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sexta-feira, 14 de novembro de 2025
.: Crítica musical: Mauro Marcondes canta o tempo e o amor
sexta-feira, 7 de novembro de 2025
.: Crítica musical: Lô Borges... E o sol levou o trem azul
Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Foto: divulgação
O Clube da Esquina perdeu um de seus fundadores esta semana. Com o falecimento de Lô Borges, encerra-se um dos capítulos mais importantes de nossa MPB. Lô tinha 73 anos e estava incrivelmente produtivo. Seja como artista solo, seja em trabalhos de parcerias com outros músicos, como Samuel Rosa e Tom Zé, só pra citar dois exemplos. Mas foi ao lado de Milton Nascimento que ele atingiu o topo da montanha ao gravar um dos álbuns mais influentes de nossa MPB em1972. O Clube da Esquina fez história pela força das canções e pelas vozes de Lô e Milton.
A sonoridade do trabalho de Lô no início dos anos 70 mesclava várias influências das coisas que ele ouvia naquela época. De Hendrix aos Beatles, ele conseguia unir tudo em sua música. São dessa época os seus primeiros discos em carreira solo: o "Lô Borges" (1972), conhecido como o disco do tênis, e "Via Láctea", que tem a célebre gravação da bela "Clube da Esquina nº 2", com a participação no vocal de Solange Borges.
Se por um lado os trabalhos mais recentes dele não tiveram o mesmo brilho dessa fase inicial, por outro ele teve o mérito de se manter na ativa, lançando material inédito com frequência, ao invés de se acomodar nos antigos hits. Seu trabalho mais recente é o álbum "Chão de Giz", gravado em parceria com Zeca Baleiro. Certamente sua obra deixará uma marca na nossa MPB. Um selo de qualidade referendado até por Tom Jobim, que não só admirava a turma do Clube da Esquina como chegou a regravar Trem Azul do Lô nos anos 90.
"Trem Azul"
"Paisagem na Janela"
"Sonho Real"
sexta-feira, 31 de outubro de 2025
.: “Uma Vida pelo Samba”: livro e álbum digital resgatam obra de Beth Carvalho
Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Foto: divulgação
Artista da maior importância da nossa MPB, Beth Carvalho teve resgatada a sua importante trajetória por intermédio do livro “Uma Vida pelo Samba”, escrito pelo jornalista e pesquisador Rodrigo Faour. O trabalho, que complementa o álbum digital "Samba Book", mostra toda a discografia da cantora e ressalta a essência de seu trabalho como descobridora de talentos e sua forte conexão com o gosto popular.
O álbum digital "Samba Book Beth Carvalho" (Musickeria) conta com 26 faixas com canções interpretadas por vários nomes da música. As cinco primeiras edições homenagearam João Nogueira, Martinho da Vila, Zeca Pagodinho, Dona Ivone Lara e Jorge Aragão, reunindo elencos estelares, em gravações exclusivas.
A sexta edição, em tributo a Beth Carvalho, inclui um caderno de partituras, com transcrição dos arranjos originais dos sambas; ambiente na web, com portal e redes sociais, além do livro “Uma Vida pelo Samba”, escrito pelo jornalista e pesquisador Rodrigo Faour. O livro cataloga os álbuns de carreira e as participações de Beth em discos de outros artistas, compactos e projetos especiais, desde sua estreia em 1965.
Faour conta que a fase inicial da carreira de Beth foi o trecho que rendeu um trabalho maior de pesquisa. “Eu acompanhei a trajetória dela desde os primeiros discos de samba. Mas ela já vinha atuando na música antes, nos anos 60, mais envolvida com o pessoal da Bossa Nova e dos festivais”. Faour lembrou a canção Andança, que Beth Carvalho defendeu com o grupo Golden Boys no Festival Internacional da Canção de 1968 e ficou em terceiro lugar. A composição de Edmundo Souto, Paulinho Tapajós e Danilo Caymmi se tornou um clássico da nossa MPB. “Ela tinha uma personalidade forte. Era uma artista que sabia o que queria e estava sempre conectada com o gosto do público. Prova disso são os seus grandes sucessos”. Compre o livro "Uma Vida pelo Samba", de Rodrigo Faour, neste link.
"Coisinha do Pai"
"Saco de Feijão"
"Firme e Forte"
terça-feira, 28 de outubro de 2025
.: "Corona Luau MTV" homenageia Cássia Eller reunindo Nando Reis e convidados
Depois do sucesso do ano passado, o "Corona Luau MTV" confirma sua realização em 2025. E se o retorno do programa icônico matou a saudade do clima de música e de verão que marcou os anos 2000, desta vez ele promete resgatar ainda mais emoções com um tributo à artista que protagonizou uma das edições mais lembradas da história: Cássia Eller.
O projeto deste ano vai reunir grandes amigos, parceiros musicais e artistas que têm Cássia como inspiração e referência. Nando Reis, autor de muitos dos maiores sucessos da cantora, e Lan Lan, percussionista que a acompanhou por anos nos palcos, são presença confirmada na tour, que também contará com convidados especiais para completar o time que celebra a história dessa grande artista que marcou gerações e que repercute ainda hoje. O "Corona Luau MTV" é uma iniciativa da cerveja Corona em parceria com a Paramount, a Skydance Corporation, e realização da 30e, maior companhia brasileira de entretenimento ao vivo.
Pela primeira vez o projeto terá seu lançamento em formato de turnê, com quatro shows espalhados pelo país: no dia 30 de novembro, no Pontão do Lago, em Brasília; 5 de dezembro, na Praia do Rosa, em Santa Catarina; 14 de dezembro, no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro e, por fim, no dia 21 de dezembro, no Parque Ibirapuera, em São Paulo. Os ingressos para essas apresentações estarão disponíveis a partir de 28 de outubro, às 12h00, pelo site da Eventim (acesse aqui).
Além da tour, um episódio especial do "Corona Luau MTV" será gravado em outubro, em Maresias, litoral norte de São Paulo. A exibição acontecerá após o encerramento da turnê na Pluto TV, pelo canal MTV Pluto TV, e nos canais oficiais do YouTube da MTV Brasil e da Corona. E para completar a homenagem, Sarah Oliveira, que apresentou a edição de 2002 em que Cássia foi a atração musical, estará de volta ao comando do programa. “É uma honra pra mim apresentar essa homenagem à Cássia Eller anos depois. É tudo muito simbólico pra mim. O Luau que fizemos (eu, ela e Nando) é um dos momentos mais importantes da minha carreira e da minha vida. Acompanhar o furacão Cássia Eller foi realmente um privilégio que guardo na minha memória afetiva. As coisas lindas realmente são mais lindas porque ela esteve e está”, comenta Sarah.
O tributo marca a edição especial que celebra os 100 anos de Corona, cerveja premium da Ambev e eleita a mais valiosa do mundo por dois anos consecutivos. Para celebrar seu centenário, a marca preparou uma série de ações especiais para proporcionar momentos inesquecíveis para o público ao longo do ano."Para nós, cerveja é muito mais do que uma bebida: ela faz parte da nossa cultura. É o brinde à conexão entre pessoas e aos momentos icônicos. Por isso é muito forte e significativa a ideia de celebrar um momento especial do Luau, que entrou para a história da música brasileira. Estamos muito felizes com a evolução do projeto para uma turnê, o que nos permite levar essa experiência para mais perto do público e convidar mais pessoas a se desconectarem da rotina e se conectarem com a música, as boas lembranças e os encontros”, afirma a diretora de marketing de Corona, Gabriela Gallo.
“Cássia teve participação fundamental na minha vida”
Falar de Cássia Eller e não lembrar da relação entre ela e Nando Reis é quase impossível. Essa união foi marcada por uma conexão artística profunda e uma amizade que ultrapassou os palcos. Juntos, os dois criaram momentos memoráveis na música brasileira, incluindo a icônica participação no "Luau MTV", exibido em 2002, que eternizou interpretações emocionantes de “Relicário” e “O Segundo Sol”. A parceria rendeu grandes sucessos e revelou uma sintonia rara entre compositor e intérprete.
Em entrevista recente, Nando relembrou sua parceria com a amiga e cantora. “Foi uma relação muito intensa, prazerosa, produtiva e surpreendente, porque Cássia era uma pessoa tímida e eu também. A gente tinha muitas características semelhantes e essa retração social foi um dos elementos que nos aproximou. Vimos que ficávamos bem um com o outro e tinha essa relação apaixonada com a música, que era o nosso assunto central e principal”. Sobre a edição do Corona Luau MTV 2025, o artista declara: “Cássia teve participação fundamental na minha vida. Juntos fizemos discos magníficos. Ela me convidou para participar do Luau MTV que gravou. Agora eu a homenagearei neste especial”.
Musicais icônicos na Pluto TV
Fãs de todo o país poderão viver esse encontro por meio da exibição na Pluto TV, uma das principais plataformas FAST (Free Ad-Supported Television), que se compromete a oferecer uma ampla variedade de conteúdos para todos os públicos. Por meio de marcas como a MTV, a Pluto TV amplia o alcance do portfólio de entretenimento da Paramount, oferecendo acesso gratuito aos conteúdos musicais mais icônicos, shows e momentos marcantes da cultura pop em toda a América Latina, como o Corona Luau MTV.
Serviço
Realização: Corona, Paramount e 30e
Brasília
Data: 30 de novembro de 2025 (domingo)
Local: Pontão do Lago
Endereço: SHIS Ql 10, Lote 1/30, Lago Sul, Brasília
Horário de abertura da casa: 15h00
Classificação etária: maiores de 18 anos
Ingressos: pista: 175,00 (meia-entrada legal) | 210,00 (meia-entrada social) | 350,00 (inteira)
Início das vendas: 28 de outubro, 12h00
Vendas on-line em: eventim.com.br/
Bilheteria oficial: em breve
Santa Catarina
Data: 5 de dezembro de 2025 (sexta)
Local: Tantrarosa
Endereço: GRP-471, 4373, Praia do Rosa, Santa Catarina
Horário de abertura da casa: 17h00
Classificação etária: maiores de 18 anos
Ingressos: pista: 175,00 (meia-entrada legal) | 210,00 (meia-entrada social) | 350,00 (inteira)
Início das vendas: 28 de outubro, 12h00
Vendas on-line em: eventim.com.br/
Bilheteria oficial: em breve
Rio de Janeiro
Data: 14 de dezembro de 2025 (domingo)
Local: Museu do Amanhã
Endereço: Praça Mauá, 1, Centro, Rio de Janeiro
Horário de abertura da casa: 15h00
Classificação etária: maiores de 18 anos
Ingressos: pista: 175,00 (meia-entrada legal) | 210,00 (meia-entrada social) | 350,00 (inteira)
Início das vendas: 28 de outubro, 12h00
Vendas on-line em: eventim.com.br/
Bilheteria oficial:
Estádio Nilton Santos - Engenhão - Bilheteria Norte - Rua das Oficinas, s/n - Engenho de Dentro, Rio de Janeiro
Funcionamento: terça a sábado, das 10h00 às 17h00. Fechado em feriados, emenda de feriados, dias de jogos ou em dias de eventos de outras empresas.
São Paulo
Data: 21 de dezembro de 2025 (domingo)
Local: Plateia Externa do Auditório Ibirapuera
Endereço: Av. Pedro Álvares Cabral, s/n - Portão 10 - Parque Ibirapuera, São Paulo
Horário de Abertura da casa: 15h00
Classificação etária: maiores de 18 anos
Ingressos: pista: 175,00 (meia-entrada legal) | 210,00 (meia-entrada social) | 350,00 (inteira)
Início das vendas: 28 de outubro, 12h00
Vendas on-line em: eventim.com.br/
Bilheteria oficial: Allianz Parque - Bilheteria A - Rua Palestra Itália, 200 – Portão A – Perdizes - São Paulo
Funcionamento: terça a sábado das 10h00 às 17h00 | *Não há funcionamento em feriados, emenda de feriados, dias de jogos/eventos
domingo, 26 de outubro de 2025
.: Shakira revisita clássicos em novo episódio do "Spotify Anniversaries"
O episódio traz uma performance poderosa de “La Pared” com uma orquestra de 14 músicos, além da participação de Ed Sheeran e Beéle em “Hips Don’t Lie”. Shakira também bate um papo com Ed Sheeran sobre como essa colaboração inesperada aconteceu. "Spotify Anniversaries" é uma série que celebra álbuns icônicos e os artistas por trás deles, com histórias, reflexões e performances exclusivas. As novas versões estão disponíveis apenas no Spotify, em EPs especiais. Juntos, os dois álbuns já ultrapassaram 6,1 bilhões de streams globais e continuam conectando diferentes gerações - com a Gen Z responsável por mais da metade dos streams de "Oral Fixation" atualmente.
Faixas mais ouvidas de cada álbum:
"Oral Fixation"
"Hips Don’t Lie" (feat. Wyclef Jean)
"La Tortura" (feat. Alejandro Sanz)
"Día de Enero"
"Las de la Intuición"
"No" (feat. Gustavo Cerati)
"Pies Descalzos"
"Antología"
"Estoy Aquí"
"Pies Descalzos, Sueños Blancos"
"¿Dónde Estás Corazón?"
"Un Poco de Amor"
sexta-feira, 24 de outubro de 2025
.: Rush: nunca diga nunca, a volta da banda canadense
Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Foto: divulgação
.: Miley Cyrus grava nova música para "Avatar: Fire and Ash"
"Dream as One" fará parte da trilha sonora original do filme, que estreia nos cinemas em 19 de dezembro
A artista pop vencedora do Grammy Miley Cyrus gravou uma nova música para “Avatar: Fire and Ash”, o terceiro filme da franquia de enorme sucesso “Avatar”, criada pelo cineasta vencedor do Oscar James Cameron. “Dream as One”, interpretada por Miley Cyrus, com música e letra de Cyrus, Andrew Wyatt, Mark Ronson e Simon Franglen, será apresentada nos créditos finais e fará parte da trilha sonora original do filme. “Avatar: Fire and Ash” estreia exclusivamente nos cinemas de todo o mundo em IMAX 3D, Dolby Cinema 3D, RealD 3D, Cinemark XD, 4DX, ScreenX e outras telas premium em 19 de dezembro de 2025.
A trilha sonora original de “Avatar: Fire and Ash”, com composição de Simon Franglen — vencedor do Grammy de “Gravação do Ano” em 1997 por “My Heart Will Go On”, de Titanic — será lançada em 12 de dezembro. O single “Dream as One”, pela Sony Music, será lançado em 14 de novembro.
Em “Avatar: Fire and Ash”, James Cameron leva o público de volta a Pandora em uma nova e imersiva aventura com Jake Sully (Sam Worthington), um ex-fuzileiro naval que se tornou líder Na’vi, a guerreira Na’vi Neytiri (Zoe Saldaña) e a família Sully. O filme, com roteiro de James Cameron, Rick Jaffa e Amanda Silver, e história de Cameron, Jaffa, Silver, Josh Friedman e Shane Salerno, também conta com Sigourney Weaver, Stephen Lang, Oona Chaplin, Cliff Curtis, Joel David Moore, CCH Pounder, Edie Falco, David Thewlis, Jemaine Clement, Giovanni Ribisi, Britain Dalton, Jamie Flatters, Trinity Jo-Li Bliss, Jack Champion, Brendan Cowell, Bailey Bass, Filip Geljo, Duane Evans Jr. e Kate Winslet no elenco.
Trailer de “Avatar: Fire and Ash”
sábado, 18 de outubro de 2025
.: Crítica musical: Kiko Horta estreia em disco com "Sanfona Carioca"
Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Foto: Celso Filho
sexta-feira, 10 de outubro de 2025
.: Crítica musical: Delirio Cabana é 100 por cento Amazonas
Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Foto: Laryssa Gaynett
O Delírio Cabana fez da paixão comum pela música popular brasileira um terreno fértil para germinar novas composições com ritmos tradicionais da Amazônia, como gambá, cumbia, carimbó, boi-bumbá, carimbó e beiradão. A mescla mostrou um resultado aurpreendente
“Tempero” marca a estreia da banda formada pelos amazonenses Bruno Mattos, Gabriella Dias, Luli Braga e Nando Montenegro, nascida em 2023, durante uma viagem de Manaus à vila de Alter do Chão, em Santarém no Pará. Foram duas semanas de convivência e criação à beira do Tapajós, uma experiência que selou a vontade de construir uma história coletiva a partir da paixão pela cultura amazônica.
Composição de Nando Montenegro, “Tempero” junta a musicalidade da Região Norte às demais influências da MPB contemporânea, do pop e da música latina. O arranjo é de Bruno Mattos e a produção musical é dividida entre ele e Lucas Cajuhy, que também assina engenharia de gravação, mixagem e masterização.
A canção conta com percussões de Tércio Macambira, mauesense que criou a pulsação que sustenta a canção marcada por células rítmicas de gambá, boi-bumbá, maracatu e carimbó. Os sopros ganham corpo com Marcelo Martins (trompete), Francirbone (trombone) e Crhistofer Santos (saxofone), enquanto Bruno Mattos gravou as linhas de baixo, violão e guitarra. O resultado é um single coletivo, com vozes muito bem divididas entre Nando, Luli, Bruno e Gabriella, que se complementam em timbres e texturas.
Os figurinos e acessórios utilizados pelos integrantes vêm da marca Yanciã Amazônia, curadora de peças confeccionadas por artesãos do Amazonas, que prioriza a matéria-prima natural oriunda do bioma da região e materiais de reaproveitamento. Além disso, a marca autoral amazonense Glitch confecciona alguns dos figurinos idealizados por Hendryl Nogueira, que também assina a maquiagem do quarteto. A produção traz uma ficha técnica 100% amazonense, reforçando o potencial criativo inesgotável da cena musical do Amazonas.
"Tempero"
sexta-feira, 3 de outubro de 2025
.: Crítica musical: Muñoz, a volta do psych rock
Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Foto: divulgação
Muñoz é um duo de heavy blues formado pelos irmãos Mauro e Samuel Fontoura. Naturais de Mineiros, município de Goiás, eles formaram a banda em Uberlândia, em Minas Gerais no ano de 2012. E se destacaram com o EP "Muñoz" em 2013 e o álbum "Nebula" em 2014, produzidos por Rafael Vaz no Caverna Estúdio. O seu mais recente lançamento é o CD "Twins", que reforça a sonoridade do duo no estilo psych rock.
A proposta de "Twins" foi produzir um trabalho que representasse com sinceridade a alma da banda: um duo barulhento, visceral e honesto. As letras, seguem uma linha surrealista, introspectiva e sarcástica, dentro do universo do psych rock, abordando temas como ego, solidão, tempo, sonho e loucura. No entanto, o foco do álbum não está nas palavras em si, mas na experiência sonora como um todo, onde voz, ruído e ambiência ocupam o mesmo espaço narrativo.
A capa do disco reforça o caráter íntimo e simbólico do projeto: uma fotografia dos irmãos ainda crianças, nos anos 90. A imagem remete à infância e à conexão fraterna que se traduz também na música - ora nostálgica, ora explosiva. Algumas faixas trazem uma pegada mais garageira, com espírito frenético, que remete à energia do garage rock como expressão juvenil. Se você curte ouvir bandas do segmento indie rock certamente irá se identificar com a sonoridade do Muñoz. Que está distante do som que você ouve nas rádios. E isso já serve como motivo para você conferir o trabalho desse interessante duo.
"Inner Voice"
.: Jair Oliveira e Luciana Mello revivem "Dois na Bossa"
Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Foto: divulgação.
A ideia partiu de Jair Oliveira (Jairzinho): resgatar a memória e celebrar os 60 anos de “Dois na Bossa”, primeiro álbum ao vivo de Jair Rodrigues, Elis Regina e o Jongo Trio, lançado em 1965 e que ultrapassou a marca de 500 mil cópias, um feito inédito na música brasileira até então. Para marcar a data simbólica, Jair subiu ao palco ao lado da irmã, Luciana Mello, em uma noite que reafirmou a vitalidade de um legado que atravessa gerações.
O espetáculo aconteceu no dia 13, no Amaturo Theater, parte do Broward Center for the Performing Arts, em Fort Lauderdale - um dos principais espaços culturais da Flórida, nos Estados Unidos. Os ingressos foram esgotados, evidenciando não apenas a potência de Jair e Elis, mas também o carisma e a solidez artística de Jairzinho e Luciana, que conquistam reconhecimento do público internacional como continuadores e inovadores da tradição musical brasileira.
O repertório inclui clássicos como "Disparada", "Como Nossos Pais", "Canto de Ossanha", "Arrastão", "Águas de Março" e "Upa, Neguinho", além de medleys que revisitam sambas e canções da bossa nova. O show teve ainda participações de Boca Melodia e da filha de Jair, Isabela Oliveira. “Fiquei ainda mais feliz por ter idealizado este show. ‘Dois na Bossa’ foi um marco na música brasileira e um grande momento na carreira do meu pai e de Elis Regina. Minha intenção sempre foi prestar essa homenagem e reviver toda a emoção que o álbum carrega. Estar fora do país, com ingressos esgotados em um teatro de tanta relevância, e dividir o palco com a minha irmã Luciana torna esse momento ainda mais especial”, afirma Jair Oliveira.
E completa: “De alguma forma, o Jairzão estará com a gente neste show, como se também dividisse o palco conosco - e isso nos emociona profundamente. Queremos que essa homenagem não se restrinja aos Estados Unidos: a ideia é levá-la ao Brasil em 2026, para que o público brasileiro também possa viver de perto essa celebração tão especial da nossa música”. A direção musical é de Jair Oliveira, acompanhado por Cássio Coutinho (teclados), Wesley Cosvosk (bateria) e Kai Sanchez (baixo).
"Medley Dois na Bossa"
sábado, 27 de setembro de 2025
.: Entrevista com Claudette Soares: "De Tanto Amor" na música
Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Foto: Murilo Alvesso.
Claudette Soares pertence a uma categoria rara de intérprete de nossa MPB. Capaz de reviver canções consagradas com sua interpretação suave e singular. Mesmo tendo surgido em um período fértil, com outras grandes cantoras, ela sempre conquistou o seu espaço com garra e perseverança. E continua na ativa: seu mais recente lançamento foi um disco com canções de Chico Buarque. Em entrevista para o Resenhando, ela conta como foi seu início na música e revela quem foram seus ídolos. “Sou muito grata a Deus pelo dom de cantar”.
Resenhando.com - Você surgiu em um período com outras grandes cantoras. Na sua opinião, o que havia no País para revelar tantas intérpretes talentosas ao mesmo tempo?
Claudette Soares - Era um momento de glamour, de grandes talentos e de estrelas maiores. Como dizia Elis Regina, cada cantora tinha um estilo e uma voz que você identificava na primeira frase musical. Era um momento muito lindo, muito grandioso e graças a Deus eu comecei nessa fase. E com as estrelas sempre respeitando as novas cantoras que surgiam . Eram realmente amigas mesmo.
Resenhando.com - No início quem eram os seus ídolos na música?
Claudette Soares - Bom, eu sempre gostei de música americana, jazz. Apesar de não ser uma cantora desse estilo. Eu adorava Judy Garland, Frank Sinatra. Nos Brasil, eu tinha como ídolo a grande musa da Bossa Nova, Sylvinha Telles, a primeira cantora moderna do Brasil. Ela foi uma das maiores amigas da minha vida. Eu também gostava muito da Dalva de Oliveira, maravilhosa e da Nora Ney, com aquela voz rouca e sensual. Eu queria ser igual a ela, ter aquela voz.
Resenhando.com - Você participou de festivais nos anos 60. Na sua opinião, hoje em dia esses festivais seriam positivos para revelar novos talentos?
Claudette Soares - Bom, eu acho que os festivais hoje não seriam como foram nos anos 60. A criatividade anda meio em baixa. Mas é claro que há exceções. Eu acho que a música brasileira moderna, criativa, não está tendo muito espaço. Musicalmente falando, os festivais hoje não teriam a grandiosidade e a musicalidade que tiveram nos anos 60.
Resenhando.com - Você gravou dois discos antológicos com o Dick Farney. Já pensou em realizar algo em parceria com outros nomes da música?
Claudette Soares - Olha, não pensei não em fazer uma parceria por enquanto. Minha parceria com o Dick Farney foi perfeita e me deu muito prestígio na música. O Dick Farney sabia, porque eu falava isso pra ele. Sou muito grata ao Dick por ele ter me escolhido para esse trabalho, que realmente se tornou antológico.
Resenhando.com - O seu maior sucesso foi o disco "De Tanto Amor", com a música de Roberto Carlos. Você chegou a gravar outras músicas dele?
Claudette Soares - Na verdade, eu já tinha gravado dele a "Como É Grande o Meu Amor por Você", com arranjo maravilhoso do Cesar Camargo Mariano.Foi em 1967, em pleno auge da Bossa-nova, eu ousei cantar algo que vinha da Jovem Guarda. O Roberto gostou tanto que falou que iria fazer uma música para mim. E acabou fazendo duas: "De Tanto Amor" e "Você", ambas lindas em parceria com o Erasmo Carlos.
Resenhando.com - Seu disco mais recente foi dedicado a obra de Chico Buarque. Foi difícil escolher o repertório?
Claudette Soares - Não foi difícil não escolher um repertório do Chico Buarque. Ele é incrível, um dos maiores desse mundo. Tenho verdadeira paixão por ele. A ideia era reviver canções dos anos 60 e 70 que não tinham sido regravadas, mescladas com outras da produção mais recente dele. E ele não só liberou as gravações como ainda participa cantando comigo em uma das faixas. Foi uma emoção enorme para mim.
Resenhando.com - Qual o segredo para manter essa sua extraordinária longevidade na música?
Claudette Soares - Sou muito grata a Deus pelo dom de cantar. Canto desde os dez anos de idade. Desde essa época eu só queria cantar. Graças a Deus eu sou muito disciplinada. Eu não grito, não tomo gelado. Conheço muitos cantores que tomam gelado e cantam acima de seu tom. Nada contra quem faz isso. Mas eu procuro me preservar.
"Carolina"
.: Oportunidade na música: curso de violão erudito em São Vicente
Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Foto: divulgação
Uma boa notícia para quem deseja obter conhecimentos sobre violão erudito. O Instituto Histórico e Geográfico de São Vicente estabeleceu uma parceria com o maestro João Argollo para oferecer um curso introdutório sobre o violão, sob a perspectiva da música erudita
Segundo o maestro João Argolo, o curso tem uma duração de um mês com quatro aulas, nas quais os alunos terão informações sobre a evolução do instrumento. O custo da matrícula será de R$190,00 e visa atender tanto o aluno iniciante como os que já praticam o violão erudito.
Natural de Aracaju. Argolo iniciou seus estudos de violão com seu pai, João Pires Argolo. Teve como mestres Alvino Argolo (Brasil), Amilcar Rodrigues Inda (Uruguai) e Jodacil Damaceno (Rio de Janeiro). Estudou harmonia com Armando Quezada (México), Laura Maria Abrahão (São Paulo) e análise fraseológica com Marcelo de Camargo Fernandes (São Paulo). Graduou-se pela Faculdade Paulista de Arte (FAP-Arte), na classe do violonista e professor Pedro Cameron além de participar de cursos de aperfeiçoamento com mestres como Henrique Pìnto (SP) e Eduardo Castañera. Fez-se apresentar no III Festival Internacional de Granada Espanha, com Eliot Fisk e foi solista na abertura da masterclasse de Manuel Barrueco no Festival Internacional de Córdoba Espanha.
Em seu primeiro CD, João Argolo e Convidados , contou com a participação do Quarteto Origens, formado por seu irmão Alvino Argolo, José Ricardo e Eduardo Castañera. Lecionou na Universidade de Três Corações (UNINCOR). Atuou como dirigente do corpo docente do Conservatório Municipal de Artes de Guarulhos e coordenador musical do Grupo Origens. As inscrições para o curso são feitas na sede do Instituto Histórico e Geográfico de São Vicente, que fica na Rua Frei Gaspar, no Centro de São Vicente. O telefone é (0xx13) 3469-3520.
terça-feira, 23 de setembro de 2025
.: "Estrela da Casa": Brenno Casagrande faz da emoção uma marca registrada
Brenno Casagrande marcou o "Estrela da Casa" e já prepara novos voos na música. Foto: Globo/ Gabriel Vaguel
O baiano Brenno Casagrande conquistou o público do "Estrela da Casa" com voz doce, carisma e forte presença de palco, marcada pela herança musical que carrega do pai, também cantor. Durante sua trajetória no talent show, emocionou com interpretações cheias de verdade, criou laços fortes com os colegas de confinamento e surpreendeu ao se arriscar até na dança - momento em que recebeu, em tom carinhoso, o apelido de “novo Léo Santana”.
Quarto eliminado da segunda temporada do programa, Brenno sai grato pela experiência e já com os olhos voltados para os próximos passos da carreira. Em entrevista, ele fala sobre as apresentações favoritas, os aprendizados que leva para a vida e os planos de lançar músicas inéditas, parcerias e até um grande audiovisual.
O que foi mais especial na sua participação no "Estrela da Casa"?
Brenno Casagrande - Foi me redescobrir como pessoa, como artista, me desbloquear para muitas coisas, como dançar. Estão me chamando de novo Léo Santana, sei que estou muito longe disso, mas estão me chamando. Eu dancei em todos os festivais. Tem pessoas na equipe que mudaram a minha vida, tanto nos ensinamentos de dança quanto de voz e carreira. Vou levar o que aprendi e seguir assistindo para aplicar essas dicas na minha trajetória, através da TV mesmo.
Qual foi sua dinâmica preferida?
Brenno Casagrande - Compor. A dinâmica do jingle é muito boa, mas a que mais me marcou foi a do "Desafio - Estrela da Casa". Na última, eu ganhei com os meninos com uma música falando sobre fé. Mas a minha música preferida do programa foi o jingle para o "Criança Esperança".
De qual apresentação sua você mais gostou?
Brenno Casagrande - A minha apresentação preferida foi a primeira, quando cantei "Vai Sacudir, Vai Abalar", música do meu pai. Eu estava muito emocionado, achei que ia chorar feito louco, mas consegui segurar a onda. Só chorei quando a apresentação acabou. Estava imune, estava leve. Foi a mais emocionante, sem dúvidas.
Quais aprendizados você está levando do "Estrela da Casa" para sua carreira?
Brenno Casagrande - Aprendi que a gente tem que manter a nossa verdade, que o carisma conta bastante, e que é importante deixar uma marca registrada nas pessoas. Acredito que deixei essa marca, porque ontem vi um vídeo de todos reunidos na sala de composição cantando a música do meu pai, me homenageando e fazendo a flecha, que é o sinal que eu criei. Fiquei muito emocionado, foi a única vez que chorei depois de sair do programa. Tive certeza de que estou na vida deles para sempre.
O que faria diferente, se tivesse a chance?
Brenno Casagrande - Talvez eu tivesse me esforçado mais para ganhar a imunidade e não ser eliminado ontem. Mas, quanto aos meus comportamentos, não me arrependo. Fui quem eu realmente sou. Já liguei para o meu irmão, para minha esposa, para minha mãe, para o meu pai... todo mundo me parabenizou pelo meu comportamento, pelas minhas falas e posturas. Então, se agradei minha família, não tenho mais o que mudar.
Na sua opinião, quem tem mais chances de sair vencedor ou vencedora? E pra quem fica sua torcida?
Brenno Casagrande - Hanii, Thainá e Juceir. São meus três favoritos. Estou torcendo igualmente para os três.
Quais são os próximos passos da sua carreira?
Brenno Casagrande - Lançar músicas. Tenho muitas em parceria com outros artistas. Quero fazer um audiovisual lindão, continuar brilhando... Meu lugar ao sol chegou, né? Então, agora é brilhar pelo Brasil afora. E para as pessoas que acompanham o programa e têm o sonho de estar aqui: não desistam. Eu fui um sonhador, sonhei muito em estar aqui, e em 2025 consegui entrar no "Estrela da Casa". Então, é sobre não desistir.
sábado, 20 de setembro de 2025
.: Entrevista com Gabriel Smaniotto, eliminado do programa "Estrela da Casa"
Sertanejo de 29 anos, Gabriel Smaniotto deixou o "Estrela da Casa", reality show que é exibido de segunda a sábado, após a novela "Vale Tudo", e domingo, após o "Fantástico", na última quinta-feira, dia 18 de setembro. O cantor de Foz do Iguaçu, Paraná, que viralizou nas redes sociais em 2019, quando fez uma apresentação em uma feira de sua cidade natal com apenas seus pais na plateia, agora sonha em levar os aprendizados adquiridos no Centro de Treinamento para alavancar sua carreira, e tirar do papel alguns projetos que já estão ganhando forma. “Tenho bastante coisa engatilhada já, inclusive algumas músicas do meu DVD que estão para lançar ainda, que eu deixei guardadinhas. Já já vão sair, e estão incríveis”, adianta.
O que você acha que foi mais especial na sua participação no "Estrela da Casa"?
Gabriel Smaniotto - Eu acredito que participar da Estrela da Casa foi realmente uma provação de mim como pessoa e como artista. Foi a chance de mostrar como eu sou no dia a dia, de como eu lido com os meus problemas, com as minhas tensões em dias de apresentações e tudo mais, juntamente com o aprendizado que tive de todos os convidados e oficinas que a gente teve lá. Eu acho que foi esse conjunto completo.
Qual foi sua dinâmica preferida?
Gabriel Smaniotto - Eu gostava muito do Festival. Para mim, estar no palco é o momento mais especial. Por mais que também seja o momento de maior tensão, de eliminação, mas é ali, no palco, que eu gosto de estar. Então, o Festival para mim era o meu momento favorito.
De qual apresentação sua você mais gostou?
Gabriel Smaniotto - Quando eu cantei “Humilde Residência”, que era a música do Michel Teló, e eu tive a oportunidade de conversar com ele sobre isso. Eu estava muito mais solto, muito mais livre no palco. Eu acho que eu consegui mostrar o que eu realmente sou naquela apresentação. Foi a apresentação em que eu estava mais seguro também.
Quais aprendizados você está levando do "Estrela da Casa" para sua carreira?
Gabriel Smaniotto - Uma coisa que eu falei lá dentro com os outros participantes: eu aprendi com eles novas formas de ver e viver a música. Eu via que cada um tinha um conhecimento muito específico sobre a história da música, sobre algum artista. Eles despertaram em mim a vontade de me aprofundar mais em diversos temas, voltar a estudar meus instrumentos que, às vezes, pela correria do dia a dia, eu não conseguia. O programa reativou em mim alguns instintos da veia musical. Acho que esse foi o aprendizado principal.
O que faria diferente, se tivesse a chance?
Gabriel Smaniotto - Eu acho que a minha participação foi bem o que eu esperava. Poderia, talvez, ter sido um pouco mais intenso em algumas situações, tanto nas apresentações quanto nas dinâmicas no geral, mas eu acho que eu fui bem o que eu sou aqui fora. Eu acho que eu não mudaria nada. Talvez tentaria me concentrar mais, mas é fácil falar isso agora, aqui fora. Em momentos de apresentações tentar ter um foco um pouco maior, mas eu acredito que eu estava bem tranquilo e bem focado, então manteria igual.
Na sua opinião, quem tem mais chances de sair vencedor ou vencedora? E pra quem fica sua torcida?
Gabriel Smaniotto - Poxa, é muito difícil essa pergunta, porque eu acho que todos têm potencial e a cada semana a disputa está mudando muito. Se for para colocar num panorama geral de tudo que eu estava vendo ali dentro e com os rankings e tudo mais, eu acho que o Juceir tem uma grande chance de ser o campeão do "Estrela da Casa". A minha torcida não é só para um, não. Sudário, Juceir, a gente que a Bea... Janício, que foi um irmão que eu criei lá dentro, Hanii, muito talentoso... vamos falar de todos aqui? Não dá! Então, a minha torcida é geral, mas quem eu acho que tem mais chance é o Juceir.
Quais são os próximos passos da sua carreira?
Gabriel Smaniotto - Quero aproveitar as portas que se abrirem com o 'Estrela da Casa', toda a exposição que gerou para mim. Para poder organizar ainda mais a minha carreira, conhecer cidades que eu ainda não conheço para fazer o meu show, melhorar o meu show, melhorar a minha performance e colocar em prática todo esse 360 que a gente aprendeu lá dentro. Desde dança, canto, a parte de gestão de carreira... eu acho que é o momento de colocar no papel como eu estou no momento e aonde quero chegar. Tenho bastante coisa engatilhada já, inclusive algumas músicas do meu DVD que estão para lançar ainda, que eu deixei guardadinhas. Já já vão sair, e estão incríveis. As pessoas vão gostar, com certeza, e elas vão mostrar muito o que foi o Gabriel dentro do programa também.
sexta-feira, 19 de setembro de 2025
.: Música brasileira em luto: Hermeto Paschoal, a humildade do bruxo
Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Foto: divulgação
Impossível dimensionar o que representa a perda de um músico como Hermeto Paschoal, cujo falecimento se deu no último final de semana. Reconhecido em seu meio como um dos maiores instrumentistas do Brasil, ele tinha não só o reconhecimento da crítica especializada como conseguia sempre atrair um numer1oso público, onde quer que se apresentasse com sua competente banda de apoio.
Mas engana-se quem pensa que toda essa idolatria mexeu com a personalidade do bruxo (como era apelidado pelos amigos músicos). Eu mesmo testemunhei um episódio que demonstrou o caráter e a incrível humildade dele. O fato aconteceu na segunda metade dos anos 90, quando eu trabalhava em Itanhaém cobrindo a região do Litoral Sul. Um dia eu entrevistei o músico Itiberê Zwarg (cuja família morava na cidade), que faz parte da banda que acompanhou Hermeto até o final. Ele tinha sido destaque em uma publicação do exterior. Durante essa conversa, perguntei sobre como era a convivência com o Hermeto dentro e fora dos palcos. A resposta foi direta e objetiva: a mais normal possível.
Perguntei se ele achava difícil conseguir uma entrevista por telefone com o Hermeto. E para minha completa surpresa, ele me deu o telefone da casa do célebre músico, que morava no Rio de Janeiro. “Pode ligar e combinar uma data com ele”. No dia seguinte, fiz o que ele me pediu. Liguei para falar com ele e ver uma data para poder fazer a entrevista. O próprio Hermeto atendeu a ligação e disse o seguinte: “Pode perguntar, meu filho, que respondo agora”.
Claro que aproveitei a ocasião e perguntei coisas sobre seu lançamento na época e relembrei sua antológica passagem pelo Festival de Montreux, na Suíça em 1979, que rendeu uma jam session histórica com a Elis Regina. O Bruxo ao piano e a eterna Pimentinha no vocal.
“Ela (Elis) estava um pouco nervosa, porque subimos ao palco sem um ensaio. Foi tudo no improviso mesmo. Mas logo depois ela se sentiu segura e mostrou a grande intérprete que sempre foi”, disse Hermeto. Quando já tinha feito as perguntas, ouvi um piano no fundo da conversa e perguntei se ele estava ouvindo algo. Na verdade, era ele mesmo que estava tocando um piano elétrico e trabalhando em uma composição. Pedi desculpas pelo incômodo involuntário. E nunca esqueci da resposta dele: “Ih rapaz, deixa disso. A conversa foi muito boa. E deixa te mostrar o que fiz agora”. Ouvi o trecho de uma bela música instrumental, ao telefone. E depois pensei: quando é que eu imaginaria que isso seria possível?
A principal imagem que o Hermeto me passou naquele dia foi a de um homem extremamente humilde e simples. Exatamente como o Itiberê tinha descrito. Certamente a música brasileira sentirá a falta dos hermetismos pascoais, em que pese que sua obra permanecerá sempre como uma referência para as demais gerações de músicos.
"Amor Paz e Esperança"
"Asa Branca"
.: Crítica musical: Graziela Medori revela as canções de Valéria Velho
Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Fotos: divulgação
A cantora Graziela Medori está divulgando seu novo álbum: "Revela", dedicado inteiramente às músicas da compositora Valeria Velho, que agora ganha maior visibilidade em um projeto que traduz sua obra em linguagem acessível, contemporânea e cheia de identidade. As canções falam de amor, de encontros, dos afetos, das buscas e das escolhas, sempre com uma delicadeza que não abre mão da força e da personalidade.
Valeria Velho, nascida em Adamantina, interior de São Paulo, compõe desde os 13 anos de idade. Adquiriu seu primeiro violão com suas próprias economias e ainda muito jovem participou de festivais, ganhando alguns deles. Foi exercer sua profissão na área jurídica, dando uma pausa em seus sonhos. Há 12 anos, após se aposentar retornou as atividades junto a música e tem canções registradas por intérpretes como Renato Teixeira, Blubell, Marcio Lugó, e Hugo Rafael entre outros.
Na voz de Graziela Medori, esse repertório ganha vida com leveza, precisão e emoção. “Cantar Valeria é um privilégio. Suas músicas me tocam profundamente e acredito que vão tocar quem ouvir. São canções falam de nós, do nosso tempo, das nossas dores e alegrias, de forma sensível e sofisticada”, declarou a cantora.
Depois de seis álbuns lançados, Graziela ressurge dando espaço dentro da sua discografia, com uma linguagem mais pop e inédita. O álbum passeia por baladas, canções interessantes e faixas que flertam com o pop, sempre mantendo o DNA da MPB como fio condutor.
A produção musical é assinada por João Oliveira, multi-instrumentista, compositor, produtor e arranjador, que entrega uma sonoridade radiofônica e contemporânea, aproximando a obra tanto de ouvintes habituais da MPB quanto de quem busca novas vozes na música brasileira atual.
A faixa título - "Revela" - tem qualidade suficiente para entrar em qualquer trilha de novela da Rede Globo. E o arranjo da faixa "Dádivas" parece ter sido inspirado na clássica "Ilegal Imoral ou Engorda" de Roberto Carlos. Mas sem soar como cópia. Já escrevo há algum tempo sobre a Graziela, que por sinal é filha da cantora Claudya e do músico Chico Medori. É sempre um prazer enorme ouvi-la cada vez mais madura e ciente do que quer como artista na música.
O disco "Revela" chega às plataformas digitais pela produtora e gravadora Kuarup e marca não apenas um novo capítulo na trajetória de Graziela Medori, como também amplia o alcance da obra de Valeria Velho, apresentando-a a novos públicos, reforçando a importância de se dar vez e voz a talentos femininos, mostrando que nunca é tarde para viver os próprios sonhos.
"Revela"
sexta-feira, 12 de setembro de 2025
.: Rick Davies, da banda Supertramp: o sonho acabou
Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Foto: divulgação
"My Kind Of Lady"
.: Ricardo Vilas & Banda Maravilha chega nas plataformas digitais
Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural. Foto: divulgação
quinta-feira, 11 de setembro de 2025
.: Entrevista: ZéVitor desmonta a própria torre para erguer "Imago Mundi”
Um álbum que surge de uma carta de Tarô desmoronando, de violões que carregam fantasmas de outras décadas, de aboios que ecoam como fósseis sonoros e de espaços silenciosos e familiares que só encontram voz na poesia. "Imago Mundi", o trabalho mais recente de ZéVitor, é mais que um conjunto de faixas. O álbum costura tradição viva e memória íntima em busca de um Brasil pessoal, seja ele medieval ou sertanejo, galego ou nordestino, melancólico ou solar, ou tudo isso misturado.
Na live session filmada em plano sequência, o disco se revela sem cortes, como quem encara o risco de ser visto sem máscara. Nesse cenário, ZéVitor reconstrói, arqueólogo e inventor, as peças de um quebra-cabeça cultural que atravessa séculos e territórios. Entre colaborações que vão da voz do pai, o ator e músico Jackson Antunes, à artista galega Antía Muíño, o músico afirma um lugar raro: o de quem não se contenta com a repetição do que já foi ouvido. Nesta entrevista exclusiva ao portal Resenhando.com, ele fala sobre ritos de passagem, tradições que respiram, rebeldias estéticas e tormentas criativas que ainda pedem para virar música.
Resenhando.com - Você colocou seu pai, Jackson Antunes, para declamar versos em “Lira”, uma faixa sobre perdas. Quais silêncios ou segredos familiares ecoam nessa parceria artística?
Resenhando.com - Em “πNeo” você incorpora aboios e sons ancestrais, como se atualizasse uma memória coletiva em loop. Como diferenciar tradição viva de folclore embalsamado?
ZéVitor - Acho que tradição viva é tudo aquilo que respira do passado ao presente… a tradição que serve a comunidade e segue em contextos reais… A tradição viva no meu entendimento pode ser ainda de duas formas: ela mantida como é, para dar longa vida a sua origem e preservação a sua originalidade… e ela transformada na ótica de seu tempo, para que tenha possibilidades de pesquisa em sua expressão. Em diferença, o folclore embalsamado que no meu entendimento desse termo refere-se a uma forma de se tentar preservar algo morto para propósito de exibição… me parece essa coisa fria, numa mera representação de algo um tanto sem vida do que deveria ser aquilo… Troca-se o sangue por formol para evitar o que é desagradável e caber dentro de um ambiente de exposição sem muito interesse real em estabelecer uma ligação profunda…
ZéVitor - Tudo aquilo que um dia se partiu. Porque tudo que quebra a gente recolhe pra levar ou jogar fora. Algumas coisas acabam saindo de forma diferente do que gostaríamos, perdemos tantas coisas pelo caminho… nessa metáfora de aprendermos a lidar com as cicatrizes, todos nós vamos tendo que fazer algo com elas. Sobre a música, talvez ela possa explicar melhor a sua existência do que eu… Acho que ela tem o poder de reconfortar com uma beleza melancólica que no fim tem uma mensagem positiva sobre reconstrução e esperança. Eu escrevi essa música quando estávamos já no processo de feitura do álbum, e todo dia mostrava para o Aureo Gandur, produtor do disco, e tentava mostrar o quão me parecia especial… ela acabou por entrar como a última faixa do disco… lembro que ficamos por duas noites retrabalhado o arranjo dos violões e nessa altura era impossível pensar o trabalho sem a sua presença. É motivo de alegria compartilhar essa canção com Antía Muíño, que trouxe através de sua voz toda a ancestralidade e futuro da cultura galega… essa música nos fez cruzar o oceano e sua estreia foi no Festiletras, um festival na Aldea do Couto à convite de Antía. Conhecer a Galícia, foi ter contato com o próprio conceito do disco, em uma travessia transformadora e profunda. Kintsugi foi escolhida para estar na playlist "O Melhor da Aquarela Brasileira 2024" (Spotify) e fiquei feliz pois é uma oportunidade de mostrar que nossas raízes também podem estar além de nossas fronteiras.
Resenhando.com - Ao dirigir a arte da live e os próprios arranjos, você se colocou em várias frentes criativas. Onde termina o ZéVitor artista e começa o ZéVitor obsessivo?
Resenhando.com - Você reúne em um mesmo projeto a cultura galega, sertaneja, nordestina, medieval e pop. Isso é curadoria pessoal ou rebeldia estética?




























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