terça-feira, 14 de maio de 2024

.: Teatro Uol: "Ainda Dá Tempo" terá renda 100% revertida para ONG do RS

No dia 17 de maio, sexta feira   haverá uma sessão extra do espetáculo Ainda dá Tempo às 22h, com a renda 100% revertida para a ONG O Pão dos Pobres do Rio Grande do Sul. "Ainda dá Tempo": uma casa à venda é o ponto de encontro de três casais, que se surpreendem com descobertas que podem mudar os seus destinos. Foto: Guilherme Assano


 “Ainda Dá Tempo” traz uma reflexão divertida e instigante sobre a passagem do tempo e a importância do cuidado que os casais devem ter com o relacionamento, nas suas diferentes fases.  A comédia começa com casal de meia idade e seu filho adolescente, que arrumam sua casa que está à venda, para receber compradores. Dois casais, em fases e objetivos distintos, chegam para a visitação e começam a compartilhar as experiências e os desafios que enfrentam em seus relacionamentos. As afinidades entre os gêneros vão se tornando evidentes até que sinais estranhos e misteriosos surgem, o que os leva a uma descoberta surpreendente. Tal situação desperta os casais a questionarem sobre como, no presente, lidam com o seu passado e o que desejam fazer pelo seu futuro.

A comédia “Ainda Dá Tempo” é o mais recente texto assinado pelo americano Jeff Gould. Durante vinte e cinco anos, o dramaturgo tem feito o público rir ao explorar os territórios do amor, do sexo e do casamento com seu olhar atento sobre aos relacionamentos. “Definitivamente meus textos têm pitadas autobiográficas. Muitos diálogos são baseados no meu relacionamento com minha ex-mulher. Mas não é só isso. Se você quer ser escritor, tenho duas sugestões: seja um pouco louco e seja amigo de alguns deles”, fala o autor sobre o seu trabalho.

“Jogo Aberto”, um dos sucessos anteriores do autor já foi montado em vários países, incluindo o Brasil (2016), traduzido e dirigido por Isser Korik e protagonizado por Ricardo Tozzi. “Eu gosto de repetir parcerias que dão certo. Alguns autores são recorrentes no meu trabalho: João Bethencourt já fiz dois textos, Jeff Gould já é o terceiro que traduzo e enceno. Retomar a parceria com o Tozzi, com a Bruna e com a Eliete, nesse elenco que é um "dream team" é muito gratificante para mim”.

No elenco de “Ainda Dá Tempo” estão: Ricardo Tozzi, Bruna Thedy, Norival Rizzo, Eliete Cigaarini, Igor Cosso, Bia Arantes e Klayton Pavesi. O espetáculo é apresentado pela empresa Metlife e patrocínio do Banco Luso e Consigaz pela Lei Nacional de Incentivo à Cultura.


 Serviço:

“Ainda Dá Tempo”

Autore: Jeff Gould

Tradução e direção: Isser Korik

Gênero: Comédia

Duração: 80 minutos

Classificação: 12 anos

Temporada: de 5 de abril a 02 de junho. Sextas, sábados e domingos, às 20h.

Ingressos:

Sextas e Domingos – Setor A R$ 100,00 e Setor B R$ 70,00

Sábados – Setor A R$ 120,00 e Setor B R$ 90,00

Ingressos promocionais com descontos de 70% e 80%, no site e na bilheteria, para os primeiros compradores de cada sessão.


TEATRO UOL

Shopping Pátio Higienópolis - Av. Higienópolis, 618 / Terraço / tel.: (11) 3823-2323 

Televendas: (11) / 3823-2423 / 3823-2737 / 3823-2323

Vendas online: www.teatrouol.com.br

Capacidade: 300 lugares

Acesso para cadeirantes / Ar-condicionado / Estacionamento do Shopping: consultar valor pelo tel: 4040-2004 / Venda de espetáculos para grupos e escolas: (11) 3661-5896, (11) 99605-3094

Horário de funcionamento da bilheteria

Quartas e quintas das 17h às 20h, sextas das 16h às 20h, sábados, das 13h às 22h e domingos, das 13h às 20h; não aceita cheques / Aceita os cartões de crédito: todos da Mastercard, Redecard, Visa, Visa Electron e Amex / Estudantes e pessoas com 60 anos ou mais têm os descontos legais / Clube UOL e Clube Folha 50% desconto.

Patrocínio do Teatro UOL: UOL, Folha de S. Paulo, Genesys, Banco Luso Brasileiro e MetLife



 

.: Solidariedade ao Rio Grande do Sul: Poupatempo é ponto de coleta

Em uma semana, as 241 unidades do Estado arrecadaram mais de 30 toneladas de produtos 


Desde o dia 6 de maio, todos os postos do Poupatempo no Estado participam da campanha para ajudar vítimas das chuvas no Rio Grande do Sul.

A ação do Governo de São Paulo, idealizada pelo Fundo Social (Fussp) e Defesa Civil tem como objetivo arrecadar itens como água mineral, alimentos não perecíveis, cestas básicas, produtos de higiene pessoal e de limpeza.

As doações podem ser feitas nas 241 unidades localizadas na capital paulista, Grande São Paulo, Baixada Santista, Litoral Norte e interior. Em uma semana, mais de 30 toneladas foram arrecadas pelo Poupatempo. 

Lista de produtos sugeridos como prioritários para doação:

Água, alimentos não perecíveis, cesta básica, água sanitária, balde, desinfetante, detergente, detergente em pó, escova para lavar, esponja para limpeza, esponja de aço, limpador multiuso, luva de látex, pano de chão, rodo, sabão em barra, sacos de lixo, saponáceo, vassoura, aparelho de barbear, absorventes, fraldas, creme dental, escova de dente, fio dental, sabonete, shampoo e condicionador.


segunda-feira, 13 de maio de 2024

.: "A Obrigação de Ser Genial", de Betina González, que vem em A Feira do Livro


Em "A Obrigação de Ser Genial", a argentina Betina González, autora confirmada na próxima edição de A Feira do Livro propõe, por meio de uma série de ensaios, desvendar os mistérios da criação literária, explorando as motivações intrínsecas de escritoras e escritores e dissecando as diversas etapas desse processo, desde a busca incessante por ideias e a organização minuciosa do material até a escolha precisa das palavras e a construção de uma narrativa envolvente. A obra é traduzida por Silvia Massimi Felix e tem prefácio de Andrea Del Fuego.

Leia também: .: A Feira do Livro confirma mais 11 autores para a terceira edição

A obra, lançada no Brasil pela editora Bazar do Tempo, convida a refletir que, em uma sociedade que muitas vezes impõe a “obrigação de ser genial”, sobretudo às mulheres, quais são as dificuldades enfrentadas pelas escritoras que buscam se destacar no mundo da literatura. “Não basta ser boa: é preciso ser genial. A obrigação de ser genial se internaliza então pelo que é: um mandato social, a autoexigência de produzir uma obra extraordinária para que o crime cometido na solidão seja perdoável. O genial é a forma mais efetiva de censura para uma escritora, a meta impossível, algo tremendamente nocivo ao trabalho diário de fazer coisas com palavras”, aponta a autora.

Betina González escreve o texto inteiramente no feminino, utilizando a estranheza dessa escolha como uma forma de performance e de afirmação de sua identidade. Ela define a escrita como um ato de deslocamento, um convite para abraçar a incerteza e construir uma poética autêntica. Compre o livro "A Obrigação de Ser Genial", de Betina González, neste link. 

.: "O Dublê": Fernanda Baronne e Manolo Rey dublam novamente juntos


"O Dublê" (The Fall Guy"), em cartaz na rede Cineflix Cinemas, é a nova aposta da Universal e chega aos cinemas chamando bastante atenção. E na dublagem brasileira, temos mais uma vez Fernanda Baronne e Manolo Rey emprestando suas vozes para as atuações de Emily Blunt e Ryan Gosling. A produção, em cartaz desde o dia 2 de maio, é uma homenagem a famosa série dos anos 80, “The Fall Guy”, apresenta atuações intensas e divertidas dos astros sob a direção de  David Leitch, conta com elementos comuns da série, como a ação e a comédia. No entanto, foi adicionado também uma pitada de romance. O filme, que estreia no início de maio, mantém Gosling e Blunt em destaque. 

Na obra, que retoma a famosa série dos anos 80, o dublê Colt Seavers (Ryan Gosling)  é um dos melhores profissionais de sua área. Sendo um dublê fixo de Tom Rayder (Aaron-Taylor Johnson), acaba sofrendo um acidente e é obrigado a se afastar de tudo, inclusive do affair que tem com uma operadora de câmera, Joddy (Emily Blunt). Um ano depois, após perder praticamente tudo, ele é chamado novamente para trabalhar em um filme, que Joddy está dirigindo, para gravar as cenas de ação do ator principal e seu velho amigo, Tom. Porém, tem um problema - Rayder está desaparecido.

“O filme tem uma dose de comédia que realmente cativa quem conhece a série, com contexto atualizado para hoje em dia. Sempre fico muito feliz de reprisar a voz da Emily, uma atriz que admiro e que possui uma presença muito forte em cena. Ela realmente se dedica a cada personagem e essa dedicação é a mesma que coloco no estúdio de dublagem”, comenta Fernanda.  

Em menos de um ano esse já é o “segundo” encontro de Manolo e Ryan Gosling, já que recentemente o dublador emprestou sua voz ao personagem Ken de Gosling na aclamada produção “Barbie”. "Assim como Fernanda comentou sobre Emily, Ryan também está na minha lista de atores que me alegram muito ao interpretar. Ele traz uma intensidade única para cada cena, e cada produção traz consigo um desafio extra, seja na sua colocação de voz, nos trejeitos ou até mesmo no sussurro, que varia de uma produção para outra. O filme possui muitas cenas de ação, e a magia da dublagem está em transmitir, na versão brasileira, a mesma intensidade do ator”, complementa o ator e dublador Manolo Rey. 

Leia também: .: Crítica: "O Dublê" é repleto de ação para homenagear quem se arrisca

Ambos os dubladores possuem carreiras consolidadas. Fernanda Baronne iniciou na dublagem ainda na infância. Seu primeiro papel de destaque ocorreu em 1991, ao dar voz à personagem Valéria na dublagem da primeira versão da novela mexicana "Carrossel", exibida pelo SBT naquele ano. A atriz, dubladora e diretora de dublagem ficou reconhecida por emprestar sua voz a diversas atrizes em famosos filmes, assim como em séries animadas de sucesso, como "Kim Possible" e "Digimon". Fernanda é a voz da personagem Vampira de "X-MEN" nas versões “Evolution” e em produções da franquia para o cinema. É a dubladora com mais trabalhos feitos interpretando Scarlett Johansson e, com “O Dublê”, coleciona seu nono trabalho com Emily Blunt. Fernanda também foi a dubladora nos dois trabalhos mais recentes de Emily, dublando em "Oppenheimer" e "Máfia da Dor”.  

Manolo Rey iniciou sua carreira após um curso de teatro no Tablado, no Rio de Janeiro, consolidando como seu primeiro trabalho “Os Aventureiros do Bairro Proibido”. Entre os destaques, Manolo tem no currículo ser o dublador oficial de Sonic the Hedgehog, além de ser a voz de Tobey Maguire na trilogia de filmes de "Homem-Aranha" dirigidos por Sam Raimi, de Will Smith na série "Um Maluco no Pedaço", de Gaguinho nas produções de Looney Tunes, de Michael J. Fox, de Seth Cohen em 'The O.C.', de Joaquim (Michel Gurfi) na telenovela mexicana 'Rebelde', e de Robin/Dick Grayson em várias animações, incluindo "Batman: The Animated Series", "Os Jovens Titãs" e "Os Jovens Titãs em Ação".

Leia também: .: Tudo sobre a série "Duro na Queda", que inspirou o filme "O Dublê"

Assista na Cineflix
Filmes de sucesso como "O Dublê" ("The Fall Guy") são exibidos na rede Cineflix CinemasPara acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021.

.: "Literatura Infantil - Cartas ao Filho", o novo livro do chileno Alejandro Zambra


Espécie de manual para pais de primeira viagem, ou simplesmente um novo e brilhante capítulo da obra magnífica do autor de Poeta chileno e Formas de voltar para casa, "Literatura Infantil - Cartas ao Filho" é o novo livro do escritor chileno Alejandro Zambra. "Com você no colo, vejo pela primeira vez, na parede, a sombra que formamos juntos. Você tem vinte minutos de vida." Desse modo, ensaiamos os primeiros passos neste relato emocionante e cheio de ternura sobre a paternidade, a infância e as relações entre pais e filhos. 

Ao longo de uma série de contos e textos autobiográficos, Alejandro Zambra nos convida a refletir sobre como o nascimento e o crescimento de um filho não somente modificam o presente e o futuro, mas também nossas ideias relativas ao passado. Acompanhamos anotações e pensamentos de um narrador, o próprio Zambra, durante todo o primeiro ano de vida de seu filho, Silvestre. 

Além disso, o comovente relato da paixão de um pai pela pesca; a história de um filho que ganha do pai uma viagem para Nova Iorque com a condição de que corte o cabelo; um conto que mistura ausência paterna e muitos (mas muitos) palavrões; e uma fascinante investigação sobre pais, filhos e futebol. Diário da paternidade, espécie de "carta ao filho" e pura ficção: esta é a matéria-prima deste mais novo triunfo de um dos principais nomes da literatura contemporânea mundial. Compre o livro "Literatura Infantil - Cartas ao Filho", de Alejandro Zambra, neste link.

Sobre o autor
Alejandro Zambra
nasceu em Santiago, no Chile, em 1975. É autor dos romances "Bonsai" (2006), "A Vida Privada das Árvores" (2007), "Formas de Voltar para Casa" (2011), "Múltipla Escolha" (2014) e "Poeta Chileno" (2020), dos contos de "Meus Documentos" (2013), dos volumes de poesia "Bahía Inútil" (1998) e "Mudanza" (2003) e dos livros de ensaios "No Leer" (2010) e "Tema Libre" (2019). Suas obras foram traduzidas para mais de 20 idiomas e seus textos saíram em publicações como Granta, The New Yorker, The Paris Review, entre outras. Vive na Cidade do México, com sua mulher Jazmina e seu filho Silvestre. Garanta o seu exemplar de "Literatura Infantil - Cartas ao Filho", escrito por Alejandro Zambra, neste link.

.: "Carlabê", de Isabela Noronha, é sobre os segredos que não ousamos dividir


A cumplicidade e o afeto que pautam uma amizade, os segredos que não ousamos dividir com ninguém e a violência sorrateira a que estamos sujeitos são fios que entrelaçam este envolvente e misterioso romance "Carlabê", de Isabela Noronha, lançado pela Companhia das Letras. No livro, um corpo estirado na rua. Uma mulher desaparecida. Sem notícia da amiga há uma semana, tudo que Saramara tem é o caderno em que Carlabê escrevia cartas, deixado no apartamento em que moravam. Agora, ela precisa responder às perguntas de um homem que, gravando a conversa com um celular, a acompanha pelo bairro de Santa Cecília, na busca incerta pelo paradeiro da moça.

Levados pela voz de Saramara a construir, por gestos e frases vagas, a imagem de Carlabê, não conseguimos, contudo, dizer com convicção que sabemos quem ela é. As dificuldades para se sustentar na capital paulista expõem as personagens ao desamparo, que ameaça suas relações e as leva a tomar decisões arriscadas.

Numa trama que se desenvolve como uma transcrição, intercalando ruídos e trechos de cartas, Isabela Noronha explora as lacunas de uma história para desenhar os meandros de uma amizade e a hostilidade de uma cidade em constante expansão. Compre o livro "Carlabê", de Isabela Noronha, neste link.

Sobre a autora
Isabela Noronha
é jornalista e mestre em escrita criativa pela Universidade Brunel, na Inglaterra. É autora do livro infantil Adeus é para super-heróis, vencedor do Prêmio Barco a Vapor de 2013, e de Resta um, romance publicado pela Companhia das Letras em 2015 e vencedor do prêmio da agência literária Curtis Brown. Garanta o seu exemplar de "Carlabê", escrito por Isabela Noronha, neste link.

.: Teatro: Flávio Tolezani e Daniel Infantini na comédia dramática "In Extremis"


Com direção de Bruno Guida, o texto do dramaturgo inglês Neil Bartlett coloca o escritor Oscar Wilde em uma consulta com uma cartomante. Foto: Hemerson Celtic


Uma experiência esotérica vivida pelo escritor irlandês Oscar Wilde (1854-1900) inspirou o premiado autor inglês Neil Bartlett a escrever a comédia dramática "In Extremis", que teve uma montagem brasileira em 2015, dirigida por Bruno Guida. O espetáculo, estrelado por Daniel Infantini e Flávio Tolezani, volta em cartaz para uma temporada de reestreia no Teatro Bravos, entre os dias 1° de junho e 28 de julho, com apresentações aos sábados, às 20h00, e aos domingos, às 18h00.

De acordo com um telegrama enviado para uma amiga em 1895, apenas há uma semana de começar o julgamento que custaria a sua reputação, sua liberdade, sua família e em seguida sua vida, Oscar Wilde foi fazer uma consulta a uma famosa cartomante chamada Mrs. Robinson.  “Nunca saberemos o que de fato aconteceu naquela noite. Mas a história é muito boa para ser ignorada”, comenta Bruno.  

Depois de criarem juntos o espetáculo "The Pillowman - O Homem Travesseiro", Bruno Guida, Daniel Infantini e Flávio Tolezani repetem o formato e se dividem na equipe criativa para continuar a pesquisa sobre a linguagem de bufão iniciada no espetáculo anterior. Bruno traduziu o texto, idealizou o projeto e dirige a montagem, Daniel além de atuar, assina o figurino e a maquiagem. E Flávio, além de ator, também é o cenógrafo da peça. 

O grupo busca uma atmosfera mística a fim de trazer a plateia para o jogo de adivinhação e mistério que faz parte da encenação de uma consulta exotérica. Os três artistas fizeram oficina com o hipnólogo Fábio Puentes para entender o caminho apontado por um especialista contemporâneo na ciência da hipnose.


Ficha técnica
Espetáculo "In Extremis"
Texto: Neil Bartlett
Tradução: Bruno Guida
Direção: Bruno Guida
Elenco: Daniel Infantini e Flavio Tolezani
Assistente de direção: Mateus Monteiro
Treinamento em hipnose: Fabio Puentes
Iluminação: Aline Santini
Cenário: Flavio Tolezani
Figurinos: Daniel Infantini
Adereços: Marcela Donato
Maquiagem: Daniel Infantini
Fotografia: Hemerson Celtic
Designer gráfico: Kelson Spalato
Direção de produção: Marco Griesi
Produtor Executivo: Giovanni D ‘Angelo
Redes sociais e vídeo: Gatu Films
Digital: Matheus Resende – Motisuki Pr
Idealização: Bruno Guida
Realização: Palco 7 Produções e Pitaco Produções


Serviço
Espetáculo "In Extremis"
Temporada: 1º junho a 28 de julho
Aos sábados, às 20h, e aos domingos, às 18h
Teatro Bravos - Sala Bravos Multi - Rua Coropé, 88, 1 andar, Pinheiros
Ingressos: R$ 100,00 (sábados) R$ 90,00 (domingos)
Vendas on-line em Sympla
Bilheteria: de terça a domingo, das 13h às 19h ou até o início do último espetáculo.
Capacidade: 172 lugares
Classificação: 14 anos
Duração: 60 minutos
Gênero: comédia
Acessibilidade: teatro acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida

.: Billy Bond faz tributo aos grandes musicais em "Um Dia na Broadway"


Com 32 artistas em cena, espetáculo reproduz a atmosfera de dez dos mais famosos musicais de todos os tempos com figurinos e cenários grandiosos. São eles: "Priscila", "Evita", "Chicago", "Grease", "Les Miserable", "Mary Poppins", "A Bela e a Fera", "O Fantasma da Ópera" (na imagem), "Cats" e "Mamma Mia". Foto: divulgação


Uma espécie de tributo aos grandes musicais estadunidenses, "Um Dia na Broadway" volta em cartaz a partir do dia 16 de maio, às 21h no Teatro Liberdade, em São Paulo. A temporada é curtíssima e vai até dia 9 de junho. Depois de quase 15 anos encenando clássicos do universo infantil, o diretor e músico Billy Bond - há mais de 30 anos no Brasil, à frente da Black & Red Produções – volta a montar espetáculos adultos.

Billy Bond aposta no encantamento dos brasileiros por Nova York, por isso, reproduz o espírito da cidade em cena. Com isso, o diretor quer agradar quem já conhece e ama a metrópole e os que nunca estiveram por lá, mas sonha visitá-la. Para levar o público a essa viagem, o espetáculo cria uma ambientação característica: um painel com 160 metros de tiras de luz de LED que reproduz pontos turísticos clássicos, como a Times Square, a Broadway, a Estátua da Liberdade, Wall Street, o Harlem, o Empire State, o Metrô e o Grand Central Station.

O espetáculo conta com direção geral e dramaturgia de Billy Bond e Andrew Mettine, adaptação de Bond e Lilio Alonso, direção musical e arranjos de Bond e Villa, direção de cena de Marcio Yacoff, coreografia de Italo Rodrigues, cenário de Marcelo Larrea e figurinos de Paula Canterini e Feliciano San Roman. Além disso, em cena estão 32 pessoas, entre atores, cantores e bailarinos e técnicos. 

A história começa com a chegada de uma família de férias em Nova Iorque. Acompanhado pelos filhos, um casal viaja para Nova York a fim de comemorar o aniversário de casamento na cidade onde se conheceu e se apaixonou. Logo há um desencontro e as crianças se perdem dos pais no Metrô da Grand Central Station. A partir de então, na tentativa de reencontrá-los, os irmãos se aventuram por lugares onde acreditam que encontrarão o casal.  Sabem que os pais são fanáticos por teatro, portanto, na busca, visitam os teatros da Broadway e assistem trechos de musicais clássicos. 

Na plateia, o público acompanha a saga da família e se delicia com as cenas concebidas por Billy para reproduzir a atmosfera de dez dos mais famosos musicais de todos os tempos, em imagens, figurinos, cenários e músicas cantadas ao vivo. São eles: "Priscila" (ao som de "It’s Raining Men"), "Evita" ("Don’t Cry for me Argentina"), "Chicago" ("All That Jazz"), "Grease" ("Summer Night"), "Les Miserable" ("One Day More"), "Mary Poppins" ("Supercalifragilistic"), "A Bela e a Fera" ("Beauty and Beast") "O Fantasma da Ópera" ("The Phantom of the Ópera"), "Cats" ("Memories") e "Mamma Mia" ("Dancing Queen").

E, no decorrer dessa trama, um personagem entra em cena para ajudar a contar sua história. Trata-se do próprio George Michael Cohan, artista identificado como um dos primeiros a fazer espetáculos musicais nos Estados Unidos. Como não pode faltar nas montagens do diretor, a encenação conta com números aéreos, levitação e outros truques e efeitos especiais. Para dar a sensação de 3D, Billy explica, o espetáculo mescla dois cenários, um virtual (composto por imagens de NY em 4K) e outro físico. Outro destaque é o sistema de som Surround, que envolve toda a plateia. Além disso, para que tudo saia como o diretor concebeu, uma equipe de dez profissionais trabalha há meses na computação gráfica. “A reprodução dos espaços da cidade tem de ser fiel”, exige o diretor.


Serviço
Espetáculo "Um Dia na Broadway", de Billy Bond
Temporada: 16 de maio a 9 de junho
Às sextas-feiras, às 21h; aos sábados, às 17h e às 21h; e aos domingos, às 17h
Teatro Liberdade - Rua São Joaquim, 129, Bairro Liberdade
Ingressos: R$ 250,00 (Plateia Premium), R$ 230,00 (Plateia), R$ 180,00 (Balcão A), R$ 150,00 (Balcão A com vista parcial) e R$ 150,00 (Balcão B)
Vendas on-line em https://site.bileto.sympla.com.br/teatroliberdade/
Bilheteria: de terça-feira a sábado, das 13h às 19h, e aos domingos e feriados (apenas em dias de espetáculo), das 13h até o início da apresentação.
Indicação etária: livre.
Duração aproximada: 130 minutos.
Lotação: 900 lugares.
Acessibilidade: teatro acessível para cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida.

domingo, 12 de maio de 2024

.: Da obra de Anton Tchékhov, "Outros Malefícios do Tabaco" faz temporada


O projeto foi contemplado pelo Edital Funarte Aberta 2023 e os ingressos custam R$30. Em data a ser divulgada brevemente, haverá uma sessão do espetáculo com tradução em Libras - Linguagem Brasileira de Sinais. Cena de Outros Malefícios do Tabaco. Crédito: Andreza Spina

A peça "Outros Malefícios do Tabaco", em cartaz até dia 1° de junho, às sextas e sábados, às 20h00, na Sala Augusto Boal do Teatro de Arena Eugênio Kusnet, traz à cena um protagonista que pretende expor à plateia uma conferência sobre o tabaco, porém, enquanto a palestra prossegue, os dados científicos são frequentemente interrompidos por revelações pessoais da personagem cuja oratória funde-se a temas díspares transformando seu relato em frações de pensamentos e estilhaços de sentimentos. O elenco é composto por Barros Batista e Thiago Morrinho. A direção é de Ju Lima.

A encenação é resultado da releitura da obra "Os Males do Tabaco", de Anton Tchékhov que, a despeito de ter sido escrita há mais de um século, continua a oferecer inúmeras reflexões acerca de questões sociais e existenciais. O espetáculo ultrapassa a proposta da dramaturgia original ao dar espaço a uma nova personagem possibilitando um ousado (des)encontro.

Em 2024, o ator e produtor teatral Barros Batista retoma e aprofunda pesquisas acerca da obra do escritor russo Anton Tchékhov, propondo a adaptação da dramaturgia original e sua encenação através do "Núcleo Cultural Um homem só e todo mundo”. O diretor teatral Ju Lima e o ator e músico Thiago Morrinho juntam-se à nova temporada, oferecendo elementos de ousadia e atualização de uma obra potente.


Ficha técnica
Espetáculo "Outros Malefícios do Tabaco"
Dramaturgia: Barros Batista
Direção e iluminação: Ju Lima
Elenco: Barros Batista e Thiago Morrinho
Assistente de produção: Clara Auricchio / Talita Guerra
Assessoria de Imprensa: Diogo Locci
Produção executiva: Barros Batista e Ju Lima
Arte gráfica: Nilza Cristina
Fotos: Andreza Spina
Realização: Núcleo Um Homem Só e Todo Mundo


Serviço
Espetáculo "Outros Malefícios do Tabaco"
Temporada: até dia 1° de junho de 2024, sextas e sábados, 20h
Local: Sala Augusto Boal - Teatro de Arena Eugênio Kusnet (Rua Doutor Teodoro Baima, 94, Sala Augusto Boal, Vila Buarque)
Ingressos: R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia). Vendas via Sympla.
Classificação indicativa: 14 anos
Duração: 45 minutos

.: "Entre Franciscos, o Santo e o Papa" faz temporada no Teatro Sérgio Cardoso


Peça de Gabriel Chalita, com  Paulo Gorgulho e César Mello, chega a São Paulo e propõe uma reflexão sobre tragédias atemporais da humanidade. Foto: Guilherme Logullo


Oito séculos separam um jovem de Assis, cidade  no centro da Itália, e um de Buenos Aires, capital da Argentina, que em comum têm um nome: Francisco. Mas não só: ambos dedicaram suas vidas  a levar alívio e dignidade aos desassistidos em suas próprias épocas. Agora,  em pleno século XXI, ambos se encontram e trocam pensamentos: querem  entender como o barulho todo do mundo, de ingratidão, desamparo e ganância, tem crescido e abafado a mensagem de amor ao próximo. O local do encontro? Uma lavanderia. Este é o ponto de partida de "Entre  Franciscos, o Santo e o Papa", a nova peça de Gabriel Chalita, com os atores César Mello e Paulo Gorgulhoque  está em cartaz no Teatro Sérgio Cardoso (Sala Paschoal Carlos Magno) até dia 30 de junho.

"Entre Franciscos, O Santo e O Papa” mostra o Papa Francisco preocupado e cansado dos problemas do cotidiano. Ele entra na lavanderia do Vaticano, local que mandou construir para a população de rua e encontra um homem. Inicialmente, ele não percebe, mas este homem é São Francisco de Assis e, aos poucos, o diálogo entre essas duas icônicas figuras vai revelando dores, incertezas, mas também amores, fé e reflexões sobre os grandes dilemas da humanidade.  

A lavanderia não é um estabelecimento comercial qualquer: trata-se da chamada "Lavanderia do Papa Francisco", inaugurada em 2017 em Roma, para que a população de rua tivesse como lavar e passar suas roupas e mantas. Desde então, o projeto já ganhou unidades em Gênova, em 2019, e outras duas em Turim, no ano passado.  

Na peça, o Papa Francisco vai à lavanderia, quando, cansado da realidade inclemente do mundo de hoje, com fome, guerra e outras tragédias, precisa de uma pausa para descansar e refletir. Lá, um dia, encontra um jovem acompanhando a lavagem de suas roupas, à espera ao lado da máquina de  lavar. E começam a conversar. Chalita diz que, ainda que sejam duas figuras religiosas, os diálogos e as angústias que cada um traz à conversa transcendem as divisões religiosas. “Você poderia assistir essa peça e esquecer que são o papa e São Francisco. São apenas dois homens”, diz.  

A inspiração para colocar os dois personagens no palco veio de uma imagem do cotidiano, explica Chalita. “Um dia, caminhando por uma grande cidade, vi um senhor idoso sentando-se ao lado de um homem, morador das ruas, para cuidar dele. A imagem ensinadora lembrou dois Franciscos, o santo e o papa”, diz o autor. São Francisco é interpretado pelo ator César Mello, conhecido por seu  trabalho em novelas da TV Globo, como “Viver a Vida”, “Lado a Lado”,  “Sangue Bom” e “Babilônia”. E seu talento nos palcos é mais conhecido por seu trabalho em musicais, como “Rei Leão” e “Wicked”. Os diálogos de seu personagem na peça de Chalita são todos baseados no que dizia São  Francisco. “É muito bom encontrar ‘personagens-professores’, que mudam a dinâmica da sua vida, te questionam, te incomodam”, diz o ator. 

O Papa Francisco, por sua vez, é interpretado pelo ator Paulo Gorgulho,  que estreou na TV em 1984, e, desde então, já viveu dezenas de papéis na TV e no cinema, como a novela “Pantanal” (1990), o filme “O Jardim Secreto de Mariana” (2021) e a série “Todo Dia a Mesma Noite” (2023). Compre o livro "Entre  Franciscos, o Santo e o Papa", de Gabriel Chalita, neste link.

Amor filosófico
Trata-se de uma peça sobre “o amor filosófico que está em cada um de nós,  nosso caráter, crenças e dúvidas”, diz o diretor do espetáculo, Fernando  Philbert – que já foi indicado, em 2019, ao Prêmio Shell por “Todas as Coisas Maravilhosas”. “É preciso caminhar para encontrar respostas e às vezes elas ainda não existem”. 

O cenário da peça – uma lavanderia – funciona como uma maneira figurada de se representar o que os dois personagens conversam ao longo da peça. No diálogo entre os Franciscos, ambos vão tentando lavar, por assim dizer, as dores e tristezas do mundo. A lavanderia questiona, então, “quais são os barulhos do mundo e os caminhos que estamos tomando. Por meio da dimensão humana desses personagens, a peça quer inspirar o público com  reflexões do mundo contemporâneo”, explica Chalita. 

A peça é apresentada pelo Ministério da Cultura, Rede D'Or, Instituto YDUQS e  Estácio, e tem o patrocínio da Ternium e do Grupo Qualicorp. Ficará em cartaz até 30 de junho de 2024, sextas, sábados e domingos, às 18h. A direção de produção é de Guilherme Logullo, a cenografia de Natália Lana, os figurinos de Karen  Brusttolin, o desenho de luz de Vilmar Olos e a realização da Luar de Abril. Garanta o seu exemplar de "Entre  Franciscos, o Santo e o Papa", escrito por Gabriel Chalita, neste link.

Ficha técnica
Espetáculo "Entre Franciscos, o Santo e o Papa"
Elenco: Paulo Gorgulho e César Mello
Texto: Gabriel Chalita
Direção: Fernando Philbert
Cenografia: Natália Lana
Desenho de luz: Vilmar Olos
Figurino: Karen Brusttolin
Trilha sonora: Gui Leal 
Design gráfico: Igor Gabriel Paz
Direção de produção: Guilherme Logullo
Assistente de direção/produção: Renata Ricci Assessoria de imprensa: GBR Comunicação Idealização: Gabriel Chalita
Realização: Luar de Abril 

Serviço
Espetáculo "Entre Franciscos, o Santo e o Papa"
Temporada: de 10 de maio de 2024 a 30 de junho de 2024 Horários: sexta, sábado e domingo, às 18h
Local: Teatro Sérgio Cardoso – Sala Paschoal Carlos Magno Endereço: Rua Rui Barbosa, 153 - Bela Vista - São Paulo/SP Duração: 70 minutos
Bilheteria oficial: sympla.com.br
Telefone: (11) 3288-0136
Valores: R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia-entrada) Vendas on-line: http://linktr.ee/entrefranciscos
Lotação: 143 lugares + 6 espaços de cadeirantes
Classificação: livre.

.: Pinacoteca de São Paulo apresenta mostra panorâmica de Cecilia Vicuña


"Cecilia Vicuña: sonhar a Água - Uma Retrospectiva do Futuro" é a primeira grande exposição da artista chilena no Brasil que fica em cartaz de 18 de maio a 15 de setembro. Na imagem, o quadro "As Lágrimas de Tara (Uma Oração pelo Mundo)", de 2021


A Pinacoteca de São Paulo apresenta a exposição "Cecilia Vicuña: sonhar a Água - Uma Retrospectiva do Futuro" no próximo sábado, dia 18 de maio, na Grande Galeria do edifício Pina Contemporânea. Primeira grande mostra da artista chilena Cecilia Vicuña no Brasil, a retrospectiva reúne cerca de 200 obras que abrangem os 60 anos de sua produção. Com curadoria de Miguel A. López, a mostra apresenta o compromisso de Vicuña com as lutas populares, o respeito aos direitos humanos e a proteção ambiental. Entre os trabalhos que são destaque na Pinacoteca estão a instalação "Quipu Menstrual" (2006), criação site-specific para a Pina, e a obra "Fidel e Allende" (1972), exposta apenas nessa etapa da itinerância.

Cecilia Vicuña é poeta, artista visual e ativista feminista. Boa parte de sua produção se volta para sua relação com seu país natal, a cordilheira dos Andes, as lutas feministas, a memória têxtil pré-colombiana e a emancipação das comunidades indígenas. Desde os anos 1960, a obra visionária da artista dedica-se a honrar o equilíbrio e a reciprocidade do mundo natural. Seu trabalho valoriza a dimensão ritual, medicinal e curativa da arte. A exposição tem patrocínio da Goldman Sachs, na cota Prata, e apoio da Embaixada do Chile no Brasil.

Sobre a exposição
"Sonhar a Água" foi originalmente organizada pelo Museu Nacional de Bellas Artes de Santiago do Chile e itinerou para o Malba, em Buenos Aires, antes de chegar à Pinacoteca de São Paulo. O nome da exposição representa um convite para mudarmos nossa relação com a terra. “Sem umidade não há humanidade”, nos lembra Vicuña. Suas criações não são somente depoimentos sobre o passado, mas também sobre todos os testemunhos de um futuro aberto – assim como essa retrospectiva, que apresenta sua obra como uma experiência que não é definitiva, mas sim viva e em construção.

O trabalho "Quipu Menstrual, o Sangue dos Glaciais", originalmente concebido pela artista em 2006, foi criado como uma ação ritual para a anulação de um projeto para extração de ouro por meio da destruição de três geleiras no norte do Chile. Adaptada especialmente para o espaço da Grande Galeria, a instalação é composta por nós de lã na cor vermelha e constituem um bosque penetrável, no qual os visitantes são convidados a circularem em seu interior.

“A poética de Vicuña abraça tudo e nada ao mesmo tempo, contamina linguagens, desconhece hierarquias e se expressa com uma forma sísmica. Pode tomar a forma de poesia, pintura, escultura, colagem, desenho e muito mais. Seu trabalho se conecta com a forte tradição de experimentação poética desenvolvida no Brasil desde os anos 1950, em que a poesia se converte em um motor de pensamento crítico e mobilização social”, comenta o curador Miguel López.


Núcleos da exposição
1. "Tribu No"
Em setembro de 1967, Vicuña escreveu No manifiesto. O documento deu origem ao Tribu No, um grupo de jovens artistas e poetas de Santiago que, como ela, buscavam expressar sua oposição às forças conservadoras do Chile. As improvisações da Tribu No, que consistiam em dançar livremente, falar por muitas horas, pintar, tecer, jogar e escrever peças de teatro infantil para a televisão, estavam influenciadas pelos experimentos autorreflexivos que ocorriam no campo da poesia e da expansão internacional do happening.


2. "Pinturas, Poemas e Explicações"
Cecilia Vicuña começou a pintar em meados dos anos 1960. Se viu influenciada pela arte indígena e mestiça produzida entre os séculos XVI e XVII. O encontro com a pintora Leonora Carrington em 1969 também se mostrou significativo para sua produção. Suas pinturas estão carregadas de energia feminina e desafiam o controle patriarcal das normas culturais. As peças incluem mulheres que protestam nas ruas, fantasias de animalidade, filosofia andina, mitos e folclore popular, além de representações de personagens políticos ou ativistas feministas e dos direitos civis. Este núcleo apresenta algumas de suas primeiras pinturas produzidas em Santiago, Londres e Bogotá, junto com textos explicativos da própria artista.


3. "Artistas pela Democracia"
No dia 11 de setembro de 1973 aconteceu o golpe militar no Chile. No ano seguinte, Vicuña fundou em Londres, junto com David Medalla, John Dugger e Guy Brett, uma organização em solidariedade ao país, chamada Artistas pela Democracia. A organização mobilizou art istas e intelectuais internacionais, que doaram e produziram obras que seriam leiloadas em benefício da luta chilena para restaurar a democracia. Este núcleo reúne uma série de documentos, fotografias e materiais impressos relacionados com as campanhas de solidariedade com o Chile.


4. "Vicuña na Colômbia"
Em 1975, Vicuña deixou Londres e viajou para a Colômbia, um dos poucos países da América do Sul que não estava vivendo uma ditadura. A artista se estabeleceu em Bogotá, onde viveu por cinco anos. Ainda que vivendo em condições muito precárias, Vicuña atravessou um período de explosão criativa no qual deu vida a centenas de desenhos, colagens e pinturas, ações em espaços públicos, oficinas educativas, projetos cenográficos no Teatro La Candelaria, em Bogotá, e filmes experimentais em 16 mm, feitos nas ruas da cidade.

5. "Palabrarmas"
Em 1973, Vicuña começou a produção de uma série de desenhos, colagens, vídeos e performances que refletiam sobre o papel da poesia em um tempo de repressão política e desaparecimentos forçados na América do Sul, e de violência imperial em todo o mundo, de causadora de distorções de discursos públicos e desinformação. Produzidas inicialmente em Londres e Bogotá, as Palabrarmas aludem aos paradoxos entre arte e política revolucionária. Ao mesmo tempo, transitam de uma poesia baseada na linguagem aos poemas escultóricos, performáticos e especiais para criar consciência sobre o modo em que as palavras dão forma à paisagem social do mundo. A artista continua realizando Palabrarmas até os dias de hoje.

6. "Quipu Desaparecido"
O "Quipu Desaparecido" faz alusão ao legado de sequestros e assassinatos por motivos políticos perpetrados por várias ditaduras latino-americanas do século XX. Ao adotar esse nome para o projeto, Vicuña estabelece uma conexão direta com a eliminação do quipu e de outras tradições indígenas por parte dos conquistadores espanhóis, que no século XVI se propuseram a extinguir esses métodos de comunicação altamente codificados e, por isso, para eles, potencialmente subversivo.


7. "Precarios"
As primeiras obras precárias de Vicuña foram criadas na Praia de Concón, no Chile, em 1966. As pequenas assemblages, feitas de madeira flutuante, seixos, penas e cordas, foram concebidas como oferendas sagradas e como um refúgio da vida microscópica. As peças abriam um diálogo expandido com a natureza: quando subia a maré, as ondas as levavam. Com o passar dos anos, a artista continua produzindo essas obras e se referindo a elas indistintamente como “performances rituais”, “metáforas espaciais” e “poemas multidimensionais”.


8. "Quipu Menstrual"
Michelle Bachelet foi eleita como a primeira mulher presidente do Chile em 15 de janeiro de 2006. Nesse dia, Vicuña emitiu seu voto de uma forma diferente: instalou seu Quipu menstrual (O sangue dos glaciais) aos pés do El Pomo, uma montanha na região metropolitana de Santiago. Dez meses depois, a artista expôs uma versão adaptada para o Centro Cultural Palacio de La Moneda, em Santiago, composta por 28 nós de lã cor de sangue e um vídeo que documentava a performance ritual anterior na geleira. A instalação estava acompanhada de uma carta que Vicuña escreveu para Michelle Bachelet. Na carta, pedia que anulasse a autorização do Projeto Pascua Lama, que visava destruir três geleiras ao norte do Chile para a extração de ouro. Na Pinacoteca, a instalação ganha uma versão feita para o espaço da Grande Galeria, além do vídeo que documenta seu voto ritual em El Plomo, em 2006.

Sobre a artista
Cecilia Vicuña (1948, Santiago, Chile) é uma poeta, artista e ativista. Seu trabalho se debruça sobre o mundo moderno, olhando para a destruição ambiental, direitos humanos e homogeneização cultural. Nascida e criada em Santiago, no Chile, a artista vive no exílio desde 1970, ano do golpe militar contra o presidente Salvador Allende. A artista é cofundadora do grupo “Artistas pela Democracia”, criado em Londres, em 1974. Em 2022 ganhou o Leão de Ouro da Bienal de Veneza pelo conjunto de sua obra. No mesmo ano, foi comissionada pela Tate Modern de ocupar o icônico espaço Turbine Hall.


Serviço
Exposição "Cecilia Vicuña: sonhar a Água - Uma Retrospectiva do Futuro"
De 18 de maio a 15 de setembro de 2024
Curadoria: Miguel A. López
Edifício Pina Contemporânea (Grande Galeria)
De quarta a segunda, das 10h00 às 18h00 (entrada até 17h00)
Gratuitos aos sábados - R$ 30,00 (inteira) e R$ 15,00 (meia-entrada), ingresso único com acesso aos três edifícios - válido somente para o dia marcado no ingresso
Quintas-feiras com horário estendido B3 na Pina Luz, das 10h às 20h (gratuito a partir das 18h)

.: Cristovão Tezza revisita tempos de sociedade alternativa no sul em livro


Antes de se tornar o renomado romancista, cronista e crítico que é hoje, Cristovão Tezza, durante os anos de 1968 a 1976, fez parte de uma comunidade de teatro, no litoral do Paraná, liderada pelo escritor, dramaturgo e teatrólogo W. Rio Apa (1925-2016). Da rica experiência comunitária, de onde se firmou o seu fascínio pelo mundo artístico e literário, ele escreveu "Ensaio da Paixão", romance com fortes traços autobiográficos, lançado originalmente em 1986, e que agora ganha uma nova edição revista pelo autor, restaurando a estrutura inicial que ele tinha alterado para uma edição publicada nos anos 1990. 

Para a nova edição de "Ensaio da Paixão", o premiado autor fez alterações no texto e escreveu um posfácio inédito, em que reflete sobre as mudanças comportamentais e na linguagem dos anos 1970 para cá. A edição conta ainda com texto de orelha assinado pelo crítico Manuel da Costa Pinto. O romance com pitadas de realismo mágico, como estava em voga na época, trata de sua juventude, inspirado nos anos em que fez parte de uma comunidade de teatro e de uma sociedade alternativa em uma ilha isolada no sul do pais em plena ditadura militar. 

Um dos maiores expoentes da literatura brasileira dos últimos tempos, ele é autor de mais de 20 livros, incluindo "O Filho Eterno", com o qual foi vencedor dos principais prêmios do país, como o Jabuti, Portugal Telecom, Prêmio São Paulo e Zaffari & Bourbon, entre outros. Seus livros já foram adaptados para o cinema brasileiro e para o teatro no Brasil, na Argentina e em Portugal. Compre o livro "Ensaio da Paixão", de Cristovão Tezza, neste link.


"Ensaio da Paixão" revisitado
A partir de sua vivência pessoal, Tezza elaborou uma narrativa ficcional e satírica, ambientada nos anos de chumbo da ditadura militar. O romance conta a história de um grupo peculiar – composto por habitantes de uma ilha isolada na região sul do Brasil, a Ilha da Paixão –, que se reúne em torno de um único objetivo: encenar a Paixão de Cristo. A peça é produzida todo ano na ilha sob direção de Isaías, o autoproclamado profeta da região.

Apesar dos choques entre as personalidades de seus integrantes, de sua diferenças sociais, de suas desvairadas paixões políticas, ideológicas, sexuais e artísticas, o excêntrico rebanho se prepara, em conjunto, para ensaiar e produzir a peça de maneira espontânea, sem seguir nenhum roteiro ao pé da letra. Enquanto se preparam para a grande apresentação, eles combinam trabalho e prazer, ao mesmo tempo em que gozam da liberdade que a ilha proporciona. Contudo, são vistos pelas autoridades repressoras do país como um grupo subversivo e uma forte ameaça à ordem vigente.

Neste romance, Tezza usa o realismo mágico – traço marcante da literatura da época – combinado ao humor explícito, de ritmo acelerado, para dar um exemplo de como funcionavam as comunidades alternativas dos anos 1970 e de como elas eram vistas pelo Estado. A ilha, a formação de um grupo em prol de algo maior que ele próprio, a repressão exercida por um governo autoritário: todos os elementos compõem uma saborosa alegoria de nosso país. Em "Ensaio da Paixão", o autor parece compreender, de forma quase catártica, o impacto que seu período na comunidade de Rio Apa teve em sua vida pregressa, quando era apenas um jovem revolucionário e transgressor radical do “sistema”, e na sua vida presente, como escritor e literato renomado.

Em um posfácio inédito, escrito especialmente para esta edição, o autor avalia as diferenças culturais entre o momento atual e a época de sua juventude, iluminando certos aspectos do livro. Mas, diferenças à parte, Cristovão Tezza continua o mesmo rebelde de sempre: “[A literatura] é uma experiência pessoal destinada não a ensinar o que o autor sabe, mas para ele mesmo descobrir, pela escrita, o que ainda não sabe, e eventualmente partilhar com o leitor. É uma atividade de risco, um ato de existência e um território livre; ela tem de ser um território livre para fazer sentido.” Garanta o seu exemplar de "Ensaio da Paixão", escrito por Cristovão Tezza, neste link.

Sobre o autor
Cristovão Tezza nasceu em Lages, Santa Catarina, mas desde criança vive em Curitiba, Paraná. Publicou duas dezenas de obras, entre elas os romances "Trapo", "O Fotógrafo", "A Tensão Superficial do Tempo" e "O Professor". "Os Contos de Beatriz" criaram a personagem que reaparece em "Um Erro Emocional", "A Tradutora" e "Beatriz e o Poeta". A publicação de "O Filho Eterno", em 2007, teve um impacto inédito no panorama ficcional do país: o livro ganhou os mais importantes prêmios literários brasileiros e foi traduzido em uma dezena de países. Recebeu na França o prêmio Charles Brisset, de melhor ficção do ano, e, em 2011, foi um dos dez finalistas do prêmio IMPAC-Dublin de obras publicadas em língua inglesa. Além das obras de ficção, lançou duas coletâneas de crônicas, "Um Operário em Férias" e "A Máquina de Caminhar"; outras duas de textos críticos, "Leituras: resenhas & Ensaios" e "Literatura à Margem"; e sua autobiografia literária, "O Espírito da Prosa".

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