Submerso neste universo racionalmente paradoxal as palavras movimentam-se no sentido de descaracterizar o discurso lógico dissecando o conceito de tese, antítese e síntese das configurações em que supostamente nos movemos. Essa constante movimentação através do nomadismo poético nos remete à nirvânica contemplação ativa e se faz sob a égide da transcendência dentro de nossa essência em meio à temporalidade ocasional de cada ser.
A leitura atenta nos remete à autossimilaridade de fractais onde cada fragmento do ser interage simetricamente com o todo num processo analítico ultra racional. Gregório de Matos em seu raciocínio pré-cartesiano nos alertava: “Se a parte faz o todo, sendo parte. Não se diga que é parte sendo todo”. Porém, Ariel nos leva muito mais além em sua metodologia, onde fica evidente que “a parte e o todo são o vazio na gênese de um outro plano”. Além disso, ao mentalizarmos o livro numa visão extremamente expandida verificamos que o abismo também comporta clareiras e em cada clareira vinte e dois abismos nos espreitam.














0 comments:
Postar um comentário
Deixe-nos uma mensagem.