quinta-feira, 29 de julho de 2021

.: Grátis e online: Criolo brilha em filme-concerto de Monique Gardenberg



Cantor apresenta clássicos de diversas matizes do samba, vários deles pela primeira vez, em nova produção do Teatro Unimed, com acesso gratuito para todo o Brasil. Filme-concerto "Criolo Samba em 3 Tempos" pode ser visto gratuitamente no site do Teatro Unimed. Foto: divulgação


Sempre conectado com o público, o samba, a realidade brasileira e suas questões sociais, Criolo mais uma vez inova em sua produção artística, ao protagonizar o seu primeiro filme-concerto, "Criolo Samba em 3 Tempos". Com direção da cineasta Monique Gardenberg e realização da Dueto Produções, o filme poderá ser visto com acesso gratuito a partir da sexta-feira, 30 de julho, no site do Teatro Unimed (www.teatrounimed.com.br). 

Dividida em três tempos distintos, com músicas que conversam entre si pela sua temática, a produção revela um artista que continua se desafiando musicalmente, ao mesmo tempo em que se posiciona politicamente e chama a atenção da sociedade para se engajar em importantes ações de apoio a famílias em necessidade.

Em um cenário montado no Teatro Unimed, em São Paulo, criando um ambiente intimista de samba, sem qualquer referência à plateia, o filme "Criolo Samba em 3 Tempos" tem aquele clima de uma verdadeira roda de samba, marcando a primeira apresentação de um cantor na programação do teatro. A cada semana, estreia um novo tempo, cada um deles com identidade própria e com capacidade de nos transportar para o aconchego de uma performance de quem - verdadeira e naturalmente - ama o samba. 

“Em conversa com Criolo para criar o show, lembramos do fim de ano que passamos juntos, em que ele cantava muitos sambas lindos e falava de sua vontade de gravar um disco apenas com composições do gênero. Pouco depois, Criolo de fato gravou Espiral de Ilusão, com sambas inéditos de sua autoria.  Agora, veio a vontade de voltar àquele primeiro momento e homenagear obras de vários compositores, artistas que admiramos e que tiveram grande influência em Criolo. Diante da estranheza de filmar uma apresentação de Criolo voltado para uma plateia inexistente, concebi um pequeno ambiente vazado no palco, uma espécie de bar ou roda de samba com um clima nostálgico, para receber esse repertório extraordinário", afirma a diretora Monique Gardenberg.

“É com muita felicidade que eu reencontro Monique Gardenberg, que é uma grande diretora e ela deu a mim e a minha equipe toda segurança de sabermos que íamos fazer um trabalho de arte. Nesse conceito de concerto de cinema, estávamos em boas mãos e foi feito um trabalho com muita entrega, com muita dedicação, com muito carinho, com muito amor pra chegar na casa das pessoas, no coração das pessoas. E fica aqui o meu agradecimento à toda equipe, meu agradecimento a Monique por essa oportunidade e a gente tá vivenciando isso. Muita dedicação, muito amor, muita entrega envolvida numa equipe que só pensou em arte o tempo todo”, declara Criolo.

Com Ricardo Rabelo (cavaco), Gian Correa (violão de 7 cordas), Ed Trombone (trombone) e Maurício Badé (percussão), Criolo interpreta alguns dos mais importantes clássicos do samba, vários deles, pela primeira vez. O "Tempo 1" possui um clima de sofrência, com músicas como "Carinhoso" (Pixinguinha / Braguinha), "A Flor e o Espinho" (Nelson Cavaquinho / Alcides Caminha / Guilherme de Brito) e "Luz Negra" (Nelson Cavaquinho / Amancio Cardoso). O "Tempo 2" reúne músicas que tratam da questão racial e social, a exemplo de "Canto das Três Raças" (Mauro Duarte / Paulo César Pinheiro), "Barracão de Zinco" (Luiz Antonio / Oldemar Magalhães) e "Agoniza Mas Não Morre" (Nelson Sargento). E o "Tempo 3" é uma celebração, à vida, ao amor, ao samba, com pérolas como "Corra e Olhe o Céu" (Cartola / Dalmo Castello), "Palpite Infeliz" (Noel Rosa) e "Desde que o Samba É Samba" (Caetano Veloso). Neste tempo, Criolo também interpreta as composições próprias "Linha de Frente" e "Calçada".

O filme "Criolo Samba em 3 Tempos" dá continuidade à programação 2021 do Teatro Unimed, como parte do projeto Teatro Unimed Em Casa, que estreou em 2020 com Luis Miranda, em Madame Sheila, e abriu 2021 com o espetáculo "Dez por Dez", obra de Neil LaBute adaptada pelos Irmãos Leme e protagonizada por Angela Vieira, Bruno Mazzeo, Chandelly Braz, Denise Fraga, Eucir de Souza, Ícaro Silva, Johnny Massaro, Leopoldo Pacheco, Luisa Arraes e Pathy Dejesus. Uma iniciativa comprometida a levar a produção artística inédita e de qualidade até onde as pessoas estão, contribuindo para aumentar o acesso gratuito à cultura em tempos de isolamento social.

 “Sabemos o quanto a saúde e o bem-estar das pessoas são impactados pela arte, cultura e lazer. Manter o acesso aos espetáculos do Teatro Unimed, mesmo diante do cenário que ainda estamos vivendo, é uma importante entrega para toda sociedade. Por meio do cooperativismo e de parcerias que beneficiam todo o setor, estamos felizes em contar com mais um artista desse prestígio na programação do Teatro. Acompanhem e curtam, gratuitamente, mais essa produção, que leva saúde, alegria e entretenimento de qualidade para todos”, afirma Luiz Paulo Tostes Coimbra, presidente da Central Nacional Unimed.

“É uma grande alegria termos Criolo como o primeiro astro da música a fazer parte da programação do Teatro Unimed, protagonizando o primeiro filme-concerto que produzimos. Assim como Criolo, nós também nos dedicamos a inovar em nossa produção cultural, sempre com qualidade e em defesa do respeito à diversidade e do amplo acesso à cultura e ao lazer, ao mesmo tempo em que chamamos a atenção para iniciativas de apoio a profissionais das artes em tempos de pandemia”, declara Fernando Tchalian, CEO da desenvolvedora Reud, controladora do Teatro Unimed.

Durante este período de pandemia e a cada espetáculo online gratuito, o Teatro Unimed tem reforçado a importância de iniciativas de apoio a profissionais das artes, fortemente afetados pela diminuição de trabalho, convidando o público a colaborar de alguma forma. Assim foi com o Fundo Marlene Colé, em "Dez por Dez", e com a APTR - Associação dos Produtores de Teatro, em Madame Sheila. Agora, em "Criolo Samba em 3 Tempos", todos se reúnem para chamar atenção para o Backstage Invisível (www.backstageinvisivel.com.br), movimento que arrecada e distribui cestas básicas para profissionais das artes que trabalham atrás das cortinas. São técnicos, carregadores, montadores, seguranças, equipes de limpeza, assistentes, produtores, motoristas e vários outros profissionais, cujas famílias têm enfrentado uma situação de insegurança alimentar, em um período em que muitos palcos ainda estão vazios.

Em todos os momentos de preparação, montagem, ensaios, filmagens e desmontagem, todos os profissionais envolvidos foram cuidadosamente acompanhados com contínuos registros de condições de saúde e submetidos a testes pela rede de medicina diagnóstica Alta Excelência Diagnóstica, referência em tecnologia, inovação e qualidade médica, com foco no atendimento humanizado (www.altadiagnosticos.com.br).

Além disso, como tem sido prática cotidiana do Teatro Unimed e do Edifício Santos-Augusta, realizou-se todo o protocolo de praxe de ações anti-Covid, com higienização contínua de equipamentos, acessórios, pisos e ambientes, uso de máscara obrigatório generalizado, higienização periódica das mãos, amplo distanciamento social e desinfecção diária dos locais.


Criolo
O MC, cantor e compositor Criolo iniciou sua carreira em 1989. Paulistano do bairro de Santo Amaro, criado no Grajaú, Kleber Gomes, o Criolo, escreveu seu primeiro rap aos 11 anos e sua primeira canção, aos 25. Criador da Rinha dos MCs, dedicada às batalhas de improvisação, lançou em 2006 "Ainda Há Tempo", seu primeiro registro em estúdio com tiragem de 500 unidades. Em 2011, despontou no cenário musical brasileiro com Nó na Orelha, um dos álbuns mais comentados da última década na cena nacional. 

Em 2020, Criolo se juntou a Milton Nascimento para "Existe Amor", projeto lançado durante a pandemia do Covid-19, formado por um EP com duas regravações dos músicos e duas inéditas (com arranjos de Arthur Verocai e Amaro Freitas) e um fundo para auxiliar a população em situação de vulnerabilidade social. Criolo iniciou 2021 com um show em realidade estendida (XR) em seu canal na Twitch. Seu mais recente lançamento foi o clipe de Fellini em 3D, com referências a filmes do diretor italiano.


Monique Gardenberg
Nascida na Bahia, morou em Santos dez anos e mudou-se para o Rio de Janeiro em 1974, onde cursou o segundo grau e a Faculdade Economia da UFRJ. Ainda na faculdade, como parte do movimento pela abertura política, organizou diversos espetáculos, participando da coordenação dos shows de 1º de Maio, liderados por Chico Buarque. Em 1982, ao lado da irmã Sylvia Gardenberg, fundou a Dueto Produções, produtora que deixou sua marca ao criar eventos culturais históricos, como o Free Jazz Festival, Carlton Dance Festival, Carlton Arts, Tim Festival, Mastercard Jazz, entre muitos outros.

Em 1989, Monique cursou cinema na New York University, e dirigiu seu primeiro curta-metragem. Em 1993 fez sua estreia profissional com o premiado curta Diário Noturno, protagonizado por Marieta Severo.  Seus primeiros longa-metragens, "Jenipapo" (1996) e "Benjamim" (2003), este último baseado no livro de Chico Buarque, foram exibidos em importantes festivais internacionais como Sundance, Toronto e Roterdã. "Ó Paí, Ó" (2007),  filme baseado em peça do Bando de Teatro Olodum, deu origem à série do mesmo nome na Rede Globo de televisão.

Ainda como diretora, assinou os especiais Caballero de "Fina Estampa" e "Prenda Minha", de Caetano Veloso. No teatro, adaptou e dirigiu as peças "Os Sete Afluentes do Rio Ota", de Robert Lepage (2002), "Baque", de Neil LaBute (2005), "Um Dia no Verão", de Jon Fosse (2007), "Inverno da Luz Vermelha" (2010) e "A Hora Amarela" (2014), ambas de Adam Rapp,  "O Desaparecimento do Elefante",  peça criada a partir de cinco contos de Haruki Murakami (2013),  "Fluxorama", de Jô Bilac e o retorno do grande sucesso teatral dos anos 90 -  "5 X Comédia" ( 2016). Em 2018, lançou "Paraíso Perdido", filme que marcou sua volta ao cinema autoral.


Teatro Unimed
Iniciativa da Desenvolvedora REUD e projeto do cultuado arquiteto Isay Weinfeld, o Teatro Unimed está localizado em um dos pontos centrais da cidade de São Paulo: esquina da Rua Augusta com a Alameda Santos, a apenas uma quadra da Avenida Paulista. Com curadoria da programação feita por Monique Gardenberg, Carlos Martins e Jeffrey Neale, da Dueto Produções, o Teatro Unimed é voltado para espetáculos de alta qualidade e nunca antes exibidos na cidade, como o musical "Lazarus", de David Bowie, com o qual abriu suas portas em agosto de 2019, e "Madame Sheila", com Luis Miranda, que deu início, em 2020, ao projeto Teatro Unimed Em Casa, sendo visto online por mais de 80 mil pessoas em 40 países.

Muito versátil, com o que existe de mais moderno em tecnologia cênica, ideal para espetáculos de teatro, música, dança, eventos, gravações e transmissões ao vivo, o Teatro Unimed é todo revestido em madeira, com 249 lugares, palco de 100m2, boca de cena com 12m de largura e fosso para orquestra. Primeiro teatro criado por Isay Weinfeld (responsável pelos projetos dos hotéis do Grupo Fasano, do residencial Jardim, em Nova York, e do Hotel InterContinental, em Viena), o Teatro Unimed ocupa o primeiro andar do sofisticado edifício projetado pelo arquiteto, o Santos Augusta, empreendimento da REUD, combinação única de escritórios, café, restaurante e teatro.

Elegante e integrado ao lobby no piso térreo, o Perseu Coffee House é a porta de entrada do Santos Augusta. Com mobiliário vintage original dos anos 50 e 60, assinado por grandes nomes do design brasileiro, como Zanine Caldas, Rino Levi e Carlo Hauner, e uma carta de cafés, comidinhas e drinks clássicos, é o lugar perfeito para encontros informais, desde um café da manhã até o happy hour. O Casimiro Ristorante é uma iniciativa de um dos mais admirados e tradicionais restaurantes de São Paulo o Tatini, fruto da dedicação de três gerações de profissionais voltados para a gastronomia italiana de qualidade: Mario Tatini, Fabrizio Tatini e Thiago Tatini.
 

Ficha técnica
Filme-concerto:
"Criolo Samba em 3 Tempos"
Voz: Criolo
Cavaco: Ricardo Rabelo
Violão 7 cordas: Gian Correa
Percussão: Maurício Badé
Trombone: Ed Trombone
Direção: Monique Gardenberg
Fotografia: José Roberto Eliezer, A.B.C.
Direção de arte: Carila Matzenbacher
Figurino: Cassio Brasil
Produção de figurino: Daniela Tocci
Assistente de figurino: Mariana Milani
Assistente de câmera: Rafael Farinas
Operadores de câmera: Diego Garc, Elisa Ratts, Pedro Eliezer
Logger: Rodrigo Belati
Gaffer: Sergio Bronzo
Diretor técnico: Paul Lewis
Técnico de gravação: Fernando Narcizo
Técnico de monitor: Rubinho Marques
Produção Criolo: Belma Ikeda
Roadie: Nino Rodrigues
Mixagem: Daniel Ganjaman
Edição: Ana Paula Carvalho
Fotógrafo: Pedro Pupo
Gerente técnico: Reynold Itiki
Identidade visual: Tommy Kenny
Comunicação: Dayan Machado
Assessoria de imprensa: Fernando Sant' Ana
Assessoria jurídica: Carolina Simão
Pós-produção: Quanta Post
Produção: Giovanna Parra
Assistente de produção: Adriel Parreira
Direção de produção: Clarice PhiligretRealização: Dueto Produções
Equipe Criolo:  Oloko Records
Direção geral: Beatriz Berjeaut
Direção musical: Daniel Ganjaman
Produção executiva: Kler Correa
Direção criativa e comunicação: Tino Monetti
Assistência de comunicação: Yan Marrese
Assessoria de imprensa Criolo: Perfexx
Produção operacional: Giovanna Scarano
 

Serviço
Filme-concerto: 
"Criolo Samba em 3 Tempos".
Local: Teatro Unimed em Casa (online).
Endereço: www.teatrounimed.com.br.
Quando:
a cada semana, estreia um novo tempo.
"Tempo 1": sexta-feira, dia 30 de julho de 2021, às 21h.
"Tempo 2": sexta-feira, dia 6 de agosto de 2021, às 21h.
"Tempo 3": sexta-feira, dia 13 de agosto de 2021, às 21h.
O filme inteiro, com os três tempos, poderá ser visto no site do Teatro Unimed até o dia 22 de agosto de 2021.
Classificação: livre.
Ingressos: gratuito e sem cadastro.
Duração: cerca de 20 minutos cada tempo.



.: Diário de uma boneca de plástico: 29 de julho de 2021



Querido diário,

Em tempos que vemos no alto poder um ser com total indiferença ao sofrimento alheio, preocupando-se somente em esconder as próprias canalhices para debaixo do tapete, mantendo o ciclo vicioso de agir: criar e dissipar fake news. Há um fato inegável e em pleno curso. A morte, em 2021, mantém o trabalho a todo vapor. 

É chocante logar no Facebook e ver tantas postagens de despedidas.

Ontem, foi o enterro da prima Beth, que há alguns anos sofria de um mal nos pulmões. Faleceu no mesmo dia do ator e dublador Orlando Drummond, de 101 anos...

Não! A morte dela não foi o folclore criado na mente de alguns papagaios que repetem: "estão morrendo de causas naturais e estão contabilizando como Covid para inflar os dados". A despedida dela teve direito a presença de alguns familiares, inclusive.

Por outro lado, analisando todo o cenário, que criou tanta sensibilidade em quem perdeu pessoas conhecidas e próximas, a "morte natural" tornou-se ainda mais assustadora. Fica o baque. 

Quem eu costumava encontrar no mercado às quarta-feiras com o marido, meu primo, também morreu após lutar por anos.

De modo assombroso, ela se juntou aos vários amigos perdidos por falta de vacina e até incentivo a não vacinação. 

Uma morte natural unida a tantas que a Covid levou, infla o sentimento de vazio.

E lá se foi mais uma das poucas pessoas que eu tinha contato no WhatsApp.

Beijinhos pink cintilantes e até amanhã,

Donatella Fisherburg

.: Peça "Cascavel", sobre violência doméstica, estreia nesta quinta-feira


Inspirada em histórias reais de abusos contra mulheres, a peça inglesa “Cascavel” ganha sua primeira montagem brasileira, em temporada virtual a partir de 29 de julho. Na imagem, 
Carol Cezar (em cima) e Fernanda Heras. Foto: Enrique Espinosa


Peça inglesa sobre violência doméstica, "Cascavel" ganha primeira montagem brasileira, a partir desta quinta-feira, dia 29 de julho, com direção do premiado Sérgio Ferrara. Escrito por Catrina McHugh, em 2015, o espetáculo foi originalmente desenvolvido como parte de um programa de treinamento para aumentar a conscientização de policiais da cidade de Durham, no nordeste da Inglaterra, para esse tipo de crime. 

As atrizes Carol Cezar e Fernanda Heras interpretam mulheres que foram vítimas do mesmo agressor, expondo os diferentes tipos de abuso presentes em um relacionamento. A peça é baseada em histórias reais. Os canais nacionais que registram a violência contra a mulher receberam mais de 105 mil denúncias em 2020. Do total, 75,7 mil foram referentes a atos domésticos e familiares. Em vários países do mundo, esse tipo de violência se intensificou durante a pandemia, quando as vítimas se viram confinadas com seus agressores.

Os dados recentes mostram a atualidade do espetáculo “Cascavel”, escrito pela inglesa Catrina McHugh, em 2015, para colocar em cena os horrores do feminicídio, expondo os diferentes tipos de abuso possíveis em um relacionamento. As sessões, de quinta a domingo a qualquer horário, exibirão uma gravação do espetáculo realizada em julho no Teatro Poeira, no Rio de Janeiro.

Na estreia, haverá uma roda de conversa com as atrizes do espetáculo e, como convidada, a Dra. Gabriela Manssur, promotora de Justiça do Estado de São Paulo e presidente do Instituto Justiça de Saia (às 20h30 no Instagram @cascavelapeca). Baseada em histórias reais, a peça é patrocinada pela Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Cultura, MXM Sistemas e Serviços de Informática, Top Down Consultoria de Projetos, Carelink Consultoria em Saúde e Sistemas de Informática, Bedois Consultoria e Corretora de Seguros e Norte a Sul Corretora de Seguro, por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura - Lei do ISS.

 O espetáculo acompanha Suzy (Fernanda Heras) e Jen (Carol Cezar), e suas conturbadas relações com James (interpretado pelas duas atrizes), um homem que cerca e controla as mulheres em sua vida. Como uma cobra traiçoeira, com um veneno potencialmente mortal, ele começa a destruir a vida de cada uma. Elas falam sobre como conheceram James, e a mudança de comportamento dele à medida em que o relacionamento avançava. Suas histórias são muito parecidas. Aos poucos, James começa a controlar Suzy e Jen, afastando-as do mundo e fazendo dele, e de seu comportamento repressor e agressivo, o centro da existência das duas.

“Cascavel” foi originalmente desenvolvida como parte de um programa de treinamento para aumentar a conscientização de policiais da cidade de Durham, no nordeste da Inglaterra, local onde as mulheres não tinham voz. A lei do Reino Unido foi alterada em 2015 para tornar o controle coercitivo em relacionamentos um crime. É a primeira vez que o espetáculo é montado fora da Grã-Bretanha. Sem linearidade, com cenas que intercalam o passado e o presente, o texto é construído a partir de depoimentos das duas personagens.

“A peça detalha o comportamento de James com Suzy e Jen, as manipulações que levam as personagens a viverem com dúvidas e inseguranças e o desfecho desses relacionamentos. É importante lembrar que a violência que uma mulher sofre não termina quando o agressor é preso ou afastado. Ela, muitas vezes, tem que lidar com as sequelas daquela agressão ainda por um longo período. A gente quer que as espectadoras possam olhar para aquelas cenas e sentirem que têm voz”, comenta a atriz Carol Cezar.

Segundo a Lei Maria da Penha (Lei n° 11.340, de 7 de agosto de 2006), existem cinco tipos de violência doméstica e familiar contra a mulher: física, psicológica, moral, sexual e patrimonial. A história de “Cascavel” mostra ao público diferentes maneiras que essa violência pode se manifestar e como afeta a vida das duas personagens. “Além da violência física, há muitos outros tipos de abuso pelos quais a gente passa e só vai entender muito tempo depois. Os danos psicológicos são enormes. A sensação é de perda de autoestima e de que a nossa personalidade vai desaparecendo. Como ficam essas mulheres depois de passar por isso? Esse é um conflito universal”, acrescenta a atriz Fernanda Heras.

Este é o quarto espetáculo em que Fernanda e Carol dividem a cena. Já estiveram juntas em “A Hora Perigosa” (2014), “A Serpente” (2017/2018) e “Amor É Química” (2019). Pela primeira vez, a dupla, que também é responsável pela produção, trabalha com o premiado diretor e psicólogo Sérgio Ferrara. “É importante esse papel antropológico que o teatro também pode ter, de pesquisa de temas sociais. Tenho pensado muito no teatro como representação do indivíduo, da sociedade e da comunidade. Procuro textos que nos permitam refletir sobre a exclusão social para exercer também o meu papel de cidadão por meio do teatro”, comenta Ferrara. “Pelo lado artístico, “Cascavel” é uma peça muito instigante: tem uma carpintaria teatral ágil, o texto flui, a dramaturgia propõe um jogo teatral interessante, no qual as personagens podem viver várias facetas do que elas passaram. Acredito, assim como a autora Catrina McHugh, que a gente só vai conseguir mudar o mundo a partir das nossas histórias”, acrescenta o diretor.

Para o tradutor, Diego Teza, o que mais chamou a atenção na dramaturgia foi como a autora conseguiu, de maneira direta e ao mesmo tempo muito sensível, personificar relatos fortes dessas mulheres. “O texto, num piscar de olhos, nos aproxima dessas personagens e nos faz testemunhar o dia a dia sufocante e devastador dessas sobreviventes”, comenta. “A peça serve como um alerta geral para mulheres que estejam em relacionamentos abusivos e que talvez nem percebam que estão. E também um alerta para as famílias e amigos, para que prestem atenção nos sinais silenciosos do sofrimento”, completa.

Para construir a atmosfera da história, o cenógrafo Nello Marrese se inspirou no mito do labirinto do Minotauro, onde jovens eram sacrificadas ao monstro, que possuía corpo de homem e cabeça de touro. O artista também usa elementos que remetem ao Memorial aos Judeus Mortos na Europa, em Berlim, composto por blocos de concreto de tamanhos variados que dão uma sensação de desorientação. 

“Imagino o abusador como um Minotauro e as mulheres como reféns de uma violência que as deixa desnorteadas naquele labirinto”, explica Marrese. O figurinista Kleber Montanheiro criou peças sobrepostas, de tons invernais e outonais, com inclusão e retirada de elementos conforme as atrizes vão mudando de personagem.

“O figurino, composto por calças, saias, blusas com casacos por cima, vão interferir na ação, já que elas vão tirar e colocar as roupas muitas vezes durante o espetáculo. Usamos também cortes geométricos para que essas roupas pareçam se transformar, dependendo do posicionamento da câmera”
, explica. A iluminadora Adriana Ortiz lembra que “para a luz ajudar a contar estas histórias deverá ter um viés confessional e inquisidor”.


Sobre Catrina McHugh
Originalmente de Liverpool, Catrina McHugh mudou-se para Newcastle, Inglaterra, em 1993. Impulsionada por uma crença apaixonada de que o grande teatro pode trazer mudanças sociais, ela cofundou o Open Clasp, em 1998. Trabalha criativamente com as mulheres menos favorecidas e com as comunidades para criar um teatro excitante e de risco, fornecendo estímulos poderosos para discussão e debate.

Sua peça “Key Change” venceu o prêmio de Melhor Espetáculo de Edimburgo, em 2015, e foi apresentada para os parlamentares na Câmara dos Comuns. Premiada com um MBE (membro da excelentíssima ordem do governo britânico), Catrina McHug promove, com suas peças, mudanças sociais em escala global. “Cascavel” está transformando percepções e vidas das mulheres envolvidas no processo, plateias de teatro e integrantes das forças policiais da região.


Sobre Sérgio Ferrara
Sérgio Ferrara integrou o CPT (Centro de Pesquisa Teatral), supervisionado pelo diretor Antunes Filho. Depois de deixar o grupo, dirigiu espetáculos como “Antígona”, de Sófocles, com o ator Paulo Autran, “Tarsila”, de Maria Adelaide Amaral, “Barrela” e “Abajur Lilás”, de Plínio Marcos, “Mãe Coragem e seus filhos”, de Brecht, com a atriz Maria Alice Vergueiro. Recebeu o Prêmio APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte) de melhor diretor pelo espetáculo “Pobre Super-Homem”, de Brad Fraser. Com o ator Raul Cortez, realizou a peça “Fica Frio”, de Mário Bortolotto. No seu espetáculo “O Mercador de Veneza”, de Shakespeare, Luis Damasceno recebeu o Prêmio Shell de melhor ator.

Em 2005, em parceria com o escritor Ignácio de Loyola Brandão e a artista plástica Maria Bonomi, realizou o espetáculo “A Última Viagem de Borges”, sobre o escritor argentino, indicado ao Prêmio Shell de melhor cenografia. Foi diretor convidado da EAD (Escola de Arte Dramática) da USP, onde dirigiu a peça “Vereda da Salvação”, de Jorge Andrade. Dirigiu “O Inimigo do Povo”, de Ibsen, em comemoração ao centenário de morte do dramaturgo norueguês. Com o Grupo SATYROS, desenvolveu um projeto sobre a Praça Roosevelt, onde dirigiu “A Noite do Aquário”, de Sérgio Roveri.

Convidado pelo diretor Antunes Filho, em 2007, dirige seu primeiro trabalho para a televisão. Em parceria com SescTV, a TV Cultura abre espaço para os novos teleteatros. Dirige “O Encontro das Águas”, repetindo a parceria com o dramaturgo Sérgio Roveri, premiado como o melhor dramaturgo do ano, pelo Prêmio Shell. Dirigiu, em 2008, “Imperador e Galileu”, de Ibsen, com o ator Caco Ciocler.

Lecionou na PUC, no curso de teatro da universidade e, atualmente, é diretor de montagem da Escola de Atores Wolf Maya, em São Paulo. Também dirigiu “Dueto da solidão”, com Clara Carvalho e Leonardo Miggiorin; “Pororoca”, de Zen Salles; “O Casamento Suspeitoso”, de Ariano Suassuna (indicação de melhor diretor pelo Prêmio APCA) e “O eterno retorno”, de Samir Yazbek. De 2011 a 2017, foi curador artístico do Projeto Ademar Guerra, quando supervisionou e orientou 56 grupos de teatro do interior do estado. Em 2018, dirigiu “Risco”, do Balé da Cidade de São Paulo.


Sobre Carol Cezar
Carol Cezar é publicitária, atriz, produtora e cofundadora da empresa de treinamento comportamental Você InCena e da produtora Moira Produções Artísticas. No cinema, participou de curtas-metragens, sendo "Encantação”, com direção de Bruno Costa, e "Berenice”, com direção de Adriano Espínola, os mais recentes. Em São Paulo, atuou em diversas peças de teatro: “A Via Crucis do Corpo”, de Clarice Lispector com direção de Marco Antônio Bráz (2011); “O Despertar da Primavera”, de Frank Wedkind, com direção de Jair Assumpção (2012).

No Rio de Janeiro, atuou em "As (piores) cenas da minha vida” (2012), "A Mulher Existe?" (2013) e “A hora perigosa", de Clara Meirelles (2014), todas dirigidas por Daniel Herz, e "Viúva Porém honesta" de Nelson Rodrigues, com direção de Giulia Grandis (2014). Na TV Globo, participou das novelas "Além do Tempo·, "A Regra do Jogo·, "A Lei do Amor" (2017) e "Malhação - Vidas Brasileiras" (2018).

Em 2017, estreou a peça “A Serpente”, dirigida por Eric Lenate, indicada ao Prêmio Shell na temporada de São Paulo. Em setembro de 2018, a peça reestreou no CCBB-RJ, também com indicação a prêmios. Em 2019, estreou a peça “Amor é Química”, de David França Mendes e Maria Clara Mattos, com direção de Oscar Francisco e Giulia Grandis, no Teatro Prudential.


Sobre Fernanda Heras
Fernanda Heras é atriz, bailarina, cofundadora da Moira Produções Artísticas. Como bailarina, participou e venceu festivais nacionais e internacionais de dança. Formou-se e foi bailarina do Teatro Municipal de São Paulo. No cinema, participou de curtas-metragens, sendo "Encantação”, com direção de Bruno Costa, e "Berenice”, com direção de Adriano Espínola, os mais recentes.

Na TV Globo, integrou o elenco das novelas "Verdades Secretas”, de Walcyr Carrasco e com direção de Mauro Mendonça Filho (2015); programa de humor “Tomara que Caia”, com direção de Daniel Herz (2016); “Haja Coração”, de Daniel Ortiz e com direção de Teresa Lampreia (2016).

Atuou em diversas peças de teatro: “Uma Espécie de Alaska”, de Harold Pinter, com direção de Brian Penido (2010); “Fragmentos do Interrogatório”, de Peter Weiss, com direção de Sérgio Ferrara (2011); “A Hora Perigosa”, de Clara Meirelles, com direção de Daniel Herz (2014); “A Serpente”, de Nelson Rodrigues, com direção de Eric Lenate e Erica Montanheiro (2017/2018, indicada ao Prêmio Shell na temporada de São Paulo. Em setembro de 2018, a peça reestreou no CCBB-RJ, também com indicação a prêmios); “Amor é Química” de David França Mendes e Maria Clara Mattos, com direção de Oscar Francisco e Giulia Grandis (2019).


Ficha técnica:
Espetáculo:
"Cascavel"
Texto: Catrina McHugh
Tradução: Diego Teza
Direção: Sérgio Ferrara
Elenco: Carol Cezar e Fernanda Heras
Cenografia: Nello Marrese
Figurinos: Kleber Montanheiro
Iluminação: Adriana Ortiz
Programação visual e mídias sociais: Maurício Tavares - Inova Brand
Assessoria de imprensa: Rachel Almeida - Racca Comunicação
Produção: Letícia Napole e Júlio Luz
Fotografia e assistente de direção: Enrique Espinosa
Cenotécnico: André Salles
Assistente de cenografia: Maria Estefânia
Gravação e edição: Zoe Filmes
Realização: Moira Produções Artísticas
Patrocinadores: Carelink, Bedois Consultoria e Corretora de Seguros, Norte a Sul, MXM Sistemas e Serviços de Informática e Top Down


Serviço:
Espetáculo:
"Cascavel".
Temporada: de 29 de julho a 22 de agosto.
Dias e horários: diariamente, a qualquer horário. Na estreia, a partir das 19h30.
Ingressos: gratuitos, com contribuição solidária a partir de R$ 10.
Link: https://www.sympla.com.br/produtor/cascavel.
Tempo de duração:
50 minutos.
Classificação etária: 14 anos.


Espetáculo: "Cascavel".
Temporada: de 29 de julho a 22 de agosto.
Dias e horários: diariamente, a qualquer horário. Na estreia, a partir das 19h30.
Ingressos: gratuitos, com contribuição solidária a partir de R$ 10.
Link: https://www.sympla.com.br/produtor/cascavel.
Tempo de duração: 50 minutos.
Classificação etária: 14 anos.


.: Filme "Rodantes", de Leandro Lara, estreia nos cinemas e nas plataformas


Estreia em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Brasília e Salvador, nos cinemas e na mesma data, nesta quinta-feira, dia 29 de julho, também nas Plataformas: Claro Now, Vivo Play e Oi Play.


"Rodantes" é um filme brasileiro filmado no estado de Rondônia, na região amazônica. A ideia foi inspirada pela viagem de carro de 15 mil quilômetros que o diretor Leandro Lara fez, fazendo fotos e escrevendo histórias para a revista Colors no ano de 2006. A produção do filme durou seis meses, incluindo pesquisa de locação, pré produção e filmagem.

A equipe enfrentou diversos desafios devido à infraestrutura das cidades, à logística de equipamentos, deslocamento de pessoas e condições climáticas da região com temperaturas médias de 40 graus Celsius. Nesta produção, mais de 1000 pessoas envolvidas (70 funcionários + 40 elenco principal e mais de 800 extras (principalmente pessoas das cidades locais).

O diretor Leandro Lara é de Belo Horizonte, diretor de cinema e produtor formado em Artes e Comunicação na PUC - MG e especialista em direção de fotografia pelo Instituto Cubano - Escuela Internacional de Cine y Televisión - com sede em San Antonio de Los Baños. Agora estabelecido como diretor, sua visão incorpora um interessante balanço entre impacto visual e profundidade emocional. Seu estilo visual intenso e capacidade de conectar-se entre fotografia, vídeo, animação, design e instalação foram construídos durante três anos como consultor para o pioneiro laboratório de criação da Benetton, a FABRICA. 

Estabeleceu-se em São Paulo, com suas próprias produtoras, a Mosquito Project e a Bando Studio. Dirigiu e produziu o documentário sobre Baile Funk com o Dj Diplo, “Favela on Blast” e a série documental de tv "Reis da Rua”. Recentemente terminou seu diário audiovisual sobre limites e fronteiras chamado “Prelúdios do Sol” composto de doze filmes experimentais curtos. Atualmente, está desenvolvendo os longas "TAZ", em parceria com o roteirista Lucas C. Barros e o drama psicológico “Cleveland”. O talento de unir estética e conceito possibilitaram que muitos de seus trabalhos fossem exibidos em festivais de cinema e arte pelo mundo. “Rodantes” é sua estréia como diretor para um longa metragem de ficção.


Sinopse
"Rodantes" narra a vida de três personagens: Tatiane, uma jovem garota que foge para tentar se reinventar após um passado traumático; Odair, fruto da explosão migratória rondoniense do início dos anos 90, é um rapaz que em meio a descobertas sexuais corre riscos ao se desprender da casa dos pais; e Henry, um imigrante haitiano que, após a morte de sua mulher, luta com seus dois filhos pequenos para sobreviver em meio ao progresso e à miséria brasileira. Vidas em ebulição no caos, se esbarram por aí em momentos ocasionais sem envolvimento maior do que sua própria condição de ambulantes.

O filme é tripartido pelas histórias centrais mas sempre com personagens secundários que vão absorvendo e sendo absorvidos por Tatiane, Henry e Odair. Um movimento de troca de vivências que influenciam na questão formal da história a ser contada: são eles que geram os movimentos de flashback, as elipses, os cortes abruptos dos pequenos acontecimentos.

Filmes que trabalham com histórias cruzadas são fonte de inspiração - como "Dolls", de Takeshi Kitano ou "Código Desconhecido", de Michael Haneke - mas há uma vontade profunda de respeitar o percurso dos personagens e não somente inserí-los em um dispositivo formal previamente estabelecido. "Rodantes" é um filme à deriva, como seus personagens, que não se apóia em questões objetivas ou formalistas, mas sim na poesia que só existe naquelas histórias e imagens que não se encerram.

Ficha técnica
Filme:
"Rodantes".
Roteiro: Lucas C. Barros.
Fotografia: Adolpho Veloso.
Montagem: Fernando Stutz.
Direção de arte: Marcelo Larrea.
Produção executiva: Marcelo Torres.
Produção: Leandro HBL e Marcela Sutter.
Companhia produtora: Mosquito Project.
Elenco: Caroline Abras, Félix Smith, Jonathan Well, Murilo Grossi, Fernando Alves Pinto, Clara Chevaux, Rodolfo Vaz, Suzana Vieira Gonçalves, Acauã Sol, Daniel Infantini, Lívia Deschermayer, Benki Ashaninka, Angetona Dorgilus.
Classificação indicativa: 16 anos.

quarta-feira, 28 de julho de 2021

.: Todavia lança caixa com obra de J. D. Salinger e realiza ciclo de lives


Nos 70 anos de "O Apanhador no Campo de Centeio", editora lança caixa com obra completa de J. D. Salinger publicada em vida e realiza ciclo de conversas sobre o autor. Caixa, com tiragem limitada, inclui nova edição com capa exclusiva de "O Apanhador no Campo de Centeio". 


No momento em que a publicação de "O Apanhador no Campo de Centeio", de J. D. Salinger, completa 70 anos, a editora Todavia - que de 2019 a 2020 reeditou sua obra completa - celebra este autor que é uma dos nomes fundamentais da literatura em língua inglesa.

A programação do julho de Salinger inclui um ciclo de lives, ações promocionais (no site da editora e em livraria parceiras) e o lançamento de uma caixa comemorativa de tiragem limitada que traz os quatro títulos recém lançados pela editora traduzidos por Caetano W. Galindo"O Apanhador no Campo de Centeio", "Nove Histórias", "Franny & Zooey" e "Erguei Bem Alto a Viga Carpinteiros & Seymour: Uma Introdução".



Ciclo de lives (transmissão simultânea pelo YouTube, Facebook e Twitter da editora Todavia)


Quinta-feira, dia 29 de julho,às 19h: "Mestre das Histórias Curtas", com 
Caetano W. Galindo e Mell Ferraz.
O professor e tradutor analisa o cultuado "Um Dia Perfeito para Peixes-banana", que abre a coletânea "Nove Histórias". Uma leitura detalhada com trechos-chave do conto lidos pela booktuber Mell Ferraz.


Terça-feira, dia 3 de agosto, às 19h: "Fonte da Juventude", com a professora Tatiany Leite e o escritor Pedro Bandeira.
Muito antes das disputas geracionais entre boomers, millennials ou geração Z, "O Apanhador no Campo de Centeio" influenciou e marcou gerações com sua visão crua da adolescência.


Quinta-feira, dia 5 de agosto, às 19h: "Os Excêntricos Glass", com a Gisele Eberspacher, Luana Chnaiderman, e o editor André Conti.
Com a família Glass - a trupe excêntrica que povoa parte de suas histórias -, Salinger criou um divertido quebra-cabeças cujas peças se espalham em seus livros.

Caixa J. D. Salinger
Reunindo quatro dos livros que ajudaram a definir a literatura do século XX, esta caixa traz ao leitor todas as obras publicadas em vida por J. D. Salinger, incluindo "O Apanhador no Campo de Centeio" com uma capa exclusiva. Um dos grandes autores de todos os tempos, Salinger foi o cronista dos Estados Unidos do pós-guerra, e também um criador de personagens inesquecíveis.

É o caso não só de Holden Caulfield, o adolescente desbocado e filosófico que conquistou milhões de leitores desde a publicação de "O Apanhador no Campo de Centeio", mas também dos membros da excêntrica família Glass, que dividem boa parte das histórias com uma gama de outros desaventurados: soldados fracassados, prodígios religiosos, artistas, perdedores. Seus contos e novelas ajudaram a revelar o mundo que se formava depois da Segunda Guerra Mundial - os novos tipos e códigos sociais, as novas dinâmicas familiares e afetivas.

Com a família Glass, Salinger criou um divertido quebra-cabeças cujas peças se espalham em contos célebres como "Um Dia Perfeito para Peixes-banana" e “Seymour: Uma Introdução”. A cada trama, uma nova parte da vida dos Glass é revelada, conforme o autor explora temas como o amor, a solidão, a religião e a arte. De forma engenhosa, o painel dessa família de prodígios intelectuais é também um retrato de uma nova América que se reconfigurava - mas muito mais do que isso.

Obras como “Teddy” e “Franny” mostram as preocupações espirituais de um autor que encontrou no Oriente talvez não respostas, mas novas perguntas sobre o mundo e o significado de se estar vivo. No conjunto, estes quatro livros revelam a mente inquieta de um autor que, com humor e graça, soube como poucos observar e retratar uma sociedade em transformação. 

.: "Lendários", o livro mais aguardado do ano, é lançado no Brasil pela Intrínseca


Escrito por Tracy Deonn, obra une fantasia, sociedades secretas e discussões importantes sobre racismo e ancestralidade.

Estreia de Tracy Deonn na literatura, "Lendários"  entrou rapidamente para a lista de mais vendidos do jornal The New York Times, foi indicada ao Hugo Awards e conquistou o Coretta Scott King-John Steptoe Award para Novos Talentos, que premia livros escritos por autores negros. Tudo graças à incrível capacidade da escritora de criar uma fantasia contemporânea e urbana, repleta de detalhes e referências históricas, ao mesmo tempo em que discute questões importantes sobre racismo estrutural, privilégios e a importância de se conhecer as próprias raízes. O livro, um dos mais aguardados do ano, chega ao Brasil pela editora Intrínseca.

Bree Matthews não quer conviver com as dolorosas lembranças do passado.  A garota de 16 anos acabou de perder a mãe, e a última conversa entre as duas não foi nada amigável. Por isso, a aprovação em um programa para alunos de excelência acadêmica da Universidade da Carolina do Norte parece ser a fuga que tanto procura. Mas o que parecia ser o recomeço perfeito se torna um emaranhado de novas emoções, quando ela testemunha algo que mudará sua vida para sempre. 

Logo no primeiro dia de aula, Bree vê um demônio e descobre a existência dos Lendários, integrantes de uma ordem milenar formada pelos descendentes dos Cavaleiros da Távola Redonda e do rei Arthur. São eles os responsáveis por manter a humanidade livre dessas criaturas demoníacas. Nessa busca para entender melhor a magia que envolve seu mundo e seu passado, Bree se alia a Nick, autoexilado da Ordem, e acaba descobrindo dentro de si uma força ancestral que pode ser decisiva quando chegar a guerra final entre magos e demônios.

Nesta estreia arrebatadora, Tracy Deonn cria um mundo fantástico que une magos, demônios, sociedades secretas e questões sobre racismo, ancestralidade e privilégios. Lendários é o primeiro volume de uma saga eletrizante e sensível sobre a jornada de uma jovem para conhecer o próprio passado, compreender suas dores e lidar com seus poderes únicos.

O que disseram sobre o livro
“Com maestria, Tracy Deonn navega pelo passado perturbador do Sul dos Estados Unidos para abordar temas como dor ancestral, luto e amor, unindo a isso um universo mágico habilmente construído e reviravoltas de tirar o fôlego.” ─ Publishers Weekly

Sobre a autora
Tracy Deonn é escritora e fangirl de carteirinha. Ela cresceu na região central da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, onde devorou em igual medida livros de fantasia e comidas típicas do Sul. Após completar seu mestrado na Universidade da Carolina do Norte, Tracy trabalhou no teatro, na indústria de videogames e em escolas de ensino fundamental. Quando não está escrevendo, participa de palestras sobre ficção científica e fantasia, lê fanfics, organiza encontros entre cachorrinhos e procura qualquer coisa com gosto de gengibre. Foto: Katheleen Hampton.

Ficha técnica
Livro: 
Tracy Deonn
Autora: 
"Lendários"
Tradução: Jim Anotsu
Páginas:
592
Editora: Intrínseca
Link na Amazon: https://amzn.to/3y8ese8

.: Dez anos sem Amy Winehouse: exposição virtual homenageia a artista


Cartunistas de todo o Brasil dedicam artes exclusivas para a cantora que morreu no dia 23 de julho de 2011.

A cantora Amy Winehouse faleceu com apenas 27 anos de idade, na residência que vivia em Londres, na Inglaterra, no dia 23 de julho de 2011. O sucesso dela era tão grandioso, que chegou a todas as partes do planeta. E assim que o anúncio da morte da artista chegou à imprensa, diversos cartunistas, que adoravam desenhar escutando as músicas de Amy Winehouse, encheram as redes sociais de desenhos e caricaturas da artista.

Naquele momento, o cartunista JAL (José Alberto Lovetro), que também é o presidente da Associação dos Cartunistas do Brasil, pensou em uma maneira de homenageá-la e reuniu alguns trabalhos em uma exposição no Shopping SP Market, em São Paulo, um mês após a morte da cantora. O evento foi chamado de flashexpo "Amy a Mil Traços" e sua repercussão foi mundial, levando a mesma para países como Espanha, Estados Unidos e Colômbia. 

O termo "flashexpo" remete a "flash mob", que se caracteriza por um evento organizado por meio das redes sociais. Desde então foram produzidas mais de 50 flashexpo nesses 10 anos de existência do projeto. Várias foram para fora do Brasil, como a "Sorrindo com Monalisa", montada na Itália, Estados Unidos, Argentina e Colômbia, além do Brasil. 

"Quando iniciamos essa maratona de exposições de cartunistas brasileiros e estrangeiros, era para mostrar a agilidade desses profissionais sobre os acontecimentos do dia a dia na mídia, e que mobilizam a arte e imaginação dos artistas em tempo recorde. Lembro que quando participávamos do evento 'Risadaria' (2012), com uma exposição sobre as Olimpíadas, Chico Anysio faleceu no segundo dia do evento. E antes do seu sepultamento, conseguimos organizar uma exposição de cartuns e caricaturas sobre ele neste evento. Essa força dos desenhistas é algo que se deve valorizar nesses tempos em que o visual é a linguagem da hora e da vez", enfatiza JAL.

São mais de 50 cartuns de desenhistas como Mauricio de Sousa, Dálcio Machado, Fernandes, J.Bosco, Paffaro, Gilmar, Amorim, William Medeiros, Paulo Cavalcante, Mônica Fuchshuber, Flávio Luiz, Cris Carnelós, Tiago Guilherme, Ray Costa, Manga,  Claudio Duarte, entre outros. A exposição “Amy a Mil Traços” é virtual e está aberta a todos, sem data de término.

.: Tudo sobre o ator e dublador Orlando Drummond, o eterno Seu Peru


Popeye, Scooby-Doo, Vingador (Caverna do Dragão) e o inesquecível Seu Peru. Esse foram alguns dos personagens que alegraram gerações através do trabalho do ator, dublador, humorista e radialista Orlando Drummond Cardoso. Foto: TV Globo / Frederico Rozario

Nesta terça-feira, dia 27, em decorrência de falência múltipla dos órgãos, Orlando Drummond morreu aos 101 anos, em sua casa na cidade do Rio de Janeiro. Amigos, familiares e todos os fãs que conquistou pela voz e a atuação emblemáticas ao longo de quase 80 anos de carreira se despedem de um grande talento da TV brasileira. Consagrado pelo extravagante Seu Peru, da "Escolinha do Professor Raimundo", começou a interpretá-lo na TV em 1957, já o tendo feito na rádio, e conquistou o público com bordões como “Peru com mel, de Vila Isabel”, “Dou o maiorrr apoio!” e “Estou porrr aqui”

Orlando Drummond teve uma vida ativa até depois de seu centenário. No Carnaval de 2019, foi homenageado por um bloco de rua do Rio de Janeiro, que teve como tema "Dublando Drummond 100 Anos". A presença ilustre do humorista no evento levou o público à loucura e foi celebrada na internet. Ao chegar ao local, Orlando mandou um recado nas redes sociais fazendo menção ao icônico Seu Peru: “Tô chegando aí pessoal, qualquer dúvida…Use-me e abuse-me!”.  

Drummond nasceu no bairro de Todos os Santos, zona norte do Rio de Janeiro, em 18 de outubro de 1919. Criado numa família de nove irmãos, iniciou sua carreira em 1942 como contrarregra na rádio Tupi, onde conheceu amigos como Bibi Ferreira, Carlos Machado, Olavo de Barros e Paulo Gracindo, que, como diretor de teatro, ajudou a torná-lo um radioator. A partir daí, não parou mais.   

Imortalizou a voz de diversos personagens desde que iniciou no mundo da dublagem, na década de 60. Durante a carreira, atuou como dublador em mais de 70 produções. Consagrou-se graças a interpretações em desenhos animados e séries com os personagens Popeye, Scooby-Doo, Vingador ("Caverna do Dragão"), "Alf - O ETeimoso", o Gato Guerreiro ("He-Man’"), Sargento Garcia ("Zorro"), entre outros muitos trabalhos. A interpretação do cão "Scooby-Doo" lhe rendeu a entrada no Guiness Book, o livro dos recordes, com a dublagem de desenho animado a ficar no ar por mais tempo, cerca de 40 anos.  

No 21 de maio de 2019, Orlando Drummond teve a chance de reviver um de seus principais personagens, quando fez uma participação surpresa como Seu Peru num episódio da quinta temporada da nova geração da "Escolinha". Sua aparição na sala de aula encantou a todos os presentes no set dos Estúdios Globo. Em cena, interagiu com Marcos Caruso, intérprete do papel na versão recente do humorístico, e arrancou as gargalhadas da plateia com os trejeitos e bordões que despertaram a memória afetiva do público. 

A alegria foi tanta que Orlando Drummond permaneceu até o fim da gravação, mostrando que Seu Peru seguia firme e forte em sua memória. Acompanhado da família, ao deixar o set, ele celebrou a oportunidade: “Não tem preço. Enquanto eu estiver vivo, estarei presente com muito amor e carinho. Obrigado, obrigado, obrigado”.  

Na Globo, além da interpretação como Seu Peru, Orlando participou do "Chico Anysio Show" (1988), do humorístico "Zorra Total" (1999), da telenovela "Caça Talentos". No cinema, atuou nos filmes "Rei do Movimento" (1954), "Angu de Caroço" (1955), O "Doce Esporte do Sexo" (1971), "Bonga, o Vagabundo" (1971) e "Amazônia Misteriosa" (2005).   

 A vitalidade de Orlando Drummond, com mais de cem anos, era de surpreender. “Eu fiz tudo que tinha direito. Estou aí com coragem para fazer muitas coisas ainda. De vez em quando, aparecem umas brincadeiras e eu vou”, disse, meses antes de completar o centenário. O amor pela família que construiu e o vínculo com o bairro de Vila Isabel, onde viveu os últimos 67 anos ao lado da esposa, eram algumas das relações que o mantinham cheio de alegria e gratidão. “Somos eternamente apaixonados”, comentou sobre a união com a companheira, Glória Drummond, ou “Glorinha”, como a chamava carinhosamente. O casal completaria 70 anos de casamento em outubro deste ano.  

Além da esposa, Orlando Drummond deixa os filhos Orlando e Lenita, cinco netos e quatro bisnetos. E um legado que, além de seguir despertando boas memórias nos fãs, vai ser perpetuado em família: entre os netos, três seguem a carreira de dublador como o avô.

O reencontro de Orlando Drummond com Seu Peru em 2019: 



.: Akemy Cristina estreia como a baixista Katie em “School of Rock”


Após integrar o elenco de “A Megera Domada – O Musical”, a atriz Akemy Cristina se prepara para mais uma estreia, desta vez como Katie no musical “School of Rock”.

Baseado no filme de 2003, escrito por Mike White, "School of Rock" conta a história de Dewey Finn, um roqueiro amador e fracassado. Cheio de dívidas para pagar ele finge ser seu melhor amigo Ned Schneebly, e trabalha como professor substituto em uma conservadora escola, lá o roqueiro descobre um talento musical incomum em seus alunos. Então Dewey forma um grupo escolar na tentativa de provar que todos estavam errados e vencer a “Batalha das Bandas”.

Akemy Cristina dará vida a Katie, revezando o papel com outras amigas de elenco em algumas apresentações. Katie é uma garota quieta e séria, que mantém a maior parte do tempo para si mesma. Ela toca violoncelo na escola, mas é rápida em pegar o baixo com o incentivo de Dewey. Ela fica impassível quando toca e leva seu instrumento e a banda muito a sério.

Trazendo mais um blockbuster diretamente da Inglaterra, o Estúdio Broadway Morumbi apresenta "School of Rock - O Musical". Em parceria com a consolidada The Musical Company, o espetáculo tem direção geral de Fernanda Chamma, músicas do premiado Andrew Lloyd Webber e texto de Julian Fellowes. A versão brasileira é assinada por Mariana Elisabetsky e Victor Mühlethaler. Na direção e coreografia da Next Generation respectivamente estão Arthur Berges e Fabrício Negri, ambos integrantes do elenco na versão oficial brasileira. O maestro Renan Achar, também integrante da montagem oficial no país, assina a direção musical da obra que promete surpreender amantes do clássico ao rock n’roll.

Akemy Cristina é atriz e cantora. Com apenas 13 anos de idade, já possui um currículo extenso. Participou dos espetáculos musicais “Banquete de Natal”, “Marias do Brasil” e de montagens de “A Megera Domada – O Musical”, todos com direção de Fernanda Chamma. Integrou o elenco do espetáculo “O Rei e a Coroa Enfeitiçada”, com direção de Cininha de Paula e Cynthia Falabella. Participou da websérie “A Fuga”, com direção de Cininha de Paula e Charles Daves. Integrou o elenco do espetáculo de natal “A Christmas Carol”, que ficou em cartaz no Teatro Renault, em 2019, com direção de Fernanda Chamma. Recentemente integrou o elenco da adaptação musical do clássico “João e Maria - O Musical”, que esteve em cartaz no Teatro D, em São Paulo. A temporada de "School of Rock - O Musical", licenciada para o Brasil, terá todos os protocolos de segurança exigidos pela OMS.


Serviço:

"School of Rock - O Musical"
Estreia dia 24 de julho.
Sábados e domingos, às 15h e às 18h.
Curta Temporada.
Espaço Cultural Cassio Gabus Mendes – S.P. Futebol Clube – Estádio do Morumbi, Av. Jules Rimet, Portão 07.
Ingresso: R$ 50 (meia) e R$ 100 (inteira).
Vendas pelo site: https://www.eventbrite.com/o/estudio-broadway-33894954373
Duração: 110 minutos.
Gênero: musical.
Classificação: livre.


Ficha técnica:
"School of Rock - O Musical"
Músicas: 
Andrew Lloyd Webber.
Letras: Glenn Slater.
Texto: Jullian Fellowes.
Versão Brasileira: Mariana Elisabetsky e Victor Mühlethaler.
Direção Geral: Fernanda Chamma.
Direção: Arthur Berges.
Direção musical: Renan Achar.
Coreografia e direção residente: Fabrício Negri.
Produção executiva: Claudia Lima.
Direção de produção: Renata Alvim.
Realização: Estúdio Broadway Morumbi.

terça-feira, 27 de julho de 2021

.: Capítulo 4: "As Winsherburgs" em "Um Passo Mais Perto"

Por: Mary Ellen Farias dos Santos


Enquanto esperavam Ellen para uma carona, Mary e a amiga analisavam a pedra, com carinho e adoração, igualzinho ao Gollum.

- Amiga, onde exatamente você pegou isso?, perguntou Tarissa.

- Ah, Tatá! Estava no lixo da Agência das minhas irmãs. Eu até perguntei se era de alguém, mas a Lolita riu e disse que era só um pedaço de plástico brilhante. Mas... Como plástico iria brilhar assim, né?! Claro que eu guardei na minha bolsa!

Foi quando Tarissa brincou:

- Bom... Só não vai começar a repetir “My Precious”!!

*  *  *

- Mary, venha aqui!, grita Ellen chamando a filha que voltou da escola com a amiga.

Com a mesma agilidade de uma lesma abandonada numa renovadora preguiça. Sem qualquer pressa, em movimentos arrastados, Mary chegou pertinho da mãe e antes que soltasse um resmungo indefinido, Ellen disse:

- Menina, olha isso! Fui seguindo o carreiro e pá! Encontrei um formigueiro que estava se criando dentro desse DVD da Mariah Carey! Em busca de aventuras, talvez.

Ao juntar a informação devastadora e ver o estado do papelão, Mary foi capaz de promover uma resposta física e vocal muito rápida, mas sem a ideia da possível resposta que viria da mãe.

- Meu Deus! O que a senhora fez no meu DVD?!, reclamou Mary pousando as mãos nas laterais do rosto, numa imitação involuntária do célebre quadro “O Grito”, de Edvard Munch.

Ellen, como toda mãe dramática de plantão, respirou fundo e devolveu:

- Eu? Não fiz nada nas suas coisas. Sabe o que é isso que você faz? É por não me amar. Sou sua mãe. E você só sabe me agredir com respostinhas grosseiras. Está pensando que é quem? Vive debaixo do meu teto! Come da minha comida! Da próxima vez eu jogo é tudo fora. Não duvide! Estou farta da sua ingratidão!

Para fechar a cena com chave de ouro, Ellen saiu andando bem cabisbaixa e até simulando um choro, enquanto que Mary ficou parada, no quarto, sem entender toda aquela reação da mãe. Um tanto exagerada mesmo, por sinal.

Sem o intuito de piorar o clima em casa, Mary pensou no quão estressante havia sido aquela manhã após sete aulas seguidas dadas no Colégio Santa Helena. Fora que naquele dia ela tinha aula dupla com o último ano do Ensino Médio, a classe do Adilsinho, menino irritante que fazia perguntas aleatórias para tumultuar as aulas e desestabilizar os professores. E, geralmente, ele conseguia.

Sem saber bem como confortar a mãe, Mary preferiu deixa-la um pouco sozinha e chamou Tarissa para ver as formigas que ainda estavam seguindo o trajeto: tomada e encarte do DVD de “The Adventures of Mimi”.

De repente, a imagem do DVD foi apagada para Mary. Ela só lembrava do rosto do homem que a abordou na saída da escola, enquanto Tarissa foi ao banheiro. Na verdade, a conversa rápida, com o homem misterioso, foi marcante, a ponto de precisar contar sobre o ocorrido.

- Amiga, um cara lindo veio falar comigo e até me xavecou.

- Quando isso?, retrucou Tarissa muito animada. E completou:

- Conte-me mais sobre isso... Aliás, conte-me tudo!

*  *  *

Na agência de roteiros, o clima era de alegria, pois Apollo havia iluminado o final do túnel de Samantha e Lolita. O trio já tinha a data de um encontro com o roteirista e empresário Helder Lee para estabelecerem os critérios da futura sociedade.

Enquanto Sam, com um fone de ouvido ao som das canções dos “Backstreet Boys”, em volume baixinho, escrevia o roteiro para um vídeo encomendado pelo canal “Histórias do Passado”, Lolla e Apollo pesquisavam sobre a morte da socialite Ângela Diniz, o próximo roteiro a ser escrito por eles.

- Esse documentário tem tudo para ficar redondinho. História terrível, mas cheia de conteúdo. Parece que ela foi inspiração do escritor e jornalista Roberto Drummond, para Hilda Furacão. Roberto Drummond cria toda uma narrativa para brincar de 1º de abril!, comentou Lolla.

- Lembro de ver o kit de imprensa do seriado Hilda Furacão na casa de vocês. Fica até ao lado dos livros e DVDs de “O Senhor dos Anéis” e “Harry Potter”, né?!, falou Apollo.

- Sim! Mas saiba que os livros de Roberto Drummond e os DVDs do seriado Hilda, meu primo, são de mamãe. Então, se precisarmos, para mexer só com autorização escrita e assinada por Dona Ellen. Já deixo você avisado, avisadíssimo.

Os dois sorriem da brincadeira, mas focam no trabalho. Após alguns minutos de silêncio... O aparelho de som fez o barulho estridente mais uma vez.

- Encontrei um podcast sobre a Ângela, prima!

- Legal, Apollo! Pode ouvir?

- Sim! É pra já! Siga na pesquisa. Depois ouvimos todos juntos, nós três. O que acha?, questionou Apollo.

- Tá certo!, falou Lolla enquanto ergueu o polegar com um joinha.

*  *  *

Após dar fim ao ninho de formigas que estava em fase de emancipação na capa do DVD, Mary e Tarissa finalmente relaxaram. Tarissa, direta como sempre foi logo perguntando:

- Qual era o nome do xavecador?

Foi quando Mary esboçou um sorriso nos lábios e um brilho brotou nos olhos da jovem Winsherburg que falou de modo meloso:

- Ah! Ele nem disse, mas aviso que estou apaixonada. Acho que encontrei o amor da minha vida, Tatá! Ele foi tão gentil, tinha uma voz de arrepiar e estava tão, tão perfumado. Fora que parecia ator de filme de Hollywood de agora. Talvez um misto de Robert Downey Jr. e Christopher Hemsworth.

- Mas você percebeu tudo isso enquanto eu fui rapidinho ao banheiro da escola... Como ele se aproximou?, perguntou Tarrisa.

- Foi dentro da escola. Bem onde nós sempre ficamos sentadas esperando a minha mãe, respondeu Mary. Enquanto isso, Tarissa não conseguia entender tudo o que aconteceu em um intervalo tão curto de tempo. Foi quando ela, assombrada, perguntou:

- Você foi iludida pelo pai de alguém?

Mary gargalhou e rebateu rapidamente:

- Tarissa, Tarissa... Ele não é um velho! Pode ser no máximo o tio de alguém, mas aposto que é irmão de um algum aluno. E como eu estava dizendo... O meu gato falou comigo só para confirmar. Já sabia quem eu era, inclusive. Depois sumiu.

- Hein?! Como é que alguém some, amiga?, quis saber Tarissa, enquanto no grupo das meninas no WhatsApp, Juliette compartilhou o novo vídeo do TikTok e fez os aparelhos das amigas sacudirem.

Após um silêncio devastador, sem ter uma resposta plausível, Mary suspirou e determinou:

- Era um anjo!


One step closer

I have died every day waiting for you

Darling, don't be afraid

I have loved you for a thousand years

I'll love you for a thousand more

A Thousand Years. Christina Perri


*~~~~ Capítulo 5: "As Winsherburgs" em "Elétrico" ~~~~*


*Mary Ellen Farias dos Santos é criadora e editora do portal cultural Resenhando.com. É formada em Comunicação Social - Jornalismo, pós-graduada em Literatura, licenciada em Letras pela UniSantos - Universidade Católica de Santos e formada em Pedagogia pela Universidade Cruzeiro do Sul. Twitter: @maryellenfsm


Assista em vídeo como história ilustrada




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