domingo, 24 de fevereiro de 2019

.: “O Triunfo da Morte”, obra do artista Pieter Bruegel, o Velho


A onipresença da morte se manifestou na Europa medieval de maneira mais explícita por meio de pragas, epidemias e guerras de motivação religiosa e política. Acreditava-se numa espécie de "castigo divino" para a humanidade. É nesse contexto que foi pintada, em óleo sobre madeira, aproximadamente em 1562, a imagem denominada “O Triunfo da Morte”. 

O artista Pieter Bruegel, o Velho, apresenta ali a importância de ter sido um pintor de miniaturas, pois coloca numerosas imagens em um único trabalho, com referências a livros bíblicos, como o Apocalipse e o Eclesiastes, livros bíblicos, além de chacinas, tradições populares, provérbios e aspectos cômicos e trágicos da vida cotidiana.

Desenhista, gravador e pintor Bruegel, segundo alguns, alude às ações espanholas em Flandres para reprimir o protestantismo. A cena, que pode hoje ser vista no Museu do Prado, em Madri, Espanha mostra incêndios, suplícios e devastações, com a presença de exércitos de esqueletos e a figura da Morte ao centro, cavalgando e ceifando seres humanos.

Ressalte-se que ricos e pobres são igualmente eliminados, desde o rei que abandona o seu tesouro aos amantes. A visão de mundo do artista mostra como a morte, ao final, triunfa sobre tudo e todos, inclusive sobre os opressores. Um sino, tocado por um esqueleto, toca um sino, anunciando justamente a sentença mortal sem distinção.

Oscar D’Ambrosio é jornalista pela USP, mestre em Artes Visuais pela Unesp, doutor em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e Gerente de Comunicação e Marketing da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
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