domingo, 22 de junho de 2025

.: "Dias Perfeitos", série adaptada do livro de Raphael Montes, anunciada na Bienal


Na imagem, Jaffar Bambirra, Julia Dalavia, Joana Jabace, Claudia Jouvin e Raphael Montes. Foto: Globo / Manoella Mello


Os fãs das obras de Raphael Montes e de séries de thriller psicológico podem aguardar por uma nova estreia eletrizante. Direto da Bienal do Livro 2025, na noite deste sábado, dia 21 de junho, o Globoplay anunciou a data de lançamento da série Original "Dias Perfeitos", uma adaptação de Claudia Jouvin do livro homônimo best-seller de Raphael Montes que tem direção geral de Joana Jabace: 14 de agosto. Os criadores se reuniram com os protagonistas Julia Dalavia e Jaffar Bambirra para comentarem sobre o processo de adaptação do thriller literário para a nova série do serviço de streaming e apresentaram um trailer inédito.

Diante de um público caloroso, a redatora final falou que mergulhou no universo do autor para a adaptação. “O tempo todo eu escrevi a série pensando nos fãs do Raphael. Tem lugares e objetos icônicos que não podem faltar e tem coisas novas que complementam. Nós expandimos dentro da própria história. Eu mapeei as grandes viradas, as grandes cenas e construí em cima disso. Falo que é como uma faixa extra de um disco”, pontuou. Ela também revelou alguns easter eggs para quem conhece as demais criações de Raphael Montes: “Fizemos uma lista com nomes de todos os personagens dos livros dele e usei ao longo da série. Tem Cyrille, Miguel, Dante...”

 Raphael Montes comemorou a forma como a obra foi transportada para o audiovisual e trouxe novos elementos: “Acho que é interessante que as histórias sejam complementares e não idênticas. Isso mantém a essência e permite uma outra experiência. Eu gosto muito como os personagens paralelos cresceram”. Já a diretora Joana Jabace falou sobre como construiu a atmosfera da obra. “O que mais me chamou atenção no roteiro é a subjetividade dos personagens. O roteiro tem muitos ganchos, assim como no livro, e optamos por fazer uma imagem, uma cinematografia e uma trilha mais pop e jovem. O último episódio é faixa extra do livro”, adiantou. 

 Julia Dalavia falou sobre a importância do anúncio da série na Bienal do Livro. “É uma honra estar na Bienal falando sobre essa série que vem de um livro de um autor brasileiro, exaltando nossa literatura. Estou muito feliz com essa conexão da literatura com o audiovisual”, pontuou. Jaffar Bambirra fez coro com a colega de cena e falou sobre a memória afetiva que tem com a feira. “Lembro de vir criança na Bienal e é muito bacana ver a feira tão cheia. Apresentar nossa série, derivada de um livro do Raphael que é um sucesso nacional, é um imenso prazer. Fico feliz que um evento cultural como esse movimente tanto a cultura”, finalizou.

 A obra tem produção da Anonymous Content BR e apresenta a história da aspirante a roteirista Clarice (Julia Dalavia) e do estudante de medicina Téo (Jaffar Bambirra). Téo se encanta por Clarice após conhecê-la por acaso e, diante das negativas da jovem, decide sequestrá-la acreditando que, com o tempo, ela irá correspondê-lo. Enquanto mantém Clarice distante de todos, Téo a leva para uma viagem horripilante pelas belas paisagens do Rio de Janeiro. O elenco também conta com Débora Bloch e Fabíula Nascimento, como as respectivas mães de Téo e Clarice, e outros nomes como Elzio Vieira, Juliana Gerais, Clarissa Pinheiro, Lee Taylor, Teca Pinheiro, Felipe Camargo, Giovanni Venturini, Heloísa Honein e Joana Castro. Junto a Claudia, Dennison Ramalho e Yuri Costa assinam os roteiros. Compre o livro "Dias Perfeitos", de Raphael Montes, neste link.

.: Vilãs dos contos de fadas ganham versão cristã e prometem surpreender

Quatro contos cristãos reimaginam anti-heroínas dos contos de fadas clássicos e as coloca como protagonistas de suas próprias jornadas de redenção e fé


E se as famosas vilãs dos clássicos contos de fadas fossem adolescentes repletas de problemas da vida real? É nesse cenário que as autoras do best-seller "Corajosas", Arlene Diniz, Queren Ane, Thaís Oliveira e Maria A. Martin, apresentam a nova ficção cristã "Redimidas: os Contos das Princesas Vilãs Desencantadas". As escritoras se unem para dar voz a quatro personagens que não são verdadeiramente más, porém se perderam em meio ao caos e desejam encontrar na fé uma forma para recomeçar a vida.

Cada história é inspirada nas icônicas Rainha de Copas ("Alice no País das Maravilhas"), Úrsula ("A Pequena Sereia"), Rainha Má ("Branca de Neve") e Bruxa Má do Oeste ("O Mágico de Oz"). Porém, neste lançamento da Mundo Cristão, em vez de espelhos mágicos, poções e maçãs envenenadas, as antagonistas vivem dilemas contemporâneos comuns da juventude, como: bullying, abandono, crises de identidade, vaidade, competitividade, traumas emocionais, orgulho e carência afetiva.

Os contos "A Cartada Final", "O Tesouro Mais Precioso", "Sapatilhas de Vidro" e "Oceano de Graça", são protagonizados por adolescentes que, mesmo diante dos próprios erros, arrogância ou mágoas, são profundamente humanas e buscam por redenção em Cristo. A virada acontece quando as meninas se deparam com a Graça de Deus: um tipo de amor que confronta, perdoa e transforma cada alma. Por meio das aventuras e desventuras dessas jovens, Arlene, Thaís, Queren e Maria transmitem princípios bíblicos e mostram que Deus é o roteirista de cada narrativa, ainda que o dia a dia não seja um verdadeiro conto de fadas.

"Redimidas" é um convite aos jovens leitores para reconhecer e lidar com os erros, além de refletir que mesmo aquelas consideradas “vilãs” têm potencial para viver uma transformação profunda. Afinal, a mensagem é clara: todos aqueles que carregam sombras e medos são alvos da redenção. Este é um lembrete de que não importa qual tenha sido o papel que cada um assumiu na história até hoje. Compre o livro "Redimidas: os Contos das Princesas Vilãs Desencantadas" neste link.


Sobre as autoras
Thaís Oliveira e Maria A. Martin, Arlene Diniz e Queren Ane são escritoras apaixonadas por literatura cristã juvenil. Em 2018, decidiram unir seus dons e experiências para criar histórias que tocassem o coração de adolescentes de forma leve, profunda e cheia de propósito. Assim nasceu "Corajosas", livro best-seller de ficção cristã pela Mundo Cristão que marcou o início dessa parceria literária. Agora, em "Redimidas", elas voltam a se reunir para mostrar que até as vilãs podem encontrar um novo começo. Compre o livro "Redimidas: os Contos das Princesas Vilãs Desencantadas" neste link.

sábado, 21 de junho de 2025

.: Luana Xavier lê Djamila Ribeiro na série "A(u)tores" e entrega importância


Antes de frequentar os aniversários badalados da escritora Djamila Ribeiro, Luana Xavier já via a escritora como uma das maiores autoras da sua geração. Por isso, pode-se imaginar sua emoção ao ler trechos do livro de Djamila no programa "A(u)tores", do Canal Futura. O programa conta com artistas da televisão, do teatro e da música vivenciando experiências por meio da leitura de grandes autores da literatura mundial. Para Luana, ler uma autora tão emblemática foi uma grande honra.

 “Além da visibilidade nacional, a Djamila vem ganhando notoriedade em muitos outros países. Então, fiquei lisonjeada por ser escolhida para ler a obra dela, que é tão importante na atualidade”, afirma a artista. Ela ainda entrega um dos livros da escritora, que se tornou o seu xodó de cabeceira: “'Cartas Para Minha Avó'. Acredito que esse meu apreço esteja ligado ao fato de minha avó ser também uma grande referência para mim no entendimento sobre o feminino, sobre negritude e sobre o poder da fé e das ervas”.

Outro livro de Djamila que também ocupa um lugar especial no coração de Luana é "Pequeno Manual Antirracista", tanto que o material inspirou um monólogo da atriz e apresentadora no teatro e lhe rendeu muitos elogios. “Sem dúvidas, essa obra é um divisor de águas na minha vida. Primeiro por ser o meu primeiro monólogo, e segundo, porque se tornou uma das principais referências para quem quer se aproximar do debate sobre antirracismo. Eu costumo dizer que é o prólogo para todos aqueles que querem se tornar aliados na luta antirracista no Brasil. Justamente por isso, muitas pessoas se interessam em assistir à peça para verem de forma mais palpável o que o livro traz como ferramenta”.

Voz ativa na luta contra o racismo, Luana defende que, para se tornar um aliado na causa, é necessário ter embasamento teórico. Por isso, as obras de Djamila são tão necessárias. “O racismo tem muitas facetas, ele se metamorfoseia constantemente, o que exige da sociedade um aprendizado constante. Pessoas não negras necessitam se cercar de informações para se aliarem a nossa luta e pessoas negras também precisam do conhecimento para se defenderem em situações cotidianas. Portanto, o didatismo de Djamila é absolutamente necessário para o avanço da discussão de pautas identitárias. Sorte a nossa, povo brasileiro, ter Djamila como uma de nossas vozes mais brilhantes”Compre os livros de Djamila Ribeiro neste link.


Programa com novo formato 
A grande novidade da produção "A(u)tores", do canal Futura, é o seu formato inédito, que apresenta leituras de obras consagradas, de autores contemporâneos ou do passado, feitas por artistas renomados ou coletivos culturais relevantes para o público do canal. Ao todo, serão 13 episódios de 30 minutos de duração. 

Nesta temporada, com a ampliação do tempo de exibição da série - que antes era de cinco minutos - Thiago Sacramento, diretor e roteirista do programa ao lado de Marcio Vianna, ambos da Guaraná Conteúdo, buscam ampliar o contato dos expectadores com a leitura de obras a partir de autores que marcaram a literatura nacional e internacional. Outra novidade é a presença da Fabiana de Pinho, doutora em Literatura, Cultura e Contemporaneidade. Ela traz um olhar acadêmico sobre cada autor, com depoimentos em todos os episódios.  

“Esperamos que o público seja capturado pela beleza, atemporalidade e magnitude de obras escritas por Machado de Assis, Lima Barreto, Clarice Lispector, Carolina Maria de Jesus, Caio Fernando Abreu, Shakespeare, entre outros, e que se permita tanto o prazer de revisitá-las quanto de conhecê-las. E, principalmente, que a série desperte no espectador o enorme prazer que é estar diante de um livro aberto, que certamente é uma das maiores janelas para o mundo”, afirma Thiago.  

Marcio complementa: “A série nasceu para mostrar como a leitura pode nos transportar para diferentes universos, das aventuras eletrizantes até as mais tocantes reflexões sobre a vida. A atração sempre contou com o carisma e o talento de artistas para apresentar os textos, tornando o convite ainda mais irresistível para o público. Nessa temporada, com episódios maiores e uma curadoria de autores consagrados, conseguimos mergulhar mais fundo nessa jornada. Com mais profundidade nessa conversa entre o público e os convidados que protagonizam os episódios, numa troca cheia de afeto sobre o prazer de conhecer cada livro, poema ou letra de música declamada”.  

No programa, o público poderá embarcar nas obras de Clarice Lispector, Machado de Assis, Carolina Maria de Jesus, Literatura Indígena, Lima Barreto, Fernando Sabino, Mário de Andrade, Cazuza, Djamila Ribeiro, Shakespeare, Caio Fernando de Abreu, Conceição Evaristo e Solano Trindade. A ideia é, junto com eles, despertar conexões e emoções a partir das histórias apresentadas.  

Para Mariana Seivalos, supervisora do Canal Futura, essa nova roupagem do A(u)tores mostrará que diferentes linguagens artísticas podem conversar com a literatura. “Ver artistas que admiramos mergulhando nas obras de seus escritores favoritos é uma experiência poderosa. Revela conexões profundas entre diferentes linguagens artísticas e mostra como a literatura continua a inspirar, provocar e transformar. Estamos muito orgulhosos de lançar a quarta temporada deste projeto — agora com episódios mais longos — e de trazer para a tela autores fundamentais como Lima Barreto, Carolina Maria de Jesus, Mário de Andrade, Machado de Assis, entre tantos outros que moldaram a literatura brasileira.”

Os episódios desta temporada trazem Beth Goulart, Martinho da Vila, Maria Gal, Zahy Tentehar, Luis Miranda, Verônica Sabino, Hugo Germano, Emílio Dantas, Luana Xavier, Grupo Galpão, Cia Luna Lunera, Complexo Negra Palavra, Tatiana Tiburcio, Damiana Inês e Luciana Lopes. 

 
Programação 
Estreia aconteceu em 25 de abril, às 22h30 

Horários alternativos: 
Sábado, às 12h00; Domingo, às 21h00; Segunda, às 2h15; Terça, às 15h30;  Quarta, à 1h00; Quinta, às 10h30 

25 de abril - Clarice Lispector por Beth Goulart: interpretou Clarice Lispector nos palcos e compartilha sua jornada 

2 de maio - Machado de Assis por Martinho da Vila: debutou no samba-enredo com uma canção sobre Machado de Assis e segue admirando sua obra 

9 de maio - Carolina Maria de Jesus por Maria Gal: interpretou Carolina Maria de Jesus no teatro, encantada pelos textos e atitudes ousadas da escritora 

16 de maio - Literatura Indígena por Zahy Tentehar: destacou a importância de Ailton Krenak na Academia de Letras e sua conexão com as palavras 

23 de maio - Lima Barreto por Luis Miranda: interpretou Lima Barreto no cinema e, desde então, admira sua obra 

30 de maio - Fernando Sabino por Verônica Sabino: filha do escritor e cronista, deu um depoimento íntimo sobre sua relação com a Literatura e sobre a obra do seu pai 

6 de junho - Mário de Andrade por Hugo Germano: falou sobre sua adaptação de "Macunaíma" no teatro e a obra de Mário de Andrade. 

13 de junho - Cazuza por Emílio Dantas: interpretou Cazuza em espetáculo musical, compartilha seu processo, valorização das letras e poesias das canções do artista  

20 de junho - Djamila Ribeiro por Luana Xavier: brilhou no teatro com o monólogo adaptado do livro de Djamila Ribeiro, convida-nos a conhecer mais sobre a escritora. 

27 de junho - Shakespeare por Grupo Galpão: único grupo brasileiro a se apresentar no Globe Theatre, compartilha sua versão inovadora do clássico "Romeu e Julieta" 

4 de julho - Caio Fernando de Abreu por Cia Luna Lunera: companhia encenou texto baseado em um conto de Caio Fernando Abreu, celebra a escrita do autor e sua relação com o cotidiano 

11 de julho - Conceição Evaristo por Tatiana Tiburcio, Damiana Inês e Luciana Lopes: texto de Conceição Evaristo foi o ponto de partida do espetáculo Ponciá 

18 de julho - Solano Trindade por Complexo Negra Palavra: coletivo artístico homenageia o poeta Solano Trindade

.: MAM São Paulo reinventa seu jardim em exposição no Sesc Vila Mariana


Mostra Jardim do MAM no Sesc traz 21 obras de 19 artistas e propõe uma reflexão sobre a relação entre arte, espaço urbano e público. Na imagem, Felicia Leiner, Escultura, 1973. Coleção Museu de Arte Moderna de São Paulo. Foto: Ding Musa


Até 31 de agosto de 2025, o Sesc Vila Mariana recebe a exposição inédita "Jardim do MAM no Sesc", uma correalização do Museu de Arte Moderna de São Paulo e do Sesc São Paulo. A mostra tem curadoria de Cauê Alves e Gabriela Gotoda e reencena na entrada do Sesc Vila Mariana elementos do Jardim de Esculturas do MAM São Paulo. Nela, o público pode apreciar obras da coleção do MAM, entre esculturas icônicas de Alfredo Ceschiatti, Amilcar de Castro e Emanoel Araújo, e trabalhos que exploram críticas sociais, como as obras de Regina Silveira, Luiz 83 e Marepe.

Para a presidente do MAM, Elizabeth Machado, a parceria com o Sesc reforça o compromisso do museu em ampliar o acesso à arte: “O acervo do MAM é um patrimônio vivo, e essa exposição no Sesc Vila Mariana permite que um público ainda mais amplo entre em contato com obras fundamentais da nossa história, promovendo o encontro e a reflexão sobre a arte brasileira. O Sesc é um parceiro longevo do MAM, e essa colaboração reafirma nossa missão conjunta de ampliar o acesso à cultura.”

Os artistas participantes da mostra são Alfredo Ceschiatti, Amílcar de Castro, Bruno Giorgi, Eliane Prolik, Emanoel Araujo, Felicia Leirner, Haroldo Barroso, Hisao Ohara, Ivens Machado, Luiz83, Marepe, Mari Yoshimoto, Márcia Pastore, Mário Agostinelli, Nicolas Vlavianos, Regina Silveira, Roberto Moriconi, Rubens Mano e Ottone Zorlino.
 
A seleção de obras inclui peças que já integraram o Jardim do MAM, além de trabalhos do acervo do museu que dialogam com temas como natureza, cidade e materialidade. A montagem no Sesc Vila Mariana recria a dinâmica do Jardim de Esculturas, utilizando elementos cenográficos que evocam a topografia sinuosa do Parque Ibirapuera projetada pelo escritório do emblemático arquiteto paisagista Burle Marx, estimulando novas interações entre corpo, espaço e arte.
 
Inaugurado em 1993, o Jardim de Esculturas do MAM marca uma iniciativa que reavivou a coleção do museu em um espaço próprio, gratuito e de grande circulação de pessoas. “Ao propor uma espécie de reencenação do Jardim do MAM na Praça Externa do Sesc Vila Mariana buscamos elaborar a ideia de que, assim como o espaço do jardim no Parque Ibirapuera, o espaço do Sesc funciona como um centro de encontros urbanos”, diz Cauê Alves. “A exposição inclui obras da coleção do MAM que se relacionam, por diferentes vias, com a natureza, o corpo, a cidade, a materialidade, e com linguagens que expressam algumas das tensões inescapáveis à sociedade”, completa o curador.
 
A proposta da exposição do Jardim do MAM no Sesc Vila Mariana é estimular essa relação entre corpos, obras e espaço, transformando a Praça Externa da unidade em um território de circulação, experimentação e descoberta. Sem a pretensão de emular o paisagismo do parque, a cenografia do projeto recria as curvas e volumes que marcam o jardim original, propondo um ritmo espacial entre as esculturas. Para Gabriela Gotoda, curadora da exposição ao lado de Cauê Alves: “Se o princípio mais original e autêntico da arte moderna é de que ela se aproxima da vida, um museu que se dedica a colecioná-la e atualizá-la no seu tempo presente deve continuamente se esforçar para oferecer aos públicos possibilidades de fruição que não os distanciam das suas realidades, e sim vão de encontro a elas.”
 

Sobre o MAM São Paulo
Fundado em 1948, o Museu de Arte Moderna de São Paulo é uma sociedade civil de interesse público, sem fins lucrativos. Sua coleção conta com mais de cinco mil obras produzidas pelos mais representativos nomes da arte moderna e contemporânea, principalmente brasileira. Tanto o acervo quanto as exposições privilegiam o experimentalismo, abrindo-se para a pluralidade da produção artística mundial e a diversidade de interesses das sociedades contemporâneas. 

O MAM têm uma ampla grade de atividades que inclui cursos, seminários, palestras, performances, espetáculos musicais, sessões de vídeo e práticas artísticas. O conteúdo das exposições e das atividades é acessível a todos os públicos por meio de visitas mediadas em libras, audiodescrição das obras e videoguias em Libras. O acervo de livros, periódicos, documentos e material audiovisual é formado por 65 mil títulos. O intercâmbio com bibliotecas de museus de vários países mantém o acervo vivo.

 O MAM está temporariamente fora de sua sede no Ibirapuera desde agosto de 2024 devido à reforma da marquise, realizada pela Secretaria do Verde e Meio Ambiente da Prefeitura de São Paulo, e o retorno do museu ao Parque está previsto para o segundo semestre de 2025. A programação de exposições do primeiro semestre está sendo apresentada em instituições parceiras como o Centro Cultural Fiesp e o Sesc São Paulo. Acompanhe as atividades do MAM através do site (www.mam.org.br) e pelas redes sociais (@mamsaopaulo).


Serviço:
Exposição "Jardim do MAM no Sesc"
Local: Sesc Vila Mariana
Curadoria: Cauê Alves e Gabriela Gotoda
Período expositivo: até 31 de agosto de 2025
Endereço: R. Pelotas, 141 - Vila Mariana, São Paulo - SP
Entrada: gratuita

sexta-feira, 20 de junho de 2025

.: Fotógrafo Ricardo Martins lança livro e série sobre o povo Yanomami no MIS


Evento acontece no dia 26 de junho e contará com exibição de um episódio da série, bate-papo com o autor

Retratar com sensibilidade e profundidade um dos últimos povos indígenas da Amazônia, os Yanomami. Este foi o objetivo do fotógrafo e documentarista Ricardo Martins, ao registrar o cotidiano de um dos maiores povos indígenas do Brasil. Por isso, no dia 26 de junho, ele lançará seu 15º livro de fotografia, intitulado “Os Últimos Filhos da Floresta”, e sua 5ª série documental, “Aventura Fotográfica Yanomami”, no Museu da Imagem e do Som (MIS), em São Paulo.

O evento gratuito terá início com uma exibição especial do documentário, seguida de uma conversa com o autor e convidados, onde serão compartilhadas as experiências e desafios enfrentados durante a expedição à aldeia Yanomami. O evento culminará com uma sessão de autógrafos do livro, que homenageia os povos originários e celebra a conexão profunda entre a fotografia e a floresta. Além disso, algumas fotos serão exibidas no MIS, com a impressão das imagens realizada pela Canon do Brasil, uma das apoiadoras do evento.

Reconhecido por seu trabalho visual que exalta a natureza brasileira, Ricardo Martins mergulhou em uma experiência imersiva na Amazônia, convivendo por dias com os Yanomami. A aproximação com o povo originário se deu por meio de Regiane, uma indígena que já havia pertencido à aldeia e facilitou o contato do fotógrafo. Lá, Ricardo foi acolhido pelo líder Maciel, que lhe disse em sua chegada: “É seu Ricardo, seu nome ecoou pela floresta e chegou aos nossos corações”, disse ele.

“O projeto nasceu enquanto eu sobrevoava a Amazônia e assistia a um documentário que mencionava os Yanomami como os últimos filhos da floresta. Aquilo me tocou profundamente. Percebi que era hora de registrar essa história de forma visual, humana e respeitosa”, afirma o autor.

Durante a produção, Ricardo dormiu na mata e viveu o dia a dia da aldeia, acompanhando os rituais, caçadas e rotinas dos indígenas. O resultado é um livro com imagens potentes e uma série documental que deve chegar em breve a plataformas de streaming - como já ocorre com outras produções do autor disponíveis no Amazon Prime, BandPlay e CNBC. Outro fator importante é que a contrapartida desta produção realizada com o povo Yanomami será a construção de uma escola na aldeia Hemare Pi Wei, onde tudo aconteceu. Esse foi um pedido das lideranças feito a Ricardo.

"Nossos jovens precisam se orgulhar da nossa cultura e dos nossos costumes. Precisam ter orgulho de serem indígenas. Também precisam aprender a língua e a cultura do Napo (homem branco), pois isso será a defesa deles. Esse é o objetivo dessa escola”, afirma Maciel, umas das lideranças da aldeia Hemare Pi Wei.

“Convivendo com os Yanomami, vi um modo de vida conectado à terra, onde tudo é respeitado. Enquanto os povos originários existirem, a floresta estará em pé. Resolvemos abraçar o projeto, inclusive a construção da escola, que já começou a ser erguida e será um marco”, afirma Ricardo. Parte da verba arrecadada com a venda dos livros e da coleção FineArt criada por Martins está sendo revertida para a construção da escola na comunidade Yanomami, tornando esse sonho uma realidade.

Com distribuição nacional, o livro poderá ser encontrado nas maiores varejistas do Brasil e pelo site do autor www.ricardomartins.org alcançando leitores de todas as regiões após o lançamento oficial.


Serviço
Lançamento do livro e série "Os Últimos Filhos da Floresta"
Data: 26 de junho de 2025
Horário: a partir das 18h00
Local: MIS – Museu da Imagem e do Som
Av. Europa, 158 – Jardim Europa, São Paulo/SP
Entrada gratuita

Teaser "Os Últimos Filhos da Floresta"

.: Adeus a um ícone: morre Francisco Cuoco aos 91 anos, relembre a trajetória


Na imagem, Francisco Cuoco com o cachorro Balu. Foto: TV Globo/João Miguel Júnior

TV Globo/João Miguel Júnior"É importante que os personagens tenham vida própria. Prefiro que eles sufoquem o Francisco." A frase dita por Francisco Cuoco resume o legado de um dos maiores atores da dramaturgia brasileira, que faleceu nesta quinta-feira, 19 de junho, aos 91 anos, em São Paulo, vítima de falência múltipla dos órgãos. Com uma carreira marcada por personagens inesquecíveis, Cuoco deu vida ao carismático Carlão em "Pecado Capital" (1975), ao enigmático Herculano Quintanilha em "O Astro" (1975), ao revolucionário Tiradentes em "Saramandaia" (1976) e ao galã Cristiano Vilhena na primeira versão de "Selva de Pedra" (1972). Foi um camaleão da TV, um artista que fez história e atravessou gerações com seu talento.

Nascido em 29 de novembro de 1933, no tradicional bairro do Brás, em São Paulo, Francisco Cuoco teve o primeiro encantamento com a arte ainda criança, quando um circo se instalava em frente ao seu sobrado. Ali, começou a sonhar com o palco. Deixou o curso de Direito para seguir a paixão pelo teatro, passando por grupos como o Teatro Brasileiro de Comédia e o Teatro dos Sete, antes de conquistar a televisão.

A estreia dele na TV Globo aconteceu em 1970, na novela "Assim na Terra Como no Céu", como padre Vitor. Desde então, brilhou em obras como "Redenção" (1966), "O Outro" (1987), "Tropicaliente" (1994), "Quem É Você?" (1996), "O Clone" (2001), "América" (2005), "A Vida da Gente" (2011), "Sol Nascente" (2016) e "Segundo Sol" (2018). No remake de "O Astro" (2011), voltou à trama como o misterioso Ferragus, acompanhando de perto Rodrigo Lombardi assumir o papel de Herculano Quintanilha, que o consagrou.

Cuoco também transitou pelo humor, marcando presença em programas como "Sai de Baixo" (2001) e "A Grande Família" (2004), e levou a arte dele para o cinema em produções como "Traição", "Gêmeas", "Um Anjo Trapalhão", "Cafundó" e, por fim, "Real Beleza" (2015), de Jorge Furtado. No teatro, retornou com força em 2005 na peça "Três Homens Baixos", ao lado de Gracindo Jr. e Chico Tenreiro. E como se não bastasse, também se aventurou pela música: lançou o disco romântico "Soleado" (1975) e o álbum espiritual "Paz Interior", com 16 orações católicas musicadas.

Francisco Cuoco deixa três filhos - Rodrigo, Diogo e Tatiana -, e um legado imenso no coração do público brasileiro. O velório será aberto ao público nesta sexta-feira, das 7h00 às 15h00, no Funeral Home, na Bela Vista, em São Paulo. O sepultamento será reservado aos familiares e amigos mais próximos. Os palcos do Brasil reverenciam não só um ator, mas um mestre da representação que fez da vida uma sucessão de grandes personagens - todos, à sua maneira, inesquecíveis.

.: "Roda Viva" entrevista a atriz Andrea Beltrão nesta segunda-feira


A artista, que está em cartaz com o monólogo "Lady Tempestade", fala sobre a vida e carreira, ao vivo, na TV Cultura. Foto: Nana Moraes

A atriz Andrea Beltrão, uma das mais renomadas do cenário brasileiro, estará no programa "Roda Viva", ao vivo, na próxima segunda-feira, dia 23 de junho. Durante a entrevista, ela compartilhará detalhes sobre sua carreira na televisão e no teatro, destacando momentos marcantes e projetos que ganharam espaço em sua trajetória pessoal e artística.
 
Atualmente, Andrea Beltrão está em cartaz com o espetáculo "Lady Tempestade", um monólogo que vem conquistando o público e a crítica. A peça, que já realizou duas temporadas de sucesso no Rio de Janeiro, recebeu seis indicações ao Prêmio APTR, incluindo categorias como atriz protagonista, direção, dramaturgia, espetáculo, produção não-musical e jovem talento. Agora, ela está em São Paulo para uma nova temporada no Sesc Consolação, até julho.

A bancada de entrevistadores será formada por Bruno Cavalcanti - jornalista e dramaturgo; Daniela Arrais - jornalista e sócia-fundadora da Contente.vc; Marina Caruso - editora-chefe da revista Ela, do jornal O Globo; Mika Lins - diretora; e Ubiratan Brasil - Canal Teatro MF. Haverá ainda a participação do cartunista Luciano Veronezi. Com apresentação de Vera Magalhães, o "Roda Viva" vai ao ar a partir das 22h, na Cultura, no site da emissora, app Cultura Play, além de YouTube, X, Tik Tok e Facebook.

quinta-feira, 19 de junho de 2025

.: Teatro: "A Médica", obra inédita do britânico Robert Icke, estreia no MASP


O texto faz uma releitura contemporânea da peça Professor Bernhardi (1912), de Arthur Schnitzler. Protagonizada por Clara Carvalho, a montagem marca a quarta parceria entre a pesquisadora e produtora Rosalie Rahal Haddad e a Cia. Círculo de Atores. Foto: Ronaldo Gutierrez


Em uma história que propõe uma espécie de julgamento público, no qual diferentes visões sobre religião, ciência, sociedade e ética se entrelaçam a questões de identidade, etnia e gênero, "A Médica" estreia no dia 20 de junho, sexta-feira, às 20h00, no auditório do MASP. O texto é do britânico Robert Icke, que faz uma releitura contemporânea de Professor Bernhardi (1912), de Arthur Schnitzler.

A montagem conta com direção de Nelson Baskerville, idealização da pesquisadora Rosalie Rahal Haddad, realização do Círculo de Atores e produção da SM Arte Cultura. A temporada tem sessões sextas e sábados, às 20h00, e domingos, às 18h00, até 24 de agosto. O elenco é formado por Clara Carvalho, Adriana Lessa, Anderson Muller, Cella Azevedo, Cesar Mello, Chris Couto, Isabella Lemos, Kiko Marques, Luisa Silva, Sergio Mastropasqua e Thalles Cabral. O espetáculo estreou na Inglaterra e vem circulando pelo mundo com várias produções de países como Holanda, Alemanha, Índia, Estados Unidos, Grécia, China e Peru.

Na trama, a Dra. Ruth Wolff é uma médica judia reconhecida que dirige um instituto especializado em pesquisas sobre o Alzheimer. Ela acaba se envolvendo em uma questão delicada ao impedir a entrada de um padre católico no quarto de uma adolescente que foi internada devido a um aborto mal realizado e que está prestes a morrer. A intenção do padre é aplicar a extrema-unção, mas a médica alega que a presença dele provocará tensão e ansiedade nos momentos finais da vida da jovem. O incidente toma grandes proporções e repercute amplamente.

A discussão entre a médica e o padre foi gravada e divulgada na internet. A protagonista começa a ser alvo de fortes reações por parte dos colegas do hospital, de grupos nas redes sociais e, por fim, seu caso chega à televisão. Como consequência, os primeiros patrocinadores ameaçam retirar o financiamento do instituto. A personagem se vê no centro de uma tempestade midiática e é confrontada em suas convicções.

Clara Carvalho é a responsável por viver a protagonista Dra. Ruth Wolff. “Ela é uma renomada médica, criadora desse instituto de pesquisa de alta tecnologia para a cura do Alzheimer. Ela tem um gesto maternal ao levar a adolescente ao hospital após o aborto, mas, ao proibir a entrada do padre, desencadeia uma série de discussões que envolvem a trama: fake news, racismo, antissemitismo, a questão de gênero, viralização nas redes sociais, haters. O texto passa por várias ramificações de assuntos que estão altamente em evidência”.

Um dos maiores embates da personagem principal acontece com o neurocirurgião Roger Hardiman, vivido por Sergio Mastropasqua. “Ele é um ótimo profissional, porém é um mau caráter, altamente traiçoeiro. Nesta peça, o dramaturgo embaralha tudo, é um panorama complexo, onde o público forma o seu juízo e vai acabar tomando suas posições”.

Nelson Baskerville já teve contato com a obra do dramaturgo inglês ao dirigir Mary Stuart, montagem que trouxe ares mais modernos ao clássico de Friedrich Schiller. Agora, o diretor se depara mais uma vez com a dramaturgia de Robert Icke. “O trabalho dele se baseia em realizar uma adaptação mais contemporânea de textos clássicos, inclusive está fazendo atualmente uma para Édipo Rei, de Sófocles. Ele mantém a espinha dorsal do autor original, porém adiciona elementos mais atuais. Nesta montagem, ele faz uma exigência de que alguns personagens tenham algo dissonante de gênero, raça ou idade do que estamos vendo no palco, uma característica que o público vai percebendo ao longo do espetáculo”.

Com cenário de Marisa Bentivegna, figurinos de Marichilene Artisevskis e iluminação de Wagner Freire, a encenação ainda incorpora videomapping. A trilha sonora original, de Gregory Slivar, é executada ao vivo. A parceria entre a pesquisadora Rosalie Rahal Haddad e o Círculo de Atores já resultou em três produções: A Profissão da "Sra. Warren" (2018), "O Dilema do Médico" (2023) - ambas de Bernard Shaw - e "Hedda Gabler", do dramaturgo norueguês Henrik Ibsen. Esta última rendeu a Clara Carvalho uma indicação ao Prêmio Shell, na categoria de Melhor Direção. Rosalie Haddad produziu ainda a mostra "2XSHAW" (2019), composta pelas peças "A Milionária" e "A Profissão da Sra. Warren".

Rosalie Rahal Haddad é pesquisadora na área de Estudos Irlandeses da USP, membro do conselho da Universidade Trinity College, em Dublin, da International Shaw Society e da Brazilian Association of Irish Studies. Por meio da Fundação Haddad, mantém um programa de bolsas, proporcionando a alunos brasileiros a oportunidade de estudarem no Trinity College Dublin, em cursos de pós-graduação em diversas áreas relativas ao Teatro. Compre os livros de Robert Icke neste link.


Ficha técnica
Espetáculo "A Médica".
IDEALIZAÇÃO: Rosalie Rahal Haddad. TEXTO: Robert Icke. TRADUÇÃO: Diego Teza. DIREÇÃO: Nelson Baskerville. ELENCO:  Clara Carvalho, Adriana Lessa, Anderson Muller, Cella Azevedo, Cesar Mello, Chris Couto, Isabella Lemos, Kiko Marques, Luisa Silva, Sergio Mastropasqua e Thalles Cabral. MÚSICA ORIGINAL: Greg Slivar MÚSICA AO VIVO:  Edézio Aragão. CENÁRIO: Marisa Bentivegna. FIGURINO: Marichilene Artisevskis. PRODUÇÃO DE OBJETOS: Jorge Luiz Alves. ILUMINAÇÃO: Wagner Freire. VIDEOMAPPING: Um Cafofo. DESIGNER GRÁFICO: Rafael Oliveira. PRODUÇÃO: Círculo de Atores e SM Arte Cultura. COORDENAÇÃO PRODUÇÃO: Sergio Mastropasqua/ Círculo de Atores. DIREÇÃO DE PRODUÇÃO: Selene Marinho/ SM Arte Cultura. PRODUÇÃO EXECUTIVA: André Roman / Teatro de Jardim. GERENCIAMENTO REDES SOCIAIS: Selene Marinho e Sergio Mastropasqua. ASSESSORIA DE IMPRENSA: Adriana Balsanelli e Renato Fernandes. FOTOS: Ronaldo Gutierrez.


Serviço
Espetáculo "A Médica".
Local: Auditório do Masp. Temporada: 20 de junho a 24 de agosto, exceto dia 22 de junho (domingo). Sextas e sábados, às 20h00, domingos, às 18h00. Classificação: 14 anos. Duração: 105 minutos. Capacidade: 344 lugares. Ingressos: sextas-feiras, R$ 80,00 (inteira) - R$ 40,00 (meia-entrada) / Sábados e domingos: R$ 100,00 (inteira) - R$ 50,00 (meia-entrada).

.: "Uma Casa de Boneca" estreia em casa no Sumaré com releitura feminista


Idealizado por Livia Camargo e Paula Aviles, o espetáculo tem direção de Georgette Fadel e estreia em temporada gratuita na Casaurora. Foto: Laerte Késsimos

"Uma Casa de Boneca", de Henrik Ibsen (1828-1906), ganha nova encenação em São Paulo com foco nas interseções entre gênero, raça e classe. A montagem imersiva estreia no dia 20 de junho, sexta-feira, às 20h00, na Casaurora, espaço cultural independente localizado no bairro do Sumaré, em uma temporada gratuita, com ações formativas e bate-papos com o público. O espetáculo tem direção de Georgette Fadel (Cia. São Jorge de Variedades) e Livia Camargo, também responsável pela adaptação do texto original, e uma das idealizadoras do projeto ao lado de Paula Aviles. No elenco, estão Livia Camargo, Paula Aviles, Gustavo Vaz, Edson Duavy e Kleber di Lazzare.

Encenada em uma casa real, a peça convida o público a ocupar os cômodos, criando uma experiência intimista e provocadora. A proximidade entre espectadores e personagens torna a narrativa ainda mais impactante, especialmente em momentos de tensão, brigas ou silêncio. “Encenar a peça dentro de uma casa real contribui para aprofundar a experiência do público. É como na vida: se você está posicionado de um jeito, entende uma coisa; de outro, entende diferente”, afirma a diretora, que destaca como a movimentação pelos cômodos, os ruídos reais da casa e a proximidade física com os atores criam uma tensão particular, transformando o espectador em quase um voyeur da intimidade daquela família.

A nova adaptação amplia a crítica original ao patriarcado do século XIX ao incorporar outras formas de opressão contemporâneas: o racismo estrutural, a invisibilização de corpos fora dos padrões normativos e os limites da liberdade feminina em diferentes contextos sociais. A leitura de Nora Helmer (Livia Camargo) é atravessada por sua condição de mulher branca em contraste com outros corpos em cena; Cristina (Paula Aviles), mulher racializada; Krogstad (Edinho Duavy), homem negro; e Torvald Helmer (Gustavo Vaz), que encarna não apenas o privilégio de gênero, mas também o racial.

Para Georgette Fadel, os temas incorporados pela nova adaptação já estavam latentes no próprio texto de Ibsen, que fala de estruturas que se protegem e se perpetuam. “Essa família que se autopreserva, esse homem que se blinda... o texto já pede essas incorporações”, comenta. Já Livia Camargo destaca a importância de ter iniciado o processo pela dramaturgia, antes dos ensaios como atriz. “Foi fundamental começar por esse lugar. E dividir a direção com Georgette Fadel, uma artista gigante.”

Para ela, o texto de Ibsen, escrito em 1879, ainda é incrivelmente atual. “Vemos mulheres vivendo relações abusivas por anos, saindo destruídas, sem autoestima.O gesto de Nora, ao bater a porta, ainda hoje nos inspira a romper e reconstruir.” Livia reforça que esse gesto precisa ser ampliado: “Ibsen escreveu sobre uma mulher burguesa, mas hoje ele precisa incluir a mulher periférica, racializada, com filhos. O ato de bater a porta é quando ela percebe que só ela pode mudar a própria vida. E essa consciência é revolucionária.”

Além das apresentações, o projeto oferece quatro ensaios abertos com bate-papo com elenco e direção, e quatro leituras públicas de textos clássicos, com a participação de convidados e rodas de conversa com o público. Compre o livro "Uma Casa de Boneca", de Henrik Ibsen, neste link.


Sinopse de "Uma Casa de Boneca"
Tudo parece perfeito na casa dos Helmer. Com a recente promoção de Torvald à diretoria de um banco, a família ascende socialmente e vive a esperança de um futuro promissor. Nora Helmer, sua esposa, inicia alegremente os preparativos para a noite de Natal, mas por trás do sorriso amoroso, ela esconde um segredo: anos antes, para salvar a vida do marido, contraiu um empréstimo sem o seu consentimento - falsificando ainda a assinatura do próprio pai. 

O credor é Nills Krogstad, advogado de reputação questionável, que ameaça revelar tudo se Nora não ajudá-lo a manter seu cargo no banco em que agora Torvald é o diretor. Com a chegada de Cristina Linde, sua amiga de juventude, as certezas de Nora começam a ruir. Viúva, sem filhos e em busca de um novo sentido para a vida, Cristina logo percebe a prisão invisível por trás da fachada harmoniosa da casa dos Helmer. Ao redor da trama, orbita ainda uma figura igualmente complexa: Dr Hank, fiel amigo da família, gravemente doente e secretamente apaixonado por Nora, trazendo à tona as tensões entre afeto, convenção, culpa e desejo. Uma Casa de Boneca é um mergulho nas armadilhas de uma sociedade patriarcal — com e na coragem de mulheres que começam, enfim, a escutar a própria voz. Outras informações @casaurora.sp e @nossacasadeboneca


Ficha técnica
Espetáculo "Uma Casa de Boneca".
Idealização: Lívia Camargo e Paula Aviles. Texto original: Henrik Ibsen. Adaptação: Lívia Camargo. Direção:Georgette Fadel e Lívia Camargo. Elenco: Lívia Camargo (Nora Helmer) Paula Aviles (Cristina Linde), Gustavo Vaz (Torvald Helmer), Edson Duavy (Nills Krogstad), Kleber di Lazzare (Dr. Hank) e Fernando Zuben (Piano). Vídeo ao vivo: Laerte Késsimos.  Direção de arte, visagismo e colaboração dramatúrgica: Paula Aviles. Direção audiovisual e design gráfico: Laerte Késsimos. Direção musical e composições originais: Fernando Zuben.Direção de movimento: Débora Veneziani. Colaborador artístico: Wilson Feitosa. Iluminação: Laiza Menegassi. Desenho de Som: Duda Gomes. Operação de vídeo: Danilo Martignago. Direção de produção: Gustavo Sanna. Produção executiva: Denyria Plácido. Assessoria de Imprensa: Adriana Balsanelli. Gerenciamento de Redes Sociais: Michel Waisman. Cenotecnica e reformas: Marcos Portugal - Mdu Elétrica. Realização: Casaurora e Complementar Produções.

Serviço
Espetáculo "Uma Casa de Boneca".
Estreia dia 20 de junho, quinta, às 20h, na Casaurora. Temporada: De 20 de junho a 27 de julho de 2025. Sextas e sábados, às 20h. Domingos às 19h. Sessões vespertinas: Dias 19 e 26 de julho, sábados, às 17h30. Capacidade: 60 lugares. Duração: 120 minutos. Classificação indicativa: 16 anos. Ingresso: Gratuito. Casaurora: rua Plínio de Morais, 401, Sumaré/São Paulo.

.: "Ritas" é o documentário brasileiro mais visto nos cinemas em 2025


Na quarta semana em exibição, documentário sobre Rita Lee  já vendeu mais de 33 mil ingressos

"Ritas", longa-metragem que leva para as telonas a última entrevista inédita e diversas facetas de Rita Lee, é oficialmente o documentário brasileiro mais assistido nos cinemas  em 2025. Antes de completar quatro semanas de exibição, o filme já levou mais de 33,2 mil espectadores ao circuito comercial. A informação, divulgada pela Biônica Filmes, distribuidora do documentário junto da Paris Filmes, reafirma a força do filme sobre a rainha do rock brasileiro e do cinema nacional mesmo em um momento de grande concorrência para produções internacionais no circuito de cinema. Leia a crítica neste link: Documentário "Ritas" é um retrato amoroso e rebelde de uma lenda.

Desde a última quinta-feira, o longa, de Oswaldo Santana e codirigido por Karen Harley, segue em cartaz em 36 salas e ampliou seu alcance com o lançamento em outras em 27 salas do Circuito Spcine, com direito a sessões seguidas de debate com o diretor. A primeira ocorreu no dia 12, no CCSP - Lima Barreto, e a próxima aconteceu no CEU Butantã.

Os espectadores do Circuito Spcine também poderão participar de sorteios para ganhar um cartaz oficial de "Ritas" nas 27 salas que exibem o filme. Os interessados que não estão em São Paulo e querem em garantir uma cópia do cartaz, podem também fazer o download da arte para impressão, disponibilizado na página oficial do filme no Instagram.

Antes de chegar ao circuito comercial, "Ritas" iniciou sua carreira no festival É Tudo Verdade, onde abriu a programação em São Paulo, com duas sessões esgotadas e mais de 700 espectadores, e lotou também as salas no Rio de Janeiro, já mostrando seu potencial ao conquistar público e crítica. Compre os livros de Rita Lee neste link.


O que disseram sobre o filme
"Assisti sorrindo o tempo todo, feliz de estar vendo Rita Lee. Nunca existirá outra igual a essa. Desceu no Brasil esta alma, e veio para botar para quebrar. E botou para quebrar!" - Ney Matogrosso

"Em meio a tantos documentários que se perdem em cronologias frias, 'Ritas' escolhe o caminho mais corajoso: o de fazer sentir." - Helder Moraes Miranda, Resenhando.com

"'Ritas' é exatamente o que era Rita Lee: um ponto de luz dentro da cultura pop brasileira" - Roberto Sadovski, Splash UOL

"'Ritas' é a cara de Lee e, sendo assim, não poderia se deixar levar por uma bad trip, é sempre positivo e alto astral, como deveria ser." - Raíssa Ferreira, Feito por Elas


Assista no Cineflix mais perto de você
As principais estreias da semana e os melhores filmes em cartaz podem ser assistidos na rede Cineflix CinemasPara acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021.


Programação do Cineflix Santos
"Ritas" | Idioma original | Sala 1
Classificação: 16 anos. Ano de produção: 2025. Idioma: português. Diretor: Oswaldo Santana. Duração: 1h21m.
Cineflix Santos | Miramar Shopping | Rua Euclides da Cunha, 21 - Gonzaga - Santos/SP.

19/6/2025 - Quinta-feira: 18h10
20/6/2025 - Sexta-feira: 18h10
21/6/2025 - Sábado: 18h10
22/6/2025 - Domingo: 18h10
23/6/2025 - Segunda-feira: 18h10
24/6/2025 - Terça-feira: 18h10
25/6/2025 - Quarta-feira: 18h10

.: Mundo Pixar está de volta a SP com a maior edição já realizada no Brasil


A exposição ocupa 3.500 m² no Shopping Center Norte e reúne 14 salas temáticas, personagens inéditos, cenários repaginados e uma loja com mais de 160 lançamentos exclusivos da Pixar
 

A encantadora experiência do "Mundo Pixar" retorna a São Paulo em sua versão mais completa até hoje. A exposição reabriu as portas no Shopping Center Norte. Com novos cenários, surpresas e ambientes queridos pelo público totalmente renovados, a experiência promete emocionar e conquistar visitantes de todas as idades.Após 15 meses de pré-produção e mais de 50 dias de montagem intensiva, o projeto mobilizou uma equipe criativa com mais de 15 profissionais nas etapas de concepção e planejamento, completamente comprometida a trazer grandes novidades e encantar o público.

Cerca de 300 especialistas atuaram diretamente na produção, em um processo que envolveu desde a concepção artística até a fabricação e montagem dos cenários e personagens, em uma processo que uniu excelência técnica e sensibilidade criativa. Ao todo, mais de 3.500 profissionais envolvidos desde a construção de personagens, ambientes cenográficos, objetos tridimensionais, até todos os serviços de atendimento ao cliente, envolvendo staff, segurança, limpeza, manutenção e todas as áreas profissionais que garantem o padrão característico dos eventos Disney, do primeiro ao último dia.

 Já são aproximadamente 70 mil ingressos vendidos, dois meses após a abertura de vendas, e diversas datas e sessões esgotadas. Com ingressos a partir de R$ 45,00 (meia-entrada), disponíveis na plataforma digital Fever, a nova temporada convida o público a mergulhar em uma jornada imersiva pelos filmes mais icônicos do estúdio Pixar.

Instalada em um espaço de 3.500 metros quadrados, a mostra reúne 14 salas temáticas e é apresentada pelo Ministério da Cultura e pelo NuBank, patrocinador oficial da edição de São Paulo, com apoio Zurich Seguros. O Mundo Pixar é uma realização sob licença concedida no Brasil à SolutiOnOff, em parceria com a Blast Entertainment, do Grupo DCSET.


Explorando o "Mundo Pixar"
Logo na entrada, os visitantes se deparam com um sala de boas vindas repleta de painéis de LED. Ao final, a primeira parada é a sala de "A Vida de Insetos", ambiente inédito na exposição. Com uma cenografia que simula o interior de um formigueiro, o espaço é tomado por flores, cogumelos e folhas em proporções enormes, fazendo o visitante se sentir do tamanho de uma formiga.

Na sequência, é hora de adentrar o universo de "Os Incríveis", onde o público encontra o icônico ateliê de Edna Moda. Cada detalhe foi pensado para proporcionar uma experiência autêntica, como se os visitantes estivessem lado a lado com a estilista mais famosa da animação.

A jornada continua na charmosa casa de Carl Fredricksen, de "UP - Altas Aventuras", agora ampliada com novos cômodos. A ambientação fiel convida o público a reviver as emoções dessa história, explorando o lar flutuante. Outra estreia é a sala de "Red: crescer É Uma Fera", que recria o universo escolar de Meilin Lee. Armários, corredores e elementos típicos do ambiente estudantil mergulham os visitantes no cotidiano da protagonista.

Logo adiante, o fundo do mar ganha vida numa das salas de maior sucesso da exposição: a sala de "Procurando Nemo", onde corais coloridos e personagens inesquecíveis compõem o cenário icônico do filme. Em seguida, o filme Elementos estreia no Mundo Pixar de São Paulo, após passar por outras duas cidades do Brasil e viajar para o exterior. A cena do vagão de metrô foi recriada com riqueza de detalhes, proporcionando uma imersão completa no longa.

"Monstros S.A.", um dos favoritos do público, está de volta! A Fábrica de Gritos ganha uma nova cara, conectando-se ao quarto da pequena Boo por meio da icônica porta de armário, criando uma transição entre os mundos. A sala de "Divertida Mente" também foi renovada. Agora, com referências ao segundo filme da franquia, os visitantes têm acesso à nova sala de controle da mente da Riley e ao quarto das emoções, que marcam cada fase da vida da personagem.

Mais uma estreia aguardada é a sala de "Viva - A Vida É Uma Festa", nunca exposta no Brasil antes, que leva os visitantes do Mundo dos Vivos, através do oratório da casa da Mama Inês, ao vibrante e colorido Mundo dos Mortos, com direito à travessia pelas pétalas amarelas. O verão italiano se faz presente na exposição, pela primeira vez em São Paulo, com Luca, em um ambiente que transporta o público diretamente à vila de Portorosso.

Os apaixonados por "Carros" reencontram Relâmpago McQueen, agora com Guido em frente à icônica Casa Della Tires. Uma cena fiel e divertida, perfeita para todas as idades. "Toy Story" ganhou uma expansão. Agora, os visitantes, além de explorar o quarto do Andy, e espiar debaixo da cama para interagir com objetos e brinquedos esquecidos, também podem visitar a colorida e vibrante creche SunnySide, onde o Lotso está esperando para dar as boas-vindas junto com a Jessie.
 
Depois do sucesso da primeira edição, a Loja Oficial Mundo Pixar está de volta a São Paulo, agora completamente renovada e ainda mais envolvente. São mais de 160 lançamentos inéditos e exclusivos, com produtos que transformam os filmes em experiências de consumo com muito storytelling. De Dona Marocas a McQueen, de Miguel a Darla, nenhuma franquia ficou de fora, é quase impossível sair sem levar um pedacinho desse universo para casa. E o melhor: a loja é aberta ao público geral, inclusive para quem não tem ingresso para a exposição.


Condições Especiais - Clientes Nubank
Desconto de 15% é válido exclusivamente para compras online efetuadas no site especial do evento para clientes NuBank (plataforma Fever).
Não se aplica a compras presenciais na bilheteria ou quiosques do shopping.
O desconto é não cumulativo e válido apenas para a compra de ingressos inteiros, meia-entrada e ingressos flexiveis, limitado a 4 ingressos por CPF.
A compra pode ser parcelada em até 3 vezes sem juros utilizando o serviço NuPay.
 

Condições Especiais – Assinantes Disney+
O desconto de 15% é válido exclusivamente para compras online realizadas no site oficial do evento (plataforma Fever).
Não é válido para compras presenciais, seja na bilheteria ou em quiosques localizados no shopping.
O desconto é não cumulativo e aplicável apenas na compra de ingressos inteiros e de meia-entrada, limitado a 4 ingressos por CPF.

 
Observação sobre a meia-entrada
Conforme o Decreto nº 8.537/2015, a Lei nº 12.933/2013 e o Estatuto da Juventude (Lei nº 12.852/2013), a meia-entrada está sujeita à disponibilidade da cota de 40% sobre o total de ingressos ofertados para o evento.


Serviço
"Mundo Pixar". Local: Estacionamento do Shopping Center Norte – saída próxima ao restaurante Fogo de Chão. Av. Otto Baumgart, 245 - Vila Guilherme, São Paulo. Classificação etária: livre. Menores de 16 anos deverão estar acompanhados por um adulto. De terça-feira a domingo e feriados, das 10h00 às 21h00. Duração média da visitação: aproximadamente uma hora, mas é possível permanecer nas salas pelo tempo que desejar. Mais detalhes e vendas: mundopixar.com.brRede Social oficial: instagram.com/mundopixarbr. Valores: ingressos a partir de R$ 45,00.
Crianças com até 2 anos e 11 meses têm direito a entrada gratuita. Valores variam de acordo com a idade, datas, horários, dias da semana, número de pessoas, lotes e tipos de ingressos. O "Mundo Pixar" não vende ingressos pelo WhatsApp. Plataforma oficial para ingressos: Fever. Acessibilidade: o local é acessível para cadeirantes, deficientes auditivos e deficientes visuais. Compre os produtos da Disney Pixar neste link.

.: Doc "Utopias Peregrinas: Dom Helder Câmara" apresenta lutas e legado


Quatro vezes indicado ao Nobel da Paz, Dom Helder Câmara, Arcebispo de Olinda e Recife, deixou um forte legado por conta de seu trabalho social e sua luta contra as desigualdades. Seus ideais seguem representados em cada projeto iniciado ou fortalecido por sua atuação e são celebrados no documentário inédito “Utopias Peregrinas: Dom Helder Câmara”, que estreia com exclusividade no canal Curta!.

Viabilizado pelo Curta! através do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) e com produção da Alumia Filmes, o filme, dirigido por Camilo Cavalcante e César Rocha, retrata a trajetória de uma das mais importantes e influentes figuras religiosas do país, que continua a ser lembrada por sua humildade, coragem e solidariedade mesmo tantos anos depois de sua morte, em 1999, aos 90 anos. Para contar essa história, os diretores lançam mão de imagens de arquivo e depoimentos inéditos de personalidades como o padre Júlio Lancelotti, a fundadora do Instituto Dom Helder Câmara, Teresa Duere, e a freira e teóloga Ivone Gebara, entre outros.

“Eu nunca vi alguém com tal capacidade de trabalhar em equipe. Era um bispo da Igreja Católica, mas, de fato, um homem do mundo”, define o monge beneditino, escritor e teólogo Marcelo Barros. De trato gentil e acolhedor, Dom Helder começa a se destacar como líder ainda enquanto padre, em 1955. No Rio, é responsável por organizar o Congresso Eucarístico Internacional, evento que se tornaria um momento de virada nos seus ideais, desvencilhando-se do passado como membro da Ação Integralista Brasileira (movimento ultranacionalista de viés fascista). Confrontado pela dicotomia entre a desigualdade da cidade e a estrutura do evento, inicia sua trajetória de luta.

O documentário mostra como ele passou a enxergar as dores do mundo e lutar para transformar a realidade, e apresenta os frutos de suas iniciativas. Entre elas, está a criação da Cruzada São Sebastião, conjunto habitacional levantado no contexto de remoção das favelas da Zona Sul carioca, e projetos de agricultura familiar no Nordeste, cedendo terras à população para áreas de produção coletiva.

“Acho que o principal legado de Dom Helder é não naturalizar que tenha tanta gente sem casa, gente passando fome, de uma minoria ter riqueza concentrada em suas mãos construída a partir da exploração do povo trabalhador. O legado é despetrificar nosso coração e chamar de injustiça o que é injustiça”, afirma o fundador da Igreja Batista do Caminho, professor, político e pastor Henrique Vieira.

 O longa-metragem ressalta como Dom Helder passa a liderar um movimento por uma Igreja Católica mais humilde, popular e próxima ao povo, incentivando a renúncia aos luxos. Sua posição cria inimigos dentro da Cúria e no campo político. No Brasil, ele se destaca como voz da oposição e denuncia as violências da Ditadura Militar.

 Boicotado pelo Governo Médici, suas indicações ao Nobel da Paz não se concretizam em premiação. Contudo, os beneficiados pelos seus projetos sociais e as novas gerações engajadas e comprometidas na defesa dos Direitos Humanos mostram que os ideais de Dom Helder Câmara permanecem vivos, uma referência humanista que pavimenta a esperança.

 “Uma das faltas mais importantes de Dom Helder no mundo de hoje é sua capacidade de ser acendedor de utopias. Seus braços abertos, seu sorriso, sua maneira de abraçar o mundo e mobilizar pessoas são muito necessários hoje, num mundo em que vivemos cada vez mais em isolamento”, ressalta o diretor consultivo do IDHeC Antonio Carlos Aguiar.

“Utopias Peregrinas: Dom Helder Câmara” é uma produção da Alumia Filmes, viabilizada pelo Curta! através do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA). O documentário também pode ser visto no CurtaOn – Clube de Documentários, disponível no Prime Video Channels, da Amazon, na Claro TV+ e no site oficial da plataforma (CurtaOn.com.br). A estreia é no dia temático Sextas de História e Sociedade, 20 de junho, às 22h. Compre os livros sobre Dom Helder Câmara neste link.

← Postagens mais recentes Postagens mais antigas → Página inicial
Tecnologia do Blogger.