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segunda-feira, 15 de julho de 2024

.: ViaQuatro promove exposição sobre atletas refugiados na Linha 4-Amarela


Ação é resultado de parceria com a Agência da ONU para Refugiados e busca destacar o papel do esporte na integração. Foto: ACNUR/Emmanuel Croset

Durante todo o mês de julho, os passageiros da Estação Paulista da Linha 4-Amarela terão a oportunidade de conhecer mais sobre o impacto do esporte na vida de refugiados. A ViaQuatro, em parceria com a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), apresenta uma exposição com fotografias e relatos de atletas e organizações que ajudam indivíduos a recomeçarem suas vidas em novos lugares, iluminando suas jornadas.

“Conhecer realidades diferentes nos ajuda a ampliar nossa visão e entender a importância da empatia e do cuidado com o próximo. Estamos felizes em trazer esta exposição para nossa linha, impactando a vida de nossos passageiros e destacando o papel importante do esporte e do respeito à diversidade”, explica Antonio Márcio, Diretor responsável pela concessionária ViaQuatro.

“Cerca de 730 mil pessoas refugiadas ou em necessidade de proteção internacional vivem no Brasil. Além de acolher essa população e garantir que ela tenha seus direitos reconhecidos e respeitados, o ACNUR atua em soluções duradouras, de modo que essas pessoas se integrem social e economicamente em nosso país. Com a proximidade dos Jogos Olímpicos, esta exposição lembra que o esporte é uma via essencial para essa integração cultural”, afirmou Samantha Federici, chefe da área de Parcerias com o Setor Privado do Acnur no Brasil.

Uma das histórias apresentadas é a de Carlos Acosta. Forçado a deixar a Venezuela com sua família em 2018 após um incidente que o deixou paraplégico, Carlos encontrou no esporte uma oportunidade de reconstruir sua vida. Atualmente, ele é campeão de karatê no Equador e um atleta reconhecido pela Federação Equatoriana de Karatê.

Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), mais de 120 milhões de pessoas em todo o mundo foram forçadas a recomeçar suas vidas em novos locais nos últimos anos. Esse número dobrou na última década, afetando principalmente crianças, que representam 40% desse total. A maioria dos refugiados sob o mandato da ACNUR vem de cinco países: Afeganistão, Síria, Venezuela, Ucrânia e Sudão.


Serviço
Exposição “O Esporte É Um Farol de Esperança”
Até dia 31 de julho
Local: Estação Paulista da Linha 4-Amarela, em São Paulo

.: Exposição do fotógrafo Manu Pivatti em SP é opção de passeio cultural grátis


Manu Pivatti posa entre as obras da exposição "Origens", resultado de diversas expedições na Amazônia. Foto: Guilherme Machado

A ArboREAL, em parceria com a Alma Eventos Brasil, apresenta “Origens”, uma exposição fotográfica de Manu Pivatti que destaca a beleza e a riqueza cultural dos povos originários da Amazônia. A exposição poderá ser vista até o dia 26 de agosto. A entrada é gratuita, com necessidade de agendamento prévio, especialmente para grupos que desejam visitas guiadas.

“Origens” é o resultado das extensas expedições de Manu Pivatti na Amazônia, onde atuou como voluntário em logística para ONGs da área da saúde. Ao longo dessas expedições, Manu imergiu na vida cotidiana de várias tribos indígenas, acumulando um acervo de mais de 10 mil fotografias e uma coleção de artefatos únicos.

As experiências antropológicas e culturais, somadas às adversidades enfrentadas para sobreviver na selva, moldaram a versatilidade e capacidade de adaptação do fotógrafo. A exposição apresenta fotografias exclusivas de rituais indígenas, raramente testemunhados por externos, e artefatos de grande valor antropológico, histórico e cultural, como um tronco utilizado no Ritual Xinguano do Kuarup e as Luvas de Formigas Tucandeiras do Ritual de Passagem do Povo Sateré-Mawé.

Serviço
Exposição "Origens" | Fotografias de Manu Pivatti
Local: ArboREAL - Loja Conceito, Avenida Imperatriz Leopoldina, 1042
Até dia 26 de agosto de 2024
Entrada: gratuita e aberta ao público com agendamento prévio. Grupos precisam agendar visitas guiadas.
Outras informações: (19) 9 8208 0805
Instagram: @origens_expo | @manupivatti | @arbo_real

.: Socioambiental, 13ª Mostra Ecofalante de Cinema anuncia filmes selecionados


Festival é gratuito e acontece em São Paulo entre 1° e 14 de agosto. Neste ano, pela primeira vez, serão três programas competitivos: além da Competição Latino-Americana e o Concurso Curta Ecofalante, haverá a estreia da Competição Territórios Brasileiros. A Competição Latino-Americana terá 17 filmes, entre longas e curtas-metragens, produzidos na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, México, República Dominicana, Panamá e Peru. A Competição Territórios Brasileiros conta com 27 filmes selecionados, enquanto o Concurso Curta Ecofalante tem 25 produções selecionadas. Na imagem, o filme “Eskawata Kayawai (O Espírito da Transformação)”, dirigido por Lara Jacoski e Patrick Belem


A Mostra Ecofalante de Cinema, que realiza sua 13ª edição em São Paulo entre os dias 1° e 14 de agosto, anuncia os filmes selecionados para seus três programas competitivos: Competição Latino-Americana, Competição Territórios Brasileiros e Concurso Curta Ecofalante. Totalmente gratuito, o mais importante evento audiovisual sul-americano dedicado às temáticas socioambientais contará com a exibição de mais de 120 títulos de 24 países, além de debates com convidados especiais e diversas outras atrações.

A Mostra Ecofalante de Cinema é viabilizada por meio da Lei de Incentivo à Cultura. Ela tem patrocínio da Itaú, Mercado Livre, Prefeitura de São Paulo e da Spcine, empresa pública de fomento ao audiovisual vinculada à Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, e apoio da White Martins e Synergia Socioambiental . Tem apoio institucional do WWF-Brasil, da Cinemateca da Embaixada da França no Brasil, do Institut Français e do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. A produção é da Doc & Outras Coisas e a coprodução é da Química Cultural. A realização é da Ecofalante e do Ministério da Cultura.

Competição Latino-Americana
Presente na Mostra Ecofalante desde 2014, a Competição Latino-Americana premia os melhores filmes de temática socioambiental da América-Latina. Foram selecionados 17 filmes, entre longas e curtas-metragens, produzidos na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, México, República Dominicana, Panamá e Peru. Os filmes selecionados foram:


Longas
“A Gruta Contínua” ( Argentina e Cuba,  2023, 85’) dir. Julián D'Angiolillo
“A Transformação de Canuto” (Brasil, 2023, 132’) dir. Ariel Kuaray Ortega e Ernesto de Carvalho
“Bila Burba” (Panamá, 2023, 70’) dir. Duiren Wagua
“Céu Aberto” (Peru, 2023, 63) dir. Felipe Esparza
“Histórias de Shipibos” (Peru, 2023, 117’) dir. Omar Forero
“Ramona” (República Dominicana, 2023, 82’) dir. Victoria Linares Villegas
“Rio Vermelho” ( Colômbia/França,  2023, 70) dir. Guillermo Quintero


Curtas
“A Menos Que Bailemos” (Colômbia, 2023, 14′) dir. Hanz Rippe Gabriel e Fernanda Pineda Palencia
“Cama Vazia” (Brasil, 2023, 6) dir. Fábio Rogério e Jean-Claude Bernardet
“Concórdia ” (Chile, 2022, 9′) dir. Diego Véliz
“Hikuri” (México, 2023, 18′) dir. Sandra Ovilla León
“Margens Luminosas ” (Argentina, 2023, 18′) dir. Maira Ayala
“O Materialismo Histórico da Flecha contra o Relógio” (Brasil, 2023, 26′) dir. Carlos Adriano
“Um Campo Que Já Não Cheira a Flores” (México, 2023, 19′) dir. César Flores Correa
“Vão das Almas” (Brasil, 2023, 15′) dir. Edileuza Penha de Souza / Santiago Dellape
“Você Vai Me Esquecer?” (México/Peru/España, 2023, 12′) dir. Sofía Landgrave Barbosa
“Yarokamena” (Colômbia, 2022, 21′) dir. Andres Jurado


Competição Territórios Brasileiros
Presente na Mostra Ecofalante pela primeira vez neste ano de 2024, a Competição Territórios Brasileiros premia os melhores filmes de produções ou coproduções brasileiras que abordam diferentes visões e aspectos do país e trazem uma perspectiva socioambiental em relação aos temas tratados. Foram selecionados 27 filmes, entre longas, médias e curtas-metragens. Os filmes selecionados foram:


Longas
“À Margem do Ouro” (Brasil, 2023, 95′) dir. Sandro Kakabadze
“Anhangabaú” (Brasil, 2023, 88’) dir. Lufe Bollini
“Black Rio! Black Power!” (Brasil, 2023, 74′) dir. Emilio Domingos
“Eskawata Kayawai (O Espírito da Transformação)” (Brasil, 2023, 70′) dir. Lara Jacoski e Patrick Belem
“Favela do Papa” (Brasil, 2023, 76′) dir. Marco Antonio Pereira
“Memórias da Chuva” (Brasil, 2023, 77′) dir. Wolney Oliveira
“O Bixiga É Nosso!” (Brasil, 2023, 73′) dir. Rubens Crispim
“O Contato ” (Brasil, 2023, 85) dir. Vicente Ferraz
“Ouvidor” (Brasil, 2023, 74′) dir. Matias Borgström
“Rejeito” (Brasil/EUA, 2023, 75′) dir. Pedro de Filippis
“Samuel e a Luz” (Brasil, 2023, 70′) dir. Vinícius Girnys
“Sekhdese” (Brasil, 2023, 86′) dir. Graciela Guarani, Alice Gouveia
“Sociedade de Ferro - A Estrutura das Coisas” (Brasil, 2024, 73′) dir. Eduardo Rajabally


Médias e Curtas
“A Bata do Milho” (Brasil, 2023, 16′) dir. Eduardo Liron e Renata Mattar
“A Chuva do Caju” (Brasil, 2023, 21′) dir. Alan Schvarsberg
“Água Rasa” (Brasil, 2023, 19’) dir. Dani Drumond
“Ava Yvy Pyte Ygua / Povo do Coração da Terra” (Brasil, 2023, 40’) dir. Coletivo Guahuí Guyra Kuera
“Despovoado” (Brasil, 2023, 18’) dir. Guilherme Xavier Ribeiro
“Interior da terra” (Brasil, 2022, 16’) dir. Bianca Dacosta
“Kwat e Jaí - Os Bebês Heróis do Xingu” (Brasil, 2023, 20’) dir. Clarice Cardell
“Mborairapé” (Brasil, 2023, 35’) dir. Roney Freitas
“Nosso Terreiro” (Brasil, 2023, 18’) dir. Anna Rieper, Patrícia Medeiros, Ranyere Serra, Fernando Lucas Silva
“Nunca Pensei Que Seria Assim” (Brasil, 2022, 11’) dir. Meibe Rodrigues
“O Silêncio Elementar” (Brasil, 2024, 15’) dir. Mariana de Melo
“Onde a Floresta Acaba” (Brasil, 2023, 15’) dir. Otavio Cury
“Retratos de Piratininga” (Brasil, 2023, 18’) dir. André Manfrim
“Sertão, América” (Brasil, 2023, 18’) dir.Marcela Ilha Bordin


Concurso Curta Ecofalante
O Concurso Curta Ecofalante é uma competição voltada para curtas-metragens produzidos por estudantes. Para participar, os filmes inscritos devem abordar temáticas relacionadas a pelo menos um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) propostos pela ONU na Agenda 2030 – são 17 objetivos que abrangem temas como erradicação da pobreza, saúde de qualidade, combate às mudanças climáticas e igualdade de gênero. O Concurso Curta selecionou 25 filmes que serão exibidos durante a Mostra e concorrerão ao prêmio de Melhor Curta Ecofalante:

“Além do Impedimento” (Brasil, 2023, 6’) dir. Heloisa Lawanda
“Arquipélago do Bailique: Fragmento das Ilhas Que Dançam” (Brasil, 2023, 26’) dir. Agatha Garmes, Isabel Pontual, Mayra Ataide, Sarah Castro, Tetê Barddal
“As Placas São Invisíveis” (Brasil, 2023, 24’) dir. Gabrielle Ferreira
“Camburi Resiste” (Brasil, 2023, 18’) dir. Guilherme Landim
“Chão De Taco” (Brasil, 2023, 18’) dir. Alan Santana
“Cida Tem Duas Sílabas” (Brasil, 2023, 20’) dir. Giovanna Castellari
“Deriva” (Brasil, 2023, 9’) dir. Hellen Nicolau
“Desconserto” (Brasil, 2023, 7’) dir. Haniel Lucena
“Desmistificando o Axé” (Brasil, 2023, 31’) dir. Marco Neto
“Mama - Africanos em São Paulo” (Brasil, 2023, 17’) dir. Rafael Aquino
“Manchas de Sol” (Brasil, 2023, 19’) dir. Martha Mariot
“Máquinas de Lazer” (Brasil, 2023, 11’) dir. Italo Zaccaon
“Mar.INA” (Brasil, 2023, 26’) dir. Samyre Protázio , Marcelo Almeida Jeyci Elizabeth, Igor Cariman, , David Silva, Divina Profana - Direção coletiva
“Nheengatu” (Brasil, 2023, 6’) dir. Luiz Filho
“Pelos” (Brasil, 2023, 16’) dir. Emma Marques
“Por Trás dos Prédios” (Brasil, 2023, 17’) dir. João Mendonça
“Pour Elis” (Brasil, 2023, 9’) dir. Matheus Alencar
“Quanto Vale?” (Brasil, 2024, 18’) dir. Letícia S. Góis
“Retorno” (Brasil, 2024, 16’) dir. Arthur Paiosi
“Sementes da Resistência, o 25 de Maio e a Luta pela Reforma Agrária” (Brasil, 2023, 20’) dir. Raielle Mazzarelli
“Sobre Viver: Trajetórias Indígenas na Urbanidade” (Brasil, 2023, 16’) dir. Marcelo Melchior
“Tereza” (Brasil, 2023, 9’) dir. Bea Souza
“Terra Sincera” (Brasil, 2022, 4’) dir. Renan Turci
“TRANSpassado - Corpos Que Retratam” (Brasil, 2023, 25’) dir. Otávio Kaxixó
“Visões da Maré” (Brasil, 2023, 8’) dir. Vivian Cazé, Michael Sousa, Alle Estrela, Thay Silva, Julia Alves


Serviço
13ª Mostra Ecofalante de Cinema
1 a 14 de agosto
Programação gratuita
ecofalante.org.br


segunda-feira, 8 de julho de 2024

.: "Arte Subdesenvolvida" apresenta o Brasil do Século XX no CCBB SP


Mostra será inaugurada, gratuitamente, em 29 de maio no Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo. O acervo reúne 130 peças produzidas entre as décadas de 1930 e 1980 por mais de 40 artistas, dentre eles Anna Bella Geiger, Anna Maria Maiolino, Cildo Meireles, Hélio Oiticica, Randolpho Lamounier, Solano Trindade, e muitos outros. "Enterro" (1959) | Candido Portinari | Foto: Cortesia Coleção Jones Bergamin

A partir dos anos 1930, mais precisamente após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), países econômica e socialmente vulneráveis passaram a ser denominados “subdesenvolvidos”. No Brasil, artistas reagiram ao conceito, comentando, se posicionando e até combatendo o termo. Parte do que eles produziram nessa época estará presente na mostra "Arte Subdesenvolvida", de 29 de maio a 05 de agosto, no Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo (CCBB SP). A entrada será gratuita mediante retirada do ingresso na bilheteria ou pelo site ccbb.com.br/sp.

O conceito de subdesenvolvimento durou cinco décadas até ser substituído por outras expressões, entre elas países emergentes ou em desenvolvimento. “Por isso o recorte da exposição é de 1930 ao início dos anos 1980, quando houve a transição de nomenclatura, no debate público sobre o tema, como se fosse algo natural passar do estado do subdesenvolvimento para a condição de desenvolvido”, reflete o curador Moacir dos Anjos. “Em algum momento, perdeu-se a consciência de que ainda vivemos numa condição subdesenvolvida”, complementa.

A exposição, com patrocínio do Banco do Brasil e BB Asset Management, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, apresenta pinturas, livros, discos, cartazes de cinema e teatro, áudios, vídeos, além de um enorme conjunto de documentos. São peças de coleções particulares, dentre elas dois trabalhos de Candido Portinari. Há também obras de Paulo Bruscky e Daniel Santiago gentilmente cedidas pelo Museu de Arte do Rio - MAR.


Alguns destaques
Obras de grande importância para a cultura nacional estão presentes em "Arte Subdesenvolvida". Duas instalações, em especial, prometem atrair os visitantes. Uma delas é a obra "Sonhos de Refrigerador", do artista Randolpho Lamounier. O trabalho "(site specific)" apresenta um grande volume de objetos que materializam sonhos de consumo de pessoas ouvidas na Praça da Sé, em São Paulo.

“A materialização dos sonhos terá diversas formas de representação, que incluirão desde desenhos feitos pelas próprias pessoas entrevistadas, objetos da cultura vernacular e elementos da linguagem publicitária”, conta o artista. “Posso enumerar até o momento: neons de LED, letreiros digitais, monitores de vídeo, pelúcias, infláveis, banners e faixas manuscritas”, completa.

A instalação vai ocupar todo o vão central do CCBB São Paulo e, como explica o curador, “faz uma reflexão, a partir de hoje, sobre questões colocadas pelos artistas de outras décadas”. Outra obra de destaque na mostra é "Monumento à Fome", produzida pela vencedora da Bienal de Veneza, a ítalo-brasileira Anna Maria Maiolino.

Ao todo mais de 40 artistas e outras personalidades brasileiras terão obras expostas na mostra, entre eles: Abdias Nascimento, Abelardo da Hora, Anna Bella Geiger, Anna Maria Maiolino, Artur Barrio, Candido Portinari, Carlos Lyra, Carlos Vergara, Carolina Maria de Jesus, Cildo Meireles, Daniel Santiago, Dyonélio Machado, Eduardo Coutinho, Ferreira Gullar, Graciliano Ramos, Henfil, João Cabral de Melo Neto, Jorge Amado, José Corbiniano Lins, Josué de Castro, Letícia Parente, Lula Cardoso Ayres, Paulo Bruscky, Rachel de Queiroz, Rachel Trindade, Solano Trindade, Regina Vater, Rogério Duarte, Rubens Gerchman, Unhandeijara Lisboa, Wellington Virgolino e Wilton Souza.
 

O subdesenvolvimento em décadas
Arte Subdesenvolvida ocupará quatro pisos do CCBB SP, incluindo o subsolo, e será dividida por décadas. O primeiro eixo, "Tem Gente com Fome", apresenta as discussões iniciais em torno do conceito de subdesenvolvimento. “São de 1930 e 1940 os artistas e escritores que começam a colocar essa questão em pauta”, afirma o curador.

No segundo eixo, "Trabalho e Luta", haverá uma série de obras de artistas do Recife, Porto Alegre, entre outras regiões do Brasil onde começaram a proliferar as greves, as lutas por direitos e melhores condições de trabalho.

Já o terceiro bloco se divide em dois. "Em Mundo e Movimento" “a política, a cultura, a arte se misturam de forma radical”, explica Moacir. Nessa seção há documentos do Movimento Cultura Popular (MCP), do Recife, e do Centro Popular de Cultura (CPC) da União Nacional dos Estudantes (UNE), no Rio de Janeiro.

Já na parte "Estética da Fome", também do eixo 3, a pobreza é tema central nas produções artísticas, em filmes de Glauber Rocha, obras de Hélio Oiticica e peças de teatro do grupo Opinião. “Nessa época houve muita inventividade que acabou sendo tolhida depois da década de 1960”, completa.



"Seja Marginal, Seja Herói" | Hélio Oiticica |Foto:  Projeto Hélio Oiticica


No subsolo ficará o último eixo da mostra, "O Brasil É Meu Abismo", com obras do período da ditadura militar e artistas que refletiram suas angústias e incertezas com relação ao futuro. “São trabalhos mais sombrios e que descrevem os paradoxos que existiam no Brasil daquele momento, como no texto O Brasil é meu abismo, de Jomard Muniz de Britto”, conta o curador.

Durante a mostra serão desenvolvidas atividades especiais como visitas mediadas, lançamento do catálogo e mesa redonda com convidados para discutir o conceito de países subdesenvolvidos. Ao realizar esse projeto, o Centro Cultural Banco do Brasil oferece ao público a oportunidade de conhecer o trabalho de artistas renomados e entender um período importante da história do Brasil através da arte, reafirmando seu compromisso de ampliar a conexão dos brasileiros com a cultura.

A exposição Arte Subdesenvolvida é produzida pela Tuîa Arte Produção e permanecerá aberta ao público até 5 de agosto, com entrada gratuita. Depois, a mostra circulará as demais unidades do CCBB, em Belo Horizonte (28 de agosto a 18 de novembro de 2024), Brasília (9 de dezembro de 2024 a 2 de fevereiro de 2025) e Rio de Janeiro (19 de fevereiro a 12 de maio de 2025).


Serviço
Exposição "Arte Subdesenvolvida"
Até dia 5 de agosto de 2024
Local: Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo
Endereço: Rua Álvares Penteado, 112 – Centro Histórico / São Paulo
Funcionamento: aberto todos os dias, das 9h às 20h, exceto às terças-feiras.
Ingressos gratuitos: disponíveis em bb.com.br/cultura e na bilheteria física do CCBB SP.
Informações: (11) 4297-0600
Estacionamento: O CCBB possui estacionamento conveniado na Rua da Consolação, 228 (R$ 14 pelo período de 6 horas - necessário validar o ticket na bilheteria do CCBB). O traslado é gratuito para o trajeto de ida e volta ao estacionamento e funciona das 12h às 21h.
Transporte público: O CCBB fica a 5 minutos da estação São Bento do Metrô. Pesquise linhas de ônibus com embarque e desembarque nas Ruas Líbero Badaró e Boa Vista.
Táxi ou Aplicativo: Desembarque na Praça do Patriarca e siga a pé pela Rua da Quitanda até o CCBB (200 m).
Van: Ida e volta gratuita, saindo da Rua da Consolação, 228. No trajeto de volta, há também uma parada no metrô República. Das 12h00 às 21h00.

.: “Notre-Dame de Paris: uma Viagem pela Catedral” chega ao MIS Experience


Patrocinada pelo Grupo L’Oréal, a experiência inédita no Brasil e multissensorial de realidade aumentada 360º abre ao público brasileiro em 14 de julho. 
Mostra imersiva transporta o público para dentro da história da Catedral de Notre-Dame | Crédito: Histovery 


O MIS Experience, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo, recebe em julho, pela primeira vez na América do Sul, "Notre-Dame de Paris: uma Viagem pela Catedral". A exposição imersiva de realidade aumentada 360º, concebida por Histovery, em colaboração com Rebuilding Notre-Dame de Paris e patrocinada pelo Grupo L'Oréal, permitirá ao público brasileiro um mergulho sobre os mais de 850 anos de história de um dos monumentos mais importantes da França. De sua fundação medieval até o terrível incêndio de 2019, passando pela consagração de Napoleão e o casamento de Henrique IV, a mostra interativa é uma grande experiência sensorial que destaca, ainda, o trabalho e as habilidades daqueles que atuam para restaurar este Patrimônio Mundial da Unesco.

Os visitantes farão a imersão na história da Catedral de Notre-Dame por meio do HistoPad™, desenvolvido pela francesa Histovery, em colaboração com um comitê científico de especialistas do órgão oficial responsável pela reconstrução do monumento, em Paris. Por meio de cliques nas imagens que aparecem na tela do tablet, cada pessoa poderá ver a reconstituição de diversos períodos que contam a história da Notre-Dame, do século XII, quando foi construída, até sua atual reconstrução, após o incêndio de 2019. Além disso, a experiência multissensorial inclui áudios exclusivos, como sons de órgãos e sinos reais da Catedral.

"Notre-Dame de Paris: uma Viagem pela Catedral" já recebeu mais de 400 mil visitantes em mais de dez países ao redor do mundo e chega ao Brasil em 14 de julho, data em que os franceses celebram a "Queda da Bastilha" e a "Revolução Francesa". Os ingressos podem ser adquiridos no site: www.totalticket.com.br/misexperience.


Perspectiva da exposição no MIS Experience | Crédito: Histovery

Concebida por Histovery, em colaboração com Rebuilding Notre-Dame de Paris e patrocinada pelo Grupo L'Oréal, “Notre-Dame de Paris: uma Viagem pela Catedral” é uma realização do Ministério da Cultura, Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, que será concebida por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, no MIS Experience.

“Como uma empresa global, mas de origem francesa, temos muito orgulho de apoiar este projeto dedicado a um monumento histórico tão emblemático para a França e para o mundo. O nosso propósito é criar a beleza que move o mundo e reforçamos o nosso compromisso de 115 anos globalmente, e nos últimos 65 anos no Brasil, de valorizar a história e o conhecimento, mas também construir novas possibilidades por meio da inovação e tecnologia. Esta exposição será uma oportunidade para aproximar os brasileiros da história da catedral considerada um Patrimônio Mundial da Humanidade, através de uma experiência imersiva e disruptiva," reforça Marcelo Zimet, CEO do Grupo L’Oréal no Brasil.” , reforça Marcelo Zimet, CEO do Grupo L’Oréal no Brasil.

“Esta exposição aumentada, patrocinada pelo Grupo L'Oréal, celebra a extraordinária história e o esplendor de Notre-Dame de Paris. Graças ao formato inovador do HistoPad, visitantes de todas as idades podem mergulhar nos 850 anos de história da catedral, revivendo momentos históricos importantes, desde sua construção na Idade Média até sua reconstrução em andamento hoje. Estamos muito gratos à L'Oréal por tornar esta exposição possível e estamos honrados em apresentá-la no MIS Experience de São Paulo, especialmente neste ano que será marcado pela reabertura de Notre-Dame”, disse Bruno de Sa Moreira, cofundador e CEO de Histovery.

“É uma honra para o MIS Experience ser o primeiro museu brasileiro a receber uma exposição de tamanha relevância e impacto, e que dialoga diretamente com a vocação do nosso Museu: a arte unida à tecnologia”, afirma André Sturm, diretor-geral do MIS Experience. O MIS Experience tem patrocínio institucional da Livelo, B3, John Deere, NTT Data, TozziniFreire Advogados, Grupo Comolatti e Sabesp e apoio institucional da Vivo, Grupo Travelex Confidence, PWC, Colégio Albert Sabin, Unipar e Telium. O apoio operacional é da Kaspersky, Pestana Hotel Group, Quality Faria Lima, Hilton Garden Inn São Paulo Rebouças, Renaissance São Paulo Hotel, illycaffè e Sorvetes Los Los.


Serviço
Exposição | "Notre-Dame de Paris: uma Viagem pela Catedral"
Data: a partir de 14 de julho
Local: Galpão do MIS Experience – Rua Cenno Sbrighi, 250, Água Branca
Ingressos: quartas a sextas: R$20 (inteira) e R$ 10 (meia)
Sábados, domingos e feriados: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia)
Gratuito às terças* (retirada de ingressos diretamente na bilheteria física do MIS Experience no dia da visita. Não são feitas reservas de ingressos nestes dias)
Gratuito toda terceira quarta-feira do mês* graças a uma parceria com a B3, patrocinadora do MIS Experience (retirada de ingressos diretamente na bilheteria física do MIS Experience no dia da visita. Não são feitas reservas de ingressos nestes dias).
*Disponibilidade de ingressos sujeita à lotação do espaço e à ordem de retirada dos bilhetes.


Funcionamento
Terças a sextas | das 10h00 às 19h00
Sábado | das 10h00 às 20h00
Domingos e feriados | das 10h00 às 19h00

.: Exposição temporária “Sentar, Guardar, Dormir" em cartaz no Museu do Ipiranga


"Rede". Sorocaba, c. 1900. Museu da Casa Brasileira. Em algodão fiado, esta peça do artesanato sorocabano com dois punhos de cada lado, possibilita várias montagens. Além da posição tradicional, suspendendo-se uma lateral mais alta que a outra, a rede forma uma espécie de poltrona, como representado em uma iconografia do desenhista e fotógrafo do século XIX, Hercules Florence. Foto: Helio Nobre


A exposição temporária “Sentar, Guardar, Dormir: Museu da Casa Brasileira e Museu Paulista em Diálogo” reúne até dia 29 de setembro no Museu do Ipiranga móveis criados nos últimos 400 anos com soluções criativas para três ações cotidianas. A curadoria é dos docentes do Museu Paulista, Paulo César Garcez Marins e Maria Aparecida de Menezes Borrego, e do convidado Giancarlo Latorraca, arquiteto e ex-diretor técnico do Museu da Casa Brasileira. Bancos, cadeiras, sofás, caixas, cômodas, escrivaninhas, guarda-roupas, redes, esteiras e camas. Todos esses itens fazem parte do nosso dia a dia e revelam como atendemos três necessidades básicas: sentar, guardar e dormir. A mostra apresenta móveis produzidos entre os séculos 16 e 21, com as peças criadas de acordo com as demandas de cada período.

As 164 peças escolhidas estabelecem um diálogo entre os acervos do Museu da Casa Brasileira (MCB), com 118 móveis, e do Museu Paulista, com 46 peças, expondo a complementaridade dos acervos das duas instituições estaduais paulistas. Os itens evidenciam a diversidade cultural e social brasileiras, abordando as heranças indígena, portuguesa e afro-brasileira, além daquelas ligadas às diversas imigrações e migrações que marcaram nossa sociedade.

Para facilitar o diálogo com o público, a exposição foi organizada por tipos de móveis, permitindo uma comparação clara entre as formas de desenvolvimento do mobiliário, seja por métodos artesanais ou industriais. A curadoria é dos docentes do Museu Paulista, Maria Aparecida de Menezes Borrego, e Paulo César Garcez Marins e do convidado Giancarlo Latorraca, arquiteto e ex-diretor técnico do Museu da Casa Brasileira. Também colaboraram na curadoria os assistentes Rogério Ricciluca Matiello Félix e Wilton Guerra, pela primeira vez juntos.

O MCB foi criado em 1970 para registrar e expor as diferentes formas de morar, tornando-se o único museu brasileiro especializado em design. O acervo abarca muitos itens produzidos a partir da segunda metade do século XX, abrangendo peças assinadas ou produzidas pela indústria ou por camadas populares. Já o Museu Paulista da USP, do qual faz parte o Museu do Ipiranga, é voltado ao estudo de objetos e imagens que documentam a sociedade brasileira e tem móveis em sua maioria produzidos entre o século XVII e os anos 1920.

A exposição está instalada no salão de exposições temporárias, um espaço moderno, acessível e climatizado, com 900m2, localizado no piso jardim, o novo pavimento do Museu do Ipiranga. Os ingressos para a mostra são gratuitos.


Módulos da exposição
Sentar 
Apresenta móveis populares, cadeiras e poltronas feitas por designers dos séculos 20 e 21 e conjuntos de sofás e cadeiras dos séculos 18 e 19. Um conjunto de tipologias que remetem ao uso recorrente ao longo do tempo, incluindo , cadeiras de balanço, cadeiras para criança, sofás, poltronas, poltronas de braço, canapés, bancos, mochos, cadeiras de costura e cadeiras de escritório giratórias. . Entre os destaques, figuram , peças elaboradas para o trabalho como uma cadeira de barbeiro e um raro exemplar de cadeira de dentista portátil, além de bancos e esteiras indígenas.

Guardar
São apresentados diversos tipos de móveis que foram utilizados para armazenar roupas, cartas, documentos e valores. Caixas, canastras, cofres, cômodas, armários, guarda-roupas, contadores, papeleiras e escrivaninhas revelam, por um lado, os modos de dar segurança ao que se quer preservar ou transportar e, por outro, a proteção dos testemunhos da nossa intimidade e das roupas e acessórios que usamos. Entre os destaques, estão a cômoda papeleira com seus sistemas de segredo, guarda-roupas de Alberto Santos Dumont e cangalhas utilizadas em mulas para o transporte de cargas.

Dormir
São exibidos móveis que evidenciam diversas formas de deitar e descansar praticadas no Brasil ao longo de séculos. Da rede de origem indígena às camas de casal ou de solteiro, estes móveis foram utilizados tanto em espaços compartilhados, como em ambientes cada vez mais íntimos ou individuais. Pelos vários materiais usados em sua confecção – como fibras naturais, madeiras, couro, metais para encaixes e molas, plásticos e tecidos – pode-se trilhar o caminho entre fatura artesanal, muitas vezes feitas por indígenas e negros, e a linha de produção em série, como é o caso das Camas Patente. Muitas camas foram ofertadas às coleções dos museus por terem pertencido a membros das elites, como a família imperial, nobres que receberam seus títulos dos imperadores, como a Marquesa de Santos; ou de personalidades da política no regime republicano. O módulo também apresenta um conjunto de móveis que pertenceu ao quarto de dona Violeta Jafet, doado em 2017 ao Museu Paulista. Ele é composto por cama, mesas de cabeceiras, penteadeira, sapateira, banqueta, cadeiras e mesa circular e um divã estofado. Dormir, sentar e guardar estavam, assim, reunidos em um mesmo ambiente de elite, por meio dos móveis feitos pelo Liceu de Artes e Ofícios, que foi o mais famoso fabricante de móveis da cidade de São Paulo.

Serviço
Exposição temporária “Sentar, Guardar, Dormir: Museu da Casa Brasileira e Museu Paulista em Diálogo”
Encerramento: dia 29 de setembro
Sala de exposições temporárias, ala oeste do piso Jardim
Entrada gratuita

Acesso ao edifício Monumento
O acesso ao edifício monumento, no qual estão abertas as exposições de longa-duração, se dá por meio de ingressos vendidos por agendamento em nosso site ou diretamente na bilheteria. Mais informações: Link 

Museu do Ipiranga
Endereço: Rua dos Patriotas, 100
Funcionamento: de terça a domingo (incluindo feriados), das 10h00 às 17h00 (última entrada às 16h00)
Bilheteria a partir das 9h00
Ingressos para as exposições de longa-duração: R$ 30,00 e R$ 15,00 (meia-entrada)
Gratuidades: quartas-feiras e primeiro domingo do mês, além de entrada franca para públicos específicos.

Como chegar
Transporte público: de metrô, há duas estações próximas ao Museu, ambas da linha 2, verde: Alto do Ipiranga (30 minutos de caminhada) e Santos-Imigrantes (25 minutos a pé). A linha 710 da CPTM tem uma parada no Ipiranga (20 minutos de caminhada).
Principais linhas de ônibus: 4113-10 (Gentil de Moura – Pça da República), 4706-10 (Jd. Maria Estela – Metrô Vila Mariana), 478P-10 (Sacomã – Pompéia), 476G-10 (Ibirapuera – Jd.Elba), 5705-10 (Terminal Sacomã – metrô Vergueiro), 314J-10 (Pça Almeida Junior – Pq. Sta Madalena), 218 (São Bernardo do Campo – São Paulo).
Pessoas com deficiência em transporte individual: na entrada da rua Xavier de Almeida, nº 1, há vagas rotativas (zona azul) em 90°. Para quem usa bicicleta, foram instalados paraciclos na área do jardim.
Para quem usa bicicleta, há paraciclos próximos aos portões da R. Xavier de Almeida e R. dos Patriotas.

Patrocinadores e parceiros
Mantenedor: EDP, Shell, Vale
Patrocinador Master: Itaú
Parceiro Gold: Comgas, EMS, Sabesp, Santander
Patrocínio Silver: Caterpillar
Apoio: BNDES, Fundação BB
Empresas parceiras: Dimensional, Nortel, PWC, Too seguros
Parceria de mídia: Estadão, Revista Piauí, Uol, Instituto Bandeirantes
Apoio Institucional: MCB; Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo

.: Galeria Marilia Razuk apresenta a coletiva "Território em Transe" até dia 20


Mostra com tem obras de Anna Bella Geiger, Desali, Jaime Lauriano, Johanna Calle, Marcela Cantuária, Taygoara e Xadalu Tupã Jekupé e curadoria de Ana Carolina Ralston. Foto: 
Filipe Berndt / Divulgação


O título da exposição coletiva "Território em Transe", que segue na Galeria Marilia Razuk até 20 de julho, faz referência ao icônico filme "Terra em Transe", de Glauber Rocha, realizado em 1967, e como nas palavras da curadora Ana Carolina Ralston, “O diretor e roteirista enfatiza o drama sociopolítico vivido na América Latina em uma atmosfera de transe e de constante movimento”.  

Sob a mesma temática, envolvendo territorialidade, poder, disputas, divisas, diferentes culturas, registros históricos, e questões antropológicas, Território em transe traça conexões sobre o tema, entre as obras de seis artistas: Johanna Calle, representada pela galeria, e os demais convidados: Anna Bella Geiger, Desali, Jaime Lauriano, Marcela Cantuária, Taygoara e Xadalu Tupã Jekupé.

“Buscamos por meio dessa exposição coletiva reforçar o transe de territórios entre céu e terra e quem sabe encontrar nesse espaço um local de reflexão sobre um ideal conjunto que reformule as tão questionáveis formas de cartografar o mundo", explica a curadora Ana Carolina Ralston. 

A exposição se propõe a questionar e observar novas reflexões sobre territorialidade, mas sobretudo, levanta questões sobre sociedade, espiritualidade e suas inúmeras segmentações. Território em transe fica em cartaz entre 15 de maio e 20 de julho de 2024.


Serviço
"Território em Transe" (coletiva)
Exposição até dia 20 de julho de 2024
Local: Galeria Marilia Razuk – Sala 1
Rua Jerônimo da Veiga, 131 – Itaim Bibi, São Paulo
Segunda a sexta / 10h30 às 19h00
Sábado / 11h00 à 16h00
Entrada gratuita

quinta-feira, 4 de julho de 2024

.:“Os 30 Anos do Plano Real de A a Z” no Museu da Bolsa do Brasil


O público poderá conferir a mostra a partir de 12 de julho, no Edifício JB, conhecido por Prédio das Moedas, localizado no Centro Histórico de São Paulo. Imagem: divulgação MUB3


O MUB3 - Museu da Bolsa do Brasil, com apoio da Fundação Fernando Henrique Cardoso, da CVM - Comissão de Valores Mobiliários e da Febraban – Federação Brasileira de Bancos, inaugura em julho a exposição temporária “Os 30 Anos do Plano Real de A a Z”. A mostra celebra três décadas desde a implementação do Plano Real, um marco na história econômica do Brasil.

Lançado em 1994, o Plano Real mudou a economia brasileira ao trazer estabilidade monetária, controlando a inflação e influenciando diretamente a qualidade de vida dos brasileiros. A exposição oferecerá uma narrativa acessível, organizada de maneira alfabética, para facilitar a compreensão das etapas, conquistas, desafios e impactos dessa política econômica.

A mostra será estruturada em torno das 26 letras do alfabeto, cada uma representando um verbete relacionado ao Plano Real. Cada letra servirá como ponto de partida para explicar termos, eventos ou conceitos que ilustram a trajetória e o significado do Plano Real.

Além disso, a exposição contará com uma vitrine, onde serão exibidas cédulas da primeira família do real, proporcionando aos visitantes uma oportunidade única de vivenciar de perto este capítulo da história econômica do Brasil. A exposição “Os 30 Anos do Plano Real de A a Z” estará aberta ao público a partir de 12 de julho e ficará em cartaz até dia 12 de outubro, no Edifício JB, conhecido como Prédio das Moedas, no Centro Histórico de São Paulo.


Edifício JB – Prédio das Moedas
O histórico Edifício JB, que tem a bela fachada decorada com reproduções de moedas nacionais de diferentes épocas, já abrigou diversas instituições bancárias e foi reaberto ao público depois da reforma promovida pela B3 – Bolsa do Brasil. No térreo, abriga um café e conta com um espaço para exposições temporárias.


Sobre MUB3
O Museu da Bolsa do Brasil – MUB3 nasceu do desejo de se preservar e compartilhar a história do mercado de capitais brasileiro, a partir de uma potente plataforma de conhecimento, aberta a todas as pessoas que se interessam pelo tema e o pesquisam. O acervo originário das principais bolsas de valores do Brasil permitiu a criação do Museu, que passa agora a integrar uma rede de equipamentos culturais no centro de São Paulo ligados à história econômica brasileira, com reflexos para todo o Brasil.

Serviço
Exposição “Os 30 Anos do Plano Real de A a Z”
Visitação: 12 de julho a 12 de outubro
Horário: de segunda a sexta-feira, das 9h00 às 18h00, e aos sábados, das 10h00 às 16h00
Local: Edifício JB – Prédio das Moedas
Rua João Brícola, 59 – Centro Histórico de São Paulo
Próximo à estação São Bento do metrô
Entrada gratuita

quarta-feira, 3 de julho de 2024

.: Museu Afro Brasil reabre "Tributo a Emanoel Araujo" e inaugura exposições


Temática das novas mostras inclui história do samba paulistano e o olhar de dois artistas baianos sobre os espaços físicos e sociais. Imagens da exposição "Wagner Celestino: Caminhos do Samba"


No próximo fim de semana, o Museu Afro Brasil Emanoel Araujo, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, prestes a completar 20 anos de existência, reabre a exposição "Tributo a Emanoel Araujo" e inaugura duas novas mostras: "Wagner Celestino: Caminhos do Samba" e “Entre Linhas: Aurelino dos Santos e Rommulo Vieira Conceição”. As três exposições serão abertas ao público no sábado, 6 de junho de 2024, às 11h, em diferentes espaços do museu. A entrada é gratuita.

“Essas exposições aproximam e celebram quatro artistas extraordinários, num momento decisivo para o Museu Afro Brasil, prestes a completar 20 anos de existência”, sublinha Hélio Menezes, diretor artístico da instituição, e que assina a curadoria das  três mostras. “É quando o Museu volta os olhos para a sua própria história, a constituição de seu próprio acervo, reapresentando-o e rearranjando-o à luz de diálogos novos, inéditos – e, assim, qual sankofa, vira para trás para mirar para a frente”, completa.

O "Tributo a Emanoel Araujo" reabre na recepção do térreo, com as novas peças que integram o programa ‘Singular Plural’, programa dedicado à acessibilidade na mediação do acervo e das exposições temporárias do Museu. A mostra apresenta reproduções táteis de obras de Emanoel Araujo, artista e fundador do Museu Afro Brasil, e disponibiliza a audiodescrição do vídeo que compõe o acervo. 

A mostra "Wagner Celestino: Caminhos do Samba" é uma homenagem à rica tradição do samba paulistano. A partir do olhar sensível do fotógrafo Wagner Celestino, a exposição retrata figuras lendárias do samba, como Seu Nenê da Vila Matilde, Xangô da Vila Maria e Carlão do Peruche. Instalado sob a marquise do museu, na área externa, o acervo apresentará as fotografias acompanhadas de biografias dos homenageados.

A exposição “Entre Linhas: Aurelino dos Santos e Rommulo Vieira Conceição”, que estará disponível no térreo do Museu, coloca em diálogo os artistas soteropolitanos, explorando a profunda relação que ambos têm com os espaços físicos e sociais que os cercam. Aurelino dos Santos apresenta a complexidade urbana de Salvador em suas 28 pinturas, reordenando o caos urbanístico com cores vibrantes e elementos do cotidiano. Rommulo Vieira Conceição, com duas esculturas, transforma objetos do dia a dia em instalações que desafiam as fronteiras entre o interno e o externo. 


Sobre o Museu Afro Brasil Emanoel Araujo
Inaugurado em 2004 a partir da coleção de seu fundador, o Museu Afro Brasil Emanoel Araujo é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerido em parceria com a Associação Museu Afro Brasil - Organização Social de Cultura. Situado no Pavilhão Padre Manoel da Nóbrega, no Parque Ibirapuera, o museu possui mais de 8 mil obras em um espaço de 12 mil m², e destaca a inventividade e ousadia de artistas brasileiros e internacionais desde o século XVIII até a contemporaneidade, explorando temas como religião, trabalho, arte e escravidão, registrando a influência africana na construção da sociedade brasileira.


Serviço
Sábado,  6 de julho, das 11h00 às 18h00
"Tributo a Emanoel Araujo" -  Local: Recepção - Térreo
Wagner Celestino: Caminhos do Samba -  Local: Marquise
Entre Linhas: Aurelino dos Santos e Rommulo Vieira Conceição -  Local: Térreo
Endereço do Museu: Parque Ibirapuera, Av. Pedro Álvares Cabral, s/n, portão 10, São Paulo – SP (acesso via transporte público ou veículo de aplicativo)
Funcionamento: terça a domingo, 10h às 17h (permanência até às 18h)
Ingresso: R$ 15,00 (meia-entrada, R$7,50)
Entrada gratuita às quartas-feiras e no dia da abertura, 6 de julho
Estacionamento (Parque Ibirapuera)
Horário: das 5h à 0h
Acessos para automóveis: portões 3 e 7

.: Mostra que homenageia ator Al Pacino começa sábado no CCBB SP


Imagem de "O Poderoso Chefão II", filme de 1974

Ícone indiscutível da indústria cinematográfica, Al Pacino será homenageado com a Mostra Pacino no Centro Cultural Banco do Brasil em São Paulo, entre 6 de julho e 18 de agosto. A mostra já passou pelo CCBB RJ e também estará em cartaz no CCBB de Brasília. No CCBB SP, a programação contará com 24 longas e um debate com dois convidados: Maria Fernanda Vomero e Vanderlei Bernardino. Além disso, haverá um curso sobre a história da atuação no cinema (com duração de seis horas no total), que contemplará o método moderno de atuação nos Estados Unidos (EUA), onde se formou Al Pacino.

Na seleção de títulos da Mostra Pacino estão alguns de seus trabalhos mais cultuados, como "Perfume de Mulher", que lhe rendeu um Oscar em 1993 e filmes com interpretações consagradas, como a trilogia "O Poderoso Chefão", que acompanha sua ascensão e queda como um mafioso nos Estados Unidos. Além disso, formam parte da programação filmes que fez com "Michael Mann: fogo Contra Fogo", "O Informante" e "Um Dia de Cão", de Sidney Lumet, que ganha sessão com acessibilidade (legendagem descritiva, audiodescrição e libras).

O curador da Mostra, Paulo Santos Lima, explica que a intenção é rever a história do mundo e das artes através desse grande ator. "A história de vida de um artista do cinema é a de uma filmografia (...). Filmes costumam espelhar a realidade, e a intenção aqui é revermos a história do mundo e a das artes nas últimas cinco décadas através do gênio deste extraordinário artista".

A mostra é, também, uma chance de (re)ver filmes menos famosos, mas nem por isso menores em sua carreira, como "Os Viciados", de Jerry Schatzberg, lançado em 1971, no qual o ator faz seu primeiro protagonista, um viciado e traficante. Entre os longas que a mostra resgata, estão "O Espantalho", de Jerry Schatzberg, e "Um Momento, Uma Vida", de Sidney Pollack.

Não poderiam ficar de fora filmes que levaram Al Pacino a indicações ao Oscar, como "Dick Tracy", "Justiça para Todos", "Um Dia de Cão" e "Serpico". Fazem parte da Mostra Pacino, algumas de suas produções mais recentes, e também uma obra inédita nos cinemas brasileiros, como é o caso de "Maglehorn" (2015).

“Al Pacino é uma virtuose da interpretação de cinema, pelo que faz em cena e pelo que sua imagem emana da tela. Um ator genial que traz a finesse do método de atuação moderna que singulariza o cinema norte-americano e, especialmente, habita um imaginário coletivo, sendo uma referência transcultural”, conta Santos Lima.

Em mais de 50 anos de carreira, Al Pacino esteve com notórios diretores, de Sidney Lumet e Brian De Palma a, mais recentemente, Martin Scorsese e Quentin Tarantino. O ator também foi para detrás das câmeras e dirigiu quatro longas-metragens que tratam do teatro, paixão eterna de Al Pacino.

Oferecer ao público do CCBB a chance de vivenciar o trabalho de um dos maiores atores do nosso tempo é uma oportunidade única para testemunhar a evolução de uma forma de atuação que deixou uma marca indelével em décadas da cinematografia global. Ao realizar esse projeto, o Centro Cultural Banco do Brasil reafirma o seu compromisso de ampliar a conexão dos brasileiros com a cultura, por meio de uma mostra que homenageia um dos maiores atores do nosso tempo e inspira uma nova geração de artistas e cinéfilos.


Sobre os convidados do debate
Maria Fernanda Vomero:
jornalista, orientadora criativa de projetos artísticos e doutora em Artes Cênicas pela Universidade de São Paulo (USP). Tem especialização em Documental Creativo pela Universitat Autònoma de Barcelona (UAB), Espanha. Atua como provocadora cênica em diversos coletivos teatrais da cidade de São Paulo desde 2014. Foi curadora das Ações Pedagógicas da Mostra Internacional de Teatro de São Paulo de 2015 a 2020. Como jornalista, trabalhou em revistas como Superinteressante, Revista das Religiões e Bravo!, além de ter colaborado como freelancer com diversas outras publicações. Atualmente escreve textos sobre teatro, cinema e literatura.

Vanderlei Bernardino: ator, Mestre em Meios e Processos Audiovisuais com a dissertação “O Ator do Teatro de Arena no Cinema Novo” e Bacharel em Interpretação Teatral pela Escola de Comunicações e Artes-USP. Alguns dos espetáculos teatrais que participou estão “O Paraíso Perdido”, “O Livro de Jó” , “Apocalipse 1,11” com o Grupo Teatro da Vertigem; “O Idiota”, “O Duelo” com a cia mundana; “Galileu Galilei” com a atriz Denise Fraga. No audiovisual atuou nas séries “Sintonia”, “Irmandade”, “Segunda Chamada”, “Colônia”, “O Rei da TV”, “Rota 66” e nos longas-metragens “Mussum – O Filmis”, “Fortaleza Hotel”.

Serviço
Mostra de Cinema Pacino
Local: Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo
Período: 6 de julho a 18 de agosto
Ingressos: R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (meia-entrada), disponíveis em bb.com.br/cultura e bilheteria do CCBB
Endereço: Rua Álvares Penteado, 112 – Centro Histórico – SP 
Entrada acessível: Pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida e outras pessoas que necessitem da rampa de acesso podem utilizar a porta lateral localizada à esquerda da entrada principal.
Funcionamento CCBB: Aberto todos os dias, das 9h às 20h, exceto às terças
Informações: (11) 4297-0600
Estacionamento: O CCBB possui estacionamento conveniado na Rua da Consolação, 228 (R$ 14 pelo período de 6 horas - necessário validar o ticket na bilheteria do CCBB). O traslado é gratuito para o trajeto de ida e volta ao estacionamento e funciona das 12h às 21h.
Transporte público: O CCBB fica a 5 minutos da estação São Bento do Metrô. Pesquise linhas de ônibus com embarque e desembarque nas Ruas Líbero Badaró e Boa Vista.
Táxi ou Aplicativo: Desembarque na Praça do Patriarca e siga a pé pela Rua da Quitanda até o CCBB (200 m)
Van: Ida e volta gratuita, saindo da Rua da Consolação, 228. No trajeto de volta, há também uma parada no metrô República. Das 12h às 21h.

terça-feira, 18 de junho de 2024

.: CCBB São Paulo recebe a exposição "A.R.L. Vida e Obra"


O legado de Antônio Roseno de Lima, marcado pela extrema pobreza e falta de reconhecimento, poderá ser contemplado a partir do dia 26 de junho, na capital paulista. Na imagem, Sereia de A.R.L.Foto: Adriano Rosa


A exposição "A.R.L. Vida e Obra", em cartaz de 26 de junho a 19 de agosto, no CCBB SP - Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo, é uma oportunidade única para o público conhecer a produção de Antônio Roseno de Lima, artista outsider descoberto no final da década de 1980 pelo professor doutor do Instituto de Artes da Unicamp, Geraldo Porto, que também assina a curadoria da mostra. Semianalfabeto, o fotógrafo e pintor tirou da dura realidade de favelado a inspiração para criar uma obra que é reflexo da mais pura e encantadora arte bruta, onde autorretratos, onças, vacas, galos, Santos Dumont, bêbados, mulheres e presidentes foram seus temas principais.

Apesar das condições precárias em que vivia na favela Três Marias, em Campinas, onde morou de 1962 até sua morte, em junho de 1998, Roseno expressava seus sonhos e observações do cotidiano através de suas pinturas, muitas vezes utilizando materiais improvisados encontrados no lixo: pedaços de latas, papelão, madeira e restos de esmalte sintético. Quando gostava de algum desenho, recortava-o em latas de vários tamanhos para usar como modelo, além de outros materiais como lã, em épocas de frio. Seu barraco era sua tela, onde cores vibrantes e figuras contornadas em preto ganhavam vida, revelando uma poesia visual única. Nas obras, as diversas aspirações do artista são representadas, mas uma delas se repete em toda a sua arte: "Queria ser um passarinho para conhecer o mundo inteiro!"

 
Pedaços da alma e da vida
Com o intuito de desvendar as diferentes camadas da obra de Antônio Roseno de Lima, a exposição em cartaz no CCBB São Paulo está dividida em seis seções, apresentando um panorama completo das diversas facetas do artista. Na primeira delas, "O Bêbado", vislumbramos as raízes de A.R.L. em sua arte, onde se destacam cores chapadas e não existem meios-tons ou efeito de claro-escuro, além do uso de palavras. 

Iniciada em 1975, essa série traz rostos de olhos embaralhados e alucinados pela bebida, trabalho que o projetou como artista no mercado internacional, se tornando sua marca registrada. Em "Recortes da Cidade", mergulhamos nas aspirações e fantasias do artista, onde o vemos estampado em notas de dinheiro (fora de circulação); a casa bonita, colorida e com luz elétrica; o prédio moderno e a fábrica onde almejava trabalhar.

 Na seção "Presidentes" figuram fatos históricos e notáveis como Afonso Pena, Nilo Peçanha, Getúlio Vargas, Mário de Andrade e Santos Dumont, o seu maior ídolo (aquele que provavelmente lhe embutiu o desejo de ser um passarinho). Já em "O Fotógrafo", temos reflexos de sua grande paixão, o ofício que aprendeu a exercer aos 35 anos, em São Paulo capital, e tentou manter vivo no interior (Indaiatuba), mesmo depois de fechar seu estúdio por falta de recursos. “Frutos, Flores e Animais” trazem composições ingênuas de galos, sapos, cavalos, gatos, capivaras e onças ou ainda quadros com traços quase "picassianos" de vacas. "Mulheres e Santas" completa o passeio pela alma criativa de Roseno, um galanteador que gostava de retratar mulheres bonitas, e que seguiu as homenageando em forma de sereias ou à imagem de Nossa Senhora Aparecida.

Serviço
“A.R.L. Vida e Obra” de Antônio Roseno de Lima
Curador | Geraldo Porto
Centro Cultural Banco do Brasil
Prédio Anexo: Rua da Quitanda, 80 – Centro Histórico – SP, próximo à estação São Bento do Metrô
Período: 26 de junho a 19 de agosto de 2024
Funcionamento: aberto todos os dias, das 9h às 20h, exceto às terças.
Ingressos gratuitos:  disponíveis no site bb.com.br/cultura e na bilheteria física do CCBB São Paulo
* a partir de 21/6
Classificação Indicativa: livre
Informações: (11) 4297-0600
Estacionamento: O CCBB possui estacionamento conveniado na Rua da Consolação, 228 (R$ 14 pelo período de 6 horas – necessário validar o ticket na bilheteria do CCBB). O traslado é gratuito para o trajeto de ida e volta ao estacionamento e funciona das 12h às 21h.
Transporte público: O CCBB fica a 5 minutos da estação São Bento do Metrô. Pesquise linhas de ônibus com embarque e desembarque nas Ruas Líbero Badaró e Boa Vista. Táxi ou Aplicativo: Desembarque na Praça do Patriarca e siga a pé pela Rua da Quitanda até o CCBB (200 m).
Táxi ou Aplicativo: Desembarque na Praça do Patriarca e siga a pé pela Rua da Quitanda até o CCBB (200 m).
Van: Ida e volta gratuita, saindo da Rua da Consolação, 228. No trajeto de volta, há também uma parada no metrô República. Das 12h às 21h.
Centro Cultural Banco do Brasil - São Paulo
Rua Álvares Penteado, 112, Centro Histórico / São Paulo

domingo, 16 de junho de 2024

.: Exposição "Calder + Miró" traz mais de 150 obras no Instituto Tomie Ohtake


Jaime Acioli, © 2024 Calder Foundation, New York _ Artists Rights Society (ARS), New York _ AUTVIS, Brasil. Alexander Calder, Hello Allentown, 1976, © 2024 Calder Foundation, New York _ Artists Rights Society (ARS), New York _ AUTVIS, Brasil

Ministério da Cultura, Bradesco e Instituto Tomie Ohtake apresentam a exposição "Calder + Miró", que evidencia a ligação entre os trabalhos do escultor norte-americano Alexander Calder (1898-1976) e do espanhol Joan Miró (1893-1983), assim como os desdobramentos dessa amizade na cena artística brasileira. A presente exposição, que já esteve em cartaz no Instituto Casa Roberto Marinho, no Rio de Janeiro, em 2022, chega a São Paulo com novidades. 

Com curadoria de Max Perlingeiro, acompanhado pelas pesquisas de Paulo Venâncio Filho, Roberta Saraiva e Valéria Lamego, a mostra traz  cerca de 150 peças – entre pinturas, desenhos, gravuras, esculturas, móbiles, stabiles, maquetes, edições, fotografias e jóias. Ao conjunto originalmente exibido na exposição carioca, soma-se uma obra monumental de Calder, além de trabalhos de Tomie Ohtake entre a seleção de artistas nacionais. A exposição conta com o patrocínio do Bradesco na Cota Apresenta, Aché Laboratórios e Dasa com Patrocínio Institucional, Embaixada e Consulados da Espanha no Brasil e Iguatemi na Cota Apoio, através do Ministério da Cultura, via Lei de Incentivo à Cultura e Governo Federal União e Reconstrução.

Ocupando quase todos os espaços expositivos do Instituto Tomie Ohtake, a mostra contempla a amizade entre um dos principais escultores modernos e um dos mais famosos pintores surrealistas. De origens distintas – Calder era norte-americano e Miró espanhol – os dois desenvolveram uma notável amizade iniciada em 1928, quando ambos viviam em Paris. A relação permaneceu profunda até a morte do escultor, em 1976. “Historicamente, a ligação entre os dois artistas foi objeto de estudo de pesquisadores, com resultados surpreendentes, embora romanceada na maioria das vezes, e, ao longo de décadas, realizaram-se inúmeras mostras e publicações. É o que chamo de 'a estética de uma amizade' ", observa Perlingeiro.

De maneira livre e espontânea, Miró combinava formas orgânicas, cores vibrantes e símbolos enigmáticos, criando uma atmosfera única e intrigante. Esses elementos muito presentes em suas obras, também aparecem no trabalho de Calder, estabelecendo uma relação íntima entre ambas as produções e, por consequência, uma das grandes contribuições para a abstração do século 20. Articulados em pontos de equilíbrio estável, os móbiles de Calder são objetos que fazem um movimento sutil provocado pela passagem de ar. Já os stabiles são esculturas sempre apoiadas no chão. Feitas com o intuito de serem grandiosas e dinâmicas, grande parte das obras públicas do artista são stabiles espalhadas por diversos países.

No Brasil, as obras destes artistas apresentam importantes desdobramentos nos debates estéticos e produções artísticas que, a partir da década de 1940,  passaram a pautar a abstração de maneira mais enfática. A relevância das contribuições de Calder e Miró no contexto nacional se mostra, ainda, na larga presença de seus trabalhos em coleções brasileiras — para esta exposição, todas as obras apresentadas são provenientes de coleções públicas e privadas do Brasil.

À frente do núcleo de artistas brasileiros apresentado na mostra, Paulo Venancio Filho selecionou trabalhos de nomes consagrados e influenciados direta ou indiretamente pelas produções de Calder e Miró, como Abraham Palatnik; Aluísio Carvão; Antonio Bandeira; Arthur Luiz Piza; Franz Weissmann; Hélio Oiticica; Ione Saldanha; Ivan Serpa; Mary Vieira; Milton Dacosta; Mira Schendel; Oscar Niemeyer; Sérvulo Esmeraldo; Tomie Ohtake e Waldemar Cordeiro. Como afirma Venâncio Filho: “ Em ambos, Calder e Miró, a abstração não obedecia a um programa pré-determinado. Estava, antes, fundada na intuição e na imaginação e, portanto, aberta ao instável, ao acaso, ao indeterminado — algumas das características que, não por acaso, vamos encontrar no construtivismo brasileiro a partir dos anos 1950 e que vão estabelecer nossa contribuição original à arte abstrata, particularmente na relação entre forma e cor.”, comenta o curador.

"Viúva Negra" ("Black Widow")
Emprestada pelo Instituto de Arquitetos do Brasil – São Paulo (IAB-SP) especialmente para a exposição paulistana, a obra Viúva Negra (Black Widow), com 3,5 metros de altura e 2 metros de largura, terá uma sala exclusiva. A escultura foi restaurada em 2015 pela Calder Foundation, New York, por ocasião de uma retrospectiva do artista na Tate Modern, em Londres. Criada em 1948, a obra foi exposta no Brasil duas vezes neste mesmo ano. Já em 1954, foi doada pelo artista ao IAB/SP, em agradecimento ao apoio na realização das exposições.

A relação com o Brasil
Calder visitou o Brasil pela primeira vez em 1948, quando foram realizadas exposições individuais no Rio de Janeiro (no atual Edifício Gustavo Capanema) e em São Paulo (MASP).  Intermediada pelos arquitetos Henrique Mindlin (1911–1971) e Rino Levi (1901–1965), a correspondência entre Calder e Pietro Maria Bardi (1900–1999), então diretor do MASP, registrou o interesse deste museu em receber os trabalhos do artista, que naquela época já era uma referência central para a escultura moderna. Para Bardi, a mostra seria o encontro das “equações de cor, forma e equilíbrio” de Calder no país em que “o balão de São João, de cores e formas as mais curiosas, constitui um anseio abstracionista”.

No contexto de suas primeiras mostras no Brasil, a crítica nacional já considerava Calder o “arquiteto das formas móveis”, e as noções de movimento, forma e ritmo presentes em sua obra permearam o pensamento de toda uma geração de arquitetos brasileiros. O artista voltaria ao país mais duas vezes, estabelecendo amizade com artistas, críticos e arquitetos brasileiros. Mário Pedrosa (1900-1981), com quem manteve uma relação mais duradoura, foi um dos críticos que mais escreveu sobre o escultor.

Já Miró, mesmo sem nunca ter visitado o Brasil, estabeleceu vínculo com o país desde que conheceu e tornou-se amigo do poeta pernambucano João Cabral de Melo Neto (1920-1999), que chegou a Barcelona em 1947 para servir como vice-cônsul. A relação do artista espanhol com este e outros poetas ganha destaque na exposição. Uma das salas conta com vitrines e monitores com versão animada de seis obras gráficas de Miró, quatro das quais em colaboração com poetas, como o romeno Tristan Tzara (1896-1963), os franceses René Crevel (1900-1935) e Robert Desnos (1900-1945), além do autor pernambucano.


Programação pública
Acompanhando todo o período expositivo de Calder+Miró, o Instituto Tomie Ohtake oferece uma programação pública inteiramente gratuita e destinada a públicos diversos. Instigadas pelas obras e pelos processos criativos dos artistas, as diferentes atividades incluirão ativações, oficinas práticas – como de desenho de observação em movimento –, uma programação voltada à exploração sonora das obras, bem como cursos e rodas de conversa que exploram temas como a relação entre vanguarda brasileira e a abstração - incluindo um curso de dois dias sobre arte abstrata no Brasil, o encontro entre arquitetura e artes visuais no Brasil, e a produção de artistas contemporâneos.

Ainda, o Instituto promoverá uma série de ações voltadas especialmente à educação, oferecendo uma programação de abertura para professores da rede pública, um ciclo de conversas que discutirá a intersecção entre arte e educação, além das visitas mediadas e visitas ateliês oferecidas à escolas e outras instituições. As datas da programação pública serão divulgadas nas semanas pré-abertura da exposição através do site e das redes sociais do Instituto.


Exposição
"Calder + Miró"
Curadoria: Max Perlingeiro
Abertura: 20 de junho, às 19h (convidados)
Em cartaz até 15 de setembro de 2024
De terça a domingo, das 11h às 19h – entrada franca
Instituto Tomie Ohtake
Av. Faria Lima 201 (Entrada pela Rua Coropé, 88) - Pinheiros SP
Metrô mais próximo - Estação Faria Lima/Linha 4 – amarela
Telefone: (11) 2245-1900

sexta-feira, 14 de junho de 2024

.: Mostra "Araquém Alcântara - 50 Anos de Fotografia" na Pinacoteca de Santos


A exposição de "Araquém Alcântara - 50 anos de Fotografia" está em cartaz na Pinacoteca Benedicto Calixto, em Santos, dentro da iniciativa Arte na Pinacoteca. A mostra celebra cinco décadas da influente carreira do fotógrafo Araquém Alcântara, pioneiro na documentação dos ecossistemas brasileiros e por suas narrativas visuais que exploram a complexa interação entre humanos e natureza. Esta exposição não é apenas uma retrospectiva de seu trabalho, mas também um destaque sobre como a fotografia pode ser um meio poderoso para o engajamento social e ambiental.

A 2ª Edição do Projeto Plano Anual de Atividades - Arte na Pinacoteca - Pronac 233045 é uma realização do Ministério da Cultura, com o patrocínio da Brasil Terminal Portuário (BTP), MSC, MEDLOG, Ecovias, Rumo e G. PIEROTTI, apoio institucional TV Tribuna, promovido pela Fundação Benedicto Calixto. Arte na Pinacoteca tem se destacado como um vetor importante para a democratização do acesso à cultura em Santos. Cada exposição trazida sob esta iniciativa contribui significativamente para o aumento de visitações, gerando impacto econômico positivo através da criação de empregos diretos e indiretos e estimulando o turismo local.

Além das exposições, o Arte na Pinacoteca engaja o público com uma variedade de atividades educativas, incluindo palestras e oficinas específicas para cada mostra, e promove visitações especiais para alunos de escolas municipais, fortalecendo o papel educativo e inclusivo da arte.


Sobre Araquém Alcântara
Fotógrafo, jornalista e professor, Araquém Alcântara iniciou os estudos em jornalismo na Universidade de Santos em 1970. Como repórter, teve passagens por O Estado de S. Paulo e Jornal da Tarde, onde também descobriu sua paixão pela fotografia. Ficou conhecido por seu trabalho ambientalista, especialmente após documentar o Parque da Juréia em 1979, o que o levou a explorar e fotografar a Mata Atlântica. Atuou em grandes jornais brasileiros até se tornar freelancer em 1985, colaborando com publicações nacionais e internacionais. É autor de 17 livros sobre ecossistemas brasileiros e dedica-se a ensinar fotografia em workshops por todo o Brasil, inspirando novas gerações a preservar a natureza.


Sobre a Pinacoteca Benedicto Calixto
Pinacoteca Benedicto Calixto, é reconhecida como um dos espaços culturais mais significativos da Baixada Santista, com um compromisso contínuo de promover arte e cultura. Em um edifício cheio de história, proporciona experiências artísticas diversificadas e ricas, celebrando a arte em todas as suas formas.


Serviço
Exposição "Araquém Alcântara - 50 Anos de Fotografia"
Pinacoteca Benedicto Calixto, Av. Bartolomeu de Gusmão, 15, Boqueirão, Santos, SP
Período: até 21 de julho de 2024
Visitação gratuita: de terça a domingo, das 9h00 às 18h00
Informações: (13) 3288-2260
Site: http://www.pinacotecadesantos.org.br

quinta-feira, 30 de maio de 2024

.: Feriadão: Museu da Língua Portuguesa tem gratuidade no fim de semana


A partir de 2 de junho, quem vier aos Museu aos domingos também não pagará nada para visitar suas exposições. 
Imagem da mostra temporária "Línguas africanas que fazem o Brasil". Foto: Guilherme Sai


Cinema ao ar livre e exposição sobre línguas africanas presentes no Brasil são as principais atividades do feriado prolongado no Museu da Língua Portuguesa, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo. Além disso, a partir de 2 de junho, a entrada também passará a ser gratuita aos domingos para todos os públicos – promoção válida até 31 de agosto. Aos sábados, os ingressos já são grátis para todas as pessoas.  

Em cartaz desde o dia 24 de maio, a exposição temporária Línguas africanas que fazem o Brasil destaca a presença de línguas oriundas de África no português falado no Brasil. Iorubá, eve-fom e as línguas do grupo bantu também moldaram o modo como pronunciamos as palavras e entoamos as frases. Com curadoria de Tiganá Santana, a mostra contém obras de nomes como Aline Motta, J. Cunha, Goya Lopes e Rebeca Carapiá que ajudam a revelar a existência das culturas africanas na arquitetura, no design e na arte como um todo do país. Sucesso de público, uma sala interativa apresenta o significado de palavras como axé, afoxé e acarajé.  

A exposição conta com patrocínio máster da Petrobras, patrocínio da CCR, do Instituto Cultural Vale, e da John Deere Brasil; e apoio do Itaú Unibanco, do Grupo Ultra e da CAIXA.  Outra dica é visitar a exposição principal do Museu, onde a diversidade da língua portuguesa falada no Brasil e em outras partes do mundo é destacada. Tudo isso em meio a experiências audiovisuais e imersivas, por meio das quais adultos e crianças aprendem brincando. Entre elas, o Beco das Palavras, um jogo em que as pessoas juntam sufixos e prefixos para formar uma palavra em uma mesa interativa.  

Também é imperdível uma passada pelo terraço do Museu, de onde há uma vista privilegiada da torre do relógio do histórico prédio da Estação da Luz e do entorno do Museu. Ao redor, podem ser avistados locais como o Parque da Luz e a Sala São Paulo. É um ótimo lugar para registrar a visita e postar a foto nas redes sociais.   

A temporada 2024 conta com o patrocínio máster da Petrobras, patrocínio da CCR, do Instituto Cultural Vale, e da John Deere Brasil; com apoio do Itaú Unibanco, do Grupo Ultra, e da CAIXA. Conta ainda com as empresas parceiras Instituto Votorantim, Epson, Machado Meyer, Verde Asset Management. Revista Piauí, Guia da Semana, Dinamize e JCDecaux são parceiros de mídia. A EDP é patrocinadora máster da reconstrução do Museu. A reconstrução e a temporada 2024 são uma realização do Ministério da Cultura, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura – Lei Rouanet.  

Serviço
Exposição principal e mostra temporária Línguas africanas que fazem o Brasil 
De terça a domingo, das 9h às 16h30 (com permanência até as 18h)
R$ 24 (inteira); R$ 12 (meia) 
Grátis para crianças até 7 anos 
Grátis aos sábados e aos domingos
Acesso pelo Portão A 
Venda de ingressos na bilheteria e pela internet: 
https://bileto.sympla.com.br/event/90834/  


Museu da Língua Portuguesa 
Praça da Língua, s/nº - Luz – São Paulo

terça-feira, 28 de maio de 2024

.: "Macunaíma" é tema de uma exposição interativa de realidade virtual em SP


A ideia é criar uma ponte entre o passado e o presente, utilizando tecnologia para interagir com o escritor e alguns dos mitos retratados em seu clássico.

O livro "Macunaíma" é tema de uma exposição interativa em realidade virtual que acontece até 4 de agosto na Casa Mário de Andrade em São Paulo, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, e gerenciada pela Poiesis. A ideia é criar uma ponte entre o passado e o presente, utilizando tecnologia para interagir com o escritor e alguns dos mitos retratados em seu clássico de maneira envolvente para a geração do século XXI. A entrada é franca e a mostra acontece de terça a domingo, das 10h00 às 18h00.

Assinado por Mário de Andrade, "Macunaíma" foi escrito em 1928 e ainda hoje é um livro de referência para compreendermos nossa diversidade cultural. A exposição “A Origem de Macunaíma” contará com três partes: uma experiência interativa em realidade virtual (VR); uma exposição sobre a expedição Koch-Grünberg de 1911, a partir da qual o autor descobriu os mitos de Macunaíma relatados por indígenas e registrados pelo etnógrafo alemão Theodor Koch-Grünberg; e por fim poderá realizar uma visita virtual ao Monte Roraima, considerado sagrado pelos povos indígenas que vivem ao seu redor. 

A mostra, que foi produzida pelo Studio KwO, é composta por três estações de realidade virtual de última geração, com sessões individuais a cada 15 minutos e agendadas gratuitamente no site da Casa Mário de Andrade. Ao colocarem os óculos, os visitantes serão transportados para um encontro virtual com Mário de Andrade em seu escritório, e em seguida levados a uma visita ao Monte Roraima e seus mitos. Dentro da experiência o público poderá interagir com objetos e até conversar com um pajé em volta de uma fogueira, ouvindo as antigas histórias de seu povo. A experiência VR é aberta a todos acima de 12 anos. Segundo Francisco Almendra, curador da exposição e diretor do Studio KwO, a ideia da exposição surgiu em 2021, quando o mundo se encontrava ainda imerso na pandemia. 

“A proposta surgiu do desejo de viajar a algum lugar distante por conta do confinamento forçado, e voltei a sonhar com um desejo antigo e enigmático: o Monte Roraima – ou Rorõ-imã, que nas línguas indígenas Pemon significa “o grande verde-azulado” – uma muralha de pedra envolta em nuvens erguendo-se centenas de metros verticalmente ao redor das selvas e campos da tríplice fronteira entre Brasil, Venezuela e Guiana”, explica Almendra. 

Localizado no coração da Amazônia, o Monte Roraima é um verdadeiro “Monte Olimpo” latinoamericano, pois segundo a tradição local, em seu cume compartilhado por três países vive o deus-herói complexo e ambivalente Makunaimã, nada menos que a entidade indígena que inspirou Mário de Andrade a escrever seu clássico modernista, Macunaíma. “Fiquei surpreso ao descobrir a ligação entre o Monte Roraima e Macunaíma, e a partir daí nasceu o desejo de criar uma narrativa imersiva, revelando os mitos indígenas da região para o público, e democratizando o acesso aos segredos dessa montanha icônica”, diz. Compre o livro "Macunaíma", de Mário de Andrade, neste link.


Experiência multifacetada
Para criar a experiência imersiva, a equipe técnica do Studio passou duas semanas no topo do Monte Roraima digitalizando seu relevo e flora em 3D. Além da realidade virtual, a mostra também trará imagens panorâmicas em grande formato realizadas durante a expedição, e um tour virtual do Monte Roraima. Um grande mapa cenográfico trará portais digitais para os pontos mais icônicos desta incrível montanha, acessíveis em 360° através de realidade aumentada com os celulares dos próprios visitantes. Será possível até tirar selfies no alto do Monte Roraima e compartilhar diretamente no Instagram. Não será necessário agendamento prévio, e a classificação é livre. 

O projeto foi viabilizado com apoio parcial através do edital de realidade virtual do PROAC-SP em 2021 para a criação da experiência imersiva, e o apoio da Casa Mário de Andrade, da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, para a montagem da exposição. Em parceria com a Universidade de Marburg e o Museu Etnográfico de Berlim, a exposição trará reproduções dos mapas, diários, fotos, filmes e gravações fonográficas originais realizadas em 1911 pela expedição Koch-Grünberg, oferecendo uma visão detalhada da vida e mitologia dos povos que guardavam os mitos originais de Makunaimã. Anciãos e lideranças indígenas das comunidades Pemon de Paraitepuy e Kumarakapay também tiveram um papel importante ao trazer as versões atuais dos mitos, complementando os antigos registros feitos há mais de um século. Garanta o seu exemplar de "Macunaíma", escrito por Mário de Andrade, neste link.

Sobre a Casa Mário de Andrade
A exposição faz parte da programação de reabertura da Casa Mário de Andrade, um dos museus mais emblemáticos da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, gerenciado pela Poiesis. A Casa Mário de Andrade funciona no endereço da antiga casa do escritor Mário de Andrade, um dos principais mentores do modernismo brasileiro e da Semana de Arte Moderna de 1922. O Museu abriga uma exposição permanente, que é aberta à visitação, com objetos pessoais do modernista, além de documentos de imagem e áudio relacionados à sua trajetória. A instituição também realiza uma intensa programação de atividades culturais e educativas.

Serviço
Exposição "A Origem de Macunaíma"
Data: até 4 de agosto de 2024
Local: Casa Mário de Andrade – Rua Lopes Chaves, 546 – Barra Funda – São Paulo
Horário de funcionamento: Terça a domingo, das 10h às 18h
Entrada gratuita
Classificação: livre
Experiência em realidade virtual: somente com agendamento pelo site: www.origemdemacunaima.com.br. Classificação 12 anos.

segunda-feira, 27 de maio de 2024

.: Marcos Akasaki na Mostra "Equilíbrio Instável", no Espaço Cultural FESPSP


Artista plástico assina esculturas, pinturas, desenhos, cerâmicas e outras técnicas contemporâneas que se entrelaçam em estruturas que ostentam a instabilidade como expressão artística, Na imagem, a obra "Sonhos de Um Jardim em Movimento"

Com entrada gratuita, a mostra individual do artista plástico Marcos Akasaki, “Equilíbiro Instável” pode ser vista até o dia 29 de junho, de segunda a sábado, das 10h00 às 19h00, no Espaço Cultural da FESPSP (Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo), que foi reinaugurado no final do ano passado na Rua General Jardim, região Central de São Paulo. É um conjunto de obras compostas por esculturas, pinturas, desenhos, cerâmicas e outras técnicas contemporâneas que ostentam a instabilidade como expressão artística.

“Cada uma das obras da exposição condensa micromundos sensoriais, que, além de evidenciar o potencial autoral de Akasaki, transbordam metáforas e subjetividades pelas cores e formas. Explodem submundos lúdicos costurados por frames cromáticos reverberantes; como moléculas de um universo onírico e propositivo onde o artista projeta fábulas associativas aos espectadores; poemas hilemórficos estruturados em suas cadências de formas, materiais e cores, nas suas espacialidades”, explica o PhD Andrés I. M. Hernández, responsável pela curadoria da mostra.

O artista consegue extrair da instabilidade de materiais densos como o ferro e a cerâmica uma delicadeza no equilíbrio a partir dos tensionamentos formais, conceituais e espaciais, que as obras projetam instaurados na sua concepção, construção e visibilidade que carregam. O “Equilíbrio Instável” está nos embates discursivos provocados pela construção das obras e seus movimentos que sugerem a reformulação e a assimilação de cada componente estrutural e material das obras a partir do encontro com o espectador.

Sobre o artista
Marcos Akasaki nasceu em Tupã (São Paulo) e, atualmente, divide-se entre São Paulo e São José do Rio Preto. Graduado pela ESPM – Escola Superior de Propaganda e Marketing e cursa Artes Visuais na Uninter. Seus trabalhos transitam entre a pintura em tela e esculturas com suporte de peças de cerâmica de Alta temperatura, onde os traços, formas e linhas orgânicas inspiradas na natureza se entrelaçam em um imaginário de cores, formas e movimentos.

Possui obras nos acervos das prefeituras de Praia Grande, Guarulhos e Ilha Bela, decorrentes de prêmios aquisitivos nos salões de Artes destas cidades. Realizou exposições individuais em São Paulo, em galerias, e em Santos e Botucatu, em instituições governamentais. É presidente da Comissão de Artes Plásticas do Bunkyo (Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e Assistência Social) e organiza o Salão Bunkyo de Arte Contemporânea, a Feira de Arte, além de palestras e o curso infantil de pintura na Instituição.


Serviço
Exposição "Equilíbrio Instável"
Artista: Marcos Akasaki
Curador: PhD Andrés I. M. Hernández
Local: Espaço Cultural da FESPSP
Endereço: Rua General Jardim, 522 – Vila Buarque / São Paulo
Período de exposição: de 27 de maio a 29 de junho
Horário de visitação: de segunda a sábado, das 10h00 às 19h00

domingo, 26 de maio de 2024

.: Mostra "Línguas Africanas que Fazem o Brasil" no Museu da Língua Portuguesa

Com curadoria do músico e filósofo Tiganá Santana, projeto destaca a influência das línguas iorubá, eve-fom e do grupo bantu no português falado no Brasil e na cultura nacional. Mostra será aberta no dia 24 de maio. Foto: Guilherme Sai


O dia a dia do povo brasileiro é atravessado pelas presenças africanas na forma como nos expressamos – seja na entonação, no vocabulário, na pronúncia ou na forma de construir o pensamento. É sobre essas presenças que trata a exposição temporária "Línguas Africanas que Fazem o Brasil", com curadoria do músico e filósofo Tiganá Santana e realização do Museu da Língua Portuguesa, instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo. Aberta ao público desde a última sexta-feira, dia 24 de maio, a mostra fica em cartaz até janeiro de 2025. A exposição conta com patrocínio máster da Petrobras, patrocínio da CCR, do Instituto Cultural Vale, e da John Deere Brasil; e apoio do Itaú Unibanco, do Grupo Ultra e da CAIXA. 

Línguas dos habitantes de terras da África Subsaariana, como o iorubá, eve-fom e as do grupo bantu, têm participação decisiva na configuração do português falado no Brasil, seja em seu vocabulário ou na maneira de pronunciar as palavras e de entoar as frases, mesmo que esta estruturação não seja do conhecimento dos falantes. Trata-se de uma história e de uma realidade legadas por cerca de 4,8 milhões de pessoas africanas trazidas de forma violenta ao país entre os séculos 16 e 19, durante o período do regime escravocrata. Além da língua, essa presença pode ser sentida em outras manifestações culturais, como a música, a arquitetura, as festas populares e rituais religiosos.  

“Ao mesmo tempo que a gente quer mostrar ao público que falamos uma série de expressões e estruturas que remontam a línguas negro-africanas, também desejamos revelar de que maneira isso acontece. Por que falamos caçula e não benjamim? Por que dizemos cochilar e não dormitar? Essas palavras fazem parte de nosso vocabulário, da nossa vida, do nosso modo de pensar”, afirma Santana. 

A exposição "Línguas Africanas que Fazem o Brasil" recebe o público com 15 palavras oriundas de línguas africanas impressas em estruturas ovais de madeira penduradas pela sala. Serão destacadas palavras como bunda, xingar, marimbondo, dendê, canjica, minhoca e caçula. O público também poderá ouvi-las nas vozes de pessoas que residem no território da Estação da Luz, onde o Museu está localizado.  

Outro destaque no espaço é a obra do artista plástico baiano J. Cunha - um tecido estampado com os dizeres “Civilizações Bantu” que vestiu o tradicional Ilê Aiyê, primeiro bloco afro do Brasil, no Carnaval de 1996. Além disso, cerca de 20 mil búzios também estarão suspensos e distribuídos pelo ambiente. Na tradição afro-brasileira, as conchas são usadas em práticas divinatórias e funcionam como linguagem que conecta o mundo físico e espiritual.  

“Os búzios estão presentes nos espaços afro-religiosos no Brasil que foram, não os exclusivos, mas os principais núcleos de preservação e reinvenção das línguas africanas do Brasil. A partir deles, as presenças negras se irradiaram para outras dimensões da cultura popular brasileira”, diz Santana. 

Ainda na entrada da exposição, o público avistará vários adinkras espalhados pelas paredes. Trata-se de símbolos utilizados como sistema de escrita pelo povo Ashanti, que habita países como Costa do Marfim, Gana e Togo, na África. Eles podem representar desde diferentes elementos da cultura até sentenças proverbiais inteiras em um único ideograma. Evidenciando a presença desse povo como parte da diáspora africana, é possível encontrar, em diversas regiões do Brasil, gradis de residências e outras construções arquitetônicas adornados com alguns dos mais de 80 símbolos dos adinkras. 

Fazem parte da exposição duas videoinstalações da relevante artista visual fluminense Aline Motta. Na obra "Corpo Celeste III", emprestada pela Pinacoteca de São Paulo e projetada no chão em larga escala, a artista destaca formas milenares de grafias centro-africanas, especificamente as do povo bakongo, presente em territórios como o angolano. Este trabalho foi desenvolvido com o historiador Rafael Galante. Já em Corpo Celeste V, criada exclusivamente para o Museu da Língua Portuguesa, quatro provérbios em quicongo, umbundo, iorubá e quimbundo, traduzidos para o português, serão exibidos em movimento nas paredes e em diálogo com Corpo Celeste III.  

Um dos principais nomes da nova geração da escultura no país, a baiana Rebeca Carapiá  assina obras de arte criadas em diálogo com frequências e grafias afrocentradas, a partir de seu trabalho com metais. A exposição também mostra como canções populares no Brasil foram criadas a partir da integração entre línguas africanas e o português, como Escravos de Jó e Abre a roda, tindolelê. O “jó”, da faixa "Escravos de Jó", advém das línguas quimbundo e umbundo e quer dizer “casa”, “escravos de casa”.

“Escravizados ladinos, crioulos e mulheres negras, que realizavam trabalho doméstico e falavam tanto o português de seus senhores quanto a língua dos que realizavam trabalhos externos, foram a ponte para a africanização do português e para o aportuguesamento dos africanos no sentido linguístico e cultural”, diz Tiganá Santana com base nas pesquisas da professora Yeda Pessoa de Castro. 

Além dos búzios, a mostra explora outras linguagens não-verbais advindas das culturas africanas ou afro-diaspóricas. Entre elas, os cabelos trançados, que, durante o período de escravidão no Brasil, serviam como mapas de rotas de fugas. E de turbantes, cujas diferentes amarrações indicam posição hierárquica dentro do candomblé. Há ainda dois trabalhos da designer Goya Lopes, cujas principais referências são as capulanas, os panos coloridos usados por mulheres em Moçambique. Tais trabalhos enfatizam uma articulação significativa com a língua iorubá. 

Outro exemplo da linguagem não-verbal são os tambores, que compõem uma cenografia constituída por uma projeção criada por Aline Motta, com imagens do mar e trechos do texto Racismo e Sexismo na Cultura Brasileira, de Lélia Gonzalez, uma das principais intelectuais do Brasil, referência nos estudos e debates de gênero, raça e classe. Nestes trechos, verifica-se o uso da expressão pretuguês cunhada pela intelectual. Por fim, ainda nessa cena, é importante ressaltar a presença de esculturas da Rebeca Carapiá, conversando com as frequências dos tambores. Numa sala de cinema interativa, o visitante será surpreendido com uma projeção de imagens ao enunciar palavras de origem africana como axé, afoxé, zumbi e acarajé.  

O público terá acesso a uma série de registros de manifestações culturais afro-brasileiras e de conteúdos sobre as línguas africanas e sua presença no português do Brasil. Há performance da cantora Clementina de Jesus, imagens da Missão de Pesquisas Folclóricas idealizada por Mário de Andrade, entrevistas com pesquisadores como Félix Ayoh’Omidire, Margarida Petter e Laura Álvarez López, além de gravações de apresentações do bloco Ilú Obá De Min e da Orkestra Rumpilezz, e o vídeo Encomendador de Almas, de Eustáquio Neves, que retrata o senhor Crispim, da comunidade quilombola do Ausente ou do Córrego do Ausente, na região do Vale do Jequitinhonha.  

Tudo isso em meio a sons de canções rituais e narrativas em iorubá, fom, quimbundo e quicongo, captados pelo linguista norte-americano Lorenzo Dow Turner nos anos de 1940 na Bahia e cedidos pela Universidade de Indiana, nos Estados Unidos. Será possível, ainda, assistir aos filmes sobre o Quilombo Cafundó: um que já existia há mais de 40 anos e outro que foi concebido para a exposição, versando sobre a língua cupópia de modo mais enfático.  


Serviço
Exposição temporária "Línguas Africanas que Fazem o Brasil"
Até janeiro de 2025
De terça a domingo, das 9h00 às 16h30 (com permanência até as 18h) 
R$ 24 (inteira); R$ 12 (meia) 
Grátis para crianças até 7 anos 
Grátis aos sábados 
Acesso pelo Portão A 
Venda de ingressos na bilheteria e pela internet: 
https://bileto.sympla.com.br/event/90834/  
Museu da Língua Portuguesa   
Praça da Língua, s/nº - Luz – São Paulo

sexta-feira, 24 de maio de 2024

.: Desaparecida, pintura "Viúva'" ressurge em mostra no Museu Lasar Segall


“Witwe” ou "Viúva", de Lasar Segall. Foto: Alexandre Santos Silva


A pintura “Witwe” ou "Viúva", de Lasar Segall, que fez parte da exposição "Arte Degenerada" em Munique, Alemanha, iniciativa de Joseph Goebbels durante o governo nazista de Adolf Hitler, ressurge no Brasil após oito décadas de desaparecimento. Considerada perdida, a obra foi encontrada na Europa pelo marchand Paulo Kuczynski e estará no centro da mostra "Witwe, Uma Pintura Reencontrada", do Museu Lasar Segall. Juntamente com a pintura, serão exibidas gravuras produzidas pelo artista na mesma época, parte do acervo de mais de 3 mil itens que a instituição conserva e divulga. A exposição abre durante a 22ª Semana Nacional de Museus, uma iniciativa do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram/MinC), e segue em cartaz até 18 de agosto. 

Dada como perdida há cerca de 80 anos, Kuczynski encontrou a pintura na França há cerca de dois anos. "São momentos inesquecíveis na vida de um marchand - o prazer da descoberta. No entanto, neste caso, a emoção é de outra natureza e há pouca chance de que se repita na minha vida", afirma. "No caso de 'Viúva', no entanto, existiu um salvador, e isso me intriga, faz minha imaginação voar. A pintura certamente magnetizou o olhar de alguém (um oficial nazista?), que por ela se encantou a ponto de, contra as ordens oficiais, escondê-la e poupá-la da fogueira — um delito grave naquele momento de extremos".

Depois de algumas tratativas, Kuczynski conseguiu trazer a tela para o Brasil e apresentou-a ao Museu Lasar Segall, centro de referência para o estudo da obra do artista, onde foi analisada e autenticada pelo então diretor, Marcelo Monzani, e sua equipe técnica. Os ex-diretores do museu Marcelo Araújo, Jorge Schwartz e Giancarlo Hannud também foram convidados para ver a pintura pessoalmente, que até então só conheciam por fotos em preto e branco de antigos catálogos e livros. "Pude perceber, ao observar esses apaixonados por Segall, o frisson provocado pela fatura, pelo colorido e por toda a carga histórica da obra milagrosamente intacta", concluiu.

“'Viúva' é uma testemunha da história, uma obra sobrevivente, profunda e intrigante que, reencontrada tantos anos após seu desaparecimento, mereceria voltar para casa, para o museu de onde foi confiscada [Folkwang Museum, em Essen], avalia Pierina Camargo, museóloga e pesquisadora do Museu Lasar Segall há mais de 40 anos. Após análise dos especialistas e autenticidade confirmada, o público terá chance de encontrar a tela sobrevivente no museu dedicado ao artista, fundado dez anos após sua morte, em 1967, no lugar viveu com a família, na Vila Mariana.


A história do quadro
"Viúva" ("Witwe"), de Lasar Segall, foi pintada em 1920, em Dresden, durante o auge da produção expressionista do artista. No mesmo ano, Segall inaugurou sua primeira grande exposição individual na Europa, no Folkwang Museum, em Essen, o principal museu de arte moderna da Alemanha na época. Além de "Viúva", a mostra incluiu 30 desenhos, 35 gravuras e 15 pinturas.

No catálogo da exposição, o crítico e historiador de arte alemão Will Grohmann destacou Segall como um dos grandes artistas inovadores que migraram da Rússia para o país, juntamente com Wassily Kandinsky e Marc Chagall. Sobre a pintura "Viúva", Grohmann escreveu: "O conceito em forma de afresco, uma premonição daquilo que poderia vir a ser um novo templo. 'Viúva', nobre majestade, é apenas uma proteção para os filhos que certamente vão se impor como a vida futura" . O quadro foi adquirido para integrar a coleção do museu alemão, porém, infelizmente, não permaneceu no acervo por muito tempo.

Em 1937, o governo de Adolf Hitler lançou uma campanha oficial contra o que considerava "arte degenerada", rotulando assim todas as obras que não se encaixavam nos padrões clássicos de beleza e representação naturalista, que valorizavam a perfeição, harmonia e equilíbrio das figuras. Todas as obras desenvolvidas dentro das vanguardas modernas, como cubismo, expressionismo e fauvismo, eram consideradas "degeneradas" pelos nazistas. O governo confiscou cerca de 16 mil obras de arte, incluindo aproximadamente cinquenta de autoria de Lasar Segall.

Naquele mesmo ano, em julho, 650 dessas obras, confiscadas de 32 museus, incluindo duas pinturas de Segall, foram apresentadas na mostra "Entartete Kunst" ["Arte Degenerada"] em Munique. Apesar da desaprovação, infâmia e escárnio do povo alemão, a exposição foi um sucesso de público, recebendo mais de 2 milhões de visitantes e causando grande repercussão. Após a mostra, essas obras seriam destruídas pelo governo. Sabendo das cifras que alguns artistas alcançavam no mercado internacional, entretanto, os nazistas venderam trabalhos assinados por nomes como Picasso, Kandinsky, Chagall e Van Gogh, o que evitou sua destruição. A partir de 19 de maio, as pessoas também terão a oportunidade de encontrar no Museu Lasar Segall uma dessas raridades salvas da destruição nazista.


Sobre Lasar Segall 
De origem judaica, Lasar Segall (1889-1957) nasceu na Lituânia e migrou para a Alemanha em 1906 para estudar na Escola de Artes Aplicadas e na Academia Imperial de Belas Artes em Berlim. Sua produção foi, inicialmente, marcada por referências impressionistas e pós-impressionistas. Traços mais ligados ao expressionismo, tendência à qual o artista é relacionado, começam aparecer em seu trabalho a partir de 1914.

Após o impacto da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), Segall reflete em suas obras preocupações com injustiças sociais e sofrimento humano. Embora tenha visitado o Brasil em 1912, foi somente 10 anos depois que se mudou para o país, fixando residência em São Paulo em 1923. Segall tornou-se uma referência na cena artística da arte moderna brasileira, também dialogando com a produção de artistas nacionais como Tarsila do Amaral. Suas primeiras obras pintadas no Brasil mostram interesse pela luz e pelas cores tropicais. 


Sobre o Museu Lasar Segall
Idealizado por Jenny Klabin Segall, viúva do artista, o museu foi criado pelos filhos Mauricio Segall e Oscar Klabin Segall em 1967. O acervo foi doado pela família à Associação Museu Lasar Segall que, em dezembro de 1984, se transformou no Museu Lasar Segall, hoje uma unidade do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), autarquia vinculada ao Ministério da Cultura.


Serviço
"Witwe, Uma Pintura Reencontrada" | Até 18 de agosto | Museu Lasar Segall | Rua Berta, 111 - Vila Mariana / São Paulo | De quarta a segunda das 11h00 às 19h00 | Entrada gratuita.

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