domingo, 18 de outubro de 2020

.: Entrevista: Ana Paula Maia, autora da série sobrenatural "Desalma"


Ana Paula Maia, autora do drama sobrenatural "Desalma", falou sobre o seriado, que estreia no dia 22 no Globoplay. Foto: Globo/Victor Pollak

Grande fã de histórias do terror, a estreia de Ana Paula Maia no audiovisual não poderia ser diferente: ela é a autora da série original Globoplay "Desalma", que estreia no próximo dia 22. O elenco reúne nomes consagrados e jovens talentos: Cassia Kis, Claudia Abreu, Maria Ribeiro, Bruce Gomlevsky, Anna Melo, Camila Botelho, Valentina Ghiorzi, entre outros. 

“'Desalma’ é um drama sobrenatural, com camadas. É a não aceitação da morte e tem relação com transmigração de almas. Esse tema tem muito a ver com o meu universo. Gosto de terror e sobrenatural desde pequena e tenho uma trajetória com histórias do gênero em toda a minha vida”, explica Ana Paula Maia. 

Premiada escritora de livros e vencedora do Prêmio São Paulo de Literatura, ela se mudou do Rio de Janeiro para Curitiba há quatro anos, onde começou a identificar os costumes e tradições de outros povos. “Meu primeiro impacto foi na comida, até que eu comecei a ver os bosques, os parques da cidade, as festas típicas, os vários grupos folclóricos. Achei isso muito impressionante e pensei que o resto do Brasil precisava conhecer o que existe ali”, conta Ana Paula. 

Foi em Prudentópolis, cidade do Paraná, que a escritora se aprofundou nas tradições da Ucrânia e se inspirou para a série. “O leste europeu é extremamente místico. Peguei essa atmosfera muito rica culturalmente para uma história com elementos sobrenaturais. A ideia é trazer um costume diferente, que é lindo e está praticamente apagado, e que também faz parte do Brasil”, completa. "Desalma" é uma série original Globoplay, desenvolvida pelos Estúdios Globo, criada e escrita por Ana Paula Maia com direção artística de Carlos Manga Jr. e direção de João Paulo Jabur e Pablo Müller. 
  

Você tem sete livros publicados. É de onde vêm a sua linguagem e o seu interesse por esse tipo de tema?
Ana Paula Maia -
A grande influência da minha literatura é Sergio Leone, então meus livros têm cara de faroeste, onde os personagens não são pobres coitados. É um universo muito diferente do que fiz para o audiovisual. "Desalma" não tem absolutamente nada a ver com os livros, é um projeto que tem a ver com as minhas referências de série e cinema.
 

Quem é o protagonista de "Desalma"? 
Ana Paula Maia - "Desalma" não tem um protagonista, mas uma linha de frente. São basicamente as mães das famílias diretamente envolvidas na tragédia e nos mistérios. As mulheres têm um protagonismo muito grande em "Desalma" – muito diferente da minha literatura, que fala sobre homem. É a primeira vez que eu escrevo sobre mulheres, a história tem uma relação forte com a maternidade. 
  

De onde veio a ideia de inserir a cultura ucraniana? 
Ana Paula Maia - Eu moro em Curitiba há quatro anos e foi lá onde comecei a identificar os costumes e tradições de outros povos. Meu primeiro impacto foi na comida, até que comecei a ver os bosques, os parques da cidade, as festas típicas, os vários grupos folclóricos. Comecei a achar isso muito impressionante e pensei que o resto do Brasil precisava conhecer o que existe ali. Então, me aprofundei nessa cultura em Prudentópolis, cidade do interior do Paraná, foi lá que me inspirei para criar "Desalma". A maior comunidade ucraniana fora da Ucrânia é no Brasil. Eles mantêm vivas as festas, as tradições, e quase ninguém sabe nada sobre isso. Além disso, o leste europeu é extremamente místico. Peguei essa atmosfera muito rica culturalmente para uma história com elementos sobrenaturais. A ideia era trazer um costume diferente, que é lindo e está praticamente apagado, e que também faz parte do Brasil.   

 
Como foi o trabalho com o Carlos Manga Jr. e a equipe de produção? 
Ana Paula Maia - Como eu escrevo sozinha e tenho essa independência criativa, fico encantadíssima quando o projeto vai para a mão de outros profissionais. O Manga é um diretor que tem mão para histórias mais densas, um lugar mais sombrio e estrear nesse gênero com ele é uma alegria muito grande. A gente tem um gosto parecido e as referências semelhantes. Quando o diretor e o autor transitam no mesmo universo ajuda muito. Fico impressionada com todo o processo, uma coisa que nunca vivi antes, ver o texto tomando forma, se materializando. Poder ver o projeto se tornando algo grandioso, com muitos atores, é algo incrível.  

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2 comentários:

  1. Boa noite. Por que a foto de Helena Blavatsky está na estante da casa de um dos personagens da série?

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  2. A fundadora da teosofia era ucraniana, além de segundo historias paralelas dizerem que quando pequena alguns episódios inexplicáveis ocorreram ao redor dela, muito semelhante com o que ocorre com o pequeno Anatoli na série. A proposito a foto de Helena está na mesa da psicóloga que atende Ignes, no exato momento em que ela fala sobre os eventos sobrenaturais ocorridos em sua casa. Creio que foi uma homenagem a Helena Blavatsky.

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