sexta-feira, 12 de setembro de 2014

.: Artigo exclusivo sobre programação neurolinguistica

Por Andrea Umbuzeiro‏


Nas sociedades primitivas as crianças iam absorvendo elementos culturais através das interações cotidianas. Tanto os mais velhos quanto os mais jovens não percebiam que o que estavam fazendo era educar.

A vida era dividida em fases de maturação biológica e associadas a ritos de passagem. Nesse momento, novas informações eram reveladas e o ser passava a frequentar novos grupos sociais e ser visto não mais como uma criança. O papel social do indivíduo entrava em nova fase de conhecimento. Esse processo garantia que cada um estaria na fase adulta totalmente integrado à sociedade e com pleno conhecimento da sabedoria necessária para a vida. Novas revelações eram apresentadas e este passava a ter um novo papel social, mas estas fases sempre dependentes da maturação biológica.

O conhecimento era absorvido naturalmente tanto por observação quanto por rituais. Essa rotina interferia no saber (conhecimento), fazer (aptidões), o ser (valores) e o estar (perceber qual posição social o indivíduo ocupa e agir em conformidade com esta).
Séculos se passavam e essas sociedades pouco mudavam, pois a intenção era transmitir conhecimento para gerações futuras de forma a preservar aquela sociedade e garantir a vida. Até nos dias de hoje somos surpreendidos pela descoberta de algum povo isolado que para nós, vive na escuridão.

O olhar crítico à educação só vem acontecer na Grécia Antiga. Lá aparecem as primeiras escolas. O nome dado ao sistema de educação e formação educacional das culturas Gregas é Paineia. A palavra paidagogos significa “aquele que conduz a criança”. Na Grécia Antiga, os "paidagogos" eram escravos que acompanhavam os filhos de seus senhores em diversos locais e significa "aquele que guia", os aprendizes sentavam-se aos seus pés para ouvirem seus ensinamentos. O sentido foi então ampliado, designando assim a Teoria da Educação.

Com o tempo os valores das sociedades que conviviam foram interferindo e modificando suas próprias culturas. Na Idade Média o homem passa a ser uma criatura divina que está apenas de passagem na Terra e por isso deve elevar-se espiritualmente para que sua alma seja salva e este encontre a vida eterna. Nos conflitos e contradições entre fé e razão a palavra final vinha de grandes sábios e intérpretes das escrituras sagradas para um veredito final e incontestável, passando automaticamente a ser aceito. Dessa forma, só há uma interpretação para as questões da vida e a que prevalece é a orientada pela religião. Deus é o fundamento de tudo, inclusive da pedagogia. Esse teocentrismo imprimia técnicas rigorosas de ensino e sem direito a questionamentos.

No Renascimento, passa a ser mister a educação pois o humanismo torna-se educar, uma exigência. Esta é a nova concepção de homem. Não só conhecimento passa a ser transmitido, mas também a formação moral. A religião domina completamente o processo educativo gravando valores incontestes para a sociedade e afastando a grande massa popular do conhecimento.

A educação teve papel fundamental na colonização do Brasil. Essa educação era transmitida através da atividade missionária, dando respostas ao ignorante povo colonizado e formando valores.

Com as grandes massas sem acesso à educação formal e uma sociedade agrária e escravista, evidente que não havia interesse pela educação. Isso explica a grande massa de iletrados e hoje, não se apresenta muito diferente.

Mesmo as reflexões pedagógicas do Iluminismo não mudaram o quadro: uma escola para as massas e outra para a burguesia. E com grandes diferenças no ensino! No Brasil colônia esse fosso toma proporções gigantescas: a maioria da população completamente analfabeta. O Estado, na intenção de imprimir seus valores nesse universo de ignorância, intervém na escola ditando conteúdo, formas, a sedutora gratuidade e obrigatoriedade. A educação é associada ao bem-estar social e progresso.
Não pretendo me alongar mais com um resumidíssimo e superficial quadro da evolução da educação para chegar aos dias atuais.

A educação para o Estado representa nada mais que estatísticas, pois uma educação vinda do Estado não apresenta nenhuma garantia de conhecimento para evolução da humanidade, mas preparação para um mercado de trabalho. Hoje, não educamos seres humanos: adestramos mão-de-obra.

Existem mais instituições pseudo - profissionalizantes do que instituições que geram novos conhecimentos.  As gigantescas disparidades educacionais do Brasil são resolvidas mais na base do “fazer um puxadinho” do que construir algo. Ora aumenta-se a carga horária, ora contrata mais professores, ora lança cartilhas, mas ninguém discute a forma e modelo de educação. Cursos que “ensinam” a decorar, nos cursos pré-vestibular se utilizam de músicas para gravar o conteúdo e a mídia em geral comemora essas supostas técnicas. Mas o conhecimento se encerra após a prova. O modelo brasileiro de educação e da maioria dos países se resume a passar um conteúdo presente em bons livros e fazer uma avaliação. O professor representa apenas um papel hierárquico e moderador na passagem de conteúdo.

O imensurável erro neste modelo reside na própria fundamentação do indivíduo: somos semelhantes, mas não iguais. Cada um tem sua história e modelo, apresentados primeiramente no seio familiar (ou na ausência deste). As pessoas são estimuladas por diferentes fatores mas as instituições não levam esse indicador em conta. Criam sistemas e modelos que em sua visão incompleta, seria suficiente para prover qualquer humano de conhecimento. Ao invés de identificar a característica do discente, os responsáveis pela educação obrigatória despejam seus indicadores que pouco representam quanto à retenção das informações pelos estudantes, mas animam quem não reflete mais profundamente sobre o assunto.

O foco da educação é o educando
A Programação Neurolinguística (PNL) como método é o aprender a aprender. A forma como o cérebro trabalha e quais os programas que ele carrega. 
Para aprender é necessário o estado da aprendizagem – deve ser calmo, divertido e principalmente positivo. Com isso é possível aumentar sensivelmente a produtividade. É um método onde educadores mais eficazes tornam-se hábeis em criar uma sinergia com seus aprendizes, motivando-os e inspirando-os a alcançar o seu melhor.

A PNL apresenta sua maior contribuição quando privilegia o aprendizado individual o aluno em detrimento se um suposto comportamento uniforme em sala de aula. Mas o que é a programação Neurolinguistica?

PNL é o estudo da estrutura da experiência subjetiva. Ela estuda os padrões (“programação”) criados pela interação entre o cérebro (“neuro”), a linguagem (“linguística”) e o corpo.

Na década de 70, Richard Bandler estudava matemática e psicologia na Universidade de Santa Cruz na Califórnia. Nos finais de semana trabalhava gravando workshops e ficou muito impressionado com a habilidade de comunicação e com os resultados de dois terapeutas com quem teve contato, Fritz Perls (criador da Gestalt-terapia) e Virgínia Satir (terapeuta de família). Ele ficou interessado em aprender o que eles faziam e pediu a ajuda de seu professor de linguística, John Grinder.

Estudando os vídeos, eles começaram a decodificar os padrões de linguagem e de comportamento daqueles dois excelentes terapeutas e escreveram o livro A Estrutura da Magia, explicando que pelo entendimento das “linguagens” internas do cérebro qualquer um poderia aprender a atingir excelentes resultados dos melhores comunicadores, professores e terapeutas.

O atual modelo ainda é o antigo. A educação está apenas na “passagem” de conteúdo e, os professores pensavam em aprendizado como uma questão de “pensar” sobre o assunto e usar as palavras. O processo de aprendizado vai muito além disso.

Ao aprender utilizamos todos os sentidos além das palavras. A leitura abaixo é uma experiência simples de como funciona o modelo da PNL.

Pense em um limão fresco. O imagine em sua frente, sinta como é pegá-lo em sua mão. Pegue uma faca e corte-o ao meio, ouça o leve som do sumo escorrendo. Cheire o limão, enquanto você leva a fatia à boca e dê uma mordida. Sinta o gosto ácido da fruta. Se você na realidade se imaginou fazendo isso, sua boca está salivando. Por quê?

Porque seu cérebro seguiu as instruções e “tratou” o limão como real e preparou a saliva para digeri-lo. Utilizando a linguagem dos sentidos – ver, cheirar, ouvir, sentir e palatar - o cérebro não diferencia a existência, portanto aquilo torna-se real.

Como somos seres semelhantes, temos preferências individuais de sistemas representacionais – como representamos as informações para nós mesmos. Se o educador ouvir as palavras que seus estudantes utilizam poderá ter acesso a quais são os sistemas favoritos para representar a aprendizagem. 

A Programação Neurolinguistica oferece inúmeras formas para alcançar os estudantes em sala de aula. Se há alguns que parecem não aprender, o educador pode estar utilizando a linguagem inadequada. Se desejamos atingir àqueles com preferências visuais o educador pode escrever as palavras na parte superior do quadro e lançar mão de desenhos e diagramas. Para os auditivos, pode-se utilizar exposição oral e/ou música. Cinestésicos gostam de se movimentar e a experiência prática é fundamental para o aprendizado, podendo se utilizar de atividades como as dramatizações e experiências que o remetam ao dia a dia. Ao ajustar a linguagem para combinar cada um dos sentidos, os cérebros dos aprendizes serão mais profundamente ativados. Eles ficarão sedentos de seus ensinamentos, tal qual sua boca salivou por aquele limão.

A aprendizagem é uma modificação do comportamento em função da experiência. Os comportamentos produzem resultados que variam de acordo com o estado do sistema e de quanto apoio ou interferência vem de outros.

A aprendizagem é tornar consciente pequenos segmentos de informação e agrupá-los, tornando-os habituais e inconscientes, abrindo desta forma espaço para que possamos dedicar atenção a outras coisas. A aprendizagem acontece como um ciclo, uma espiral crescente. 

Mais do que um método pedagógico a PNL vem se apresentando como um eficaz instrumento de construção do saber e na formação crítica. Há a necessidade de mudança de mentalidade e, consequentemente a mudança de postura do educador. Essa transformação começa com a internalização de pressupostos básicos da Programação Neurolinguistica – revisando seus próprios níveis “neurológicos”. É a oportunidade de revisar e reestruturar seu papel como educador e seus valores e crenças a respeito da Educação. Assim dar-se-á conta do cuidado necessário com a linguagem verbal e não-verbal utilizada, que pode acionar mecanismos poderosos no inconsciente dos alunos provocando estados e aprendizado/mudança pretendida.

A PNL surge como uma ponte de comunicação direta com o inconsciente, sem intermediários, e obter dele toda a atenção e cooperação que queira para mudar, melhorar, avançar e atingir picos de performance e excelência em todas as áreas da vida, inclusive na Educação.

Sobre a autora
Andrea Umbuzeiro é practitioner em PNL, treinadora comportamental, comunicóloga com MBA em Gestão de Pessoas, habilitada no instrumento MBTI ®, coach pela IHCS e psicoterapeuta.

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