terça-feira, 22 de abril de 2025

.: Porque você não pode perder "Operação Vingança" nos cinemas agora

Com altas doses de suspense, intriga e ação, "Operação Vingança" está em cartaz na rede Cineflix e nos cinemas brasileiros. Ainda dá tempo, por isso listamos alguns fatos importantes que você precisa saber antes de assistir ao filme e embarcar nessa história eletrizante.


O protagonista da história é um anti-herói único
No centro de "Operação Vingança", o novo filme de ação do 20th Century Studios, está Charlie Heller, um introvertido decodificador da CIA interpretado por Rami Malek, vencedor do Oscar® por sua interpretação de Freddie Mercury em Bohemian Rhapsody (2018) - disponível no Disney+.

No filme, Heller trabalha em um escritório no porão da sede da CIA em Langley, Virgínia, e tem sua vida virada de cabeça para baixo quando sua esposa é assassinada em um ataque terrorista em Londres. Quando seus supervisores se recusam a tomar providências, ele decide resolver o problema com as próprias mãos, embarcando em uma perigosa jornada pelo mundo para encontrar os responsáveis. “Quero encarar quem matou minha esposa, olhar em seus olhos e reestabelecer o equilíbrio”, declara Heller no trailer do filme.

Porém, a missão não será fácil. Afinal, o protagonista nada mais é do que um agente que trabalha com computadores, um homem com habilidades intelectuais e não físicas. No fim das contas, como Malek aponta, o filme é contado do ponto de vista de alguém que é subestimado.“Ele é um herói inesperado e subestimado que faz coisas extraordinárias”, comenta o ator no featurette de divulgação do filme.

Sem experiência ou treinamento para a missão na qual decide embarcar, Heller contará com sua extraordinária inteligência para escapar de seus perseguidores e conquistar sua vingança.


O enredo leva o público em uma jornada repleta de ação por várias cidades
A missão leva Heller a várias cidades ao redor do mundo, então o filme se destaca por suas locações impressionantes e variadas, incluindo cidades como Londres e Paris, praias, portos e muito mais. “O filme te transporta a lugares em escala real, com textura. Para visitá-los da melhor maneira, é preciso assistir nas telonas do cinema”, observa o diretor James Hawes.

Além do forte tom de intriga, o filme está repleto de impactantes momentos de ação, alguns dos quais já foram apresentados no trailer, que deu um gostinho do que vem por aí com explosões, perseguições, lutas e outros elementos que brilham ainda mais nas telonas e que vão agradar ao público amante do gênero.



Filme é baseado no romance “The Amateur” do renomado escritor de histórias de espionagem
"
Operação Vingança" é baseado no romance “The Amateur” do jornalista e escritor americano Robert Littell, conhecido pelas histórias que escreve sobre espionagem e a CIA. Littell é um ex-editor da revista Newsweek que se especializou em assuntos soviéticos e deixou o jornalismo em 1970 para se dedicar inteiramente à ficção. Os conhecedores de romances de espiões elevaram Robert Littell ao auge do gênero. Publicado em 1981, “The Amateur” é um dos quinze romances do autor que giram em torno do tema de espionagem.

Assista no Cineflix mais perto de você
As principais estreias da semana e os melhores filmes em cartaz podem ser assistidos na rede Cineflix CinemasPara acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021.


"Operação Vingança" (legendado)
Título original:
"The Amateur". Classificação: 14 anos. Ano de produção: 2025. Idioma: inglês. Diretor: James Hawes, Duração: 2h03m. Com: Rami Malek, Caitriona Balfe e Laurence Fishburne. Distribuição: 20th Century Studios.


"Operação Vingança" no Cineflix Santos (Sala 2)
22/3/2025 - Terça-feira: 18h30 e 21h00
23/3/2025 - Quarta-feira: 18h30 e 21h00

.: "Encontro com os Escritores" recebe Mary Del Priore para discutir velhice


Escritora, que explora como o processo de envelhecimento foi experimentado e retratado ao longo dos séculos, estará presente em evento gratuito na Biblioteca Mário de Andrade, em SP, no próxima terça-feira, dia 22 de abril, às 19h00


A série "Encontro com os Escritores" recebe, no dia 22 de abril, a historiadora Mary Del Priore para uma conversa sobre a velhice como construção histórica. O evento ocorre no auditório da Biblioteca Mário de Andrade, região central de São Paulo, das 19h00 às 21h00, com entrada gratuita. Autora de mais de 50 livros e referência em história cultural e social, Mary Del Priore aborda como o envelhecimento foi vivenciado e representado no Brasil do século XVI ao século XX. O tema, central em sua obra mais recente, "Uma História da Velhice no Brasil", dialoga com questões contemporâneas, como o aumento da população idosa e os desafios sociais, econômicos e culturais desse novo cenário.

A conversa será mediada pelo jornalista e crítico literário Manuel da Costa Pinto, mestre em teoria literária e curador do prêmio Oceanos. Juntos, vão discutir a mudança da percepção da velhice ao longo do tempo e como esses registros históricos ajudam a compreender o presente. O Brasil vive um rápido envelhecimento populacional. Dados do Censo 2023 do IBGE mostram que a população com mais de 65 anos cresceu 57,4%, alcançando 22,2 milhões de pessoas, o equivalente a 10,9% da população total. Essa nova realidade reforça a necessidade de reflexões sobre o papel dos idosos na sociedade.

Mary Del Priore investiga, a partir de documentos históricos, jornais, memórias e depoimentos literários, como a velhice foi representada e vivida em diferentes contextos. Seu trabalho evidencia que a percepção da velhice sempre esteve ligada às condições sociais, culturais e políticas de cada época. No Brasil Colonial, por exemplo, os anciãos indígenas eram respeitados como guardiões da memória coletiva, enquanto no século XIX e início do século XX a ausência de políticas de amparo os relegava à marginalização.

Além de uma retrospectiva histórica, a palestra deve abordar os desafios contemporâneos, como o etarismo e as novas representações da velhice. "Tivemos velhos que desenharam seus próprios futuros, que reivindicaram espaço e que tiveram voz", afirma a historiadora. "A velhice não é apenas um fato biológico, mas um fenômeno social e cultural que se transforma ao longo do tempo".

A série "Encontro com os Escritores" é uma iniciativa que aproxima leitores e autores, promovendo debates sobre literatura e temas de relevância social. A edição com Mary Del Priore será realizada no dia 22 de abril de 2025, às 19h00, na Biblioteca Mário de Andrade (Rua da Consolação, 94, centro de São Paulo). A entrada é gratuita e as inscrições podem ser feitas pelo site da Universidade do Livro. Apoie o Resenhando.com e compre "Uma História da Velhice no Brasil" neste link.

Serviço
Série "Encontro com os Escritores" - Mary Del Priore
Terça-feira, dia 22 de abril de 2025, das 19h00 às 21h00.
Biblioteca Mário de Andrade.
Rua da Consolação, 94 - Centro / São Paulo (ao lado da Praça Dom José Gaspar – Metrô Anhangabaú).
Entrada gratuita | Inscrições gratuitas neste link.

segunda-feira, 21 de abril de 2025

.: Entrevista: Vitória Strada, protagonista eliminada do "Big Brother Brasil"


A recordista de paredões da edição e última integrante do Camarote a resistir na disputa deixou a competição a dois dias da grande final. Foto: Globo/ Léo Rosario

Acostumada às câmeras e aos holofotes do mundo televisivo, Vitória Strada entrou no "Big Brother Brasil" sem saber como seria experimentar a vida real dentro de um programa transmitido ao vivo, 24 horas por dia. E era justamente o inesperado que lhe animava. Sem roteiros, marcações de cena e a menor noção do que o público estava achando de sua participação no "BBB 25", a atriz viveu 98 dias na casa mais vigiada do país. Entre as grandes viradas da temporada, esteve o seu rompimento com alianças estabelecidas no início do jogo e a posterior mudança de mala e cuia para outro quarto, movimento que lhe permitiu construir novas amizades no reality.

A recordista de paredões da edição e última integrante do Camarote a resistir na disputa deixou a competição a dois dias da grande final. Com 54,52% dos votos, Vitória se despediu do "Big Brother Brasil" neste domingo, dia 20 de abril, ao enfrentar Renata e João Pedro na berlinda. “Um dos maiores aprendizados é seguir minha intuição e confiar mais em mim. Eu acho que precisava dessas confirmações do quanto que eu sou forte, corajosa e do quanto que eu aprendi a me admirar ali dentro pela minha força. Isso é o que eu vou levar para a minha vida”, reflete. Às vésperas da final da 25ª edição do "Big Brother Brasil", a quarta colocada comenta sobre as relações com aliados e adversários, analisa a mudança de quarto e revela, na entrevista a seguir, as amizades que deseja manter após o reality.

Qual era o seu objetivo ao entrar no "BBB"? Acredita que ele foi alcançado?
Vitória Strada -
Meu objetivo era poder mostrar ao público uma Vitória sem roteiros, mostrar várias versões minhas: vulnerável, forte, corajosa. E viver esse desafio que foi o maior da minha vida, a coisa mais louca que eu já fiz e não me arrependo. Sobre o pós, eu ainda não sei, porque acabei de sair (risos). Tem poucas horas que eu consegui encontrar minha família e vou entender a partir de agora. Mas do que eu já recebi de informações foram coisas muito positivas e eu espero, de verdade, que isso reverbere da mesma forma para mim aqui fora. 

Você falou que não imaginava chegar tão longe no reality. Por quê? E em algum momento do jogo essa sua percepção começou a mudar ou seguiu a mesma até o final?
Vitória Strada -
Eu não sei se não me achava tão interessante assim, mas eu nunca imaginava! Eu assisto ao "BBB" há anos e sabia que seria um desafio enorme, para mim, entrar e que seria uma loucura. Mas eu nunca achei que eu fosse chegar tão longe. Talvez eu pensasse que não tinha as características que todo mundo fosse gostar. Eu achava que se durasse um mês já seria incrível. Olha eu durando 98 dias! Foi uma loucura e eu estou muito grata. Tenho certeza de que muito disso é pelo quanto que as pessoas que estavam torcendo por mim votaram e se dedicaram. Eu sou muito grata a elas.

O que acha que te fez permanecer na disputa por tanto tempo, sendo eliminada faltando apenas dois dias para o fim da temporada?
Vitória Strada -
Eu acho que ter sido eu mesma, ter sido como eu sou aqui fora, sempre muito honesta. Por não julgar ninguém antes da hora, sempre ver os dois lados das pessoas, dar mais uma chance... Acho que isso pode ter contribuído. Daqui de fora eu não sei, porque não vi praticamente nada, então não sei a opinião do público ainda.

Em diferentes momentos do jogo, alguns participantes apontaram que você tentava se aproximar da casa quando se via em situações de risco, como o paredão. Você acha que realmente fazia isso ou a estratégia era outra?
Vitória Strada - 
Eu nunca fiz isso. Todas as minhas aproximações lá dentro foram muito genuínas e muito naturais, nunca para tentar conseguir uma vantagem de jogo ou para não ser votada. Eu sempre tentei me dar bem com as pessoas, porque é como eu ajo aqui fora; não sou uma pessoa de ficar criando inimizades. Então, as pessoas das quais eu ia me aproximando ali dentro eram porque naquele momento eu estava sentindo a liberdade para estar mais próxima. Não foi uma estratégia de jogo.

Você entrou na casa em dupla com seu amigo Mateus, mas durante o programa via-se que vocês tinham divergências entre si; chegaram a discutir algumas vezes. Nesse sentido, acha que o jogo individual foi bom para você?
Vitória Strada - 
Eu acho que a minha virada de jogo não tem só a ver com o Mateus; também tem a ver com as meninas ali do quarto, com o fato de eu ter visto o que o "Seu Fifi" falou naquele momento em que eu tive a oportunidade de ouvir o que estavam falando pelas minhas costas... acho que foi tudo junto. Foi no momento em que o Mateus saiu que essa virada começou a acontecer, mas não acho que tenha a ver só com ele. Foi uma mistura de coisas, foi muito tumultuado para mim. Eu perdi minha dupla e me senti sozinha, senti que estava sendo deixada de lado pelas minhas aliadas e descobri muitas coisas.


E como foi a experiência de jogar em dupla com o Mateus?
Vitória Strada - 
Eu acho que jogar o "Big Brother" já é difícil por natureza e, em dupla, não seria diferente. Independentemente de estar sozinho ou em dupla, é um jogo muito difícil. Eu nunca fiz nada parecido com isso. Então, acho que é natural que todas as pessoas tenham discussões e atritos. Eu não achava que a gente iria entrar e nunca discutir sobre nada. Eu estou disposta, aqui fora, a entender tudo o que aconteceu, a enxergar, talvez, coisas que eu ainda não tenha visto. Mas da minha parte, eu acho que toda amizade tem atritos e, quando uma amizade é verdadeira, eu estou sempre disposta a ficar bem - como era lá dentro. 


Seus maiores conflitos no "BBB" foram com Camilla e Thamiris, que eram suas aliadas durante grande parte da competição. O que acha que deu errado na relação de vocês?
Vitória Strada - 
Não faço a menor ideia. Eu sempre me dediquei àquela relação, fui amiga do jeito mais verdadeiro que eu sei ser, independentemente de ser um jogo ou não. É a maneira que eu me entrego para as minhas relações, tentando dar o meu melhor sempre e cuidando das pessoas que estão ao meu redor. Mas eu não me arrependo da maneira como eu agi com ninguém lá dentro. Eu não sou de “olho por olho, dente por dente”, então eu agi no momento que achei que deveria, da maneira como achei que deveria e também como eu gostaria que as pessoas tivessem lidado comigo.

Depois, você acabou se aproximando muito dos integrantes do quarto Anos 50. Pensando agora, teria escolhido outros aliados mais cedo no jogo? Acha que teria sido melhor para o seu desempenho?
Vitória Strada - 
Eu não mudaria nada, no sentido de que tudo o que eu passei lá foi necessário de alguma forma. Eu acredito muito que Deus escreve o roteiro da nossa vida do jeitinho que tem que ser, então eu procuro não me arrepender muito das coisas, porque eu estava lidando com as circunstâncias que eu tinha ali, e tentei dar o meu melhor em todos os momentos. Acho que tudo o que aconteceu é porque tinha que acontecer.

Eva e Renata também foram desafetos seus no programa. O que te incomodava no jogo delas?
Vitória Strada - 
Da minha parte, tudo começou quando me disseram que elas olhavam um pouco torto para mim e eu comecei a observar. Na verdade, o que eu observei foi que eu não tinha uma abertura tão grande com elas, quanto elas davam a outras pessoas. Isso eu falei algumas vezes com a Renata e com a Eva também. Inclusive as duas confirmaram que realmente podiam não ter me dado tanta abertura assim. A partir dali, foram coisas pontuadas do jogo. Por exemplo, no início do programa, elas eram distantes de mim e tinha que colocar alguém como “saboneteiro”, então coloquei a Renata. A gente não tem a visão de quem acompanha pelo Globoplay, mas na minha visão de jogo, naquele momento, ela ainda não estava se posicionando tanto para um lado nem para o outro. E a gente acabou levando isso adiante. Mas eu fico feliz que nessa reta final a gente tenha conseguido reescrever a nossa relação ali dentro, porque eu não quero levar mágoa das pessoas. Em nenhum momento a gente se desrespeitou dentro do programa, e isso é importante também. 


Você foi a sete paredões durante a temporada. Alguns indicada por líderes, outros por votos da casa, e este último por não ter vencido a prova do finalista. O que te fez ser alvo tantas vezes, na sua opinião?
Vitória Strada - 
Eu escutava algumas pessoas falando que poderia ser por votar em quem era Camarote, não sei se isso pode ter influenciado ou se as pessoas não foram com a minha cara. A gente fica lá dentro sem ter ideia do que o público está achando e, quando a gente sai, com pouquíssimas horas, continua sem saber de todas as informações ainda, precisando assimilar muita coisa. Eu já encontrei meus pais e dar um abraço neles era a coisa mais importante para mim. Então, ainda não consegui fazer uma análise "pós-jogo" aqui fora.


Das amizades que fez durante a sua participação no "BBB", quais delas deseja manter aqui fora?
Vitória Strada - 
Eu quero muito levar o Diego para a minha vida, o Gui, a Dona Delma, Aline e Vini (Vinícius). O pessoal do quarto Anos 50 que me acolheu, me deu muito carinho. São pessoas incríveis e que eu admiro profundamente.

Que aprendizados você leva do "Big Brother Brasil"? Quem é a Vitória antes e depois de participar do reality?
Vitória Strada - 
Um dos maiores aprendizados é seguir minha intuição e confiar mais em mim. Eu acho que precisava dessas confirmações do quanto que eu sou forte, corajosa e do quanto que eu aprendi a me admirar ali dentro pela minha força. Isso é o que eu vou levar para a minha vida.

Quem é sua aposta para vencer o "BBB 25"?
Vitória Strada - 
Eu gostaria que o Gui (Guilherme) ganhasse, estou torcendo por ele. Acho que ele tem chances e confio nele.

Agora, pós-"BBB", quais são seus próximos sonhos? Ao que pretende se dedicar? Algum projeto que gostaria de fazer?
Vitória Strada - 
Eu quero muito atuar. Não tenho um projeto específico, mas atuar é a minha grande paixão na vida. Eu espero que o "Big Brother" também tenha aberto portas para eu seguir o meu ofício, que é o que eu mais amo. Eu até brincava lá dentro: “Estou disponível para fazer trabalhos” (risos). Atuar é o que eu mais amo e espero poder fazer para o resto da minha vida.

.: "O Livro do Meu Pai", a inclassificável obra de Djaimilia Pereira de Almeida


“O que é uma pessoa? Quando é que uma pessoa está completa? Uma mulher sem cara é já 
uma mulher? Um escritor sem livro - o que é? Um livro que não chegou a ser escrito será um livro?”. É com indagações nesse teor - a um só tempo profundas e afetuosas - que Djaimilia Pereira de Almeida, uma das vozes mais originais da literatura de língua portuguesa, constrói este inclassificável e sempre cativante "O Livro do Meu Pai", lançado no Brasil pela editora Todavia. A capa é de Luciana Facchini.

O impulso original da obra deu-se quando, após a morte do pai da autora durante a pandemia de covid, Djaimilia foi buscar um proverbial (e já lendário na família) romance que o pai alardeou estar a escrever com entusiasmo infatigável durante décadas. Uma obra total, capaz de retraçar uma vida com toda a amplitude, oferecendo um depoimento literário e pessoal sobre o século que viu o império colonial português esfarelar de vez após as revoltas por independência em diversos países africanos.

A partir daí - da experiência do luto e da busca imaginativa pelas palavras do pai -, a narradora deste livro único empreende uma meditação sobre a finitude e aquilo que não é acabado, os laços familiares e os sentimentos coletivos, as doenças da alma e a resistência pessoal em períodos turbulentos. Como que para abarcar e fixar por meios das palavras (muitas vezes fugidias) o mundo íntimo do pai e o universo inteiro. Um painel pessoal e humano em vários registros e modalidades de escrita, tendo a imaginação com centro irradiador.

É a por meio desse movimento que "O Livro do Meu Pai" revela ao leitor, atônito com a engenhosidade da autora, que não esconde a própria emoção, a sua intenção desmesurada: a de ser ele também um livro total a abarcar toda a experiência humana. Ou, como escreve a narradora: “Quanto mais o livro cresce, menor o mundo para lá dele”. Apoie o Resenhando.com e compre "O Livro do Meu Pai" neste link.


Sobre a autora
Nascida em Luanda, em 1982, Djaimilia Pereira de Almeida é autora de, entre outros, "Esse Cabelo", "A Visão das Plantas" (Prêmio Oceanos 2020) e "O que É Ser Uma Escritora Negra Hoje, de Acordo Comigo", publicados no Brasil pela Todavia. Em 2025 foi agraciada com o Prêmio Vergílio Ferreira de romance por sua contribuição à literatura portuguesa. Apoie o Resenhando.com e compre "O Livro do Meu Pai" neste link.

.: Chimamanda Ngozi Adichie e Taís Araujo juntas na Bienal do Livro Rio

Em ano em que o Rio de Janeiro ganha o título de “Capital Mundial do Livro” pela Unesco, a Bienal do Livro Rio 2025 receberá para sua abertura um grande nome da literatura mundial, a autora nigeriana feminista Chimamanda Ngozi Adichie, reconhecida como uma das mais importantes escritoras do mundo que lançará, na ocasião, o livro "A Contagem dos Sonhos", publicado no Brasil pela Companhia das Letras. 

Nesta edição especial, a Bienal promove ainda um encontro inspirador que atravessa fronteiras: a escritora best-seller participará de uma conversa com a atriz, apresentadora, jornalista e defensora das mulheres negras pela ONU Brasil, Taís Araujo - que interpreta a personagem Raquel, no remake da novela “Vale Tudo”, em exibição na TV Globo. “Estou em êxtase de ter a oportunidade de entrevistar uma das autoras que mais mexeram comigo, com muitos livros incríveis. A Chimamanda está vindo para a Bienal para lançar o novo livro dela e vale a pena ouvi-la, ela é incrível. Estou muito feliz e honrada com esse convite”, exalta Taís.

O romance "A Contagem dos Sonhos" traz uma narrativa polifônica sobre a diversidade de vivências de jovens mulheres africanas em seus movimentos pelo mundo. A obra é centrada no diálogo entre tradição e contemporaneidade, abordando as relações de cada uma das personagens com sua ancestralidade, seu território de origem e o desejo de habitar sua própria vida com coragem.

A nigeriana também é autora dos romances “Hibisco Roxo”, “Meio Sol Amarelo”, e “Americanah”; da coletânea de contos “No Seu Pescoço”; dos ensaios “Sejamos Todos Feministas”, “Para Educar Crianças Feministas” e “Notas Sobre o Luto”; e do livro infantil “O Lenço de Cetim da Mamãe”, escrito como Nwa Grace-James. Ela vive entre a Nigéria e os Estados Unidos, e toda sua obra é publicada pela Companhia das Letras.

Multitalentosa, Taís Araujo tornou-se um dos nomes mais potentes dentro e fora das telas ao longo dos 30 anos de carreira. Possui um extenso currículo acumulando 14 novelas, 10 peças de teatro, 10 filmes, cinco séries, além de ter apresentado três programas de televisão. Foi eleita duas vezes pelo MIPAD - Most Influential People of African Descent, na Universidade de Columbia, com apoio da ONU, em Nova York, como uma das 100 negras mais influentes do mundo. Também recebeu o prêmio de melhor atriz no 49ª Festival Sesc (2023) por sua personagem em “Medida Provisória”, uma das maiores bilheterias recentes do cinema nacional, longa dirigido por Lázaro Ramos, seu marido e curador do Café Literário da Bienal do Livro Rio. Venda de ingressos aberta para a maior Bienal de todos os tempos

Realizada pela GL events Exhibitions e pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), o maior festival de literatura, cultura e entretenimento acontece entre os dias 13 e 22 de junho, no Riocentro, na Barra Olímpica, e deve reunir mais de 600 mil pessoas durante dez dias. Os ingressos já estão à venda.

 Nesta edição de 2025, que promete ser a maior Bienal de todos os tempos, o evento se reinventa e apresenta o conceito inédito de Book Park — um verdadeiro parque de diversões literário, onde as histórias ganham vida por meio de experiências imersivas e sensoriais, e que serão inesquecíveis. A Shell Brasil é a patrocinadora na cota Apresenta.

Entre as novidades, estão a Roda Gigante Leitura nas Alturas Light, com cabines personalizadas com personagens e áudios relacionados aos livros; o Labirinto de Histórias Paper Excellence convida o visitante a mergulhar em um espaço interativo onde os livros ganham vida de forma lúdica e sensorial. Para os fãs de mistério, o Escape Bienal Estácio é uma atração imperdível. Com quatro cenários literários desenvolvidos em conjunto com editoras, o espaço traz enigmas e desafios inspirados em thrillers de sucesso. E com um olhar voltado para a convivência e a troca literária, a nova Praça Além da Página Shell surge como um espaço vibrante onde as comunidades leitoras se encontram para viver a literatura de forma plural e criativa. Apoie o Resenhando.com e compre o livro "A Contagem dos Sonhos" neste link.


.: "O Retrato de Janete", a comédia que marca os 12 Anos da Cia Bendita


Com Jackie Obrigon e Bruno Garcia, comédia para todos os públicos comemora os 12 anos da Cia Bendita. Foto: Ronaldo Gutierrez

O Teatro Sérgio Cardoso recebe o espetáculo "O Retrato de Janete" no dia 27 de abril, domingo, às 11h00. Escrito e dirigido por Marcelo Romagnoli, a peça teatral conta a história de Maristela, uma atriz de mais de 200 anos que vive em um teatro abandonado. Sua única companhia é uma vespa de estimação que sonha em escapar. A narrativa aborda temas como a importância de laços familiares saudáveis, liberdade e memória como força vital. 

No palco, Jackie Obrigon interpreta Maristela, enquanto Bruno Garcia executa as músicas ao vivo. Esquecida em um camarim cheio de truques, sua única companhia é uma vespa de estimação que sonha em fugir. As músicas, efeitos sonoros e sonoplastia são executados ao vivo. A história exalta a importância de laços familiares e emocionais saudáveis, a liberdade e a memória como força de vida.


O Grupo
A Cia Bendita é um premiado grupo de São Paulo com sólida trajetória na produção teatral para a infância e juventude. Seu repertório inclui os espetáculos "Terremota" (2012), "Gagá" (2017), "Elagalinha" (2019) e "Fábula" (2021). Com "O Retrato de Janete", o grupo comemora também os 30 anos de carreira de sua cofundadora, Jackie Obrigon.


Ficha técnica
Espetáculo "O Retrato de Janete". Texto e direção: Marcelo Romagnoli | Com: Jackie Obrigon e Bruno Garcia | Assistente de direção: Fausto Franco | Desenho de luz: Marisa Bentivegna | Figurinos: Chris Aizner | Cenário: Marcelo Andrade | Músicas: Morris e Bruno Garcia | Adereços: Ivaldo de Melo | Estudo de texto: Cris Lozano | Operação e montagem: Nicolas Sadoyama | Diretor de palco: Mauro Felles | Costureira: Judite de Lima | Visagismo: Simone Batata | Fotos: Ronaldo Gutierrez | Identidade visual: Andrea Pedro | Produção: Corpo Rastreado/Nathália Christine | Direção de produção: Jackie Obrigon | Idealização: Cia Bendita


Serviço
Cia Bendita em “O Retrato de Janete”. Dia 27 de abril, domingo, às 11h00. Duração: 50 minutos. Teatro Sérgio Cardoso – Sala Paschoal Carlos Magno - Rua Rui Barbosa, 153, Bela Vista/São Paulo. Classificação: 12 anos. Ingressos: gratuito, com retirada de ingressos na bilheteria a partir de 1 hora antes da sessão. Capacidade da sala: 143 lugares + 6 espaços de cadeirantes.

.: Dos palcos do mundo para o Sesc Santos, "Transfiguration" desafia limites

Misturando argila, tinta e o próprio corpo como tela, o artista Olivier De Sagazan desconstrói e reconstrói sua identidade em cena, Foto: Didier Carluccio


Criada em 1998, a aclamada peça-performance "Transfiguration" já foi apresentada em mais de 25 países e, apresentada pelo renomado artista Olivier De Sagazan, chega ao Sesc Santos na quarta-feira, dia 30 de abril, às 20h00, no auditório. É um espetáculo que desafia os limites entre pintura, escultura e performance em uma impressionante transformação ao vivo.

Misturando argila, tinta e o próprio corpo como tela, o artista desconstrói e reconstrói sua identidade em cena, levando o público a uma jornada hipnótica entre o humano e o monstruoso, o efêmero e o eterno. Um trabalho único e imperdível, que já percorreu os principais palcos do mundo.

A performance representa o desejo não realizado do escultor de incutir vida na sua criação. Em um gesto desesperado, penetra no barro, esculpe no próprio corpo enterrando-se no material, erradicando a sua identidade e tornando-se uma obra de arte viva. Em um movimento incessante de busca, o corpo atuante se auto esculpe, enterrando-se no material primitivo, erradicando sua identidade e tornando-se a própria obra de arte viva. No entanto, esse material cega, esse corpo é forçado a ter contato com as profundezas de si mesmo. 

Em uma performance fascinante, Sagazan muda identidades no palco, de homem para animal e de animal para várias criaturas híbridas, ele perfura, oblitera e desvenda as camadas em seu rosto em uma busca frenética por nova essência e forma. Em "Transfiguration" Sagazan dá um novo significado à noção de vida, oferecendo um vislumbre cativante, perturbador e estimulante de uma individualidade alternativa totalmente livre de inibição.  A partir de 16 anos. Ingressos: R$ 12,00 (credencial plena) a R$ 40,00 (inteira).


Sobre o artista
"Indulgente, alienante e bastante hediondo às vezes, mas genuinamente surpreendente". Foi assim que o The Guardian tentou descrever Olivier De Sagazan. Nascido em 1959 no Congo, África, o cidadão francês busca em seus trabalhos, captar a essência existencial do homem combinando fotografia, pintura, escultura e performance em suas obras. A percepção artística de Sagazan se verticaliza após sua vivência na República dos Camarões, na África Central, para onde foi depois de estudar biologia e filosofia na universidade. 

A experiência e o tempo que passou lá, o lança em uma série de questionamentos em pontos filosóficos, religiosos, sociais e artísticos, e esse salto de consciência abre os horizontes de Sagazan para retornar e redescobrir suas próprias raízes. Da sua paixão por dar vida à matéria surgiu a ideia de cobrir o próprio corpo com barro para observar o “objeto” resultante. 

Esta experiência deu origem à criação do solo cênico "Transfiguration", em 1998, no qual é possível ver um homem a desfigurar-se gradualmente. Este meio homem, meio besta, procura por baixo de suas máscaras e de forma incessante a sua real identidade. Ele é autor dos livros "Le Fantôme dans la Machine", "Transfiguration", "Quand le Visage Perd sa Face", "La Violence en Art", "Carnet d'atelier d'Olivier de Sagazan" e "Propos sur la Violence de l'art"


Ficha técnica
Peça-performance "Transfiguration"
Diretor e intérprete: Olivier de Sagazan
Production Manager (FR): Gaelle Le Rouge
Produção Artística (BR): Alex Bartelli
Agenciamento e Produção Brasileira: Azayah


Serviço
Peça-performance "Transfiguration"
Sesc Santos - Auditório
Dia 30 de abril, quarta-feira, às 20h00
Duração: 50 minutos
Classificação indicativa: 16 anos


Sesc Santos
Rua Conselheiro Ribas, 136, Aparecida - Santos / SP. Telefone: (13) 3278-9800. Site do Sesc SP.  Instagram. Facebook. @sescsantos. YouTube /sescemsantos.

.: Últimos dias para visitar "Anne Frank: deixem-nos Ser" na Unibes Cultural


Um dos grandes destaques é a recriação do Anexo Secreto – feita com materiais cedidos pela Anne Frank House de Amsterdã – que pela primeira vez é apresentada ao público com tamanho nível de detalhes. Na imagem, Anne Frank, 1939_Coleção de fotos da Anne Frank Stichting (Amsterdam)


Em cartaz desde agosto de 2024, a exposição “Anne Frank: Deixem-nos Ser” entra em sua fase final e segue aberta ao público até 27 de abril - uma última oportunidade para vivenciar arte, história e reflexão no cenário cultural de São Paulo

Com mais de 33 mil visitantes em apenas três meses e uma temporada estendida devido ao sucesso de público, a exposição "Anne Frank: Deixem-nos Ser" se aproxima do encerramento na Unibes Cultural. Idealizada e produzida pela Inspirar-te, a mostra segue em cartaz somente até 27 de abril de 2025 e oferece uma última oportunidade para o público conhecer um projeto inovador, com impacto histórico, educativo e cultural.

A proposta é inédita: por meio de obras de arte contemporâneas originais, a exposição conecta o legado de Anne Frank aos desafios do mundo atual, abordando temas como empatia, diversidade, combate à intolerância e respeito aos direitos humanos. Um dos grandes destaques é a recriação do Anexo Secreto – feita com materiais cedidos pela Anne Frank House de Amsterdã – que pela primeira vez é apresentada ao público com tamanho nível de detalhes. O resultado é uma experiência imersiva que une história, arte e educação de forma sensível, lúdica e transformadora.

A curadora e idealizadora do projeto, Priscilla Parodi, destaca a importância de levar essas reflexões adiante: “A história de Anne Frank, contada pela arte, se torna um espelho para os dilemas contemporâneos. É isso que torna essa exposição tão única.” A mostra também conta com visitas guiadas, roteiros personalizados para escolas e atividades educativas que ampliam a vivência do público, reforçando o caráter transformador da proposta. Devido à grande procura, os horários foram ampliados: de quarta a sexta, das 13h30 às 20h00, e aos sábados, domingos e feriados, das 11h00 às 20h00. Realização: Inspirar-te, Unibes Cultural e Ministério da Cultura. Com materiais cedidos pela Anne Frank House Amsterdam.

Durante a visita, é possível acessar conteúdos acessíveis complementares, idealizados e produzidos pela Inspirar-te, como áudio guia na Plataforma Musea. Assim, recomendamos baixar o aplicativo no celular para aproveitar ao máximo a exposição. A exposição é indicada para todas as idades e os ingressos podem ser adquiridos pela Plataforma Sympla. Mais informações no site.


Serviço
Exposição “Anne Frank: Deixem-nos Ser”
Em cartaz até 27 de abril de 2025
Quarta a sexta: das 13h30 às 20h00 |Sábados, domingos e feriados: das 11h00 às 20h00 | Última entrada às 19h00.
Local: Unibes Cultural (1º e 2º andar)
Endereço: R. Oscar Freire, 2500 - Sumaré / São Paulo
 WhatsApp: (11) 3065-4333
Ingressos: R$ 20,00 (inteira) | R$ 10,00 (meia-entrada)
Plataforma de compra: Sympla
Entrada gratuita às sextas-feiras, com reserva antecipada de ingresso (liberados às segundas-feiras)
Classificação indicativa: livre
Aberto ao público de todas as idades, como o legado de Anne deve ser.

.: "James", de Percival Everett, a releitura poderosa de um clássico da literatura


No romance "James", lançado no Brasil pela editora Todavia, Percival Everett reimagina o clássico "As Aventuras de Huckleberry Finn", escrito por Mark Twain e publicado em 1884, a partir da perspectiva de Jim, o homem escravizado que acompanha o menino na viagem pelo Rio Mississippi. Nesta releitura, Jim é James, um indivíduo inteligente e letrado que, por necessidade, esconde sua educação por trás de uma fachada de subserviência. 

"James" é mais do que a reimaginação de um clássico: ele recupera a identidade de um personagem marginalizado, confrontando verdades desconfortáveis sobre o passado e sobre as histórias que escolhemos contar. A tradução é de André Czarnobai e a capa, de Oga Mendonça.

A aventura se inicia quando James ouve a notícia de que será vendido e separado da mulher e da filha. Determinado a evitar esse destino, ele escapa para a Ilha Jackson, onde encontra Huck Finn, um garoto branco que está fugindo dos próprios problemas. Juntos, eles seguem em uma jornada pelo rio Mississippi, rumo a um estado onde James poderia ser um homem negro livre - e eventualmente trazer sua família para viver ali. 

Ao longo da viagem, James navega as águas traiçoeiras do rio e de uma sociedade preconceituosa e violenta, muitas vezes adotando um vernáculo apelidado de “filtro de escravo” para se proteger ao interagir com indivíduos brancos. Percival Everett mergulha fundo na psique do personagem, apresentando-o como um homem de vida interior complexa. Em debates filosóficos imaginários com figuras como Voltaire e Rousseau, James reflete sobre os dilemas morais e as escolhas impossíveis enfrentadas por aqueles submetidos à desumanidade da escravidão.

Everett enfatiza a agência de James em seus esforços para se libertar e reencontrar a família. A ironia e o deslocamento de ponto de vista ressaltam a brutalidade de uma sociedade racialmente dividida e ampliam as possibilidades de leitura de um grande livro. Linguisticamente inventivo e escrito com mão certeira, este romance é uma ode ao poder da perspectiva dentro da literatura. Apoie o Resenhando.com e compre o livro neste link.


Sobre o autor
Percival Everett
vive em Los Angeles e leciona na Universidade do Sul da Califórnia. Publicou mais de 30 livros desde "Suder", lançado em 1983. Foi finalista dos prêmios Pulitzer — com "Telephone", em 2020 —, Booker Prize e PEN/Faulkner Award — com "As Árvores", em 2022. Com James, venceu o National Book Award 2024. Apoie o Resenhando.com e compre o livro neste link.

domingo, 20 de abril de 2025

.: Mozart em montagem circense: ópera "Don Giovanni" chega a São Paulo


Com abordagem que retoma a origem cômica que a inspirou, "Don Giovanni" contará com elementos do circo e da palhaçaria, colocando o protagonista como uma espécie de ilusionista de seus interesses românticos. A ópera terá direção cênica de Hugo Possolo, conhecido por sua assinatura como mestre do picadeiro, e direção musical de Roberto Minczuk, maestro titular que fará a regência da Orquestra Sinfônica Municipal. Ela será apresentada em sete récitas de 2 a 10 de maio. Fotos: Stig de Lavor/ Larissa Paz


Conhecido como um drama jocoso, fruto da parceria profícua entre Wolfgang Amadeus Mozart e o libretista Lorenzo Da Ponte, a ópera "Don Giovanni" retorna ao palco do Theatro Municipal de São Paulo. Com direção cênica de Hugo Possolo, conhecido por sua assinatura como mestre do picadeiro, e direção musical de Roberto Minczuk, maestro titular que fará a regência da Orquestra Sinfônica Municipal, além da participação do Coro Lírico Municipal, que terá regência de Hernán Sánchez Arteaga. A obra será apresentada em sete récitas: dias 2, 3, 4, 6, 7, 9 e 10 de maio. A classificação é não recomendada para menores de 12 anos, duração aproximada de 190 minutos (com intervalo) e ingressos de R$ 33,00 a R$ 210,00 (inteira).

Em "Don Giovanni", o “libertino declarado que não oculta sua imoralidade”, como definiu o filósofo Mladen Dolar, temos um protagonista que vive em uma saga de seduções frustradas e acertos de contas com seu passado. Essa trama construída por Da Ponte remonta histórias anteriores de autores como Tirso de Molina, G. Bertati e Molière, o último responsável por Dom Juan, ou Le Festin de Pierre, de 1665.

O impacto do escritor de Don Juan será a inspiração mais direta para nova montagem do Theatro Municipal. “Molière fundamental para essa e todas as suas versões. Ele próprio já é crítico à postura do protagonista. Em Da Ponte e Mozart acaba sendo um pouco mais controverso. Mas uma abordagem com o humor do Molière foi o que mais me interessou. É um retorno à origem”, explica o diretor cênico Hugo Possolo.

 Quando estreou em Praga, em outubro de 1787, "Don Giovanni" foi aclamada pelo público e pela crítica. Além do texto afiado, a obra recebeu destaque pelo modo como Mozart cria camadas de expressão dramática com recursos musicais únicos. Entre os destaques, a célebre ária do catálogo de conquistas, entoada por Leporello, e a celebração hedonista de Don Giovanni em Fin ch’Han dal Vino, além das feitas pelas protagonistas femininas: Mi Tradì quell’Alma Ingrata, por Donna Elvira, Vedrai, Carino, cantada por Zerlina, e Or Sai Chi l’Onore, interpretada pela personagem da Donna Anna.

Nos dias 2, 4, 7 e 10, o elenco será composto por Hernán Iturralde (Don Giovanni), Camila Provenzale (Donna Anna), Anibal Mancini (Don Ottavio), Luisa Francesconi (Donna Elvira), Michel de Souza (Leporello), Carla Cottini (Zerlina), Savio Sperandio (Comendador) e Fellipe Oliveira (Masetto). Já nos dias 3, 6 e 9, os intérpretes serão Homero Velho (Don Giovanni), Ludmilla Bauerfeldt (Donna Anna), Jabez Lima (Don Ottavio), Monique Galvão (Donna Elvira), Saulo Javan (Leporello), Raquel Paulin (Zerlina), Sérgio Righini (Comendador) e Rogério Nunes (Masetto).

Nesta montagem, para além da amoralidade com que o protagonista trata a paixão, estarão centrais em cena as mulheres: Donna Anna, uma figura romântica que acredita em Don Giovanni, Donna Elvira, que promete vingança mas fica presa ao protagonista, e Zerlina, personagem de origem popular e é “enfrentativa”. Essas personagens revelarão uma força singular que tanto desafia quanto enquadra Don Giovanni.

“Há algo tragicamente patético na figura quase arquetípica do conquistador serial, seja ele o Casanova histórico (contemporâneo e amigo de Lorenzo Da Ponte, libretista da ópera) ou o Don Juan da ficção, criado pelo espanhol Tirso de Molina no início do século XVII. Pelas mãos de Hugo Possolo, Piero Schlochauer, Vera Hamburger, Elisa Faulhaber, Miló Martins e outros integrantes da equipe criativa, Don Giovanni escapa das chamas do inferno, mas não da punição terrena”, explica a Superintendente Geral do Complexo Theatro Municipal, Andrea Caruso Saturnino.

Para o diretor cênico Hugo Possolo, Don Giovanni tem um protagonista que permite um paralelo direto com os “poderosos machistas, que nos mostram que evoluímos muito pouco”. A ópera ressalta nuances cômicas contrasta com as tragédias reais, ganhando uma versão em parte em português, em parte no original italiano, que busca dialogar diretamente com o público e expor, com ironia e crítica, o fracasso do patriarcado.

“A palavra ópera quer dizer uma obra que reúne várias linguagens, como drama e música, além de abrir espaço para outras linguagens da arte cênica como circo”, explica o diretor Hugo Possolo. “Foi muito natural trazer esses elementos festivos e de espetacularidade que combinam com o espírito da criação de Mozart. A dupla Don Giovanni e Leporello tem a ver com as duplas cômicas, que permite uma linguagem popular mais acessível”, pontua.

 Além disso, a obra contará com trechos recitativos em português. O diretor explica que essa decisão foi tomada a partir de uma abordagem que já foi feita em ópera de diversas línguas e em várias montagens ao redor do mundo. “Optamos por um diálogo direto e teatral. Como venho do teatro popular, essa linguagem mais direta pode deixar a história mais evidente para o público. A ópera não é elitista, tem que ser para todos”, finaliza.

 
Uma obra incontornável na programação operística
Grande parte do repertório operístico em todo mundo, segundo dados do OperaBase, "Don Giovanni" está entre as dez mais apresentadas. Seu tema e personagens foram de grande impacto para a cultura, inspirando diversos escritores e filósofos. Ela teve sua primeira montagem em São Paulo em 1956 como parte das comemorações do bicentenário de Mozart.

Depois disso, "Don Giovanni" só voltou a ser apresentada no Theatro Municipal de São Paulo nos anos 1990. Nessa década aconteceram três montagens diferentes da ópera: em agosto de 1992 em montagem dirigida por Bia Lessa, cuja estreia aconteceu em Fortaleza em janeiro do mesmo ano; em 1995, com direção cênica da italiana Maria Francesca Siciliani, direção musical e regência do maestro Isaac Karabtchesvsky, cenografia de J.C. Serroni e figurinos alugados do Teatro Colón de Buenos Aires; por fim, em 1999, numa montagem que contou com a participação da Orquestra Experimental de Repertório, regida pelo maestro Jamil Maluf, e do Coro Lírico Municipal.

A montagem mais recente do drama jocoso mozartiano no palco do Theatro Municipal de São Paulo aconteceu em 2013. O espetáculo foi trazido do Teatro Municipal de Santiago do Chile e foi dirigido por Pier Francesco Maestrini. Contou com participação da Orquestra Municipal de São Paulo, sob regência do maestro Yoram David, e do Coral Paulistano, sob regência de Bruno Greco Facio.

 Nesta montagem, a proposta do diretor foi levar "Don Giovanni" e "Drácula" ao palco, traçando paralelos entre os dois personagens a partir do ensaio publicado pelo escritor e musicólogo Alessandro Baricco, intitulado "Drácula, Sósia de Don Giovanni". Os cenários de Juan Guillermo Nova e figurinos de Luca Dall’Alpi contribuem para criar o clima sombrio da montagem.

 
Serviço
Ópera "Don Giovanni"
Theatro Municipal - Sala de Espetáculos
Drama jocoso em dois atos de Wolfgang Amadeus Mozart e libreto de Lorenzo da Ponte
Coro Lírico Municipal
Orquestra Sinfônica Municipal
Sexta-feira, 2 de maio, 20h00
Sábado, 3 de maio, 17h00
Domingo, 4 de maio, 17h00
Terça-feira, 6 de maio, 20h00
Quarta-feira, 7 de maio, 20h00
Sexta-feira, 9 de maio, 20h00
Sábado, 10 de maio, 17h00


Ficha técnica
Roberto Minczuk, direção musical
Hugo Possolo, direção cênica
Hernán Sánchez Arteaga, regente do Coro Lírico Municipal
Vera Hamburger, cenografia
Fernando Passetti, cenógrafo assistente
Elisa Faulhaber, figurino
Miló Martins, design de luz
Jorge Garcia, coreografia
Westerley Dornellas, visagismo
Piero Schlochauer, assistente de direção cênica

 
Dias 2, 4, 7 e 10
Hernán Iturralde, Don Giovanni
Camila Provenzale, Donna Anna
Anibal Mancini, Don Ottavio
Luisa Francesconi, Donna Elvira
Michel de Souza, Leporello
Carla Cottini, Zerlina
Savio Sperandio, Comendador
Fellipe Oliveira, Masetto


Dias 3, 6 e 9
Homero Velho, Don Giovanni
Ludmilla Bauerfeldt, Donna Anna
Jabez Lima, Don Ottavio
Monique Galvão, Donna Elvira
Saulo Javan, Leporello
Raquel Paulin, Zerlina
Sérgio Righini, Comendador
Rogério Nunes, Masetto


Ingressos: R$ 33,00 a R$ 210,00 (inteira).
Classificação: Não recomendado para menores de 12 anos. Pode conter histórias de agressão física, insinuação de consumo de drogas e insinuação leve de sexo.
Duração aproximada: 190 minutos (com intervalo)
Patrocínio: a récita do dia 6 de maio tem patrocínio de IGC. A récita do dia 7 de maio tem patrocínio de Bradesco.

.: As primeiras informações de "Quarteto Fantástico: primeiros Passos"

O aguardado filme "Quarteto Fantástico: primeiros Passos", da Marvel Studios, tem lançamento previsto para dia 24 de julho na rede Cineflix e nos cinemas brasileiros. A produção apresenta uma nova abordagem para a equipe de super-heróis, ambientando a história em um universo alternativo com estética retrofuturista dos anos 1960 .​

No elenco, estão Pedro Pascal, como Reed Richards / Senhor Fantástico, Vanessa Kirby, como Sue Storm / Mulher Invisível, Joseph Quinn, como Johnny Storm / Tocha Humana e Ebon Moss-Bachrach, como Ben Grimm / O Coisa. O elenco também conta com Julia Garner interpretando a Surfista Prateada (Shalla-Bal) e Ralph Ineson no papel do vilão cósmico Galactus. Outros nomes confirmados incluem Paul Walter Hauser, John Malkovich, Natasha Lyonne e Sarah Niles, cujos papéis ainda não foram divulgados .​

Diferentemente das versões anteriores, o filme não reconta a origem dos personagens. A trama inicia com o grupo já estabelecido como heróis, enfrentando a ameaça iminente de Galactus, um ser cósmico que pretende consumir a Terra. A Surfista Prateada surge como mensageira desse perigo, alertando a equipe sobre a destruição que se aproxima .​ Um elemento inédito na narrativa é a gravidez de Sue Storm, sugerindo a introdução de Franklin Richards, filho do casal nos quadrinhos, conhecido por seus poderes extraordinários. Essa adição promete explorar dinâmicas familiares mais profundas dentro do contexto heroico .​

A direção fica por conta de Matt Shakman, com roteiro de Eric Pearson. A produção é liderada por Kevin Feige, presidente da Marvel Studios, e conta com Louis D’Esposito, Grant Curtis e Tim Lewis como produtores executivos .​ Embora ambientado em um universo paralelo, Quarteto Fantástico: Primeiros Passos está inserido no multiverso da Marvel, abrindo possibilidades para futuras interações com outras franquias do MCU. A introdução de personagens como Galactus e a Surfista Prateada pode sinalizar conexões com eventos de grande escala, como os previstos em Vingadores: Dinastia Kang e Guerras Secretas.

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.: “Piano”, o novo álbum de Zeca Baleiro, acompanhado por Adriano Magoo


Acompanhado do pianista Adriano Magoo, artista coloca em destaque sua faceta de intérprete, em repertório que reúne inéditas parcerias entre releituras de músicas próprias e de nomes como Cake, Charlie Brown Jr., Geraldo Azevedo, Letrux, Mercedes Sosa e Sérgio Sampaio


Músico e escritor, Zeca Baleiro libera nos aplicativos de música o álbum “Piano", que lança acompanhado por Adriano Magoo. “Há pouco mais de dez anos fiz uma pequena turnê com o Magoo. Uma temporada de 12 shows em que passamos por 9 cidades. Era um show que juntava músicas autorais e de outros artistas que fazem parte do meu repertório afetivo. Ano passado ouvi uma gravação do show e, quando encontrei Magoo para alguns trabalhos, falei ‘vamos reeditar aquele show e fazer um disco?’. Ficamos animados com a ideia, o parceiro Sergio Fouad quis produzir e então começamos a gravar no Estúdio Midas. Gravamos em 4 dias de novembro, praticamente ao vivo”, relembra Baleiro.

Com produção de Fouad, o álbum é uma parceria do selo de Baleiro, Saravá Discos, com o Midas Music, que é o selo de Rick Bonadio. “Rick adorou o projeto, que é basicamente um disco de piano e voz, gravado ao vivo, com poucas intervenções e apenas uns vocais e synths discretos de overdubs. Toco violão em uma música só, a tônica é piano e voz mesmo”, conta Baleiro, que já retomou o show “Piano” e está em turnê nacional.

O repertório do show embrionário foi renovado mas algumas canções foram mantidas, caso de “Não Adianta” (Sérgio Sampaio), “Espinha de Bacalhau” (Severino Araújo e Fausto Nilo), “Me Deixa em Paz” (Monsueto e Airton Amorim), “Dia Branco” (Geraldo Azevedo e Renato Rocha) e “Canção no Rádio”, composta com Fagner e lançada inicialmente em dueto dos dois em 2009, que faz parte do duplo single que anunciou o álbum em fevereiro.

O álbum também inclui a releitura de “Zás”, parceria com Wado, e duas inéditas autorais: “Tem Algo Lá”, com o pernambucano Juliano Holanda, e “Tarde de Chuva”, com Eliakin Rufino, poeta e músico de Roraima. 

Artista plural, Zeca Baleiro sempre colaborou com artistas de diversas tribos e gerações. E “Piano” destaca essa vocação, assim como sua faceta de intérprete. Entre as releituras de seu repertório afetivo estão um clássico de Mercedes Sosa (“Alfonsina y el mar”), um hit da banda Cake dos anos noventa (“Frank Sinatra”), “Ninguém perguntou por você”, sucesso da cantora Letrux e “Céu azul", canção da banda Charlie Brown Jr. já apresentada no duplo single. “Céu azul" também ganhou um single em versão afro house, uma dobradinha de Baleiro com Rick Bonadio. Ouça o álbum neste link.


​"Piano" | Zeca Baleiro

1. "Céu Azul" - Charlie Brown Jr.

2. "Não Adianta" - Sérgio Sampaio

3. "Espinha de Bacalhau" - Severino Araújo / Fausto Nilo

4. "Zás" - ZB / Wado

5. "Tem Algo Lá" - ZB / Juliano Holanda

6. "Me Deixa em Paz" - Monsueto / Airton Amorim

7. "Alfonsina y El Mar" - Ariel Ramírez / Félix César Luna

8. "Ninguém Perguntou por Você" - Letrux

9. "Canção no Rádio" - Fagner / ZB

10. "Frank Sinatra" - John McCrea - releitura da banda Cake

11. "Dia Branco" - Geraldo Azevedo / Renato Rocha

12. "Tarde de Chuva" - ZB / Eliakin Rufino


Ficha técnica de "Piano"
Zeca Baleiro – voz, violão e kazoo
Adriano Magoo – piano, synths e acordeon
Arranjos: Adriano Magoo, Sérgio Fouad e Zeca Baleiro
Gravado em Midas Estúdio, por Sérgio Fouad
Assistentes de gravação: Gabriel Galindo/Bernardo Tavares/Rafael Bissacot
Mixado por Sérgio Fouad
Masterizado por Rick Bonadio
Produzido por Sérgio Fouad
Projeto gráfico: Andrea Pedro
Lançamento Saravá Discos / Midas Music


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