quarta-feira, 13 de agosto de 2025

.: Lindomar Wessler Boneti fala sobre a educação como antídoto


Por Helder Moraes Miranda, especial para o portal Resenhando.com. Foto: divulgação

Doutor em Sociologia, professor e pesquisador do curso de Ciências Sociais e dos Programas de Pós-Graduação em Educação e em Direitos Humanos e Políticas Públicas da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Lindomar Wessler Boneti é uma voz de referência quando o assunto é cidadania, políticas públicas e convivência democrática. Agora, como um dos organizadores do livro "Uma Pedagogia para o Viver em Comum - Direitos e Deveres dos Seres Humanos e das Comunidades", lançado pela PUCPRESS, ele propõe — junto a especialistas nacionais e internacionais — um olhar crítico e inovador sobre como educar para a vida em sociedades fragmentadas, articulando direitos e deveres como dimensões inseparáveis do viver em comum. Nesta entrevista, Boneti reflete sobre os desafios contemporâneos da democracia, a urgência de uma educação cidadã e os limites do individualismo em tempos de polarização e desigualdade. "Compre o livro "Uma Pedagogia para o Viver em Comum - Direitos e Deveres dos Seres Humanos e das Comunidades" neste link.


Resenhando.com - Em um cenário global onde direitos humanos parecem cada vez mais contestados, como “Uma Pedagogia para o Viver em Comum” desafia a dicotomia entre direitos e deveres sem cair no risco de restringir liberdades individuais?
Lindomar Wessler Boneti - "Uma Pedagogia para o Viver em Comum" propõe uma superação da dicotomia entre direitos e deveres ao deslocar o foco da individualidade isolada para o sujeito inserido em um tecido social, histórico e ético. Em vez de tratar direitos e deveres como polos opostos ou negociações formais entre o Estado e a pessoa cidadã, essa pedagogia os entende como dimensões interdependentes da convivência humana. Ela desafia a ideia de que o exercício de direitos precisa ser condicionado ao cumprimento de deveres, propondo, ao contrário, que ambos se sustentam na lógica da corresponsabilidade e da amorosidade. Ao promover uma ética do cuidado, do reconhecimento mútuo e da interdependência, essa pedagogia evita o risco de restringir liberdades individuais. Em vez de impor deveres como formas de controle, ela convida à participação ativa, consciente e solidária na vida coletiva. Isso significa que a liberdade individual não é negada, mas ressignificada: ela não se exerce à revelia da outra pessoa, mas no encontro de ambos, no entendimento de que o meu existir está condicionado ao existir da outra pessoa.


Resenhando.com - A obra propõe superar o individualismo liberal e os particularismos identitários - é possível criar uma convivência comum sem diluir as identidades culturais e políticas que definem grupos minoritários?
Lindomar Wessler Boneti - Sim, é possível criar uma convivência comum sem diluir as identidades culturais e políticas de grupos minoritários. A chave está em construir um espaço ético-político de reconhecimento mútuo, onde a diferença não seja vista como ameaça, mas como componente da própria tessitura do comum. A proposta é pensar o “viver em comum” não como uniformidade, mas como convivência solidária e dialogada, uma pedagogia da escuta, do cuidado e da coabitação respeitosa. Assim, faz-se necessário a superação tanto do individualismo liberal, que absolutiza a liberdade desvinculada da outra pessoa, quanto dos particularismos identitários, que podem cristalizar diferenças e dificultar o diálogo. A convivência comum exige o reconhecimento recíproco das vulnerabilidades, dos direitos e das potências de cada grupo, sem que isso signifique apagamento de suas singularidades. Portanto, é na valorização da pluralidade, mediada por uma ética da alteridade, que se constrói um comum inclusivo e justo.


Resenhando.com - Em que medida a educação formal no Brasil está preparada - ou não - para assumir o papel central de formar cidadãos para o viver em comum, especialmente diante da fragmentação social crescente e da banalização da intolerância?
Lindomar Wessler Boneti - A educação formal no Brasil ainda não está plenamente preparada para assumir o papel central de formar cidadãos para o viver em comum, especialmente diante da fragmentação social e da banalização da intolerância. Isso se deve a alguns fatores estruturais e culturais: Currículo centrado no conteúdo e no rendimento individual: a lógica escolar ainda valoriza fortemente o desempenho técnico e a competição, em detrimento da formação ética, da empatia e da convivência democrática; Ausência de uma pedagogia crítica e dialógica: embora exista uma base legal que promova os direitos humanos e a cidadania, como a BNCC, a prática pedagógica muitas vezes não incorpora de fato metodologias voltadas ao diálogo, à escuta ativa e à valorização da diversidade; Falta de formação docente contínua: faz-se necessário intensificar a formação docente  para lidar com conflitos sociais, discursos de ódio ou questões identitárias de maneira construtiva, isto na perspectiva do enfrentamento da intolerância e da exclusão dentro do ambiente escolar; Desigualdade estrutural: a educação ainda reproduz as desigualdades sociais. Escolas em contextos vulneráveis enfrentam dificuldades básicas que dificultam qualquer proposta de convivência ética e democrática. Portanto, apesar de haver potencial e diretrizes legais para que a educação contribua com o viver em comum, a prática cotidiana ainda está distante dessa proposta. Para que isso se concretize, é necessário investir em uma educação humanizadora, voltada à formação de sujeitos ético-políticos capazes de conviver com o diferente e agir no coletivo.


Resenhando.com - O livro aponta riscos de uma pedagogia estatal que pode se transformar em controle social. Como distinguir uma educação emancipadora de uma pedagógica autoritária em tempos de polarização política?
Lindomar Wessler Boneti - Uma educação emancipadora se distingue de uma pedagogia autoritária, especialmente em tempos de polarização política, por sua capacidade de promover autonomia crítica, diálogo e reconhecimento da pluralidade, enquanto a autoritária impõe valores únicos silenciando as pessoas. A educação emancipadora parte do reconhecimento da dignidade de cada sujeito e da complexidade do tecido social. Ela não instrumentaliza a formação para servir a um projeto político-partidário, mas estimula a construção coletiva de sentidos, o respeito às diferenças e o compromisso com os direitos humanos. Por outro lado, uma pedagogia autoritária, mesmo travestida de projeto nacional ou moral, tende a reduzir a diversidade ao consenso forçado, usando a escola como aparelho de controle e uniformização. Em contextos de polarização, o risco aumenta: o Estado pode usar a educação como ferramenta ideológica, suprimindo o pensamento crítico sob o pretexto da ordem ou da tradição. Portanto, a chave da distinção está na finalidade: se a educação visa formar sujeitos críticos, participativos e conscientes de seu papel na democracia, é emancipadora; se busca formar obedientes e homogêneos, é autoritária. O "por quê" está na própria essência da democracia: ela exige cidadãos, não apenas súditos.  É o caso, por exemplo, da distinção entre o ensinar pensar e o ensinar fazer a partir do pensamento de Paulo Freire. No Brasil se faz presente, muito mais neste momento histórico, uma defesa explícita pelas elites econômicas na perspectiva de uma política educacional voltada ao ensinar fazer mais que o pensar, interferindo em algo essencial dos direitos humanos, a autonomia pessoal.


Resenhando.com - Como o senhor avalia o papel das políticas públicas na promoção de uma cidadania ativa e solidária? Elas têm sido eficazes em romper com a exclusão estrutural ou apenas reproduzem velhas desigualdades?
Lindomar Wessler Boneti - As políticas públicas têm um papel fundamental na promoção de uma cidadania ativa e solidária, na medida em que podem criar condições concretas para o exercício de direitos, a participação social e a construção de vínculos coletivos. No entanto, sua eficácia em romper com a exclusão estrutural ainda é limitada. Em muitos casos, elas acabam por reproduzir desigualdades históricas ao priorizar interesses de grupos hegemônicos, manter práticas burocráticas excludentes ou adotar abordagens meramente compensatórias. Faz-se necessário levar em consideração que as políticas públicas não se constituem de uma outorga do Estado à sociedade civil simplesmente a partir do preceito do direito, mas resultam de uma correlação de forças sociais carregando diferentes projetos a partir de diferentes segmentos sociais.  Neste caso, são concebidas de forma verticalizada, desconectadas da realidade vivida pelos grupos sociais com maior necessidade. Porém, quando formuladas a partir de processos democráticos, com participação de diferentes segmentos sociais, com escuta ativa das comunidades e foco na justiça social, podem de fato promover a transformação social necessária. Portanto, para que sejam instrumentos de emancipação e solidariedade, as políticas públicas precisam ser pautadas por princípios de equidade, participação cidadã e reconhecimento das diversidades. Isso exige uma ação deliberada contra os mecanismos de exclusão e uma redefinição contínua do próprio sentido de cidadania.


Resenhando.com - Diante do enfraquecimento dos marcos normativos universais, como a Declaração Universal dos Direitos Humanos, qual o papel das comunidades locais e da educação para fortalecer esses princípios? 

Lindomar Wessler Boneti - Diante do enfraquecimento dos marcos normativos universais, como a Declaração Universal dos Direitos Humanos, as comunidades locais e a educação assumem um papel estratégico na resistência e revitalização desses princípios. Em contextos marcados por retrocessos democráticos, intolerância e relativização dos direitos, são os espaços locais – escolas, movimentos sociais, associações comunitárias – que se tornam guardiões vivos da dignidade humana. A educação, nesse cenário, deve ir além da instrução técnica para o simples exercício do fazer, ou da transmissão de conteúdos neutros. Ela precisa cultivar uma pedagogia crítica, ética e dialógica, que forme individualidades capazes de reconhecer a dignidade da outra pessoa, agir com solidariedade e se comprometer com a justiça social. Faz-se essencial promover uma pedagogia para o viver em comum, que una o respeito às diferenças com a busca de valores universais, como liberdade, igualdade e fraternidade. Por outro lado, as comunidades locais, enraizadas em realidades concretas, podem traduzir os princípios abstratos dos direitos humanos em práticas cotidianas, mobilizando saberes populares e vínculos de solidariedade. Elas têm o potencial de reconstruir o sentido dos direitos a partir da base, tornando-os mais acessíveis, contextualizados e legítimos. Portanto, em tempos de tamanha destruição dos consensos globais, é na articulação entre educação transformadora e mobilização comunitária que reside a esperança do reencanto e da defesa dos direitos humanos.


Resenhando.com - A obra trata também das questões de gênero como eixo estruturante da convivência democrática. Como a pedagogia para o viver em comum pode lidar com os conservadorismos e retrocessos no debate sobre gênero no Brasil?
Lindomar Wessler Boneti - A pedagogia para o viver em comum entende que as questões de gênero constituem temáticas centrais na discussão com a perspectiva da construção de uma convivência verdadeiramente democrática. Isto por entender que tais questões dizem respeito diretamente à justiça, à igualdade e ao reconhecimento da diversidade humana. Diante do conservadorismo e do retrocesso no debate sobre gênero no Brasil, essa pedagogia propõe um caminho baseado no diálogo, no respeito às diferenças e na formação ética dos sujeitos. Em vez de impor verdades absolutas, ela busca criar espaços educativos onde as desigualdades de gênero possam ser problematizadas de forma crítica, mas também sensível, com a perspectiva do acolhimento em sua pluralidade. Essa abordagem é fundamental porque o conservadorismo tende a reforçar hierarquias e estigmas, enquanto a pedagogia para o viver em comum aposta na emancipação e na convivência solidária. Lidar com retrocessos, portanto, exige uma educação que não apenas informe, mas forme sujeitos capazes de reconhecer e transformar realidades excludentes.


Resenhando.com - Na sua experiência, que práticas pedagógicas concretas conseguem transformar a educação cidadã em uma experiência genuína de reconhecimento e cuidado com o outro?
Lindomar Wessler Boneti - Na minha experiência, práticas pedagógicas que promovem a educação cidadã como uma experiência genuína de reconhecimento e cuidado com a outra pessoa envolvem, especialmente: 1. Dialogicidade e escuta ativa: criar espaços onde as crianças possam expressar suas vivências, ouvir os (as) colegas e refletir coletivamente. Isso fortalece o respeito às diferenças e o reconhecimento da outra pessoa como sujeito; 2. Aprendizagem colaborativa, com atividades em grupo que exigem cooperação e responsabilidade compartilhada estimulam o cuidado mútuo e a solidariedade; 3. Projetos de intervenção social, envolvendo estudantes em ações concretas na comunidade com a perspectiva de despertar o senso de pertencimento e compromisso ético, aproximando o ambiente escolar com a prática da vida; 4. Educação envolvendo subjetividades, emoções e empatia, trabalhar o reconhecimento dos próprios sentimentos das outras pessoas ajuda a construir relações baseadas no respeito e na compreensão. Essas práticas são importantes porque reforçam o sentimento do ser social assim como o do ser cidadão, cidadã, não entendendo a cidadania como um conceito abstrato, mas com fortalecimento de vínculos entre as individualidades e a comunidade. O processo educativo deixa de ser uma simples transmissão de conteúdos para se tornar uma experiência transformadora, de convivência e de solidariedade.


Resenhando.com - Com tantos especialistas nacionais e internacionais colaborando, quais foram os principais desafios de articular uma visão interdisciplinar para enfrentar crises tão complexas como as de identidade, democracia e justiça social?
Lindomar Wessler Boneti - Os principais desafios de articular uma visão interdisciplinar para enfrentar crises complexas como as de identidade, democracia e justiça social residem, sobretudo, na diversidade de perspectivas, metodologias e linguagens próprias de cada área do conhecimento. Especialistas nacionais e internacionais trazem saberes distintos que, muitas vezes, partem de pressupostos técnicos, teóricos e valores diversos, dificultando a construção de um diálogo fluido e integrado. Além disso, essas crises são multifacetadas e interligadas, identidades envolvendo aspectos culturais, psicológicos e sociais. Mas a democracia perpassa as dimensões políticas, históricas e econômicas e a justiça social exige entendimento jurídico, ético e econômico. Por isso, articular um olhar interdisciplinar exige não apenas conhecimento técnico, mas também sensibilidade para reconhecer as interdependências e evitar reducionismos. Outro desafio importante é o contexto sociopolítico, marcado por polarizações e tensões que dificultam consensos e a formulação de estratégias conjuntas. Nesse sentido, a interdisciplinaridade precisa também incorporar a dimensão ética e política da escuta e do respeito às diferenças para promover respostas efetivas e democráticas. Por essas razões, construir uma visão interdisciplinar não é apenas um exercício acadêmico, mas um processo dinâmico de mediação e diálogo que busca integrar saberes e práticas para enfrentar crises que, por sua complexidade, não podem ser resolvidas isoladamente.


Resenhando.com - Como o senhor vislumbra o futuro da sociologia da educação e dos direitos humanos diante do avanço das tecnologias digitais que, ao mesmo tempo que aproximam, também podem aprofundar a fragmentação social?
Lindomar Wessler Boneti - O futuro da sociologia da educação e dos direitos humanos, diante do avanço das tecnologias digitais, apresenta-se como um campo de grandes desafios e ao mesmo tempo de oportunidades. As tecnologias digitais têm o potencial de ampliar o acesso ao conhecimento, criar novas formas de comunicação e fortalecer redes de solidariedade, aproximando pessoas de diferentes contextos sociais e culturais. Contudo, esse mesmo avanço pode aprofundar a fragmentação social ao intensificar desigualdades no acesso às tecnologias, reforçar bolhas informacionais e facilitar a disseminação de discursos de ódio e de intolerância. Além disso, algo mais grave vislumbra-se com o avanço das tecnologias digitais, a invasão da essência do ser humano, o ato do pensar. Nesse cenário, a sociologia da educação precisa ampliar seu olhar para compreender essas novas dinâmicas, investigando como a educação pode contribuir para o desenvolvimento do pensamento crítico e da cidadania digital. A mediação pedagógica deve promover o uso consciente e ético das tecnologias, combatendo as desigualdades estruturais e incentivando a construção de espaços democráticos de diálogo. Os direitos humanos, por outro lado, enfrentam o desafio de se reafirmar em ambientes digitais, onde a privacidade, a liberdade de expressão e o combate à discriminação se tornam temas centrais. É fundamental que políticas públicas e práticas educativas dialoguem para garantir que as tecnologias não sejam instrumentos de exclusão, mas sim de inclusão e fortalecimento dos direitos fundamentais. Portanto, o futuro desses campos depende de uma ação interdisciplinar e crítica, capaz de aproveitar o potencial das tecnologias digitais para promover uma educação emancipadora, uma sociedade mais justa e solidária e a autonomia humana.





.: Letícia Soares canta Gal Costa no Sesc Pompeia em show "Cantrizes"


Em quatro shows autorais diferentes, série de espetáculos celebra a força cênica de grandes atrizes, que também são cantoras espetaculares. Além de 
Letícia Soares, apresentam-se Alessandra Maestrini, Virgínia Rosa e Letícia Sabatella. Foto: Jonatas Marques


Letícia Soares, vencedora do Prêmio Bibi Ferreira de Melhor Atriz pela atuação impactante em "A Cor Púrpura", interpreta a obra de Gal Costa no espetáculo "Letícia Canta Gal", dentro das apresentações da série de shows "Cantrizes", nesta sexta-feira, dia 15 de agosto, às 20h00, no Sesc Pompeia. Com potência vocal, carisma e leitura cênica refinada, Letícia percorre diferentes fases da carreira de Gal, num tributo vibrante e sofisticado.

Do encontro entre a potência vocal de Letícia Soares e a força poética da música popular brasileira, nasce o espetáculo Letícia Soares canta Gal. Nesta homenagem, Letícia - vencedora do Prêmio Bibi Ferreira e referência consagrada no teatro musical brasileiro - mergulha nas camadas sutis e intensas do repertório de Gal Costa, uma das maiores vozes da nossa história.

Outros shows da série "Cantrizes" no Sesc Pompeia:  Alessandra Maestrini em "Yentl em Concerto", quinta-feira, dia 14 de agosto, às 20h00; ; Virgínia Rosa em "Luz das Estrelas - Virgínia Rosa Canta Raul Seixas", sábado, dia 16 de agosto, às 20h00. Letícia Sabatella em "Letícia Sabatella, Voz e Piano", domingo, dia 17 de agosto, às 18h00.


"Cantrizes" no Sesc Pompeia
Nos dias 14, 15, 16 e 17 de agosto, no Teatro do Sesc Pompeia, acontece “Cantrizes”, série de espetáculos que celebra um grupo raro e precioso: atrizes que também são cantoras espetaculares. São intérpretes completas, que levam ao palco não apenas a afinação vocal, mas a escuta, o gesto, a presença. Mulheres que transformam cada canção numa cena, cada espetáculo num mergulho sensível.

Nesta edição, quatro artistas com carreiras consolidadas - na música, no teatro, na televisão e no cinema - apresentam seus shows autorais em quatro noites seguidas. Na quinta-feira, dia 14 de agosto, Alessandra Maestrini abre essa série de espetáculos com "Yentl em Concerto", inspirado em conto de Isaac Bashevis Singer e no filme de Barbra Streisand, com músicas de Michel Legrand. Na sexta-feira, dia 15 de agosto, Letícia Soares percorre diferentes fases da carreira de Gal Costa no espetáculo Letícia canta Gal. 

Sábado, dia 16 de agosto, Virgínia Rosa apresenta "Luz das Estrelas - Virgínia Rosa" canta Raul Seixas, em que dá voz ao lado poético, filosófico e romântico do maluco beleza. Encerrando a série, Letícia Sabatella sobe ao palco no dia 17 de agosto com o show intimista, "Voz e Piano", em que reúne canções que refletem sua trajetória interior e dialogam com temas como natureza, amor, ancestralidade e liberdade. "Cantrizes" não é apenas uma mostra de shows. É um manifesto a favor da arte feita com corpo inteiro - onde atuação e música caminham juntas, sem hierarquias, sem rótulos. Um convite para escutar com outros sentidos.


Ficha técnica
Letícia Soares no show "Letícia Canta Gal"
Direção, idealização e intérprete: Letícia Soares
Direção musical: Rogério Rochlitz
Design e operação de som: Murillo Leme
Iluminadora: Gabriele Souza
Músicos: Rogério Rochlitz, Yara Oliveira, Beatriz Lima, Letícia Praxedes, Renan, Claudio Faria e Dado Magnelli
Produção executiva: Lucas Silverio


Quinta-feira, dia 14 de agosto, às 20h00 - Alessandra Maestrini em "Yentl em Concerto" - Ingressos on-line neste link
Sexta-feira, dia 15 de agosto, às 20h00 - Letícia Soares em "Letícia Soares Canta Gal" - Ingressos on-line neste link
Sábado, dia 16 de agosto, às 20h00 - Virgínia Rosa em "Luz das Estrelas - Virgínia Rosa Canta Raul Seixas" - Ingressos on-line neste link
Domingo, dia 17 de agosto, às 18h00 - Letícia Sabatella em "Letícia Sabatella, Voz e PianoIngressos on-line neste link


Serviço | "Cantrizes"
Dias 14, 15, 16 e 17 de agosto
Local: Teatro do Sesc Pompeia
Rua Clélia, 93 - Pompeia / São Paulo
Ingressos: R$ 21,00 (Credencial plena), R$ 35,00 (meia-entrada), R$ 70,00 (inteira)
Ingressos à venda on-line e nas bilheterias do Sesc 
Duração: 90 minutos
Classificação indicativa: livre

.: Tiago Abravanel é Drácula em comédia aclamada em Nova Iorque e Londres


Estreia dia 15 de agosto no Teatro Bravos. Na imagem, Tiago Abravanel, Lindsay Paulino, Bruna Guerin, Ludmillah Anjos e Jefferson Schroeder no elenco de Drácula- Um terror de comédia

O lendário vampiro Drácula chega aos palcos de São Paulo de cara nova, em uma montagem que promete matar o público – de tanto rir! "Drácula - Um Terror de Comédia", estrelado por Tiago Abravanel e grande elenco, estreia no Brasil na sexta-feira, dia 15 de agosto, no Teatro Bravos, em São Paulo, e faz curta temporada somente até 12 de outubro. 

Aclamado em Nova Iorque e Londres, o espetáculo de texto inteligente repleto de referências da cultura pop traz uma nova visão do clássico gótico, enquanto faz um jogo rápido entre os atores que interpretam diversos personagens e se transformam na velocidade da luz, garantindo altas risadas para um público de todos os tipos sanguíneos, tudo isso em 90 minutos de tirar o fôlego. No Brasil, o elenco conta ainda com Lindsay Paulino, Bruna Guerin, Ludmillah Anjos, Jefferson Schroeder e Bernardo Berro. A montagem brasileira tem tradução e adaptação por Bruno Narchi, e direção de Ricardo Grasson e Heitor Garcia.

Com uma temporada brilhante em Nova Iorque na Off-Broadway, entre 2023 e 2024, essa obra teatral despertou a atenção de todos os críticos americanos e do público. Os autores, Steven Rosen e Gordon Greenberg, são responsáveis por parcerias de recentes sucessos de público e crítica nos EUA, como "Crime e Castigo - A Comédia", a nova montagem de "Quem Tem Medo de Virgínia Wolf?" e outros sucessos. Em 2025, a comédia ganhou os palcos de Londres, por onde ficou durante três meses no teatro Menier Chocolate Factory.

"Drácula - Um Terror de Comédia" tem patrocínio de Algar e apoio cultural de Wickbold, Sonda e Denver. A realização é da Palco 7 Produções, de Marco Griesi e Solo Entretenimento, de Daniella Griesi.


Sinopse de "Drácula - Um Terror de Comédia"
Nas traiçoeiras montanhas da Transilvânia, um pacato corretor de imóveis britânico entra numa jornada alucinante a fim de encontrar um novo e misterioso cliente, que por um acaso é o mais aterrorizante e feroz monstro que o mundo conheceu: "Conde Drácula". Ao mesmo tempo, a famosa caçadora de vampiros Jean Van Helsing e sua trupe estão procurando por "Drac" da Transilvânia entre as terras longínquas da Inglaterra e de Londres até os confins. Suas trapalhadas são garantias de que seus batimentos e sua pressão sanguínea vão subir - de tanto rir!


Ficha técnica | "Drácula - Um Terror de Comédia"
Idealização: Heber Gutierrez.
Texto: Gordon Greenberg e Steven Rosen.
Tradução e adaptação do texto: Bruno Narchi.
Direção geral: Ricardo Grasson e Heitor Garcia.
Assistência de direção: Matheus Ribeiro.
Produção geral: Marco Griesi e Daniella Griesi.
Direção de musical: Gui Leal.
Cenografia: Chris Aizner.
Designer de luz: Cesar Pivetti.
Designer de ilusões: Maicon Clenk.
Figurinos: Bruno Oliveira.
Visagismo: Alisson Rodrigues.
Direção de movimento: Alonso Barros.
Comunicação visual: Kelson Spalato.
Fotografia: Ale Catan.
Elenco: Tiago Abravanel (Drácula), Bruna Guerin (Lucy, Kitty e motorista), Jefferson Schroeder (Jonathan Harker, pretendentes, contramestre e coveiro), Lindsay Paulino (Mina e Van Helsig), Ludmillah Anjos (Dr. Westfeldt, Reinfield e Capitão) e Bernardo Berro (Drácula - cover).

Serviço | "Drácula - Um Terror de Comédia"
Temporada: de 15 de agosto a 12 de outubro de 2025
Horários: sextas-feiras, às 21h00, sábados, às 17h00 e 21h00, domingos, às 18h00.
Duração: 100 minutos.
Gênero: comédia
Classificação etária: livre, menores de 12 anos acompanhados dos pais ou responsáveis legais.
Ingressos: entre R$ 25,00 e R$ 300,00.
Ingressos on-line: https://bileto.sympla.com.br/event/107801
Bilheteria: de terça a domingo, das 13h00 às 19h00, ou até o início do último espetáculo, no próprio local. Formas de pagamentos aceitas na bilheteria: todos os cartões de crédito, débito e dinheiro. Não aceita cheques.
Local: Teatro Bravos | 611 lugares
Endereço: Rua Coropé, 88 – Pinheiros / São Paulo
O Teatro possui cafeteria, acessibilidade, banheiro acessível e ar-condicionado.

.:Cinema: "Os Caras Malvados 2" começa com reviravolta absurda que afeta todos


Por Helder Moraes Miranda, especial para o portal Resenhando.com. 

A aventura animada retorna com “Os Caras Malvados 2” (“The Bad Guys 2” ), que começa com uma reviravolta absurdo que afeta os heróis do primeiro filme. Eles começam o filme reabilitados e tentando levar uma vida correta - mas, em vez de paz, encontram um novo desafio explosivo. Sequestrados por um grupo de criminosas implacáveis - as “Garotas Malvadas” - eles são obrigados a engajar-se em um audacioso e sofisticado assalto comandado por Kitty Kat (Danielle Brooks), uma leopardo-das-neves de inteligência cortante; Pigtail (Maria Bakalova), uma engenheira javali-búlgara brilhante; e Doom (Natasha Lyonne), uma corvo sarcástica dotada de talento para enganar. 

A dublagem brasileira - realizada no Estúdio Delart, sob a direção de Flavia Fontenelle, com tradução de André Bighinzoli - apresenta um time de vozes notáveis: McKeidy Lisita como Sr. Lobo; Jennifer Gouveia como Srta. Tarântula; Duda Espinoza como Sr. Piranha; Renan Freitas (Sr. Tubarão); Sérgio Moreno (Sr. Cobra); Angélica Borges dá voz a Gatinha Felina (Kitty Kat); Fernanda Baronne dubla Sina/Susan (Doom); Evie Saide é Javalina (Pigtail); Ana Paula Martins interpreta Diane Foxington (Diane Raposina); Pamella Rodrigues vive Tiffany Fluffit; Sérgio Stern segue como Professor Marmelada; e Isabela Quadros como Chefe de Polícia Misty. As gravações ocorreram entre novembro de 2024 e julho de 2025, no Rio de Janeiro. 

Nas cenas dos bastidores divulgadas pela Universal Pictures, Pierre Perifel, JP Sans e o produtor Damon Ross relatam como a sequência evoluiu em criatividade e técnica, e JP Sans pontua com humor: “'Os Caras Malvados' estão de volta com força total. A vida deles era eletrizante, mas eles escolheram ser legais. E estão sofrendo”, explica.

Como parte da campanha de lançamento, até dia 18 de agosto, a Avenida Paulista - mais precisamente no abrigo de ônibus do número 501 - virou palco de uma ativação gratuita e interativa: um fliperama temático inspirado no filme, com jogo exclusivo para fãs experimentarem a pegada dos “Caras Malvados”. Baseado no instigante e premiado best-seller do New York Times, escrito por Aaron Blabey, com mais de 30 milhões de cópias vendidas, o filme recupera o charme e o humor da obra original. 


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“Os Caras Malvados 2” | “The Bad Guys 2” | 
Classificação indicativa:
livre. Ano de produção: 2025. Idioma: inglês (original), com versão em português do Brasil. Direção: Pierre Perifel (também codireção de JP Sans). Roteiro: baseado no best-seller de Aaron Blabey; codireção e roteiro supervisionados por Aaron Blabey (personagens), com roteiro original da DreamWorks Animation. Elenco (vozes originais): Sam Rockwell (Sr. Lobo), Marc Maron (Sr. Cobra), Craig Robinson (Sr. Tubarão), Anthony Ramos (Sr. Piranha), Awkwafina (Srta. Tarântula/Webs), Danielle Brooks (Kitty Kat), Maria Bakalova (Pigtail), Natasha Lyonne (Doom), entre outros. Distribuição no Brasil: Universal Pictures. Duração: 105 minutos (1h45m). Cenas pós-créditos: sim.

Sinopse resumida de “Os Caras Malvados 2” (“The Bad Guys 2” )
“Os Caras Malvados 2” mostra o grupo de ex-vilões tentando levar uma vida honesta após abandonar o crime, mas seus planos vão por água abaixo quando são sequestrados por um trio de criminosas implacáveis — as Garotas Malvadas — e obrigados a participar de um assalto sofisticado e arriscado que pode colocar à prova não apenas suas habilidades, mas também a nova moral que tentam seguir.


Dublado
14/8/2025 - Quinta-feira: 15h00, 17h20 e 19h40
15/8/2025 - Sexta-feira: 15h00, 17h20 e 19h40
16/8/2025 - Sábado: 15h00, 17h20 e 19h40
17/8/2025 - Domingo: 15h00, 17h20 e 19h40
18/8/2025 - Segunda-feira: 15h00, 17h20 e 19h40
19/8/2025 - Terça-feira: 15h00, 17h20 e 19h40
20/8/2025 - Quarta-feira: 15h00, 17h20 e 19h40


.:“Faz de Conta que É Paris” e a urgência de se reconciliar antes que seja tarde



Por Helder Moraes Miranda, especial para o portal Resenhando.com. 

Leonardo Pieraccioni, celebrado ator e cineasta italiano, retorna aos cinemas com “Faz de Conta que É Paris” ("Pare Parecchio Parigi"; em Portugal, “Parece Bastante Paris”), uma comédia lançada na Itália em janeiro de 2024 e que chega ao Brasil pela Pandora Filmes nesta quinta-feira, dia 14 de agosto.Na trama, três irmãos que caminham há anos sem trocar palavras se veem diante do último desejo do pai doente: conhecer Paris. Quando percebem que ele não tem condições de viajar, arcam com uma farsa comovente e bem-humorada: transformam um haras na Toscana em um simpático acampamento portátil, simulando uma jornada até a capital francesa - sem sair do lugar. 

Além de atuar, Pieraccioni dirige, coassina o roteiro ao lado de Alessandro Riccio (que também vive Bernardo, um dos irmãos) e Filippo Bologna . O elenco reúne também os atores Chiara Francini, Giulia Bevilacqua e Nino Frassica, em um papel comovente como o patriarca da família. A composição musical é de Gianluca Sibaldi e a direção de fotografia assinada por Fabrizio Lucci. 

A narrativa se inspira livremente em uma história real dos irmãos Michele e Gianni Bugli que, em 1982, fizeram o pai doente acreditar que estavam viajando de trailer até Paris, embora nunca tenham saído de casa. Além da celebração do afeto familiar, o filme aborda o luto velado, as mágoas adormecidas entre irmãos e a urgência de se reconciliar antes que seja tarde - tudo revestido de humor simples e sensível, que evoca tanto risadas quanto ternura.


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“Faz de Conta que É Paris” | "Pare Parecchio Parigi" | “Parece Bastante Paris”, em Portugal | Sala 1 
Classificação indicativa: 14 anos. Ano de produção: 2024. Idioma: italiano. Direção: Leonardo Pieraccioni. Roteiro: Leonardo Pieraccioni, Alessandro Riccio, Filippo Bologna. Elenco: Leonardo Pieraccioni, Chiara Francini, Giulia Bevilacqua, Nino Frassica, Robi Arquette, Massimo Ceccherini e outros. Distribuição no Brasil: Pandora Filmes. Duração: 90 minutos (1h30m). Cenas pós-créditos: não. 


Sinopse resumida de “Faz de Conta que É Paris”
("Pare Parecchio Parigi")
Três irmãos distanciados simulam uma viagem de camper até Paris para realizar o último desejo do pai enfermo, encenando uma jornada dentro de um haras, o que os aproxima e reabre diálogos em meio ao humor e à emoção.

Legendado
14/8/2025 - Quinta-feira: 18h00
15/8/2025 - Sexta-feira: 18h00
16/8/2025 - Sábado: 18h00
17/8/2025 - Domingo: 18h00
18/8/2025 - Segunda-feira: 18h00
19/8/2025 - Terça-feira: 18h00
20/8/2025 - Quarta-feira: 18h00


.: Com pinta de clássico, "A Luz" marca o retorno de Tom Tkywer aos cinemas


Por Helder Moraes Miranda, especial para o portal Resenhando.com. 

A estreia de "A Luz", originalmente "Das Licht", nesta quinta-feira, dia 14 de agosto de 2025, marca o retorno de Tom Tykwer - con hecido por sucessos como "Corra, Lola, Corra" e "Perfume - A História de Um Assassino". A trama gira em torno da família Engels - Tim, Milena, os gêmeos Frieda e Jon, mais o filho fora do casamento, Dio - vivendo sob o mesmo teto, porém completamente dissociados uns dos outros. A chegada enigmática de Farrah, imigrante síria que assume o papel de governanta, altera profundamente a dinâmica familiar: o método dela envolve uma terapia esotérico-científica com uma lâmpada de consciência chamada Lucia N°03, que promete expandir percepções, curar ou controlar.

O filme ganhou destaque ao abrir a 75ª Berlinale, em fevereiro de 2025, em uma sessão especial de gala que suscitou reações intensas: críticas elogiaram o visual expressivo e metalinguagem social do longa-metragem. Outras lamentaram o excesso de ambições do filme. O Variety descreveu a produção como um “espelho rachado refletindo a culpa performativa do Ocidente”

O filme aborda temas densos - a dissolução do amor conjugal, isolamento digital, ativismo, aborto, imigração, identidade - e os expõe a partir de sequências visuais que misturam viagens lisérgicas, números musicais, até animações e momentos oníricos. Essa explosão estilística, segundo críticas como a do site High on Films, acaba por minar a força dramática construída até então. 

O filme foi rodado entre setembro e dezembro de 2023 em Berlim, Colônia e até Nairobi, com orçamento estimado em cerca de 12 milhões de euros. A tal "lâmpada de consciência", o Lucia N°03, existe de verdade - utilizada como dispositivo de autoexploração - e foi incorporada ao filme como ponto de conexão entre vida real e ficção. A trilha sonora, composta por Johnny Klimek e pelo próprio Tykwer, soma intensidade emocional ao clima hipnótico da narrativa. 


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“A Luz” | "Das Licht" | Sala 1
Classificação indicativa:
16 anos. Ano de produção: 2025. Idioma: alemão (possivelmente com trechos em inglês ou árabe, conforme fontes). Direção: Tom Tykwer. Roteiro: Tom Tykwer. Elenco: Lars Eidinger (Tim Engels), Nicolette Krebitz (Milena Engels), Taj Deen (Farrah), Elke Biesendorfer (Frieda), Julius Gause (Jon), Elyas Eldridge (Dio), Toby Onwumere, Ruby Lichtenberg, Şiir Eloğlu, Mudar Ramadan, entre outros. Distribuição no Brasil: Imovision. Duração: 162 minutos (aproximadamente 2 h 42 min). Cenas pós-créditos: não.


Sinopse resumida de “A Luz” ("Das Licht")
A família Engels vive alienada entre si até que Farrah, misteriosa e magnética governanta síria, chega com uma terapia centrada em uma lâmpada de consciência (Lucia N°03) e começa a expor emoções e segredos enterrados. Sua real intenção, porém, é mais complexa e transforma o núcleo familiar de maneira irreversível
.

Legendado
14/8/2025 - Quinta-feira: 20h00
15/8/2025 - Sexta-feira: 20h00
16/8/2025 - Sábado: 20h00
17/8/2025 - Domingo: 20h00
18/8/2025 - Segunda-feira: 20h00
19/8/2025 - Terça-feira: 20h00
20/8/2025 - Quarta-feira: 20h00

terça-feira, 12 de agosto de 2025

.: "Os Roses": Benedict Cumberbatch e Olivia Colman em remake de clássico


Por Helder Moraes Miranda, especial para o portal Resenhando.com. 

Protagonizado por Benedict Cumberbatch e Olivia Colman, o filme “Os Roses: até Que a Morte os Separe” é a nova versão do clássico dos anos 80 e estreia nos cinemas brasileiros em 28 de agosto. Dirigido por Jay Roach e com roteiro de Tony McNamara, o longa é uma releitura de “A Guerra dos Roses” (1989), inspirado no livro de Warren Adler, e aposta em uma abordagem contemporânea para explorar a linha tênue entre amor e rivalidade.

O original, dirigido por Danny DeVito, tornou-se um marco das comédias politicamente incorretas. Estrelado por Michael Douglas e Kathleen Turner - com DeVito também no elenco -, “A Guerra dos Roses” narrava o processo de degradação de um casamento aparentemente perfeito, que se transformava em uma disputa cada vez mais cruel e física. Com cenas icônicas, diálogos afiados e uma estética exagerada para mostrar a escalada do ódio, o filme conquistou crítica e público, sendo lembrado como uma das sátiras mais ácidas sobre relações conjugais no cinema. A produção rendeu três indicações ao Globo de Ouro e consolidou seu status de cult ao longo das décadas.

Na nova versão, Theo e Ivy Rose, vividos por Cumberbatch e Colman, também aparentam ter a vida perfeita: carreiras de sucesso, um casamento apaixonado e filhos adoráveis. Ele, um arquiteto prestes a conquistar reconhecimento internacional; ela, uma chef em ascensão. No entanto, quando o grande projeto de Theo fracassa e destrói sua reputação, enquanto o restaurante de Ivy alcança fama e prestígio, o equilíbrio da relação se rompe. O que antes era companheirismo dá lugar a uma competição implacável, alimentada por ressentimentos ocultos e ironias cortantes.

O diretor Jay Roach descreve o tom do filme como “basicamente a vida real”, utilizando o humor para tratar de momentos difíceis. “Esse filme explora como a linguagem do amor pode se transformar de uma provocação para um ataque - e às vezes, é difícil distinguir uma coisa da outra”, afirma. McNamara acrescenta que, na sociedade atual, forças externas como o sistema capitalista empurram as pessoas em direções diferentes, o que “não favorece um casamento feliz”.

Para Olivia Colman, o roteiro de McNamara encontra um equilíbrio raro: “Tony escreve com um humor seco e anárquico. Você ri e, de repente, ele quebra seu coração”. Já Cumberbatch destaca a humanidade da história: “É um roteiro divertido, criativo e cheio de falhas humanas. Esse filme mostra duas pessoas que se amam, mas que são disfuncionais e enfrentam um obstáculo enorme”.

Mais do que apenas mostrar um casamento em ruínas, “Os Roses: até Que a Morte os Separe” investiga padrões de comportamento, expectativas sociais e os desafios de manter uma conexão genuína diante de pressões externas. Para o produtor Adam Ackland, “essa tinha que ser uma reimaginação completa, não um remake”. O resultado é uma mistura de comédia e tragédia, conduzida por personagens complexos e conflitos emocionais que vão do encantamento inicial aos limites extremos de uma relação marcada pelo ressentimento. “Esse é um filme com momentos engraçados, mas, no fundo, é uma tragédia. Uma quase shakespeariana”, resume Roach.

O elenco reúne ainda Andy Samberg, Allison Janney, Belinda Bromilow, Ncuti Gatwa, Sunita Mani, Zoë Chao, Jamie Demetriou e Kate McKinnon. Produzido pela Searchlight Pictures, o longa conta com a participação de Cumberbatch e Colman também como produtores executivos. “Os Roses: Até Que a Morte os Separe” estreia em 28 de agosto nos cinemas brasileiros.

As diferenças entre o clássico e a nova versão de “Os Roses”
Uma das principais diferenças entre as duas versões está no ponto de vista e na construção dos personagens. Enquanto o longa de 1989 abraçava o exagero e a caricatura para amplificar o absurdo da guerra conjugal, a nova adaptação aposta em um tom mais realista, ainda que temperado pelo humor ácido. 

A rivalidade entre os protagonistas surge menos da teatralidade e mais de pressões sociais contemporâneas, como a busca por sucesso profissional, a desigualdade de reconhecimento e o impacto da vida pública nas relações íntimas. Outro diferencial é que o roteiro de McNamara aprofunda a humanidade dos protagonistas, revelando momentos de fragilidade e conexão que tornam o embate ainda mais doloroso.

Uma curiosidade é que McNamara e Roach decidiram preservar a essência ácida e desconfortável que tornou o filme de 1989 inesquecível, mas substituíram os grandes gestos destrutivos por conflitos mais sutis, verbais e psicológicos, que espelham as formas modernas de desgaste conjugal. A estética também mudou: se o original usava uma casa luxuosa como palco para a guerra, aqui os ambientes refletem as conquistas profissionais e o estilo de vida atual, funcionando como extensão da disputa entre Theo e Ivy.

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.: Chad Michael Murray retoma papel em “Uma Sexta-feira Mais Louca Ainda”


Por Helder Moraes Miranda, especial para o portal Resenhando.com. 

Em “Uma Sexta-feira Mais Louca Ainda” (“Freakier Friday”), em cartaz nos cinemas brasileiros, o público reencontra não apenas Jamie Lee Curtis e Lindsay Lohan no papel das icônicas Tess e Anna Coleman, mas também um dos personagens mais queridos do filme original de 2003: Jake, vivido por Chad Michael Murray. No novo longa-metragem, Jake continua arrancando suspiros com a moto e o cabelo impecáveis, mas agora ele é proprietário da loja de discos The Record Parlour - um retorno que promete aquecer o coração dos fãs nostálgicos.

A volta de Murray ao papel é mais um capítulo de uma carreira marcada por papéis que se tornaram referências para toda uma geração. O ator ganhou projeção internacional no início dos anos 2000, especialmente com o papel de Lucas Scott no seriado “One Tree Hill” (2003–2012), drama adolescente que conquistou fãs fiéis ao longo de nove temporadas. Antes disso, já havia participado de produções populares como “Gilmore Girls” e “Dawson’s Creek”, consolidando-se como um dos rostos mais conhecidos da TV americana na época.

No cinema, um ds trabalhos mais lembrados de Chad Murray é o suspense de terror “A Casa de Cera” (2005), no qual contracenou com Elisha Cuthbert e Paris Hilton. O filme, que se tornou cult entre os fãs do gênero, mostrou um lado mais sombrio do ator, distante dos papéis românticos e dramáticos que o consagraram na televisão. Murray também participou de produções como “A Nova Cinderela” (2004), ao lado de Hilary Duff, reforçando seu status de galã juvenil da década.

Agora, em “Uma Sexta-feira Mais Louca Ainda”, o ator revisita um papel que, embora pequeno no primeiro filme, marcou presença no imaginário do público como o crush definitivo da personagem Anna. Dirigido por Nisha Ganatra e baseado no livro "Que Sexta-feira Mais Pirada!", de Mary Rodgers, o novo filme mistura nostalgia e frescor, trazendo novamente personagens e elementos que fizeram sucesso há 22 anos.

Com roteiro de Jordan Weiss e Elyse Hollander, o filme tem no elenco Maitreyi Ramakrishnan, Julia Butters, Sophia Hammons, Manny Jacinto, Vanessa Bayer, Rosalind Chao e Mark Harmon. A comédia, distribuída pela Disney no Brasil, tem 115 minutos de duração, classificação indicativa livre e uma única cena pós-créditos, que deve agradar especialmente aos fãs de longa data. Seja como o misterioso Jake, o romântico Lucas Scott ou o sobrevivente de “A Casa de Cera”, Chad Michael Murray construiu uma trajetória que atravessa diferentes gêneros e públicos. E agora, com seu retorno à franquia, prova que alguns personagens - e até mesmo alguns atores - continuam inesquecíveis.

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“Uma Sexta-feira Mais Louca Ainda” | "Freakier Friday" | “Sexta-feira Ainda Mais Louca” | Sala 2
Classificação indicativa: livre. Ano de produção: 2025. Idioma: inglês. Direção: Nisha Ganatra.
Roteiro: Jordan Weiss, Elyse Hollander. Elenco: Jamie Lee Curtis, Lindsay Lohan, Julia Butters, Sophia Hammons, Manny Jacinto, Maitreyi Ramakrishnan, Rosalind Chao, Chad Michael Murray, Vanessa Bayer, Mark Harmon e outros. Distribuição no Brasil: Walt Disney Studios. Duração: 115 minutos. Cenas pós-créditos: sim, uma.


Legendado
12/8/2025 - Terça-feira: 18h10 e 20h40
13/8/2025 - Quarta-feira: 18h10 e 20h40


Leia+

.: Comédia francesa "Uma Semana, Nada Mais" estreia no Teatro Uol


Versão brasileira tem direção de João Fonseca e desnuda as contradições das relações afetivas contemporâneas. Foto: Caio Gallucci

Sucesso de público na América Latina, o espetáculo "Uma Semana, Nada Mais" estreia temporada no Teatro Uol, em São Paulo, no dia 6 de setembro, onde permanece em cartaz até 26 de outubro. As sessões acontecem aos sábados e domingos, às 18h00. A montagem é uma adaptação da comédia francesa de Clément Michel, que já foi vista por mais de 400 mil pessoas em países como Argentina, Uruguai e Chile. No Brasil, a versão tem direção de João Fonseca, tradução de Priscilla Squeff e reúne no elenco Sophia Abrahão, Leandro Luna e Beto Schultz. A produção é da Viva Cultural e Zero Grau Filmes. 

Na trama, Pablo (Leandro Luna) pede ao seu melhor amigo Martín (Beto Schultz) que vá morar com ele e sua namorada Sofía (Sophia Abrahão). O objetivo é claro: desestabilizar a relação para provocar o fim do namoro. O plano se estende por uma semana - tempo suficiente para expor fragilidades, egoísmos e contradições dos três personagens.  A convivência forçada serve de pano de fundo para discutir os limites dos relacionamentos afetivos contemporâneos, por meio do humor. A encenação aposta no riso como meio de provocar reflexão sobre o modo como construímos - e desmontamos - nossas relações interpessoais. 

Para João Fonseca, que assina a direção, o interesse pela peça veio do modo como a trama se desdobra. “A forma surpreendente e divertida de como vai se desenrolando a história foi o que mais me atraiu”, comenta. Ele destaca ainda a importância do equilíbrio entre comicidade e desconforto. “Trabalhamos o ritmo cômico aproveitando ao máximo as situações propostas, para que o humor surja naturalmente, sem exageros”. 

Responsável pela tradução e adaptação do texto, Priscilla Squeff destaca que a versão brasileira partiu da montagem argentina, o que aproximou o ritmo da comédia do nosso repertório cultural. “Tive que localizar algumas referências, atualizando situações para que ressoassem com o público brasileiro sem perder o espírito original da peça. O maior desafio é ajustar o tempo cômico: os contrapontos verbais precisavam funcionar no nosso ritmo”. 

Nesse processo, o ponto de partida foi confiar nos personagens. “Eles são humanos, falhos, exagerados - e justamente por isso, engraçados. A ideia é preservar o humor, mas sem se descuidar da camada crítica: a dificuldade de comunicação nos relacionamentos, o medo do confronto, os jogos de poder afetivo. Acredito que o público vai rir de si mesmo, do amigo, do ex, daquele momento constrangedor que todos já viveram ou ouviram falar”

Sophia Abrahão aponta a ausência de comunicação como tema central do espetáculo. “O que me chama muito atenção é o retrato de como as pessoas podem se desconectar. Todas as confusões que acontecem na peça são por falta de diálogo. As situações vão ficando cada vez mais absurdas porque faltou comunicação. Gostaria muito que o público refletisse sobre isso” .

Sobre sua personagem, a atriz vê identificação pessoal: “A Sofía é bem parecida comigo. Ela é do diálogo, quer conversar, expressar seus sentimentos e refletir sobre a relação. Tenho bastante isso nos meus relacionamentos, gosto de deixar as coisas bem claras”

Para o ator Leandro Luna, o espetáculo levanta questões sobre padrões afetivos e relações sociais. “Todos nós nos encaixamos em um tipo de padrão de relacionamento. A peça apresenta de forma explicita, caraterísticas que se enquadram nesses padrões e nos fazem refletir sobre como estamos nos relacionando nos dias de hoje, em como reagimos ao lidar com os nossos medos e inseguranças, e o quanto conseguimos ser verdadeiros nas nossas relações”

Já Beto Schultz destaca a importância da confiança. “Acho que a reflexão que fica é que a verdade se prova, mais uma vez, peça essencial para qualquer relação, seja ela de amizade, profissional ou amorosa. Muitas vezes tomamos importantes decisões sem pensar e refletir o que pode causar problemas difíceis de resolver”

João Fonseca também reflete sobre a conexão entre o texto original e o público brasileiro: “A peça traz questões universais a respeito das relações amorosas, de fácil identificação em qualquer lugar do mundo, e por isso seu sucesso. Acredito que o talento e o timing de comédia dos atores brasileiros vai potencializar ainda mais essa comédia”


Serviço
Espetáculo "Uma Semana, Nada Mais"
De 6 de setembro a 26 de outubro.
Sessões: aos sábados e domingos, às 18h00.
Classificação etária: 14 anos.
Duração: 80 minutos.
Ingressos: R$100,00 (inteira) / R$ 50,00 (meia).
Link para vendas:
Teatro Uol - Shopping Pátio Higienópolis
Alameda Santos, 2233 – Higienópolis / São Paulo

.: Alessandra Maestrini apresenta show "Yentl em Concerto" no Sesc Pompeia


Em quatro shows autorais diferentes, série de espetáculos celebra a força cênica de grandes atrizes, que também são cantoras espetaculares. Além de Alessandra Maestrini, apresentam-se Letícia Soares, Virgínia Rosa e 
Letícia Sabatella. Foto: Priscila Prade

Atriz e cantora, Alessandra Maestrini abre a série de espetáculos "Cantrizes", no Sesc Pompeia, nesta quinta-feira, dia 14 de agosto, às 20h00, com o show "Yentl em Concerto". À frente de grandes personagens da TV brasileira e grande protagonista de musicais montados no país, Maestrini une canções de Michel Legrand a trechos do conto original de Isaac Bashevis Singer. Reconhecida pela técnica vocal impecável e com direção musical de João Carlos Coutinho, ela entrega um de seus trabalhos mais pessoais e arrebatadores.

Inspirado no conto e no filme de Barbra Streisand, o espetáculo narra a jornada de Yentl, uma jovem judia que desafia os limites impostos às mulheres por meio do conhecimento e do amor. Com roteiro e direção de Maestrini, a história é contada apenas com voz e piano, em um formato intimista e profundamente teatral. 

Outros shows da série "Cantrizes" no Sesc Pompeia: Letícia Soares em "Letícia Soares Canta Gal", sexta-feira, dia 15 de agosto, às 20h00. Virgínia Rosa em "Luz das Estrelas - Virgínia Rosa Canta Raul Seixas", sábado, dia 16 de agosto, às 20h00. Letícia Sabatella em "Letícia Sabatella, Voz e Piano", domingo, dia 17 de agosto, às 18h00.


"Cantrizes" no Sesc Pompeia
Nos dias 14, 15, 16 e 17 de agosto, no Teatro do Sesc Pompeia, acontece “Cantrizes”, série de espetáculos que celebra um grupo raro e precioso: atrizes que também são cantoras espetaculares. São intérpretes completas, que levam ao palco não apenas a afinação vocal, mas a escuta, o gesto, a presença. Mulheres que transformam cada canção numa cena, cada espetáculo num mergulho sensível.

Nesta edição, quatro artistas com carreiras consolidadas - na música, no teatro, na televisão e no cinema - apresentam seus shows autorais em quatro noites seguidas. Na quinta-feira, dia 14 de agosto, Alessandra Maestrini abre essa série de espetáculos com "Yentl em Concerto", inspirado em conto de Isaac Bashevis Singer e no filme de Barbra Streisand, com músicas de Michel Legrand. Na sexta-feira, dia 15 de agosto, Letícia Soares percorre diferentes fases da carreira de Gal Costa no espetáculo Letícia canta Gal. 

Sábado, dia 16 de agosto, Virgínia Rosa apresenta "Luz das Estrelas - Virgínia Rosa" canta Raul Seixas, em que dá voz ao lado poético, filosófico e romântico do maluco beleza. Encerrando a série, Letícia Sabatella sobe ao palco no dia 17 de agosto com o show intimista, "Voz e Piano", em que reúne canções que refletem sua trajetória interior e dialogam com temas como natureza, amor, ancestralidade e liberdade. "Cantrizes" não é apenas uma mostra de shows. É um manifesto a favor da arte feita com corpo inteiro - onde atuação e música caminham juntas, sem hierarquias, sem rótulos. Um convite para escutar com outros sentidos.


Ficha técnica
Alessandra Maestrini apresenta "Yentl em Concerto"
Idealização, roteiro, direção e intérprete: Alessandra Maestrini
Direção musical e ao piano: João Carlos Coutinho
Músicas: Michel Legrand
Letras: Alan & Marilyn Bergman
Baseado no conto de Isaac Bashevis Singer “Yentl The Yeshiva Boy” e no filme “Yentl” de Barbra Streisand
Figurino: Fábio Namatame
Visagismo: Wilson Eliodoro
Som: Mario Jorge Andrade
Design de luz: Wagner Freire
Fotografias: Priscila Prade
Diretor de produção: Deco Gedeon


Quinta-feira, dia 14 de agosto, às 20h00 - Alessandra Maestrini em "Yentl em Concerto" - Ingressos on-line neste link
Sexta-feira, dia 15 de agosto, às 20h00 - Letícia Soares em "Letícia Soares Canta Gal" - Ingressos on-line neste link
Sábado, dia 16 de agosto, às 20h00 - Virgínia Rosa em "Luz das Estrelas - Virgínia Rosa Canta Raul Seixas" - Ingressos on-line neste link
Domingo, dia 17 de agosto, às 18h00 - Letícia Sabatella em "Letícia Sabatella, Voz e PianoIngressos on-line neste link


Serviço | "Cantrizes"
Dias 14, 15, 16 e 17 de agosto
Local: Teatro do Sesc Pompeia
Rua Clélia, 93 - Pompeia / São Paulo
Ingressos: R$ 21,00 (Credencial plena), R$ 35,00 (meia-entrada), R$ 70,00 (inteira)
Ingressos à venda on-line e nas bilheterias do Sesc 
Duração: 90 minutos
Classificação indicativa: livre

domingo, 10 de agosto de 2025

.: "Antes do Início": Ernesto Mané encara o passado com olhos de futuro

Por Helder Moraes Miranda, especial para o portal Resenhando.com. Foto: Valeria Fiorini

Doutor em física nuclear, diplomata de carreira, pesquisador em centros de excelência como o CERN (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear) e a Universidade de Princeton - Ernesto Mané poderia, com facilidade, ser apenas um desses nomes que figuram em listas internacionais de prestígio, como a dos 100 negros mais influentes do mundo segundo a plataforma global MIPAD (Most Influential People of African Descent). Mas ele decidiu se mover por outro campo de força: o das memórias partidas.

Em "Antes do Início", livro de estreia dele publicado pela Tinta-da-China Brasil, Ernesto embarca em uma travessia que vai além do Atlântico. Vai do abandono ao pertencimento, do racismo velado às feridas expostas, da ciência para a espiritualidade, em uma escrita híbrida que combina diário de viagem, ensaio e confissão. Ao retornar à Guiné-Bissau em busca da família paterna, o autor confronta heranças esquecidas, desmancha mitos familiares e apresenta uma África real - nem exótica, nem idealizada - onde a fome e a alegria dividem o mesmo prato.

Filho de uma paraibana e de um guineense que o deixou aos sete anos, Ernesto Mané não se contenta em ser um sobrevivente da meritocracia. Quer ser ponte. Ou, como sugere nas páginas do livro escrito por ele, uma espécie de embaixador informal entre dois mundos que se evitam: o Brasil que apagou a África da memória e a África que não reconhece o Brasil como semelhante.

Nesta entrevista exclusiva ao portal Resenhando.com, ele fala sobre relações interrompidas, a difícil arte de construir identidade em terra movediça e os desafios de existir entre continentes, línguas, códigos e silêncios. Porque, às vezes, antes do início, há uma urgência: a de não esquecer. Compre o livri "Antes do Início", de Ernesto Mané, neste link.


Resenhando.com - Você é doutor em Física Nuclear e diplomata. Agora se lança como autor de um diário afetivo sobre ancestralidade. Onde termina o cientista cético e começa o filho órfão de continente, tentando religar os fios rompidos da Kalunga?
Ernesto Mané - Da maneira como vejo, existe um contínuo entre o cientista e o filho da diáspora africana. Quando fui estudar física na Europa, me sentia incomodado com todo o processo. Havia uma relação quase colonial, em que eu, um jovem negro vindo de um país periférico, estava sendo “civilizado” pelos europeus. Essa tensão sempre esteve presente. Por outro lado, desde o final da adolescência vinha nutrindo o desejo de conhecer a Guiné-Bissau e minha família paterna, de modo que só consegui reunir as condições materiais para realizar a viagem depois de ter completado o doutorado.


Resenhando.com - 
No livro, seu pai surge como uma figura dividida entre a fuga e o abandono. Que palavras o Ernesto de hoje, pai e diplomata, diria ao pai que partiu quando você tinha sete anos?
Ernesto Mané Diria para ele ainda que, embora eu hoje entenda mais sobre as complexidades da vida, ainda tenho dificuldade de entender a escolha que ele fez de abandonar seus filhos tanto da África quanto os do Brasil, sobretudo se considerar que morávamos na mesma cidade, em João Pessoa. Sua falta foi sentida e precisávamos de uma referência e de alguém que nos protegesse do racismo e da branquitude. Na falta dele, tive que aprender a lidar com essas questões do jeito mais doloroso.


Resenhando.com - Você já foi chamado de “macaco” nas ruas do Brasil e de “branco” nas ruas de Bissau. O que significa para você habitar essa encruzilhada racial em que nenhuma identidade parece bastar?
Ernesto Mané Não me resta dúvidas de que sou um homem fenotipicamente negro, embora seja mestiço. Ter sido chamado de “branco” pelas crianças da Guiné-Bissau tem muito a ver com o fato de eles considerarem o Brasil como “terra de gente branca”, ou seja, não está presente no imaginário de uma criança guineense que o Brasil seja um país majoritariamente negro - o segundo maior país negro depois da Nigeria. Além disso, ser “branco” está relacionado a uma questão de poder, e eu, pelo fato de ser estrangeiro, projetava esse poder através da forma de me vestir, de falar e de portar comigo uma câmera fotográfica digital - todos códigos relacionados com o poder financeiro e com a branquitude no imaginário deles.


Resenhando.com - Em “Antes do Início”, você revela que ninguém em sua família africana toca tambores ou veste roupas tradicionais, mas você ensina capoeira angola às crianças da Guiné. A cultura afro-brasileira está mais próxima da África do que a própria África?
Ernesto Mané Algumas mulheres da minha família, inclusive a minha avó, usam roupas tradicionais. De fato, não tive contato com nenhum parente que tocasse instrumentos musicais locais. Mas isso não os torna menos africanos. São indivíduos pertencentes a um continente que possui uma diversidade cultural riquíssima e que continua sendo a fonte de referência para toda a diáspora, incluindo o Brasil.


Se fosse possível colocar seu livro nas mãos de uma única pessoa - viva ou morta - para que ela o lesse com atenção, quem seria essa pessoa?
Ernesto Mané Seria o meu pai, seguramente. Na verdade, o diário de viagem que serviu de inspiração para o livro ficou por algum tempo guardado junto com alguns dos meus pertences na casa do meu pai. Tenho algumas evidências de que ele talvez tenha lido o diário, embora nem ele nem eu jamais tenhamos puxado o assunto em nossas conversas.


Em algum momento, entre o transporte de uma galinha viva e os silêncios da memória familiar, você se sentiu um estrangeiro em sua própria origem?
Ernesto Mané Eu me senti bastante acolhido pela minha família africana. A etnia a qual pertenço, a balanta, é patrilinear, de modo que todos reconheceram que eu era guineense, a única diferença sendo a de que eu fui “parido fora” da Guiné-Bissau. Hoje, minha leitura sobre os silêncios da memória familiar tem muito a ver com o dano causado pelo colonialismo ao tecido social e familiar do país, que sofreu com a presença colonial portuguesa por mais de 500 anos. Esse dano causou e causa muita dor, sofrimento e vergonha para todos os afetados, de modo que eu entendo que estava sendo poupado pela minha própria família dos detalhes acerca de um capítulo triste da história recente da Guiné-Bissau.


Você é um diplomata que lida com desarmamento e segurança internacional, mas seu livro desmonta outro tipo de armamento: o emocional, o simbólico, o familiar. Foi mais difícil negociar com líderes mundiais ou com seus próprios fantasmas?
Ernesto Mané Se, por um lado, minha decisão de publicar livro sobre a viagem que fiz a Guiné-Bissau foi fruto de uma negociação interna, em que tive que lidar com meus próprios fantasmas, por outro, a questão do armamento nuclear está intimamente vinculada com as relações coloniais. Portugal, por exemplo, já fazia parte da Organização do Tratado do Atlantico Norte - OTAN, durante a luta pela independência da Guiné-Bissau. Cabe lembrar que a OTAN é uma aliança fundada em cima do poderio nuclear de seus membros. Atualmente vivemos em um período de grande tensão internacional, que tem colocado em xeque a segurança de toda a humanidade. Meu trabalho como diplomata e como físico tem sido guiado pela convicção de que essas armas precisam ser eliminadas, pois representam um grande risco existencial. Sem dúvidas, essa tarefa é urgente e muito mais difícil do que lidar com meus próprios fantasmas, uma vez que o livro foi publicado, mas os países nuclearmente armados seguem aumentando seus arsenais.


O crioulo é falado por todos na Guiné-Bissau, mas não é língua oficial. No Brasil, o racismo é falado em silêncio, mas rege as relações sociais. Em qual idioma se traduz melhor o que é ser negro entre dois mundos?
Ernesto Mané Fiz essa reflexão no livro, em que verifiquei ser o crioulo a língua franca da Guiné-Bissau, ao passo que o português ainda está associado com a língua do colonizador. Registrei que minha avó simplesmente se recusava a falar o português, ao mesmo tempo em que há guineenses que deixam de ensinam o crioulo a seus filhos, por acreditarem ser o português o melhor veículo para ascensão social. No Brasil, país que se tornou independente a mais tempo, acabamos por moldar o português através das contribuições dos africanos trazidos para cá e das nações originarias, como nos ensinou Lélia Gonzales. Em ambos os casos, o crioulo e o português brasileiro trazem consigo a marca da resistência contra o colonizador.


Sua trajetória parece negar a ideia de origem fixa - como se você tivesse que começar sempre outra vez. Qual é o seu ponto de partida hoje?
Ernesto Mané Essa sensação de ter que recomeçar constitui experiencia definidora dos processos diaspóricos. Ao longo de cinco séculos, sofremos violências físicas, psicológicas, epistêmicas e materiais. Muitas vezes, o que temos é apenas nosso corpo. Meu ponto de partida é saber que carrego comigo esse legado e tenho que seguir a diante, reconstruindo pontes e criando possibilidades de existir. Isso passa, por exemplo, em ser capaz de garantir as condições para que as próximas gerações não tenham que começar do zero.


Para quem acredita na meritocracia como dogma, sua trajetória seria um exemplo da famosa “superação”. Mas você parece rejeitar esse rótulo. O que existe por trás do homem que venceu - e o que ele ainda precisa perder para se reencontrar?
Ernesto Mané Existe uma pessoa que cobra de si o tempo inteiro excelência em tudo o que faz, porque não consegue esquecer uma frase que ele escutou ainda quando criança, vinda de pessoas próximas: “o preto quando não caga na entrada, caga na saída”. Essa frase é de um fatalismo gigantesco, porque não importa o quanto você seja um “vencedor”, a branquitude sela o seu destino, ao dizer que você, em dado momento, vai colocar tudo a perder, pelo fato de ser preto. Eu trabalho tanto para assegurar que esse dia nunca chegue, mas, se chegar, preciso ser capaz de reivindicar minha humanidade, porque como cantava o mestre Jorge Bem, “errare humanum est”.


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