a câmera na janela mesmo quando notava armas e binóculos apontados em sua direção. A história é toda retratada no livro "Dona Vitória Joana da Paz", lançado pela editora Planeta.

O livro revela quem era a mulher por trás do nome atribuído pelo Programa de Proteção à Testemunha, atravessando seus anos formativos, os anos gravando a vista da janela e o longo período de exílio. Nestas páginas, Fábio Gusmão nos (re)apresenta, com imagens exclusivas das últimas semanas de gravações, ao lado de transcrições de falas completas de Dona Vitória, novos detalhes e revelações sobre a heroína por trás da câmera que mudou a história de um bairro, marcou um país inteiro e mostrou na pele como o exercício da cidadania é a mais potente arma contra a impunidade, a corrupção e a desesperança que assolam o país. Compre o livro "Dona Vitória Joana da Paz" neste link.

Sinopse de "Vitória"
Inspirado em uma incrível história real, “Vitória”, interpretada pela nominada ao Oscar Fernanda Montenegro, conta a emocionante trajetória de uma aposentada que desmontou uma perigosa quadrilha de traficantes e policiais a partir de filmagens feitas da janela do seu apartamento no Rio de Janeiro. Com a ajuda de um amigo jornalista, ela enfrenta os riscos e perigos de uma situação inimaginável. Um filme sobre a coragem, a força e a resiliência de uma mulher.


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quarta-feira, 18 de junho de 2025

.: “Extermínio: a Evolução” estreia nos cinemas e traz horrores inéditos


Prepare-se para descobrir o que acontece quando a esperança é cercada por muros... e a verdadeira ameaça está do lado de dentro. Quase três décadas após o surto do vírus da raiva que devastou o Reino Unido e inaugurou uma nova era no cinema de zumbis, a franquia “Extermínio” retorna às telonas com "Extermínio: a Evolução" ("28 Years Later"), a partir desta quinta-feira, dia 19 de junho. O novo capítulo, com direção do consagrado cineasta Danny Boyle e roteiro de Alex Garland - os mesmos responsáveis pelo clássico original de 2002 - resgata o clima de tensão, desespero e humanidade em ruínas que arrebatou o público há mais de 20 anos.

No novo filme, o espectador acompanha Jamie (Aaron Taylor-Johnson), Isla (Jodie Comer) e o filho do casal, Spike (Alfie Williams), vivendo isolados na Ilha de Lindisfarne - agora rebatizada de “Ilha Santa” por representar um dos últimos refúgios de segurança no planeta. No entanto, quando pai e filho precisam deixar os muros da colônia para cumprir um ritual de amadurecimento, descobrem que o terror do lado de fora não está apenas nos infectados mutantes, mas também nos sobreviventes que adotaram crenças e comportamentos tão perigosos quanto o próprio vírus.

Com uma narrativa brutal e intensa, o longa-metragem ignora a sequência "28 Weeks Later" (2007) - que não contou com Boyle nem Garland - e dá início a uma nova trilogia. "Extermínio: a Evolução" contará ainda com duas continuações já planejadas: a próxima, "The Bone Temple", será dirigida por Nia DaCosta (Candyman) e chega aos cinemas britânicos em janeiro de 2026. O terceiro filme encerrará a saga com Boyle de volta à direção.

Outro destaque do elenco é Ralph Fiennes, que interpreta um médico sobrevivente com ideias radicais que ameaçam os protagonistas. O filme também desperta expectativa pela possível volta de Cillian Murphy nos próximos capítulos - embora ele não esteja neste novo longa. "Extermínio: a Evolução" não é apenas uma continuação, mas uma reinvenção do terror apocalíptico.

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Programação do Cineflix Santos
"Extermínio: a Evolução" | "28 Years Later" | Legendado | Sala 3
Classificação: 18 anos. Ano de produção: 2025. Idioma: inglês. Diretor: Danny Boyle. Duração: 1h55m. Com: Aaron Taylor-Johnson, Jodie Comer e Ralph Fiennes.
Cineflix Santos | Miramar Shopping | Rua Euclides da Cunha, 21 - Gonzaga - Santos/SP.

19/6/2025 - Quinta-feira: 18h20 - 20h50
20/6/2025 - Sexta-feira: 18h20 - 20h50
21/6/2025 - Sábado: 18h20 - 20h50
22/6/2025 - Domingo: 18h20 - 20h50
23/6/2025 - Segunda-feira: 18h20 - 20h50
24/6/2025 - Terça-feira: 18h20 - 20h50
25/6/2025 - Quarta-heira: 18h20 - 20h50

.: “Elio” promete encantar com humor, ficção científica e laços improváveis

Imagine ser um garoto comum, apaixonado por astronomia e, de repente, ser confundido com o líder da Terra por uma organização intergaláctica. É essa a premissa de "Elio", nova aposta da Disney e Pixar que estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, dia 19 de junho. O filme, que mistura ficção científica, comédia e aventura, destaca-se não apenas pela história, mas também por um elenco de dubladores brasileiros que dá alma à narrativa - e merece todos os holofotes.

Na versão nacional, quem empresta a voz ao protagonista Elio é Lorenzo Tironi, jovem talento da dublagem que capta com sensibilidade a inquietude e imaginação do menino de 11 anos que, por acidente, acaba se tornando embaixador da Terra no excêntrico Comuniverso. É a partir dessa confusão cósmica que Elio embarca em uma jornada de autodescoberta, cercado por alienígenas tão carismáticos quanto esquisitos. 

Entre esses seres está Glordon, alienígena dublado por Danylo Miazato, que vive sob o peso de um destino previamente traçado: tornar-se guerreiro como o pai. A improvável amizade entre Glordon e Elio, construída entre mal-entendidos e descobertas mútuas, é o coração do filme. Segundo a tradição dos estúdios Disney, encontros improváveis são combustíveis para grandes transformações - e “Elio” não foge à regra.

Outros nomes de peso completam o time brasileiro. A atriz Juliana Paiva dá voz a Olga Solis, a tia protetora e carismática do protagonista, que substitui a personagem originalmente pensada como a mãe (vivida por Zoe Saldaña na versão norte-americana). Zeca Rodrigues, veterano da dublagem, assume o alienígena de quatro patas Lorde Grigon, com sua voz imponente e cheia de nuances. Já a enigmática Embaixadora Questa ganha vida através da interpretação de Júlia Ribas, enquanto Márcio Marconato empresta seu timbre ao Embaixador Helix, outro representante do Comuniverso. Completando o elenco, Márcia Regina dá voz a OOOOO, figura misteriosa e cativante cuja pronúncia cheia de vogais já promete virar bordão entre o público mais jovem.

Sob direção de Adrian Molina, que já havia encantado com "Viva: a Vida é Uma Festa", o filme marca ainda a estreia das diretoras Domee Shi de "Red: crescer É Uma Fera", e Madeline Sharafian na condução de um longa da Pixar. A produção passou por mudanças significativas ao longo do tempo, inclusive na escalação de vozes originais e na direção, mas manteve seu eixo principal: contar uma história sobre identidade, pertencimento e o poder da imaginação.

"Elio" é também o terceiro filme da Pixar a se aprofundar no universo da ficção científica, ao lado de "WALL-E" (2008) e "Lightyear" (2022). Mas aqui, a ficção ganha um viés mais íntimo: é através dos olhos de um garoto criativo e deslocado que o universo se torna acessível - e surpreendentemente acolhedor. No fim das contas, como o próprio personagem Elio ensina, o espaço sideral pode ser um lugar mais próximo - e mais humano - do que parece. 


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Programação do Cineflix Santos
"Elio" | "Elio" | Dublado | Sala 2
Ano de Produção: 2025. Idioma original: inglês. Diretor: Adrian Molina, Duração: 1h40m.
Cineflix Santos | Miramar Shopping | Rua Euclides da Cunha, 21 - Gonzaga - Santos/SP.

19/6/2025 - Quinta-feira: 15h00 - 17h10 - 19h20
20/6/2025 - Sexta-feira: 15h00 - 17h10 - 19h20
21/6/2025 - Sábado: 15h00 - 17h10 - 19h20
22/6/2025 - Domingo: 15h00 - 17h10 - 19h20
23/6/2025 - Segunda-feira: 15h00 - 17h10 - 19h20
24/6/2025 - Terça-feira: 15h00 - 17h10 - 19h20
25/6/2025 - Quarta-heira: 15h00 - 17h10 - 19h20

segunda-feira, 16 de junho de 2025

.: Teatro: "A Última Entrevista de Marília Gabriela" no Teatro Porto é reencontro


Espetáculo assistido por mais de 32 mil pessoas ao longo de seis cidades pelo Brasil, retorna à São Paulo para curta temporada. A venda de ingressos abre no dia 24 de abril. Foto: Bob Wolffenson

O Teatro Porto recebe o espetáculo "A Última Entrevista de Marília Gabriela", com Marília Gabriela e Theodoro Cochrane. Escrita por Michelle Ferreira e dirigida por Bruno Guida, a comédia dramática volta a São Paulo após passar por cidades como Rio de Janeiro, Porto Alegre, Brasília e Belo Horizonte, somando mais de 32 mil espectadores. A curta temporada vai de 20 de junho a 27 de julho, com sessões às sextas e sábados, às 20h00, e domingos, às 17h00. Os ingressos estão à venda no site www.sympla.com.br/teatroporto e na bilheteria oficial do teatro.

Marília Gabriela sobe ao palco para uma última entrevista - desta vez, como entrevistada. E quem comanda a conversa é alguém bastante familiar: seu filho caçula, Theodoro Cochrane. A peça se passa durante um programa de entrevistas ao vivo, no teatro, onde ficção e realidade se confundem, e o que parecia apenas uma conversa vira um jogo de tensão e revelações, explorando os arquétipos da relação entre mãe e filho. Feminismo, conflitos geracionais, etarismo e a fronteira entre o público e o privado atravessam o texto, que diverte e provoca. Sem a quarta parede, o público participa ativamente da montagem - e até responde ao clássico bate-bola, marca registrada de Marília Gabriela. 


Ficha técnica
Espetáculo "A Última Entrevista de Marília Gabriela"
Elenco: Marília Gabriela e Theodoro Cochrane. Dramaturgia: Michelle Ferreira. Direção: Bruno Guida. Diretora Assistente: Mayara Constantino. Cenografia: Gabriel Dietrich. Figurinos: Theodoro Cochrane. Iluminação: Cesar Pivetti. Trilha e Preparação Vocal: Daniel Maia. Realização: Rega Início Produções Artísticas.


Serviço
Espetáculo "A Última Entrevista de Marília Gabriela"
De 20 de junho a 27 de julho de 2025.
Sextas e sábados, às 20h; Domingos, às 17h.
Duração: 80 minutos.
Classificação etária: 14 anos. Menores de idade de 6 a 14 anos, apenas acompanhados dos pais ou responsáveis legais. Proibida a entrada de menores de 6 anos.


Ingressos
Plateia R$ 200 e R$ 100
Balcão e frisa R$ 150 e R$ 75.

Teatro Porto
Al. Barão de Piracicaba, 740 – Campos Elíseos – São Paulo.
Telefone (11) 3366.8700

Bilheteria:
Aberta somente nos dias de espetáculo, duas horas antes da atração.
Clientes Porto Bank mais acompanhante têm 50% de desconto.
Clientes Porto mais acompanhante têm 30% de desconto.
Vendas: www.sympla.com.br/teatroporto 

Capacidade: 508 lugares.
Formas de pagamento: cartão de crédito e débito (Visa, Mastercard, Elo e Diners).
Acessibilidade: dez lugares para cadeirantes e 5 cadeiras para obesos.
Estacionamento no local: gratuito para clientes do Teatro Porto.

O Teatro Porto oferece a seus clientes uma van gratuita partindo da Estação da Luz em direção ao prédio do teatro. O local de partida é na saída da estação, na Rua José Paulino/Praça da Luz. No trajeto de volta, a circulação é de até 30 minutos após o término da apresentação. E possui estacionamento gratuito para clientes do teatro.

.: Leonardo Simões: identidade, crise e poesia no Brasil do ornitorrinco


Por Helder Moraes Miranda, especial para o portal Resenhando.com. Foto: Fabio Audi

“Pretinho é camaleão, sabe?” Com essa frase que ecoa como verso e diagnóstico, Leonardo Simões sintetiza o espírito de seu livro de estreia, "Folha de Rosto", publicado pela Mondru Editora. Mineiro de nascença, paulista por adoção e poeta por combustão interna, o autor mergulha nas contradições do Brasil recente para transformar identidade, afeto e política em matéria literária. É um autor consciente de que escrever hoje é, também, um ato de sobrevivência.

Escrito entre 2018 e 2022, período em que “o Brasil virou um meme de si mesmo”, o livro assume a forma de um romance em poemas, um dossiê lírico sobre um país onde apelidos machucam, onde relações desmoronam por ideologia e onde “a identidade, que antes era criada a partir da autenticidade, virou um tipo de produto”. Para Leonardo, escrever "Folha de Rosto" foi mais do que publicar versos: foi enfrentar seus próprios estilhaços e decidir “quais tradições, costumes e relacionamentos você vai dar o sangue pra não perder nunca”.

Nesta entrevista exclusiva ao portal Resenhando.com, o autor fala sobre racismo, arte como resistência, a tensão entre forma e conteúdo e o perigo de se perder no personagem. Com franqueza e delicadeza, ele convida o leitor a olhar o país pelo reflexo torto de um espelho onde, talvez, o que apareça seja um ornitorrinco.

Resenhando.com - “Folha de Rosto” é um romance em poemas, mas também soa como um dossiê emocional da vida no Brasil recente. Escrever poesia em tempos de polarização é um ato de ingenuidade, resistência ou desespero?
Leonardo Simões - 
Acho que é um pouco dos três. Recentemente, assisti uma peça - chamada “Poema” - que parte dessa mesma pergunta. O certo é que a arte é um ponto cardeal quando o caos se instala. Não por acaso, a arte é a primeira coisa a ser limada e atacada por qualquer regime totalitarista. A polarização não pode resistir à poesia, ao teatro, ao cinema e aos demais processos criativos.


Resenhando.com - Em um país onde "pretinho" ainda vem carregado de camadas - do afeto disfarçado ao racismo não admitido - como foi para você transformar essa palavra em literatura sem diluir sua dor?
Leonardo Simões - O distanciamento é necessário para se criar uma imagem que absorva mais de uma dor. A poesia, de certa forma, é uma imagem. Para trabalhar o afeto e o racismo nesta tão tensa como a palavra “pretinho” sugere, para mim, foi importante não somente traduzir experiências pessoais, mas encontrar o ponto que está fora desse raio de visão, algo que atraia outros afetos, sejam eles bons ou ruins.


Resenhando.com - Seu livro começa com um apelido. Num país que adora apelidar tudo - do presidente ao entregador -, você diria que o Brasil tem vocação para batizar ou para reduzir alguém?
Leonardo Simões - 
Acho que sim. Faz parte do nosso jeitinho ser “cordial”. Mas a redução - ou os apelidos, como você citou - não demonstram carinho. Ao contrário, podem ser mecanismos para reduzir, para tirar a identidade do indivíduo. Veja “neguinho", por exemplo, o modo como essa palavra, dependendo do contexto, atinge níveis distintos de compreensão.


Resenhando.com - A fragmentação da identidade do protagonista ecoa a de muitos brasileiros. Mas... e você, Leonardo: ainda se sente às vezes um “camaleão de classe média preta em crise permanente”?
Leonardo Simões - 
Não um “camaleão de classe média”, mas sim “em crise permanente". Com as redes sociais, pulverizar sua própria identidade ficou fácil demais. Você apaga defeitos, edita falas, assume lados sem se aprofundar e pode ignorar tudo isso apenas descendo o feed por horas e rindo de memes. A identidade, que antes era criada a partir da autenticidade, virou um tipo de produto. Então, fica cada vez mais difícil entender o que se é, já que há mais influências e referências do que tempo para absorver a experiência. Para o camaleão, a camuflagem é seu mecanismo de defesa. Para gente, não usar todas essas camuflagens é que te livra do perigo de se perder no personagem. Manter a forma original, de certa forma, é estar em crise permanente. Consigo e com o mundo.


Resenhando.com - Entre Ferreira Gullar e o caos das redes sociais, onde você encontra mais material para escrever: nos clássicos da literatura ou nos comentários do YouTube?
Leonardo Simões - 
É impossível não ser cercado pelas redes sociais. E há diversos canais que colaboram para que os clássicos sejam conhecidos e lidos. Eu tento não me fechar em uma única, mas ficar sempre atento para aparecer e de certo modo me abastecer. Para mim, nesse momento, a fonte de pesquisa está conectada ao objetivo do trabalho. Para fazer “Folha de Rosto", reli a obra inteira do Ferreira Gullar algumas vezes durante o processo. O TikTok tem sido meu reduto. Finalizei uma dissertação de mestrado sobre o app, que se tornou um livro de ensaio, e também para a criação de outro livro. O que estou fazendo agora pede isso. Mas o valor dos clássicos está acima de tudo. É importantíssimo estar por dentro do que já foi escrito.


Resenhando.com - Seu livro pergunta se os casais terminam por amor ou por política. Quantos relacionamentos você perdeu entre 2018 e 2022?
Leonardo Simões - 
Acho que uns cinco, mais ou menos. O número parece pequeno, mas eram pessoas que estavam no convívio. Quando você se vê em lados tão opostos, ou o rompimento é definitivo ou dá pra ser moderado, encontrar um caminho mais próximo do meio… o importante, acredito, não é bem quantos relacionamentos foram perdidos, mas quais foram mantidos. Perder relacionamentos, seja pela política ou não, faz parte da vida. Vai acontecer. As coisas sempre vão mudar. A batalha mesmo é escolher o que vai ser mantido, quais tradições, costumes e relacionamentos você vai dar o sangue pra não perder nunca.


Resenhando.com - "Folha de Rosto" poderia ser lido como um diário íntimo ou um relatório sociológico - mas você o chama de romance. Isso foi uma decisão estética, afetiva ou política?
Leonardo Simões - 
Fico feliz pelo “relatório sociológico", mas essa nunca foi a intenção. A decisão por chamá-lo assim se dá por sua forma esguia, já que é um livro cujo conteúdo foca em alguém na busca por compreender sua identidade. Para isso, prosa e poesia parecem disputar o espaço dessa “voz”. Então, a forma tenta se conectar ao conteúdo. Ou o conteúdo busca delimitar a forma. A dúvida também faz parte dessa “decisão”.


Resenhando.com - O Brasil de 2018 a 2022 foi um laboratório de distorções. Ao escrever nesse intervalo, você teve mais medo de parecer panfletário ou de ser lido como neutro?
Leonardo Simões - 
Ótima pergunta. Mas não tive medo de ser lido como panfletário. O livro foge disso. No poema “ex-filho", por exemplo, a "voz” está muito mais próxima de alguém egoísta, abominável e narcisista. Criar essa tensão parecia importante para mostrar que mesmo as pessoas engajadas politicamente tem suas contradições. “Sobre Isto", livro do poeta Maiakovski, é uma briga feia dele com sua esposa, relatada em versos ferinos. O poema, Inclusive, serve de referência para “banho”, um texto do livro que também fala de uma desavença entre o casal. Sobre ser neutro, também não tive esse medo porque “Folha de Rosto” não defende uma ideia política, mas poética. A partir daí, cada um escolhe o “estilhaço” que vai usar para se defender (ou atacar).


Resenhando.com - Você transita entre a criação publicitária e a literatura. O que dá mais trabalho: vender um carro ou convencer um leitor a sentir?
Leonardo Simões - 
Vender um carro dá mais trabalho porque trabalha em uma única chave: convencer alguém a comprar alguma coisa. Na literatura, você pode frustrar, contrariar, irritar e uma infinidade de outras possibilidades sem que “agradar" seja prioridade. Aliás, não é. Se a literatura só quer agradar o cliente, aí vira publicidade…


Resenhando.com - Você escreveu “Pretinho é camaleão, sabe?”. E se hoje o Brasil se olhasse no espelho, que bicho ele veria?
Leonardo Simões - Um ornitorrinco: um mamífero que põe ovos, semiaquático, que não é ave, mas tem bico de pato e rabo de esquilo. Hoje, a política, a cultura e os relacionamentos no Brasil nunca foram tão confusos quanto olhar para um ornitorrinco.


domingo, 15 de junho de 2025

.: Entrevista: Jacyr Pasternak usa a ficção como denúncia clínica


Por Helder Moraes Miranda, especial para o portal Resenhando.com. Foto: divulgação

Autor de romances que flertam com o policial e com o sarcasmo, o médico infectologista Jacyr Pasternak chega ao terceiro livro de ficção com "Receita Fatal", publicado pela editora Labrador, um thriller mordaz que transforma tragédia em provocação. Com 35 anos de atuação no Hospital Albert Einstein e uma bagagem que inclui pandemias reais como HIV e Covid-19, Pasternak mira agora outra ameaça silenciosa: a ignorância travestida de tratamento. “Foi uma terapia mental, sim, devido ao que provocou as mortes — mais uma vez uma denúncia”, confessa o autor sobre a família exterminada nas páginas do novo livro.

Na entrevista exclusiva ao Resenhando.com, ele não poupa ironia ao falar da medicina alternativa, que, na obra, é praticamente uma personagem vilã. E propõe um remédio direto: “A melhor terapia para as ditas medicinas alternativas, na verdade, são duas: a educação e as noções de ciência”. Com personagens de nomes quase teatrais e diálogos que provocam riso e incômodo, Pasternak constrói um enredo que expõe "o charlatanismo desabrido de profissionais inescrupulosos”, como define Heidi Strecker na quarta capa da obra.

E se o sarcasmo fosse mesmo uma vacina contra a desinformação? “Sarcasmo e ironia são as coisas que mais incomodam os praticantes de charlatanismo em todos os campos”, afirma o autor, que vê na literatura uma forma de resistência: “Estamos em plena septicemia cultural crônica, com piora importante desde que as redes sociais formaram experts em tudo o que nada sabem com um mínimo de profundidade”. Nesta entrevista, Jacyr Pasternak prova que ficção bem escrita pode ser, sim, um antídoto poderoso. Apoie o portal Resenhando.com e compre o livro "Receita Fatal" neste link.

Resenhando.com - Em um país onde reality shows fazem mais sucesso do que livros, o senhor acredita que o público está preparado para digerir um thriller que mistura pseudociência, sarcasmo e cadáveres da elite paulistana?
Jacyr Pasternak - Imagino que o povo que se diverte com os reality shows não é exatamente o povo que consome literatura policial. Acredito que temos um número suficiente de leitores de literatura policial para procurar um livro que mistura o whodunit, quem fez a maldade, com sarcasmo, um pouco de humor e uma espécie de denúncia de pseudociência.


Resenhando.com - O senhor já viu muita coisa bizarra na medicina real. Mas... sinceramente: qual foi a pseudoterapia mais absurda que ouviu alguém defender com convicção?
Jacyr Pasternak - Já vi tantas...mas, sinceramente, a defesa do uso de cloroquina e ivermectina para tratar Covid 19 é forte candidata a mais fatal de todas, e defendida por convicção por expoentes da direita, incluindo direita médica - que não é pequena.


Resenhando.com - O senhor já matou uma família inteira - pelo menos no papel. Foi mais prazeroso como escritor ou mais terapêutico como médico?
Jacyr Pasternak - Olha…prazeroso não é bem o termo para matar uma família, (risos)... Mas foi uma terapia mental, sim, devido ao que provocou as mortes - mais uma vez uma denúncia.


Resenhando.com - Em "Receita Fatal", a medicina alternativa é praticamente uma personagem vilã. Se pudesse, o senhor receitaria qual antídoto à sociedade para esse culto às curas mágicas?
Jacyr Pasternak - A melhor terapia para as ditas medicinas alternativas, na verdade, são duas: a educação e as noções de ciência. Se a pessoa tiver essas noções, certamente não cairá como um pato nas medicinas ditas alternativas ou em "curas mágicas", ou nas mãos de um "João de Deus". O que não consigo entender é como pessoas muito bem formadas e ilustradas e ilustres caem nessas "curas mágicas".


Resenhando.com - Os nomes dos personagens têm um quê teatral: Emerenciana, Marisa, Chico que odeia ser chamado de Chico... Existe aí um certo deboche com os arquétipos da nossa sociedade?
Jacyr Pasternak - Não foi inteiramente consciente, mas o deboche, agora que você assinalou, de fato, existe. Achar nomes para personagens não é nada simples. Raymond Chandler, se não estou enganado, usava lista telefônica, isso no tempo em que as listas eram impressas (risos).


Resenhando.com - A ironia é sua seringa narrativa preferida. Em tempos tão sensíveis, o senhor acha que ainda é possível "vacinar" o leitor com sarcasmo?
Jacyr Pasternak - Sarcasmo e ironia são as coisas que mais incomodam os praticantes de charlatanismo em todos os campos. Humor também funciona para mostrar os pés de barro de autoritários, e a medicina alternativa tem este aspecto autoritário de “acredite em mim porque Deus me deu este poder”, ou “porque sou professor doutor, porque a mafia de branco esconde esta sensacional cura, porque me perseguem...”.


Resenhando.com - Considerando que muitos dos seus leitores podem ser pacientes ou colegas, já pensou em oferecer um curso de "literatura profilática"? Quem seria o público-alvo ideal?
Jacyr Pasternak - Existem literaturas profiláticas e corretivas, existe a revista Questão de Ciência, brasileira, que se dedica a isto, existe a revista americana Septic. Tentam, não digo que com grande sucesso. O público-alvo é mais quem está se educando; quem já acha que sabe tudo, provavelmente, é caso perdido...


Resenhando.com - Se o senhor tivesse que diagnosticar a literatura policial brasileira contemporânea, qual seria o parecer clínico?
Jacyr Pasternak - A literatura policial brasileira não é muito ampla, mas tem excelentes escritores, como Rubem Fonseca, Luiz Garcia Roza, Marcos Rey. Há uma dificuldade na literatura policial no Brasil: literatura policial é mais imaginada e praticada em países onde tem polícia que investiga e justiça que funciona, ambas as condições que não são exatamente o que acontece no Brasil, concorda?


Resenhando.com - Se a pseudociência fosse uma bactéria hospitalar, o senhor acha que a literatura ainda poderia ser o antibiótico certo - ou já estamos todos em septicemia cultural?
Jacyr Pasternak - Estamos em plena septicemia cultural crônica, com piora importante desde que as redes sociais formaram experts em tudo o que nada sabem com um mínimo de profundidade.


Resenhando.com - Como médico, o senhor já enfrentou pandemias reais - HIV, Covid-19, gripes letais - mas agora se aventura na ficção para narrar outra praga: a ignorância travestida de tratamento. O que dá mais trabalho, combater um vírus ou desmascarar um charlatão com diploma falso e Instagram "bombado"?
Jacyr Pasternak - Combater um vírus nas fases iniciais de uma pandemia quando ele não é conhecido ou é um mutante, é muito dificil. Mas a ciência acaba por encontrar a solução. Desmascarar um charlatão ou um influencer com zilhões de seguidores é muito mais dificil. O dr. Drauzio Varella “tem tentado”. Veja o que aconteceu, usaram IA para clonar o Drauzio e fazê-lo de menino propaganda de suplementos alimentares que ele denuncia sempre que pode. A criatividade de sacripantas e charlatões é infinita. Só com mais educação de qualidade a sociedade vai conseguir relegar os charlatões com diploma falso e também os charlatões com diploma de verdade a sua ação deletéria. Sumir não vão sumir nunca...

.: Filme brasileiro "Lua de Cristal" faz 35 anos e ganha documentário inédito


Em clima de nostalgia e crítica cultural, o clássico “Lua de Cristal”, protagonizado por Xuxa Meneghel e Sergio Mallandro (disponível no Globoplay), celebra seus 35 anos com o lançamento de um documentário inédito: “Lua de Cristal às Avessas”. A produção que parou em 2020 devido a crise pandêmica, agora volta de forma independente e sem fins lucrativos tem estreia marcada para 20 de junho, às 20h00, com transmissão gratuita e ao vivo no canal Descontrole Remoto, no YouTube. Dirigido por Rodrigo Nicodemo, o filme mergulha nos bastidores e no impacto cultural de um dos maiores sucessos do cinema nacional - que levou mais de 5 milhões de pessoas aos cinemas e marcou a infância de toda uma geração.

Ao lado de Gabriel Silva (RJ) Nicodemo idealizou o projeto e transformou a admiração de infância em um verdadeiro trabalho de arqueologia pop, que reconstrói memórias, bastidores e legados da obra lançada em 1990, tanto que é um dos pesquisadores da equipe do documentário “Xuxa” (Globoplay). "Lua de Cristal às avessas" (documentário) só foi possível graças ao fomento da Lei Paulo Gustavo, por meio de edital da cidade de Poá (SP), onde vive o diretor.

“Lua de Cristal às Avessas” traz depoimentos inéditos de nomes fundamentais para o longa original e de personalidades impactadas por ele: Tizuka Yamasaki(diretora), Diler Trindade(produtor), Yoya Wursch(roteirista), Michael Sullivan(compositor), Oswaldo Eduardo Lioi(cenógrafo), Abdullah (músico), Marcello Faustini e Alexandre Canhoni (ex-Paquitos), Julia Lemmertze e Adressa Koetz (atrizes), Avellar Love(João Penca e Seus Miquinhos Amestrados), Paulo Vieira(humorista e fã declarado de Xuxa) e uma das últimas participações audiovisuais da atriz Marilu Bueno, falecida em 2022.

Mais do que um tributo, o documentário assume um tom crítico e informativo, resgatando um período de transformações no cinema nacional — com os deafios durante o governo Collor — e refletindo sobre os caminhos do audiovisual voltado ao público infantojuvenil. Sem making of oficial na época, “Lua de Cristal às Avessas” surge como um registro essencial da memória afetiva e cultural do país. Infelizmente sem participação da apresentadora por questões contratuais.

📌 Serviço
Estreia: "Lua de Cristal às Avessas"
Data: 20 de junho de 2025
Horário: 20h (horário de Brasília)
Onde assistir: Canal Descontrole Remoto no YouTube
🎥 Link direto para a estreia
Classificação: livre
Distribuição: gratuita

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