segunda-feira, 23 de agosto de 2021

.: "A Desumanização" tem Fernanda Nobre e Maria Helena Chira no elenco


“...Éramos gêmeas. Crianças espelho. Tudo ao meu redor se dividiu pela metade com a morte da minha irmã. De nós duas, ela era a sonhadora. Dizia que quando crescesse, queria ser longe. Eu dizia que ninguém é longe. As pessoas são sempre perto de alguém ou perto delas mesmas. São sim, ela dizia. Algumas pessoas são longe. Quando crescer eu quero ser longe.” 

O Banco do Brasil apresenta e patrocina peça inspirada em romance do escritor português Valter Hugo Mãe. O espetáculo, dirigido por José Roberto Jardim, traz à cena a história de uma gêmea que perdeu sua irmã na infância. Tendo que amadurecer sem sua metade e melhor amiga numa cidade conservadora do interior da gelada Islândia, ela se depara com situações e intolerâncias que a fazem rever de maneira drástica sua relação com a família, amigos e moradores daquela sociedade opressiva. Fotos: Victor Iemini 

A escrita original do grande escritor português Valter Hugo Mãe toma a cena no espetáculo "A Desumanização", adaptação inédita no Brasil de livro homônimo do premiado autor. Dirigida por José Roberto Jardim e trazendo no elenco Fernanda Nobre e Maria Helena Chira, a encenação faz uma imersão no quarto romance do escritor português e poderá ser vista presencialmente no Teatro I do Centro Cultural Banco do Brasil RJ, que segue todas as normas de biossegurança vigentes.

A peça aborda questões psicológicas, como a passagem da infância para a juventude e o contato íntimo com a experiência da perda e da dor através da história das irmãs islandesas Halla e Sigridur. Halla perdeu sua irmã gêmea muito cedo, e vive com o peso de carregar em si a existência das duas. Ao mesmo tempo em que se sente oprimida por “ser duas”, acredita que esta é a única forma de manter sua metade viva e próxima.

O espetáculo
O palco está dividido em duas metades com cenários espelhados, e cada atriz ocupa uma das metades. Num jogo de projeções em tempo real, em que contracenam com a própria imagem e uma com a outra através das imagens projetadas, as duas atrizes contam a história das irmãs Halla e Sigridur.

A montagem de "A Desumanização" busca uma linha narrativa que preserva as imagens idealizadas pelo autor, criando uma leitura paralela. Duas atrizes em cena falam do passado e, ao mesmo tempo, revivem as diferentes passagens das fases de menina para mulher, as descobertas dolorosas e a necessidade de se sentir inteira.

No romance, o “longe” é representado pela Islândia, lugar mítico e sombrio. Cenicamente, esse “longe” existe dentro das personagens, e nas palavras de Valter Hugo Mãe. O lirismo e a poesia estão presentes e há uma lente de aumento na questão da falta de identidade, da falta da outra metade, da duplicação.

A personagem Halla assiste sua irmã, Sigridur, morrer. Ou melhor: a vê ser plantada “para nascer árvore”, como assim contaram para ela. A obra é recheada de analogias e sentimentos profundos e de afeto. Alguns perturbadores, outros de encantamento. “...Era fundamental que fôssemos cada vez mais gêmeas”.

Para José Roberto Jardim, dirigir "A Desumanização" é uma oportunidade de criar, sobre um palco, a jornada proposta por Valter Hugo Mãe, na qual o mundo e suas contradições encontram símbolos e lirismos tão arquetípicos quanto o desejo da personagem Halla em sobreviver ao que ela considera absurdo e, paradoxalmente, belo. “É um grito por sua paridade, autonomia, liberdade e pela busca de entendimentos nesse mundo tão árido e individualista”, analisa Jardim. 

Sinopse
A peça conta a história de Halla (interpretada pelas duas atrizes), uma gêmea que perdeu sua irmã na infância. Tendo que amadurecer sem sua metade, sua irmã e melhor amiga, numa cidade do interior da gelada Islândia, onde o conservadorismo e preconceitos fazem parte do dia a dia, ela se depara com situações e intolerâncias que a fazem rever de maneira drástica sua relação com a família, amigos e moradores daquela sociedade opressiva.


Palavra de atriz
“Poder realizar 'A Desumanização' no Rio de Janeiro é como um sopro de esperança. Conseguir voltar aos palcos, recuperando a força do teatro e da cultura no nosso país, é um privilégio, ainda mais levando as palavras do Valter Hugo Mãe. Espero que esse encontro com o público tenha a força do recomeço, esse que todos estamos precisando!”  - Maria Helena Chira.

“Este texto nunca teve tanta relevância como neste momento que estamos vivendo. O espetáculo conta a história de uma menina, que perdeu sua irmã gêmea na infância. Então ela tem que aprender a amadurecer e continuar sem a sua metade, sua irmã e melhor amiga, numa cidade do interior da Islândia. Nesse rito doloroso de passagem que ela tem que passar, ela se depara com situações e intolerâncias que a fazem rever sua relação com a família e moradores naquela cidade opressiva. E cada dia me cai mais fichas sobre o que estamos dizendo, a Islândia do texto é o nosso Brasil, intolerante e preconceituoso, que conta hoje com mais de 450 mil mortos pela covid-19. Mortos que eram a “alma gêmea” de alguém, sentindo dolorosamente estas tristes perdas.” Fernanda Nobre.


Origem e trajetória da peça
O projeto de montagem de "A Desumanização" foi idealizado pela atriz Maria Helena Chira, que conseguiu o aval do autor para adaptação para os palcos do livro lançado em 2013 pela editora portuguesa Porto Editora e editado no Brasil pela extinta editora Cosac Naify, em 2014, tendo vendido mais de 35 mil exemplares até 2018. A temporada de estreia da peça em São Paulo, em 2019, contou com a presença de Valter Hugo Mãe, que celebrou a bela tradução, para o palco, de uma narrativa profundamente feminina. 


O CCBB-Rio funciona de quarta a segunda (fecha terça), das 9h às 19h aos domingos, segundas e quartas e das 9h às 20h às quintas, sextas e sábados. A entrada do público é permitida apenas com agendamento online (eventim.com.br), o que possibilita manter um controle rígido da quantidade de pessoas no prédio. Ainda conta com fluxo único de circulação, medição de temperatura, uso obrigatório de máscara, disponibilização de álcool gel e sinalizadores no piso para o distanciamento. Nos teatros e cinemas a capacidade está reduzida para 40%. Tudo para garantir aos visitantes segurança e conforto. Confira as normas de visitação e segurança referentes ao covid-19 no site www.bb.com.br/cultura e na emissão do ingresso. 


José Roberto Jardim - Diretor
Diretor, dramaturgo, iluminador e ator, vem, ao longo dos últimos anos, acumulando prêmios e recebendo reconhecimento internacional, sendo convidado para se apresentar em diversos festivais, como ator e como diretor. Com “Adeus Palhaços Mortos”, recebeu importantes premiações e participou de festivais internacionais. Com “A Cor que Caiu do Espaço” e “O Poço e o Pêndulo”, concorreu a premiações de direção em 2018 (tendo conquistado algumas, como o APTR). Em 2019, foi convidado a estrear o espetáculo “Há Dias que Não Morro” no International Antalya Theatre Festival, na Turquia.


Fernanda Nobre - Atriz
Indicada a Melhor Atriz pelo prêmio Shell RJ 2016 por sua atuação no espetáculo “O Corpo da Mulher como Campo de Batalha”, de Matei Visniec, começou sua carreira artística aos 8 anos de idade, tendo no currículo, hoje, 14 novelas, 8 séries e 3 filmes. No teatro, participou de dez espetáculos. Entre estes, foi dirigida por Aderbal Freire Filho, João Fonseca e Fernando Philbert. Recentemente, esteve em cartaz com “Soror”, com direção de Caco Ciocler.


Maria Helena Chira - Atriz
Formada pela ECA, é idealizadora da adaptação do livro para os palcos. Em teatro, trabalhou com diretores como Leonardo Moreira e José Possi Neto, além da extinta Cia. de Teatro em Quadrinhos. Estreou na TV com a série “Som & Fúria”, dirigida por Fernando Meirelles, na Rede Globo. Fez algumas novelas na emissora e séries em canais fechados, tendo recebido o Prêmio Telas de Melhor Atriz por “Zé do Caixão”, série que coprotagonizou com Matheus Nachtergaele. 


Ficha técnica

Espetáculo: "A Desumanização" | Patrocínio: Banco do Brasil |  Realização: Centro Cultural Banco do Brasil | De: Valter Hugo Mãe |  Direção: José Roberto Jardim | Adaptação:  Fernando Paz |  Elenco: Fernanda Nobre e Maria Helena Chira | Música original: Marcelo Pellegrini |  Desenho de luz: Wagner Freire | Coordenação de produção:  Mônica Guimarães |  Cenografia:  Belisa Pelizaro |  Figurinos: João Pimenta  | Videografismo e videomapping: André Grynwask e Pri Argoud (Um Cafofo) |  Visagismo: Leopoldo Pacheco | Assistência de direção: Louise Belmonte | Produção executiva: Lívia Pinheiro | Administração: Julia Sousa |  Assistência de cenografia: Mariana Godone | Fotos: Victor Iemini |  Idealização do projeto: Maria Helena Chira | Realização: MoG Produtora | Assessoria de imprensa: JSPontes Comunicação – João Pontes e Stella Stephany


Serviço:

Espetáculo: "A Desumanização" | Estreia: dia 26 de agosto (5ªf), às 18h | Local: Centro Cultural Banco do Brasil – Teatro I | Endereço: Rua Primeiro de Março, 66, Centro / RJ  | Telefone: 21 3808-2020 |  Horários: de quarta a sábado às 19h, domingo às 18h | Ingressos: R$30 e R$15 (meia) | Vendas antecipadas: www.eventim.com.br | Duração: 50 minutos | Classificação: 14 anos | Temporada: até 26 de setembro | O CCBB segue todas as normas para garantir o distanciamento social e a segurança dos espectadores.





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