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quinta-feira, 27 de abril de 2023

.: Entrevista com Bruna Griphao: "Fui muito verdadeira, até demais"


Destemida e ousada, a atriz e cantora Bruna Griphao entrou no "Big Brother Brasil" para ser lembrada. Foto: Globo/João Cotta

Já conhecida pela carreira de atriz, Bruna Griphao topou entrar no "BBB 23" e se mostrar em sua totalidade. No confinamento, ela se comprometeu a ser 100% verdadeira e se jogar na experiência. Como resultado, colheu os bônus e ônus de aparecer sem máscaras diante de tantos brasileiros, e o terceiro lugar do reality show, que lhe garantiu o prêmio de R$ 50 mil. 

Foi a recordista de lideranças da edição, posto conquistado quatro vezes durante o programa, e uma das participantes com mais embates com os concorrentes. Deixou seu lado amoroso e seu jeito explosivo às claras. Defendeu aliados, foi presença cativa no “after dos crias”, além de ser a jogadora que ficou por mais tempo sem receber nenhum voto em formações de paredão. 

Olhando para trás, acredita que a história que escreveu dentro do "Big Brother Brasil" aconteceu como deveria. “O 'BBB' é muito além do que eu esperava. É um jogo de pessoas, sim, mas também é um jogo jogado. É muito doido quando você entende que os participantes são peças também. Tudo tem uma proporção maior do que a gente imagina. As pessoas vêm assistir as nossas trocas no jogo que são, também, as nossas trocas na vida. Além disso, eu não imaginava encontrar pessoas de quem gostasse tanto, tantas amizades e afetos”, descreve em retrospectiva. A seguir, Bruna também fala sobre o jogo em grupo, avalia os impactos da volta de sua maior aliada ao game em uma dinâmica de repescagem, comenta erros e revela que seu próximo lançamento na música já tem data marcada. 

Participar do "BBB" era como você imaginava?
Bruna Griphao - Não era nada do que eu imaginava! Demora a cair a ficha de que estamos sendo gravados. Só conseguimos perceber quando assistimos a algumas coisas de lá de dentro. Por exemplo, lembro que caiu a minha ficha quando eu assisti ao vídeo do Fred indo para o quarto branco, exibido na festa dele do líder. Ali eu fiquei: “Caramba, estamos realmente sendo filmados”. Porque a gente esquece, só vive a vida. Viver o "Big Brother Brasil" é muito diferente de assistir. Eu, pelo menos, quando assistia, não tinha noção das dinâmicas. Lá dentro você entende cada uma delas com perfeição, é o que você sabe viver, o que você sabe fazer, o que você espera. Ficamos imaginando: “Fulano vai ter um contragolpe, mas que pode ser do mais votado do líder ou da casa, etc”. É muito louco, eu não esperava que fosse ficar tão imersa nessa atmosfera. O "BBB" é muito além do que eu esperava. É um jogo de pessoas, sim, mas também é um jogo jogado. É muito doido quando você entende que os participantes são peças também. Tudo tem uma proporção maior do que a gente imagina. Quando vemos a dimensão de uma prova, a dimensão do jogo da discórdia, etc, falamos: “Tá rolando e é real”. As pessoas vêm assistir as nossas trocas no jogo que são, também, as nossas trocas na vida. Além disso, eu não imaginava encontrar pessoas de quem gostasse tanto, tantas amizades e afetos. Foi tudo muito além do que eu esperava em vários quesitos.
 

Como foi chegar à reta final do programa ao lado de três grandes amigas?
Bruna Griphao Foi muito legal! Nossa união lá dentro foi muito importante para a gente se fortalecer mesmo. A gente foi se enxergando uma na outra, vendo força uma na outra, e foi dando certo, fomos ficando. Foi muito emocionante. O que eu via nelas era o que elas viam em mim; a gente ia se impulsionando. Foi uma história linda a que vivi com elas. Já estou morrendo de saudade das “desérticas”, juro! (risos)
 

O que achou do resultado da final?
Bruna Griphao Eu já esperava! Depois que eu vi o VT da Amanda, eu pensei: “Hum, a Amanda vai ganhar”. Ali eu chutei Amanda em primeiro lugar, Aline em segundo e eu no terceiro. A Aline achava o inverso nas nossas posições, mas eu acertei. Agora a Amanda me deve um carro porque ela tem três. Fora os milhões que ela ganhou... Podia deixar um carro doado para a gente (risos). Foi muito legal!
 

Você foi a participante que passou mais tempo sem receber nenhum voto nesta temporada. A que se deveu esse fato, na sua visão?
Bruna Griphao Eu falei brincando no bate-papo da #RedeBBB que foi porque eu era lisa, mas na verdade não era uma estratégia de game, era porque eu ia me dando bem com as pessoas. Eu construí muitos afetos no Fundo do Mar e acho que, por isso, eu deixei de ser uma opção de voto para o grupo. Se esse "BBB" não estivesse dividido em dois grupos, acho que eu receberia voto muito antes. Como nos grupos os integrantes votavam juntos em uma mesma pessoa e eu tinha pessoas que gostavam muito de mim e preferiam não me votar, ninguém votava, até as que não gostavam, para não desperdiçar voto. Foi muito sobre esse lugar de ter construído relações muito verdadeiras e muito firmes.


Aconteceram diversos embates entre você e Domitila Barros durante o confinamento, assim como diversas reconciliações. O que te incomodava ou atrapalhava na Domitila?
Bruna Griphao Não era bem isso de atrapalhar. A nossa história começou a dar errado quando eu a vetei da primeira prova. Depois disso, começamos a trocar farpas. E ela ia muito para cima: acontecia uma coisinha, virava indireta, brincadeira. Na verdade, ela foi quem se fechou mais para mim, ficou chateada, e fomos construindo uma relação meio ruim a partir dali. Mas a gente aprendeu a se gostar. A Domitila me divertia muito! Acho que também tem muito a ver com a gente ter seguido caminhos diferentes no "BBB", quartos diferentes. Talvez se eu estivesse no mesmo quarto que ela, teríamos construído uma amizade maior, eu não teria vetado ela de prova e nada disso teria acontecido. Não tem como saber. Ela falou uma vez: “Eu poderia indicar a Bruna, mas a gente se ama” (risos). E é real. A gente se dava bem, o que era engraçado.
 

Você e Ricardo também tiveram desentendimentos durante o programa, no entanto quando ele deixou o quarto Deserto você classificou como uma atitude traíra. Como enxerga a parceria com ele no confinamento? Gostaria que ele continuasse sendo um aliado seu? 
Bruna Griphao O Facinho (Ricardo Camargo, o Alface) se tornou um irmão. Quando brigamos e ele saiu do quarto teve a mágoa pela amizade. Era uma pessoa de que eu gostava muito. Nós dois somos muito explosivos e fomos nos magoando. Lá dentro as coisas tomam uma outra proporção, mas a gente conseguiu conversar e zeramos tudo porque a gente é bobo, nosso coração é mole (risos). Eu amava muito ele, ainda amo, é meu irmão. Liso toda vida (risos)! Criamos uma amizade muito maneira, a gente ria muito, trocava muita ideia. É uma pessoa que eu vou levar para a minha vida, se tudo der certo. Quanto a seguir como aliado, sinto que a história da forma como foi construída foi muito perfeita, sabe? Eu não mudaria nada. Acho que foi interessante para o Facinho sair do grupo, e depois era nítido que ele amava a gente (risos). Ele não saía de perto da gente! A gente entrava no quarto Deserto e estava ele lá, deitado. E eu falava: “O que você está fazendo aqui? Você não é mais daqui” (risos). Ele queria voltar para o Deserto, no final das contas, tanto que ele falava sempre “nós é nós”. Mas acho que a história foi como ela tinha que ser. Essa movimentação dele foi importante para ele e para a gente também, para a gente se reorganizar, se reavaliar. Por incrível que pareça, ele era a pessoa com quem mais eu trocava ideia, mesmo depois de tudo isso. A gente ficava muito junto, conversava demais. E apesar de a gente começar a jogar separado, ele estava no meu Top 5. Foi tudo como tinha que ser. 

O Cezar também foi seu alvo no jogo e, depois que ele decidiu ir para quarto Deserto, a relação de vocês se estremeceu ainda mais. Essa mudança chegou a atrapalhar alguma movimentação do seu grupo ou era um incômodo apenas de convivência? 
Bruna Griphao Quando o Cezar foi para o nosso quarto a gente tinha acabado de brigar. Mas, eu olhei para ele e disse: “Pode ficar com a minha cama”. A gente o abraçou. Com ele, foi uma questão de quebra de expectativa. Ele falou que preferia estar ali do que com pessoas que eram falsas com ele. No dia seguinte, quando ele teve que dar o monstro que levava ao paredão, ele indicou duas pessoas do nosso quarto. Eu fiquei bolada, mas entendendo. Só que ele é muito cabeça dura. Chegou no quarto falando que estava ali para incomodar mesmo. Aí, de novo, era briga. Depois chegamos a conversar, nos desculpamos. A Larissa até disse que isso de eu sempre querer resolver as coisas estava sendo criticado aqui fora. Mas era real, eu não conseguia fazer diferente. Quando o Cezar saiu, fiquei com uma sensação muito ruim. Ontem, quando o reencontrei na final, pedi desculpas. O Black é uma pessoa muito boa e tenho muito carinho por ele. Infelizmente as questões do jogo foram falando mais alto, acabei passando do ponto, mas é isso, acontece.

Além deles, Key Alves, Fred Nicácio e Cristian também apareceram como desafetos seus em diferentes momentos do "BBB". Quem você via como maior rival no reality?
Bruna Griphao Não sei se eu via alguém como rival. Eu tive embates, questões no game com essas pessoas. Mas rivalidade acho que não.

Jogar em grupo foi bom ou ruim para o seu game, na sua visão?
Bruna Griphao Eu queria fazer diferente, e acho que todo mundo também teve essa sensação. A gente até tentou desfazer o grupo, mas não dava porque o outro lado jogava em grupo. Virou uma questão de sobrevivência e para proteger as pessoas que a gente gostava. Ninguém ia desfazer, todo mundo já tinha entendido que ia ser assim. Do contrário, não iria funcionar. No meu caso, no Deserto, eu tinha pessoas que gostava muito. A gente sempre se afinou muito e só discordou lá na frente, quando eles queriam colocar a Marvvila no paredão. Não era difícil jogar com eles, a minha opinião geralmente era a mesma da maioria do quarto. Se algo muito doido acontecesse e não pudesse mais combinar voto, tudo bem. Mas, na dinâmica em que a gente estava, era o que dava para fazer.

Antes de entrar no programa, você tinha dito que o público conheceria uma outra Bruna que não via pelas suas redes sociais. Que Bruna você acredita que foi no "BBB 23"?
Bruna Griphao Louca, completamente caótica (risos). Meu Deus! Mas, é isso: fui muito verdadeira, até demais.
 

O seu temperamento explosivo ficou bastante evidente na casa. Acha que essa característica impactou no seu desempenho? Teria se segurado mais ou feito algo diferente nesse aspecto?
Bruna Griphao Com certeza impactou. O fato de eu ter sido muito verdadeira, 100% eu, e ter me jogado tanto, tem o lado positivo e o negativo porque você mostra o seu melhor e o seu pior. Era um pior que eu não via mais há muito tempo em mim, só que no confinamento do "BBB" as coisas tomam outra proporção, é tudo muito intenso, maior. Os gatilhos vêm, coisas de que você achava que estava curada vê que não está, e acaba caindo nos mesmos padrões, no mesmo ciclo. Com certeza se eu pudesse voltar atrás teria respirado mais, teria pensado: “Calma, não é isso que você veio fazer, pelo amor de Deus; para”. Mas, na hora, só não dava e eu era explosiva. Na mesma hora eu me arrependia, não era uma coisa que me orgulhava. Eu sabia que era um defeito meu, que eu achava que estava adormecido, mas vi que nem tanto.

Você viveu um relacionamento breve no "BBB" e, depois, preferiu não se envolver com mais ninguém, mesmo tendo recebido declarações. Acha que foi a melhor decisão?
Bruna Griphao Acho que sim. Menos problemas! (risos).
 

Você tinha dito que não gostaria que ninguém voltasse ao game, nem se fosse um aliado seu. Sendo a Larissa, o que mudou na sua perspectiva? 
Bruna Griphao Foi muito especial a Larissa voltar, muito importante. E já que alguém teria que voltar, que voltasse a Larissa, né? (risos). Mas foi muito, muito, muito legal quando ela voltou. Estávamos muito abaladas com as sequências de eliminações de pessoas do nosso quarto e o retorno dela foi uma força, um impulsionamento. Quando ela voltou, eu consegui respirar, olhar e falar: “Bora, vamos que vamos, estamos juntas”. Minha maior aliada, melhor amiga no jogo e a pessoa mais importante para mim na casa voltou. Então, querendo ou não, foi muito bom tê-la de volta.
 

Com a volta da Larissa ao jogo, você, Aline e Amanda se uniram ainda mais no "BBB". Que diferenças você vê na estratégia que planejavam seguir antes e depois do retorno dela?
Bruna Griphao Eu, pelo menos, estava com dificuldade de separar meus afetos do game. Porque, de fato, eu tinha muito afeto pelas pessoas do outro quarto. Só que eu não entendia que não dava para ter afeto por todo mundo também, era preciso fazer o jogo rolar. Tentei muito tempo preservar quem eu gostava e votar apenas nas pessoas com quem eu tive algum atrito, alguma rusga. Só que em determinado momento do jogo não dá mais para priorizar muito isso. Quando a Lari voltou, ela trouxe muito isso do “afeto é afeto, game é game”. Essa volta da Larissa, somada a minha indicação pela Sarah Aline ao paredão, foi uma virada de chave. Larissa trouxe para a gente muita sede de jogo.


Seu single “Bandida” não só foi lançado durante o "BBB" como atingiu mais de um milhão de streams enquanto você estava no reality. O que isso representa para você?
Bruna Griphao Eu nem sabia se isso era muito, mas cheguei aqui fora e me falaram que era (risos). Foi muito importante. Quando a música tocou pela primeira vez no "BBB" eu nem acreditei. Lá parece que você está vivendo um metaverso, e quando vem alguma coisa de fora, ainda mais sendo uma coisa tão pessoal e importante, é muito legal. Gostei muito de ouvir, de ver as pessoas de dentro da casa mesmo gostando, cantando, se divertindo, enquanto aqui fora isso estava acontecendo. Foi muito especial, muito maravilhoso.
 

Quais são seus próximos planos para na música e para a carreira como atriz? Há outros lançamentos planejados para os próximos meses?
Bruna Griphao Espero e quero trabalhar muito, agora, com as duas coisas. Estou com saudade de atuar, estou com saudade do começo dessa carreira de cantora, que ainda nem começou (risos). Quero voltar, me dedicar, estudar, fazer tudo certinho. Fazer arte, que para mim era o que eu mais estava sentindo falta de fazer no "BBB". Arte, para mim, sempre foi terapia, cura. E já posso adiantar: meu próximo lançamento na música é no dia 3 de maio!

segunda-feira, 24 de abril de 2023

.: Larissa Santos, a craque que mudou o rumo do "BBB 23" duas vezes


Larissa Santos aproveitou a segunda chance no confinamento para mudar os rumos do reality show. Foto: Globo/João Cotta


Foram poucos os participantes que tiveram a chance que Larissa Santos teve: ser eliminada do "Big Brother Brasil" e retornar, dias depois, com informações privilegiadas, tendo tido a oportunidade de rever a família e de respirar o ar do mundo exterior ao confinamento. Contudo, para a professora de Educação Física, a repescagem traz dois lados da moeda: “Estar em uma repescagem cria muita expectativa para as pessoas aqui fora, mas tem suas vantagens e desvantagens. As pessoas acharam que não era justo ou que eu teria mais vantagem que as outras lá dentro. Isso dificultou, na verdade. Dessa vez, eu joguei, me joguei e uni forças com as meninas”

Eliminada com 49,98% dos votos neste domingo, dia 23, Larissa Santos enfrentou na berlinda duas grandes amigas e aliadas no jogo. Com a vitória do paredão, Aline Wirley e Bruna Griphao se juntaram a Amanda e se tornaram as finalistas do ‘BBB 23’. Na entrevista a seguir, Larissa conta o que mudou de sua primeira passagem ao BBB para o segundo período de sua estadia na casa mais vigiada do Brasil. A ex-sister também revela para quem fica sua torcida e conta o que aprendeu com a experiência que afirma ter sido “a virada de chave” da sua vida.


Você teve uma segunda chance de ganhar o "BBB 23". O que acha que faltou desta vez para ser a campeã? 
Larissa Santos -
Eu acho que faltou eu não ter saído do programa na primeira vez. Estar em uma repescagem cria muita expectativa para as pessoas aqui fora, mas tem suas vantagens e desvantagens. As pessoas acharam que não era justo ou que eu teria mais vantagem que as outras lá dentro. Isso dificultou, na verdade. Dessa vez, eu joguei, me joguei e uni forças com as meninas. Acho que o que pegou muito foi essa "vantagem" que as pessoas acabam vendo somente; não veem a desvantagem, que também existe. São dois lados da moeda.
 

Que mudanças enxerga no seu jogo antes da primeira eliminação para esse novo período?
Larissa Santos - 
Dessa vez, eu estava mais focada no jogo em si. No começo, eu era muito focada e, depois, por um desgaste dos dias, a gente acaba só querendo sobreviver. E nesse período, eu fui muito focada em jogar, unir força com as meninas para a gente dar o nosso sangue e chegar à final.
 

Que estratégia você imaginou colocar em prática quando voltasse ao game?
Larissa Santos - 
Eu não pensei em estratégia nenhuma nem agi com estratégia. Na verdade, eu fui de coração aberto para falar tudo, porque eu queria que ficasse de igual para igual com todo mundo a chance de ganhar o prêmio. Mesmo sabendo que existia o fato de eu já ter visto a minha família e outras coisas que eles não tiveram. Não existiu estratégia, o que eu fiz foi contar tudo para tentar me igualar a todo mundo e ter a oportunidade de chegar à final da mesma forma que as outras pessoas que não tinham saído do programa.


Você disse que revelou aos participantes todas as informações que tinha recebido no tempo em que esteve fora do "BBB". Acredita que o saldo dessa decisão foi positivo ou negativo?
Larissa Santos - 
Para mim, Larissa, foi positivo. Se eu não fizesse isso, não seria eu. Eu não iria conseguir montar uma estratégia de falar coisas em momentos específicos e deixar para falar outras em momentos oportunos. Eu acho que eu fui eu, falei tudo mesmo; queria muito ter a oportunidade de ganhar o prêmio. Foi uma decisão que não poderia ser diferente.
 

Seu retorno acabou unindo as sisters do quarto Deserto e dando forças para uma articulação maior de jogo. A que atribui a virada que conseguiram fazer no game ao eliminar uma sequência de integrantes do Fundo do Mar?
Larissa Santos - 
Eu acho que a união de nós, mulheres, mesmo estando em minoria. Nós quatro tínhamos uma conexão que vai muito além de jogo. Aline, Amanda e Bruna são pessoas com quem eu tive uma conexão desde que entrei na casa. Então, acho que foi a gente se entender e se gostar do jeito que a gente é, cada uma com seus defeitos e suas qualidades. Essa nossa união e a vontade de chegarmos juntas no final foi o que acabou acontecendo. Nossa união como amigas acima de tudo.

Logo que voltou para a casa, você apontou para a Domitila falas dela que considerou desrespeitosas. O que mudou na relação de vocês duas nesse segundo período?
Larissa Santos - 
Minha relação com a Domitila, no início do programa, foi muito boa, a gente teve várias trocas. Mudou quando eu acabei votando nela. A partir disso, a gente já não se dava tão bem. Mas a gente sempre teve uma troca desde o começo do programa, a gente sabia da história bonita que cada uma tinha, a gente se respeitava. Eu só falei o que me magoou mesmo, a gente se resolveu, ela me pediu perdão e ficou tudo bem. Antes de sair, ela já me deu um presente. Quando a gente foi para o Fundo do Mar, já estávamos super de boa uma com a outra. Foi mais por algo que me magoou e que tinha sido muito recente, desde a minha saída até a minha volta.
 

Você também teve uma briga com o Cezar. Para além da convivência, acha que ele teve impacto no seu jogo?
Larissa Santos - 
Eu acho que foi uma coisa de momento. Primeiro ele brigou com as meninas, e eu falei: "Meninas, calma!". Aí, do nada, fui eu que briguei com ele, depois a Bruna, Aline e Amanda... Mas eu acho que foi muito o calor do momento, tanto é que depois da saída dele nós já estávamos lá chorando, nos culpando e pedindo perdão. Eu vejo como uma coisa do jogo. Ele é uma pessoa muito boa de coração, sensível. Na saída dele, nós já tínhamos ficado de bem um com o outro.
 

O Fred Nicácio foi um afeto novo que você construiu na Casa do Reencontro. No "BBB", no entanto, vocês seguiram jogando em lados opostos. Como observa essa relação com ele nesse novo momento?
Larissa Santos - 
O Fred sempre foi uma pessoa que eu admirei muito, porque você conversa 20 minutos com ele aprende muito; ele tem muito conhecimento, é muito inteligente. Então, eu sempre gostei dele, de conversar com ele. Só que a gente jogava em grupos diferentes e, até então, a gente não tinha conexão nenhuma, eram poucas as trocas. No reencontro, a gente teve esse momento de poder conhecer um pouco mais um do outro, e foi muito legal. Mas quando nós voltamos para o jogo, volta a divisão de quartos, voltam as prioridades diferentes...Mas eu pude conhecer o Fred e a gente comentou que, fora do jogo, o que a gente puder conversar e ter de troca vamos ter, porque foi muito legal. 


Depois de viver uma nova perspectiva de dentro do "BBB", que participante acha que é a mais forte candidata a levar o prêmio?
Larissa Santos - 
Eu acho que a Amandinha vai levar o prêmio. Eu fiz a seletiva com ela e só tinha a visto daquela vez; quando eu cheguei em casa, eu falei para a minha família: "Se tem uma pessoa que pode tirar a minha vaga é uma médica loira". Eu já via um potencial gigante nela, pela personalidade, por ser uma menina muito coração. Ela tem algo único. Eu acredito que as pessoas aqui fora viram isso e acho que é ela quem leva.
 

Quem tem sua torcida na final?
Larissa Santos - 
A minha torcida, de coração, é para a Bruna. Eu ainda estou tentando entender algumas coisas aqui de fora em relação às nossas equipes, que tiveram um desentendimento, mas entendo os posicionamentos. A gente joga lá dentro e eles jogam aqui fora. Não tem como eu trair o meu coração e dizer, do dia para a noite, que não torço por ela, porque eu torço. Eu sou muito fiel aos meus laços e eu entrei com a Bruna, então eu torço para ela ganhar, sim.
 

Que balanço faz da sua participação no "BBB", considerando as duas passagens pelo programa?
Larissa Santos - 
Na primeira passagem, eu entrei muito focada, tive meus momentos de destaque no programa. Eu sou uma pessoa que falo as coisas mesmo, não tenho medo e vou atrás. Acertei e errei; acabei saindo do programa por causa disso. Mas eu vejo que, nesse primeiro momento, eu falei tudo o que eu tinha que falar, me posicionei no jogo, tive coragem e vivi tudo muito intensamente. Acaba que chega um momento, no meio do jogo, em que você só quer sobreviver, você já está saturada. Devido ao confinamento, eu já estava desanimadinha. E quando eu volto, eu volto mais forte, mais focada em unir as meninas e fazer com que três desérticas fossem as finalistas do "Big Brother". A minha segunda participação foi para unir as mulheres do quarto e agora é nosso.

Que aprendizados leva desta experiência?
Larissa Santos - 
O "Big Brother", para mim, é amadurecer dez anos de vida, porque você aprende a lidar com tantas coisas, com tantas pessoas diferentes. Você aprende a se conhecer, a reconhecer os seus erros. Na vida, às vezes, a gente demora a fazer isso e lá você reconhece na marra porque tem pessoas te apontando. Você reconhece também as suas qualidades, o que quer continuar sendo. Então, é uma maturidade muito grande. Para mim, vai ser uma evolução como pessoa. Como Larissa, eu acho que aprendi muito e saí uma pessoa melhor, mais paciente e compreensiva com as outras, que sabe escutar mais (eu era muito afobada). A gente aprende a ser paciente na marra lá. Enfim, foi uma experiência única e eu tenho certeza de que foi a virada de chave da minha vida.

.: Entrevista: Ricardo Camargo, o Alface que não era planta no "BBB 23"


Corajoso e sem papas na língua, Ricardo Alface é o tipo de jogador que será lembrado como uma "lenda" nas próximas edições do reality show. Foto: Globo/João Cotta


Um jogador solo. Um jogador que se impôs dentro de um grupo. Um jogador empático. Um jogador explosivo. Um jogador bom de provas. Essas e outras alcunhas cabem a Ricardo Camargo, eliminado do "BBB 23", mas nenhuma delas dá conta de definir por completo seu game. O biomédico mirou no prêmio final e decidiu avançar sem medo de adversários – todos poderiam sê-lo, como ele declarou, até mesmo os mais próximos. Não à toa, mudou de quarto quando não se sentiu mais relevante entre os aliados. Mas não aderiu a nenhum outro grupo; dentre os dois lados, preferiu o seu próprio. 

Se deu certo? Ele acredita que sim: “Sempre pensei em não jogar muito em grupo, e em ter meu posicionamento individual por mais que estivesse jogando em grupo. Eu queria mostrar que eu tinha o meu jogo solo, minhas jogadas, minhas combinações de voto do outro lado sem ninguém saber, por debaixo do pano. Acho que isso me fez um jogador importante para o jogo. Foi necessário ter um gato sorrateiro como eu (risos). Talvez por coisas pequenas eu não tenha conseguido ser o campeão dessa edição. Mas também não tem como ser perfeito, ser tudo que o público queria. O público fala: ‘Se você tivesse feito isso...’ Aí da vontade de falar: poxa, mas eu fiz 90% das coisas que vocês queriam, os outros 10 eu não fiz e vocês me deixaram sair? (risos), brinca Ricardo.

Na entrevista a seguir, ele ainda avalia o jogo das Desérticas, que compõem o Top 4 da edição, conta as razões dos embates com Fred e Cezar, arrisca dizer a jogada que pode ter tirado seu pódio no "BBB" e palpita sobre quem deve levar o prêmio da temporada.

Como você avalia sua passagem pelo "Big Brother Brasil 23"?
Ricardo Camargo -
Eu avalio como uma crescente bonita. Acho que eu tive tempo de mostrar o meu coração, coisa que eu fiquei com medo de não conseguir. Quando eu consegui me manter naquele paredão pós-Cristian, que foi um paredão em que possivelmente eu poderia ter saído, acho que foi uma virada de chave. Eu tive um tempo maior para mostrar o verdadeiro eu, Ricardo. Era o coração de um bondoso com o coração de um jogador. E misturava com um pouquinho na mente, passavam mil coisas na minha cabeça, mas consegui lidar bem com minhas emoções, com meus afetos e também separar afeto de jogo. Nesse finalzinho, acho que fiz uma trajetória limpa, bonita, da qual eu me alegro. Sei que vão ter uns pepinos aí pela frente, mas tudo finalizou com chave de ouro no discurso que o Tadeu fez para mim. Querer ser campeão a gente quer, mas sair com honra não tem dinheiro no mundo que pague. Deixei um legado. 


Você afirmou várias vezes que estava no "BBB" para jogar e questionou alguns participantes que, na sua visão, não movimentavam muito o jogo. Qual era sua estratégia para levar o prêmio?
Ricardo Camargo - Eu estava muito observador. Nunca gostei de pessoas que “sabonetavam”. No jogo da discórdia, eu via que as pessoas tomavam muito cuidado, meticulosamente, com as palavras que iam falar. Era muito cuidado, muito carinho e pronto, acabou o um minuto de fala. E eu falava: “Gente, é um jogo da discórdia!”. Não era um jogo para elogiar as pessoas. Eu fazia questão de expor quem fazia isso. Pensava: “Se expor essa pessoa, eu vou estar falando que ela é planta, o Brasil vai estar ouvindo e, possivelmente, o Brasil não gosta de planta. Então, se bater no paredão, vai sair”.


Acredita que conseguiu executar essa estratégia?
Ricardo Camargo - Acho que eu consegui com alguns. Só que tem aquela coisa: tem gente que, por mais que seja planta, o Brasil gosta. A pessoa é planta, mas é carismática; é planta, mas tem um coração incrível. Então acaba passando despercebido. Mas eu também sempre pensei em não jogar muito em grupo, e em ter meu posicionamento individual por mais que estivesse jogando em grupo. Eu queria mostrar que eu tinha o meu jogo solo, minhas jogadas, minhas combinações de voto do outro lado sem ninguém saber, por debaixo do pano. Acho que isso me fez um jogador importante para o jogo. Foi necessário ter um gato sorrateiro como eu (risos). Talvez por coisas pequenas eu não tenha conseguido ser o campeão dessa edição. Mas também não tem como ser perfeito, ser tudo que o público queria. O público fala: “Se você tivesse feito isso...”. Aí da vontade de falar: poxa, mas eu fiz 90% das coisas que vocês queriam, os outros 10 eu não fiz e vocês me deixaram sair? (risos).


Jogar sozinho, como você disse que fazia, foi uma boa escolha?
Ricardo Camargo - 
Foi muito boa escolha! Eu sempre bati na tecla de não ficar em um lugar onde eu não sou valorizado e as pessoas não me enxergam. Ainda mais quando duvidam do meu caráter. Isso não. Então bati no peito, falei que ia sair do quarto e, quando cheguei no outro quarto, avisei: “Vim dormir, não vou jogar em grupo e meu voto é fulano e fulano”. Pronto, ali eu deixo claro que estou jogando sozinho. Só que depois a gente vai criando um afeto, começa a jogar em grupo. Mas eu ficava um pouquinho no Fundo do Mar, um pouquinho no Deserto, dava um voto no (Cezar) Black solitário (risos)... Acho que o jogar sozinho foi muito bom para me deixar mais tempo no jogo.

Para você, o que te tirou da final do "BBB 23"?
Ricardo Camargo - 
Acredito que é aquela coisa dos 10%. Se naquele paredão em que eu indiquei o Fredão (Fred Nicácio) eu tivesse tentado colocar as três desérticas, e eu poderia ter feito isso, acho que eu teria dado o xeque-mate para ser campeão do programa. Porque algo me dizia que, no fundo, no fundo, iam sobrar só as quatro e elas poderiam me tirar. Eu falei isso uma vez no programa, eu não era bobo. Sabia que, no final, por mais que eu tivesse com elas, as quatro poderiam se juntar e me tirar. E eu estava certo.


Você venceu várias provas no "BBB": ganhou duas lideranças e três anjos, além da primeira prova de imunidade. Acha que a boa performance nas dinâmicas te ajudou a ir tão longe na competição ou outro fator foi determinante?
Ricardo Camargo - 
Em metade do programa, todas as provas que eu ganhei de liderança, anjo e imunidade não foram o ponto chave. O ponto chave foi, no final do programa, eu ter conseguido ficar quatro ou cinco paredões imune por causa dos poderes. Os poderes foram mais importantes no final. No início me deram visibilidade, mostraram o guerreiro que eu sou, mas, mesmo assim, eu sei que ainda não era o ponto chave naquele momento; o meu comportamento que seria responsável pela minha permanência no jogo. Mas, no finalzinho, aí sim, a autoimunidade, a liderança, o anjo que ganhei da Sarah Aline, depois liderança de novo.. Tudo isso me manteve no programa, com certeza.


Antes de ir para o paredão que te eliminou, você havia tido apenas um voto durante toda a experiência. A que você atribui este fato? 
Ricardo Camargo - 
Olha, liso para caramba, muito liso (risos)! Eu tinha minhas confusões, minhas brigas, mas é engraçado porque elas não eram contra o grupo oponente, eram sempre contra uma pessoa. E, por mais que fosse com aquela pessoa, o restante do grupo dela gostava de mim, tinha afeto por mim, ou então o alvo era outro! Acho que foi uma mistura de sorte e de eu também saber ter jogo de cintura, fazer outras pessoas gostarem de mim. O Fred falava isso: “Você fica no meio da guerra pedindo bala e a bala não vem em você, não sei o motivo”. Aí depois ele fala que eu tinha um trato com o Gustavo, com a Sarah. Mas, querendo ou não, foi uma mistura de sorte e de timing também. Porque se a briga fosse na hora errada, ia lascar para mim.


Você e Fred começaram muito próximos no game, mas depois tiveram fortes embates na casa, que culminaram na sua saída do quarto Deserto. O que acha que deu errado na relação de vocês dois?
Ricardo Camargo - 
Sinceridade? O relacionamento dele com a Lari. Eu lembro que em um dos primeiros jogos da discórdia, na questão do pódio, eu já vi que ele estava muito próximo da Larissa e aquilo estava distanciando ele de mim. Eu falei: “Pronto, estou perdendo um soldado”. Quando ele fecha um relacionamento com ela, eu confirmei isso. Ele foi se distanciando mais de mim, se aproximando mais da Bruna (Griphao), do Sapato (Antonio “Cara de Sapato” Jr.) e foi me deixando de lado. Isso aconteceu naturalmente. Quando ele se afastou totalmente de mim e começou a desconfiar de mim, aí foi o estopim. Ele falou que eu estava passando informação para a Sarah, coisa que não fiz. Queria muito fazer, mas sabia que se fizesse eu seria um X-9 no programa, e eu não queria ser rotulado assim, como um leva e traz. O momento em que ele se afastou de mim naturalmente, pelo relacionamento, por estar se aproximando de outras pessoas, e depois desconfiou de mim foi o que quebrou total a nossa amizade. E também o jogo dele muito “saboneteiro” (risos).


Alguns participantes criticaram o seu jeito explosivo no confinamento. Antes de entrar, imaginava que essa característica poderia impactar o seu desempenho no "BBB"? 
Ricardo Camargo - 
Minha mãe sempre avisou que esse meu jeito explosivo e reativo de ser poderia me complicar um dia. E eu nem sabia ainda de "BBB". Quando eu entrei no "BBB", era uma fase em que eu estava muito “good vibes”, então não imaginei que isso fosse acontecer. Mas lá dentro do jogo foi tanta pressão, e eu também não tinha voz no quarto, as pessoas debochavam quando eu falava de Big Fone - e no dia que tocou, eu estava lá acampado -, ninguém estava nem aí para mim... Aquilo foi me irritando, me irritando, até o ponto que eu pensei: “Para ser ouvido eu vou ter que gritar? Não é possível”. E eu comecei a acumular coisas, a me desgastar, a falar mais alto. Certamente foi o meu ponto fraco.


Teria feito algo de diferente no convívio?
Ricardo Camargo - 
Eu tenho certeza de que, se eu tivesse uma calmaria, eu teria sido certeiro, preciso. Teria sido um atirador de sniper, não um Rambo que tem que dar 100 tiros para acertar um (risos). Então, acredito que meu lado reativo me atrapalhou, sim. Porém, eu sei que teve momentos em que eu reconheci isso, e o reconhecer engrandece. O seu maior defeito pode ser o seu aliado também, e eu acho que quando eu reconhecia e melhorava, ficava semanas sem brigar, me ajudava muito. Era o autocontrole, que também me ajudou nessa jornada.


Por que optou por mudar de quarto?
Ricardo Camargo - 
Mudei porque desconfiaram de mim, me chamaram de traidor. E, quando eu estava saindo, falaram que eu era uma pessoa ruim, má, que despertava o lado ruim das pessoas. Ninguém tem coragem de bater no peito para falar que tem um lado ruim, mas a culpa é minha por despertar o erro da pessoa? Tem um erro aí nesse negócio. E vi que ali não era lugar para mim. Eu já tinha falado isso para o (Cezar) Black, uma vez: “Se você não é aceito lá e está dormindo lá, você está morto por dentro”. E quando a mesma coisa que acontecia com ele aconteceu comigo no quarto Deserto, pronto. Eu fiz o que eu falei que ele tinha que fazer: peguei minhas coisas e saí. E saí feliz.


Logo no início da temporada, você e a Sarah estabeleceram uma relação de amizade que, do meio para o final, virou um envolvimento amoroso. Qual foi a importância dela para você no "BBB"?
Ricardo Camargo - 
A Sarah foi meu amparo. Ela cuidou de mim. Quando ninguém via meu lado bom do coração, meu lado bom como jogador, ela via. Quando eu estava triste, ela vinha e me jogava para cima. Tinha horas em que eu queria entregar os pontos, e ela falava: “Não vai, não. Calma que vai dar certo”. E ela conseguia conversar comigo com calma, nunca precisou aumentar a voz para falar, então eu conseguia ouvir, entender. Ela foi aquela amiga que todo o ser humano precisa ter. E eu ainda tinha uma admiração incrível por ela. Então eu tinha um amparo, uma conselheira, uma pessoa de quem eu queria ser parecido na forma de falar. Eu estava aprendendo com ela, e a gente não aprende com as pessoas falando com a gente, mas, sim, observando. Eu observei muitos movimentos dela lá, que adquiri alguns para mim durante o jogo, e isso foi essencial durante a minha jornada. E ela foi meu amorzinho lá dentro, né? (risos)

Você também teve um envolvimento com a Paula no início, que, quando saiu, chegou a falar que vocês têm um encontro marcado. Como foi receber a informação de que ela estaria te aguardando aqui fora por meio do Fred Nicácio?
Ricardo Camargo - 
Foi um “boom”. É loucura porque a gente não ficou. Eu acredito que era mais afeto meu do que dela por mim. Eu realmente me apaixonei, foi incrível, uma loucura, só que não foi correspondido. Ela saiu do programa e eu segui minha vida normalmente. Conheci outra pessoa muito especial para mim, muito amiga, muito parceira, muito match. Estou seguindo minha vida maravilhosa e, de repente, vem o Fred e fala: “Se lembra daquela pessoa lá? Disse que é apaixonada por você e está te esperando”. Oi? Me esperando? Deu um choque. Mas eu pensei no que eu estava vivendo - e eu não vivi o lá atrás com ela, só senti, mas não foi recíproco. E esse eu estava vivendo, gostando. Não iria largar o que eu tinha para me aventurar em um momento, sabe? 


Você e o Cezar se desentenderam em jogos da discórdia, você o colocou na xepa com o monstro, mesmo ele sendo líder, depois trocaram votos, e acabaram dormindo no mesmo quarto. Ele era seu principal adversário no game? De que forma ele atrapalhava seu jogo?
Ricardo Camargo - 
Ele me atrapalhava! Olha... Eu gostava dele como pessoa, me divertia muito com ele, mas o jogo dele me dava um ranço. Ele precisava parar de ser cagão, precisava bater de frente com as pessoas mesmo. Mas quando ele batia de frente, ele perdia totalmente a mão, ia em pessoas que eu achava que não tinha que ir. E aquilo me dava um ranço, mas ele não era meu principal rival. Quando eu mudei de quarto, meus principais rivais eram o Fred, a Larissa e a Bruna. E tinha horas que parecia que ele pedia para eu votar nele! Se eu não votasse, eu seria contraditório comigo mesmo. Acho que ele pediu muito para ser o meu rival, só que na verdade eu não queria que ele fosse. Tanto que levei ele para o almoço do anjo. Queria trazer ele para mim. Eu gostava dele porque ele tinha uma visão de jogo muito boa também, só que o povo não dava moral para o que ele falava no quarto Fundo do Mar, ninguém gostava. E eu tinha empatia porque vivi isso no Deserto. Queria trazer ele para mim, falava do meu jogo para ele, ele ia lá e me explanava. Então, ele me atrapalhou muito, muito. E foi um Tom e Jerry ali, um Papaléguas e Coiote (risos). Mas eu gosto muito dele. Foi a minha carne de pescoço, como eu dizia (risos).

O que você leva dessa experiência? 
Ricardo Camargo - Levo o meu desenrolar. Não sabia que eu era tão desenrolado como eu fui, não sabia que seria tão liso. Também não acreditava que poderia ser um comunicador, que conseguiria interagir com uma câmera, como experimentei nas festas. Vi que minha mente é forte. Nunca pensei que minha mente fosse forte e ela foi nos momentos em que eu mais precisei. Os ensinamentos da minha família sempre foram postos em prática, mas parece que no "BBB" vez foi a prova dos nove; eu acho que tudo que meus pais me ensinaram eu consegui mostrar. Consegui entender que existem sentimentos que precisam ser separados: o que é afeto, o que é jogo e o que pode ser na vida; o que tem que ser responsabilidade e o que pode ser diversão... E também aprendi que ganhar não é vencer. 


Como enxerga a configuração do Top 4, composto apenas por integrantes do extinto quarto Deserto? Acha que se tivesse continuado jogando com elas poderia ter sido um finalista?
Ricardo Camargo - 
Não acho, não dava. Porque eu discordo do jogo da Amanda e da Aline (Wirley), e discordo de alguns comportamentos da Bruna; a gente não se bicava. A gente até se gostava, era como na relação de irmãos, mas eu não me dava bem com alguns comportamentos da Bruna. Então, eu ia estar por que junto com as quatro? Não fazia sentido nenhum. Eu fiz o que tinha que ser feito. Acho que, independentemente do que eu fizesse, eu não estaria nesse Top 4. Mas a Larissa é uma grande jogadora, embora tenha saído e voltado. Ela é desenrolada.
 

Quem é ou foi o melhor competidor do "BBB 23", na sua opinião?
Ricardo Camargo - 
A melhor jogadora, sem dúvidas, é a Lari. Não tem o que falar. No início do programa ela era muito assertiva nas coisas, sabia conversar, persuadir as pessoas para entender o jogo dela e do Fred. Isso foi muito importante para ela enquanto jogadora. 
 

Para quem fica sua torcida agora?
Ricardo Camargo - 
Acho que a Amandinha merece ganhar. A Lari só se não tivesse saído do programa. Como ela saiu, acho que já não faz sentido ganhar. Agora, a Amanda teve um jogo de planta, sim – eu falo isso sem problemas e os hates podem vir (risos). Porém, ela veio em uma crescente muito boa, se posicionando cada vez mais, e ouviu o que a Lari veio trazer. Quando ela ouviu e colocou em prática, ela se sobressaiu. Então ela foi assertiva nos posicionamentos, na forma de falar. Saiu de um jogo totalmente oculto para uma possível protagonista das Desérticas. E ela é carismática! É engraçada, minha estranha favorita, como eu gostava de dizer. Acho que ela ganha.

Quais são os planos para o pós-"BBB"? Pretende voltar para a Biomedicina?
Ricardo Camargo - 
Eu quero voltar a estudar. Quero fazer medicina, mas acho que nesse momento não vai dar para conciliar. Quem sabe no próximo ano eu me prepare para fazer um vestibular e entrar em 2025. Não tenho pressa, estou tranquilo quanto a isso. Também quero ver o que o mundo tem para me oferecer, ver se eu tenho alguns dons que estão esquecidos, algo que me desperte a dopamina, hormônio da felicidade. Quem sabe a comunicação, o marketing, quem sabe ser um digital influencer... Eu não sei, mas quero tentar tudo que tiver para encarar, experimentar. Acho que a vida é isso: aproveitar as oportunidades.

.: Marcos Lanza celebra 20 anos de carreira com musicais e reality show


Conhecido dos palcos e telas, ator se divide entre muitos personagens ao protagonizar “Kafka e a Boneca”, integrar o elenco de “Ney Matogrosso - Homem com H”, estrelar campanhas publicitárias e compor o júri do “Canta Comigo”. Foto: Felipe Quintini


Talvez crescer em uma casa musical, sob a boa influência dos pais, e ser um apaixonado pelo audiovisual, tenha inspirado o ator e cantor Marcos Lanza para que ele se tornasse um artista plural. Foi assistindo a clássicos do cinema e da teledramaturgia que ele se viu despertar, ainda na infância, para o sonho da carreira artística, celebrada há 20 anos com trabalhos nas telas e nos palcos, incluindo mais de 60 campanhas publicitárias e 15 espetáculos musicais, entre eles “Kafka e a Boneca” e “Ney Matogrosso - Homem com H”, onde atualmente se divide para somar personagens.

Empenhado em absorver o máximo de aprendizado, nos últimos 23 anos Lanza se dedicou a estudar teatro, canto e dança com profissionais renomados, mas entre tantos cursos e workshops feitos, foi ao lado de um grupo de garçons-cantores, com a Cia. Cine In Show, que ele se viu trocando a teoria pela prática ao longo de 13 anos, se apresentando em diversos eventos que lhe renderam muito aprendizado e direcionaram para seu primeiro grande trabalho: o musical “Avenida Q”.

A premiada comédia da Broadway abriu caminho para outros títulos importantes como as montagens brasileiras de “Chaplin - O Musical”, “Forever Young”, “Barnum - O Rei do Show” e “O Fantasma da Ópera” - que considera um divisor de águas na sua carreira ao interpretar Monsieur André -, além de produções originais como “Elis, a Musical”, “Divas, o Musical”, “Alegria, Alegria - O Musical”, “Enlace - A Loja do Ourives”, “Os 10 Mandamentos - O Musical”, “A Paixão Segundo Nelson”, “Sub-Pop-Ópera dos Mendigos” e o infantil “Tic Tic Tati”.

De Hebreu/Egípcio a dono de ópera, passando inclusive por um velhinho roqueiro e uma drag queen, o artista é conhecido por sua versatilidade e explora sua veia cômica com facilidade, mas é dando vida a personagens sérios que ele se sente mais desafiado, a exemplo de Franz Kafka,  que interpreta no espetáculo que conta a história real do encontro entre o escritor e uma garotinha, que precisa aprender a lidar com a dor da perda de sua boneca e o entendimento de muitos sentimentos, enquanto ele reavalia, em seus últimos momentos, os 41 anos de vida.

“Quando fui convidado pelo (autor e diretor) Marllos Silva eu já sabia que seria desfiador protagonizar o musical, não só pela oportunidade de mostrar algo que nunca tinha feito, mas também porque Kafka era um escritor complexo e cheio de dramas pessoais, que com suas palavras traduzia, maravilhosamente bem, o cotidiano psicológico e os problemas existenciais dos seus personagens/seres humanos. Eu li e assisti muitas coisas que me ajudaram na construção dele, e assimilando todas as informações pensei em como seria o meu Kafka no universo infantil. O que também ajudou no processo foi a curva dramática que ele tem na história, pois me deu muito material para construí-lo, tanto fisicamente quanto emocionalmente”, conta ele.

E se durante o dia, de quinta a domingo, ele assume a forma de um “carteiro de bonecas”, é no período da noite, nos mesmos dias, que ele ele pode ser visto na pele de Moracy do Val, produtor musical e jornalista conhecido pelo trabalho com o grupo Secos e Molhados, liderado por Ney Matogrosso, o homenageado do espetáculo que realiza sua segunda temporada em São Paulo - e que conta com Lanza em mais de um papel.

“A jornada dupla é desafiadora, pois ambos exigem bastante de mim. Em ‘Kafka’ tenho muito texto, principalmente por ser o protagonista - o que é, por si só, uma responsabilidade, já em ‘Ney’ também tenho bastante texto, mas em função de interpretar vários personagens. É preciso muita concentração e observação para encontrar as possibilidades de diferenciação, nem que seja em pequenos detalhes, na voz ou na intensidade da energia, até porque, é o mesmo ator ali, trocando de personalidade. Analisando esse momento, sempre penso como é maravilhoso para mim, como ator, poder estar em dois espetáculos distintos e que me provocam e estimulam em lugares igualmente diferentes”, diz.


Dos palcos para as telas
Entre estudos, ensaios e apresentações, Lanza encontra ainda tempo para se dedicar ao audiovisual - aquela antiga paixão, alimentada desde criança. Atualmente ele pode ser visto também como um dos 100 jurados do reality musical "Canta Comigo", exibido pela Record TV, onde pode usar de todo seu conhecimento, adquirido ao longo das últimas duas décadas em exercício, para avaliar os candidatos que se apresentam no palco comandado por Rodrigo Faro todos os domingos.

“Eu amo fazer parte do elenco de jurados, nos divertimos e aprendemos muito a cada programa. Para mim, responsabilidade é a palavra que define essa função, não só de julgar, mas de poder colaborar com a jornada do candidato no programa. Sempre penso o quanto deve ser desafiador cantar para um paredão de 100 pessoas - logo penso como seria se fosse comigo -, então ouço a história deles, vejo como eles se comunicam, como se conectam com o seu propósito e claro, não deixo de observar o que apresentaram, o repertório escolhido e se cantaram com uma voz presente. Quando a apresentação me move e me instiga, eu levanto e canto junto!”, conta.

E outra forma de encontrar o são-bernardense Marcos Lanza por aí é entre uma propaganda e outra. Considerado um dos rostos mais conhecidos da publicidade atual, não vai demorar muito para ele atingir a marca de 100 campanhas publicitárias, outra atividade profissional que adora exercer, especialmente pelas oportunidades inesperadas, e muitas vezes inusitadas, que acabam lhe tirando da rotina, e que servem como uma segunda vitrine para sua trajetória artística. É através delas que ele espera alcançar os mais diversos produtores e ampliar suas oportunidades.

“Sou muito realizado profissionalmente com todos os meus trabalhos até aqui, mas morro de vontade de fazer cinema, ainda sonho em ver meu nome nos créditos do cinema nacional, assim como desejo fazer personagens maiores em séries e novelas. Já participei de algumas, mas quero mais!”, finaliza.

.: Vencedora do Masked Singer, Flay tatua personagem Vitória-Régia


Consagrada como grande vencedora da terceira temporada do programa "The Masked Singer Brasil", a cantora Flay compartilhou a tatuagem que fez em homenagem à DJ Vitória-Régia, sua fantasia no reality musical. “Essa é daquelas tatuagens que a gente tem certeza que nunca vai se arrepender de ter feito, poucas coisas foram tão marcantes na minha vida como essa criaturinha… Eu amo ser a Vitória Régia, amo que ela seja eu, amo tudo o que ela me permite ser e amo o que nós somos juntas. Sempre vou ser grata por ter sido escolhida para dar vida pra ela”, declara Flay na legenda do post.

Reconhecida por sua potência vocal, a paraibana transformou o palco da competição em um verdadeiro espetáculo. Entre suas apresentações destaque na temporada, estão os medleys de"'Something Gotta Hold On Me/Sentou e Gostou/Bang Bang", "Hello/Disk Me", "Ex Mai Love", "Bonekinha" e "Diamonds".

“A minha vida e arte tem a missão de inspirar pessoas como eu, a alcançar lugar de destaque. É sobre uma menina pobre, preta, nordestina, mãe solo, subestimada, que passou a vida passando por cima de todos os nãos que a vida deu em busca do sim e finalmente ele chegou. É uma recompensa de Deus, do universo a uma vida inteira dedicada à algo que faço com tanto amor”, conta.

 Recentemente, a artista lançou o seu primeiro álbum musical da carreira solo. “Imperfeita” chegou reforçando a seu talento e versatilidade. Dando continuidade ao ano que marca uma virada importante na sua trajetória como cantora, Flay lança a sua nova turnê na festa “Antes de Meia Noite”, dia 2 de julho na casa de show Audio em São Paulo.

quinta-feira, 20 de abril de 2023

.: #BBB23: entrevista com Domitila Barros, "Sem errar, seria desumano"


Domitila Barros viveu uma trajetória de coragem no "BBB 23": “Eu consegui, por 93 dias, ser a Domitila que eu fui. Sem errar, seria desumano”, avalia depois de deixar o reality nesta terça-feira, dia 18. A energia “gratiluz” da ex-sister se uniu à sua vibe afrontosa e motivou diversos conflitos que a levaram a sete paredões, à experiência de um Quarto Branco com um grande rival e a vários vetos em provas. Nem por isso deixou de chegar ao Top 6 desta temporada, sendo a última representante do quarto Fundo do Mar a sair da competição. Domitila foi eliminada na berlinda contra Amanda e Larissa ao receber 59,94% dos votos. Além da disposição para o game, a modelo e ativista social mostrou ao público seu lado sensitivo que surpreendeu com premonições certeiras sobre movimentações do jogo. A Miss Alemanha também se destacou, fora da casa, pelo seu lado cantora: o hit das cacheadas em transição foi marcante para os fãs. “Quando eu saí, percebi que é muito importante ser Domitila em todas as suas facetas: a Domitila que erra, a Domitila que dança, a Domitila que canta. Eu queria, mesmo com os meus temas, levar um pouquinho de alegria, de inspiração, e percebi que não tem números para isso, o que é muito bom porque me dá vontade de fazer mais”, declara. 

Na entrevista, a ex-participante dá um palpite sobre o que pode tê-la tirado da final do "BBB 23", avalia seus erros e acertos e conta planos e projetos para o futuro após o reality.

 

Eleja uma palavra que resuma a sua participação no "BBB 23" e justifique. 

DOMITILA BARROS: Sensibilidade. Conversando com mainha hoje, ela me disse que muitas coisas que eu falava lá dentro estavam acontecendo aqui fora. Até para eu aguentar, com as pressões que eu sentia, eu tinha muito essa crença, essa coisa de visualizar, imaginar e criar o meu próprio mundo dentro daquele universo paralelo. Então, acho que a minha sensibilidade foi o meu guia nesta edição.

 

Quais foram os momentos mais especiais para você durante o confinamento? 

DOMITILA BARROS: O primeiro foi quando o Fredão volta: ‘Meu Deus, o Fredão voltou! Vida!’. O segundo foi quando eu ganhei a minha prova do líder, porque eu estava querendo muito vencer e fiquei muito feliz quando eu consegui.

 

Você enfrentou sete paredões. O que mudou para que fosse eliminada neste, na sua opinião?

DOMITILA BARROS: Eu acho que a volta da Larissa com as informações e com a possibilidade de, com essas informações, colocar no paredão as pessoas que o Brasil já queria que saíssem; a gente que estava lá dentro não tinha essa perspectiva. Acho que outra coisa que influenciou foi a estratégia de chegar com a temática dos erros que eu tinha cometido e esperar três ou quatro dias para isso ficar grande o suficiente para depois eu ir para o paredão. Em relação aos temas que eu levei, a minha pergunta era: ‘Favela venceu?’. Infelizmente a favela não venceu. Não só por eu não ter vencido, mas por terem sido temas difíceis de confrontar. Mas eu tenho muito orgulho da minha trajetória, tenho orgulho dos temas que eu defendi e também dos meus erros, porque isso prova que eu sou humana. Creio que são vários fatores que levaram à minha saída, mas quem assistiu viu que eu não chorei naquele momento porque eu não tinha motivo para chorar, só tinha motivo de orgulho e gratidão. Mesmo essas duas semanas tendo me levado a cair nesse paredão e sair, foram as duas semanas em que eu fui mais feliz. Honestamente, é muita gratidão e muito orgulho da minha trajetória ali dentro: foram 93 dias de luta e algumas vitórias que eu vou levar para a vida.

 

Como foi para você lidar com sucessivas perdas de aliados? 

DOMITILA BARROS: A exterminação de um por um do Fundo do Mar também interferiu muito no meu jogo, porque era perda em cima de perda. Quando a Sarinha sai, eu fico muito desacreditada do que é preciso para ganhar esse jogo. Eu pensava que o preciso era se jogar, se posicionar, dar a vida, ganhar prova. E depois de tudo isso, com a saída da Sarah, reflete em mim como não sendo suficiente, não sendo o caminho das pedras, aí eu fico abalada no jogo.

 

Você escolheu jogar com o grupo do quarto Fundo do Mar. Se pudesse, teria escolhido outra maneira de jogar ou outros arranjos de alianças? 

DOMITILA BARROS: Eu permaneceria no grupo do Fundo do Mar. Desde a primeira vez que eu pisei lá, eu senti muito aquele quarto. Eu tinha consciência de que, por vários motivos, erros, problemas e temáticas, só sobrou o Top 6 para a gente chegar. Mas eu escolheria o mesmo grupo, as mesmas pessoas. Uma coisa que eu tenho escutado muito desde que saí é que eu poderia ter me vinculado mais às pessoas do quarto Deserto. Não sei se viram, mas eu tentei, só que não foi possível. Tanto é que, no meu primeiro jogo da discórdia, eu pedi humildemente que me dessem uma chance de isso acontecer. No quarto branco, isso ainda continuava como tema, porque nem meu nome era possível de se memorizar, de tão irrelevante que a minha presença dentro da casa era. Então, no quarto Fundo do Mar eu me sentia pertencente, cuidada, valorizada pelos meus valores, que também têm muita crítica, mas são os valores que eu tinha. E cada um dá o que tem. O Fundo do Mar eu vou levar para a vida.

 

Como você avalia a interferência do Cezar no seu jogo, já que vocês começaram a temporada em dupla, se desconectaram e, mais recentemente, estavam muito próximos? 

DOMITILA BARROS: Tem uma novela da Globo que fala uma frase que Fredão me disse: “A gente nunca se atrasa para o que é nosso”. Isso me lembra muito a minha situação com o Cezar. Quando a gente entrou, foi muito difícil; dormir junto – ele vai mais no banheiro do que eu; somos totalmente diferentes; eu quero me posicionar e ele fala: “Eu não tenho nada a ver com isso”; e eu digo: “Como assim você quer ser meu parceiro, mas não é?” Ao mesmo tempo, em muitos momentos decisivos na trajetória dele e na minha, nós fomos muito importantes um para o outro. Eu identifico como uma trajetória de amizade muito honesta. Eu não sei como vocês são com os melhores amigos de vocês, mas eu critico, brigo, falo as verdades na cara mesmo. Aí fico uma semana sem ter saco de encontrar, mas quando reencontro é como se nada tivesse acontecido. Tenho certeza de que tenho um espaço no coração dele e ele sabe que tem um espaço no meu.

 

No início da temporada, alguns participantes apontaram que você fazia um jogo mais escondido e usaram isso como motivo de voto. Depois, você teve uma mudança em relação a sua postura e começou a expor mais suas opiniões. Esta foi uma decisão sua ou as circunstâncias te levaram a ter outra postura? 

DOMITILA BARROS: Eu acho que foi mais uma reação à realidade que eu vivia no jogo. No começo, no primeiro jogo da discórdia, pedi para me darem a oportunidade de me conhecerem, tentei engatinhar conversas e relacionamentos, mas recebia, do meu ponto de vista, aversão. Eu não queria forçar uma coisa que não existia. Dei uma chance honesta para todo mundo, mas se não rola, se não vinga, está na mão de Deus; faz o teu. Aí começaram a surgir conflitos naturais, não só com o grupo adversário. Eu também fui muito proativa em defender o meu ponto de vista. As situações do jogo e os embates que eu tinha eram orgânicos. No começo eu tentei observar o jogo; todo mundo diz que eu falo muito, mas eu sei que observei muito, tentei conhecer as pessoas, dar uma chance de conversa, de troca. E quando eu percebi que não ia rolar, que tem pessoas que são totalmente diferentes e que vão fazer de tudo para eu sair da casa, eu falei: “Comigo não, meu amor. Você se quiser que aperte, porque eu não vou para canto nenhum, não. Vou ficar aqui”.


 

Você teve discussões com vários participantes e chegou a dizer que saía como vilã dos embates. Quais eram seus maiores adversários no game? 

DOMITILA BARROS: Eu entendi, quando saí e com a volta da Larissa que não só havia uma discussão sobre erros e acertos, mas ali tinha uma coisa meio embaçada, que eu não sei dizer se é adversária ou não. Depois de assistir a alguns vídeos, eu acredito que, em boa parte do jogo, eu e Bruna éramos adversárias; quando eu estava dentro do jogo eu nem tinha a perspectiva desse ponto de vista. Em muitos momentos, eu senti que a maioria da casa queria se ver livre de mim. Eu não via que tinha uma ou duas pessoas em combate comigo; eu sempre via mais como um movimento de grupo de não me querer lá. Aí eu comecei a me questionar por que e percebi que eu era uma pessoa inconveniente e insuportável para eles. Aí eu pensei: “Bem, então estou fazendo tudo certo, porque não vim aqui para agradar; eu vim aqui para ganhar. E para ganhar eu vou ter que ser insuportável. Amigos eu tenho lá fora; se der para fazer um ou dois aqui dentro, lindo. Mas também se não der, graças a Deus, tenho amigos maravilhosos lá fora” E deu para fazer mais de dois amigos lá dentro, viu? (risos)

 

Quais são os amigos feitos no BBB que pretende levar para sua vida? 

DOMITILA BARROS: Mesmo que pareça que eu estou sabonetando, eu quero muito levar todos do Fundo do Mar para a vida. Eu quero muito acreditar que o que acontece no jogo fica no jogo. Tem muitas coisas que ainda tenho que assistir, ver e ler – é uma emoção agora. Ontem, quando eu saí do BBB, vi que todos os participantes do Fundo do Mar fizeram mutirão para eu ficar na casa e isso para mim é uma honra. É uma honra saber que, mesmo com tudo o que acontece no jogo, o Fundo do Mar lutou pela não extinção do quarto, por isso eu realmente quero levar todos para a vida. O Fredão já está em contato com a minha mãe – esse é o nível em que a gente chegou. Do quarto Deserto, também têm muitas pessoas que eu teria muita vontade de continuar em contato, desenvolver uma amizade. Mas eu acho que, se Deus quiser, vou trabalhar tanto agora, que vou ter pouco tempo de me reconectar com todo mundo. Eu vou me limitar hoje a todos os participantes do quarto Fundo do Mar.

 

Seu maior temor no jogo era o quarto branco, mas você o enfrentou e voltou ao game. Teria feito algo diferente enquanto estava lá ou com relação à escolha de Fred para acompanhá-la? 

DOMITILA BARROS: Não. Eu poderia dizer que eu não teria apertado o botão, mas isso não seria Domitila. Quando eu vi aquele botão, eu imaginei uma chance de ver um vídeo da família, ganhar uma imunidade ou de poder jogar o jogo. E eu não iria fugir, eu não iria ver o botão, entrar e falar: “Galera, tem um botão lá. Quem quiser apertar aperte”. Não sou eu. Se eu vi o botão, por algum motivo, como a corajosa que eu sou, eu falei: “Se ele está aqui me esperando, é porque ele é meu”. Então, apertei, sofri com a consequência, perdi o carro. Naquele momento, o meu embate era com o Fred, a pessoa com quem eu estava tendo mais conflitos na casa e com quem estava mais difícil a convivência. Em nenhum momento do jogo, nem no começo, quando eu estava mais apagada, eu fugi dos meus temas, eu enfrentei meus medos e foi isso que aconteceu quando eu escolhi o Fred. Faria tudo de novo.

 

De que forma a volta do Fred Nicácio e da Larissa te impactou? Vimos que você chorou bastante e pressentiu a presença dele e que as informações levadas pela Larissa te deixaram pensativa.  

DOMITILA BARROS: O retorno do Fred foi extremamente necessário para eu continuar no jogo. Ele me deu força, me deu esperança e, só de ele estar lá, mesmo se ele não tivesse falado nada, já teria sido muito importante para o meu jogo. O retorno da Larissa foi mérito dela. Eu fico muito feliz de o Brasil ter feito a escolha por eles dois, porque assim eu posso ter o Fredão comigo, mas não seria verdade se eu falasse que não impactou o meu jogo. Eu não estava mais lembrando nem o nome de parentes, então naquele momento voltam temas que me deixaram três dias de cama, refletindo a minha jornada, não só no ‘Big Brother’, mas na vida. Teve um momento em que eu pensei que todas as mulheres que eu já empoderei iriam ficar desempregadas, porque tem mulheres muito mais fortes do que eu para assumir esse legado do empreendedorismo. Eu cheguei a pensar que tudo o que eu havia criado tinha perdido a validade, porque uma pessoa e uma ou duas falas erradas descredibilizam uma trajetória de 23 anos. Isso me tirou muita força por três dias. Eu não sei se as pessoas têm noção de quanta coragem é necessária para se expor no BBB. E eu consegui, por 93 dias, ser a Domitila que eu fui. Sem errar, seria desumano. Então, diante dessa pressão que já havia no jogo somada a essa pressão de que só eu errei – porque do dia para a noite, Aline vira a cara para mim, Amanda vira a cara para mim e eu sou a única pessoa incoerente – psicologicamente, é muito difícil você não acreditar que aquilo é verdade absoluta, porque é a sua verdade que está sendo jogada para você. Eu errei, me desculpei, passei três dias nesse processo de identificar o erro e me perdoar para poder pedir um perdão honesto, não apenas para poder resolver e ficar livre daquilo. Mas depois disso, as informações que a Larissa traz, que eu questionei muito no jogo, têm um impacto. Antes de a Larissa sair, ela, o Fred e a Bruna colocaram a Sarah no paredão para proteger a Marvvila, aí a Larissa voltou com a informação de que a Marvvila estaria apagada. Então, a Marvvila vai para o paredão e sai; antes foi o Gabriel. Essa informação que ela traz, a qual eu não tive acesso, influencia diretamente o meu jogo: eu perco aliados, eu perco amigos e sou colocada a temas, não só em relação ao erro que eu cometi, mas de jogo, que, no final, já tendo passado por tudo aquilo, ainda ter que lidar hora a hora com essas coisas, me abalam. Se eu falasse que foi lindo, não seria verdade. E não é nada contra a Larissa nem porque ela não mereça voltar, é porque a volta dela com as informações que ela tem influenciam negativamente o meu jogo em vários aspectos. Mas como eu já falei na casa, o Brasil escolheu, a dinâmica é essa, eu que sofro e está tudo bem (risos).

 

Você ganhou a prova do líder já na reta final do programa. Acredita que poderia ter tido uma outra trajetória se esse poder tivesse chegado mais cedo no jogo? 

DOMITILA BARROS: Eu acredito que não. Acho que o poder chegou exatamente quando eu precisava, porque tudo acontece quando tem que acontecer, como diz o Fredão. Graças a Deus, eu consegui chegar muito longe no jogo sem ganhar provas, mesmo sem ter o privilégio de ganhar imunidades e tendo inúmeros vetos. É importante lembrar que eu tive vários vetos. A gente não pode dizer que eu tive as mesmas chances de ganhar provas que os outros participantes se eu fui muito mais vetada, fiz muito menos provas. Passei um tempo com o pé torcido, que me tirou de algumas provas, e de outras eu fui vetada. Na verdade, eu fiz menos provas do que as pessoas que estão na casa hoje e, mesmo assim, consegui chegar tão longe, porque os meus relacionamentos, as minhas estratégias, a minha forma de jogar e a minha relação com o Brasil me permitiram chegar tão longe. Eu não cheguei até aqui por causa de anjo ou por causa de uma semana. Mas, no final, provavelmente quando o jogo já estava virado mesmo, foi muito importante eu ganhar o líder para sair com o sentimento de que não só dei o meu máximo, mas também venci. Eu queria muito ser feliz no ‘Big Brother’, queria muito ter o sentimento de vencer. E ter tido esse sentimento na penúltima semana foi muito gratificante. 

 

Você fez algumas “previsões” acertadas no BBB, gerou memes aqui fora como “sensitiva” e impressionou com seu sonho com um cômodo com camas que lembrava a casa do reencontro. Sempre teve esse lado sensitivo? Ele te ajudou ou te preocupou durante o jogo? 

DOMITILA BARROS: Eu sempre tive esse lado sensitivo. Quando mais estressada eu estou, menos ele pode aparecer. Mas isso me ajudou muito no programa, porque quando você está no BBB, é como se você estivesse numa realidade paralela. É muito louco: a grama não é grama; as câmeras parecem ET’s; Ivete Sangalo chega; você come no garfo que Cauã Reymond comeu; você vai no banheiro e tem uma câmera... A oportunidade de ter constantemente a minha fé e a minha sensibilidade me ajudou muito no jogo e a me permitir também. Houve momentos em que eu me via doida, mas eu falava: “Calma, eu sou sensitiva, estou num universo paralelo, depois eu volto e vai dar tudo certo”. Me ajudava muito essa perspectiva de que iria dar tudo certo.

 

Sua música, lançada em 2021, bateu a marca de 1 milhão de visualizações na web durante o BBB 23. O que achou da repercussão? Pretende lançar outras?  

DOMITILA BARROS: Eu achei o máximo! Eu nem tinha falado sobre essa música porque foi uma coisa muito pessoal, não foi nada extravagante, foi feito a mão mesmo. Eu fiquei muito feliz porque ouvi dizer e li muitas mensagens hoje de meninas e mulheres que se identificaram, que a decoraram rapidinho porque fala tanta coisa em tão poucas palavras. Parece que essa música também criou um universo paralelo, porque tem uma vibe bem diferente, que eu não sei explicar ainda. Um dos meus sonhos no ‘Big Brother’ era inspirar as pessoas. Eu tenho uma tatuagem no meu braço que fala sobre autocuidado, porque nem sempre eu me amo. Quando eu erro, eu não me amo, mas tenho que cuidar de mim mesmo assim. Então, saber que essa música pôde chegar a tantas pessoas que se identificaram é um pouquinho de mim que eu pude dividir no ‘Big Brother’ também. Isso me deixa muito feliz. Eu quero muito fazer mais músicas e ser muito feliz aqui fora também. Eu vi ontem que a Juliette é minha melhor amiga agora; de uma postagem para melhor amiga, porque eu sou dessas (risos). Já aproveitei o enredo para falar: “Juliette, por favor, me dá três minutos no teu show para cantar ‘As Cacheadas’”. Vocês sabem também que MC Poze do Rodo é meu melhor amigo também? Vamos fazer muitos remixes também, viu, Poze? Vamo simbora! 

 

Você foi Miss Alemanha em 2022. Pretende voltar ao país ou permanecer no Brasil? Quais são seus demais planos para o pós-BBB? 

DOMITILA BARROS: Eu quero cantar, quero fazer muita coisa, quero conhecer as pessoas. Mesmo eu não tendo ganhado o BBB, eu fui entendendo nessa madrugada que tem muito amor aqui fora, tem muita gente que nem me conhece, mas se dedicou tanto. Tem gente que estava me ajudando até nas redes sociais, voluntariamente, porque se identificaram e queriam que essa história fosse contada. Então, quero muito conhecer essas pessoas e estar o mais próxima delas possível. Quero muito continuar no Brasil e realizar muitos sonhos aqui, mas hoje de manhã eu já recebi um convite para um projeto no Canadá, outro para um projeto na Austrália... está uma loucura! Eu recebi muitas mensagens de pessoas de vários lugares. A gente que é brasileiro está em todo canto e eu sempre tive a história de ser mochileira, ficar para lá e para cá... Eu fiquei besta, porque não sabia que lá fora o programa estava tendo tanto impacto. Mas o desejo do meu coração é estar perto da família, aqui no Brasil, é poder ter uma chance aqui também. O Big Boss me deu a primeira e estou aberta para as próximas que virão. O coração quer estar aqui, se possível até no Rio de Janeiro, que eu nem conheço direito. Acredita que eu não conheço nem o Cristo Redentor?

 

Que mudanças a Domitila pós-BBB leva consigo? 

DOMITILA BARROS: Quando eu saí, percebi que é muito importante ser Domitila em todas as suas facetas: A Domitila que erra, a Domitila que dança, a Domitila que canta. Por exemplo, tem gente do meu convívio que não sabia dessa música, é muito louco. Mas, hoje, o que eu levo é que sonhar é preciso. Eu queria muito ganhar o BBB, tanto é que muita coisa que aconteceu foi em função desse desejo de vencer o programa. E eu estou sentindo muito que eu alcancei as pessoas que era para ter alcançado, cumpri a missão que era para ser cumprida. E, como no ‘Big Brother’, a gente nunca sabe se vai sair no outro dia, a gente tem que valorizar um dia de cada vez, uma pessoa de cada vez. Quando a gente vê os números – mais de 100 milhões de votos – é absurdo, é mais da metade da população do Brasil. Então, é reavaliar esse impacto que é possível se ter, sim, na vida das pessoas. Eu queria, mesmo com os meus temas, levar um pouquinho de alegria, de inspiração, e percebi que não tem números para isso, o que é muito bom porque me dá vontade de fazer mais.

 

Para quem é a sua torcida pelo primeiro lugar? 

DOMITILA BARROS: Para o Facinho. Eu quero muito que o Alface vença esse BBB. Todo mundo merece, e não é porque eu saí que vou desonrar a trajetória e o valor de estar lá dentro. Eu acho que o Brasil tem o discernimento e fez as escolhas que, para ele, são certas. Mas, ainda tem um nordestino lá dentro, um danado, aquele que fica nas provas de resistência até desmaiar, e a minha torcida hoje é por ele. 

 

E no gshow tem mais Domitila Barros. A eliminada estará no "Mesacast BBB" desta semana junto com Sarah Aline e próximo eliminado do "BBB 23". Patrícia Ramos e Jeska Grecco conduzem o papo para saber como foram seus primeiros momentos fora do jogo. A transmissão acontece nesta sexta, às 12h, ao vivo no gshow e no Globoplay. E a versão on demand desse episódio do "BBB Tá On" vai ficar disponível no gshow e nas plataformas de áudio para o público rever e ouvir quando quiser.

O "BBB 23" tem apresentação de Tadeu Schmidt, produção de Mariana Mónaco, direção artística de Rodrigo Dourado e direção de gênero de Boninho. O programa vai ao ar de segunda a sábado, após "Travessia", e domingos, após o "Fantástico".

Além da exibição diária na TV Globo, o "BBB 23" pode ser visto 24 horas por dia no Globoplay, que conta com 11 câmeras ao vivo, um mosaico com sinais simultâneos, dispõe do programa na íntegra, edições do "Click BBB" e o "Bate-papo BBB". Todos os dias, após a transmissão na TV Globo, o Multishow exibe uma hora de conteúdo ao vivo da casa, flashes ao longo do dia e o "BBB – A Eliminação", exibido às quartas, às 20h. No gshow, além de votar e decidir quem sai do jogo, o público pode acompanhar conteúdos exclusivos, como o "Bate-Papo BBB", a "Live do Líder" e resumos do que de melhor acontece na casa.

terça-feira, 18 de abril de 2023

.: Entrevista com Sarah Aline Rodrigues: "Quero experimentar a minha novidade"


"Eu sempre tive o sonho de ampliar diálogos e fazer com que as pessoas tenham mais voz", afirma Sarah Aline Rodrigues, uma das vozes mais lúcidas do "BBB 23". Foto: Globo/João Cotta


Sarah Aline Rodrigues tinha no "Big Brother Brasil" muitos sonhos. Entrou disposta a se dedicar 100% ao game, mas não a renunciar a seus princípios. Foi a campeã de provas da edição, manteve-se fiel aos seus aliados durante sua permanência no reality, não teve pressa em firmar seus posicionamentos e não fugiu do embate quando os conflitos apareceram. Foi inclusive em um deles que proferiu a frase que chegou como a peça que faltava ao quebra-cabeças do que poderia dar errado em um game feito por únicos dois grupos opostos: “Afetos ditam prioridade”.

Sarah ainda dançou, beijou, comemorou e fez tudo que gostaria no programa antes de ser eliminada pelo público, na noite do último domingo, 16 de abril. “Eu consegui viver tudo que o ‘Big Brother Brasil’ tem para oferecer”, afirma. A razão do que pode ter faltado para ir mais longe ela especula, mas ainda não está certa de que faria diferente se pudesse voltar atrás. “Eu não me arrependo de não ter exposto mais os meus posicionamentos porque eles sempre existiram. Foi no tempo que tinha que ser. Eu não gosto de me antecipar nas coisas que eu tenho que falar. Mas, como eu percebi que isso talvez fosse algo que o jogo exigia, eu poderia ter feito um pouco antes, óbvio, entendendo a necessidade”, pondera.

Na entrevista a seguir, a eliminada também reflete sobre as alianças que fez no "BBB 23", o retorno de dois eliminados à disputa com o jogo já avançado e os rumos do relacionamento com Ricardo Camargo (Alface), além de revelar quem tem sua torcida na grande final da temporada.


Você ganhou líder três vezes, anjo, arrematou poder curinga, atendeu Big Fone, beijou... Faltou viver algo no "BBB"?
Sarah Aline -
Só faltou viver o monstro, estão dizendo por aí (risos)... Mas eu estou feliz que eu não ganhei o monstro. Eu consegui viver tudo que o "Big Brother Brasil" tem para oferecer, ganhei todos os tipos de prova, então me sinto agraciada. Estou muito feliz.

Você foi uma das participantes que conquistou mais poderes nesta edição. Imaginava que ganharia tantas provas no reality? Acredita que essas vitórias te ajudaram a ir mais longe na disputa?
Sarah Aline - 
Não esperava, fiquei chocada. Eu sabia que eu ia me jogar, me entregar e que eu queria muito, mas eu fiquei: “Meu Deus, realmente posso ganhar muitas provas”. Isso me ajudou muito no jogo, com certeza, porque nessas ocasiões eu pude expor mais o que eu estava pensando para o público. Eu amei! Não esperava esse desempenho, que foi 10 de 10, e fiquei feliz.


Você afirmou que este era o paredão mais difícil que enfrentou. Por que acha que foi eliminada nesta berlinda contra Aline Wirley e Bruna Griphao? 
Sarah Aline - 
Na visão de dentro da casa, a gente não sabia de fato quem seria eliminada; era uma incógnita. A gente tinha jogos muito parecidos e, ao mesmo tempo, muito diferentes. Isso nos deixava na dúvida de como as pessoas estavam vendo nossa performance. A Bruna Griphao, por exemplo, era uma pessoa que destoava um pouco mais de mim porque sempre foi muito reativa, diferente de mim, da Aline Wirley e da Amanda. Então, eu estava na dúvida e pensei que seria um paredão difícil não porque eu achava que eram mulheres que estavam muito fortes aqui fora e eu não, ou vice-versa, mas porque era um silêncio. Eu já estava chocada por não ter saído no paredão com o Fredão (Fred Nicácio) e a Bruna, então virou um silêncio. Imaginei, ainda lá dentro, que a minha saída fosse porque a torcida das meninas (Aline, Amanda, Bruna e Larissa) estava muito forte como um grupo, como parceiras, e isso sobrou para mim. Vendo de fora, entendi que foi realmente isso, um espelho da relação delas, mas que também tem sido uma construção a partir de outras pessoas que foram se mostrando, ganhando apoio do público, e assim vai. Não acho que a minha visão estava tão distante do que foi na realidade. Foi realmente torcida que me tirou dali. Mas, fiquei feliz que a minha porcentagem foi, obviamente, maior que a da segunda mais votada, mas não tão distante.

 
O que faltou para ser uma finalista?
Sarah Aline - 
Não ter ido para esse paredão já me ajudaria muito. Porque, nesta altura do jogo, ou a gente ganhava prova ou ia para o paredão. Sinto que ter me livrado desse paredão me ajudaria a chegar, sim, à final. E, estendendo um pouco mais para a trajetória como um todo, eu não me arrependo de não ter exposto mais os meus posicionamentos porque eles sempre existiram. Foi no tempo que tinha que ser, como na confusão com o Fredinho (Fred Desimpedidos). Eu não gosto de me antecipar nas coisas que eu tenho que falar. Mas como eu percebi que isso talvez fosse algo que o jogo exigia, eu poderia ter feito um pouco antes, óbvio, entendendo a necessidade. Eu não iria conseguir comprar briga e falar coisas que eu não entendesse a necessidade.

 
Já na reta final, você perdeu os seus maiores aliados: Gabriel Santana e Marvvila. Como foi lidar com a saída dos dois? O que eles representavam para você no confinamento?
Sarah Aline - 
Foi muito difícil para mim perder os dois, ainda mais em sequência e vendo que eles saíram em um momento em que eles também não estavam tão bem com o jogo. Ficamos muito magoados com as informações que vieram de fora. Não por serem informações que invadiram cada um deles, mas porque foi muito difícil esse retorno naquele momento do jogo, depois de tudo que vivemos na casa, das eliminações; mexeu muito com cada deles. Então, vê-los nos paredões, mexeu muito comigo também. A despedida foi tenebrosa. Eu já tinha me despedido de pessoas queridas antes, mas a deles foi muito intensa para mim. Eram pessoas que tinham um espaço único no meu coração para além do jogo. Eu soube lidar porque eu queria muito ficar lá, queria muito ganhar, mas não foi tão simples quanto eu imaginei que seria. 

Você teve um relacionamento afetivo com o Ricardo do meio para o final da temporada, mas a princípio combinaram de não jogar juntos. Qual foi a importância do Ricardo para você no "BBB"? Existe a possibilidade de continuarem juntos após o programa?
Sarah Aline - 
A pergunta de milhões (risos)! Eu e o Facinho (Ricardo Camargo) conseguimos entender muito esse lugar de que a gente não concordava no jogo. Eu não concordava com alguns posicionamentos que ele tinha e ele com alguns que eu tinha; não foi uma novidade para mim. No final isso estava mudando um pouco porque eu estava considerando mais as coisas que ele falava sobre o jogo e ele as minhas, que era algo que a gente não tinha no início. O afeto dita prioridades, né? Eu mesma disse isso e é muito verdade. Eu admiro muito o Ricardo como pessoa, então não demorou muito para, quando o jogo dele começou a bater com o meu, eu admirá-lo também no game. E sobre a gente aqui fora, fica aí, né? Não sei. Lá dentro a gente conversava sobre isso nas entrelinhas, mas a gente achava que a nossa vida seria muito diferente aqui fora. Pode ser - e já tem sido para mim, eu estou vendo - muito diferente. A gente se respeita muito e sabia que isso aqui era a nossa novidade, estar aqui fora é a nossa novidade. Então eu quero experimentar a minha novidade sendo Sarah e ele também como Ricardo. Por enquanto, a gente não tem nenhuma obrigatoriedade a não ser o respeito um com o outro, sabe? Eu estou amando ver nossos vídeos, acho fofo. Na hora eu sabia que nosso toque e nosso cuidado um com o outro eram muito amorosos, mas ver isso é diferente. Então, estou mexida, mas em um lugar de que a gente já tinha se respeitado, então não estou antecipando nenhum sentimento, não. Deixa ele ganhar esse negócio e, depois que ele sair, viver o rolê aqui fora. E se o nosso afeto se encontrar de novo a gente vai entender que faz sentido.


Seu lado analítico e seus conselhos foram elogiados na casa. A fala “afetos ditam prioridades” foi marcante dentro e fora do programa. A partir da sua experiência pessoal, acha que é possível separar jogo de relação afetiva no "BBB"? 
Sarah Aline - 
Dá, mas você precisa ser muito corajoso porque é muito difícil. No jogo que o "BBB 23" teve, que foi esse dividido por quartos, era fácil eu falar para as pessoas com quem eu tinha afeto no outro grupo: “Eu gosto muito de vocês, de brincar, da resenha, de estar aqui, mas a gente não joga junto”. E esse “a gente não joga junto”, se fosse verdade 100% que a gente não queria se proteger mutuamente pelo carinho, faria sentido. E é por isso que eu falei que exige muita coragem, porque a gente vê que os afetos se confundem, sim. E chega uma hora que você fala: “Eu gosto tanto da Sarinha, gosto tanto do Facinho, que eu quero proteger, mas eu não posso fazer isso porque tem outras pessoas que dependem de mim no jogo”. Porque a gente depende das pessoas, sim, no jogo, e é por isso que tem que ser corajoso. Até dá, mas tem que bancar. Vai ter que lidar com seu afeto, ele vai precisar entender, e pode ser que não entenda. Então eu, Sarah, continuo mantendo que afetos ditam prioridades. Talvez, se eu já tivesse vivido isso tudo e voltasse para o "BBB", eu teria mudado um pouco e priorizado alguns afetos que não priorizei por medo de perder algo do jogo.

O que sentiu quando o Fred Nicácio e a Larissa retornaram à disputa?  
Sarah Aline - Foi muito difícil. O Fred (Nicácio) e a Lari são pessoas muito especiais para mim. A Larissa foi especial na amizade que construímos lá. Como jogo, nunca jogamos juntas e meus principais primeiros desentendimentos foram com ela e com o Fredinho (Fred Desimpedidos), então isso conflitou muito. Já o Fred Nicácio é o amigo que eu quero levar para a minha vida. A volta dele foi para todos, foi para ele, mas eu senti que foi muito para mim também porque eu precisava dele, do abraço dele, precisava sentir as palavras que ele tinha para falar para mim. Sabia que ele tinha visto o mundo aqui fora e estava tudo bem. Por esse lado, foi muito bom. Mas, pensando no jogo, eles chegaram com a gente já há 80 dias lá, sabendo que eles saíram, viram a família, amigos, etc. E depois o Gabriel Santana ainda foi eliminado, e isso me deu um nó. Mas o que é justo e o que é injusto quando se trata de uma dinâmica? Talvez seria justo se fosse comigo ou com alguém muito próximo a mim, como por exemplo o Fredão, e poderia ser injusto no outro lado, como sendo a Larissa. Foi quando eu concluí: “Tá, voltaram como participantes e a gente está aqui competindo o jogo. O Fred Nicácio é meu amigo de game e vambora”.


Por diversas semanas, você votou junto com os integrantes do quarto Fundo do Mar e verbalizou que estava votando em grupo por uma questão de sobrevivência. Se pudesse voltar atrás, teria adotado outra estratégia ou manteria a decisão? 
Sarah Aline - Ótima pergunta porque hoje eu sou apaixonada pela maioria das pessoas do Fundo do Mar. No começo a gente não tinha escolhido estar ali, então por isso eu dizia que era por sobrevivência. A gente viu que foi uma reação natural ao jogo, para a gente se defender, mas agora eu fico muito feliz de ter conhecido aquelas pessoas nessa circunstância. Eu talvez faria de diferente trazer mais para perto desde o início pessoas como o Ricardo e a Aline. E talvez até mesmo a minha relação com Bruna, Larissa e Fred, sem essa dinâmica de grupo, tivesse sido superlegal no jogo, não só na resenha. Então, falar que eu faria 100% diferente eu não consigo, porque eu não sei, já que foi muito bom o resultado para mim. Mas eu sei que teria valor também.
 

Aline Wirley e Bruna Griphao não eram do seu grupo. Com a Aline você teve uma forte conexão e com a Bruna alguns embates recentes. A Aline seria uma boa aliada? E a Bruna, você diria que ela foi sua maior rival no "BBB"? 
Sarah Aline - Eu e a Aline tínhamos uma conexão muito grande, de verdade. A gente se depositava muito carinho, muito amor, às vezes só no olhar. Então, no meu jogo, se fosse totalmente recíproco, eu amaria ter a Aline como aliada. Seria ótimo, talvez a gente conseguisse se expressar melhor juntas. Com a Bruna comecei sendo colega de resenha, de “After dos Crias”, mas ela sempre deixou muito claro quem eram as prioridades dela do jogo e eu sabia que eu não era uma delas. Então, quando os laços foram se estreitando e a gente não tinha mais muitas opções dentro da casa, eu comecei a entender que era o momento de eu trazer os meus posicionamentos sobre o jogo dela, que ela também trouxe sobre mim e que não tinham aparecido antes. Quando eu comecei a trazer pontos sobre o jogo e não sobre a Bruna em si, foram posicionamentos que o jogo exigiu. Não a vejo como uma super rival, acho que essa foi só a reação aqui fora. Tanto que quando eu saí ela falou coisas muito bonitas para mim, que são recíprocas. 
 

Quais foram os amigos feitos no "BBB" que pretende trazer para fora do jogo? 
Sarah Aline - Marvvila e Gabriel Santana com certeza, quero muito. Domitila Barros, Cezar, Fred Nicácio, Ricardo... A lista está sendo grande, mas acho que essas são as pessoas com quem, principalmente no final, eu estava muito conectada, em sintonia no coração. A Aline também é uma amizade que eu quero para a vida. Essa é a minha galera, mas não que os demais também não possam ser meus amigos. É só porque bate no coração mesmo (risos).

Quais são os melhores momentos que leva dessa experiência?
Sarah Aline - 
As provas que eu ganhei foram o auge para mim, fiquei muito feliz e surpresa de ter ganhado. Sou, por enquanto, a pessoa que mais ganhou provas na edição, então isso com certeza foi muito legal. Além disso, os momentos com as minhas relações, em que eu fui fiel a elas, preservei, quis cuidar, ouvir e ser cuidada e ouvida também. Os meus posicionamentos no conflito com o Fred também foram bons momentos meus na casa.


Quem você acha que tem chances de vencer esta edição? E para quem fica sua torcida? 
Sarah Aline - 
Aqui fora, vi que tem uma grande mobilização de fãs e pessoas que estão admirando bastante Amanda, Bruna, Larissa e Aline. Mas eu queria que os meus vitoriosos estivessem entre Domitila Barros e Ricardo (Camargo). Eu não consigo fazer uma separação, independentemente de qual dos dois ganhar eu vou ficar muito feliz. A Domi tem um lugar no meu coração surreal. Eu não consigo nem a definir em palavras, ela é realmente uma pessoa incrível. Eu nunca vi alguém conseguir viver intensamente tanta coisa quanto ela, e também nunca vi alguém conseguir reconhecer tanto seus erros quanto a Domi e o Ricardo - e isso é uma das coisas que eu mais admiro em qualquer pessoa que eu conheço. Por isso eu fico na dúvida. Mas acho que a trajetória da Domitila pede um pódio, né? Quero muito que o Ricardo vá para a final também, quero muito que ele ganhe. Sei que só um ganha, mas meu coração está dividido (risos).


Quais são os planos para a vida pós-"BBB"?
Sarah Aline - 
Eu quero continuar comunicando. Eu senti que tiveram muitas pessoas que gostaram não só de mim, mas da maneira como eu falo sobre as coisas ou que eu contribuo para as relações, para as histórias. Quero encontrar uma maneira de me tornar essa comunicadora. Eu sempre tive o sonho de ampliar diálogos e fazer com que as pessoas tenham mais voz. Algo que envolva conseguir trazer mais debates, mais discussões, mais momentos de acolhimento e de fala não só para mim, mas para outras pessoas. Como isso vai acontecer, se nas minhas redes sociais, na TV, eu não sei. Mas é o que eu mais estou sentindo aqui dentro como uma possibilidade para mim, no meu sonho.

domingo, 16 de abril de 2023

.: Entrevista: Flay, a DJ Vitória-Régia, campeã do "The Masked Singer Brasil"


"Eu me entregava de corpo e alma", afirma a vencedora da terceira edição do reality show que, finalmente, conseguiu demonstrar todo o talento diante das câmeras. Foto: Globo/Maurício Fidalgo
 

A grande final do"'The Masked Singer Brasil" aconteceu domingo passado, dia 9 de abril, e consagrou a DJ Vitória-Régia como campeã da temporada. Por trás da máscara estava a ex-"BBB" e cantora Flay, que encantou o público e os jurados cantando "I Wanna Dance With Somebody" de Whitney Houston. "Eu me emocionava muito dentro da fantasia. A cada vitória eu gritava e não conseguia segurar. Eu sempre entrava muito feliz e com saudade dos palcos. Me entregava de corpo e alma. Cada apresentação era uma conquista e me aproximava mais da final", lembra a campeã. Confira a entrevista com Flay.

Como foi receber o convite para participar do reality?
Flay -
Foi incrível, uma sensação de reconhecimento. Quando se é ex-"BBB", rola uma resistência das pessoas de aceitarem que nós temos outros talentos. Então, quando eu recebi o convite, foi muito especial e emocionante, eu chorei muito. Sabia que seria um espaço onde eu ia conseguir mostrar a minha arte para o Brasil inteiro.


A cada apresentação você se emocionava muito. Como era pisar no palco?
Flay - 
Eu me emocionava muito dentro da fantasia. A cada vitória, eu gritava e não conseguia segurar. Sempre entrava muito feliz e com saudade dos palcos. Eu me entregava de corpo e alma. Cada apresentação era uma conquista e me aproximava mais da final.


Você acompanhou a repercussão na internet?
Flay - 
Foi muito difícil, eu adoro curtir as publicações. Tudo que eu vejo sobre mim, saio curtindo, é uma forma de retribuir. E eu tinha que me policiar muito quando o programa estava no ar, meu nome sempre aparecia no Twitter. Eu ficava acompanhando todas as apresentações e comentários, mas na hora da DJ Vitória-Régia, era um mix de felicidade e de não poder curtir nada e me entregar.


Você esperava ganhar o programa?
Flay - 
Eu entrei determinada a ganhar. A primeira vez que eu fui pra berlinda, voltei chorando muito, fiquei muito triste. E falaram pra mim que eu tinha dito que iria entrar para ganhar (risos). No decorrer do programa, não ficou óbvio pra mim. Foi muito incrível, uma sensação de reconhecimento. 


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