segunda-feira, 4 de novembro de 2024

.: José Luís Peixoto emociona ao abraçar o passado em livro inédito no Brasil


Em "Abraço", o escritor português José Luís Peixoto apresenta 162 crônicas que revisitam seu passado, explorando experiências da infância e juventude, seus primeiros amores, as amizades e paixões literárias. Através dessas memórias, o autor, vencedor dos prêmios literários José Saramago (2001) e Oceanos (2016), revela os elementos essenciais que moldaram sua trajetória e que o firmaram como uma das vozes mais originais da literatura contemporânea em língua portuguesa. 

É uma importante chave de acesso ao mundo de um dos escritores portugueses mais prestigiados de nossa época. O livro foi publicado originalmente em Portugal, em 2011. Esta é a primeira edição no Brasil do livro, que tem texto de quarta capa assinado pelo premiado escritor Itamar Vieira Junior.

"Abraço" é um mergulho profundo de José Luís Peixoto em suas paixões, seus afetos e em uma infinidade de sensações que remetem ao seu passado em Portugal. A obra se comporta como um “armazém de memórias e emoções”, em que o autor escreve de forma comovente sobre, por exemplo, a experiência de ser filho e também pai, mas também resgata os primeiros amores, amizades e personagens de sua infância.

Ao ler esses textos embebidos de lirismo, somos convidados a acompanhar o menino do Alentejo enquanto ele descobre o mundo, a literatura, o ativismo, a anarquia, o punk rock, o sexo, mas também a maldade humana, o preconceito e a injustiça. Na última parte do livro, Peixoto esgarça os limites entre ficção e realidade ao escrever sobre seus interesses pela literatura e por autores como James Joyce, Clarice Lispector e o conterrâneo José Saramago. Compre o livro "Abraço" neste link.


Trecho do livro
“Quando tinha um ano, caí nas escadas do meu quintal. Fiz uma ferida na sobrancelha esquerda e levei um ponto. Tenho a cicatriz e hei-de tê-la sempre. Contaram-me essa história tantas vezes que, agora, sou capaz de ver aquelas escadas engrandecidas, o segundo degrau ao nível dos olhos, sou capaz de me ver a subi-las, a cair, a chorar e toda a gente aflita a correr para mim. No entanto, sei que a minha primeira recordação é: “Tenho quatro anos.” Não me lembro do sítio onde estava. Lembro-me do meu corpo pequeno e lembro-me de saber que existia.”


Sobre o livro
“As páginas de 'Abraço' trazem a marca de José Luís Peixoto, que é, sem dúvida, um dos mais admirados autores de nossa língua. [...] Cada texto parte da experiência singular do autor e, de muitas formas, sempre alcança algo que talvez pertença a todos que se recusam a ignorar o fascínio da vida e seus maravilhosos detalhes. [...] Ler este 'Abraço' é como estar numa casa cheia de livros. Só os que amam a literatura sabem o que digo.” - Itamar Vieira Junior


Sobre o autor
José Luís Peixoto (1974) é um dos autores de maior destaque da literatura portuguesa contemporânea. Em 2000, publicou "Morreste-me", seu livro de estreia. No ano seguinte, o romance "Nenhum Olhar" venceu em Portugal o Prêmio Literário José Saramago. Em 2007, "Cemitério de Pianos" recebeu o Prêmio Cálamo Otra Mirada como melhor romance estrangeiro publicado na Espanha. Com "Livro", venceu o Prêmio Libro d’Europa, na Itália, como melhor romance europeu de 2012. Em 2016, com "Galveias", recebeu o Prêmio Oceanos. Suas obras foram ainda finalistas de prêmios internacionais como o Femina (França), o Impac Dublin (Irlanda) e o antigo Portugal Telecom (Brasil). Escreveu também teatro, literatura de viagens, entre muitos outros gêneros. Na poesia, foram-lhe atribuídos o Prêmio Daniel Faria e o Prêmio da Sociedade Portuguesa de Autores. Os seus romances estão traduzidos e publicados em mais de 30 idiomas. Garanta o seu exemplar de "Abraço" neste link.

.: Teatro: Helena Ranaldi e Martha Meola estrelam peça "Por Trás das Flores"


Espetáculo que fica em cartaz até 28 de novembro no novo Teatro Multiplan MorumbiShopping  explora a relação mãe e filha e os contrastes culturais entre Brasil e Líbano. Foto: Camila Rios

Até dia 28 de novembro, às quartas e quintas-feiras, sempre às 21h00, o Teatro Multiplan MorumbiShopping, localizado no Piso G2 do shopping, recebe o espetáculo "Por Trás das Flores". Dirigida por Marcelo Lazzaratto e protagonizada por Helena Ranaldi e Martha Meola, a peça teatral escrita por Samir Yazbek convida o público a mergulhar em uma narrativa poética explorando a complexa relação entre uma filha e sua mãe. Ambientada no Norte do Líbano e também na imaginação da Filha, a peça acompanha a tentativa da Mãe de convencer a Filha a retornar ao Brasil e viver entre os seus. Em algum lugar entre o Líbano e o Brasil, duas mulheres fazem um acerto de contas, investigando questões ligadas à ancestralidade e ao futuro.

Contrastando tradição e modernidade, a trama ressalta as diferenças culturais entre o Líbano e o Brasil, ao mesmo tempo em que revela o abismo temporal entre o mundo contemporâneo e a época em que a mãe migrou para o Brasil, em meados do século XX. A obra revela a profundidade das subjetividades de duas mulheres tão próximas e, ao mesmo tempo, tão distintas, destacando aspectos psicológicos, sociais e míticos.

Segundo o diretor Marcelo Lazzaratto, o espetáculo apresenta como espaço único, em que ocorre a ação, um quarto de uma antiga casa no Líbano. A encenação optou por manter apenas três elementos essenciais para configurá-lo: um tapete, um baú e um vaso com uma muda de Cedro-do-Líbano. Essa opção sintética aposta no jogo entre as atrizes para configurar as paisagens libanesas, que é o anseio da Filha; o cotidiano no Brasil, que é o desejo da Mãe; e todas as outras imagens advindas de suas memórias.

Sobre o cenário, o diretor acrescenta: “Há um painel atrás composto por módulos que lembram teares, como se a trama neles gerada fosse o enredo de memórias da família, memórias que transcendem a vida vivida das personagens e acessa elementos de sua ancestralidade”. Ao detalhar os conceitos da encenação, Lazzaratto considera que, “em uma abordagem psicanalítica, esse tapete intensamente iluminado, inserido em um palco como uma caixa preta, estabelece-se como sendo um espaço de consciência da personagem Filha que é visitada pela sua Mãe que surge do entorno do 'tapete-consciência', das latências de seu inconsciente”.

Para Samir Yazbek, o texto, inspirado em suas raízes libanesas, propõe “um mergulho na psique dessas duas mulheres que, apesar de suas diferenças geográficas e temporais, elaboram seus traumas, num acerto de contas que opera a partir de arquétipos familiares, mas que faz ressoar dilemas éticos e morais que refletem a encruzilhada das visões de mundo do Oriente e do Ocidente, tão presente na formação da sociedade brasileira”.

Nas palavras do diretor, o espetáculo, ao propor uma jornada desafiadora para as personagens, é “um rito de passagem da morte à vida”. Nesse sentido, por meio da referência ao Cedro, árvore milenar libanesa, Lazzaratto sintetiza: “Vida que se manifesta através de um broto de Cedro-do-Líbano no vaso disposto no canto da cena; árvore-símbolo daquele país que possui variados significados: na Bíblia, por exemplo, ele é mencionado frequentemente como um elemento de grandiosidade e bênçãos divinas, valores muito adequados às necessidades das personagens da peça. Mesmo que elas não lhes deem a devida atenção, o broto de Cedro está ali, crescendo, anunciando um amanhã renovado”.


Ficha técnica
Espetáculo "Por Trás das Flores"
Direção: Marcelo Lazzaratto
Texto: Samir Yazbek
Elenco: Helena Ranaldi e Martha Meola
Cenário: Marcelo Lazzaratto
Cenotécnico: Wanderley Wagner
Iluminação: Marcelo Lazzaratto
Operação de luz e som: Bruno Garcia
Figurino: Juliana Bertolini
Assistente de figurino: Vi Silva
Visagista: Junior Carvalho
Cabelo: Cida Grecco
Camareira: Rosa Silverio
Fotos: Camila Rios
Direção de produção: Jessica Rodrigues
Produção executiva: Carolina Henriques
Assistente de produção: Rommaní Carvalho e Julia Terro


Serviço
Espetáculo "Por Trás das Flores"
Até dia 28 de novembro, às quartas e quintas-feiras, às 21h00
*Não haverá apresentação no dia 14 de novembro, quinta-feira
Classificação indicativa: 12 anos
Duração: 60 minutos
Ingressos: de R$ 40,00 a R$ 100,00 | Vendas pela Sympla

Teatro Multiplan MorumbiShopping 
Avenida Roque Petroni Júnior, nº 1.089, Piso G2, Jardim das Acácias / São Paulo.
Bilheteria abre em dias de espetáculo, 2h antes de cada sessão.
Capacidade: 250 lugares.
Assessoria de imprensa do Teatro Multiplan MorumbiShoppping - Pevi 56

.: Abertura do Festival de Cannes, "O Segundo Ato" estará no Festival Varilux


Filme de abertura do Festival de Cannes 2024, a comédia "O Segundo Ato" ("Le Deuxième Acte") é destaque na 15ª edição do Festival Varilux de Cinema Francês, que apresenta uma programação de filmes inéditos e com passagens pelos principais festivais do mundo, como Cannes e Veneza. 

Dirigido por Quentin Dupieux, o filme conta com Léa Seydoux, Louis Garrel e Vincent Lindon. A distribuição no Brasil é da Bonfilm Filmes e a classificação indicativa é livre. No filme, quatro atores se encontram na filmagem de uma obra realizada 100% com inteligência artificial. Aos poucos torna-se difícil distinguir a ficção da realidade.

O Festival Varilux ocorre entre 7 e 20 de novembro, com exibição de 20 filmes em 60 cidades e 110 salas de cinema do país. O portal Resenhando.com assiste aos filmes do Varilux no Cineflix Cinemas, localizado no Miramar Shopping, no Gonzaga, em Santos.


Críticas publicadas sobre o filme

Le Parisien
"Dupieux subverte os clichês e desafia o politicamente correto. Ele é brilhante. Ele é esperto. Seu estilo é marcado pela naturalidade e pelo cômico."

Les Echos
"O incansável diretor francês cria uma história absurda na qual quatro atores se perdem, resultando em um filme que é um verdadeiro sucesso."

La Croix
"A última comédia de Quentin Dupieux, diretor prolífico, mergulha-nos com alegria na vertigem existencial da profissão de ator, através de uma “narrativa em abismo” virtuosa e extremamente divertida."

Ficha técnica
"O Segundo Ato" ("Le Deuxième Acte")
2024 / 1h20 / Comédia
Com Léa Seydoux, Louis Garrel, Vincent Lindon
Direção: Quentin Dupieux
Distribuição no Brasil: Bonfilm
Classificação indicativa: livre


Sobre a Bonfilm
Além de distribuidora de filmes, a Bonfilm é realizadora do Festival Varilux de Cinema Francês que, nos últimos 14 anos, promoveu mais de 35 mil sessões nos cinemas em todo o Brasil e somou um público de mais de um 1,2 mil espectadores. Desde 2015, a Bonfilm organiza também o festival Ópera na Tela, evento que exibe filmes de récitas líricas em uma tenda montada ao ar livre no Rio de Janeiro, e com uma edição em São Paulo.


Sobre o festival
O Festival Varilux de Cinema Francês é realizado pela produtora Bonfilm e tem como patrocinadores principais a Essilor/Varilux, Pernod Ricard/Lillet, Axa, Michelin, além do Ministério da Cultura, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria do Estado de Estado de Cultura e Economia Criativa, Lei Estadual de Incentivo à Cultura, Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Cultura. Outros parceiros importantes são a Alliance Française, a Embaixada da França no Brasil, as empresas Edenred, Air France, Fairmont (grupo Accor), além das distribuidoras dos filmes e os exibidores de cinema independente/de arte e as grandes redes de cinema comercial.

Assista na Cineflix
No litoral de São Paulo, o Festival Varilux de Cinema Francês acontece no Cineflix Santos, que fica Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Para acompanhar as novidades da rede Cineflix Cinemas mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste linkonsulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021.

domingo, 3 de novembro de 2024

.: "Um Animal Selvagem", o novo livro do escritor suíço Joël Dicker

Joël Dicker, autor best-seller com milhões de livros vendidos no mundo, se estabeleceu como uma das grandes vozes do romance policial com a publicação de "A Verdade sobre o Caso Harry Quebert", que inspirou a série televisiva de mesmo nome. Elogiado pela crítica por obras com vários personagens e tramas paralelas, em seu novo suspense Dicker inova ao criar um enredo que gira em torno de apenas dois pequenos núcleos. "Um Animal Selvagem", que chega às livrarias em novembro pela Intrínseca, é ambientado em Genebra, cidade natal de Dicker, e revela uma teia viciante de segredos, inveja, intrigas e reviravoltas. A tradução é de Debora Fleck.

Em 2 de julho de 2022, dois criminosos assaltam uma grande joalheria em Genebra. Eles planejaram uma ação rápida e objetiva. No entanto, esse está longe de ser um roubo qualquer. Vinte dias antes, às vésperas de completar 40 anos, Sophie Braun toma café da manhã em sua luxuosa casa de vidro margeada por um bosque. Casada com um homem maravilhoso e mãe de dois filhos, tem uma vida que parece perfeita. Mas seu mundo idílico está prestes a desmoronar — a começar pelo marido, que esconde segredos capazes de  destruir os alicerces da família.

Do lado de fora da casa, oculto entre os arbustos, um vizinho a espiona. Policial de fama impecável e casado com Karine — a nova amiga de Sophie —, Greg mora com a esposa e dois filhos em um conjunto de residências de classe média apelidado de Verruga pelos moradores ricos do bairro. A realidade da família é um tanto diferente da vivida na casa de vidro, o que alimenta um fascínio crescente em Greg, disposto a movimentos cada vez mais perigosos para saciar suas fantasias e ter um gostinho da intimidade dos Braun. 

Um terceiro elemento confere ainda mais tensão à trama: um homem misterioso está seguindo os passos de Sophie, à espreita do melhor momento para abordá-la. Até que, no dia do aniversário dela, ele lhe dá um presente que vira sua vida do avesso. Ao narrar a relação peculiar entre dois casais e as mentiras e obsessões que os envolvem, Joël Dicker conduz o leitor ao longo de vinte dias permeados por muitos flashbacks, entregando aos poucos as peças de um intrigante quebra-cabeça. Compre o livro "Um Animal Selvagem" neste link.



Sobre o autor
Joël Dicker
 nasceu em Genebra, na Suíça, em 1985. É autor de "A Verdade sobre o Caso Harry Quebert", fenômeno mundial adaptado para série homônima, que foi finalista do prêmio Goncourt e vencedor do Grande Prêmio de Romance da Academia Francesa. São dele também "Os Últimos Dias de Nossos Pais", agraciado com o Prêmio dos Escritores de Genebra; "O Livro dos Baltimore"; "O Desaparecimento de Stephanie Mailer"; "O Enigma do Quarto 622"; e "O Caso Alaska Sanders", todos publicados pela Intrínseca. Joël Dicker | Foto: Anoush Abrar. Garanta o seu exemplar de "Um Animal Selvagem" neste link.


Ficha técnica
"Um Animal Selvagem"
Autor:Joël Dicker
Editora: Intrínseca
Tradução: Debora Fleck
Páginas: 400
Compre o livro neste link.

.: Cia. Filhos do Dr. Alfredo estreia "Tennessee Williams Deve Morrer"


Com dramaturgia de Marcelo Braga e Luís Filipe Caivano, espetáculo metateatral traz à cena fatos relevantes da vida e da obra de Williams, um dos autores mais importantes do Teatro Moderno do Século XX. Foto: Helton Nóbrega 


A vida e a obra do autor norte-americano Tennessee Williams (1911-1983) inspirou a criação do espetáculo metateatral "Tennessee Williams Deve Morrer", que tem sua temporada de estreia de 21 de novembro a 14 de dezembro no Sesc Pinheiros. As apresentações acontecem de quinta a sábado, às 20h00. Com texto de Luiz Filipe Caivano e Marcelo Braga, que também assina a direção, o novo trabalho encerra a trilogia metateatral de dramaturgia autoral da Cia. Filhos do Dr. Alfredo, composta ainda por "Montanha Russa" (2018) e "Quem Fica com Quem" (2019). No elenco, estão Vivian Bertocco e Luciano Schwab. 

"Tennessee Williams Deve Morrer" acompanha dois irmãos e artistas de teatro, Rose e Tom, que, enquanto se preparam para entrar em cena, recebem a crítica do espetáculo que estão prestes a iniciar. Frente à dureza da análise do crítico, Tom – que além de ator também é dramaturgo – resolve reescrever a peça como uma resposta à exclusão artística e à intolerância às novas ideias de construção teatral. Ele pretende sublinhar a atitude conservadora e homofóbica da crítica de então. E essa “peça dentro da peça” percorre fatos relevantes da vida e aspectos importantes da obra de Williams, que é, sem dúvida, um dos autores mais importantes do Teatro Moderno do século XX.


A encenação, por Marcelo Braga
A encenação está apoiada no  jogo teatral e no conceito de metateatro. Esse jogo toma corpo quando os dois intérpretes entram no espaço de jogo, ou seja, quando atuam na “peça dentro da peça”. As coxias serão abertas e as trocas de cenários/figurinos e a presença do videomapping serão revelados. Os signos de teatralidade e a linguagem da encenação estão em íntima relação. Os elementos que compõem a cena terão forte tom simbólico e metafórico. 

A proposta das visualidades também está apoiada no conceito de metateatro, a partir da construção de um espaço cênico imerso dentro da obra do Autor a partir da presença de banners ao fundo e nos lado do palco customizados com fac-símiles de manuscritos e textos de Tennessee Williams. Estes banners terão a função de tela para projeções em videomapping. Os signos de teatralidade estarão presentes da seguinte forma: máquina de escrever, baú para guardar objetos de cena, manequins que devem abrigar os figurinos dos diversos personagens, mesa e cadeira do dramaturgo e espaço destinado ao programa de entrevistas. 

A proposta de figurinos deve caracterizar os diversos personagens interpretados na “peça dentro da peça”: Ator, Tom, Cornelius Williams, Tennessee Williams e Atriz, Rose, Miss Edwina Williams, Apresentadora e Médica. A proposta de iluminação deve revelar as estruturas do palco: coxias abertas, refletores, objetos de cena e maquinários e também pontuar esse jogo cênico que alterna atriz/ator e personagens.

A dramaturgia foi construída em processo e a quatro mãos, tendo como ponto de partida uma pesquisa aprofundada sobre a biografia e obra de Tennessee Williams – incluso nessa pesquisa o livro "Memoirs" (autobiografia do autor), suas peças principais ("Zoológico de Vidro", "Gata em Telhado de Zinco Quente", "Um Bonde Chamado Desejo"), suas peças tardias ("Um Cavalheiro para Milady", "Verão no Lago", "A Peça de Dois Personagens", "Os Passos Devem Ser Leves") e textos, livros e trabalhos científicos, escritos pelos pesquisadores brasileiros Luís Márcio Arnaut, Fúlvio Torres Flores e Maria Silvia Betti, sobre a importância de Tennessee Williams para o desenvolvimento da dramaturgia ocidental moderna e contemporânea. A proposta da construção dramatúrgica também busca apresentar ao público brasileiro a versatilidade, a poesia e o lirismo da parte menos divulgada de sua obra, ou seja, um “outro Tennessee”.


Sobre Tennessee Williams
Tennessee Williams (1911-1983) é amplamente reconhecido como um dos dramaturgos mais influentes do Teatro Moderno. Seu sucesso foi consolidado com peças premiadas como "O Zoológico de Vidro" (1945), "Um Bonde Chamado Desejo" (1947) e "Gata em Telhado de Zinco Quente" (1955). Além de sua produção teatral, sua obra se estende a contos, novelas, artigos, crônicas, poesia e roteiros cinematográficos.

Williams nasceu em uma família marcada por tensões profundas. Sua mãe, Edwina Williams, era filha de um pastor episcopal e sua religiosidade rígida moldou sua personalidade. Seu pai, Cornelius Coffin Williams, era alcoólatra, frequentemente ausente e homofóbico, o que acentuava o ambiente hostil dentro do lar. A irmã mais velha, Rose Williams, teve seu primeiro surto de esquizofrenia na década de 1930, sendo internada em 1937 e submetida a uma das primeiras lobotomias nos Estados Unidos, em 1943. Rose passou grande parte de sua vida em uma instituição, que era suportada pelo irmão famoso, e faleceu em 1996.

A leitura crítica da obra de Tennessee Williams tem frequentemente enfatizado aspectos autobiográficos e realistas, relegando a segundo plano os contextos sociais, históricos, políticos e culturais nos quais suas peças foram produzidas. Esse enfoque reduzido também obscurece sua crítica à sociedade de seu tempo. As adaptações cinematográficas de quinze de suas peças, realizadas por Hollywood, simplificaram o conteúdo de sua obra, embora tenham contribuído para sua popularidade mundial.

Ao longo de sua vida, Williams manteve diversos relacionamentos fortuitos com rapazes. Os parceiros que marcaram sua trajetória foram Kip Kiernan, Frank Merlo e Pancho Rodriguez. Ele assumiu publicamente sua homossexualidade apenas em 1970, durante uma entrevista ao vivo em um programa de TV em rede nacional.

Nos últimos 20 anos de sua vida, Williams enfrentou o abuso de drogas e álcool, além do desprezo da crítica e do público, que não compreendiam sua ruptura com o realismo poético e sua exploração das tendências estéticas contraculturais dos anos 1960 e 1980. Marginalizado, considerado ultrapassado e alvo de preconceito por sua sexualidade, idade e dependência química, ele faleceu em um quarto de hotel em Nova Iorque, em circunstâncias que ainda geram dúvidas entre acidente ou suicídio.

Seu legado, contudo, permanece vasto, com muitas obras inéditas, a maior parte ainda desconhecida no Brasil e uma considerável parcela publicada postumamente nos Estados Unidos.


Sobre a Cia. Filhos do Dr. Alfredo
A Cia. Filhos do Dr. Alfredo foi criada em 2001 por atores formados pela EAD - Escola de Arte Dramática (ECA/USP), com a intenção de desenvolver pesquisas de linguagens próprias a partir de diferentes formas dramatúrgicas. O nome é uma homenagem a Alfredo Mesquita, fundador do conjunto amador Grupo de Teatro Experimental (GTE), uma das raízes para a criação do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), e fundador da EAD (Escola de Arte Dramática - EAD-ECA-USP).

Com 23 anos de existência, a companhia pretende continuar proporcionando cada vez mais desafios para os membros do grupo e com isso desenvolver espetáculos que dialoguem diretamente com a nossa realidade artístico-social. Entre os espetáculos criados pelo coletivo ao longo desses anos, estão "Quem Fica com Quem" (2019), "Montanha Russa" (2018), "As Cinzas do Velho" (2013), "Amor que Não Ousa Dizer Seu Nome" (2011), "Ritual Íntimo" (2007), "Sinfonia do Tempo" (2004) e "Pelo Buraco da Fechadura" (2002).


Sinopse de "Tennessee Williams Deve Morrer"
A peça narra a história de dois irmãos e artistas de teatro, Rose e Tom, que enquanto se preparam para entrar em cena, recebem a crítica do espetáculo que estão prestes a iniciar. Frente à dureza da análise do crítico, Tom – que além de ator também é dramaturgo – resolve reescrever a peça como uma resposta à exclusão artística, intolerância às novas ideias de construção teatral e, de forma subliminar, a atitude conservadora e homofóbica da crítica de então. A narrativa percorre fatos relevantes da vida e aspectos importantes da obra de Tennessee Williams – que é sem dúvida um dos autores mais importantes do Teatro Moderno do século XX.


Ficha técnica
Espetáculo "Tennessee Williams Deve Morrer"
Dramaturgia: Marcelo Braga e Luís Filipe Caivano 
Direção: Marcelo Braga 
Dramaturgismo: Luis Márcio Arnaut 
Elenco: Vivian Bertocco e Luciano Schwab 
Assistente de direção e preparação de elenco: Laís Marques
Cenário e figurinos: José Carlos de Andrade
Desenho de luz: Aline Santini
Videomaping: Um Cafofo (André Grynwask e Pri Argoud)
Produção musical: Dario Ricco
Midias sociais: Laura Carvalho 
Fotos: Helton Nóbrega
Mentoria artística: José Eduardo Vendramini 
Produção: Fulano´s Produções Artísticas (Rodrigo Palmieri e Leandro Ivo) 
Coordenação geral: Cia. Filhos do Dr. Alfredo.
Realização: Sesc 


Serviço
Espetáculo "Tennessee Williams Deve Morrer"
De 21 de novembro a 14 de dezembro | Quinta a sábado, 20h00
Duração: 60 minutos
Local: Auditório | 3º andar
Classificação: 14 anos
Ingressos: R$ 50 (inteira); R$ 25 (meia) e R$ 15 (credencial plena) 
Sesc Pinheiros – Rua Paes Leme, 195 - São Paulo 
Estacionamento com manobrista: terça a sexta, das 7h00 às 21h00; sábado, domingo e feriado, das 10h00 às 18h00.

.: "Meio do Céu" traz embate entre Brasil arcaico e moderno

O escritor paulista Ubiratan Muarrek lança em livro a peça tragicômica "Meio do Céu", pela Assírio & Alvim. Após lançamento em São Paulo, estão marcadas noites de autógrafos no Rio de Janeiro (em 8 de novembro, na Janela Livraria do Jardim Botânico) e em Lisboa (no dia 26 do mesmo mês, na Livraria da Travessa portuguesa). "Escrevi uma peça de teatro que talvez nunca seja encenada. Esse é o seu aspecto trágico. E cômico. O projeto em si é tragicômico, como a forma que explorei no texto. Eu entendo o drama como um projeto também literário", afirma o autor.

Muarrek desvela os dilemas contemporâneos entre o Brasil arcaico e o Brasil moderno nesta obra, que chega às prateleiras depois de "Corrida do Membro" (Objetiva, 2007) e "Um Nazista em Copacabana" (Rocco, 2016), semifinalista do Prêmio Oceanos. Tudo começa com o relato de um dia na vida de uma família de pernambucanos na Inglaterra, dentro do espírito do teatro clássico de Molière - castigat ridendo mores, isto é, castiga os costumes rindo, com a roupagem do absurdo de Kafka e Samuel Beckett.

O cenário é uma Londres caótica, no dia 25 de julho de 2000, quando o então célebre avião supersônico de passageiros Concorde, voo 4590, explodiu no ar matando mais de 100 passageiros. Enquanto isso, duas amigas brasileiras, Sofitel e Greta, uma negra e uma branca, ambas vindas de um Recife assombrado pela escravidão e com um passado em comum, se encontram num parque na metrópole inglesa e travam um embate sobre acontecimentos que marcaram as suas vidas.

A partir daí, Muarrek constrói uma “cacofonia de palavras”, na definição do dramaturgo Léo Lama, que assina o texto de apresentação da obra. Influenciado por Harold Pinter e James Baldwin, com referências ao Movimento Armorial de Ariano Suassuna, "Meio do Céu" sintetiza e prenuncia, com altas doses de sátira, a crise social, política e econômica que se instalou no mundo das duas primeiras décadas do século 21.

A foto de capa inspirou e acompanhou toda a escrita do livro. De autoria do fotógrafo alemão Wolfgang Tillmans, faz parte de uma série com 62 fotos coloridas do avião Concorde, em Londres - seja decolando, em pleno vôo, já pousando e, às vezes, apenas a sua silhueta como se fosse um pássaro metálico.

Racismo à brasileira permeia a história
"Nas raízes da comédia há uma capacidade de perigo muito mais ameaçadora do que qualquer sentimento gerado pela tragédia. Tempos ameaçadores, arte ameaçadora – ao invés de arte ameaçada. Talvez este seja o sentido último da escolha tragicômica, entre as opções literárias, nesse já tão conturbado século 21", analisa Ubiratan Muarrek.

A carpintaria literária de Muarrek parte de um evento marcante literalmente no céu para exibir a discórdia racial que permeia a sociedade brasileira. Ela cria também o abismo entre o Brasil arcaico e o Brasil moderno, sobre o qual o político e diplomata recifense Joaquim Nabuco (1849-1910) já dizia querer implantar uma “ponte de ouro”.

O Brasil de "Meio do Céu", exposto pelo contraste de uma comunidade de brasileiros vivendo no exterior, expõe uma sociedade saturada de tensões e do desejo de vingança. Ainda assim, mostra que, apesar de todos os acidentes do passado, ainda é possível encontrar a concórdia no futuro. Compre o livro "Meio do Céu" neste link.


“A realidade não é absurda”
"Em 'Meio do Céu' os outros são criados ininterruptamente através de nomeações que obscurecem, traduzem e confundem. É preciso que se diga que a realidade não é absurda; contrassenso é achar que ela existe como a percebermos. Podemos dizer que o desconcerto dramático que Meio do Céu nos causa vem evidenciar que o que chamamos de realidade só atinge o ápice de sua potência quando se entrega ao Absurdo" (Léo Lama, dramaturgo)


Sobre o autor
Formado em Direito pela Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduado em Mídia e Comunicação pela London School of Economics, na Inglaterra, e em dramaturgia pelo Célia Helena (São Paulo), Ubiratan Muarrek é escritor, jornalista, produtor executivo de cinema e roteirista em desenvolvimento, já envolvido com filmes e documentários.

Na sua carreira literária, Muareek tornou-se conhecido pelos elementos de drama e tragicomédia, presentes em seu romance de estreia "Corrida do Membro" (Objetiva, 2007), e, novamente, na obra "Um Nazista em Copacabana" (Rocco, 2016), que esteve entre os semifinalistas do Prêmio Oceanos de 2017.

Em "Meio do Céu", o autor apresenta em livro um texto teatral, que serve tanto para ser lido como um breve romance ou para ser encenado. O objetivo é o mesmo de toda a sua obra ficcional: dissecar as mazelas da sociedade contemporânea, na qual a tragicomédia assume o seu papel de crítica mordaz de uma bizarra realidade. Garanta o seu exemplar de "Meio do Céu" neste link.


Ficha técnica
"Meio do Céu"
Autor: Ubiratan Muarrek
210 páginas
Editora Assírio e Alvim
Compre o livro neste link.

.: Um livro de poesia feito inteiramente de plástico reciclado


Novo livro de poesia de Pedro Tancini, "Poemas de Plástico" vai além da abstração e se torna a primeira obra de literatura do mundo produzida inteiramente com plástico reciclado e reciclável. As páginas são impressas em um papel sintético com as mesmas propriedades do papel de celulose, feito principalmente de tampinhas de garrafa PET coletadas por catadores. Já as capas de cada exemplar são personalizadas pelo próprio autor, com colagem de pedaços de plástico que ele retirou das praias do estado de São Paulo.

O projeto se baseia na contradição do plástico no mundo contemporâneo: ao mesmo tempo que é um material tão descartável, leva mais de quatrocentos anos para se decompor na natureza. É esse paradoxo que conecta os poemas, sejam os que denunciam a descartabilidade de tudo, inclusive do amor, na sociedade capitalista, sejam os que procuram um futuro diferente do fim para o qual o mundo está se encaminhando.

Como evitar as cada vez mais intensas e frequentes catástrofes ambientais se até as corporações que se posicionam como "amigas” do meio ambiente estão devastando o planeta? Como a vida psíquica e emocional é afetada pelo império do desperdício? Qual o poder da poesia dentro do sistema capitalista? Essas e outras questões são propostas pelo escritor entre poesias repletas de metalinguagem e ironia.


é nossa a culpa?
os castelos
que erguemos
para os inúteis reis
desta terra
e talvez seja a ilha
(de plástico)
nosso refúgio
mais doentio
nossa revolta
mais possível
nossa mais duradoura
destruição
("Poemas de Plástico", p. 41)


Em meio a versos que desbravam as margens da folha e desafiam as estruturas padrões de um trabalho poético, o livro em si é a tentativa de se fazer durar em uma realidade onde tudo parece inútil. A grande ironia é que, para fazer isso, Pedro Tancini utiliza o plástico, material que é produzido e descartado de forma irrestrita.

“Fiz questão de que o livro fosse produzido com plástico reciclado e reciclável para que o seu impacto ambiental se aproximasse do zero. Porém, a proposta da obra é alertar que, infelizmente, a saída não está no âmbito individual, pois o verdadeiro responsável pelas catástrofes ambientais e sociais que estamos vivendo é o sistema em si. O livro é uma tentativa de sobreviver psiquicamente e emocionalmente nesse mundo que nos violenta diariamente e, mais do que isso, vislumbrar caminhos possíveis de superação do capitalismo também por meio da poesia”, comenta o autor. "Poemas de Plástico" tem o apoio do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura, Economia e Indústrias Criativas. Compre o livro "Poemas de Plástico" neste link.


Sobre o autor
Pedro Tancini é poeta,  dramaturgo, ator, diretor, produtor e fundador do Coletivo Parêntesis de Teatro. É graduado em Comunicação Social pela ESPM, mestre em Comunicação e Práticas de Consumo também pela ESPM e pesquisa sobre os impactos do capitalismo contemporâneo nas sociedades do século XXI. Como autor, escreveu oito peças de teatro, publicou o livro de contos “Nove Autores – Nova Histórias” e a edição “Erramos” da revista literária “Moreia” junto de outros escritores. Teve, ainda, poemas, dramaturgias e crônicas selecionados por diversos editais e premiações. Em 2024, lançou os livros “Teatro à Venda”, “Professores Online” e Poemas de Plástico. Redes sociais do autor: @pedrotancini e @coletivoparentesis. Garanta o seu exemplar de "Poemas de Plástico" neste link.


Ficha técnica
"Poemas de Plástico"
Autor: Pedro Tancini
ISBN: 978-65-01-12872-6
Páginas: 64
Compre o livro neste link.

.: Zeca Baleiro e Wado lançam "Coração Sangrento", álbum de parcerias inéditas


Zeca Baleiro
e Wado liberaram hoje o álbum de parcerias inéditas “Coração Sangrento” (ouça neste link). Produzido pelos artistas com Sérgio Fouad, o álbum reúne uma nova safra de canções, todas compostas por Wado e Baleiro a partir do período da pandemia, quando a parada dos shows deu espaço para novas criações. Wado e Zeca Baleiro lançam ‘Coração Sangrento’ e fazem uma pequena turnê, começando por Maceió, São Paulo e Recife (Wado, crédito Brenda Guerra + Zeca, crédito Necka Ayala)

"Coração Sangrento", por Wado
Muito animado em apresentar “Coração Sangrento”, novo álbum em parceria com Zeca Baleiro. É um disco que morro de orgulho. Nele, reunimos dois punhados de canções inéditas, resultado de um encontro verdadeiro, canções feitas muito no bate bola dos áudios e vídeos trocados por WhatsApp. Essa amizade e a admiração mútuas colocam esse disco num lugar único; paira no ar uma vontade de praticar a canção bonita.

O léxico dos acordes do Brasil, talvez o país de diversidade harmônica mais sofisticado do mundo, está presente aqui neste disco. Embora estes acordes da nossa história venham do burilar do samba e resulte na bossa nova, “Coração Sangrento" não soa como tal. Muito pela produção arejada de Sérgio Fouad, o disco ganha um punch de rock, trazendo ainda mais frescor às composições.

As letras também seguem essa escola da canção bonita brasileira, apresentando uma paleta ampla de temas, mais existencial do que romântico. O álbum trata de pertencimentos, tecnologia, realidade virtual, coletividade e questões morais. É um disco contra o individualismo, mais na onda da construção de algo com menos ego, como num jogo de frescobol, onde o lance é manter a bola no ar.

A canção título, "Coração Sangrento", trata do ímpeto de mergulhar nas coisas que importam. Ela convida todos a viver intensamente, mergulhando nelas sem as redes de contenção. As cordas escritas pelo maestro Pedro Cunha acrescentam uma camada de riqueza sonora que eleva as canções a um outro patamar. Essa é uma das quatro músicas do disco que contém cordas gravadas por um quarteto no estúdio Midas de Rick Bonadio.

É um álbum que se ergue do charco do que é mediano e se coloca forte na cena. Estou numa ansiedade boa de que nossos ouvintes mergulhem nas nuances de “Coração Sangrento”, disco grande que celebra a amizade de dois compositores que se admiram.

A parceria, por Zeca Baleiro
Apesar de no início da minha discografia assinar quase todas as canções sozinho – letra e música -, sempre amei compor em parceria. Fiz música com parceiros os mais diversos, de Hyldon a Fagner, de Arrigo Barnabé a Frejat, de Vicente Barreto a Lô Borges. E falo isso com descarada vaidade, porque me orgulho da diversidade musical com que ergui meu trabalho ao longo dos anos.

Agora é chegada a hora de lançar um disco inteiro ao lado de um querido parceiro, um dos maiores compositores da geração que sucedeu a minha, Wado. Essa parceria se iniciou lá atrás, quando gravei "Era", com melodia dele e letra minha, que fazia alusão ao 11 de setembro e que gravei no álbum duplo "O Coração do Homem-Bomba" (2008).

Depois vieram outras tantas. E agora, depois de 15 anos de amizade, chegamos ao "Coração Sangrento", álbum com canções compostas no início da pandemia e refinadas ao longo dos últimos anos. O disco versa sobre o momento confuso que o mundo atravessa, essa aparente "transição de eras", mas sem esquecer temas eternos como o amor, a amizade e o pertencimento.

São dez canções onde se vê rastros de referências várias, que fizeram nossa cabeça desde a infância até a nossa atuação como músicos profissionais: Trio Mocotó, Clube da Esquina, Paulo Diniz, Pessoal do Ceará e pitadas de rock indie, sempre buscando um invólucro lírico para as canções, buscando fazer jus ao histórico repertório da "grande música brasileira".

Tenho que mencionar que o disco não existiria - não como existe, pelo menos – sem a produção e incrível empenho (e criatividade) de Sergio Fouad, outro parceiro querido e indispensável nessa aventura artística. Wado é um craque, e foi um prazer dividir este álbum com ele. Há algo de muito especial na nossa parceria, uma sintonia cósmica, indecifrável. Chegou a hora de dividi-lo com o público. Evoé, Wado!


Como tudo começou
Eles se conheceram no início dos anos 2000, quando Wado surgiu na cena musical com seu emblemático “Manifesto da Arte Periférica”. “Seu universo estético particular, com melodias líricas e às vezes tomadas de certa estranheza, sua poesia crua e visceral, e seu despudor de passear por muitos mundos musicais, do axé ao samba, do rock à bossa, me chamaram a atenção”, relembra Baleiro. “Eu li numa revista IstoÉ de 2002, estupefato, que Zeca gostava do meu trabalho. A partir disso eu o procurei num show em Maceió e vide nossa verve e paixão por copos e bons assuntos, nos tornamos imediatamente amigos”, completa Wado.

A primeira parceria é de 2002, a primeira gravação é “Era”, lançada por Baleiro em “O coração do Homem-Bomba Vol.2” (2007), e de lá pra cá fizeram outras tantas canções, apresentações conjuntas e feats. O primeiro single do álbum juntos, “Dia de Sol", chegou nas plataformas digitais dia 20 de setembro deste ano (2024) e “Alma Turva” foi liberado em 11 de outubro. Agora, lançam “Coração Sangrento” dia  1º de novembro e fazem uma pequena turnê de lançamento, que começa por Maceió (23 de novembro, Teatro Gustavo Leite), São Paulo (7 de dezembro, Bona Casa de Música) e Recife (13 de dezembro, Teatro do Parque).


"Coração Sangrento" | Wado + Zeca Baleiro

1 - "Coração Sangrento"
2 - "Carrossel do Tempo"
3 - "Avatar"
4 - "Dia de Sol"
5 - "Incêndios"
6 - "Congelou"
7 - "Quebra-mar"
8 - "Alma Turva"
9 - "Zaratustra"
10 - "Amores e Celulares"


Produzido por Sergio Fouad
Coproduzido por Wado e Zeca Baleiro
Arranjos de cordas por Pedro Cunha
Arranjos de base por Sérgio Fouad, Jair Donato, Wado, Zeca Baleiro, com colaboração dos músicos
Gravado nos estúdios Donamix (Maceió), Al Gazarra e Midas Estúdio (São Paulo) e SoundPie (São Carlos/SP) por Jair Donato, Sergio Fouad e Zeca Baleiro
Mixado por Sérgio Fouad no Estúdio SoundPie
Masterizado por Sergio Fouad e Gabriel Galindo no Midas Estúdio
Confira o encarte digital: https://tinyurl.com/EncarteCoracaoSangrento
Ilustrações: Moisés Crivelaro
Projeto gráfico: Andrea Pedro
Lançamento Saravá Discos | Distribuição ONErpm

.: Com Johnny Depp , "A Favorita do Rei" é destaque no Festival Varilux


Filme de abertura do Festival de Cannes 2023, o drama histórico "A Favorita do Rei" ("Jeanne du Barry") é destaque na 15ª edição do Festival Varilux de Cinema Francês, que apresenta uma programação de filmes inéditos e com passagens pelos principais festivais do mundo, como Cannes e Veneza. Dirigido por Maïwenn, que também está no elenco, o filme conta também com Johnny Depp e Benjamin Lavernhe. A distribuição no Brasil é de Mares Filmes e a classificação indicativa é de 14 anos.

No fiçlme, Jeanne Vaubernier, uma jovem de origem humilde, está determinada a sair da sua condição, usando seus encantos. Seu amante, o conde Du Barry, que se beneficia muito dos relacionamentos lucrativos de Jeanne, decide apresentá-la ao Rei. Com a ajuda do influente duque de Richelieu, ele organiza o encontro. Contra todas as expectativas, Luís XV e Jeanne se apaixonam intensamente. Com a companhia da cortesã, o Rei redescobre o prazer de viver, a tal ponto que não consegue mais ficar sem ela e decide torná-la sua favorita oficial. Isso causa um escândalo, pois ninguém quer uma garota “da rua” na Corte.

O Festival Varilux ocorre entre 7 e 20 de novembro, com exibição de 20 filmes em 60 cidades e 110 salas de cinema do país. O portal Resenhando.com assiste aos filmes do Varilux no Cineflix Cinemas, localizado no Miramar Shopping, no Gonzaga, em Santos.


Críticas publicadas sobre o filme

Le Parisien
"Com 'Jeanne du Barry', apresentado na abertura do Festival de Cannes (...), Maïwenn conseguiu criar um filme que, apesar de clássico, é extremamente contemporâneo e totalmente envolvente."

Ficha técnica
"A Favorita do Rei" ("Jeanne du Barry")
2023 / 1h57 / Drama histórico
Com: Maïwenn, Johnny Depp, Benjamin Lavernhe
Direção: Maïwenn
Distribuição no Brasil: Mares Filmes
Classificação indicativa: 14 anos

Sobre a Bonfilm
Além de distribuidora de filmes, a Bonfilm é realizadora do Festival Varilux de Cinema Francês que, nos últimos 14 anos, promoveu mais de 35 mil sessões nos cinemas em todo o Brasil e somou um público de mais de um 1,2 mil espectadores. Desde 2015, a Bonfilm organiza também o festival Ópera na Tela, evento que exibe filmes de récitas líricas em uma tenda montada ao ar livre no Rio de Janeiro, e com uma edição em São Paulo.


Sobre o festival
O Festival Varilux de Cinema Francês é realizado pela produtora Bonfilm e tem como patrocinadores principais a Essilor/Varilux, Pernod Ricard/Lillet, Axa, Michelin, além do Ministério da Cultura, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria do Estado de Estado de Cultura e Economia Criativa, Lei Estadual de Incentivo à Cultura, Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Secretaria Municipal de Cultura. Outros parceiros importantes são a Alliance Française, a Embaixada da França no Brasil, as empresas Edenred, Air France, Fairmont (grupo Accor), além das distribuidoras dos filmes e os exibidores de cinema independente/de arte e as grandes redes de cinema comercial.

Assista na Cineflix
No litoral de São Paulo, o Festival Varilux de Cinema Francês acontece no Cineflix Santos, que fica Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Para acompanhar as novidades da rede Cineflix Cinemas mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste linkonsulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021.

sábado, 2 de novembro de 2024

.: Filme "Pássaro Branco", do universo de "Extraordinário", chega aos cinemas


A adaptação cinematográfica de "Pássaro Branco", emocionante história que expande o universo de "Extraordinário", best-seller de R. J. Palacio, finalmente ganhará as telonas. A produção é inspirada na obra em quadrinhos - ilustrada pela própria autora - que comoveu o público ao apresentar o surpreendente passado da família de Julian, personagem que tornava difíceis os dias do pequeno Auggie. Ambientada durante a Segunda Guerra Mundial, a narrativa apresenta paralelos importantes com a história que conquistou os leitores em todo o mundo. Estrelado pela vencedora do Oscar Helen Mirren e por Gillian Anderson, o filme chegará aos cinemas brasileiros na próxima quinta-feira, dia 7 de novembro. 

Em "Pássaro Branco", Grandmère, a avó de Julian, conta ao neto sobre sua infância conturbada em meio ao avanço da ocupação nazista na França. Separada dos pais, ela encontrou abrigo junto à família de Julien Beaumier, seu colega de escola acometido por poliomielite e excluído por todos. A tragédia vivida por Grandmère mostra a Julian e aos leitores a importância de gestos de bondade em momentos de sofrimento. 

Com belas ilustrações, a HQ revisita de forma poética e sensível um dos capítulos mais cruéis da história da humanidade e evidencia que a única forma de interrompermos ciclos de violência e ódio é não nos esquecermos das tragédias do passado. Compre a HQ "Pássaro Branco", de R.J. Palacio, neste link.


Sobre a autora
R.J. Palacio
foi diretora de arte e designer gráfica de uma grande editora por mais de 20 anos antes de estrear na literatura com "Extraordinário". Best-seller do New York Times publicado em 50 idiomas, o livro vendeu mais de 12 milhões de exemplares em todo o mundo e foi adaptado para o cinema em um filme de sucesso. Palacio mora em Nova York com o marido, os dois filhos e dois cachorros. Também é autora de "365 Dias Extraordinários", "Auggie & Eu", "Diário Extraordinário" e "Somos Todos Extraordinários". Compre os livros de R.J. Palacio neste link.

Ficha técnica
"Pássaro Branco" 
Autora: R. J. Palacio
Tradução: Rachel Agavino
Páginas: 224
Editora: Intrínseca
Compre a HQ neste link.


Assista na Cineflix
Filmes de sucesso como “Coringa: Delírio a Dois” (“Joker: Folie à Deux”) são exibidos na rede Cineflix CinemasPara acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021. 

.: Itamar Vieira Junior e Valter Hugo Mãe participam do "Sempre Um Papo"


Encontro acontece dia 12 de novembro e tem como tema "Territórios e Pertencimento: terra Como Fundamento das Existências". Fotos: Itamar Vieira Junior / Fernando Rabelo. Valter Hugo Mãe / Lucilia Monteiro


Os escritores Itamar Vieira Junior e português Valter Hugo Mãe são os convidados de uma série de encontros promovidos pelo projeto "Sempre Um Papo" em parceria com o Sesc São Paulo. No dia 12 de novembro, terça-feira, às 19h00, no Teatro Paulo Autran do Sesc Pinheiros recebe os autores para falar sobre o tema "Territórios e Pertencimento: terra como Fundamento das Existências". 

Na ocasião, Valter e Itamar trarão a centralidade do território no debate sobre a conservação de todas as formas de vida e o respeito aos modos de viver a partir de diferentes abordagens e experiências. A mediação fica por conta da jornalista, apresentadora e escritora Semayat Oliveira. A entrada é gratuita, e os ingressos deverão ser retirados na bilheteria do Sesc Pinheiros uma hora antes do início.

Trata-se de uma parceria entre o projeto Sempre Um Papo e o Sesc SP que, retorna, pelo 22º. ano consecutivo, para uma série de eventos. O encontro dos escritores Valter Hugo Mãe e Itamar Vieira Junior é o segundo desta temporada, tendo sido precedido por um bate papo entre Veronica Stigger e Edson Kayapó, com mediação de Semayat Oliveira, no dia 8 de outubro de 2024. Até abril de 2025, os eventos promovidos por essa parceria seguirão enfocando criações que dialogam com o meio ambiente, promovendo uma nova visão sobre sustentabilidade e respeito aos ciclos naturais.


Sobre os autores
Itamar Vieira Junior
nasceu em Salvador, na Bahia, em 1979. É geógrafo e doutor em Estudos Étnicos e Africanos pela UFBA. Seu romance “Torto Arado” é um dos maiores sucessos – de público e crítica – da literatura brasileira nas últimas décadas, tendo sido traduzido em mais de 20 países, com futura adaptação para o audiovisual. Sua obra mais recente é o livro infantojuvenil “Chupim”, lançado em 2024. É vencedor dos prêmios Leya, Oceanos e Jabuti. Compre os livros de Itamar Vieira Junior neste link.

Valter Hugo Mãe é escritor, editor e artista plástico. Cursou pós-graduação em Literatura Portuguesa Moderna e Contemporânea na Universidade do Porto. Possui livros publicados de poesia, contos e narrativa longa. Em Portugal, atuou como editor de autores brasileiros como Ferreira Gullar, Manoel de Barros e Caetano Veloso. Atualmente, apresenta um programa de entrevistas na televisão e escreve colunas para os veículos Público e Jornal de Letras. Em seus trabalhos, o autor se destaca pela variedade dos meios de expressão e de temáticas, que podem falar dos pequenos detalhes do cotidiano, dos problemas contemporâneos enfrentados por países como Portugal ou das paisagens da Islândia, combinando uma prosa apurada e histórias marcadas pela emoção. Compre os livros de Valter Hugo Mãe neste link.


Sempre um Papo – 38 anos, há 22 com o Sesc SP
Criado em 1986, pelo jornalista Afonso Borges, o “Sempre Um Papo” é reconhecido como um dos programas culturais de maior credibilidade do país. O projeto realiza encontros entre importantes nomes da literatura e personalidades nacionais e internacionais com o público, ao vivo, em auditórios e teatros.

Em sua história, já ultrapassou os limites de Belo Horizonte e chegou a 30 cidades, em oito estados do País, tendo sido realizado também na Espanha e Portugal. Em 38 anos de trabalho, aconteceram mais de 7 mil eventos, que reuniram um público superior a 2,5 milhões de pessoas. Atua em conjunto com o Sesc SP há 22 anos consecutivos, tendo passado por diversas unidades da instituição.


Serviço:
"Sempre Um Papo" com Itamar Vieira Junior e Valter Hugo Mãe
Dia 12 de novembro, terça-feira, às 19h00.
Retirada de ingressos, gratuitos, na bilheteria da unidade, 1h antes do início da atividade.
Local: Teatro Paulo Autran
Sesc Pinheiros. Rua Paes Leme, 195, Pinheiros / São Paulo.
Informações: (11) 3095-9400.

.: Sessão especial no Itaú Cultural faz a pré-estreia do documentário "Santino"


Filme marca retorno do trabalho do cineasta mineiro ao sertão de Minas Gerais, onde produziu seus longas-metragens mais celebrados, A Alma do Osso, de 2004, e Andarilho, de 2007. Narrativa acompanha o cotidiano de Santino, um agricultor que vive nas veredas do estado, e luta pela preservação do cerrado em uma relação especial com a natureza e a espiritualidade


O novo documentário do cineasta e artista plástico mineiro Cao Guimarães, "Santino", realizado em 2023, tem pré-estreia no Itaú Cultural na segunda-feira, 4 de novembro, às 19h. A exibição é seguida por um bate-papo com o diretor e mediação do jornalista e documentarista Piero Sblagia. O filme acompanha o cotidiano e o imaginário do veredeiro – morador nas veredas mineiras que se sustenta a partir do plantio na terra –Santino Lopes Araújo, que vive na bacia do Rio São Francisco, próximo à fronteira com a Bahia, e tem uma relação especial com a natureza, os animais e a espiritualidade.

Como todas as atividades no Itaú Cultural, os ingressos são gratuitos e podem ser reservados no site do Itaú Cultural (www.itaucultural.org.br). Quem não conseguir garantir o seu, pode comparecer uma hora antes do evento ser iniciado, quando é formada uma fila de espera. Os ingressos que tiverem desistência são distribuídos por ordem de chegada.

Santino marca o retorno do trabalho de Cao Guimarães ao sertão de Minas Gerais, local onde produziu alguns dos seus documentários mais celebrados. Enquanto "A Alma do Osso" (2004) registra o cotidiano de um senhor idoso que vivia isolado em uma caverna havia quatro décadas, e "Andarilho" (2007) acompanha as andanças de três homens, Santino explora o mundo externo e interno deste morador da bacia do Rio São Francisco, próximo à fronteira com a Bahia.

O roteiro adentra a vida e o imaginário de Santino, conhecido por ser um grande ativista em prol da preservação do cerrado brasileiro, bioma que tem sofrido ainda mais com a exploração humana e incêndios nos últimos anos. Com sensibilidade e escuta, Cao Guimarães desvenda o protagonista em conversas e passeios pela mata, quando o veredeiro revela a sua forma peculiar de ver o mundo, repleta de misticismo, espiritualidade e conexão com a natureza.

"No filme, acompanhamos Santino, que equilibra seu ativismo em defesa da natureza diante da dura realidade do cerrado brasileiro, com conexões surpreendentes a um mundo místico e sobrenatural”, resume Guimarães. “É um filme simples, observacional, que não busca se fechar em conclusões, deixando que cada espectador sinta a luta do ser humano com a natureza, com seus semelhantes e com o desconhecido e o mistério”, completa o cineasta.

A ideia para o longa-metragem surgiu de conversas com o músico Makely Ka, que assina o argumento e a codireção. Em 2012, ele fez uma viagem de bicicleta pelo sertão de Minas Gerais para conhecer os lugares descritos por Guimarães Rosa no romance clássico "Grande Sertão: Veredas", publicado em 1956. Nesse trajeto, ele conheceu várias figuras do cerrado. Com a ajuda de Damiana Campos, moradora da região, que depois se tornou uma das produtoras do documentário, ele encontrou Santino, que acabou virando o centro do documentário devido ao seu carisma e sabedoria.

Produzido pela Cinco em Ponto e distribuído pela Livres Filmes, Santino participou do Festival Internacional de Documentários É Tudo Verdade em 2023 — no mesmo festival, em 2004, A Alma do Osso foi premiado nas categorias nacional e internacional de médias e longas-metragens — e foi exibido oficialmente para o público mineiro em outubro deste ano, em sessão especial, em Belo Horizonte. A pré-estreia no Itaú Cultural antecede a estreia nacional, no dia 14 de novembro.

Outro filme do cineasta, Ex-isto, já se encontra no catálogo da IC Play. O longa-metragem de 2010 faz parte da série de filmes "IconoClássicos", produzida pelo IC, na qual cinco diretores homenagearam, cada um, cinco diferentes artistas brasileiros.  "Ex-isto" celebra o escritor paranaense Paulo Leminski, a partir da adaptação de seu livro "Catatau" (1975). O enredo volta ao século XVII e aborda a vinda fictícia do filósofo René Descartes ao Brasil, onde ele é confrontado com formas, cores e sons que não conhece.

O acesso à Itaú Cultural Play é gratuito, disponível em www.itauculturalplay.com.br, nas smart TVs da Samsung, LG e Apple TV, nos aplicativos para dispositivos móveis (Android e iOS) e Chromecast.


Sobre Cao Guimarães
Cao Guimarães
atua no cruzamento entre o cinema e as artes plásticas. Com produção intensa desde o final dos anos 1980, o artista tem suas obras em numerosas coleções prestigiadas como a Tate Modern (Reino Unido), o MoMA, o Museu Guggenheim (EUA), Fondation Cartier (França), Colección Jumex (México), Inhotim (Brasil), Museu Thyssen-Bornemisza (Espanha), dentre outras. Participou de importantes exposições como XXV e XXVII Bienal Internacional de São Paulo, Brasil; Insite Biennial 2005, México; Cruzamentos: Contemporary Art in Brazil, EUA; Tropicália: The 60s in Brazil, Áustria; Sharjah Biennial 11 Film Programme, Emirados Árabes Unidos e Ver é Uma Fábula, Brasil, uma retrospectiva com grande parte das obras do artista expostas no Itaú Cultural, em São Paulo.

Realizou 12 longas-metragens: "Amizade" (2023); "Santino" (2023); "Espera" (2018), "O Homem das Multidões" (2013), "Otto" (2012), "Elvira Lorelay Alma de Dragón" (2012), "Ex-Isto" (2010), "Andarilho" (2007), "Acidente" (2006), "Alma do Osso" (2004), "Rua de Mão-Dupla" (2002) e "O Fim do Sem Fim" (2001), que participaram de renomados festivais internacionais como Cannes, Locarno, Sundance, Veneza, Berlim, IDFA e Rotterdam. Ganhou retrospectivas de seus filmes no MoMA, em 2011, Itaú Cultural, em 2013, BAFICI (Buenos Aires), Cinemateca do México em 2014, Festival EDOC Equador (2024). Em setembro de 2017, inaugurou a maior exposição e retrospectiva acerca de sua obra em território europeu, no Eye Filmmuseum, em Amsterdã. É representado pela Galeria Nara Roesler (São Paulo, Rio e Nova York) e Galeria Xippas (Paris e Montevideo).


Sobre Piero Sbragia
Jornalista, documentarista, doutorando em Artes na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e biógrafo de Geraldo Sarno. Escreveu os livros "Na Ilha: conversas sobre Montagem Cinematográfica" (2022) e "Novas Fronteiras do Documentário: entre a Factualidade e a Ficcionalidade" (2020). Dirigiu e escreveu "República das Saúvas" (2021), melhor documentário em curta-metragem no 6º Festival Internacional de Santos e indicado ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro de 2022.


Ficha técnica
"Santino"
De Cao Guimarães (88 min, 2023)
Classificação indicativa: livre
Sinopse: Santino é um veredeiro que vive com a família na bacia do Rio São Francisco, em Minas Gerais, numa região de paisagens mágicas que inspiraram o escritor Guimarães Rosa em Grande Sertão: Veredas. Em um momento de grave ameaça a esse ecossistema, Santino surge como um grito de esperança pela preservação das nascentes e das matas brasileiras.


Serviço
Pré-estreia de "Santino" (2023), de Cao Guimarães
Seguido de bate-papo com o diretor e o jornalista Piero Sbragia
Segunda-feira, dia 4 de novembro, às 19h00, no Itaú Cultural
Sala Itaú Cultural – 230 lugares
Duração: aprox. 2h30
Classificação indicativa: livre
Ingressos gratuitos, disponíveis para reserva no site do Itaú Cultural: www.itaucultural.org.br
Para acessar os recursos de acessibilidade, é necessário baixar o aplicativo PingPlay


Itaú Cultural 
Avenida Paulista, 149, próximo à estação Brigadeiro do metrô
Terça a sábado, das 11h00 às 20h00
Domingos e feriados, das 11h00 às 19h00
Informações: pelo telefone (11) 2168.1777 e wapp (11) 9 6383 1663
E-mail: atendimento@itaucultural.org.br
Acesso para pessoas com deficiência física 
Estacionamento: entrada pela Rua Leôncio de Carvalho, 108. 
Com manobrista e seguro, gratuito para bicicletas. 

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