segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

.: "Areia Movediça", de Nella Larsen, marco do colorismo, chega ao Brasil


A Imã Editorial lança "Areia Movediça", o primeiro livro de Nella Larsen, chega ao Brasil. Neste marco do colorismo, com fortes tintas autobiográficas, Helga Crane é filha de pai negro e mãe branca e, portanto, não tem lugar nos Estados Unidos racista dos anos 1920. Conhecemos Helga em uma universidade para “ascensão” das pessoas negras, no Sul.

Desencantada com a condescendência dos reitores e a submissão ao discurso moralista branco, Helga foge para Nova York, onde esperava uma sociedade negra mais assertiva e independente, porém o que encontra é uma burguesia eternamente discutindo “a questão racial” em coquetéis e festas. Abandona o Harlem pela Dinamarca, terra de sua mãe, e lá é vista (e cobiçada) como “exótica”.

Uma repentina “consciência de cor” a leva de volta a Nova York. Sem ter encontrado seu lugar nem no meio negro, nem no meio branco, Helga desiste das inquietações intelectuais e se torna esposa de um pastor em uma comunidade do Sul profundo... para logo deparar-se com o triste papel das mulheres no meio religioso. Você pode comprar o livro "Areia Movediça" neste link.


Trecho do livro
Era como se estivesse trancada, encaixotada, com centenas de sua raça, encerrada com aquele algo do caráter racial que sempre lhe fora inexplicável, alheio. Por que, ela exigia numa violenta revolta, deveria ser presa ao jugo desse desprezado povo Negro? De volta à privacidade de seu cubículo, foi tomada pelo ódio a si mesma. “Eles são meu próprio povo, meu próprio povo”.  Nella Larsen

Sobre a autora
Nella Larsen, filha de caribenho e dinamarquesa, passou a infância em um bairro operário branco de Chicago e a vida adulta na burguesia negra do Harlem. Publicou, em 1928, Areia movediça e, no ano seguinte, Passando-se, sobre a tensa dinâmica entre duas mulheres legalmente negras que “passam-se” por brancas em plena Renascença do Harlem, o movimento cultural que inicialmente a renegou e do qual hoje Nella Larsen é um dos maiores expoentes. Os livros lhe trouxeram reconhecimento mas também o ostracismo e ela que, em dois anos criou duas obras fundamentais, nada publicaria até sua morte, sozinha, em 1964. Compre o livro "Areia Movediça" neste link.

Trecho do livro
"Era como se estivesse trancada, encaixotada, com centenas de sua raça, encerrada com aquele algo do caráter racial que sempre lhe fora inexplicável, alheio. Por que, ela exigia numa violenta revolta, deveria ser presa ao jugo desse desprezado povo Negro? De volta à privacidade de seu cubículo, foi tomada pelo ódio a si mesma. “Eles são meu próprio povo, meu próprio povo”.  Nella Larsen.


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