Mostrando postagens classificadas por data para a consulta “Orgulho e Paixão”. Ordenar por relevância Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens classificadas por data para a consulta “Orgulho e Paixão”. Ordenar por relevância Mostrar todas as postagens

terça-feira, 5 de agosto de 2025

.: Fernanda Emediato fala sobre o livro que devolve a infância ao Brasil


Por 
Helder Moraes Miranda, especial para o portal Resenhando.com. Foto: divulgação

Em um tempo em que infância e poesia parecem cada vez mais deslocadas da paisagem cotidiana, o livro "As Pipas de Portinari" surge como um gesto raro: não é apenas um livro, mas uma travessia entre a arte e as brincadeiras de criança. A obra organizada por Fernanda Emediato e Leo Cunha reúne dez autores brasileiros em um voo poético sobre as telas do pintor Candido Portinari. São textos de Cíntia Barreto, Dilan Camargo, Henrique Rodrigues, João Bosco Bezerra Bonfim, José Carlos Aragão, Marco Haurélio, Roseana Murray e Sônia Barros. Mais do que uma antologia, o livro é um gesto de reconexão com o Brasil que brinca, sonha e sobrevive. 

Com formas diversas - haicais, cordéis, sonetos, parlendas, poemas visuais e limeriques - a obra transforma o olhar do artista em linguagem acessível, multiforme e profundamente brasileira. Nesta entrevista exclusiva ao Resenhando.com, Fernanda Emediato, que começou a trajetória editorial ainda menina - ela é filha do escritor Luiz Fernando Emediato - e hoje dirige a Tróia Editora, fala sobre a gênese do projeto, a relação entre arte e literatura, o papel da infância e os riscos de tentar voar com uma pipa em um país em que o vento, às vezes, sopra contra. Compre o livro "As Pipas de Portinari" neste link.


Resenhando.com - Se Portinari pintava o Brasil que doía e sonhava, “As Pipas de Portinari” pinta um Brasil que ainda se permite brincar? Ou é um suspiro poético diante de um país que insiste em cortar as linhas da infância?
Fernanda Emediato - Vejo "As Pipas de Portinari" como uma ode à infância. A ideia do livro nasceu em 2022, quando visitei a exposição “Portinari para Todos”. Havia um espaço encantador chamado “Quintal do Portinari”, voltado especialmente às crianças. Naquele dia, fui com meu filho Raul, então com cinco anos, e minha irmã Serena, de seis. Começamos a visita por esse quintal lúdico, onde as crianças corriam de um lado para o outro, encantadas, interagindo com as obras do artista. Uma das estações convidava os pequenos a desenhar sua própria pipa, que depois ganhava vida em uma das telas de Portinari - um momento mágico. Mas o mais surpreendente foi o que veio depois: avançamos para a parte principal da exposição e, mesmo diante das obras mais densas e simbólicas, as crianças continuaram engajadas, comentando, observando, se emocionando. Foi comovente perceber que a arte, quando acessível, toca todas as idades. Ali, antes mesmo de sairmos da mostra, nasceu a ideia de unir poesia e pintura em uma obra literária que resgatasse a potência sensível da infância brasileira. Este livro é um suspiro poético, sim, mas é também um grito de urgência. Um apelo para que a infância não seja esquecida. Que não cortemos as linhas que a fazem voar. A arte, o brincar, o encontro entre crianças precisam ser preservados. Precisamos tirá-las das telas, devolvê-las ao vento, ao chão, às pipas. Nós - pais, educadores, cuidadores - temos a responsabilidade de manter viva essa essência. Não podemos continuar tentando silenciar nossas crianças com tecnologia. Elas têm direito à alegria, à poesia, ao sonho - e também ao tédio. Sim, ao tédio de contar palitos no restaurante durante conversas que não as interessam, de observar formigas no chão, de contar postes pela janela do carro durante longos trajetos.


Resenhando.com - Você cresceu em meio a livros, editores e ideias. O que a pequena Fernanda, que publicou seu primeiro livro aos nove anos, diria ao ver que um projeto seu agora dialoga com um gigante das artes como Portinari?
Fernanda Emediato - De fato, eu passei a vida cercada por livros - mesmo antes de saber ler, já abria meus exemplares e recriava as histórias a partir das ilustrações. Aos 14 anos, comecei a trabalhar com meu pai, na Geração Editorial, e quando chegou a hora de me formar em Publicidade, precisei decidir: seguir no caminho da comunicação ou continuar aprendendo o ofício de editar livros. Um momento marcante foi quando ajudei meu pai a editar a obra "As Maluquices do Imperador", de Paulo Setúbal. Fizemos uma edição especial, com pinturas da época, e mesmo sendo uma obra em domínio público, ela se destacou justamente pela escolha das imagens. Ali eu aprendi que as pinturas também contam histórias - e que a união entre palavra e imagem pode transformar uma leitura. Hoje, como editora, gosto muito de usar essa estratégia em obras de domínio público: resgatar não só a literatura clássica, mas também as artes visuais. Trabalhar com as obras de Candido Portinari foi uma experiência profundamente tocante. E ter o apoio, a generosidade e a confiança de João Candido Portinari foi essencial para tornar esse projeto possível. Sou imensamente grata por isso. Portinari se importava com as crianças. E isso é algo que temos em comum. Esse projeto é todo voltado a elas. É uma ponte entre o olhar da arte e o olhar da infância - e acredito que a pequena Fernanda de nove anos, que publicou seu primeiro livro ainda criança, se emocionaria ao ver que sua paixão por palavras e imagens a levou até aqui.


Resenhando.com - Há algo de contrarrevolucionário em apostar em poesia para crianças num tempo de TikTok, fake news e hiperconectividade?
Fernanda Emediato - Olha, hoje em dia, lançar qualquer obra literária já é, por si só, um ato contrarrevolucionário. O mercado editorial vive um momento muito delicado. As vendas caíram cerca de 45% e, segundo a 6ª edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, 53% dos entrevistados não leram sequer um trecho de livro no último ano. Onde estão os nossos leitores? As listas de mais vendidos seguem dominadas por livros de colorir - o que não é um problema em si, mas revela uma busca por algo rápido, efêmero. E eu me pergunto: cadê os leitores que amam palavras? Cadê as crianças e os jovens que mergulham nas histórias com o mesmo brilho nos olhos que têm ao abrir um aplicativo? As pessoas precisam se reconectar com a leitura. Precisam lembrar que um livro pode trazer muito mais satisfação - e transformação - do que um vídeo de 15 segundos. O que falta, muitas vezes, é só encontrar o gênero certo. Tem literatura para todo mundo: de Sabrina a Agatha Christie, dos clássicos “cabeças” à ficção leve, da não-ficção à fantasia, autores internacionais e nacionais - é impossível que alguém não encontre seu gênero favorito e se divirta com ele. E o mais triste é perceber que até quem já era leitor está se afastando dos livros, como se esquecesse da própria essência. Hoje, eu vivo essa agonia. 


“As Pipas de Portinari” é também um manifesto?
Fernanda Emediato - O mercado editorial parece estar murchando diante dos nossos olhos. Os programas de aquisição pública de livros estão desaparecendo. Os editais estão sendo encerrados. Muitas editoras estão vivendo uma fase melancólica - quase uma resistência silenciosa. Por isso, sim,  "As Pipas de Portinari" é também um manifesto. Um grito poético. Uma aposta radical na infância, na arte e na palavra. É dizer: "ainda dá tempo! Ainda podemos voar!".


Resenhando.com - Por que reunir tantos estilos poéticos e formas tão distintas? Foi uma escolha estética, política ou um desejo de descomplicar a arte para todos os públicos - inclusive os que têm medo de poesia?
Fernanda Emediato - Quando tive a ideia do projeto, meu objetivo era unir arte e poesia. Sempre acreditei que um poema pode contar a história de uma pintura de forma mais sensível, mais ampla - criando pontes entre palavra e imagem, entre memória e imaginação. Também queria que o livro pudesse ser usado como ferramenta pedagógica nas escolas, tocando leitores de diferentes idades e repertórios. Para me ajudar nessa missão, convidei o escritor Leo Cunha para organizar a obra comigo. Conversamos bastante sobre qual seria a melhor faixa etária para dialogar com as pipas - e foi ele quem assumiu com sensibilidade e inteligência a curadoria dos poetas. Leo foi brilhante ao trazer diversidade geográfica, estética e afetiva para a seleção. Reunimos vozes de diferentes cantos do Brasil, e cada poeta pôde escolher a tela que mais o tocava e o estilo poético com que desejava conversar com ela. O resultado foi uma coletânea rica, vibrante e plural. Há cordel, haicai, soneto, verso livre, adivinha, parlenda, quadrinha, décima, limerique e poema visual - cada forma com sua própria melodia e o seu modo único de tocar o leitor. E quem dá vida a esse arco-íris de linguagem, além de mim e de Leo Cunha, são poetas contemporâneos que admiro profundamente: Cíntia Barreto, Dilan Camargo, Henrique Rodrigues, João Bosco Bezerra Bonfim, José Carlos Aragão, Marco Haurélio, Roseana Murray e Sônia Barros. Sim, essa escolha foi estética, pedagógica e também política: porque é urgente descomplicar a poesia, torná-la acessível, brincante, viva. Há muita gente que tem medo de poesia - como se fosse difícil demais, ou elitista demais. Mas a poesia pode ser simples, leve, divertida. Pode emocionar sem explicar tudo. E é isso que queremos mostrar com "As Pipas de Portinari".


Resenhando.com - Em um país em que as políticas públicas de cultura são tão instáveis, como foi lidar com três frentes de fomento (ProAC, Aldir Blanc e Lei Rouanet)?
Fernanda Emediato - O projeto demorou quase três anos para se concretizar. Eu poderia ter lançado a obra sem apoio de políticas públicas, mas, justamente pela importância do conteúdo e pelo apelo simbólico, decidi aguardar e insistir. A primeira vez que o inscrevi no ProAC, ele foi reprovado - teve uma boa pontuação, mas não foi suficiente para aprovação. Mesmo assim, não desisti. Aprimorei o projeto, esperei mais um ano e, nesse meio-tempo, também consegui viabilizá-lo pela Lei Rouanet. A espera valeu a pena. Hoje, boa parte da tiragem impressa está sendo distribuída gratuitamente. E no próximo mês, o livro estará disponível também em formato digital com descrição de imagens, gratuito para download pela Amazon. Além disso, a obra está sendo adaptada para audiolivro com acessibilidade, que será disponibilizado gratuitamente no YouTube. Também teremos um vídeo-aula sobre Portinari e poesia, disponível para qualquer pessoa, e um caderno de atividades para crianças, tanto impresso quanto digital, para download livre. Mesmo com acabamento de luxo e capa dura, o livro físico também tem um preço acessível: está à venda por R$ 49,90. Isso é fruto de uma escolha consciente: acessibilidade em todos os sentidos - estética, econômica, pedagógica e tecnológica.


Ainda dá para sonhar em alto nível com incentivo público ou é preciso ser contorcionista cultural?
Fernanda Emediato - Acho que o maior segredo para trabalhar com incentivo público é manter o foco no público. O papel do produtor cultural é distribuir cultura com qualidade - e se empenhar para que ela chegue, de fato, às pessoas. Sim, as políticas públicas são instáveis, nem sempre justas e quase nunca fáceis de acessar. Mas com amor, persistência e compromisso com o bem comum, a gente chega lá.


Resenhando.com - Se o Brasil fosse uma tela de Portinari hoje, que cores estariam mais gastas? E que verso você escreveria sobre ela?
Fernanda Emediato - As cores mais gastas seriam justamente o verde, o amarelo e o azul - e isso me entristece profundamente. Durante muito tempo, essas cores eram celebradas com orgulho, especialmente nos esportes, como símbolo de união. Mas hoje, elas carregam disputas, bandeiras ideológicas, rupturas. Perderam o brilho, o afeto. O que antes era de todos, agora parece dividido. O verso que eu escreveria seria uma paráfrase do início da minha parlenda no livro: “Um, dois... ela se foi?” Como quem pergunta: e a nossa alegria? E o nosso Brasil? Mas eu sigo acreditando. Ainda dá tempo de resgatar o amor pelo país - e não um amor vazio ou de ocasião, mas aquele que valoriza nossos artistas, escritores, professores, atores, artesãos, agricultores, cuidadores. O Brasil tem tudo o que precisamos: alma, talento e beleza. Só falta devolver às nossas cores o que elas sempre representaram: esperança, criação e pertencimento.


Resenhando.com - Por que ainda é tão difícil unir literatura e artes visuais de forma realmente integrada nas escolas?
Fernanda Emediato - Essa é realmente uma batalha difícil. Na minha opinião, mais do que medo ou teimosia institucional, o que existe é despreparo - e isso só se resolve com formação e valorização dos professores. É preciso investir mais em quem está na ponta: oferecer treinamento de qualidade, incentivo, tempo para estudar, liberdade criativa. Não adianta exigir inovação se os educadores estão sobrecarregados, mal remunerados ou sem apoio. Sou apaixonada pela filosofia Waldorf, e meu filho estuda em uma escola assim desde a Educação Infantil. Lá, a arte é usada como pano de fundo para tudo: matemática, linguagem, ciências, história. E isso faz uma diferença imensa na forma como as crianças aprendem e se relacionam com o mundo. Se as escolas tradicionais tivessem um pouco mais disso - mais espaço para o sensível, para o estético, para o simbólico - seria maravilhoso. Acredito, sim, que um dia chegaremos lá. Acompanho de perto o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) e sei que há boas intenções. Mas também vejo com preocupação a aposta excessiva em livros digitais convertidos em HTML. Sou totalmente a favor da tecnologia quando ela é uma ponte de acessibilidade. Mas sou crítica do uso de conteúdos digitais como substitutos do livro físico em sala de aula. Nada substitui o vínculo concreto com o objeto-livro - com o virar da página, com o toque, com a presença da arte no papel. Literatura e artes visuais nasceram juntas. Separá-las foi um erro do sistema. Reuni-las exige coragem, preparo e, acima de tudo, confiança na sensibilidade das crianças.

Resenhando.com - “As Pipas de Portinari” traz uma carta emocionante do filho do pintor. Para você, que cresceu com a figura paterna tão presente no mundo editorial, o que significa esse gesto de João Candido Portinari? Foi também um aceno simbólico de pai para filho?
Fernanda Emediato - A carta do João Candido Portinari para seu pai é emocionante em muitos aspectos. É um texto que carrega amor, memória e uma busca sincera por reconexão. Já assisti a diversas palestras do João, e todas me tocaram profundamente - são sempre generosas, inspiradoras e carregadas de afeto. O trabalho de resgate que ele faz da obra e da figura de Portinari é um gesto de amor filial, mas também de amor ao Brasil. Ele não está apenas preservando a memória de um artista - está dizendo: este país tem raízes, tem arte, tem beleza que não podemos esquecer. Meu trecho favorito da carta é este: "Até que, no ano passado, comecei a te reencontrar. Aos poucos, foi se esboçando em mim a necessidade de te buscar. Buscar você, buscar o Brasil". Esse trecho me tocou profundamente. Eu me identifiquei. Como filha de um escritor e editor muito conhecido, também carrego essa herança com orgulho. Os prêmios que meu pai recebeu, as obras que escreveu, o que ele construiu - tudo isso me acompanha. Muitas vezes discordamos (aliás, acho que discordamos de quase tudo! risos), mas temos algo essencial em comum: o amor pelos livros e a vontade de fazer a literatura chegar às pessoas. Vivendo no mundo editorial, vejo muitos herdeiros apagarem as vozes dos seus pais - deixando de autorizar o uso de seus textos ou ilustrações, muitas vezes pensando apenas em questões monetárias. Isso me entristece, porque acredito que todo artista carrega, no fundo, o desejo de ver sua obra difundida, compartilhada, viva. Por isso, sim - vejo essa carta também como um aceno simbólico de pai para filho. E, para mim, poder ter esse gesto dentro da obra "As Pipas de Portinari" é um presente. Porque é, no fundo, uma carta sobre pertencimento, reconciliação e continuidade - valores que eu também carrego, como filha, como mãe, como editora.


Resenhando.com - A arte pode ser libertadora - mas também pode ser domesticada. Como você evita que um projeto como este vire apenas “conteúdo pedagógico” e perca sua alma poética?
Fernanda Emediato - A arte pode - e deve - entrar nas escolas. Mas ela precisa chegar como experiência sensível, não apenas como tarefa ou prova. Para mim, o maior cuidado é esse: preservar a alma da obra. A poesia não é feita para ser decodificada como fórmula, mas para ser sentida, lida em voz alta, desenhada, reinventada. "As Pipas de Portinari" foi pensada para dialogar com o universo escolar, sim - mas como uma ponte, não como uma cartilha. Sou totalmente a favor de que a literatura esteja nas escolas - desde que respeite a infância, a subjetividade e o tempo de cada leitor. A arte não deve ser domesticada, nem usada como um “treinamento para o Enem”. Ela precisa provocar, encantar, abrir perguntas. Acredito, sim, que uma obra pode ser usada pedagogicamente sem perder a força poética - desde que o educador esteja comprometido com isso. Por isso, insisto tanto em produzir também materiais de apoio com sensibilidade, como os cadernos de mediação, os audiolivros acessíveis, as videoaulas criativas.


Resenhando.com - Se você tivesse que resumir o livro em um bilhete que voasse preso na rabiola de uma pipa, o que escreveria para os leitores do futuro?
Fernanda Emediato - Se eu tivesse que resumir o livro em um bilhete preso na rabiola de uma pipa, eu escreveria: “Nem toda linha aprisiona. Algumas ensinam a voar”. E, logo abaixo: “Saiam das telas, entrem nos livros”. Porque "As Pipas de Portinari" é exatamente isso: um convite ao voo. Um chamado para que as crianças e os leitores do futuro não se esqueçam do corpo, do vento, da arte, da palavra. Que saibam que há outros caminhos - mais lentos, mais belos, mais vivos - do que os oferecidos pelas telas.

quarta-feira, 30 de julho de 2025

.: "Aldo Baldin - Uma Vida pela Música": a história do tenor que o Brasil ignora


Por Helder Moraes Miranda, especial para o portal Resenhando.com.

Nesta quinta-feira, dia 31 de julho, estreia nos cinemas brasileiros o documentário musical "Aldo Baldin - Uma Vida pela Música" ("Aldo Baldin - A Life for Music"). Dirigido por Yves Goulart, o filme traça a impressionante trajetória do tenor Aldo Baldin, natural de Urussanga, Santa Catarina, que conquistou os palcos mais prestigiados do mundo da ópera.

Com duração de 1h14, a produção trouxe depoimentos do próprio Aldo, entrevistas com familiares, amigos, músicos renomados - entre eles Isaac Karabtchevsky e o compositor Edino Krieger - além da viúva e filhas dele, em uma narrativa em primeira pessoa que revela tanto os desafios quanto os encantamentos da vida num mundo operístico internacional. Gravações dos mais de 100 discos dele, cenas íntimas e entrevistas ao longo de 14 anos reunidos entre tropeços e triunfos, compõem o mosaico de uma carreira que ganhou inúmeras premiações internacionais - 24 ao todo - mas que permanece relativamente desconhecida no Brasil 

O filme se distingue por humanizar uma figura do universo erudito sem recorrer a arroubos grandiosos: a direção de Yves Goulart privilegia a simplicidade e a autenticidade, mostrando aquele cantor de origem modesta que, guiado por vocação, alcançou fama mundial. O afeto pela música e o orgulho nacional presente em cada depoimento revelam o quanto Aldo Baldin era considerado um verdadeiro embaixador da ópera brasileira 

O documentário “Aldo Baldin - Uma Vida pela Música” tem sido enquadrado como uma celebração da força transformadora e redentora da música no universo da ópera. Esta produção levou 14 anos para ser concluída, evidenciando o compromisso de Goulart em capturar detalhes da trajetória de Aldo Baldin e climas diferentes de memória, emoção e contribuição cultural. O conjunto da obra - depoimentos íntimos, arquivos sonoros, prêmios internacionais e ambientação cruzando gerações - compõem não apenas uma biografia de um artista lírico, mas um registro afetivo e histórico de uma forma de arte que, por força da qualidade, transcende fronteiras.

Assista no Cineflix mais perto de você
As principais estreias da semana e os melhores filmes em cartaz podem ser assistidos na rede Cineflix CinemasPara acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021.


Programação do Cineflix Santos
“Aldo Baldin - Uma Vida pela Música” | "Aldo Baldin - A Life for Music" | Sala 2
Classificação indicativa: livre. Ano de produção: 2023. Idioma: português e alemão. Direção: Yves Goulart. Roteiro: Yves Goulart. Depoimentos de: Aldo Baldin (em imagens de arquivo), familiares, amigos e músicos como Isaac Karabtchevsky e Edino Krieger. Distribuição no Brasil: Pandora Filmes. Duração: 74 minutos. Cenas pós-créditos: não.


Sinopse resumida de "Aldo Baldin - Uma Vida pela Música"
O documentário apresenta a trajetória do tenor catarinense Aldo Baldin, desde sua origem humilde em Urussanga até sua consagração nos maiores palcos de ópera da Europa. Por meio de imagens raras, entrevistas e gravações musicais, o filme retrata a paixão de Baldin pela música e seu impacto duradouro na cultura erudita internacional. A produção é um tributo sensível a um artista brilhante e pouco reconhecido em seu país de origem.

Idioma original
31/7/2025 - Quinta-feira: 17h10
1°/8/2025 - Sexta-feira: 17h10
2/8/2025 - Sábado: 17h10
3/8/2025 - Domingo: 17h10
4/8/2025 - Segunda-feira: 17h10
5/8/2025 - Terça-feira: 17h10
6/8/2025 - Quarta-feira: 17h10

quinta-feira, 13 de março de 2025

.: "Vitória": o retorno triunfal de Fernanda Montenegro ao cinema depois do Oscar


Aos 95 anos, Fernanda Montenegro é a protagonista de "Vitória", filme baseado livremente em uma história real brasileira. Foto: divulgação

"Vitória", segundo filme Original Globoplay, chega à rede Cineflix e aos cinemas de todo o país nesta quinta-feira, dia 13 de março, trazendo o retorno triunfante de Fernanda Montenegro às grandes telas. Sob direção de Andrucha Waddington, a atriz interpreta a impressionante história real de Joana da Paz, mulher que decide filmar, da janela de seu apartamento, em Copacabana, o tráfico de drogas em uma comunidade próxima. A estreia acontece menos de duas semanas depois do primeiro filme Original Globoplay, "Ainda Estou Aqui", trazer a inédita estatueta do Oscar para o Brasil, sendo eleito o Melhor Filme Internacional.

"Foi uma grande felicidade ver o nosso primeiro filme Original levar mais de cinco milhões de pessoas às salas de cinema e trazer para nós, brasileiros, tantos prêmios internacionais importantes. O cinema brasileiro tem o poder de gerar orgulho, identificação e sensação de pertencimento. Os brasileiros querem se ver nas telas e como principal serviço de streaming do país, parte de uma empresa que entende de Brasil e da nossa sociedade como nenhuma outra, fomentar essa paixão é um compromisso. Ao lado de nossos parceiros da Conspiração, MyMamma e da Sony Pictures, ‘Vitória’ chega aos cinemas agora com Fernanda Montenegro como a grande protagonista dessa história real, potente, aos 95 anos. Que honra!”, afirma Tatiana Costa, diretora de conteúdo de produtos digitais da Globo. 

Joana da Paz foi uma aposentada que desmascarou uma quadrilha de traficantes e policiais corruptos no Rio de Janeiro com filmagens amadoras em fitas VHS. Seus registros exclusivos chamam atenção do jornalista Flávio Godoy, interpretado por Alan Rocha, que repercute o caso na mídia e impressiona o país.Incluída no Serviço de Proteção à Testemunha, foi apelidada de "Vitória" e teve a sua identidade mantida em sigilo por 17 anos, até falecer em 2023, após o término das filmagens do longa-metragem. 

Com roteiro de Paula Fiuza, "Vitória" é inspirado na obra literária "Dona Vitória Joana da Paz", do jornalista Fábio Gusmão, jornalista que noticiou o caso. Além de Montenegro, o elenco conta com grandes talentos como Linn da Quebrada, Laila Garin, Sacha Bali e Jennifer Dias, que ajudam a compor essa poderosa história de força feminina e impacto social.

"Vitória" é um filme Original Globoplay, produzido pela Conspiração, com coprodução da MyMama Entertainment e Globoplay, e apoio da Globo Filmes. A distribuição fica a cargo da Sony Pictures, reforçando o compromisso com o cinema nacional de qualidade.

 
Sinopse de "Vitória"
Inspirado em uma incrível história real, o filme brasileiro “Vitória” chega à rede Cineflix e aos cinemas de todo o país nesta quinta-feira, dia 13 de março, trazendo o retorno triunfante de Fernanda Montenegro. O longa-metragem conta a emocionante trajetória de uma aposentada que desmontou uma perigosa quadrilha de traficantes e policiais a partir de filmagens feitas da janela do seu apartamento no Rio de Janeiro. Com a ajuda de um amigo jornalista, ela enfrenta os riscos e perigos de uma situação inimaginável. Um filme sobre a coragem, a força e a resiliência de uma mulher. 

Preocupada com a segurança em Copacabana, começa a registrar da janela de seu apartamento as movimentações na Ladeira dos Tabajaras, favela da Zona Sul carioca. O trabalho dela ajudou a desmantelar um esquema entre traficantes e policiais corruptos, transformando Joana em uma testemunha-chave do caso. “Dona Vitória”, como ficou conhecida na imprensa, entrou no Programa de Projeção à Testemunha e teve de mudar de identidade, vivendo 17 anos no anonimato. O filme é baseado no livro "Dona Vitória Joana da Paz", do jornalista Fábio Gusmão, e tem sua estreia oficial os cinemas brasileiros em 13 de março.


Assista no Cineflix mais perto de você
As principais estreias da semana e os melhores filmes em cartaz podem ser assistidos na rede Cineflix CinemasPara acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021.


Vitória (idioma original)
Classificação: 14 anos, Ano de produção: 2025. Idioma: português. Diretor: Andrucha Waddington, Duração: 1h52m. Com: Fernanda Montenegro, Alan Rocha, Sacha Bali, Linn da Quebrada, Sílvio Guindane, Laila Garin, Thelmo Fernandes, Jeniffer Dias e outros.

13/3/2025 - Quinta-feira: 15h30 - 18h00 - 20h30
14/3/2025 - Sexta-feira: 15h30 - 18h00 - 20h30
15/3/2025 - Sábado: 15h30 - 18h00 - 20h30
16/3/2025 - Domingo: 15h30 - 18h00 - 20h30
17/3/2025 - Segunda-feira: 15h30 - 18h00 - 20h30
18/3/2025 - Terça-feira: 15h30 - 18h00 - 20h30
19/3/2025 - Quarta-feira: 15h30 - 18h00 - 20h30

Trailer de "Vitória"

sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

.: Cineflix Cinemas de Santos estreia "O Auto da Compadecida 2" e "Sonic 3"

Imagem de "O Auto da Compadecida 2" que estreia na Cineflix Cinemas de Santos

A unidade Cineflix Cinemas Santos, localizada no Miramar Shopping, bairro Gonzaga, estreia dia 26 de dezembro a produção brasileira, "O Auto da Compadecida 2", e animação "Sonic 3". Seguem em cartaz a produção em live action Disney, "Mufasa: O Rei Leão", e dia 19 de dezembro estreia o drama "Queer", a animação Disney "Moana 2", o drama nacional "Ainda Estou Aqui" . Programe-se e confira detalhes abaixo! 

Você pode assistir as estreias com pipoca quentinha, doce ou salgada, tendo em mãos o balde colecionável de "Mufasa: O Rei Leão".

O Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021. Para acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN.

Estreias da semana na Cineflix Santos

"O Auto da Compadecida 2" ("Nacional"). Ingressos on-line neste linkGênero: comédia, dramaClassificação: 10 anos. Duração: 1h54. Ano: 2024. Distribuidora: H2O Films. Direção: Guel Arraes, Flávia LacerdaRoteiro: Guel Arraes, Jorge Furtado, João Falcão, Adriana Falcão. Elenco: Matheus Nachtergaele, Selton Mello, Luis MirandaSinopse: Os malandros João Grilo e Chicó retornam 25 anos depois da sua última aventura. Confira os horários: neste link

Trailer "O Auto da Compadecida 2"

"Sonic 3" ("Sonic 3"). Ingressos on-line neste linkGênero: ação, aventuraClassificação: 12 anos. Duração: 1h50. Ano: 2024. Distribuidora: Paramount Picturess. Direção: Jeff FowlerRoteiro: Patrick Casey, Josh Miller, John Whittington. Elenco: Ben Schwartz (Sonic), Keanu Reeves (Shadow), Jim Carrey (Gerald Robotnik), Idris Elba (Knuckles) e Colleen O'Shaughnessey (Tails)Sinopse: Sonic, Knuckles e Tails se reúnem para enfrentar Shadow, um novo e misterioso inimigo com poderes diferentes de tudo que já enfrentaram antes. Com suas habilidades superadas em todos os aspectos, eles buscam uma improvável aliança. Confira os horários: neste link

Trailer Sonic 3

Seguem em cartaz na Cineflix Santos

"Mufasa: O Rei Leão" ("Mufasa"). Ingressos on-line neste linkGênero: aventura, musicalClassificação: livre. Duração: 1h58. Ano: 2024. Distribuidora: Walt Disney Studios Motion Pictures. Direção: Barry JenkinsRoteiro: Jeff Nathanson. Vozes: Kelvin Harrison Jr. (Taka/Scar), Seth Rogen (Pumbaa), Blue Ivy (Klara)Sinopse: Mufasa, um filhote órfão, perdido e sozinho, conhece um simpático leão chamado Taka, herdeiro de uma linhagem real. O encontro ao acaso dá início a uma grande jornada de um grupo extraordinário de deslocados em busca de seu destino, além de revelar a ascensão de um dos maiores reis das Terras do Orgulho. Confira os horários: neste link

.: Porque "Mufasa - O Rei Leão" é o filme ideal para a temporada de fim de ano

.: Estreia: "Mufasa: o Rei Leão" promove a campanha Proteja a Alcateia

Trailer "Mufasa: O Rei Leão"


"Queer" ("Lucky Red"). Ingressos on-line neste linkGênero: comédia, romanceClassificação: 16 anos. Duração: 2h015. Ano: 2024. Distribuidora: A 24. Direção: Luca GuadagninoRoteiro: Justin Kuritzkes. Elenco: Daniel Craig, Drew Starkey, Jason SchwartzmanSinopse: A trama segue a vida de Lee (Daniel Craig), um expatriado americano que se encontra na Cidade do México após ser dispensado da Marinha. Lee vive entre estudantes universitários americanos e donos de bares que, como ele, sobrevivem com empregos de meio período e benefícios do GI Bill, uma lei que auxiliou veteranos da Segunda Guerra Mundial. Em meio à vida boêmia da cidade, Lee conhece Allerton (Drew Starkey), um jovem por quem desenvolve uma intensa paixão. O filme explora temas de solidão, desejo e a busca por identidade em um cenário pós-guerra, com uma ambientação que retrata fielmente a atmosfera da Cidade do México nos anos 1950.. Confira os horários: neste link

.: Do Festival de Veneza para os cinemas: porque "Queer" merece a sua atenção

Trailer "Queer"


"Moana 2" ("Moana 2"). Ingressos on-line neste linkGênero: infantil, animação, musical, aventuraClassificação: livre. Duração: 1h40. Ano: 2024. Distribuidora: Walt Disney Animation Studios. Direção: Dana Ledoux Miller, Jason Hand, David Derrick Jr.Roteiro: Dana Ledoux Miller, Jared Bush. Vozes originais: Auli'i Cravalho (Moana), Dwayne Johnson. (Maui),  Alan Tudyk (Hei Hei), Nicole Scherzinger (Sina)Sinopse: Moana recebe um chamado inesperado de seus ancestrais para navegar por mares desconhecidos, assim, a jovem se aventurará em águas longínquas e perigosas de Oceania. Confira os horários: neste link

.: Crítica: "Moana 2" é encantadoramente lindo e colorido em viagem a Motufetu

Trailer "Moana 2"

"Ainda Estou Aqui" ("Ainda Estou Aqui"). Ingressos on-line neste linkGênero: drama/thrillerClassificação: 14 anos. Duração: 2h17. Ano: 2024. Distribuidora: Sony Pictures Motion Picture Group. Direção: Walter SallesRoteiro: Murilo Hauser, Heitor Lorega. Elenco: Fernanda Montenegro, Fernanda Torres, Selton MelloSinopse: No início da década de 1970, o Brasil enfrenta o endurecimento da ditadura militar. No Rio de Janeiro, a família Paiva - Rubens, Eunice e seus cinco filhos - vive à beira da praia em uma casa de portas abertas para os amigos. Um dia, Rubens Paiva é levado por militares à paisana e desaparece. Confira os horários: neste link

.: Crítica: "Ainda Estou Aqui" emociona com lado sombrio da história do Brasil

Trailer "Ainda Estou Aqui"

Próximas postagens → Página inicial
Tecnologia do Blogger.