Com produções suntuosas, estrelas do calibre de Tônia Carrero, Ziembinski, Eliane Lage, Anselmo Duarte, entre outros, e técnicos internacionais recrutados por Alberto Cavalcanti, o projeto visava a fazer frente aos filmes carnavalescos cariocas que inundavam as salas do Brasil. Em pouco tempo, ficou claro que a megalomania das aspirações de Matarazzo e Zampari faria o enorme complexo de estúdios em São Bernardo do Campo fracassar. Os filmes eram emocionantes, vistosos, imponentes, mas internacionais demais. Não agradavam o público e muito menos a crítica.
Somente por volta de 1952 é que a empresa compreendeu que era preciso trabalhar com ideias menos europeias e mais populares ao gosto do brasileiro. Foi por essa época que surgiu o fenômeno "Mazzaropi e O Cangaceiro", de Lima Barreto, ganhou o mundo. Porém já era tarde. Quatro anos apenas após seu nascimento, a Vera Cruz, como havia sido pensada originalmente, colapsou. Mas, para além das megaproduções e da relativa projeção internacional, a empresa também realizou filmes mais modestos, voltados exclusivamente ao mercado interno e à tentativa de um cinema de gênero, tendo o cosmopolitismo da classe média paulistana como foco.
Esta breve retrospectiva apresenta alguns filmes muito menos lembrados da Vera Cruz, que oferecem um panorama da diversidade e do potencial que este grande momento do cinema brasileiro precisa reverenciar. A cada sessão será apresentado, como aperitivo ao programa principal, um curta-metragem documental de Lima Barreto, para que o espectador sinta um pouco do clima original daquelas sessões nos anos 1950.
Cinemateca Brasileira
Largo Senador Raul Cardoso, 207 – Vila Mariana
Horário de funcionamento
Espaços públicos: de segunda a segunda, das 08 às 18h
Salas de cinema: conforme a grade de programação.
Biblioteca: de segunda a sexta, das 10h00 às 17h00, exceto feriados
Sala Grande Otelo (210 lugares + 4 assentos para cadeirantes)
Sala Oscarito (104 lugares)
Retirada de ingresso uma hora antes do início da sessão
Sábado, 26 de julho
15h00 às 16h30 – Masterclass: Vera Cruz, a epopeia de um cinema interrompido, por Donny Correia
17h00 Caiçara, de Adolfo Celi (1950, 92min)
19h00 Painel, de Lima Barreto (1951, 16min)
Ângela, de Tom Payne e Abílio Pereira de Almeida (1951, 95min)
Domingo, 27 de julho
15h00 Santuário, de Lima Barreto (1952, 19 min)
Appassionata, de Fernando de Barros (1952, 80min)
17h30 Santuário, de Lima Barreto (1952, 19 min)
Veneno, de Gianni Pons (1952, 80min)
20h00 Painel, de Lima Barreto (1951, 16 min.)
Floradas na Serra, de Luciano Salce (1954, 100min)
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