quarta-feira, 21 de abril de 2021

.: Ciclo de encontros "Abismos de Dostoiévski" começa nesta quarta-feira


No período de 21 a 26 de abril, a cada dia, às 20h, será transmitida pelo canal do YouTube do Centro Cultural São Paulo uma experiência cênica inspirada na obra de Dostoiévski seguida por debate com integrantes da equipe de criação, mediados por Elena Vássina, também curadora de "Abismos de Dostoiévski".

“Pairando sobre o abismo” e mergulhando nos “abismos de Dostoiévski”, atores dirigidos por  diferentes diretores e equipes – que de alguma forma já vivenciaram a obra de Dostoiévski – criam  seis experiências audiovisuais inspiradas em seis diferentes obras do escritor russo e convidam os espectadores a refletir sobre a existência do mal no mundo, sobre a natureza humana com aquilo que há do irracional e tenebroso nela, sobre o coração do homem que, segundo Dostoiévski, é o campo de batalha mais feroz entre Deus e Diabo. 

O projeto – idealizado pela produtora Marlene Salgado e a pesquisadora e ensaísta russa Elena Vássina, com a colaboração da atriz Luah Guimarãez – busca por diferentes abordagens que possam explorar e potencializar a diversidade polifônica, a linguagem cine-teatral e a experimentação de caminhos e descaminhos, na transgressão e na descoberta por novas formas, imagens ou metáforas que ajudem a entender todas as questões malditas de Dostoiévski, nosso contemporâneo. 

No período de 21 a 26 de abril, a cada dia, às 20h, será transmitida pelo canal do YouTube do Centro Cultural São Paulo uma experiência cênica inspirada na obra de Dostoiévski seguida por debate com integrantes da equipe de criação, mediados por Elena Vássina, também curadora de "Abismos de Dostoiévski". Nesta quarta-feira, dia 21, Vivien Buckup (direção) e Celso Frateschi (atuação) em "Crime e Castigo"; dia 22, Ondina Clais e Ruy Cortez (direção) e Marina Tenório (atuação) em "A Dócil"; dia 23, Vadim Nikitin (direção) e Luah Guimarãez (atuação) em "Os Demônios"; dia 24, Donizeti Mazonas (direção e atuação) e Wellington Duarte (atuação) em “O Grande Inquisidor”; dia 25, Clarissa Campolina e Yara de Novaes (direção) e Rômulo Braga (atuação) em "O Veredicto" e dia 26 Cibele Forjaz (direção) e Matheus Nachtergaele (atuação) em “O Sonho de Um Homem Ridículo”.

Considerado o “profeta da literatura russa”, Dostoiévski (1821 -1881) é um dos escritores mais conhecidos e lidos no mundo e sua singular atenção para questões da existência humana nunca foi tão pertinente quanto agora, quando se celebra 200 anos de nascimento do escritor que acreditava que “a Beleza salvará o mundo”.

Muitas das personagens de Dostoiévski são indefesas, solitárias, cheias de complexos, mas são exatamente essas pessoas humildes e mansas que Dostoiévski opõe ao mundo endurecido que precisa da tolerância e da bondade como um de seus principais remédios.

“Apesar de toda a distância histórica que nos separa do gênio russo, sentimos que ele continua a ser o nosso contemporâneo hoje, aqui e agora, nos desafiando com a necessidade urgente de buscar respostas a todas as questões mais doloridas do mundo que, se usarmos as palavras do próprio Dostoiévski,  ‘está em algum ponto final, pairando sobre o abismo’", comenta a curadora do projeto, Elena Vássina. 

Para o processo de criação foi importante encontrar os personagens de Dostoiévski no limiar das últimas decisões, nos momentos de crises e reviravoltas – todos aqueles momentos que ajudam a “descobrir o homem no homem”, aquilo que, acreditamos, o nosso mundo precisa agora muitíssimo.



Sobre Elena Vássina (Idealização, curadoria e mediação dos debates)
Pesquisadora e ensaísta russa, professora do curso das Letras Russas da USP. Formada na Faculdade de Letras da Universidade Estatal de Moscou Lomonóssov (MGU). Possui mestrado em Literatura Comparada pela Universidade Estatal de Moscou, doutorado em História e Teoria de Arte e Pós-doutorado em Teoria e Semiótica de Cultura e Literatura pelo Instituto Estatal de Pesquisa da Arte (Rússia). 

Organizadora, autora e tradutora dos livros “Tipologia do Simbolismo nas Culturas Russa e Ocidental” (2005), “O Cadáver Vivo”, de Liev Tolstói (2007), “Liev Tolstói: Os Últimos Dias” (2011), “Teatro Russo: Literatura e Espetáculo” (2011), “Stanislávski: Vida, Obra e Sistema” (2015), “Eugênio Oneguin”, de A. Púchkin (2019), entre outros. Foi finalista do prêmio Jabuti e do prêmio Aplauso Brasil. 



Sobre as experiências audiovisuais
"O Sonho de Raskólnikov"a partir da obra "Crime e Castigo"

A potência de Dostoiévski se manifesta pelo conjunto da sua obra, mas também em cada romance, novela e capítulo. Esse pequeno sonho narrado ainda no início do romance  “Crime e Castigo”, sintetiza de forma onírica a alma de nosso herói e ao mesmo tempo, relido após dois séculos, envolve e questiona a alma de cada leitor que experimenta a sua leitura. Este trabalho procura reforçar o sentido dessa narrativa e oferecer esse sonho fábula para o prazer e a reflexão de quem assistir.

De Fiódor Dostoiévski. Tradução: Paulo Bezerra. Atuação: Celso Frateschi. Direção: Vivien Buckup. Cenografia e figurino: Sylvia Moreira. Fotografia: João Caldas. Edição: Tom Butcher Cury. Música: Miguel Caldas. Câmera: Alexandre Kok. Coordenação Ágora Teatro Virtual:  Francisco C. Martins.



"A Dócil"

A Companhia da Memória apresenta uma livre adaptação audiovisual da obra “A Dócil”, que acompanha os pensamentos de um usuário, cuja mulher acabou de se suicidar. Nas horas que se seguem à morte, sozinho em casa, ele tenta compreender o que aconteceu e como as coisas chegaram a esse ponto. 

De Fiódor Dostoiévski. Tradução: Marina Nogaeva Tenório. Atuação: Marina Nogaeva Tenório. Direção: Ondina Clais e Ruy Cortez. Assistência de direção: João Vasconcellos. Edição: Elizaveta Stishova. Roteiro de edição: Ruy Cortez. Câmeras: Ondina Clais e Elizaveta Stishova. Som: Anna Ostrovskaia. Fotos: Ondina Clais. Produção: Companhia da Memória.



"Stavrôguin, Eu Mesmo"
A partir de “Com Tíkhon”, capítulo proibido do romance "Os Demônios". “Com Tíkhon” é um capítulo-demônio do romance "Os Demônios" (1871-1872), de Fiódor Dostoiévski: foi censurado pelo seu editor, Mikhail Katkóv, porque os críticos o reputavam “real demais”. Esse capítulo-poema, contudo, tem a lógica de um delírio. Dostoiévski, de resto, jamais o viu publicado em vida. Ele pode ser lido como o romance inteiro em miniatura. Ou como todo o terrorismo russo flagrado nos olhos de um ícone. Nikolai Vsiévolodovitch Stavrôguin, o dândi andrógino terrorista, e os seus duplos, a menina Matriôcha, a senhoria, um funcionário pobre-diabo. E a sua própria sombra de Bucéfalo, o cavalo de Alexandre o Grande.  

A leitura desse capítulo-sortilégio, marinada numa polifonia de linguagens – o diabo no meio do redemoinho –, é um filme-experimento que almeja auscultar a consciência ao mesmo tempo nítida e nebulosa desse mais um perigoso homem ridículo dostoievskiano.

De Fiódor Dostoiévski. Tradução: Paulo Bezerra. Atuação: Luah Guimarãez. Roteiro, dramaturgia e direção: Vadim Nikitin. Direção de arte e figurinos: Joana Porto. Fotografia, câmera e montagem:  Paulo Camacho. Som direto: Tiago Bittencourt . Trilha sonora original: Cacá Machado. Voz russa e ícones russos: Elena Nikitina. Mixagem de som: Ivan Garro.



"Em Teu Nome"
O espetáculo "Em Teu Nome" é uma livre adaptação da obra “O Grande Inquisidor”, de Fiódor Dostoiévski. É interessante pensar que esse texto é um fragmento, excepcional, de uma de suas maiores obras: “Os Irmãos Karamazov”. Uma coisa dentro da outra, nos remete  à matrioska, tradicional boneca russa, e seu jogo de espelhamentos. 

"Em Teu Nome", por sua vez, é um experimento cênico híbrido que parte desse texto literário, ganha corpo com a linguagem do teatro e da dança, mediado pela linguagem do vídeo. A escolha desse luminoso fragmento de Dostoiévski busca também num certo espelhamento, refletir sobre os tempos sombrios em que vivemos. Escrito em 1880, o texto traz questões acerca da natureza humana, da liberdade, do papel dos poderes políticos e religiosos sobre o homem.

A lenda de "O Grande Inquisidor" torna-se uma metáfora perfeita para o fundamentalismo evangélico e seu plano de poder em curso no Brasil. Nesse sentido a obra de Dostoiévski torna-se por demais contemporânea, no sentido de que ao olhar para o passado lança luz sobre as trevas do presente.

De Fiódor Dostoiévski. Tradução: Paulo Bezerra. Adaptação, direção e interpretação: Donizeti Mazonas. Coreografia, canto e interpretação: Wellington Duarte. Fotografia e edição: Edson Kumasaka. Captação de som: Éric Vasconcelos. Música: Gregory Slivar. Pesquisa de imagens: Paulo Campagnollo. Cenografia: Donizeti Mazonas. Produção executiva, operação de luz e vídeo: Jota Rafaelli.


"O Veredicto"
Publicado originalmente em  “Diário de Um Escritor”, no número de outubro de 1876, "O Veredicto" é uma narrativa em primeira pessoa em que o protagonista procura justificativas materialistas para o suicídio. Uma experiência essencialmente dialógica que encerra numa única personagem os papeis de réu, defensor, promotor e juiz. 

"O Veredicto", uma carta audiovisual criada por Clarissa Campolina, Rômulo Braga e Yara de Novaes, estrutura-se no diálogo entre duas experiências fílmicas em que um mesmo ator atravessa o tempo e reedita uma antiga personagem, como se ela fosse um espelho sobre o qual se busca a imagem da nova personagem.  Enquanto uma perambula pela cidade em busca de si mesma, a outra faz de uma poltrona vermelha o seu lugar no mundo. Um jogo de espelhos que revela que o mal-estar da personagem de Dostoiévski cabe em qualquer tempo e lugar e que, como ele mesmo escreveu a seu irmão, Mikhail, “a vida é vida em toda parte”.

De Fiódor Dostoiévski. Tradução: Priscila Marques. Direção Clarissa Campolina e Yara de Novaes. Atuação Rômulo Braga. Imagem e captação: sonora Rômulo Braga. Fotografia: Gustavo Marx. Arquivo: “Os que se vão”, dirigido por Clarissa Campolina e Luiz Pretti, fotografado por Lucas Barbi e gentilmente cedido pelas produtoras Anavilhana e Errante. Trilha sonora: Morris Picciotto. Montagem: Luiz Pretti. Finalização de imagem: Lucas Campolina - Olada. Assistentes de produção e pesquisa: Daniela Cambraia e Larissa Barbosa. Produção: Yara de Novaes e Anavilhana;



“O Sonho de Um Homem Ridículo”
Escrito em 1877. o texto retoma o tema da idade de Ouro, da utopia social, muito recorrente na obra de Dostoiévski. Aqui a Idade de Ouro é definida como “o mais improvável de todos os sonhos que já houve, mas pelo qual os homens deram toda a sua vida e todas as suas forças, pelo qual morreram e mataram profetas, sem o qual os povos não querem viver e não conseguem morrer”.  (...) No breve relato Dostoiévski expõe sua concepção do destino histórico do homem e da Cultura.  (Paulo Bezerra, "Duas Narrativas Fantásticas", ed.34, 2003). 

Nessa leitura por meio de uma plataforma digital, Matheus Nachtergaele confronta a visão de Dostoiévski, expressa no conto de 1877, com a sua vida aqui e agora, em meio a uma crise global - a pandemia de Covid-19 – agravada no Brasil por um governo genocida. Essa releitura cênica do sonho deste “Santo Ridículo” põe em foco a relação complexa dos povos originários (e seus modos de bem viver) diante da civilização ocidental do século XXI e o seu “pecado original”, a separação entre natureza e cultura, assim como suas consequências perigosas para a vida de Gaia, a Terra. Uma luta entre Eros e Thanatos, tanto no campo da subjetividade, quanto no plano social e político. 

De Fiódor Dostoiévski. Tradução: Vadim Nikitin. Elenco: Matheus Nachtergaele e Cibele Forjaz. Leitura, depoimentos, roteiro e atuação: Matheus Nachtergaele. Câmera, videografia, roteiro e edição: Manoela Rabinovitch. Direção e roteiro Cibele Forjaz.


Sobre o projeto "Abismos de Dostoiévski".
Idealização:
Marlene Salgado e Elena Vássina
Curadoria: Elena Vássina
Produção: Marlene Salgado
Projeto contemplado e realizado com recursos da Lei Emergencial Aldir Blanc 


Serviço:

Quarta-feira, dia 21 de abril, às 20h
"O Sonho de Raskólnikov"a partir da obra "Crime e Castigo"
Com Celso Frateschi
direção de Vivien Buckup


Quinta-feira, dia 22 de abril, às 20h
"A Dócil"

Livre adaptação audiovisual. Com Marina Nogaeva Tenório. Direção de Ondina Clais e Ruy Cortez.


Sexta-feira, dia 23 de abril, às 20h
"Stavrôguin, Eu Mesmo"

A partir de "Com Tíkhon", capítulo proibido do romance "Os Demônios". Um filme de Luah Guimarãez, Joana Porto, Paulo Camacho, Tiago Bittencourt, Ivan Garro, Elena Nikitina e Vadim Nikitin.


Sábado, dia 24 de abril, às 20h
"Em Teu Nome"
Livre adaptação de "O Grande Inquisidor". Com Donizeti Mazonas e Wellington Duarte. Fotografia e edição de Edson Kumasaka.


Domingo, dia 25 de abril, às 20h
"O Veredicto"
Carta audiovisual criada por Clarissa Campolina, Rômulo Braga e Yara de Novaes.


Segunda-feira, dia 26 de abril, às 20h
“O Sonho de Um Homem Ridículo”
Exercício audiovisual ao vivo por plataforma digital. Criação de Cibele Forjaz e Matheus Nachtergaele com cine artivismo de Manoela Rabinovitch.


Confira a programação - De 21 a 26 de abril

Dia 21, Vivien Buckup (direção) e Celso Frateschi (atuação) em "Crime e Castigo"

Dia 22, Ondina Clais e Ruy Cortez (direção) e Marina Tenório (atuação) em "A Dócil"

Dia 23, Vadim Nikitin (direção) e Luah Guimarãez (atuação)  em "Os Demônios"

Dia 24, Donizeti Mazonas (direção e atuação) e Wellington Duarte (atuação) em "O Grande Inquisidor"

Dia 25, Clarissa Campolina e Yara de Novaes (direção) e Rômulo Braga (atuação) em "O Veredicto" 

Dia 26 Cibele Forjaz (direção) e Matheus Nachtergaele (atuação) em “O Sonho de Um Homem Ridículo”

Acesso ao YouTube do Centro Cultural São Paulo no link: https://www.youtube.com/channel/UCY-_qOo_QsPxIFce2qlhpZg



.: Entrevista com Caio Afiune, eliminado do "Big Brother": "Faria tudo novamente"


Eliminado do "Big Brother Brasil", Caio Afiune comenta a trajetória no reality show. Foto: João Cotta

Muitos foram os desafios que cercaram a trajetória de Caio Afiune na 21ª edição do "Big Brother Brasil": a saudade da família, uma lesão no pé que precisou ser imobilizado e novidades que não faziam parte de seu universo como fazendeiro no interior de Goiás. Mas sua vontade de superar os obstáculos o fez permanecer no jogo até as últimas semanas. 

O integrante do grupo Pipoca - formado por anônimos - teve, durante boa parte da competição, a amizade indispensável de Rodolffo, de quem era fã antes de entrar no programa. Eliminado com 70,22% dos votos na última terça-feira, dia 20, depois de enfrentar Fiuk e Gilberto Nogueira no paredão, Caio faz um balanço positivo de sua jornada no reality e não se arrepende de seu posicionamento no game.

“Acho que a pessoa que se formou hoje veio dos erros que eu cometi lá dentro. Eu estou tão feliz com o que eu sou agora, que faria tudo novamente para estar tranquilo e consciente neste momento”, declara. Na entrevista a seguir, o ex-participante comenta sobre seus pontos-chave no programa e o que pretende fazer daqui por diante.

 
Que balanço você faz da sua participação no "Big Brother Brasil"?
Caio Afiune - Foi muito bacana eu ter conseguido entrar. Cometi erros lá dentro, mas eu me permiti errar nesse jogo porque é um jogo que eu nunca joguei. É uma experiência que traz muitas emoções e eu sou movido por elas. A gente fica restrito de informações, com emoções muito elevadas e uma pressão para a gente falar. Tudo nós temos que justificar, então tem horas que precisamos procurar motivos para falar as coisas. Em todo o contexto, eu fico feliz em saber que foi uma participação legal e que eu fui bem. 

 
Você era fã do Rodolffo e teve uma enorme surpresa ao descobrir que ele também estava no programa. A identificação foi imediata e mútua. O que essa amizade representou para você no jogo e na vida?
Caio Afiune - Eu mexo com fazenda, então tenho um lado muito sozinho durante o dia. Quando eu entrei, tinha muito medo do convívio com mais 19 pessoas que eu não conhecia. Não que eu seja bicho do mato, mas eu tinha receio das relações. Eu me perguntava como eu faria lá dentro, com quem eu iria conversar, se iriam gostar de mim ou não. Então, deu muito certo com o Rodolffo por sermos muito parecidos. Foi um prazer imenso para mim dividir esses momentos com ele, ver tudo o que ele fez por mim, o tanto que ele me ajudou... Eu pensei em sair por conta do machucado no pé e ele falava "Caio, relaxa, tenha calma". Pelo lado fã, foi uma emoção muito grande. Logo no primeiro dia – eu tinha acabado de entrar na casa – e ele estava lá. Foi uma surpresa boa demais. Eu fiquei muito feliz por ter tido essa amizade com ele lá dentro e ter saído com ela. Quando ele me entregou o boné antes de deixar a casa, eu fiquei bastante emocionado. Foi muito gratificante ter vivido isso lá dentro, com ele participando dos meus quase 100% do programa. 
 

Qual era sua estratégia para chegar o mais longe possível na disputa por R$ 1,5 milhão?
Caio Afiune - Eu tenho um jeito de não ficar indo conversar muito e resolver alguns problemas – isso é meu. E, às vezes, eu mantinha algumas relações superficiais ou até tranquilas, porém ponderadas, visando o jogo. Não que eu fosse falso. Eu respeitava, mantinha uma boa convivência por uma questão de jogo. Se fosse aqui fora mesmo, talvez eu não conviveria. Mas, como eu era obrigado a conviver com as pessoas dentro da casa, eu tinha um sentimento positivo. Não era igual com todas as pessoas, mas eu tentava manter uma boa relação até com os mais distantes de mim. Foi diferente em relação à Camilla, com quem eu tive uma aproximação natural mesmo. Não era bem uma estratégia, mas eu tentava ficar bem com todo mundo para eu estar bem. Quando eu votava nas pessoas, eu explicava os motivos, o que tinha acontecido, o que eu não tinha gostado. Por vezes acontecia de ser alguém mais distante ou que eu precisava votar para me livrar do paredão ou ajudar o Rodolffo.

 
Logo no início do programa você teve um desentendimento com a Lumena. Acredita que aquela situação te desestabilizou ou te acordou para o game, de alguma forma?
Caio Afiune - Aquele momento me assustou muito e ali eu dei uma refletida maior sobre as coisas. Tentei abrir mais a minha visão para evitar cometer certos tipos de erro, não pelo jogo, mas pela vida. Realmente deu um “start” para mim.
 

Em certo momento do jogo, ver sua família virou praticamente uma meta. Logo depois disso, você ganhou três provas do anjo seguidas. Esses momentos te fortaleceram? Qual foi a importância disso?
Caio Afiune - Foi uma mistura de dois sentimentos: o conforto em ver que estava tudo bem com a minha família – isso dá um gás para a gente – e, ao mesmo tempo, a saudade que aumenta. Era difícil vê-los ali do outro lado e controlar essa saudade.
 

Você também chamou a atenção pela sorte, que inclusive te levou a escapar de paredões na Bate e Volta. Você sempre foi sortudo ou a sorte começou no prograna? Acha que ela foi decisiva?
Caio Afiune - A sorte foi só lá no "BBB" mesmo. Se eu dependesse disso antigamente, eu estaria morto (risos). Mas, no jogo, foi um gás nos momentos em que eu precisava. No começo, com o primeiro anjo; na prova logo depois que eu machuquei o pé, com aquela situação toda. Eu não pude fazer algumas provas, mas eu pensei que, se já eu estava lá, eu ia tentar até onde eu desse conta. Então, a sorte foi decisiva para eu ganhar o anjo, ser autoimune, ganhar Bate e Volta, prova do líder.
 
 
Você acabou machucando o dedo do pé em uma das provas e precisou ficar um tempo com ele imobilizado. Como foi passar por isso dentro de uma competição? 
Caio Afiune - Foi desesperador. Primeiro, porque eu sempre busquei na minha vida fazer o meu máximo sem pedir ou depender de ninguém. Eu tenho problema para pedir coisas para as pessoas e, de uma hora para a outra, eu me vi numa situação em que eu precisava fazer isso quase que o tempo todo. Fiquei preocupado também por estar fora de algumas provas. É muito difícil estar no "Big Brother" e não participar das disputas, tentar ganhar para ver sua família, conquistar uma liderança. Ainda tinha  dor que eu sentia. Foi uma loucura.


O que te motivou a continuar no reality?
Caio Afiune - O que me motivou a continuar foi o meu objetivo de entrar, ficar longe da minha família por um tempo, para depois voltar para ela com coisas boas. Dar dois passos para trás para depois dar cinco para frente. Eu já estava lá e, se eu tinha me machucado lá, eu ia tentar superar lá dentro mesmo. Coloquei isso como meta – foi difícil amadurecer essa ideia – e tentei me agarrar a ela. E, claro, o Rodolffo me ajudou demais nesse sentido. A casa toda me ajudou muito, todo mundo teve compaixão comigo. Mas o Rodolffo estava ali do meu lado, dizendo que ia passar. Isso me deu força para vencer esse desafio.

 
Seu voto na Sarah, no paredão que a eliminou, chamou a atenção dela. A Juliette também chegou a te questionar sobre tê-la puxado num contragolpe, e não o Fiuk, que seria sua primeira opção de voto. Olhando agora para essas situações, você teria feito diferente, nessa ou em outras oportunidades de voto, se tivesse a chance? 
Caio Afiune - No decorrer do jogo, o Rodolffo era o meu segundo lugar no pódio. A Sarah era o terceiro. Eu tinha que tentar defende-lo. Eu não votei nela achando bom, não queria magoar a Sarah, muito pelo contrário. Mas eu precisava ajudar o Rodolffo, que era o cara mais próximo a mim. A Sarah, por exemplo, tinha o Gil como o mais próximo dela; e eu, o Rodolffo. O cara me deu a imunidade na primeira semana, quando eu mais precisei, esteve comigo nos momentos mais difíceis. Eu entendo a mágoa dela, mas eu tinha que tentar defender o Bastião. Na questão da Juliette, eu já havia votado nela no início para tentar escapar do paredão. Como eu já tinha dado andamento a esse caminho, eu segui por ele. Não tinha para onde ir, já que eu já havia votado nela em outras situações. Naquela hora, estava todo mundo se defendendo ali e vindo para cima de mim, então fui para o jogo.
 

Algo mudou no seu jogo ou nas suas relações dentro da casa depois da saída do Rodolffo?
Caio Afiune - Como nós estávamos muito certos e ficávamos muito juntos, quando ele saiu surgiu espaço para eu ter mais contato com outras pessoas. Aumentou a amizade, o convívio e o diálogo com mais participantes. Não que ele me travasse disso. Mas, no meu modo de ver, a gente sempre estava muito juntos, falávamos dos mesmos assuntos. Não evitávamos outras pessoas, só fluía. Se eu tivesse saído antes, ele também teria se aproximado de outras pessoas. 

 
Qual foi a sensação de ir do paredão à liderança?
Caio Afiune - Foi um sentimento de luxo, uma sensação de explosão, muito gostoso. Quando você vem de um paredão, parece que o gás é diferente, a emoção vem mais forte. Quando você está na pior situação do jogo, que é o paredão, e vai para uma boa, que é a liderança, é muito prazeroso.
 

Por que acha que foi eliminado desta vez?
Caio Afiune - Eu encarei duas torcidas, mas não acredito que tenha sido somente isso. Acho que eu posso ter cometido alguns erros de jogo. Só que é muito complicado quando você não está vendo tudo e vai tendo informações pontuais, que chegam atravessadas. No calor do momento, você vai ficando doido. Havia situações com pessoas que eu tinha amizade e acabava no meio de uma briga. Errei com algumas coisas sim e essa junção de fatores me levaram à eliminação.
 

Que aprendizados o "Big Brother" te trouxe?
Caio Afiune - Amor, vida, respeito. Eu aprendi que realmente a gente precisa muito entender todos os lados para poder abrir a boca antes de julgar alguém ou uma situação. Precisamos ter muita informação para fazer um comentário, por exemplo. Temos que ter cuidado com as coisas que falamos. Por mais que eu tenha feito julgamentos lá dentro, não passei por cima do caráter de ninguém, não desmereci ninguém. Não deixei de julgar pelas informações que eu recebia, mas percebi que a gente precisa ter esse cuidado. Eu descobri também que em mim cabia muito mais amor do que eu já tinha. Foi maravilhoso.
 

Você se arrepende ou teria feito algo diferente no confinamento? 
Caio Afiune - Não. Pelo Caio que eu sou hoje, pelo que eu cresci e aprendi, eu teria medo de ter a opção de mudar alguma coisa e não ter esse sentimento que eu tenho hoje. Acho que a pessoa que se formou hoje veio dos erros que eu cometi lá dentro. Eu estou tão feliz com o que eu sou agora, que eu faria tudo novamente para estar tranquilo e consciente neste momento.
 

Quem está jogando bem e tem chances de chegar à final?
Caio Afiune - Eu acho que o Gil tem grandes chances. Pelo que eu já vi aqui fora, a Juliette também. E eu queria muito que o Arthur chegasse pelo menos perto. Tivemos algumas questões no começo do game, quando ele estava distante. Mas, é uma pessoa que ficou junto comigo, conheci a história dele e tive conversas boas. 
 

Além do Rodolffo, que outras amizades você tem o desejo de levar daqui por diante? 
Caio Afiune - Eu quero muito manter a amizade com o Gil. O João também é alguém que eu gostei muito, tivemos muitas conversas legais. Saindo do jogo, eu não levo nada de ruim de ninguém. Gosto de ver as qualidades e o que há de bom neles. O Arthur também é, incontestavelmente, uma pessoa com quem eu quero ter amizade. 
 

O que pretende fazer daqui para frente? Pensa em movimentar mais as redes sociais, agora que tem mais de 3 milhões de seguidores?
Caio Afiune - Eu quero muito, sim, experimentar esse novo desafio, ver se funciona, se eu vou dar conta de me encaixar nisso tudo. É um mundo novo para mim. Eu tento falar bem certinho quando eu estou nessas situações, como no "ao vivo" com o Tiago, por exemplo. Quando eu estou em conversas mais sérias, eu tento ter uma certa cautela para falar. Não é como eu falo no meu dia a dia. Eu tenho medo, mas eu quero tentar (risos).
 


.: “ReverberÁfrica”, da Cia. Repentistas do Corpo, estreia temporada gratuita


A Cia. Repentistas do Corpo completa 20 anos de existência em 2021 e estreia seu primeiro trabalho online, “ReverberÁfrica”, no dia 21 de abril de 2021, quarta-feira, às 21h. A temporada virtual segue nos dias 23 e 24 de abril, sexta e sábado, às 21h e nos dias 25, 28 e 30 de abril, domingo, quarta e sexta, às 18h. O espetáculo de dança contemporânea, música, poesia e videoarte será transmitido gratuitamente pelo Canal da Cia. Repentistas do Corpo no YouTube.

O trabalho investiga as conexões sensoriais e imateriais entre Brasil e África, através de um mergulho nas memórias afetivas, nas sonoridades e nos movimentos que habitam no universo particular de cada intérprete-criador, independentemente da cor da pele e seus matizes.

Desde os primórdios, o som do tambor carrega em si a ideia de um coração que explode e desperta as energias pulsantes da mãe-África com a força motriz que se mantem nos corpos e segue expandindo tudo à sua volta. Nesse sentido a trilha sonora, composta por Cesar Assolant, reverbera a sonoridade dos elementos e das forças da natureza aliando o toque dos tambores à sua técnica apurada e exuberante de violonista brasileiro. Os elegantes figurinos assinados por Lu Grecco são inspirados em referências da relação Brasil-África, de maneira revisitada e contemporânea.

A pesquisa audiovisual de linguagem realizada pelo artista Giuliano VJ Scan utiliza diferentes recursos para compor, de maneira poética, a ligação entre os imaginários dos dois continentes separados pelo mar. No entanto, o elo cultural resiste e se sobrepõe à geografia para traduzir na potência dos movimentos, nas sensações e gestos dos corpos, nas músicas, poesias e nas imagens, a imperiosa necessidade de reconexão entre o homem, a natureza e suas origens, respeitando os ritmos naturais da vida.

Esses corpos únicos, distintos entre si, impregnados de afetos e memórias, forjados pela mistura racial brasileira e de suas artes, descortinarão as semelhanças, as identidades e o reconhecimento de que a brasilidade é maravilhosamente indissociável da matriz africana, sugerindo uma reflexão: “Que África reverbera em você?”

“A ideia deste espetáculo já existe há, pelo menos, dez anos e o desejo principal não mudou...Transformar em arte as influências culturais que recebemos da África, partindo do ponto de vista de cada intérprete criador do trabalho, independentemente de raça ou gênero. O caminho escolhido foi olhar para si mesmo, respeitar o outro e se reconectar com a natureza”, comenta Sérgio Rocha. O projeto foi contemplado pelo Edital ProAC LAB nº 37 e realizado com recursos da Lei Aldir Blanc.


Sobre Repentistas do Corpo
A Cia. Repentistas do Corpo, fundada em 2001, é formada por artistas do cenário da dança contemporânea brasileira que trazem significativa bagagem artística e cultural associada à proposta de pesquisa consistente e inovadora. A linha de investigação prática é a interdisciplinaridade entre a dança contemporânea, o teatro, a música e a percussão corporal em movimento buscando os possíveis pontos de convergência entre estas áreas e a sua abordagem conjunta. A inspiração vem de diferentes manifestações da cultura brasileira e suas identidades; especialmente a literatura, a música e as festas, além do contexto histórico onde estão inseridas. Desta forma, a Cia. busca novos significados para sua dança e afirma sua maneira de estar no mundo: sempre em movimento, com um corpo brasileiro.

Entre os trabalhos realizados ao longo de vinte anos de existência, estão: “Cordel Encorpado” (2001), “Nessa Onda Que Eu Vou” (2002), “Corpoemas (2004)”, “Lado B” (2007), “Carnaval em Sampa” (2008), “WC Feminino” (2010), “Cordel Encorpado e Revisado” (2012), “Sambabembom” (2012), “Tupiliques – O Espetáculo” (2014), “Corpos Brasileiros” (2017), “Olhares Alheios” (2019) e “Um Olhar Muda Tudo” (2019).


Ficha Técnica
Espetáculo: 
“ReverberÁfrica”
Concepção e direção geral: Sérgio Rocha
Assistente de direção: Cláudia Christ
Intérpretes criadores: Carlos Antônio dos Santos, Cláudia Christ, Marcela Miyashita e Sérgio Rocha. Trilha sonora: Cesar Assolant
Figurinos: Lu Grecco
Direção de arte e edição: Giuliano VJ Scan
Captação de imagens: Giuliano VJ Scan e Rogério Queiroz
Percussão corporal e Djembê: Sérgio Rocha
Fragmentos poéticos: Carlos Antônio dos Santos
Canto à capela: Sérgio Rocha
Vozes em off: Carlos Antônio dos Santos, Cláudia Christ e Marcela Miyashita
Assessoria de imprensa: Alex Olobardi
Programador visual: Giuliano Vj Scan
Serviço de transmissão: Ten Lives
Produção executiva: Rocha Christ Produções Artísticas
Agradecimentos: Mônica Maciel, Zulmira Cícera de Araújo e a todos os artistas, coletivos, grupos, companhias, movimentos, cooperativas, associações, sindicatos e parlamentares que se uniram e lutaram para viabilizar a Lei Aldir Blanc


Serviço

Espetáculo: “ReverberÁfrica”
Transmissão Online
Estreia:
21 de abril de 2021. Quarta-feira, às 21h
Temporada: 23 e 24 de abril. Sexta e sábado, às 21h. 25, 28 e 30 de abril. Domingo, quarta e sexta, às 18h.
Classificação: livre
Duração: 30 minutos
Ingresso: grátis
Transmissão: canal YouTube da Cia. Repentistas do Corpo.
Link para o canal: https://www.youtube.com/Repentistasdocorpo

.: Espetáculo "Fêmea" explora a violência doméstica naturalizada contra a mulher

Dirigida por Carmem Soares, peça da Cia do Despejo investiga o teatro gestual e a dança para refletir sobre a marginalização social feminina. Foto: Antonio Simas Barbosa


Com o objetivo de refletir sobre o que é ser mulher nos dias de hoje, a Cia. do Despejo fez uma ampla pesquisa em teatro gestual e dança para desenvolver o espetáculo “Fêmea”, que ganha exibições online pelo YouTube ou o Facebook de vários grupos e instituições entre os dias 21 e 25 e 28 a 30 de abril, sempre às 20h. Confira o serviço completo abaixo. 

A obra, dirigida por Carmem Soares, é construída a partir dos corpos femininos e suas interações com diversos objetos-símbolo associados à figura da mulher. Essa fisicalidade foi criada por meio do estudo da motricidade de animais usados para adjetivar negativamente as mulheres, como porca, galinha e vaca. As movimentações incorporadas afloram as distorções existentes entre a maneira como são comparadas, vistas, tratadas e seus corpos reais presentes. 

Serviram como influências dramatúrgicas a escritora Carolina Maria de Jesus e sua obra "Quarto de Despejo"; o livro “Presos que Menstruam: a Brutal Vida das Mulheres - Tratadas como Homens - Nas Prisões Brasileiras”, da jornalista Nana Queiroz, e os documentários “Estamira”, de Marcos Prado, e “Meninas”, de Sandra Werneck. Além de referências autobiográficas da equipe de criação.

Para dar o tom do espetáculo, a música é executada ao vivo e explora sonoridades afro-brasileiras em composições autorais. As potentes vozes femininas se juntam aos instrumentos melódicos e percussivos, como a alfaia, o djembe, o violão e o agogô. Há também a constante exploração de sons de elementos da natureza e dos arquétipos animais, como água, lama, madeira, grunhidos de porcos, sinos de vacas e sonoridades do mangue.

“Nossa pesquisa também contemplou os cantos ancestrais, como o vissungo, que se originou entre os negros escravizados na região de Minas Gerais. Ouvimos muito Clementina de Jesus, que tem um disco unindo diversos cantos vissungos. O grupo Clarianas, que explora os cantos caboclos, foi outra referência – a Naruna Costa até nos cedeu uma canção”, comenta Aline Machado, uma das atrizes-criadoras do trabalho. 

As cenas bastante imagéticas evidenciam as violências sofridas pelas mulheres, o que possibilita a criação de um espaço de acolhimento, potencializado por um bate-papo com o público logo após o espetáculo. Para a temporada virtual, estão programados encontros com os espectadores pelo Zoom nas sessões dos dias 22, 24, 28 e 29.

O cenário e o figurino evidenciam ainda mais a temática. As atrizes vestem bermudas, sutiãs com fecho frontal e corpetes pós-cirúrgicos, em referência aos padrões de beleza impostos pela sociedade. Conforme a peça avança, seus corpos e vestimentas ganham tons de vermelho, simbolizando tanto a violência quanto a emancipação feminina. Já o cenário se divide em três espaços: o ambiente doméstico, formado por mobílias como fogão, cadeiras e relógio; o “não-lugar”, que fica vazio e é onde as atrizes encontram seu local de fala; e a área dedicada às musicistas.  No elenco estão Aline Machado, Carolina Gracindo e Ingrid Alecrim. As musicistas são Aryani Marciano, Beth Sousa e Helena Menezes e o dramaturgista é o Felipe Dias Batista. 


Sinopse
"Fêmea" é um espetáculo de teatro gestual que apresenta cenas imagéticas. A narrativa é construída através de corpos femininos, da relação da casa com esses corpos e da musicalidade entoada ao vivo. As cenas elucidam violências cotidianas a que estão submetidas tantas mulheres em nossa sociedade e investigam quais aspectos são entendidos como determinantes do que é "ser mulher" em nossa cultura. Os elementos postos em cena podem trazer memórias afetivas sob a lente poética que amplia perspectivas possíveis da mulher sobre as situações em que é posta. Aos poucos, as histórias pessoais apresentadas ganham processos emancipatórios possíveis e interdependentes.

Sobre Carmem Soares - Direção 
Carmem Soares é moradora do Grajaú, mulher cis, lésbica, periférica. É atriz, diretora, educadora e produtora. E Licenciada e bacharelada em Artes Cênicas pela Faculdade Paulista de Artes e Mestra em Arte Educação pelo Instituto de Artes da UNESP. É idealizadora do A Casala Espaço Cultural e do Projeto La Fancha - Casa Restaurante e integrante da Cia Teatral As Truparteiras.


Ficha técnica
Espetáculo:
"Fêmea"
Diretora: Carmem Soares
Dramaturgista: Felipe Dias Batista
Atrizes criadoras: Aline Machado, Carolina Gracindo e Ingrid Alecrim
Musicistas criadoras: Aryani Marciano, Beth Sousa e Helena Menezes
Sonoplastia: Nina Oliveira
Técnica e operação de som: Wayra Arendartchuk
Criadora de luz: Carolina Gracindo
Iluminação: Dara Duarte
Orientadoras de corpo: Ana Paula Bouzas e Mariana Arantes
Orientação musical: Valquíria Rosa
Costureira: Duda Viana
Cenotécnica: Ingrid Oliveira
Cenográfa: Carolina Gracindo
Figurinista e concepção de maquiagem: Ingrid Alecrim
Produção: Felipe Dias Batist
Filmagem e edição: Bruta Flor Filmes
Assessoria de Imprensa: Agência Fática
Este projeto foi realizado com recursos da Lei Federal 14.017/2020 - Lei Aldir Blanc, através do Edital Proac Expresso Lab da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo.


Serviço
"Fêmea", da Cia do Despejo
Temporada:
21 a 25 e 28 a 30 de abril, 20h
Transmissões pelo YouTube ou Facebook de vários grupos e instituições:
Dia 21:
YouTube de Aline Machado
Dia 22: YouTube de Aline Machado - seguido de conversa
Dia 23: YouTube da Cia do Despejo
Dia 24: YouTube da Cia Enchendo Laje & Soltando Pipa - seguido de conversa
Dia 25: YouTube do Grupo Xingó
Dia 28: Facebook do Coletivo Subversivas - seguido de conversa
Dia 29: Facebook do Madeirite Rosa - seguido de conversa
Dia 30: Facebook do Centro Cultural Grajaú
Classificação: 14 anos
Duração: 40 minutos
Facebook: @ciadodespejo
Instagram: @ciadodespejo


.: Experimento virtual "ELAS", do Coletivo Caracóis, estreia temporada


Nos meses de abril e maio de 2021 o Coletivo Caracóis estará em temporada com o experimento virtual "Elas" na plataforma SP Escola Digital no Sympla a partir de 21 de abril. 

O projeto "ELAS" foi concebido inicialmente como um experimento cênico virtual, criado durante a pandemia da Covid-19. O Coletivo chama o trabalho de experimento cênico virtual, por entender que habita um espaço novo de criação. A própria plataforma do Zoom virou espaço de pesquisa ou palco virtual, foi utilizada como cenário e elo de ligação entre as personagens. A distância e a virtualidade determinaram e habitaram a estética para a construção de planos explorada pela encenação.

O start para pesquisa foi a moldura ficcional: duas mulheres lésbicas, que se relacionam e estão separadas por conta da pandemia, marcam um encontro virtual para elaborar seus sentimentos, revelando o efeito do isolamento e distanciamento em sua relação. Partimos da questão: É possível a manutenção e permanência de uma relação amorosa, construída na presencialidade, e que agora, por questões que fogem ao controle, se restringe a um ambiente virtual?

É notório que durante este momento pandêmico, onde tanto as convivências intensificadas quanto as distâncias não planejadas se tornaram realidades impostas, muitos casais se separaram, periódica ou definitivamente. Temos experiências como estas dentro de nosso próprio coletivo de trabalho. Então, partindo de nossas experiências pessoais, de nossas vivências e também de nossas observações e questionamentos, surge a pulsão para criação de "ELAS".

A dramaturgia, escrita em processo colaborativo, é precisa e aguda ao transformar o diálogo entre elas em um poético desabafo sobre nossa realidade global - atravessada por acontecimentos incontroláveis e, ao menos, sobre a ótica de quem nos tornamos a partir deles, irreversíveis. A narrativa dramatúrgica trata não só da relação amorosa de duas mulheres, mas também sobre a nossa necessidade de persistirmos tentando nos relacionar mesmo quando a distância física nos é imposta. O texto pode ser lido como metáfora do próprio encontro deste grupo de mulheres artistas: a resistência e persistência exercida ao fazermos teatro intermediadas pela tela.

"ELAS" é sobre a complexidade das relações humanas, suas dores e delícias, uma ode virtual à presença. É sobre a beleza do encontro, sobre a saudade latente de quando isto era possível sem a necessidade das janelas de navegadores, sobre como esse grupo de artistas mulheres inventou possibilidades de resistir a partir da nova e transitória, esperamos, realidade.

Em paralelo à temporada, o Coletivo fará Residência Artística ocupando as redes do Centro Cultural da Diversidade, compartilhando com o público os desdobramentos de pesquisa em torno do experimento virtual "ELAS". 

Para a Residência, o Coletivo Caracóis programou uma pesquisa virtual em forma do questionário “ELAS: O Amor em Tempos Pandêmicos” , com o objetivo de coletar histórias de como as relações amorosas têm sido afetadas nestes tempos de pandemia, tendo  como perspectiva o relato de mulheres, principalmente lésbicas. 

Os relatos colhidos nesta pesquisa servirão de material para a produção do Episódio 2 do experimento virtual "ELAS". Tal ação é um desdobramento da pesquisa do Coletivo, pois se no primeiro episódio a equipe recolheu e compartilhou as histórias das próprias artistas durante o processo, neste segundo episódio, pretende-se dar voz a mais mulheres, ampliar suas perspectivas, refletir sobre as relações e dar continuidade a um trabalho conectado com o tempo em que vivemos. 

Já estão agendadas algumas ações, no dia 29/04, às 19hrs, pelo instagram do Centro Cultural da Diversidade, o Coletivo Caracóis apresenta a desmontagem do experimento cênico-virtual "ELAS", com fragmentos do processo de construção do primeiro episódio, reunindo as artistas do projeto. Esta ação se dará de forma paralela à temporada na plataforma SP Escola Digital, pelo Sympla. No final de Maio, o Coletivo fará o compartilhamento do processo de construção de "Elas, episódio 2", através de uma abertura de processo.

Sinopse:
Brasil, 2020. Elas não estão juntas. O que eram dias, se tornaram meses e elas já perderam as contas. Apesar dos quilômetros que as separam, um encontro é marcado em uma plataforma virtual: o olho no olho, o toque, o cheiro, a possibilidade de um último beijo não existem. E se tudo isso não tivesse acontecido, como estaríamos agora? 


Ficha técnica
Espetáculo:
"ELAS"
Criação: Carina Murias, Carol Moreno, Fernanda Heitzmann, Maria Carolina Ito, Náshara Silveira e Sol Faganello
Direção: Náshara Silveira e Sol Faganello
Dramaturgia: Carina Murias
Textos e atuação: Carol Moreno e Fernanda Heitzmann
Concepção de Luz e Som: Maria Carolina Ito
Arte gráfica, fotos e vídeos: Sol Faganello
Produção e Realização: Coletivo Caracóis


Serviço:
Espetáculo: 
"ELAS" | Coletivo Caracóis
Temporada - SP Escola Digital | Sympla
Datas: 21, 22, 27, 29 de abril e 4, 5, 6 de maio, às 21h.
Ingressos: https://www.sympla.com.br/produtor/spescoladeteatrodigital 
Valores opcionais:
R$ 10 - R$25 - R$50

"Elas" - Desmontagem
Canal Instagram: 
@ccdivervidade - 29/04 - 19h
Abertura de processo: "ELAS, Episódio 2"
Canal Instagram: @ccdiversidade -  final de maio, data a confirmar.
Questionário pesquisa virtual: https://forms.gle/a31AF6ceY4xyebSu5

terça-feira, 20 de abril de 2021

.: Resenha: "Fome Animal", comédia e terror gore de Peter Jackson


Por Mary Ellen Farias dos Santos


São muitos os filmes antigos esquecidos em meio a trocentas novidades fresquinhas disponíveis por aí que esbanjam efeitos tecnológicos aos sedentos pelo novo. Contudo, entre os longas com quase 30 anos está a produção de Peter Jackson, diretor de clássicos cinematográficos como a saga de "O Senhor dos Aneis", "O Hobbit" e "King Kong"

Em 1992, o diretor entregou ao público, gastando 3 milhões de dólares, o filme gore "Fome Animal"O longa de 1h 44m apresenta uma história de amor. Não somente entre Paquita (Diana Penalver) e Lionel (Timothy Balme), mas também entre Vera (Elizabeth Moody) e Lionel, ou seja, entre mãe e filho. Na verdade, a mãe não quer dividir o filho com ninguém, muito menos com uma latina. 

Ao perseguir Lionel num encontro com Paquita, no zoológico, Vera é mordida por um macaco raro e pavoroso. Acamada, a mãe precisa de toda a atenção do jovem que tenta esconder o problema da mãe que se acentua com o passar do tempo. Enquanto Lionel tenta jogar o grave problema para debaixo do tapete, até a última consequência, Vera transmite a doença a outros inocentes.


Assim, o mal começa a se espalhar pela cidade, Lionel tenta acalmar os ânimos com soluções tranquilizantes enquanto luta para não perder o amor de Paquita. O longa é cheio de sangue escorrendo pelas paredes, membros decepados. Em contrapartida, é um meio de critiar o protecionismo exarcebado de muitas mães por seus filhos já crescidos e até bem acompanhados.

"Fome Animal" não é para ser levado a sério e nem tem esse objetivo. O filme de Peter Jackson segue o estilo de outro clássico mais antigo, "A Casa do Espanto" (1986), de Steve Miner. Ambos são filmes com histórias que usam e abusam de monstros pavorosos que expelem muita escatologia e faz a trama acontecer, na maioria das vezes, dentro de casa. As fãs de terror gore com toque trash, "Fome Animal" é um prato cheio de pura diversão!



Filme: Fome Animal (Braindead)

Gênero: Terror/Comédia

Diretor: Peter Jackson

Elenco: Timothy Balme, Diana Penalver, Elizabeth Moody e mais.

Roteiro: Peter Jackson, Fran Walsh, Stephen Sinclair

Orçamento: 3 milhões USD

Bilheteria: 242.623 USD

Data de lançamento: 13 de agosto de 1992 (Nova Zelândia)



*Mary Ellen Farias dos Santos é criadora e editora do portal cultural Resenhando.com. É formada em Comunicação Social - Jornalismo, pós-graduada em Literatura, licenciada em Letras pela UniSantos - Universidade Católica de Santos e formada em Pedagogia pela Universidade Cruzeiro do Sul. Twitter: @maryellenfsm

Trailer





.: “9-1-1: #LoneStar”: 4 destaques da segunda temporada que estreia hoje


Nesta terça-feira, 20 de abril às 22h00, estreia no STAR Channel a segunda temporada do drama “9-1-1: Lone Star”. Os novos episódios da série, que acompanha um grupo experiente de bombeiros e paramédicos de Austin, no Texas (EUA), prometem trazer mais adrenalina e situações inusitadas que a primeira temporada.

A produção da dupla Ryan Murphy e Brad Falchuk ("Pose"), é um spin-off do aclamado drama de emergência “9-1-1" e, no Brasil, terá exibição de dois episódios por semana, todas as terças, no mesmo horário no canal.

E para celebrar a chegada da nova temporada, confira 4 destaques do que esperar do batalhão comandado pelo capitão Owen Strand (Rob Lowe):


PANDEMIA DE COVID-19

Assim como tem acontecido em outras produções mundiais e nacionais, a pandemia de Covid-19 será retratada na segunda temporada de “9-1-1: Lone Star”, que atualmente ainda está em exibição nos Estados Unidos. A situação traz uma nova personagem à trama: Gwyneth "Gwyn" Morgan (Lisa Edelstein), que é ex-esposa de Owen e mãe de TK. Ela chega em Austin após a hospitalização do filho e traz turbulências para a trama. Ao longo dos episódios, o ex-casal Owen e Gwyn redescobre a centelha de paixão que um dia compartilharam.

CROSSOVER COM 9-1-1

O terceiro episódio desta temporada contará com um crossover emocionante com a série original "9-1-1", quando Hen, Buck e Eddie se juntam à equipe de Owen para salvar um acampamento de adolescentes em perigo de um incêndio florestal.

NOVA INTEGRANTE

Nos 14 episódios de uma hora cada da segunda temporada, a equipe da estação 126 dá as boas-vindas à nova capitã paramédica Tommy Vega (Gina Torres, “Suits”), após a partida de Michelle Blake (Liv Tyler). Tommy estava no auge quando largou seu uniforme há oito anos para criar suas filhas gêmeas. Porém quando o restaurante de seu marido entrou em colapso devido à pandemia, ela não teve escolha a não ser retornar ao mercado de trabalho para sustentar a família. Apesar de partir seu coração estar separada de suas filhas, Tommy deve provar que ainda é uma grande capitã.

#TARLOS

O casal formado pelo bombeiro T.K. (Ronen Rubenstein) e o policial Carlos Reyes (interpretado pelo ator brasileiro Rafael Silva), apelidado pelos fãs de #Tarlos, segue agitando a trama. Ambos seguem lutando para se entender e manter o relacionamento, e dão passos importantes sobre isso.

"9-1-1: Lone Star" é produzido pela 20th Century Fox Television em colaboração com a Ryan Murphy Television e Brad Falchuk Teley-Vision. Ryan Murphy, Brad Falchuk e Tim Minear são os criadores, produtores executivos e autores da série. Além de atuar na produção executiva, Bradley Buecker dirigiu o episódio de estreia da série. Alexis Martin Woodall, Rashad Raisani e John J. Gray atuam também como produtores executivos, e o ator Rob Lowe participa ainda como co-produtor executivo.





.: Cristina Serra lança coletânea de entrevistas com grandes nomes da arte

Novo livro da escritora traz entrevistas com grandes nomes da literatura brasileira


"Entrevista", lançamento da Kotter Editorial, é o novo livro da jornalista e escritora Cristina Serra nos apresenta 12 entrevistas com romancistas e poetas brasileiros, feitas nos anos 1980, quando trabalhou para o periódico Leia, especializado em literatura e mercado editorial.

Com textos de introdução a cada uma das entrevistas, onde a autora reconstitui como as conseguiu, como foi a receptividade dos autores à jovem repórter em começo de carreira, as impressões que absorveu em cada encontro e que ficaram registradas em anotações guardadas até hoje no arquivo da jornalista.

As edições originais foram resgatadas no acervo da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin (BBM-USP), parceira do Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo (IEB-USP), que guarda a coleção completa do LEIA.  Carlos Drummond de AndradeFerreira Gullar, João Cabral de Melo NetoMário Quintana e Jorge Amado são alguns dos brasileiros entrevistados, além da chilena Isabel Allende.

Cristina conseguiu extrair dos entrevistados reflexões profundas sobre seus processos criativos e método de trabalho, sobre a literatura e o Brasil. Algumas entrevistas são marcadamente confessionais. Carlos Drummond fala de sua poesia: "São meus problemas, meus dramas, os meus sequestros, os meus complexos, a minha dificuldade de adaptação à vida, todo esse sofrimento”. Mário Quintana afirma que “poesia não deixa de ser uma forma de falar sozinho”. Gullar diz que “poesia só tem um sentido: mudar as coisas”. Jorge Amado conta que escrevia todos os dias até às 10h da manhã porque depois desse horário começava a “emburrecer”.

Segundo o professor Jaime Oliva, do IEB-USP, a entrevista já é considerada um gênero literário por vários estudiosos de literatura e, a seu ver, o livro "Entrevista" confirma esse entendimento. “Cristina faz poetas e romancistas exporem com clareza as entranhas da criação literária compondo um panorama dessa prática artística de uma geração bem relevante”.

A autora lamenta apenas ter perdido as fitas com as gravações originais das entrevistas, que ela pretendia tornar acessíveis em plataforma digital para os leitores. A umidade, porém, impossibilitou que o áudio fosse recuperado. Cristina Serra estreou na literatura com o livro “Tragédia em Mariana – A História do Maior Desastre Ambiental do Brasil”. A obra é uma investigação sobre o desastre provocado pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), em novembro de 2015.


Sobre a autora:
Cristina Serra nasceu em Belém do Pará e formou-se em Jornalismo na Universidade Federal Fluminense.  Trabalhou nas redações dos jornais Resistência, Tribuna da Imprensa, Leia, Jornal do Brasil, da revista Veja e da Rede Globo. Na TV, foi repórter de política em Brasília, correspondente em Nova York e comentarista do quadro “Meninas do Jô”, no Programa do Jô.

Em 2015, foi escalada para a cobertura do desastre em Mariana, pelo programa "Fantástico". Como escritora, lançou as obras “Tragédia em Mariana: A História do Maior Desastre Ambiental do Brasil” e “A Mata Atlântica e o Mico-leão-dourado: Uma História de Conservação”. Atualmente é colunista da Folha de S.Paulo.

Ficha técnica
Título:
"Entrevista"
Autora: Cristina Serra
Editora:
Kotter
Páginas: 168
Link na Amazon: https://amzn.to/3sxSqOr

 

.: Novidades na loja do Resenhando.com no Shopee. Vem ver!


O Resenhando tem uma loja no Shopee com itens novos e usados. Para acessar os produtos basta clicar em shopee.com.br/resenhando e conferir os produtos disponíveis para venda. Nessa junção do Portal Resenhando.com ao grande site de vendas do momento, quem sai ganhando é quem busca por precinho campeão e adora frete grátis. 

Entre os produtos cadastrados na lojinha administrada pelos Resenhanders Helder Miranda e Mary Ellen Farias dos Santos, estão cartazes de seriados como o de "Stranger Things", "The End Of The Fxxxing World 3", "Sintonia", "Sex Education" e até do filme "A Barraca do Beijo". Há também livros para venda, entre eles: dois volumes de "Walter Benjamin", "Magia e técnica, arte e política" e "Rua de Mão Única"; o livro infantil "Filhote de Cruz-Credo", de Fabrício Carpinejar; e o livro clássico "Reclam", de Goethe em alemão.

Na loja virtual há também brinquedos como um lote com os engradados dos Shopkins, miniaturas que servem para brincar, enfeitar a casa e até para colocar na ponta do lápis para estudar, além da "Lata de Shopkins" com acompanha dois exemplares do produto DTC. A lata é o espaço destinado para o armazenamento das miudezas que encantam as crianças. Outro item para os pequenos é a boneca Lullie com roupas estilo o desenho animado Frozen e até a gata Blissa, que é o bichano da Barbie em trabalho grande para a criança brincar.

O Shopee é um espaço de compras simples, realizadas na internet. Você pode buscar pelos itens, entrar em contato com o vendedor para tirar dúvidas, pagar e levar o produto. Para fazer as compras é preciso realizar um cadastro fácil e rápido. Assim, a compra pode ser feita usando cartão de crédito ou boleto bancário, além de juntar itens no carrinho de compras. 

Você compra, a gente vende e todo mundo fica bem. Visite a nossa lojinha no Shopee: shopee.com.br/resenhando!

.: Com Maria Giulia Pinheiro, espetáculo digital "A Palavra Mais Bonita", estreia


Processo de luto e incomunicabilidade é tema de espetáculo que trata da relação entre pai e filha. Foto: Mylena Sousa


A atriz Maria Giulia Pinheiro apresenta o espetáculo "A Palavra Mais Bonita", uma homenagem ao seu pai vítima de uma doença degenerativa que o deixou impossibilitado de falar antes de morrer. "A Palavra Mais Bonita" é uma performance, que mescla a prosa humorística característica dos stand-ups com o spoken word, a poesia falada. A artista se consagrou em quarto lugar na Coupe de Mónde Slam, em Paris em 2020 representando Portugal. 

Em cena, a atriz usa palavras recebidas pelo público em suas redes sociais e mistura momentos autobiográficos com os poemas criados a partir dessas palavras. Com esse mecanismo Maria Giulia cria beleza a partir da dor, de forma leve e coletiva, dando também às pessoas que estão assistindo ao espetáculo poemas com suas palavras preferidas. O espetáculo é pertinente ao momento em que estamos atravessando, pois aborda a questão da morte também sentido simbólico do luto coletivo. A curta temporada digital é de 20 a 25 de abril, terça a domingo, às 20h, pelo YouTube.

A incapacidade da fala causada por uma doença neurodegenerativa levou a poeta e performer Maria Giulia Pinheiro a criar "A Palavra Mais Bonita", projeto que apresenta traços de uma história real entre pai e filha e de como a artista aprendeu a se comunicar com seu pai quando ele perdeu a capacidade de falar. A apresentação começa a partir de palavras enviadas pelas redes sociais da atriz mesclando a prosa humorística dos stand-ups, contação de história e a poesia falada. O espetáculo foi gravado no Pequeno Ato e será transmitido pelo YouTube de 20 a 25 de abril, terça a domingo, às 20h.

A ideia começou em meados de 2018, depois que o pai de Maria Giulia, diagnosticado com Esclerose Lateral Amiotrófica Bulbar (ELA), morreu em abril. A artista escreveu um post no Facebook convocando as pessoas a comentarem suas palavras preferidas. Ela teve mais de 200 retornos em poucas horas. A partir desse repertório compartilhado começou a escrever poemas. Depois levou a criação para o palco, um show-lírico em formato de jogo, no risco de fazer ao vivo com a participação da plateia. Menos de um ano depois o espetáculo estava pronto e começou a circular com apresentações em São Paulo, Lisboa (Portugal), Maputo (Moçambique) e Santiago De Compostela (Espanha).

Para as apresentações online, como o espetáculo é gravado, pediu em suas redes sociais que os seguidores enviassem as suas palavras mais bonitas. Com esse mecanismo Maria Giulia cria beleza a partir da dor, de forma leve e coletiva, dando também às pessoas que estão assistindo ao espetáculo poemas com suas palavras preferidas. O espetáculo trabalha a tensão entre os extremos, a palavra e o silêncio, a prosa e a poesia, como forma de aproximar o público do texto e exercitar a capacidade de escutar o outro. Mistura momentos autobiográficos com os poemas criados a partir das palavras enviadas pelas redes sociais.

“São três camadas narrativas: a palavra, a visão da memória e a biografia tensionada a partir da memória. Quando eu retomo o campo das memórias, tenho um filtro de um luto que se desenvolveu ao longo desse período. O luto se transforma, e, portanto, transforma essa memória. Com isso crio esse jogo do que é verdade ou ficção, pois retomar a lembrança não é viver a experiência em si. Eu falo sobre o processo, sobre o luto tentando retomar a experiência através da palavra”, explica Maria Giulia.

No palco, três elementos chamam a atenção, no proscênio, dois microfones; mais ao fundo, no centro, um retroprojetor, além de muitos papéis espalhados pelo chão. Em um microfone, Maria Giulia compartilha sua história, pensamentos e até o processo da obra. No outro, apenas as poesias reverberam.

A iluminação é composta por três plataformas que dialogam com a proposta narrativa do espetáculo. A narração biográfica ganha cores mais frias, o microfone poético tem cores mais quentes e teatrais, com lacunas e silêncios. A iluminação foi inspirada nos modelos de stand-up comedy, palestras e no quarto de escritório de uma escritora. Como se esses três espaços convivessem no palco.

O figurino utilizado em cena é constituído por roupas que simulam as do pai de Maria Giulia e que se revelam e se transformam ao longo do espetáculo, como afetos que se ressignificam ao tratarmos da ausência. Nesse jogo, Maria Giulia também brinca com o masculino e o feminino nos padrões de vestimenta, se masculinizando e, aos poucos, transformando esse vestuário de formas socialmente aceitas como femininas até o final do espetáculo.

Maria Giulia ressalta que “neste momento de luto coletivo mundial que estamos atravessando, torna-se incontornável elaborar questões que abordem temas éticos e estéticos que abarquem a morte não só no seu sentido literal, mas também simbólico – o luto coletivo.  Também no cerne do debate está a privação da fala.  A doença pandêmica que impõe a distância, a ausência de contato, do encontro, do debate, do diálogo presencial, dos afetos. É preciso entender a possibilidade de falar sobre morte, ritualizar a morte nesse momento. Eu realmente acredito que o que vai nos tornar humanos novamente é fazer o luto coletivamente para voltar o olhar para uma perspectiva de vida”, finaliza.


Sobre Maria Giulia Pinheiro
Autora de "Da Poeta ao Inevitável", pela Editora Patuá (2013), "Alteridade", pelo Selo do Burro (2016) e "Avessamento", pela Editora Urutau (2017), "30 (Poemas de Amor) para (os) 30 (Anos de Alguém que Nunca Amei Tanto Assim)" editora Urutau 2020, além de dramaturga dos espetáculos "Mais Um Hamlet", "Alteridade" e "Bruta Flor do Querer", em que também assina a direção. Fundadora do grupo teatral Companhia e Fúria, em que atua, dirige e escreve. Criadora e organizadora do ZONA Lê Mulheres, um sarau em que todas e todos podem ler, desde que textos escritos por mulheres. É performer e poeta nos espetáculos "Alteridade" e "A Palavra mais Bonita".

Co-idealizadora e apresentadora do slam "Ciranda-Jogo de Palavra Falada". Pesquisa a tradição de mulheres na arte, a importância de um Imaginário feminista, além de estruturas de comunidades livres desde 2012, quando lançou o manifesto "Por Um Imaginário". Foi Analista de Pesquisa do documento "Precisamos Falar com os Homens? Uma Jornada pela Igualdade de Gênero", realizada pela ONU Mulheres e o portal PapodeHomem, com viabilização do Grupo Boticário. Coordena o Núcleo Feminista de Dramaturgia no Pequeno Ato desde 2016. Formou-se jornalista pela Fundação Cásper Líbero e atriz pelo Teatro Escola Célia Helena, especializou-se em Roteiro para TV na Academia Internacional de Cinema e é pós-graduada no curso Arte na Educação: teoria e prática – ECA/USP.


Ficha técnica:
Espetáculo:
"A Palavra mais Bonita"
Texto, direção e atuação: Maria Giulia Pinheiro.
Direção de produção e comunicação: Danielle Cabral.
Iluminação: Luisa Dalgalarrondo.
Operação de luz: Giuliano Caratori.
Diretor técnico: Dugg Mont.
Assessoria de imprensa: Adriana Balsanelli.
Artes divulgação: Lucas Sancho.
Gravação: Cachalote Fúria & Filmes.
Projeto contemplado pela Lei Aldir Blanc.


Serviço:Espetáculo: "A Palavra mais Bonita"
De 20 a 25 de abril - Terça a domingo, às 20h.
Duração: 75 minutos.
Classificação etária: 14 anos.
Ingressos: Grátis.
Transmissão: youtube.com/mariagiuliapinheiro

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