segunda-feira, 9 de agosto de 2021

.: "De Natura Florum", uma introdução às obras e estilo de Clarice Lispector


Livro é editado a partir de crônicas da autora, publicadas no Jornal do Brasil em 1971.

"De Natura Florum" é uma espécie de introdução às obras e estilo literário de Clarice Lispector, com fácil entendimento e assimilação. A obra foi escrita à maneira de um herbário em verso e estruturado a partir de vinte e quatro verbetes.

Por ser uma obra que originou do artigo publicado num jornal importante para o país, além de ser uma escritora muito querida nacionalmente, o livro em breve será lançado pela Global Editora, com capa e projeto gráfico de Alejandro G. Schnetzer e Elena Odriozola, que ganhou Prêmio Nacional de Ilustração.

Em 2020, por conta do centenário da autora, a editora Nórdica Libros, por meio do editor Alejandro Schnetzer, decidiu escolher o texto que descobriu lendo o livro "A Descoberta do Mundo". "A obra de Clarice sempre me causou emoções inéditas. Para mim, Lispector representa 'o Brasil grande', da mesma forma como ela definiu a Vitória-régia [no herbário], 'simples e majestosa'", disse Alejandro ao portal Uol, em entrevista realizada no ano passado.

Os cinco primeiros verbetes que compõem "De Natura Florum" são definições botânicas gerais, as 19 restantes são descrições de flores, com uma poética particular. A cada elucidação que a escritora sugere ao longo do herbário, o leitor se deparada com ilustrações de Elena Odriozola, as quais completam o que é descrito.

A obra, que já está em pré-venda, foi produzida em papel pólen e capa em brochura. Acompanha cartão de apresentação e dois marcadores com as artes presentes na capa. O lançamento está previsto para o mês de julho.

"De Natura Florum" foi publicado pela primeira vez em 3 de abril de 1971, no Jornal do Brasil (Rio de Janeiro). Já em 1984 foi incluído no volume "A Descoberta do Mundo". Hoje, é lançado no Brasil pela Global Editora, com projeto internacional desenvolvido por Elena Odriozola que Prêmio Nacional de Ilustração, e Alejandro G. Schnetzer. O livro é uma espécie de introdução às obras e estilo literário de Clarice, com fácil entendimento e assimilação. Você pode comprar "De Natura Florum", de Clarice Lispector, publicado pela Global Editora, neste link.

Sobre a autora
Clarice Lispector nasceu em 1920, na Ucrânia, e faleceu em 1977 na cidade do Rio de Janeiro, em 1977. Escritora ucraniana-brasileira de origem judaica, é considerada uma das mais importantes autoras brasileiras do século XX. Pertence à terceira fase do modernismo, a da Geração Brasileira de 45. Difícil de classificar, ela definiu sua escrita como um "não estilo". Clarice Lispector foi uma pioneira que usou o fluxo da consciência em seus primeiros escritos, muito antes de ter lido Virginia Woolf e James Joyce.

Ficha técnica
Livro: 
"De Natura Florum"
Autora: Clarice Lispector
Número da edição:

Número de páginas: 56
Formato: 13,5 X 24 cm
Editora: Global Editora
Link do livro na Amazon: https://amzn.to/3CtMZpM




.: Antonio Fagundes abre a segunda temporada do podcast Atraverso


Apaixonado por livros, ator compartilha leituras com seus seguidores. Foto: João Cotta

Um dos artistas mais queridos do Brasil, Antonio Fagundes é o convidado da estreia da segunda temporada do Atraverso, podcast de literatura que propõe uma jornada entre histórias e personagens, com apresentação do jornalista Ronaldo Bueno. Nesta temporada, os programas inéditos passam a ser disponibilizados nos principais aplicativos de streaming quinzenalmente às quintas-feiras, às 18h, além da Rádio Pinguim (www.radiopinguim.com.br), às quintas, às 21h, sábados, às 13h, e terças, às 20h. 

“O bate-papo foi delicioso. Fagundes foi muito receptivo ao nosso convite e contou uma porção de histórias. Falou de como iniciou a relação com os livros, ainda na infância, lembrou de personagens marcantes em quase seis décadas de carreira e compartilhou ótimas dicas de leitura. Uma das histórias mais curiosas é de quando ele conseguiu um autógrafo de Gabriel García Márquez”, adianta Bueno, também responsável pela pesquisa e roteiro dos episódios. A produção é do jornalista Diego Adami.

Autor do guia "Tem Um Livro Aqui que Você Vai Gostar", com um currículo de ator, autor e produtor que inclui mais de 50 filmes, 40 peças teatrais e 40 produções de TV, entre novelas, séries e teleteatro, Fagundes é um apaixonado por literatura. Além de já ter interpretado dezenas de personagens baseados em livros, é um grande incentivador da leitura para quase 1 milhão de seguidores nas redes sociais. Em 2019, quando deu vida ao editor de livros Alberto, na novela "Bom Sucesso", as obras que apareciam no folhetim da TV Globo registraram aumento de vendas nas livrarias. Recentemente, lançou Tem um livro aqui que você vai gostar (Sextante, 2020), com dicas e comentários a respeito de seus títulos preferidos. 

"Estou lendo sempre. Quem me conhece sabe que, pra onde vou, estou com o livro da vez debaixo do braço. Se tiver 10 minutos em que não vai acontecer nada, uso esses 10 minutos pra ler. Sou muito curioso, muito interessado por qualquer tipo de leitura. Costumo brincar que o gênero que mais gosto é o de livro bom", conta o entrevistado.


Nomes confirmados
A nova temporada do Atraverso segue o mesmo perfil da anterior, com episódios quinzenais de até 25 minutos, utilizando técnicas de narrativa jornalística para contar histórias da literatura brasileira. Além de Fagundes, já estão confirmados nomes como Cristina Judar, ganhadora do Prêmio São Paulo de Literatura 2018, falando sobre seu novo romance, "Elas Marchavam Sob o Sol" (Dublinense, 2021); Tônio Caetano, autor gaúcho vencedor do Prêmio Sesc de Literatura, categoria Conto, com "Terra nos Cabelos" (Editora Record, 2020); e Natalia Borges Polesso, que lançou em julho seu segundo romance, "A Extinção das Abelhas" (Companhia das Letras, 2021).

“O interessante da primeira temporada é que ela foi ganhando uma identidade aos poucos, à medida em que testava diferentes maneiras de contar aquelas histórias e as pessoas foram descobrindo o podcast e sugerindo novos temas. O Atraverso foi recebido com muito carinho, não só por pessoas que já conheciam o meu trabalho como jornalista, mas também por quem chegou ao longo da temporada e acabou ficando. Hoje, temos ouvintes em vários lugares do Brasil: Rio Grande do Sul, São Paulo, Bahia, Minas Gerais. Esse alcance que a linguagem dos podcasts proporciona é surpreendente”, comemora o apresentador.

O Atraverso possui ainda um perfil no Instagram (@atraversopodcast), onde são publicados conteúdos extras relacionados ao tema de cada programa e também dicas e curiosidades sobre literatura, favorecendo a interação com os apreciadores de livros. “Essa troca com o público tem sido a melhor recompensa. Toda semana eu recebo mensagem de alguém que começou a ler algum livro que foi assunto no podcast ou indicado no Instagram. Isso é muito bacana e só aumenta a responsabilidade em oferecer conteúdo sob medida para quem acredita na literatura como uma jornada que atravessa universos e conecta pessoas”, afirma Bueno. Além de interagir nas redes sociais, os ouvintes podem enviar comentários ou sugestões de temas pelo e-mail atraversopodcast@gmail.com.



.: Quadrilátero no CCBB SP e músicos sob a curadoria de Leo Gandelman


Projeto tem idealização e direção artística de Leo Gandelman. Participam do quadrilátero Pretinho da Serrinha, Robertinho Silva, Henrique Cazes, Mauro Senise, Nivaldo Ornelas, Carla Rincón, entre outros.

Quatro dias de apresentações, quatro encontros de artistas, quatro famílias de instrumentos. Essa é a essência de Quadrilátero, projeto que nasceu em 2012 e retorna aos palcos do Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), em quatro cidades e chega a São Paulo em 12 de agosto, depois de passar com sucesso pelo Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Idealizado por Léo Gandelman, com apoio do produtor cultural Pablo Castellar, o projeto reúne, a cada dia, quartetos de feras da música brasileira, em encontros singulares.

A cada apresentação - de 12 a 15 de agosto, quinta-feira e sexta-feira às 19h e sábado e domingo, às 17h - quartetos de diferentes famílias de instrumentos ganham destaque. Os convidados são Pretinho da Serrinha, Robertinho Silva, Marcos Suzano e Marcelo Costa, na percussão (dia 12); Leo Gandelman, Nivaldo Ornelas, Mauro Senise e Zé Carlos Bigorna no sax e instrumentos de sopro (dia 13); Henrique Cases, Rogério Caetano, Luis Barcelos e João Camarero nas cordas dedilhadas (dia 14); e fechando o circuito (dia 15), Janaina Salles, Joanna Bello, Inah Kurrels, Jocelynne Huiliñir Cárdenas nas cordas.

O público terá a oportunidade de conferir o talento individual de cada artista e participar do encontro do quarteto, todos tocando juntos. Leo Gandelman atua como anfitrião e faz participações especiais em todos os espetáculos, marcados para 19h de quinta-feira e sexta-feira e aos sábados e domingos às 17h. Ao final do espetáculo dedicado à Cordas Dedilhadas, no dia 14 de agosto, haverá uma conversa de meia-hora com o público para aprofundar o debate sobre a carreira dos músicos e falar sobre a intrínseca relação do artista com a música. Também dentro da programação, o idealizador e curador do Quadrilátero, o músico Léo Gandelman, fará uma masterclass com duração de uma hora aberta ao público, no dia 15 de agosto, às 15 h.

"Desde o começo da pandemia, tenho tocado sozinho, em casa, compondo, treinando. Acordo todo dia motivado pela ideia de aprender mais, do meu encontro diário com o instrumento. Mas sinto muita falta da troca com outros músicos, da troca com o público. Sei que todos os músicos envolvidos no projeto sentem o mesmo. Desde os primeiros ensaios no Rio, temos conversado e a troca tem sido emocionante", conta Leo Gandelman. "Estamos provocando encontros de músicos que estão tocando juntos pela primeira vez neste projeto. É um encontro de confiança e confiança é fundamental para a música fluir. Estamos muito felizes de levar esse encontro para o CCBB São Paulo".

"Estamos seguindo todos os protocolos estabelecidos pelas autoridades locais e a Organização Mundial da Saúde para a convivência nos bastidores e no palco. E o CCBB, que voltou a abraçar o Quadrilátero, é extremamente cuidadoso com o respeito às normas para a plateia. É um grande privilégio poder participar desse retorno aos palcos de artistas dessa grandeza", explica Pablo Castellar. Depois de São Paulo, o Quadrilátero segue para o CCBB de Brasília.


Sobre a temporada no CCBB São Paulo
O Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo funciona todos os dias, das 9h às 18h, exceto às terças. O CCBB está adaptado às novas medidas de segurança sanitária: entrada apenas com agendamento online (eventim.com.br), controle da quantidade de pessoas no prédio, fluxo único de circulação, aferição de temperatura, uso obrigatório de máscara, disponibilização de álcool gel e sinalizadores no piso para o distanciamento, o serviço de guarda-volumes está suspenso. São disponibilizados apenas 2 ingressos por CPF para o dia e horário agendado. No teatro, a capacidade foi reduzida e não há previsão de fila de espera por desistência. Os ingressos devem ser comprados com antecedência online ou na bilheteria do CCBB. Antes e entre cada apresentação, há higienização completa do espaço.


Serviço | Quadrilátero 2021

Dia 12 de agosto, às 19h - Percussão - Pretinho da Serrinha, Marcos Suzano, Marcelo Costa e Robertinho Silva. Tema: Da África às Américas

Dia 13 de agosto, às 19h - Sax - Leo Gandelman, Mauro Senise, Zé Carlos Bigorna, Nivaldo Ornelas. Tema: Ary Barroso e Moacyr Santos

Dia 14 de agosto, às 17h - Cordas dedilhadas: Rogério Caetano, Luis Barcelos, João Camarero, Henrique Cases. Tema: Choro e Afro Sambas

Dia 15 de agosto, às 15h - Masterclass com Leo Gandelman

Dia 15 de agosto, às 17h - Cordas: Janaina Salles, Joanna Bello, Inah Kurrels, Jocelynne Huiliñir Cárdenas. Tema: Radamés Gnattali, Astor Piazzolla e Villa Lobos


Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo
Rua Álvares Penteado, 112 - Centro Histórico, Triângulo SP, São Paulo-SP
Aberto todos os dias, das 9h às 18h, exceto às terças
Acesso ao calçadão pela estação São Bento do Metrô
Informações: (11) 4297-0600


Estacionamento conveniado:
Rua da Consolação, 228 (R$ 14 por seis horas, necessário validar ticket na bilheteria). Uma van faz o traslado gratuito entre o estacionamento e o CCBB. No trajeto de volta, tem parada no Metrô República.


Entrada:
R$ 30 (inteira) / R$ 15 (meia)
A venda de ingressos ocorre através do site da Eventim.
Teatro trabalhando com lotação limitada, máximo 45 pessoas presenciais.

.: CCBB RJ antecipa as comemorações do centenário da Semana de 22


Com curadoria de Tereza de Arruda, a exposição ‘Brasilidade Pós-Modernismo’ lança luz às conquistas e marcos que Semana de 22 trouxe às artes visuais brasileira, e reúne obras inéditas e trabalhos emblemáticos de 51 artistas brasileiros. Na imagem, o quadro "Meu Matuto Predileto" (2013), de Fábio Baroli

Celebrar o centenário da Semana de Arte Moderna de 1922 e lançar luz aos traços, remanescências e conquistas que o movimento trouxe, no decorrer dos últimos 100 anos, às artes plásticas do Brasil e refletir, a partir da atualidade, sobre um processo de rever e reparar este contexto. Este é o objetivo de Brasilidade Pós-Modernismo, mostra que será apresentada entre 1 de setembro e 22 de novembro no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro, com patrocínio do Banco do Brasil e realização por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, da Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo e Governo Federal.

Com curadoria de Tereza de Arruda, a mostra chama atenção para as diversas características da arte contemporânea brasileira da atualidade cuja existência se deve, em parte, ao legado da ousadia artística cultural proposta pelo Modernismo. Nuances que o público poderá conferir nas obras dos 51 artistas de diversas gerações que compõem o corpo da exposição, entre os quais Adriana Varejão, Anna Bella Geiger, Arnaldo Antunes, Cildo Meireles, Daniel Lie, Ernesto Neto, Ge Viana, Jaider Esbell, Rosana Paulino e Tunga .

"Esta exposição não é idealizada com o olhar histórico, mas sim focada na atualidade com obras produzidas a partir de meados da década de 1960 até o dia de hoje, sendo algumas inéditas, ou seja, já com um distanciamento histórico dos primórdios da modernidade brasileira", explica Tereza de Arruda. "Não é uma mostra elaborada como um ponto final, mas sim como um ponto de partida, assim como foi a Semana de Arte Moderna de 1922 para uma discussão inovadora a atender a demanda de nosso tempo conscientes do percurso futuro guiados por protagonistas criadores", completa a curadora.

Organizada em seis núcleos temáticos - Liberdade, Futuro, Identidade, Natureza, Estética e Poesia -, a mostra apresenta pinturas, fotografias, desenhos, esculturas, instalações e novas mídias. Segundo Tereza de Arruda, por meio deste conjunto plural de obras, "a Brasilidade se mostra diversificada e miscigenada, regional e cosmopolita, popular e erudita, folclórica e urbana".


Liberdade
Abrindo a exposição, o núcleo Liberdade reflete sobre as inquietações e questionamentos remanescentes do colonialismo brasileiro do período de 1530 a 1822, além de suas consequências e legado histórico. São fatores decisivos para a formação das características do contexto sociopolítico-cultural nacional, que se tornaram temas recorrentes em grande parcela da produção cultural brasileira.

Em 1922, os modernistas buscavam a ruptura dos padrões eurocentristas na cultura brasileira e hoje, os contemporâneos que integram esse núcleo - Adriana Varejão, Anna Bella Geiger, José Rufino, Rosana Paulino, Farnese de Andrade, Tunga, Ge Viana e José De Quadros - buscam a revisão da história como ponto de partida de um diálogo horizontal, enfatizando a diversidade, a visibilidade e inclusão.


Futuro
O grupo da vanguarda modernista brasileiro buscava o novo, o inovador, desconhecido, de ordem construtiva e não destrutiva. E um exemplo de futuro construtor é Brasília, a capital concebida com uma ideia utópica e considerada um dos maiores êxitos do Modernismo do Brasil. "Sua concepção, idealização e realização são uma das provas maiores da concretização de uma ideia futurista", comenta Tereza de Arruda.

Com foco em Brasília como exemplo de utopia futurista, este núcleo reúne esboços e desenhos dos arquitetos Lina Bo Bardi, Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, obra da artista Márcia Xavier, e registros captados pelo fotógrafo Joaquim Paiva e o cineasta Jorge Bodanzky.


Identidade
A busca por um perfil, uma identidade permeia a história da nação brasileira. E é partir desta busca que se forma o conjunto exibido no núcleo Identidade. As obras de Alex Flemming, Berna Reale, Camila Soato, Fábio Baroli, Flávio Cerqueira, Glauco Rodrigues e Maxwell Alexandre apresentam uma brasilidade com diversas facetas da população brasileira.

"Falamos aqui do ‘Brasil profundo’, enfatizado já em obras literárias emblemáticas e pré-modernistas como o livro Os sertões, de Euclides da Cunha (1866-1909), publicada em 1902. Já neste período, o Brasil estava dividido em duas partes que prevalecem até hoje: o eixo Rio-São Paulo, das elites consequência de uma economia promissora proveniente do desenvolvimento financeiro e intelectual, e consequentemente berço da Semana de Arte Moderna realizada 20 anos após esta publicação, e o sertão, desconhecido, acometido pela precariedade e desprezo de seu potencial", reflete Tereza de Arruda.


Natureza
O território brasileiro é demarcado por sua vastidão, pluraridade de biomas e importância de caráter global. Neste núcleo, as obras dos artistas Armarinhos Teixeira, Caetano Dias, Gisele Camargo, Luzia Simons, Marlene Almeida, Paulo Nazareth, Rosilene Luduvico e Rodrigo Braga norteiam questões de enaltação, sustentabilidade e alerta quanto à natureza e o relacionamento do ser humano como corpo imerso no legado da "terra brasilis".


Estética
Reunindo trabalhos de Barrão, Beatriz Milhazes, Cildo Meireles, Daniel Lie, Daiara Tukano, Delson Uchôa, Emmanuel Nassar, Ernesto Neto, Francisco Delameida, Jaider Esbell, Judith Lauand, Luiz Hermano, Mira Schendel e Nelson Leirner, este núcleo surge a partir da reflexão sobre movimentos como o antropofágico, ação fundamental para o entendimento da essência da Brasilidade e um marco na história da arte do Brasil. Foi através dele que a identidade cultural nacional brasileira foi revista e passou a ser reconhecida.

E, segundo explica a curadora, isso se deu em 1928 com a publicação do Manifesto Antropófago publicado por Oswald de Andrade na Revista de Antropogafia de São Paulo. No texto, o poeta fazia uma associação direta à palavra "antropofagia", em referência aos rituais de canibalismo nos quais se pregava a crença de que após engolir a carne de uma pessoa seriam concedidos ao canibal todo o poder, conhecimentos e habilidades da pessoa devorada. "A ideia de Oswald de Andrade foi a de se alimentar de técnicas e influências de outros países - neste caso, principalmente a Europa colonizadora - e, a partir daí, fomentar o desenvolvimento de uma nova estética artística brasileira. Na atualidade, como aqui vemos, não está à sombra de uma herança e manifestações europeias, mas sim autônoma e autêntica miscigenada com elementos que compõem a Brasilidade dominada por cores, ritmos, formas e assimilação do díspar universo de linguagens e meios que a norteiam", comenta Tereza de Arruda.


Poesia
A Semana de Arte Moderna e o movimento modernista em si pleitearam a independência linguística do português do Brasil do de Portugal. Os modernistas acreditavam que o português brasileiro haveria de ser cultuado e propagado como idioma nacional.

Neste núcleo, são exibidas obras de poesia concreta, poesia visual e apoderamento da arte escrita - a escrita como arte independente, a escrita como elemento visual autônomo, a escrita como abstração sonora - dos artistas André Azevedo, Arnaldo Antunes, Augusto de Campos, Floriano Romano, Júlio Plaza, Lenora de Barros, Rejane Cantoni e Shirley Paes Leme.

Lista completa de artistas
Adriana Varejão, Alex Flemming, André Azevedo, Anna Bella Geiger, Armarinhos Teixeira, Arnaldo Antunes, Augusto de Campos/Júlio Plaza, Barrão, Berna Reale, Beatriz Milhazes, Camila Soato, Caetano Dias, Cildo Meireles, Daiara Tukano, Daniel Lie, Delson Uchôa, Ernesto Neto, Emmanuel Nassar, Fábio Baroli, Farnese de Andrade, Flávio Cerqueira, Floriano Romano, Francisco de Almeida, Ge Viana, Glauco Rodrigues, Gisele Camargo, Jaider Esbell, Joaquim Paiva, Jorge Bodansky, José De Quadros, José Rufino, Judith Lauand, Júlio Plaza, Lenora de Barros, Lina Bo Bardi, Lúcio Costa, Luiz Hermano, Luzia Simons, Márcia Xavier, Marlene Almeida, Maxwell Alexandre, Mira Schendel, Nelson Leirner, Oscar Niemeyer, Paulo Nazareth, Rejane Cantoni, Rodrigo Braga, Rosana Paulino, Rosilene Luduvico, Shirley Paes Leme e Tunga.

Visitação
O CCBB-Rio de Janeiro funciona de quarta a segunda (fecha terça), das 9h às 19h aos domingos, segundas e quartas e das 9h às 20h às quintas, sextas e sábados. A entrada do público é permitida apenas com agendamento online (eventim.com.br), o que possibilita manter um controle rígido da quantidade de pessoas no prédio. Ainda conta com fluxo único de circulação, medição de temperatura, uso obrigatório de máscara, disponibilização de álcool gel e sinalizadores no piso para o distanciamento.


Sobre a curadora
Tereza de Arruda é mestre em História da Arte, formada pela Universidade Livre de Berlim. Vive desde 1989 entre São Paulo e Berlim. Em 2021 bolsista da Fundação Anna Polke em Colônia para pesquisa da obra de Sigmar Polke. Como curadora, colabora internacionalmente com diversas instituições e museus na realização de mostras coletivas ou monográficas, entre outras, em 2021, Art Sense Over Walls Away, Fundação Reinbeckhallen Berlin; Sergei Tchoban Futuristic Utopia or Reality, Kunsthalle Rostock; em 2019/2021, Chiharu Shiota linhas da vida, CCBB RJ-DF-SP; Chiharu Shiota linhas internas, Japan House; em 2018/2019, 50 anos de realismo - do fotorrealismo à realidade virtual, CCBB RJ-DF-SP; em 2018, Ilya e Emilia Kabakov Two Times, Kunsthalle Rostock; em 2017, Chiharu Shiota Under The Skin, Kunsthalle Rostock; Sigmar Polke Die Editionen, me collectors Room Berlin; Contraponto Acervo Sergio Carvalho, Museu da República DF; em 2015, InterAktion-Brasilien, Castelo Sacrow/Potsdam; Bill Viola na Bienal de Curitiba; Chiharu Shiota em busca do destino, SESC Pinheiros; em 2014, A arte que permanece, Acervo Chagas Freitas, Museu dos Correios DF-RJ; China Arte Brasil, OCA; em 2011, Sigmar Polke realismo capitalista e outras histórias ilustradas, MASP; India lado a lado, CCBB RJ-DF-SP e SESC; em 2010, Se não neste tempo, pintura contemporânea alemã 1989-2010, MASP. Desde 2016 é curadora associada da Kunsthalle Rostock. Curadora convidada e conselheira da Bienal de Havana desde 1997 e cocuradora da Bienal Internacional de Curitiba desde 2009. (https://www.p-arte.com).

Serviço:
Mostra coletiva "Brasilidade Pós-Modernismo"
Curadoria:
Tereza de Arruda
Período expositivo: 1º de setembro a 22 de novembro
Local: Centro Cultural Banco do Brasil - CCBB Rio de Janeiro
Endereço: R. Primeiro de Março, 66 - Centro, Rio de Janeiro - RJ
Funcionamento: quarta a segunda-feira (fecha terça), das 9h às 19h aos domingos, segundas e quartas e das 9h às 20h às quintas, sextas e sábados.
*É necessário realizar agendamento prévio no site eventim.com.br


domingo, 8 de agosto de 2021

.: #ResenhaRápida: as perguntas que ninguém fez para Eduardo Martini


Com mais de 30 anos de carreira, Eduardo Martini enfrenta o desafio de viver o estilista Clodovil Hernandes no teatro. Foto: Cláudia Martini. 
Por Helder Moraes Miranda e Mary Ellen Farias dos Santos, editores do Resenhando.

Se o Brasil valorizasse os artistas e os tratasse com um pouco mais de seriedade e respeito, Eduardo Martini seria mundialmente conhecido. Extremamente talentoso e com uma sensibilidade rara, este ator com mais de 30 anos de carreira vem feito sucesso durante a pandemia ao emprestar o carisma para interpretar alguém tão marcante quanto ele: o multifacetado estilista Clodovil Hernandes, ícone da TV, moda e política. 

No monólogo, Clodovil realiza um inventário de sua vida e suas criações ao longo de mais de 40 anos de carreira, mesclando criações pioneiras na moda, o sucesso na televisão e o êxito em seu primeiro mandato como deputado federal enquanto se depara com lembranças de sua vida e fatos pouco conhecidos do público. Dirigida pelo ator em parceria com Viviane Alfano, peça relembra grandes momentos da vida do multifacetado Clodovil Hernandes.

A temporada no Teatro União Cultural, em São Paulo, fica em cartaz até este domingo, 8 de agosto, Dia dos Pais, às 19h. Depois, estará em cartaz no Teatro Fernando Torres, todos os sábados, a partir do dia 4 de setembro, com data de término ainda não definida. Já no Teatro das Artes, no Rio de Janeiro, não tem data para acabar. Todas as apresentações respeitam os protocolos de distanciamento social e higienização. O monólogo, escrito pelo jornalista e dramaturgo Bruno Cavalcanti, recorda a vida e a obra do estilista e apresentador de TV Clodovil Hernandes (1937-2009).

#ResenhaRápida com Eduardo Martini

Nome completo: Eduardo Martini.
Apelidos: Edu, Casê.
Data de nascimento: 6 de dezembro.
Altura: 1.78m.
Qualidade: honesto.
Defeito: falar demais.
Signo: sagitário.
Ascendente: gêmeos.
Uma mania: sapato.
Religião: espiritualista.
Time: detesto futebol.
Amor: todos os dias.
Sexo: masculino (risos).
Mulher bonita: Isis Valverde.
Homem bonito: Rodrigo Lombardi.
Família é: o início da sua jornada.
Ídolo: Marco Nanini.
Inspiração: Fernanda Montenegro (sempre no teatro).
Arte é: vida.
Brasil: um país que ainda nao achou quem o merecesse.
Fé: em mim, no universo.
Deus é: a parte de amor dentro de mim.
Política é: nojenta.
Hobby: carro.
Lugar: Veneza - Dusseldorf.
O que não pode faltar na geladeira: sorvete.
Prato predileto: carne e salada.
Sobremesa: bolo gelado de coco.
Fruta: maçã e uva verde.
Bebida favorita: limonada.
Cor favorita: azul.
Medo de: doenças.
Uma peça de teatro: "Simplesmente Clô".
Um show: Diana Ross no Central Park - eu "tava" lá.
Um ator: Diogo Vilela.
Uma atriz: Adriana Esteves.
Um cantor: Nat King Cole.
Uma cantora: Ella Fitzgerald.
Um Escritor: Bruno Cavalcanti.
Uma escritora: Florbela Espanca.
Um filme: "A Escolha de Sofia".
Um livro: "O Prazer Secreto", de Norma Canto.
Uma música: "Se Eu Não te Amasse Tanto Assim", de Ivete Sangalo.
Um disco: Donna Summer.
Um personagem: Neide Boa Sorte.
Uma novela: "A Força do Querer", de Glória Perez.
Uma série: "Tapas e Beijos".
Um programa de tv: "Irmaos à Obra" (adoro).
Uma saudade: do meu pai.
Algo que me irrita: má vontade.
Algo que me deixa feliz é: estar trabalhando.
Uma lembrança querida: a primeira vez que desembarquei em Nova Iorque.
Um arrependimento: de ter trabalhado com um certo diretor.
Quem levaria para uma ilha deserta? Ninguém! Pra ficar sozinho.
Se pudesse ressuscitar qualquer pessoa do mundo quem seria? Meu pai - queria mais tempo com ele.
Se pudesse fazer uma pergunta a qualquer pessoa do mundo qual seria? Para o Brad Pitt: "Dói ser bonito assim?"
Não abro mão de: fazer teatro.
Do que abro mão: de  falsos profetas - aqueles que usam espiritualidade pra conquistar coisas e pessoas.
Um talento oculto: enrolar peruca (risos). 
Você tem fome de quê? De justiça.
Você tem nojo de quê? De rato.
Se tivesse que ser um bicho, eu seria: cavalo.
Um sonho: trabalhar com a Glória Menezes.
Teatro em uma palavra: vida.
Televisão em uma palavra: chance.
Novela em uma palavra: emoção.
Clodovil em uma palavra: forte.
O que seria se não fosse ator: não teria nascido.
Ser ator é: dar lugar à outras pessoas no palco sem criticas ou defesas.
Ser homem, hoje, é: um ato de coragem.
Palavra favorita: universo.
Eduardo Martini por Eduardo Martini: um cara simples,cheio de garra que acredita em todos e por isso se ferra às vezes… mas não deixa de acreditar no ser humano.



.: "Querida Cidade": Antônio Torres publica romance após 15 anos


Após 15 anos sem escrever um romance, o escritor imortal da Academia Brasileira de Letras Antônio Torres retorna ao gênero com "Querida Cidade", lançado pela editora Record. Há escritores para quem o passado, o presente e o futuro não existem em separado, são uma coisa só. Essa fusão dos tempos faz com que seus personagens experimentem, simultaneamente, a vida que já viveram, responsável por eles serem como são, e a vida que ainda irão viver, pois a todo instante quem são hoje influencia, ou até determina, quem serão amanhã. Antônio Torres é um desses escritores.

"Querida Cidade" acompanha a história de um protagonista que, assim como outros personagens do livro, deixou a pequena cidade onde nasceu – para tentar uma vida melhor, para estudar ou mesmo para fugir de algo. Ao conversar com a mãe sobre o pai, que sumiu sem deixar vestígios muitos anos antes, o filho rememora a sua própria trajetória de êxodo, independência, fracasso e eventual retorno às origens. Por meio de lembranças, projeções e referências culturais de um Brasil profundo, a narrativa costura o onírico e o cotidiano, amor e melancolia, desalento e aceitação. Triunfo de um grande autor em sua melhor forma. 


O que disseram sobre o livro

“Leiam Antônio Torres. É muito bom este senhor aí”- Jorge Amado

“Nascido na Bahia, e marcado indelevelmente pelo sertão, Antônio Torres escreve a fascinação das cidades-labirintos.” - Le Nouvel Observateur

“Torres herdou as técnicas narrativas dos modernistas europeus, norte-americanos e latino-americanos juntamente com as grandes tradições orais do Brasil.” - Los Angeles Times

“Sua literatura tem uma força poética que trata o sórdido e o triste como partes de uma engrenagem criativa indisposta a falsificar a realidade ou a transgredir com os subterfúgios o que a história quer silenciar.” - Nélida Piñon


Você pode comprar "Querida Cidade", de Antônio Torres, publicado pela editora Record, neste link.

.: "A Biblioteca da Meia-noite", de Matt Haig, tem os melhores livros da sua vida


"A Biblioteca da Meia-noite" 
é um romance incrível que fala dos infinitos rumos que a vida pode tomar e da busca incessante pelo rumo certo. O livro, lançado pela editora Bertrand Brasil, gira de torno de Nora Seed, que aos 35 anos, é uma mulher cheia de talentos e poucas conquistas. Arrependida das escolhas que fez no passado, ela vive se perguntando o que poderia ter acontecido caso tivesse vivido de maneira diferente.


Após ser demitida e seu gato ser atropelado, Nora vê pouco sentido em sua existência e decide colocar um ponto final em tudo. Porém, quando se vê na Biblioteca da Meia-noite, Nora ganha uma oportunidade única de viver todas as vidas que poderia ter vivido. Neste lugar entre a vida e a morte, Nora pode, finalmente, se mudar para a Austrália, reatar relacionamentos antigos, ser uma estrela do rock, uma glaciologista, uma nadadora olímpica... enfim, as opções são infinitas.

Mas será que alguma dessas outras vidas é realmente melhor do que a que ela já tem? Em "A Biblioteca da Meia-noite", o novo romance de Matt Haig, Nora Seed se vê exatamente na situação pela qual todos gostaríamos de poder passar: voltar no tempo e desfazer algo de que nos arrependemos.

No livro, Nora Seed se vê exatamente na situação pela qual todos gostaríamos de poder passar: voltar no tempo e desfazer algo de que nos arrependemos. Diante dessa possibilidade, Nora faz um mergulho interior viajando pelos livros da Biblioteca da Meia-noite até entender o que é verdadeiramente importante na vida e o que faz, de fato, com que ela valha a pena ser vivida.

"A Biblioteca da Meia-noite" é um romance incrível que fala dos infinitos rumos que a vida pode tomar e da busca incessante pelo rumo certo. Nesta edição limitada, você ganha outro exemplar do livro embalado para presente. Você pode comprar "A Biblioteca da Meia-noite", de Matt Haig, lançado pela editora Bertrand Brasil, neste link.


O que disseram sobre o livro

“Uma celebração entusiástica do poder que os livros têm de mudar vidas.” – Sunday Times

“Um cenário de possibilidades ilimitadas, de novos caminhos trilhados, de novas vidas vividas, de um mundo totalmente diferente disponível para nós de alguma forma, em algum lugar, pode ser exatamente do que precisamos nesses tempos difíceis e turbulentos.” – The New York Times

“Um romance extremamente original e instigante sobre a importância de valorizar a vida que você tem.” – Independent

“Instigante e inspirador. Explora a nossa relação com o arrependimento e com o que realmente faz uma vida ser perfeita.” – Harper’s Bazaar

“Uma história sobre segundas chances e viver com arrependimentos. Muito envolvente.” – Stylist

“Eu amei ''A Biblioteca da Meia-noite'. Ele condensa coisas importantes e tristes – morte, saúde mental, filosofia existencial – em um livro excepcional, prazeroso e de aquecer o coração.” – Pandora Sykes



.: Marisa Monte comenta faixa a faixa as canções do álbum "Portas" em podcast


"Tem que ter coragem de defender o amor, principalmente em um mundo tão deflagrado como o que a gente está hoje", comenta Marisa Monte sobre seu novo álbum "Portas". A cantora revelou detalhes do processo de produção e composição do álbum no projeto Faixa a Faixa, exclusivo da Deezer.


Depois de um hiato de dez anos, Marisa Monte voltou a agraciar seus fãs e o mundo da música com todo o otimismo, coragem, fé e principalmente, muito amor, do álbum "Portas", seu novo lançamento! E a cantora não nega, ela sempre escreveu sobre amor e vai continuar compondo músicas sobre esse que é um dos sentimentos mais sublimes da humanidade. "Tem que ter muita coragem para o amor, se a gente quer um mundo mais igualitário, diverso e com menos ódio, a única maneira é construir isso através do amor. O amor como forma de construção política e apartidária é ferramenta potente e necessária", contou Marisa Monte em papo online e descontraído com seus fãs no projeto "Faixa a Faixa", exclusivo da Deezer.

"Portas" é a música que abre o álbum, mas por pouco não foi a canção "A Língua dos Animais". "Eu tinha dúvidas se 'Portas' iria abrir o álbum, se esse seria o nome do álbum, pensamos que seria ‘A Língua dos Animais’ mas acabou que ‘Portas’ se impôs e veio abrindo esse caminho", conta Marisa. A escolha foi certeira, a música fala sobre aberturas, dúvidas, decisões de passagem e tem o toque filosófico da artista. "Ela fala de grandes decisões da vida como também pode ser de decisões corriqueiras, a gente está todos os dias fazendo escolhas. Não existe o jeito certo de fazer, existe um jeito para cada um. Nós gravamos ela remotamente, eu queria ter feito um ao vivo no estúdio, a galera tocando junto, se olhando, mas claro que com a pandemia as coisas ficaram mais perigosas e difíceis", comenta Marisa Monte.

O álbum segue com "Calma", a segunda música gravada do novo projeto. Produzida em conjunto com Chico Brown, filho de Carlinhos Brown, a música tem uma mensagem de fé no futuro e que eventualmente as coisas vão melhorar. "As dificuldades que a gente está vivendo vão impulsionar a gente para um progresso e tirar a gente desse atraso", diz a artista sobre a composição da música. Chico Brown, que também é multi instrumentista, participou da produção e composição de diversas músicas do álbum, Marisa o define como "um artista assombroso".

Grande parte das músicas do "Portas", foram compostas nos últimos anos, como "Pra Melhorar" composta há seis anos e "Quanto Tempo", em que a melodia foi criada no final dos anos 90, mas foi finalizada recentemente para este novo trabalho. Das quatro músicas compostas durante a quarentena, "Vagalumes", ganha destaque pelo jogo de palavras, no qual todas as palavras se conectam com "luz", além de ser uma ode à natureza. "É sobre a valorização de cada mini rente da natureza, como uma coisa tão pequena pode transformar a vida, tudo tem seu papel e importância", afirma Marisa.

Já "Medo do Perigo" fala sobre romance e a coragem de continuar buscando o amor apesar dos riscos que ele pode trazer, como diz o verso "Deixo a tempestade para um novo abrigo". "O amor é uma forma de protesto contra o ódio. Eu tenho feito isso quase a vida toda com as minhas músicas, tem que ter coragem de defender o amor principalmente num mundo tão deflagrado como o que a gente tá hoje. Fico muito feliz de encontrar tanta gente que pense assim também", comenta a artista.

Ao final do bate papo com os fãs sobre cada faixa do álbum, Marisa Monte reforçou a força da música e do otimismo. "A vida é feita de ciclos, quando as coisas estão ruins a tendência é melhorar. Foi muito importante produzir durante a quarentena, eu sabia que eu poderia contribuir de alguma maneira com essa ferramenta que é a música, a arte, a criatividade, a imaginação, para que esse momento seja menos doído para todo mundo. Fico feliz que o álbum tenha saído nesse momento, é nesse momento que ele se faz necessário", finaliza a cantora.

.: OSGEMEOS: Segredos": sucesso em São Paulo, exposição vai para Curitiba


Após o sucesso na Pinacoteca de São Paulo, a exposição "OSGEMEOS:Segredos" poderá ser visitada no Museu Oscar Niemeyer em Curitiba a partir de setembro de 2021. Um dos espaços da exposição na Pinacoteca de São Paulo. Foto: Levi Fanan/Pinacoteca de São Paulo.

Após grande sucesso na Pinacoteca de São Paulo, exposição "OSGEMEOS:Segredos" vai para o Museu Oscar Niemeyer em Curitiba. A mostra liderou a retomada das atividades culturais no país após o longo período de suspensão imposto pela pandemia.

A Pinacoteca de São Paulo, museu da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, anuncia que a exposição "OSGEMEOS:Segredos" seguirá para Curitiba e poderá ser visitada no Museu Oscar Niemeyer (MON) a partir de setembro de 2021.

Na capital paulista, "OSGEMEOS:Segredos", com curadoria do diretor-geral da Pinacoteca, Jochen Volz, impactou mais de 511 mil pessoas, contando as ações online e as visitas presenciais. A mostra liderou o interesse pelas atividades culturais em São Paulo desde seu início em 15 de outubro de 2020. Os ingressos esgotavam em minutos após serem disponibilizados e a programação segue "sold out" até o dia 9 de agosto de 2021, último dia da exibição na Pina.

Durante todo o período, a Pinacoteca operou com restrições de atendimento e seguiu todos os protocolos de higiene e segurança do Plano São Paulo de combate à covid-19, o que limitou a capacidade de atendimento. Mesmo assim, mais de 179 mil visitantes passaram pelos espaços da mostra e puderam apreciar o trabalho dos irmãos presencialmente.

Por conta do êxito da exposição, "OSGEMEOS:Segredos" foi prorrogado duas vezes e um tour virtual foi lançado para que o público de outros países e estados pudesse ter acesso à trajetória e aos trabalhos da dupla de artistas. O número de acessos à experiência virtual em 360º da mega exposição já supera os 122 mil. 

Ainda por conta da exposição, outros projetos foram desdobrados para atingir novos públicos, tudo transmitido de forma online. Dentre as ações, está a série audiovisual Segredos, idealizada pelos artistas OSGEMEOS, sobre a essência e perspectivas do hip hop paulista com mais de 126 mil visualizações no YouTube do museu. 

A produção conta com quatro episódios de aproximadamente 20 minutos cada. Os vídeos aproximam os telespectadores ao universo criativo dos irmãos e têm a intenção de incentivar outros jovens brasileiros a conhecerem e se aproximarem das manifestações artísticas de rua e seguir na busca de sua própria identidade, podendo até mesmo transformar a sua realidade. Assista a série completa .

Devido à pandemia, as visitas educativas das escolas a Pinacoteca organizadas pelo NAE (Núcleo de Ação Educativa) ficaram suspensas. Para suprir esse viés educativo, um vídeo com OSGEMEOS apresentando a mostra foi produzido e disponibilizado no canal do YouTube do museu e já alcança a marca de 73 mil visualizações. O material é voltado para professores e alunos, mas todos podem assistir. Confira aqui . Já as lives, com a participação do curador Jochen Volz e dos artistas Gustavo e Otávio Pandolfo, tiveram uma audiência de cerca de 11 mil pessoas.


OSGEMEOS: Segredos na Pina
Na Pinacoteca de São Paulo, a exposição contou com mais de 1000 itens do rico imaginário d’OSGEMEOS. O duo apresentou pinturas, instalações imersivas e sonoras, esculturas, intervenções site specific, desenhos e cadernos de anotações. O corpo de obras ocupou as sete salas de exposições temporárias do primeiro andar, um dos pátios, o hall, além de uma instalação concebida especialmente para o octógono do museu.


Catálogos
Dois catálogos bilingues, em português e em inglês, foram produzidos. O primeiro inclui apresentação do diretor-geral da Pinacoteca, Jochen Volz, textos inéditos de Julia Flamingo e de Paulo Portella, além de imagens de obras da exposição e de outros projetos. O segundo apresenta vistas da mostra na Pinacoteca de São Paulo. Os dois estão à venda na loja presencial e virtual do museu que pode ser acessada em Pina loja As publicações são os produtos mais solicitados da coleção d’OSGEMEOS superando mais de 9 mil unidades vendidas.


Sobre OSGEMEOS
Projetos recentes da dupla incluem exposições individuais em: Frost Art Museum (Nashville, 2019), Hamburger Bahnhof (em colaboração com Flying Steps) (Berlim, 2019), Mattress Factory (Pittsburgh, 2018), Pirelli HangarBicocca (Milão, 2016), Museu Casa do Pontal (Rio de Janeiro, 2015), ICA - The Institute of Contemporary Art (Boston, 2012). Suas obras integram coleções importantes ao redor do mundo, como: MOT (Tóquio), Franks-Suss Collection (Londres), MAM-SP (São Paulo), Pinacoteca do Estado de São Paulo (São Paulo), Museu Casa do Pontal (Rio de Janeiro).



sábado, 7 de agosto de 2021

.: Entrevista: Walcyr Carrasco fala sobre "Verdades Secretas", de volta à Globo


Vencedora do Emmy Internacional 2016 de Melhor Novela irá ao ar na TV Globo a partir de 24 de agosto. Walcyr Carrasco relembra a obra. Foto: Globo/Reinaldo Marques


Uma obra impactante, que conquistou enorme sucesso no ano de 2015 e segue viva na memória do público até hoje, estará de volta à grade da TV Globo a partir do próximo dia 24. Vencedora do Emmy Internacional 2016 de Melhor Novela, escrita por Walcyr Carrasco, com direção de núcleo de Mauro Mendonça Filho, "Verdades Secretas" parte da trajetória de Arlete (Camila Queiroz).

Nascida e criada no interior de São Paulo, a jovem tímida e romântica chega à capital com o grande sonho de ser modelo, mas logo descobre que existe um submundo escondido sob o glamour da moda, do luxo e do dinheiro. Diante da família passando dificuldades financeiras, ela começa a integrar o casting da agência de modelos da ambiciosa Fanny (Marieta Severo) e se deixa levar pelas facilidades que esta nova realidade pode lhe proporcionar. Angel - como é batizada na agência - acaba vivendo uma intensa paixão com Alex (Rodrigo Lombardi), um dos homens mais poderosos da indústria têxtil.

Obcecado pelo sentimento que a modelo desperta nele, Alex se envolve com a mãe de Angel, Carolina (Drica Moraes), unicamente com o intuito de estar próximo dela, depois que a jovem se dá conta de que ele não é o príncipe do conto de fadas que idealizou. Dessa relação surge um arriscado triângulo amoroso. Na novela que revelou Camila Queiroz para o grande público, o elenco brilhou. Grazi Massafera, na pele da modelo Larissa, que se vicia em crack, foi indicada ao Emmy Internacional 2016 como Melhor Atriz. Marieta Severo e Reynaldo Gianecchini - como Anthony, modelo em final de carreira com quem Fanny mantém uma relação nada convencional -, fizeram uma dobradinha inesquecível, repleta de sarcasmo e humor ácido.

Também junto de Marieta e do universo da agência, Rainer Cadete surpreendeu como o booker Visky. Rodrigo Lombardi entrou para o rol dos homens mais desejados, mesmo com um personagem de caráter bastante controverso, e Agatha Moreira, que deu vida a Giovanna, filha de Alex, também se destacou na pele da jovem amoral e mimada, entre outros exemplos. "Verdades Secretas" contou ainda com a luxuosa atuação de Eva Wilma - falecida em maio deste ano –, que viveu Fábia, a mãe de Anthony, uma socialite falida e alcoólatra. E a Top Model Alessandra Ambrósio participou do início da trama como namorada de Alex.    

Com a cidade de São Paulo como protagonista da narrativa, "Verdades Secretas" teve gravações em diversos locais da capital paulistana, inclusive em eventos de moda, como a São Paulo Fashion Week. A estrutura e a performance do internacional Fuerza Bruta também fizeram parte das gravações. Um desfile com a primeira aparição de Angel como modelo acontece durante a apresentação da companhia, que tem dança, música e acrobacias aquáticas em seu repertório.

Com figurino repleto de inspirações na moda da época - a equipe contou com a parceria do estilista e consultor Dudu Bertholini -, uma estética artesanal e ao mesmo tempo inovadora, com cenários totalmente fechados, sem boca de cena, projeções nas janelas e bastante realismo e dramaticidade na fotografia, "Verdades Secretas" se destacou pela ousadia e originalidade e tem tudo para conquistar novos espectadores, além de surpreender novamente quem já assistiu. 

Uma história de amor e obsessão, embalada pelo clima de glamour, poder, desejo, armadilhas e ilusões. "Verdades Secretas" é escrita por Walcyr Carrasco, com direção de núcleo de Mauro Mendonça Filho e direção geral de André Felipe Binder, Natália Grimberg e Mauro Mendonça Filho, direção de Allan Fiterman, Mariana Richard e André Barros.  A obra vai ao ar a partir do dia 24 de agosto, às segundas após "Império"; às terças depois de "The Masked Singer Brasil"; às quintas na sequência de "Sob Pressão"; e às sextas após "Globo Repórter".


Quando foi exibida originalmente, "Verdades Secretas" foi um sucesso de público, crítica e comentários nas redes sociais. O que achou quando soube que seria exibida novamente na TV?
Walcyr Carrasco - 
Sou apaixonado por "Verdades Secretas", que inclusive me deu um Emmy. Fiquei muito feliz e orgulhoso pela reexibição.  


Como foi o processo de construção da obra, como você escolheu o mote principal da trama?
Walcyr Carrasco - Na época eu fui vivenciar, fazer um trabalho de pesquisa intensa sobre a realidade do mundo dos modelos. Fui fundo na investigação.   


A trama aborda um mundo de aparências, fala sobre poder, dinheiro, drogas entre outros temas. Qual a importância de trazer à tona tantas questões em uma trama?
Walcyr Carrasco - Esse é um mundo repleto de glamour, e, às vezes, a glamourização esconde a realidade, o que realmente é a vida, a dificuldade, a batalha, e também aspectos que não são falados, como droga e prostituição. 


Qual foi o principal desafio desse trabalho?
Walcyr Carrasco - 
O desafio foi falar a verdade com todas as letras. Verdades Secretas. 


O que "Verdades Secretas" representa em sua carreira?
Walcyr Carrasco - "Verdades Secretas" é um marco na minha carreira, pois sempre fui muito conhecido por minhas novelas de época e quis apresentar um novo aspecto do meu trabalho. 


Como foi para você ver sua história concorrer e ganhar um Emmy Internacional?
Walcyr Carrasco - Foi sensacional. Eu nunca imaginei que chegaria tão longe, que estaria num salão em Nova York e o Emmy seria meu, nosso, da TV Globo. Fiquei sem chão, de tanta emoção. 


Mesmo sendo exibida depois das 22h, ela foi um sucesso enorme de audiência, a que atribui tamanho interesse do público pela trama?
Walcyr Carrasco - Acredito que o público gosta muito quando falamos a verdade sem meios termos. É o que faço em todas as minhas obras. 


Acredita que a exibição da trama de 2015 irá gerar o mesmo tipo de engajamento da época?
Walcyr Carrasco - 
Acho que muita gente não viu e, muita gente gostaria de relembrar, viver novamente as emoções. Será uma grande oportunidade!




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