domingo, 17 de abril de 2022

.: Espetáculo "Meus Cabelos de Baobá" em cartaz no teatro do Sesc Santos


“Meus Cabelos de Baobá” será apresentado na próxima quarta-feira, dia 20, com público presencial no Teatro do Sesc Santos. O espetáculo de Fernanda Dias com as participações de Ana Paula Black e Beá e direção de Vilma Melo faz curta temporada. Espetáculo valoriza a identidade negra feminina, abordando temas que se conectam a ancestralidade e a força de se reinventar.
 Foto: Valmyr Ferreira


O espetáculo "Meus Cabelos de Baobá" será realizado na quarta-feira, dia 20 de abril, às 20h, no teatro do Sesc Santos. Indicação a partir dos 14 anos. Os ingressos custam de R$ 15 (credencial plena) a R$ 30 (inteira) e estão disponíveis on-line em sescsp.org.br a partir das 14h do dia 19 de abril. Presencialmente, na quarta, dia 20 de abril, às 17h, nas bilheterias do Sesc SP.

O objetivo deste espetáculo é além de trazer para a cena teatral uma estética que atravessa a diáspora negra, como essa diáspora, influencia a capacidade das mulheres se reinventarem através dos tempos e como essas estéticas podem ser reveladoras a ponto de fazer com o que o não dito venha à tona. Deste modo, a narrativa apresentada traz ao espectador a possibilidade de perceber o que está por trás do que vê.

O espetáculo “Meus Cabelos de Baobá” tem dramaturgia e atuação de Fernanda Dias e direção de Vilma Melo. A montagem costura sua narrativa aos argumentos de Simone Ricco, textos da escritora Conceição Evaristo e dança da bailarina senegalesa Germaine Acogny.

A peça se desenvolve em torno de diálogos da Rainha Dandaluanda com a árvore milenar de origem africana, o Baobá.  A árvore ensina a rainha os valores africanos e desperta sua autoestima: primeiro, como menina; em seguida, como mulher e, finalmente, como rainha, consciente de sua beleza singular, de sua força ancestral e identidade negra.

"Podemos notar que no cenário cultural brasileiro, os padrões e valores eurocêntricos dominam a cena. A carência de uma estética negra, neste campo, ainda é uma ação recorrente. Trata-se de um conjunto de engrenagens que silencia de modo subliminar as mulheres, principalmente as mulheres negras", ressalta Fernanda Dias.

O objetivo deste espetáculo é além de trazer para a cena teatral uma estética que atravessa a diáspora negra, como essa diáspora, influencia a capacidade das mulheres de se reinventarem ao longo dos tempos, e como essas estéticas podem ser reveladoras a ponto de fazer com o que o não dito venha à tona.

Fernanda Dias é atriz, artista e pesquisadora das danças de matrizes africanas, especializada   em Preparação Corporal para as Artes Cênicas pela Faculdade de Dança Angel Viana (FAV). Atualmente é Doutoranda em Artes pela UERJ, onde debruça-se nas estéticas corporais negras para a cena através do Laboratório de Dança Raízes do Movimento.

Vilma Melo é formada em Artes Cênicas (UNIRIO), com mais de vinte anos de carreira e nesse período, trabalhou com artistas renomados da cena carioca em diversos espetáculos teatrais, novelas, curtas e longas metragens. Em 2017, sua atuação no espetáculo “Chica da Silva”, com direção de Gilberto Grawrosnky, lhe rendeu o prêmio Shell de Melhor Atriz.


Ficha técnica
Espetáculo:
“Meus Cabelos de Baobá”
Direção: Vilma Melo
Argumento: Simone Ricco
Texto: Fernanda Dias
Elenco: Fernanda Dias, Ana Paula Black  e  Beá
Stand-in: Tati Silva e Rosa Nogueira
Figurino: Clívea Choen
Desenho de luz: Binho Schaefer (in memória)
Operador de luz: Victor Tavares
Direção musical e percussão: Beá
Coreografias: Fernanda Dias e Charles Nelson
Músicas originais: Jhon Conceição e Beá
Concepção de cenário e projeto gráfico: Cachalote Mattos
Idealização: Fernanda Dias
Produção executiva: Claudia Bueno


Serviço
Espetáculo: “Meus Cabelos de Baobá”
Quarta-feira, dia 20 de abril, às 20h, no teatro do Sesc Santos

Sesc Santos
Rua Conselheiro Ribas, 136, Aparecida - Santos/SP
(13) 3278-9800 
sescsp.org.br/santos 


Orientação para acesso à unidade:
Para ingressar nas unidades do Sesc SP é necessário apresentar comprovante de vacinação contra Covid-19 (físico ou digital) e um documento com foto:

  • Maiores de 12 anos devem apresentar o comprovante contendo as duas doses ou dose única da vacina.
  • As crianças de 5 a 11 anos devem apresentar o comprovante evidenciando UMA dose (conforme calendário do município).
  • Recomendável o uso de máscara.

Bilheteria Sesc Santos - Funcionamento
Terça a sexta, das 9h às 21h30 | Sábado, domingo e feriado, das 10h às 18h30
Venda de ingressos até 1 hora antes do espetáculo. 


.: A semana no "Pantanal": resumos dos capítulos de 18 a 23 de abril


Jove (Jesuíta Barbosa) é um dos protagonistas da segunda fase de "Pantanal". Foto: Globo/João Miguel Júnior

"Pantanal" é escrita por Bruno Luperi, baseada na novela original escrita por Benedito Ruy Barbosa. A direção artística é de Rogério Gomes, direção de Walter Carvalho, Davi Alves, Beta Richard e Noa Bressane. A produção é de Luciana Monteiro e Andrea Kelly, e a direção de gênero é de José Luiz Villamarim. Confira os resumos dos capítulos de 18 a 23 de abril de 2022. Os capítulos estão sujeitos a mudanças em função da edição da novela. O Resenhando.com tem um grupo para comentar a novela das nove - entre e fique à vontade para participar!


Capítulo 19
Jove diz a José Leôncio que não tem a intenção de viver no Pantanal. Muda fica aterrorizada ao ouvir o Velho do Rio contar para Juma sobre a morte do jagunço que matou Maria Marruá. José Leôncio se emociona quando Jove pede para Tibério tocar uma música que o avô gostava. Juma ameaça Muda ao vê-la com a espingarda apontada para a onça Marruá. Guta enfrenta Tenório. Tadeu reclama de José Leôncio para Filó. Juma e Muda brincam nas águas do rio. Tenório e José Leôncio sentem o bom entendimento entre seus filhos. Tibério e Tadeu falam de Juma para Jove, que fica curioso. Tadeu leva Jove até a tapera de Juma.

 
Capítulo 20
Juma expulsa Tadeu e Jove. José Leôncio pede que Tibério ajude seu filho a perder o medo de cavalo. Jove questiona Tadeu sobre Filó e José Leôncio. Nayara rouba o HD do computador de do ex-namorado. Tenório questiona José Leôncio sobra a lida com bois. Jove leva Guta até a tapera de Juma. Jove e Guta tomam banho de rio. Juma e Muda veem os dois e roubam suas roupas. Tibério critica Tadeu por não ter coragem de se declarar para Guta. Juma cheira as roupas de Jove. José Leôncio e Tenório se preocupam com os filhos. Guta decide se abrir com Jove. 
 

Capítulo 21
Guta e Jove saem do rio e descobrem que suas roupas foram roubadas. Tibério tenta ensinar Jove a montar. Guta revela para Tenório que se envolveu com o filho de José Leôncio. Jove ouve as reclamações do pai sobre ele e pensa em voltar para o Rio de Janeiro. José Leôncio viaja para São Paulo. Jove decide ir para o ninhal sozinho e Tibério não consegue impedi-lo. José Leôncio discute com Tadeu. Filó critica Tibério por ter deixado Jove ir sozinho para ninhal. Maria pede que Tenório converse com Guta sobre Jove. O Velho do Rio vê o barco de Jove ancorado no ninhal. Tadeu reclama da presença do irmão na fazenda. Jove é picado por uma cobra.
 

Capítulo 22
Jove não vê a cobra, mas sente a picada e desmaia. Uma sucuri gigante aparece e envolve todo o seu corpo. José Leôncio se reúne com Davi e Matilde na empresa. Filó manda Tibério procurar Jove. Madeleine descobre que Nayara invadiu o perfil do filho e fica furiosa. Tibério encontra o barco e a faca de Jove e Filó se desespera. Tadeu tenta avisar a José Leôncio do sumiço do irmão. Guta confronta Tenório e o questiona sobre sua outra família. José Leôncio descobre do desaparecimento de Jove. Gustavo discute com Madeleine e vai embora. O Velho do Rio pede ajuda a Juma.
 

Capítulo 23
O Velho do Rio faz seu ritual na tapera de Juma. José Leôncio e os peões procuram por Jove pelas matas. O fazendeiro culpa Tibério por ter permitido que seu filho saísse sozinho de barco e demite o peão. Juma cuida de Jove e teme pela sua morte. José Leôncio pensa em como dará a notícia para ex-mulher. Madeleine discute com Mariana sobre Gustavo. Tibério vai com Levi à tapera de Juma. O Velho do Rio deixa Jove aos cuidados de Juma. José Leôncio vai ao Rio de Janeiro falar com Madeleine. Guta chega à tapera de Juma e pergunta por Jove. Tibério vai embora da fazenda. José Leôncio chega à mansão dos Novaes. Tibério encontra Jove na tapera de Juma.
 

Capítulo 24
Juma aponta a arma para Tibério e afirma que ninguém pode saber sobre Jove. José Leôncio fala com Mariana, que se desespera. Tibério pede para Muda ir embora com ele. Madeleine se descontrola ao saber do sumiço de Jove. Tadeu questiona Filó sobre o relacionamento dela com seu padrinho. Tibério volta para a fazenda, mas não conta sobre Jove. Guta desmoraliza Tenório na frente da mãe. José Leôncio decide se divorciar de Madeleine. Jove recobra a consciência e Juma fica feliz. José Leôncio vai embora da mansão dos Novaes. O Velho do Rio diz a Juma que Jove não vai mais sair do Pantanal. Tibério se surpreende quando Jove afirma que não deixará a tapera.

.: "Quanto Mais Vida, Melhor": resumo dos capítulos de 18 a 23 de abril


Neném (Vladimir Brichta), Flávia (Valentina Herszage), Guilherme (Mateus Solano) e Paula (Giovanna Antonelli) de corpos trocados. Foto: Globo/Estevam Avellar


"Quando Mais Vida, Melhor!" conta a história que une Neném (Vladimir Brichta), Paula (Giovanna Antonelli), Guilherme (Mateus Solano) e Flávia (Valentina Herszage) que têm as vidas interligadas a partir de um epísódio sobrenatural e, a partir disso, passam por situações hilariantes. A novela é criada e escrita por Mauro Wilson, com direção artística de Allan Fiterman. 

Confira os resumos dos capítulos de 18 a 23 de abril. Os resumos dos capítulos estão sujeitos a mudanças em função da edição da novela. O Resenhando.com tem um grupo para comentar a novela das sete - entre e fique à vontade para participar!


Capítulo 127
Flávia/Guilherme é presa. Guilherme/Flávia desconfia da culpa de Roni na prisão de Pink. Paula e Neném confirmam as suspeitas de Carmem. Guilherme/Flávia avisa que não irá mais se casar e Celina comemora. Carmem chantageia Neném e Paula. Flávia/Guilherme tenta se explicar para Torres e Prado. Gabriel decide produzir a banda de Murilo. Rose recebe uma proposta para trabalhar fora do país. Carmem volta a ser a presidente da Wollinger Terrare.

 

Capítulo 128
Paula/Neném se recusa a fazer massagem em Carmem. Joana encontra Flávia/Guilherme no centro cirúrgico. Rose conta para Paula/Neném que vai trabalhar em Paris. Roni e Cora obrigam Juca e Odete a trabalharem na Pulp Fiction. Tigrão beija Soraia e Tina observa os dois. Paula/Neném revela a Ingrid que Tuninha é sua avó.

 

Capítulo 129
Ingrid fica furiosa com Neném/Paula. Edson e Tetê confabulam contra Osvaldo. Flávia/Guilherme conversará com Roni. Ingrid é hostil com Tuninha. Paula/Neném lamenta por ter contado a verdade para Ingrid. Gabriel se incomoda com os olhares de Tina para Tigrão. Rose conta para Guilherme/Flávia que irá trabalhar em Paris. Ingrid discute com Neném/Paula. Flávia/Guilherme faz uma proposta para Roni. Tetê atropela Edson e Nedda culpa Osvaldo.

 

Capítulo 130
Edson reforça a culpa de Osvaldo no atropelamento. Celina tem um surto ao saber que o filho quer vender a clínica. Ingrid faz as pazes com Tuninha. Tina se acerta com Gabriel. Flávia/Guilherme passa mal e Paula/Neném a ajuda. Flávia/Guilherme se despede de Tigrão. Daniel avisa a Guilherme/Flávia que assinará a venda da clínica. Flávia/Guilherme se sente mal novamente e Odaílson se preocupa.

 

Capítulo 131
Paula/Neném pede para Rose não ir para Paris. Odaílson conta para Guilherme/Flávia que viu Flávia passar mal. Bianca se sente mal e pede a ajuda de Roni. Guilherme/Flávia não consegue falar com Flávia/Guilherme. Guilherme/Flávia, Neném/Paula e Paula/Neném vão atrás de Flávia/Guilherme, que está desmaiada no barco.

 

Capítulo 132
Guilherme/Flávia teme pela vida de Flávia/Guilherme. Roni se enfurece ao saber que a banda de Murilo tocará em outro bar. Celina tenta impedir a venda da clínica de Guilherme. Carmem chega para o evento da International Cosmetic Fair. Neném/Paula e Paula/Neném descobrem por que Flávia/Guilherme está passando mal. Rose ouve Neném chamar por ela no aeroporto.


sábado, 16 de abril de 2022

.: Crítica: "A Lista", com Lilia Cabral e Giulia Bertolli, mãe e filha no teatro


Por 
Helder Moraes Miranda, editor do Resenhando. 


Depois de dez anos, Lilia Cabral volta ao teatro em São Paulo na estreia nacional da peça "A Lista", ao lado da filha Giulia Bertolli, juntas no palco pela primeira vez. A montagem inédita segue em cartaz nos palcos do Teatro Renaissance com dramaturgia de Gustavo Pinheiro e direção de Guilherme Piva. Foto: Pino Gomes

Algo de mágico acontece nas noites de São Paulo entre o sábado e o domingo. É quando as atrizes Lilia Cabral e Giulia Bertolli sobem ao palco do Teatro Renaissance para apresentar "A Lista", peça teatral escrita por Gustavo Pinheiro, que fica em cartaz até o dia 12 de junho. Sob a direção cheia de sensibilidade de Guilherme Piva, elas emocionam, divertem e falam sobre o agora, em um momento em que a pandemia ainda está entre nós e atingiu tanta gente: a catarse é generalizada.

A partir de dois pontos de vista antagônicos, as personagens Laurita (Lília Cabral) e Amanda (Giulia Bertolli) discutem a relação construída a partir de uma gentileza: a história da jovem prestativa que se oferece para fazer compras por alguns moradores de um condomínio, entre eles uma senhora que, para se protager do coronavirus, não sai de casa há meses.

Amanda erra produtos da lista, Laurita não agradece nunca e sempre reclama. Estabelece-se uma péssima relação até que uma delas resolve cortar o vínculo e, a partir de uma conversa franca, passar a limpo uma relação formada por indiferença, mágoas e mal-entendidos. A magia do palco se faz diante dos olhos de um público maravilhado. Impossível não reconhecer o talento de Lilia Cabral e nem se apaixonar pela atuação de Giulia Bertolli.

Na vida real, são mãe e filha - será que há na genética o talento de artista? Talvez essa pergunta permeasse a apresentação no início do espetáculo. Depois, a dúvida se dissolve. Ter parentesco com um artista consagrado, além de ser uma dádiva, também deve ter o dissabor de ter que provar a todo mundo que se é bom no que faz. No caso de Giulia, se por acaso isso ainda for uma questão, a plateia não percebe. Não há um duelo e nem um embate entre quem é melhor - há um complemento, uma sincronia e uma espécie de linha invisível que amarra as duas e envolve a todos em uma espécie de hipnose.

É notório que o público está ali para ver de perto a grande dama da televisão brasileira. Lilia Cabral, musa das reexibições das novelas no período da pandemia em horário nobre da emisssora líder de audiência no país - foram duas protagonistas e um papel de destaque em sequência: "Fina Estampa" (de Aguinaldo Silva), "A Força do Querer" (de Glória Perez) e "Império" (de Aguinaldo Silva).

No palco, não é novidade a entrega de uma artista tarimbada pela televisão - é o que se espera dela, mas o grande ponto de interrogação era a atuação da filha. Giulia Bertolli é, surpreendentemente, a cereja do bolo de "A Lista" - e talvez a espinha dorsal de tudo o que gira em torno desta produção. Em um embate de falas contundentes entre as personagens - a atriz, que chega a interpretar duas personagens - brilha de uma maneira que nenhuma artista da idade dela, diante de um mito feito Lilia Cabral, conseguiria fazer. Há segurança e integridade em todas as falas ditas por ela, mas também há muita humanidade.

Não há a competição de quem é melhor entre as atrizes porque não há disputa. Há, sim, uma atmosfera de afeto que talvez não fosse possível perceber se não fossem mãe e filha em palco cujo público está rendido. Não existe "A Lista" sem Lília Cabral, muito menos o espetáculo não teria o mesmo impacto sem a presença marcante de Giulia Bertolli. Qualquer substituição possível não teria o mesmo efeito.

"A Lista" é sobre o agora, mas é também sobre a urgência de encarar a própria vida e transformar o que restou dela. É imprescindível assistir e, se por algum motivo você não sair mudado, reveja (a vida e a peça - nas duas situações, pode ter certeza, você sairá no lucro).

Ficha técnica:
Espetáculo: 
"A Lista". Texto: Gustavo PinheiroDireção: Guilherme Piva. Elenco: Lilia Cabral e Giulia Bertolli. Cenários e figurinos: J.C. Serroni. Iluminação: Wagner Antônio. Direção de movimento: Marcia Rubin. Assessoria de imprensa: Adriana Balsanelli e Renato Fernandes. Fotógrafo: Pino Gomes. Programador visual: Gilmar Padrão Jr. Direção de produção: Celso Lemos.


Serviço:
Espetáculo: "A Lista". Temporada: de 12 de março a 12 de junho. Sábados, às 20h30, e domingos, às 18h. Duração: 80 minutos. Gênero: comédia dramática. Classificação etária: 12 anos. Ingressos: R$ 100 (inteira) e R$ 50 (meia). Teatro Renaissance - Alameda Santos, 2233 - Jardim Paulista, São Paulo. Ingressos à venda em: www.olhaoingresso.com.brFuncionamento da bilheteria: de sexta a domingo, de 14h até a hora do espetáculo.



A Lista", com Lilia Cabral e Giuliana Bertolli. Foto: Bob Sousa

.: 1x3: "Cavaleiro da Lua" mostra "O Tipo Amigável" de Marc e Steven

Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em abril de 2022


Em "O Tipo Amigável", terceiro episódio da série "Cavaleiro da Lua"Steven Grant (Oscar Isaac) está no posto de "homem do espelho", sendo assim, é Marc Spector (Oscar Isaac) quem domina a situação, garantindo o ritmo de ação, com muita pancadaria, para a história cheia de deuses egípcios. Contudo, Layla (May Calamawy) é quem organiza a documentação para viajar ao Egito e encontrar Marc/Steven. Assim, enquanto o nome da Marvel é formado na tela com os heróis conhecidos, a música árabe "Enta", de Dj Kaboo -na trilha sonora do seriado- dá o clima para o público sobre o que irá encontrar no episódio de 46 minutos.

Num visual arenoso, surge Arthur Harrow (Ethan Hawke) com o escaravelho apontando para um lugar. Ali, Harrow acredita estar Ammit (Sofia Danu), quem pretende ressuscitar e seguir seu plano. Enquanto Marc enfrenta três caras equipados com facas nos telhados árabes, algo bem estilo "Homem-Aranha", para atrapalhar tudo, surge uma imagem na ferramenta. Steven está no reflexo de uma das facas e, claro, a confusão das personalidades torna a história ainda melhor. Afinal, Konshu consegue ser uma terceira voz quando Marc é quem domina o avatar.

A reunião dos deuses com a presença de Harrow, serve ao público uma discussão ferrenha. Uma cena e tanto. Sem contar que mostra o talento de Oscar Isaac na alternância entre Marc e Konshu. Ao sair da pirâmide de Gizé, a dobradinha Marc e Layla faz uma D.R., apresenta mais informações sobre o passado do protagonista, o que acaba esbarrando em mais ação explodindo na tela. 

A estética desse terceiro episódio de "Cavaleiro da Lua" é de fazer o queixo cair. Como não ficar sem palavras quando o Cavaleiro da Lua pula do alto até o chão e sua capa forma a lua?! Contudo, há um lado brincalhão desse justiceiro. No meio de um grande rebuliço, Steven assume o traje e pede para parar aquilo tudo, pois todos ali precisam se acalmar. "Está todo mundo estressado", grita. Convenhamos, é algo tão inesperado que lembra o querido anti-herói "Deadpool".

Em "O Tipo Amigável", Steven ganha um novo apelido, agora dado por Konshu. Assim, deixa de ser o "idiota" da loja de presentes para se rotulado de "verme". No entanto, a maior surpresa é ao final quando o deus sofre em nome da vitória de Harrow. É também nesse episódio que há a participação do ator Gaspard Ulliel, na pele de Anton Mogart. Em 19 de janeiro de 2022, ele faleceu, quando estava de férias, em Savoie, ao colidir com outro esquiador no cruzamento de duas pistas azuis. Ao fim, há uma homenagem com o nome dele.

Que a próxima quarta-feira chegue, logo! A cada semana, todo episódio termina com ganchos incríveis. Em "O Tipo Amigável" não foi diferente e deixou um gostinho de "preciso saber mais"!

Seriado: Cavaleiro da Lua

Episódio: O Tipo Amigável

Exibição: 13 de abril de 2022

Emissora original: Disney Plus

Direção: Mohamed Diab

Elenco: Steven Grant e Marc Spector (Oscar Isaac), Khonshu (F. Murray Abraham), Arthur Harrow (Ethan Hawke), Layla El-Faouly (May Calamawy), Midnight Man (Gaspard Ulliel)


*Editora do site cultural www.resenhando.com. É jornalista, professora e roteirista. Twitter: @maryellenfsm


.: A história de "Tilikum" e o destino de cada um de nós, por Manuela Dias


A dramaturga Manuela Dias, indicada a dois Emmys e autora da novela “Amor de Mãe” e da série “Justiça”, ambas pela TV Globo, estreia agora na literatura com um romance inspirado na vida de “Tilikum”, baleia orca que foi capturada nas águas geladas da Islândia, separada da mãe e ficou presa por 32 anos, servindo de entretenimento nos parques do Seaworld.

Manuela conheceu a saga de “Tilikum” ao assistir ao Blackfish, documentário lançado em 2013. O impacto foi enorme. Senti uma empatia tão grande por aquela baleia cativa há 32 anos, louca, assassina, produto-ruína do seu meio, enclausurada, reprodutora sexual, 21 filhos dos quais poucos ela conheceu e que morreu de pneumonia num tanque qualquer, afirma Manuela.

Neste seu livro de estreia, a dramaturga toma emprestada a cronologia da vida da baleia para contar a história de um homem chamado “Tilikum”, portador de uma mutação genética que o faz ser diferente de outros homens, mas não menos homem do que qualquer um de nós. Capturado aos dois anos de idade, ele passa a vida como cativo, sendo treinado para apresentações públicas.

A narrativa se torna transpessoal e absorve as vozes de todos que perderam a liberdade e tiveram suas identidades humilhadas. “Tilikum” agora parece carregar dentro de si o grito de todos aqueles que sofrem com a violência, o abandono, a falta de empatia.

Sobre “Tilikum”, o poeta, letrista e roteirista Geraldo Carneiro, da Academia Brasileira de Letras, diz na apresentação do livro: Por trás da narrativa de Manuela Dias há um ensaio antropológico cujo verdadeiro protagonista é uma forma de opressão. Opressão exercida por nossa espécie que não conhece a si mesma e, por isso, não reconhece o outro. Uma humanidade tão imersa em seu delírio narcísico que só enxerga miragens de si. É esse mundo desprovido de razão e sensibilidade que Manuela Dias denuncia em sua inusitada biografia de “Tilikum”. Espero que o leitor se reconheça nessa alegoria, espelho partido em que o humano se revela em seu avesso."

A pior coisa que uma sociedade pode fazer é conseguir que você odeie ser como é, diz Manuela Dias. Eu acredito que o coração é mais forte do que a cabeça, e mais poderoso também. Por isso, escrevo buscando a veia cardíaca que poderá alterar o batimento dos nossos comportamentos. Desnaturalizar os absurdos que normalizamos é o primeiro passo.

Eu acordo todo dia para mudar o mundo, escrevo para mudar o mundo. E quando digo mudar o mundo, estou falando de pequeníssimos passos na direção de uma nova ordem das coisas", detalha a autora.  Você pode comprar o livro "Tilikum, de Manuela Dias, neste link.

Sobre a editora Melhoramentos 
A Melhoramentos é um grupo que atua em diferentes segmentos há mais de 130 anos, e se posiciona como agente de transformação no mundo, realizando, empreendendo e sendo protagonista do futuro em seus negócios.

A editora Melhoramentos, fundada em 1915, assim como as demais empresas do grupo, tem um legado que atravessa gerações. Acredita em seu papel de estimular mudanças e desafiar. Busca, através da cultura e do entretenimento, levar conhecimento, inspirar as pessoas, e provocar transformações.


.: Crítica musical: Bruna Nascimento, um novo talento na MPB


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.

Jovem de origem humilde, a cantora e compositora pernambucana Bruna Nascimento está divulgando o seu primeiro trabalho, o EP "Desamarração", que traz composições próprias interpretadas por ela mesma. Com produção do experiente Luisão Pereira, as canções se mostram antenadas com a nossa boa MPB, investindo em mensagens diretas inspiradas no cotidiano da cantora.

Bruna é filha de retirantes. Nasceu no Recife e morou dos três meses aos 11 anos com a família em um quarto nos fundos de uma fábrica de jeans, em São Paulo. Formada em Engenharia de Produção pela USP e de volta ao Recife, a cantora e compositora lança agora o seu primeiro EP “Desamarração” (pelo selo YB Music) com Luisão Pereira tocando Violão, Baixo, Synth, Rhodes, além de elaborar os arranjos e a programação de sopros. Há participações de Nahor Gomes tocando Trompete e Flugelhorn e Caio Oliveira tocando bateria e percussão. Bruna só teve que se preocupar em soltar a voz.

O EP conta com apenas cinco faixas que mostram uma incrível maturidade artística. A voz suave e afinada de Bruna passeia pelas belas melodias que contam histórias inspiradas em seu cotidiano. Um exemplo é "Quando se Deixa". Como a própria autora explica, “é uma canção sobre o amor, que brinca com a idealização sobre alguém que não consegue se entregar totalmente para a relação”.

"Meu Menino" é uma espécie de acalanto suave, resumido pela autora da seguinte forma: “A letra romântica descreve um cafuné entre um casal, mas traz nas entrelinhas tem um significado oculto: fala sobre o carinho numa relação casual que se revela na frase ´hoje você é o meu ninho”. A faixa "Tsunami" já mostra um arranjo mais festivo, mais próximo dos ritmos baianos e pernambucanos.

Como o EP de estreia, Bruna Nascimento mostra uma ótima perspectiva para o futuro da nossa MPB. Muito distante daquele som comercial e sem conteúdo que tem povoado as rádios nos últimos anos. E nada melhor do que essa "Desamarração" para trazer novos ventos na nossa música.


"Meu Menino"

"Tsunami"


"Não Há Prá Que Mentir"



.: DJ Tommy Love faz set especial para lançar “Reload” na Galeria Café SP


Sucesso na cena tribal internacional, o DJ e produtor musical mineiro tem 18 anos de estrada e vários sucessos na bagagem. Festa ainda conta com sets dos DJs Binho S. (do Galeria Café Rio) e Denis Ruiz. Foto: divulgação.


Com 18 anos de estrada e vários sucessos na bagagem, o DJ e produtor musical mineiro Tommy Love faz um set especial no Galeria Café SP para marcar o lançamento de seu novo trabalho, o álbum “Reload” (2022). A festa, que acontece neste sábado, dia 16 de abril, a partir das 23h, ainda conta com sets dos DJs Binho S. (residente do Galeria Café Rio) e Denis Ruiz.

Já disponível nas plataformas de streaming, o álbum tem esse título, pois reúne vários sucessos que marcaram a carreira do DJ, como “Shake It Out”, “Beast”, “Do It”, “Let’s Go People”, “Libra”, “Buddha”, “Pisces (Feel The Music)”, “Bate Leque” e “Conga”. Essas canções foram gravadas em parceria com feras da música como Wanessa Camargo, Alinne Rosa, Lorena Simpson, Nikki Valentine, Adryana Ribeiro, entre outras.

Considerado um dos nomes mais influentes e respeitados da música eletrônica, Tommy Love é sucesso na cena LGBTQIA+ e se apresentou em mais de 70 cidades pelo mundo em mais de 20 países, como Estados Unidos, Alemanha, China, Coréia do Sul, Austrália, França, México, Paquistão, Irlanda, Tailândia, Espanha e Colômbia.


Sobre o Galeria Café SP
Com uma combinação entre as atmosferas das galerias de arte, dos cafés, dos restaurantes e das baladas, o Galeria Café SP tem a proposta de criar um ambiente confortável, aconchegante e seguro para pessoas LGBTQIA+ em um dos endereços mais boêmios da cidade, a Praça Benedito Calixto, em Pinheiros.

Além de festas bem animadas, comandadas por renomados DJs de música pop, eletrônica e brasilidades, a casa costuma receber feirinhas de economia criativa, exposições e outros tipos de evento. E o espaço cria todo o clima para a paquera com sua iluminação especial, decoração bem moderna e ambientes instagramáveis.

“A proposta de trazer o Galeria Café aqui para SP, é seguir uma tradição que já existe há 24 anos no coração de Ipanema, no Rio de Janeiro, onde nasceu um espaço dedicado à arte e que - ao longo do tempo - foi se transformando no que é hoje, balada, bar, coletivo, galeria de arte e o melhor ponto de encontro para você se sentir livre. A ideia de trazer mais essa opção para paulistanos e visitantes, não é simplesmente ser mais uma casa noturna, mas sim fazer a sociedade experienciar um novo conceito de festas a partir de eventos relacionados às manifestações contemporâneas de cultura e comportamento”, destaca Alexandra Di Calafiori, uma das sócias do Galeria.


Serviço
Galeria Café São Paulo - Praça Benedito Calixto, 103, Pinheiros
Aceita cartões de crédito e débito
Estacionamento em frente ao local (Zona Azul).
Mais informações e a programação do espaço: Instagram @galeriacafesp
**Para entrar no espaço, é preciso apresentar comprovante de vacinação contra a Covid-19 e um documento com foto. 

Tommy Love - “Reload Tour”
Sábado, 16 de abril, a partir das 23h
Ingressos antecipados: R$ 30 (1º lote), R$40 (2º lote) e R$50 (3º lote)
Ingresso na hora: R$ 70 ou R$ 140 (de consumação mínima)
Venda online: https://www.sympla.com.br/evento/tommy-love-reload-tour/1521288

sexta-feira, 15 de abril de 2022

.: "Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore" e as escolhas do passado


Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em abril de 2021


É inegável a contribuição de J. K. Rowling para a evolução do universo da fantasia que, de tão poderosa, saiu dos livros para os cinemas. "Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore", em cartaz no Cineflix, com direção David Yates -de outros longas da saga do magizoologista Newt Scamander (Eddie Redmayne), além "Harry Potter e a Ordem do Fênix"-, não foge à regra e acrescenta mais informações para o mundo da magia. 

Para tanto, no longa de 2h23m, protagonizado por Scamander, dono de uma mala mágica, entra em cena o professor Alvo Dumbledore (Jude Law) não sendo um idoso, como foi apresentado na saga de Harry PotterAfinal, "Animais Fantásticos" é um prequel, logo tudo o que aconteceu com o bruxinho da casa Grifinória, aqui, faz parte do futuro. Mais jovem, o professor de Hogwarts pede ajuda a Newt.


Eis que nos primeiros minutos de filme, Alvo recorda seu amor juvenil, quando expõe sonhos, angústias e erros do passado. No entanto, ele é a chave para combater o vilão, poderoso mago das trevas Gellert Grindelwald (Mads Mikkelsen, substituto de Johnny Depp, acusado de agressão pela atriz Amber Heard, com quem foi casado e está com  o caso correndo nos tribunais, coincidindo, inclusive, com a estreia da produção da Warner Bros.)

Enquanto se é formado um grupo para entrar em ação, o que remete ao clássico "O Senhor dos Anéis" com "A sociedade do Anel", Grindelwald movimenta a trama tentando assumir o controle do mundo mágico -sempre por mal. Nessa luta para salvar o mundo mágico e dos trouxas, Newt Scamander, acompanhado de Pickett e Pelúcio, lidera uma equipe inusitada com bruxos, bruxas e, claro, um corajoso padeiro trouxa, Jacob (Dan Fogler). 

"Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore" esclarece muito o passado da família Dumbledore, estabelecendo mais conexões de "Animais Fantásticos" com o universo de "Harry Potter". E é quando, aos fãs, não dá para controlar muita emoção. Seja quando surge na telona uma placa indicando o lado de Hogwarts, ou a escola de magia toma a telona do cinema ao som da música-tema ou ainda quando um pomo de ouro voa pelas imediações do castelo sendo capturado por um aluno de quadribol numa vassoura. 

Outro ponto interessante a nós brasileiros é ver mais um representante do Brasil nas produções de magia, além de Alfred Enoch. Neste, está a atriz Maria Fernanda Cândido na pele de Vivência Santos, quem concorre a vaga de Ministra da Magia, ao lado de Liu Tao (Dave Wong), até que Grindelwald consegue concorrer ao cargo também. Embora o personagem tenha importância para o desenrolar da trama, as aparições não são de tanto destaque, o que rende somente duas falas da atriz. De qualquer forma, fica já o ingresso da personagem e uma oportunidade para um maior desenvolvimento num novo filme.

No entanto, desaponta quando não é evidenciado que a personagem é representante do Brasil, enquanto que o longa homenageia várias nacionalidades. Até o Butão aparece explicitamente, remetendo ao indicado ao Oscar 2022, "A Felicidade das Pequenas Coisas". De qualquer forma, é uma alegria ver a participação da atriz. Por vezes, os olhos buscam por ela em cena. E ela tem presença!

O terceiro filme de "Animais Fantásticos" traz ainda Credence Barebone, que carrega o sangue de um Dumbledore, interpretado por Ezra Miller -ator que chegou a ser preso recentemente-, além de Teseus (Callum Turner), irmão de Newt, Queenie (Alison Sudol), Abelforth Dumbledore (Richard Coyle), Eulalie Hicks (Jessica Williams), Yusuf Kama (William Nadylam), Bunty (Victoria Yeates). De fato, é um filme imperdível e perfeito para os fãs do universo mágico de  J. K. Rowling!

Em parceria com a rede Cineflix Cinemas, o Resenhando.com assiste aos filmes em Santos, no primeiro andar do Miramar Shopping. O Cineclube do Cineflix traz uma série de vantagens, entre elas ir ao cinema com acompanhante quantas vezes quiser - um sonho para qualquer cinéfilo. Além disso, o Cinema traz uma série de projetos, que você pode conferir neste link.


* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do photonovelas.blogspot.com. Twitter:@maryellenfsm


Filme: Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore

Título Original: Fantastic Beasts: The Secrets of Dumbledore

Diretor: David Yates

Roteiro: J. K. Rowling, Steve Kloves

Produção: David Heyman, J. K. Rowling, Steve Kloves

Ano: 2022 

Gênero: Aventura 

Duração: 2h 23m

Data de lançamento: 14 de abril de 2022 (Brasil)

Elenco: Eddie Redmayne, Mads Mikkelsen, Jude Law, Ezra Miller, Callum Turner, Alison Sudol, Maria Fernanda Cândido, Dave Wong, Richard Coyle, Jessica Williams, William Nadylam, Victoria Yeates


Trailer



.: Espetáculo de Caryl Churchill no MASP lança Instituto Brasileiro de Teatro


Organização sem fins lucrativos que gera uma conexão entre a iniciativa privada, as produções teatrais e o público, o IBT - Instituto Brasileiro de Teatro é lançado com a estreia de “Diabinho e Outras Peças Curtas de Caryl Churchill”.  No elenco estão os atores Noemi Marinho, Norival Rizzo, Elisa Volpatto, Johnnas Oliva, Mayara Constantino e Rafael Pimenta sob direção de Guto Portugal. A estreia acontece dia 15 de abril no Teatro do MASP com ingressos a 1kg de alimento não perecível. Fotos: Gabriel Bianchini


Com o objetivo de popularizar o teatro no Brasil, nasce o IBT - Instituto Brasileiro de Teatro. Formado pelos artistas Guto Portugal, Elisa Volpatto, Oliver Tibeau, Samya Pascotto e José Aragão, a organização sem fins lucrativos surge com a proposta de ser mais uma alternativa para fazer a ponte entre três forças poderosas: a sociedade, o teatro e a iniciativa privada. “Forças que já têm tudo a ver, mas não sabem muito bem como começar essa conversa”, comentam. 

Todos os espetáculos produzidos pelo IBT são acessíveis - preços populares ou fila democrática onde cada um paga o que pode e quem tem condições também pode pagar por quem não tem. No caso de “Diabinho e Outras Peças Curtas de Caryl Churchill”, 100% dos ingressos serão distribuídos com uma hora de antecedência e é solicitada a doação de 1kg de alimento não perecível por pessoa, destinado à ONG Banco de Alimentos. “Desta forma, proporcionamos uma opção de lazer e cultura à população sem que isso comprometa seu orçamento familiar já tão apertado, principalmente depois de uma pandemia”. 

Toda a equipe do espetáculo é remunerada com dignidade e respeito ao ofício. “Atraindo investimentos por meio de um Instituto sem fins lucrativos, garantimos que todos os recursos permaneçam no teatro”.  E, para conseguir os recursos, o IBT conecta as empresas com espetáculos marcantes, posicionadas como verdadeiras viabilizadoras de uma experiência pública, acessível e de qualidade, fomentando uma relação saudável entre marca e consumidor. “Uma conexão que ocorre em uma arena material, presencial, analógica, rara. Exposição que gera valor para nossos apoiadores”

Portanto, o surgimento do IBT é resultado da inquietude de seus fundadores frente à questão da popularização das artes cênicas no Brasil e da valorização dos artistas que produzem teatro no país. “Sentimos que há uma desconexão entre o teatro, seus viabilizadores e o público e pensamos que, nessa relação tripla, se organizar bem, todo mundo ganha. O IBT se propõe a ser mais uma alternativa para organizar essa relação, mais uma alternativa de viabilização do teatro no Brasil”, ressaltam os criadores. “E justamente em função disso entendemos que o IBT é muito maior do que Guto, Elisa, Oliver, Samya e José.  Ele pretende abarcar muita gente com o tempo e se associar a muitos grupos e artistas”

Fundadores do IBT- Instituto Brasileiro de Teatro: Elisa Volpatto, Oliver Tibeau, Guto Portugal, José Aragão e Samya Pascotto

Sobre o espetáculo de estreia
“Diabinho e Outras Peças Curtas de Caryl Churchill”, de uma das maiores dramaturgas do teatro inglês, que vem radicalizando na forma e conteúdo desde a sua estreia nos anos 70, foi o espetáculo escolhido para a estreia do Instituto Brasileiro de Teatro. São quatro peças curtas de humor ácido. A primeira montagem da peça estreou em 2019 no Royal Court Theatre, em Londres, e essa é a primeira tradução e montagem desses textos no Brasil.

A temporada começa nesta sexta-feira, dia 15 de abril, às 20h30, no Auditório MASP Klabin, com direção de Guto Portugal, tradução de Zé Roberto Valente e os atores Noemi MarinhoNorival Rizzo, Elisa Volpatto, Johnnas OlivaMayara Constantino e Rafael Pimenta no elenco. Wagner Antônio (cenário e luz), Flora Belotti e Rogério Romualdo (figurino) e Edson Secco (composição original de trilha sonora) completam a ficha técnica. As apresentações seguem até dia 6 de junho, sextas-feiras e sábados, às 20h30, e domingos, às 19h.

Caryl Churchill, que completa 84 anos em 2022, disse que dramaturgos não devem dar respostas, mas sim fazer perguntas. E é isso que impressiona o diretor Guto Portugal em seus textos. “A capacidade de levantar questões profundas de forma irreverente, sem nunca ir para o óbvio - convidando o público a completar a narrativa junto com ela. Por meio de uma escrita ágil, surreal e provocadora, ela nos transporta para um universo próprio, que nos indaga novas perguntas para velhas questões humanas”, comenta. 

“Os textos da peça fazem a gente rir em muitos momentos. Mas muitas vezes é um riso de nervoso, do absurdo da situação. Mas eu só consigo rir daquilo que compreendo, daquilo com o qual me identifico. E essa é a loucura. A genialidade de Caryl está em fazer com que as pessoas reflitam sobre algo que elas mesmas fazem através do riso, do estranhamento”

Por meio de quatro peças, Caryl Churchill aborda a banalidade do mal, tema que nunca pareceu tão atual no nosso cenário político brasileiro e mundial. “E ainda provoca um questionamento sobre as nossas crenças e como agimos em função delas. O que eu acredito ou não e por quê? E o que essa crença faz de mim? Existem forças maiores no universo? São algumas provocações das quais não há como sair ileso”, comenta Guto.

Essa é a terceira parceria artística entre Guto Portugal e Elisa Volpatto - já escreveram juntos um curta-metragem e Guto já a dirigiu em outro espetáculo. Para completar o elenco, o diretor chamou Johnnas Oliva, Rafael Pimenta e Mayara Constantino. Mas a voz da experiência do grupo cabe à dupla de contemporâneos Noemi Marinho e Norival Rizzo: “são extraordinários, os pilares da peça que estamos montando. A cada ensaio é como se tivéssemos uma aula de sensibilidade com eles”, finaliza.


Sinopse
Quatro peças curtas da dramaturga britânica Caryl Churchill. “Vidro”, a primeira, é a história de uma menina feita de vidro que se depara com a questão da fragilidade imposta a ela pela sociedade. Em “Matar" os deuses discorrem com ironia sobre os mitos gregos, questionando sobre sua responsabilidade nos atos de violência históricos praticados pelos seres humanos. Em “Barba Azul" um grupo de amigos se reúne para beber, numa conversa divertida sobre seu amigo de longa data, recentemente condenado pelo assassinato de suas esposas. “Diabinho”, a última das histórias, brinca com a questão da crença ao apresentar personagens que estão o tempo todo afirmando e também duvidando da existência de algo que vai além da sua compreensão - como a presença de um diabinho dentro de uma garrafa.


Ficha técnica
Espetáculo:
 “Diabinho e Outras Peças Curtas de Caryl Churchill”
Texto:
 Caryl Churchill
Tradução:
Zé Roberto Valente
Direção: Guto Portugal
Elenco: Noemi Marinho, Norival Rizzo, Elisa Volpatto, Johnnas Oliva, Mayara Constantino e Rafael Pimenta
Stand-in: Oliver Tibeau
Assistente de direção e Viewpoints: Oliver Tibeau
Cenário e luz: Wagner Antônio
Cenógrafa adjunta: Stéphanie Fretin
Assistente de iluminação: Dimitri Luppi
Figurino: Flora Belotti e Rogério Romualdo
Composição original de trilha sonora: Edson Secco
Fotos de divulgação: Bibi Bianchini
Produção administrativa e financeira: José Augusto Aragão
Direção de produção: Selene Marinho
Produção executiva: Marcela Horta
Assessoria de imprensa: Pombo Correio
Realização: Instituto Brasileiro de Teatro
Produção: SM Arte e Cultura


Serviço
Espetáculo:
 “Diabinho e Outras Peças Curtas de Caryl Churchill”
De 15 de abril a 5 de junho.
Sextas e sábados, às 20h30. Domingos, às 19h.
Auditório MASP Klabin - Av. Paulista, 1.578 - Bela Vista - São Paulo.
Acessível a pessoas com deficiência, ar-condicionado.
Ingressos: 1 kg de alimento não-perecível.
Distribuição: duas horas antes do espetáculo
Sujeito a lotação da sala.



.: "Mulheres que Nascem com os Filhos" estreia nesta sexta no Teatro Nair Bello


Espetáculo protagonizado por Samara Felippo e Carolinie Figueiredo tem direção de Rita Elmôr e  aborda de forma sensível, bem-humorada e sarcástica o cotidiano e os dilemas do renascimento da mulher com a chegada da maternidade. Foto: Lorena Zschaber.


Depois de estrear nos palcos cariocas no começo de 2022, a peça "Mulheres que Nascem com os Filhos", idealizada e protagonizada pelas atrizes Samara Felippo e Carolinie Figueiredo e dirigida por Rita Elmôr, chega a São Paulo. O espetáculo fica em cartaz no Teatro Nair Bello, no Shopping Frei Caneca, entre 15 de abril e 5 de junho, com apresentações às sextas e aos sábados 21h; e aos domingos 19h.

Indicada para mulheres, mães, homens e todos que são filhos, a montagem aborda de forma sensível, bem-humorada e sarcástica - como a própria vida das mães - o cotidiano e os dilemas do universo da maternidade, além da trajetória de renascimento da mulher com a chegada desse momento.

“Eu renasci com a maternidade. Saí de uma zona de conforto e encontrei minha força e sentido na vida. Fui atrás da desconstrução para me reconstruir junto com minhas filhas. Nessa peça, quero trazer a transformação que é, em qualquer vida, a chegada de uma criança. Quero poder ecoar a voz dessas mães, mulheres, e até pais, que buscam diariamente fazer o seu melhor na criação dos filhos. Desde que minha filha, menina negra, questionou a beleza do seu cabelo, minha vida tomou outro rumo. Fui ao encontro de um mundo racista, cruel e covarde em busca de soluções e acolhimento”, conta a atriz Samara Felippo, mãe de duas meninas negras e criadora do canal no YouTube “Muito Além de Cachos”.

Ao abordar temas como a gravidez, o puerpério, a criação dos filhos, a aceitação do corpo pós-filhos e o encontro de sua nova identidade como mulher, o trabalho busca desconstruir modelos e convidar as mulheres a pensar na maternidade para além dos velhos rótulos. No processo criativo, que durou o tempo de uma gestação, as três artistas levaram para a sala de ensaio suas vivências e memórias, fazendo emergir questões femininas que, muitas vezes, são silenciadas por padrões impostos pela sociedade. E, para trazer outras vozes para a cena, a peça ainda conta com outros depoimentos de mulheres que tiveram suas vidas transformadas quando se tornaram mães.

A criação do trabalho também simbolizou um processo de cura para essas três artistas que puderam revisitar suas relações com a maternidade e a ancestralidade. São muitas as mães com quem a peça dialoga: jovens, maduras, solteiras, casadas, dependentes e independentes, presentes e ausentes.

“Ao longo de nove meses, mergulhamos nas questões da maternidade, do ser filha, ser mãe, e o que isso determina nas nossas vidas. O que recebemos das nossas mães e pais, e passamos adiante. Fomos muito fundo nessas memórias, nessas dores. A maternidade é o tema da minha vida. Eu fui mãe adolescente, aos 18 anos (do Lucas), e tinha então uma relação muito difícil com a minha mãe. Ao longo da vida, tive que me desenvolver muito para curar as dores causadas por essa relação, entender e perdoar minha mãe. Eu e ela conseguimos nos resolver, e, de alguma maneira, eu trouxe isto para a peça. Fui mãe novamente agora, aos 46 anos (da Nina), e o trabalho com as meninas na sala de ensaio também me ajudou muito. Foi um processo de troca intensa”, relata a diretora Rita Elmôr.

Sobre as mudanças na vida ao se tornar mãe, a atriz e terapeuta Carolinie Figueiredo compartilha: “A maternidade mudou completamente minha vida, inclusive no campo profissional. Eu precisei passar por um profundo processo de redefinição de valores após a chegada dos filhos. É preciso sair do automatismo de repetir com os filhos aquilo que recebemos na infância como forma de educar. O mundo mudou, as crianças mudaram e a nossa geração precisa refletir sobre uma parentalidade mais consciente”.


Sobre Samara Felippo
Atriz há 20 anos, escritora e produtora, é mãe de Alícia e de Lara. Trabalhou por 16 anos na Rede Globo, na Rede Record e atuou em dez peças e três filmes. Escreveu por anos no blog “Liberte a Mãe”. Samara Felippo é mãe de duas meninas negras e lançou um canal no YouTube chamado “Muito Além de Cachos”, que conta com 80 mil inscritos. O canal aborda questões como representatividade, empoderamento infantil e racismo.


Sobre Carolinie Figueiredo
Atriz desde os oito anos de idade, pausou sua carreira para se dedicar à maternidade e aos novos chamados profissionais que surgiram após o nascimento de seus dois filhos, Bruna e Theo. Hoje é formada como doula e educadora perinatal. Há cinco anos escreve sobre empoderamento feminino e materno. É formada pela Positive Discipline Association como educadora parental certificada. É terapeuta pelo Thetahealing e atende mulheres do mundo inteiro.

Carolinie Figueiredo idealizou o Maternidade Consciente, um encontro virtual assistido por mais de 20 mil pessoas pelo mundo entre 2014 e 2016. Criou o programa online “Disciplina Positiva na Prática”, que transforma mais de 200 famílias presentes no seu curso. Por meio de seus encontros, ajuda mulheres a ressignificarem suas próprias histórias e a reconstrução pessoal e profissional após os filhos.


Ficha técnica
Espetáculo:
"Mulheres que Nascem com os Filhos"
Texto: Samara FelippoCarolinie Figueiredo e Rita Elmôr
Elenco: Samara Felippo e Carolinie Figueiredo
Direção, cenografia e trilha sonora: Rita Elmôr
Figurino: Mel Akerman e Mônica Xavier
Iluminação: Paulo Cesar Medeiros
Projeto gráfico: Raquel Alvarenga
Direção de produção: Caio Bucker
Assessoria de imprensa: Pombo Correio
Realização: Bucker Produções Artísticas e Sem Cartilha Produções


Serviço:
Espetáculo:
"Mulheres que Nascem com os Filhos"
Temporada: 15 de abril a 5 de junho, às sextas e aos sábados, às 21h; e aos domingos, às 19h
Teatro Nair Bello - Shopping Frei Caneca - Rua Frei Caneca, 569, 401A, Consolação, São Paulo
Ingressos: R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia-entrada)
Venda on-line: Sympla
Capacidade: 201 lugares
Duração: 60 minutos
Gênero: comédia
Classificação: 12 anos


.: Coletivo Labirinto nos últimos dias de “Mirar: Quando os Olhos se Levantam”


Com dramaturgia e direção de Jé Oliveira, espetáculo faz temporada gratuita no Teatro Cacilda Becker até o dia 17 de abril de 2022. O texto e a direção são de Jé Oliveira e o elenco é formado por Abel Xavier, Carol Vidotti, Emilene Gutierrez e Lua Bernardo (musicista). Foto: Mayra Azzi


O que pulsa a América Latina? É sobre esta pergunta que o Coletivo Labirinto tem se debruçado nesta etapa de sua viagem estético-política, buscando rotas cênicas no sentido da discussão, da reelaboração, da luta e do sentido da presença em nosso continente. 

Depois de uma série de trabalhos em que levou à cena textos elaborados no além das fronteiras brasileiras - passando por dramaturgias de Argentina, Uruguai e Chile, por exemplo - a mirada agora é para dentro, tentativas de se (auto) reconhecer nas palavras, limites, histórias, dores, cores e tremores deste corpo e chão comuns, que são nosso continente.

“Mirar: Quando os Olhos se Levantam” faz temporada gratuita no Teatro Cacilda Becker até o dia 17 de abril. O texto e a direção são de Jé Oliveira e o elenco é formado por Abel Xavier, Carol Vidotti, Emilene Gutierrez e Lua Bernardo (musicista).


Sinopse do espetáculo
Quatro caminhantes percorrem lugares e histórias da América Latina em uma espécie de busca-viagem por pertencimento. O espetáculo lança mão de expedientes contemporâneos para revelar o lastro da colonização, celebrar a potência da diversidade dos povos, e refletir aspectos contraditórios do nosso continente para mirar além das fronteiras.

O espetáculo é parte do encerramento do projeto “Histórias de Nossa América”, contemplado pela 35ª edição da Lei de Fomento para a cidade de São Paulo. Dessa forma, carrega um lastro de pesquisa e criação assentado, marcadamente, pelo encontro e fricção da dramaturgia com e na cena contemporânea. 

A palavra como fisgada para um horizonte im(possível), a poesia dramatúrgica brasileira no encontro com a ação e inação de cada dia. O objeto disparador deste processo criativo foi o livro "Crônicas de Nuestra America", escrito por Augusto Boal e publicado em 1977. A obra reúne dez crônicas que versam sobre situações, ambiências e personagens  tipicamente latino-americanas, observadas e colhidas pelo diretor e dramaturgo desde sua saída do Brasil, em 1971, reflexo do endurecimento da ditadura militar em nosso país.

Em diálogo com o contexto e conteúdo da obra de Boal, o Coletivo Labirinto propôs, neste processo de criação, um passeio sobre as atuais crônicas deste continente tão cheio de saques históricos, personalidade e contradições. A América Latina da década de 1970 em contágio e contato com o ano de 2022. 

Para esta jornada, o Coletivo encontrou na parceria com o diretor e dramaturgo Jé Oliveira uma potente interlocução acerca de debates e necessidades estéticas e sociais, desenvolvendo conjuntamente um esquema de trabalho fortemente colaborativo e sensivelmente político. 

Em sala de ensaio, toda a equipe artística desenvolveu uma série de procedimentos improvisacionais  e de composição cênica que levantaram temáticas, caminhos dramatúrgicos e de encenação. O resultado é um espetáculo que mistura códigos expressivos baseados na relação com o espaço poético, com a musicalidade e símbolos visuais latinos e com a palavra na fronteira entre a postura épica e a vocação lírica. Tudo isso com vistas ao encontro de uma América Latina viva, diversa, corajosa e, espera-se, um pouco mais real. Quatro artistas em cena, outros tantos na bagagem, e um desejo de lançar miradas mais adiante, mesmo que para dentro.

Desde sua fundação em 2013, o Coletivo Labirinto tem como pesquisa o olhar para as relações do sujeito com o seu panorama social através da dramaturgia latino-americana contemporânea. Neste trabalho a noção de sujeito e dramaturgia se voltam para nós mesmos, brasileiras e brasileiros ensaiando uma viagem e uma investigação sobre o que é ser latino-americano. Apostando no tenso limiar entre a necessidade da denúncia e a carência do anúncio, o teatro é, mais do que nunca, um lugar de onde se vê.


Palavras do diretor e dramaturgo
“Partindo de provocações cênicas tendo como base, num primeiro momento, o livro 'Crônicas de Nuestra America', escrito por Augusto Boal no exílio em 1971, o processo criativo levantou cenas que buscassem um mapeamento de acontecimentos sínteses de uma relação verificável e sintomática do nosso modo de se portar no continente latino-americano.

Alguns lugares da América do Sul nos conduzem geograficamente por encontros com pessoas reais e ficcionalizadas, na intenção de refletirmos acerca da nossa contraditória condição de potencialidades humanas e saques históricos, fruto da colonização e genocídio dos povos originários presentes em nosso continente.

Em diálogo e como complemento destes primeiros expedientes, foram investigados também dispositivos contemporâneos que contivessem um poder de síntese capaz de auxiliar na explicitação dos nossos posicionamentos críticos perante os entendimentos e impasses da nossa atual situação artística, social e política. “Mirar: Quando os Olhos se Levantam” busca, desta forma, reconhecer, integrar e efetivar, seja no campo do simbólico ou no campo concreto das possibilidades, um movimento de “tirar os olhos do Atlântico”, assim como quem busca contato, arribando as vistas, mirando e elaborando um gesto cênico de ação para a construção de um pertencimento mais efetivo. Vislumbramos e buscamos, com base nas proposições cênicas deste trabalho, uma possibilidade de futuro menos móvel e mais integrado com a potência dos povos que integram a nossa América Latina.”
Jé Oliveira.

O Coletivo Labirinto nasceu em 2013, no ano das emblemáticas manifestações políticas pelo preço do transporte público (e que logo em seguida se pasteurizam em reivindicações genéricas e pouco objetivas), e acompanhou a transformação dos processos sociais no Brasil que culminaram na deposição da ex-presidenta Dilma Rousseff em 2016, no avanço das pautas neoliberais e na discussão um tanto incerta sobre os rumos políticos do país. 

O grupo pôde, com isso, perceber semelhanças entre essa trajetória e a de seus países vizinhos – com disputas políticas igualmente polarizadas, avanço de medidas econômicas similares e o crescimento de um pensamento conservador também assentado na moral. Dessas observações e vivências - no cotidiano e nas suas ações criativas -, conseguiu amadurecer a necessidade de entender-se como brasileiro e latino-americano, não uma coisa pela outra. 


Ficha técnica
Espetáculo:
“Mirar: Quando os Olhos se Levantam”
Direção, dramaturgia e textos: Jé Oliveira
Artistas criadores: Abel Xavier, Carol Vidotti, Emilene Gutierrez e Lua Bernardo (musicista)
Assitência de direção: Éder Lopes
Interlocução artística: Georgette Fadel e Wallyson Mota
Direção musical: Maria Beraldo
Vídeos e projeções: Laíza Dantas
Iluminação: Wagner Antônio
Figurino: Éder Lopes
Texto áudio: Abel Xavier e Jé Oliveira
Intérprete de Libras: Fabiano Campos
Designer gráfico: Alexandre Caetano - Oré Design
Assessoria de imprensa: Pombo Correio
Fotos: Mayra Azzi
Assitência de produção: Luiza Moreira Salles
Produção executiva: Coletivo Labirinto
Direção de produção: Carol Vidotti
Duração: 80 minutos
Classificação: 14 anos


Serviço
Teatro Cacilda Becker
R. Tito, 295 - Lapa - São Paulo
Até 17 de abril
Horário: sexta e sábado às 21h e Domingo às 19h
Ingressos gratuitos - presencial

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