sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

.: Exposição "Oficina Molina - Palatnik" em cartaz no Sesc Avenida Paulista


Oficina Molina Palatnik, na praça do Sesc Avenida Paulista | Créditos: Julia Parpulo

Dois artistas conectados pelo apreço ao lúdico e pelo prazer da invenção - assim são Abraham Palatnik (1928 - 2020) e Mestre Molina (1917 - 1998), nomes emblemáticos da história da arte brasileira que integram o Acervo Sesc de Arte. Um diálogo entre suas produções artísticas está sendo exibido ao público na mostra inédita "Oficina Molina - Palatnik", em cartaz até o dia 27 de março no Sesc Avenida Paulista .

Com curadoria da equipe do Sesc São Paulo, neste encontro, o diálogo poético entre as obras de diferentes épocas da trajetória de Palatnik e Molina, artistas que compartilham um mesmo período histórico, evidencia que a ação de um objeto no espaço e no tempo, o movimento, é matéria plástica de inegável qualidade sensível.

"Representantes de vertentes artísticas tidas, de um lado, como popular e, de outro, como erudita, tanto Molina como Palatnik ocupam papel de destaque no Acervo Sesc de Arte. Se há patentes dessemelhanças entre seus processos de criação, percebe-se, todavia, que os dois artistas mobilizaram seus repertórios e universos culturais em prol de singulares sínteses moto-construtivas", reflete Danilo Santos de Miranda, Diretor Regional do Sesc São Paulo. 

"O encontro entre as geringonças de Molina e os objetos cinéticos de Palatnik revela surpreendentes relações. Valendo-se de recursos e vocabulários específicos, suas criações evidenciam que a atividade espaço-temporal de construtos plásticos é hábil em gerar efeitos sensíveis próprios à experiência estética. A exposição Oficina Molina-Palatnik propõe um diálogo aberto entre esses legados, reiterando a vocação propositiva das políticas colecionista, expositiva e educativa da instituição", completa.

O público pode visitar a exposição gratuitamente de terça a sexta, das 15h às 21h, e aos sábados, das 10h às 14h, mediante agendamento prévio pelo site sescsp.org.br/avenidapaulista. As visitas têm duração máxima de 45 minutos e o uso de máscara facial é obrigatório para todas as pessoas, durante todo o período.

Uma poética do movimento
Um dos pioneiros da arte cinética no Brasil, Abraham Palatnik - que faleceu em maio deste ano, de Covid-19 - marcou a arte moderna no país ao inserir o movimento mecânico e luz em uma obra apresentada na primeira Bienal de São Paulo. Engenheiro de formação, seu interesse pelas possibilidades criativas das máquinas evocava, por meio de sua produção artística, a relação entre arte e tecnologia.

Entre os destaques da exposição, figuram obras da icônica série Objetos Cinéticos que o artista passou a criar a partir de 1964. São trabalhos como Objeto Cinético KK-7 (1966/2007) - que integra o Acervo Sesc de Arte - , Objeto Cinético CK-8 (1966/2005) e Objeto Cinético P-28 (1971/2000), compostas por esferas coloridas que remetem planetas em órbita e se movimentam de maneira lenta, acionadas por motores e, em alguns casos, por eletroímãs.

Um inventor incansável, Manuel Josette Molina passou mais de vinte anos perambulando por regiões diversas do Brasil. Ficava pouco tempo nos locais, não tinha morada fixa e se locomovia a pé, de trem ou nos caminhões que recrutavam pessoas pelo caminho para trabalho na lavoura. Só começou a produzir suas obras aos 52 anos de idade, produzindo bancadas - geringonças, como ele mesmo chamava - que hoje são algumas das mais importantes obras da tradição brasileira de bonecos animados.

Tornou-se Mestre Molina após sua primeira exposição no Sesc Santos, em 1974, e foi quando se entendeu como artista. Suas invenções trazem o olhar quase pueril típico de um criador de brinquedos. São trabalhos produzidos com objetos rústicos como madeiras, latas, borrachas e cordas, até materiais sofisticados como silicone, gesso e tecidos especiais, que convidam pessoas de todas as idades a refletir de forma singela o cotidiano nacional.

Em "Oficina Molina - Palatnik", o público poderá ver de perto um conjunto de sete obras de Molina. São trabalhos que integram o Acervo Sesc de Arte, como "A Vida de Cristo", obra com 7,5m no qual o artista representa os momentos da vida de "Cristo, Bar Novo" (sem data), "Marcenaria Natal" (1969 - 1974) e "Palácio dos Fantasmas" (1969 - 1974), além de duas vitrines com peças desenvolvidas pelo artista.

Sobre os artistas
Abraham Palatnik nasceu em Natal (RN), em 1928, e faleceu no Rio de Janeiro (RJ), em 2020, aos 92 anos. Seu interesse pelas possibilidades criativas das máquinas evoca a relação entre arte e tecnologia. A formação em engenharia contribuiu para que desenvolvesse investigações técnicas focadas na experimentação com o movimento e a luz: assim surgem Aparelhos Cinecromáticos, Objetos Cinéticos, Lúdicos e Rotativos, Relevos Progressivos, Campos Magnéticos, e tantas outras criações.

Em 70 anos de carreira, Palatnik participou de diversas exposições no Brasil e no exterior, incluindo oito edições da Bienal de São Paulo, Brasil (1951-1969), e a 32ª La Biennale di Venezia, Itália (1964). Suas obras estão nas coleções de museus como o de Arte Moderna de Nova York ( MoMA ) e de Arte Moderna de São Paulo ( MAM ). Atualmente o Acervo Sesc de Arte conta com duas obras do artista em sua coleção, trabalhos que ficam em exposição permanente no oitavo andar do Sesc Avenida Paulista.

Manuel Josette Molina nasceu Bocaina (SP), em 1917, e faleceu em São Paulo (SP), em 1998. Durante mais de vinte anos, perambulou muito pelo Brasil. Permanecia pouco tempo nos locais, não tinha moradia fixa e se locomovia a pé, de trem ou nos caminhões que recrutavam pessoas pelo caminho para trabalho na lavoura. Só começou a produzir suas obras aos 52 anos de idade, produzindo bancadas - geringonças, como ele mesmo apelidou - repletas de figuras artesanais feitas com enorme diversidade de materiais que se movem por meio de engrenagens e motores elétricos

Tornou-se o Mestre Molina após sua primeira exposição no Sesc Santos em 1974, quando se entendeu como artista. Em 1985 foi contratado pelo Sesc Pompeia, onde permaneceu disseminando a arte popular até o final de seus dias. O Acervo Sesc de Arte mantém 25 obras do artista.

Orientações de segurança para visitantes
O Sesc São Paulo retoma, de maneira gradual e somente por agendamento prévio online, a visitação gratuita e presencial a exposições em suas unidades na capital, na Grande São Paulo, no interior e no litoral. Para tanto, foram estabelecidos protocolos de atendimento em acordo com as recomendações de segurança do governo estadual e da prefeitura municipal.

Para diminuição do risco de contágio e propagação do novo coronavírus, conforme as orientações do poder público, foram estabelecidos rígidos processos de higienização dos ambientes e adotados suportes com álcool em gel nas entradas e saídas dos espaços. A capacidade de atendimento das exposições foi reduzida para até 5 pessoas para cada 100 m², com uma distância mínima de 2 metros entre os visitantes e sinalizações com orientações de segurança foram distribuídas pelo local.

A entrada na unidade será permitida apenas após confirmação do agendamento feito no portal do Sesc São Paulo. A utilização de máscara cobrindo boca e nariz durante toda a visita, assim como a medição de temperatura dos visitantes na entrada da unidade serão obrigatórias. Não será permitida a entrada de acompanhantes sem agendamento. Seguindo os protocolos das autoridades sanitárias, os fraldários das unidades seguem fechados nesse momento e, portanto, indisponíveis aos visitantes.

Serviço:
"Oficina Molina - Palatnik"
Local:
Sesc Avenida Paulista
Período expositivo: até 27 de março de 2021
Funcionamento: terça a sexta, das 15h às 21h, e aos sábados, das 10h às 14h
Tempo de visitação: 30 minutos
Agendamento de visitas: https://www.sescsp.org.br/avenidapaulista
Classificação indicativa:
livre
Grátis
Para agendamentos de grupos de até 10 pessoas ou atividades educativas online
educativo.avenidapaulista@sescsp.org.br
Sesc Avenida Paulista - Avenida Paulista, 119, Bela Vista
Sesc Avenida Paulista nas redes sociais: Facebook, YouTube, Twitter e Instagram/@sescavpaulista

.: MAPFRE patrocina exposição inédita do fotógrafo Nicholas Nixon


MAPFRE patrocina exposição inédita do fotógrafo Nicholas Nixon. Mostra acontece de 22 de janeiro a 18 de abril no Instituto Tomie Ohtake e tem entrada franca. Foto: Coleções Fundación MAPFRE. © Nicholas Nixon

Como parte de suas ações de incentivo à cultura e à arte, a MAPFRE traz ao Brasil, pela primeira vez, um conjunto da produção do premiado fotógrafo Nicholas Nixon (1947, Detroit, Michigan, EUA). Viabilizada com acervo da Fundación MAPFRE e em colaboração com o Instituto Tomie Ohtake, a mostra tem curadoria de Carlos Gollonet, chefe de fotografia e obras da fundação espanhola.

A exposição apresenta 181 imagens divididas em nove núcleos que indicam a notabilidade do artista em retratos e fotografia documental: As Irmãs Brown, Cidades, Varandas, Idosos, Aids, Casais, Família / Casa, Retratos, Fotos Recentes. O premiado fotógrafo norte-americano explora o retrato desde a década de 70, centrando-se em temas como envelhecimento, família, afeto, cumplicidade e solidão. Embora mais conhecido pelo trabalho As irmãs Brown, em que registrou ano a ano um grupo de quatro mulheres, Nixon criou várias outras séries também reconhecidas por revelar justamente o que não se vê: a humanidade e a emoção contida em expressões de idosos residentes em asilos, pacientes soropositivos, casais, grupo de pessoas, além de vistas primorosas de cidades.

"O patrocínio a essa belíssima exposição reitera o nosso compromisso social, uma vez que democratiza o acesso à cultura - tão importante para a formação e transformação da sociedade", destaca Fernando Pérez-Serrabona, ceo da MAPFRE Brasil.

Atividades integradas
A exposição será acompanhada de uma série de atividades educativas, como visitas mediadas, encontros exclusivos para professores, além de uma publicação sobre a obra de Nicholas Nixon e sua relação com temas sociais que podem ser abordados em sala de aula junto aos estudantes. A mostra contará também com recursos de acessibilidade, como videolibras e audiodescrição de algumas obras.

Exposição: Nicholas Nixon - Coleções Fundación MAPFRE
De 22 de janeiro a 18 de abril
Terça a domingo, das 12h às 17h - entrada franca
Conversas online sobre as exposições
Apresentação e diálogo sobre as mostras em cartaz no Instituto Tomie Ohtake.
Indicadas para maiores de 15 anos em grupos de até 20 pessoas, com duração média de uma hora.
Horários:
terças e quintas, 10h e às 14h, realizadas pela plataforma ZOOM.
Informações e inscrições pelo e-mail: participacao@institutotomieohtake.org.br

Conversas presenciais nas exposições
Mediante agendamento, para grupos familiares com até quatro participantes.
Duração média de 40 minutos.
Horários: sextas e sábados, às 14h
Informações e inscrições pelo e-mail: participacao@institutotomieohtake.org.br

Medidas de segurança / visitação: obrigatório uso de máscara / Medição de temperatura / Tapetes sanitizantes / Álcool em gel disponível em diversos pontos / Distanciamento mínimo de 1,5m entre os visitantes / controle de público, de duas a dez pessoas, dependendo da sala / percurso único / guarda-volumes desativado.

Instituto Tomie Ohtake
Av. Faria Lima 201 (Entrada pela Rua Coropés 88) - Pinheiros SP
Metrô mais próximo - Estação Faria Lima/Linha 4 - amarela
Telefone: (11) 2245-1900

Sobre a MAPFRE
No País desde 1992, a MAPFRE é um grupo multinacional que forma uma das maiores companhias de prestação de serviços nos mercados segurador e financeiro. Sólida e inovadora, está presente nos cinco continentes e conta com mais de 35 mil colaboradores. Em 2019, suas receitas atingiram cerca de 27 bilhões de euros. Especialista em suas áreas de negócio, atua no Brasil em seguros, investimentos, consórcios, capitalização, previdência e assistência a residência e veículos. A companhia adota compromissos internacionais como os Princípios para a Sustentabilidade em Seguros (PSI) e integra o Pacto Global da ONU (Organização das Nações Unidas). Também mantém a Fundación MAPFRE, instituição sem fins lucrativos, que promove e investe em pesquisas, estudos e atividades de interesse geral da população. Mais informações em https://www.mapfre.com.br.

Sobre a Fundación MAPFRE
Com sede na Espanha e atuação em 31 países, a Fundación MAPFRE é uma instituição sem fins lucrativos, que tem o objetivo de promover, fomentar e investir em pesquisas, estudos e atividades de interesse geral da população. No Brasil atua para disseminar valores, promover o acesso à informação, cultura e visa contribuir com o bem-estar da sociedade, apoiando e desenvolvendo iniciativas nas áreas de Ação Social, Prevenção e Segurança Viária, Seguro e Previdência Social, Promoção da Saúde e Cultura. Em 2019, suas iniciativas impactaram mais de 3,4 milhões de brasileiros. Site: https://www.fundacionmapfre.com.br.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

.: A exuberante edição em quadrinhos de "Duna" chega ao Brasil


"Duna"
, de Frank Herbert, Brian Herbert, Kevin J. Anderson, Raúl Allén e Patricia Martín. Clássico considerado um dos pilares da ficção científica, que terá nova adaptação para o cinema, ganha exuberante edição em quadrinhos.

Lançado originalmente em 1965, "Duna" se tornou um marco da ficção científica moderna. Escrita por Frank Herbert, a série literária foi referência para clássicos como Star Wars e soma mais de 20 milhões de exemplares vendidos. Com uma narrativa pujante, que une fantasia, aventura, política e religião, a saga continua atual e até hoje serve de inspiração para muitos autores. 

Em janeiro de 2021, a Intrínseca lança o primeiro volume da belíssima série de graphic novels que aborda a luta pelo poder em um planeta desértico. Para outubro, está programada a aguardada estreia da nova adaptação cinematográfica da obra, dirigida por Denis Villeneuve, diretor de "A Chegada", com Timothée Chalamet, de "Me Chame pelo Seu Nome", no elenco.

A história se passa num futuro distante, numa sociedade feudal interestelar, na qual a casa Atreides, liderada pelo duque Leto, se prepara para uma jornada. O destino é o planeta desértico de Arrakis, também conhecido como "Duna", um lugar cercado de mistérios e perigos, a única fonte da substância mais valiosa do cosmos. 

O duque precisará se aliar aos nativos, os fremen, se quiser impedir que a casa Harkonnen assuma o controle do planeta. É lá também que seu filho, Paul, conhecerá seu destino. O jovem pode ser a chave para um plano traçado há séculos e uma peça importante no jogo de poderes do império. Adaptado com maestria por Brian Herbert, filho do autor, e por Kevin J. Anderson, este primeiro volume conta com as cores vibrantes das artes de Raúl Allén e Patricia Martín.

Com um universo extremamente complexo e bem desenvolvido, o livro de Frank Herbert extrapola os limites da ficção científica ao explorar temas atuais, como a desigualdade social, as guerras políticas e o desequilíbrio ambiental. Com uma narrativa inovadora, a obra, vencedora do Hugo Award e do Nebula Award, os prêmios mais relevantes do gênero, segue conquistando milhares de fãs pelo mundo.

Frank Herbert (1920-1986) foi um escritor de ficção científica conhecido por seu livro "Duna" e suas cinco sequências. Apesar de nunca ter obtido um diploma universitário, Herbert se tornou famoso por suas obras de ficção científica. Até hoje, "Duna" é uma das mais admiradas obras do gênero, considerada o arquétipo de toda ficção científica que a sucedeu. 

Brian Herbert, filho de Frank Herbert, escreveu a biografia do pai, Dreamer of Dune [O sonhador de Duna]. Brian também colaborou com o autor Kevin J. Anderson para escrever diversas sequências e prequels para a obra-prima de seu pai, sendo que todas entraram na lista de mais vendidos do The New York Times. 

Kevin J. Anderson é um autor de ficção científica americano com mais de cinquenta best-sellers. Escreveu spin-offs de Star Wars, StarCraft e Arquivo X. Com Brian Herbert, é coautor da série de prequels de "Duna". Mora no Colorado com a esposa. 

Raúl Allén é um artista e diretor que mora em Valladolíd, na Espanha. Allén já trabalhou para a Marvel Comics, para a Valiant e para a DC Comics junto a escritores como Matt Fraction, Jeff Lemire, Matt Kindt e Peter Milligan. Como ilustrador, trabalhou com Quentin Tarantino e seu trabalho já apareceu em publicações como Playboy, Rolling Stone, The New York Times e The Wall Street Journal.  

Patricia Martín é letrista, desenhista de quadrinhos e ilustradora. Foi indicada a diversos prêmios Harvey. Nos últimos quatro anos, trabalhou em Mulher-Maravilha com Steve Orlando, Bloodshot Reborn com Jeff Lemire, Ninjak com Matt Kindt, e Secret Weapons com o artista Raúl Allén e o escritor Eric Heisserer. Ela mora na Espanha.

Você pode comprar "Duna", de Frank Herbert, Brian Herbert, Kevin J. Anderson, Raúl Allén e Patricia Martín, neste link.

Tradução: Ulisses Teixeira
Páginas: 176
Editora: Intrínseca

.: "Meu Pai", protagonizado por Anthony Hopkins e Olivia Colman, estreia dia 11

Protagonizado pelos ganhadores do Oscar Anthony Hopkins e Olivia Colman, "Meu Pai" estreia dia 11. A direção é assinada pelo dramaturgo francês Florian Zeller, com roteiro baseado em sua peça premiada, e adaptada por Christopher Hampton.

“O melhor filme sobre as dores do envelhecimento desde ‘Amor’”, é assim que a crítica da revista The Hollywood Reporter define o longa-metragem "Meu Pai", dirigido pelo dramaturgo francês Florian Zeller, roteirizado a partir de sua peça, ganhadora do prêmio Molière, na França. Anthony Hopkins (“O Silêncio dos Inocentes”) e Olivia Colman (“A Favorita”) protagonizam como pai e filha. O texto foi traduzido para o inglês pelo premiado dramaturgo Christopher Hampton (“Ligações Perigosas”, “Desejo e Reparação”), que assina o roteiro com Zeller.  

Ao centro de "Meu Pai" está a relação entre Anthony e sua filha, Anne. Ele, aos 81 anos, vive sozinho em um apartamento em Londres, e recusa a ajuda de enfermeiros e cuidadores que ela tenta impor. Quando ela resolve se mudar para Paris com seu companheiro, surge um impasse, como o pai ficará completamente sozinho? Nesse mesmo, momento, o homem começa a duvidar se ela realmente o ama e da sua própria sanidade.

Zeller, que estreia na direção de cinema, descreve o filme “como uma espécie de suspense, que convida o público a construir a narrativa, como eu fiz no teatro. Eu queria que o público se sentisse próximo aos personagens”. Na adaptação de sua própria peça, ele aponta que “o cinema e o teatro nos lembram que somos parte de algo maior que nós mesmos. Apesar das qualidades labirínticas do original, há uma sensação de alegria na peça que eu queria manter no filme”.

Hampton confessa que quando viu a peça pela primeira vez, na França, foi um impacto, e explica que “'Meu Pai' procura formas artísticas de apresentar como a demência afeta as pessoas ao redor do paciente – aqueles que sofrem os efeitos disso. E gosto de ressaltar que o roteiro também é divertido”. O produtor do filme David Parfitt (“A Espiã Vermelha”) , define o longa “uma comédia de humor negro”.

Para Zeller, Hopkins sempre foi a primeira opção de ator para o papel-central na adaptação de sua peça para o cinema. No teatro, o papel já foi interpretado por Robert Hirsch, Frank Langella, e Fulvio Stefanini, no Brasil. “Eu tinha a profunda certeza de que Hopkins seria poderoso e devastador no papel”. O ator, que foi apresentado a Zeller por Hampton, com quem trabalhou algumas vezes, confessa que ficou lisonjeado pelo convite. “Foi maravilhoso saber que escreveram o roteiro me imaginando como o personagem. Nesse caso, foi uma honra. E trabalhar nesse filme, me fez pensar em minha própria mortalidade. Foi muito divertido, no set, memorizar as conversas e diálogos. De certa forma, quando as câmeras estavam rodando, nem precisava atuar”.

Colman, por sua vez, confessa que trabalhar com Hopkins foi um prazer. “Ele é muito divertido. Ficávamos o tempo todo conversando, e quando diziam ‘Ação!’, ele já estava no personagem. E eu concordo com ele quando diz que temos muita sorte de trabalhar nesse filme”. A atriz conta que ficou tocada quando leu o roteiro. “Eu amo essa história. É uma das coisas mais bonitas já escritas sobre o assunto. O roteiro realmente mostra o que deve ser viver com uma pessoa portadora de Alzheimer, quando há momentos de clareza misturados com outros obscuros. Anne quer cuidar do pai, mas também precisa tocar a sua vida. Ela precisa tomar decisões muito sérias”.

Para os produtores David Parfitt, Philippe Carcassonne e Jean-Louis Livi, o sucesso da adaptação da peça está na clareza da visão de Zeller. “Florian tem a habilidade extraordinária de se adaptar a qualquer circunstância em que se encontra. Ele demonstra uma resiliência que sabemos ser essencial para o desenvolvimento do filme e para atrair o elenco britânico. O trabalho no set foi muito confortável. Não nos preocupava a falta de experiência dele como diretor de cinema. Acredito que o importante é a vivência dos personagens que você vê”, explica Carcassonne. "Meu Pai" será lançado no Brasil pela Califórnia Filmes.

Sinopse
Anthony tem 81 anos de idade. Ele mora sozinho em seu apartamento em Londres, e recusa todos as enfermeiras que sua filha, Anne, tenta impor a ele. Mas isso se torna uma necessidade maior quando ela resolve se mudar para Paris com um homem que conheceu há pouco, e não poderá estar com pai todo dia. Fatos estanhos começam a acontecer: um desconhecido diz que este é o seu apartamento. Anne se contradiz, e nada mais faz sentido na cabeça de Anthony. Estaria ele enlouquecendo, ou seria um plano de sua filha para o tirar de casa? 

Ficha Técnica
Direção:
Florian Zeller
Roteiro: Christopher Hampton e Florian Zeller, baseado na peça dele
Produção: David Parfitt, Jean-Louis Livi e Philippe Carcassonne
Elenco: Anthony Hopkins, Olivia Colman, Mark Gatiss, Olivia Williams, Imogen Poots, Rufus Sewell
Direção de fotografia: Ben Smithard       
Desenho de produção: Peter Francis
Montagem: Yorgos Lamprinos       
Gênero: drama
País: Inglaterra, França
Ano: 2020
Duração: 97 minutos

Trailer de "Meu Pai": 


.: Diário de uma boneca de plástico: 21 de janeiro de 2021

Querido diário,

Conclui algo que é tão, tão certeiro quando pensamos nas redes sociais: foi por elas que conhecemos, de fato, quem são os outros e, o principal, se são amigos realmente ou passageiros de nossas vidas. 

Na época do Orkut o legal era aceitar todo mundo, lotar um perfil e ostentar o perfil 2. Interagir com todos. 

Essa história de aceitar todo mundo no Facebook mudou um pouco e, no Instagram inverteu geral. Lá o negócio é ser seguido e não seguir, pois todos - ABSOLUTAMENTE TODOS- se acham influencers. Daí, como perceberam essa postura, passaram a dar unfollow.

E mesmo os que conhecia lá do Orkut, após anos seguindo... o unfollow também veio. 

Então, penso, é por eu não interagir mais? É?

É... eu cansei de interagir com quem não interage, né!? Cansei de dar like, comentar e... Não que faça para ter de volta, mas... cansa esse tipo de relação. A brincadeira para ser legal precisa acontecer dos dois lados. 

Em meio a amizades desfeitas e unfollows surpreendentes... a verdade é que sabemos quem está conosco, de verdade, e quem só pintou ali por puro interesse. 

O mais maluco é... interesse em quê?! Mistério!!

Beijinhos pink cintilantes e até amanhã,

Donatella Fisherburg

Foto do meu ensaio fotográfico "Hello": photonovelas.blogspot.com/2016/05/hello.html



.: Exposição "Países Espelhados": encontros culturais entre Brasil e África


Mostra reflete sobre similaridades entre o Brasil e cinco países de língua portuguesa da África. Esculturas de pau preto dos Makonde (Moçambique), Panus di Penti da Guiné Bissau, as psilhelekedane do artista moçambicano Dino Jehtá e o artesanato teçume do povo Sateré-Mawé (Amazônia, Brasil), além de vídeos com depoimentos dos artistas, integram a exposição. Tecidos feitos em tear manual com tiras de panos: à esquerda, Brasil, à direita, Moçambique | Lena Trindade e Lucas Moura

Refletir sobre as semelhanças e trocas culturais entre o Brasil e os cinco países africanos que também foram colonizados por portugueses: Angola, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe. Este é o fio que conduz a exposição Países Espelhados: objetos, imagens, sabores, memórias: encontros culturais entre o Brasil e nações africanas de língua portuguesa, mostra inédita que está em cartaz até o dia 27 de fevereiro no Sesc Consolação. Com curadoria do designer Renato Imbroisi, a exposição reúne imagens, objetos de arte e artesanato, produção têxtil, esculturas e criações literárias destes seis países.

A mostra, que teve sua abertura adiada devido às restrições impostas pela pandemia de Covid-19, pode ser visitada gratuitamente pelo público de terça a sexta, das 15h às 21h, e aos sábados, das 10h às 14h, mediante agendamento prévio pelo site sescsp.org.br/consolacao. A permanência máxima na unidade é de 60 minutos e o uso de máscara facial é obrigatório para todas as pessoas durante toda a visita.

A exposição reforça a potência dos intercâmbios culturais e promove o respeito às diferenças - valores que dialogam com o propósito do Sesc São Paulo. Por meio de "Países Espelhados - Objetos, Imagens, Sabores, Memórias: encontros Culturais entre o Brasil e Nações Africanas de Língua Portuguesa", a instituição reforça seu compromisso em incentivar a difusão de expressões artísticas que contribuem para provocar reflexões e ações na construção de sociedades mais justas e solidárias.

Um dos objetivos da mostra é celebrar os traços comuns entre esses povos distantes e revelar a alegria de se reconhecer no outro. Um mapa na parede da entrada do Sesc Consolação indica a localização de cada país que integra a exposição e traz uma descrição sucinta de elementos de sua história e cultura que se relacionam com as peças exibidas no espaço.

Esculturas de pau preto dos Makonde (Moçambique), Panus di Penti da Guiné Bissau, as psilhelekedane do artista moçambicano Dino Jehtá e o artesanato teçume do povo Sateré-Mawé (Amazônia, Brasil), além de vídeos com depoimentos dos artistas, integram a exposição. O cotidiano dos mercados também estará contemplado na mostra por meio de fotografias e objetos/ obras.

Renato Imbroisi, curador da mostra e coautor do livro "Lá e Cá - Trocas Culturais entre o Brasil e Países Africanos de Língua Portuguesa" (Editora Senac), escrito com Maria Emilia Kubrusly, observou a percepção da proximidade cultural do Brasil com países da África há 17 anos, quando foi a Moçambique pela primeira vez para organizar uma escola de artes para jovens na aldeia de Maciene.

Uma das primeiras peças que viu nessa viagem foi um tecido feito em tear manual com tiras de capulanas (nome local para os coloridos panos africanos), que lhe remeteu imediatamente à tecelagem manual praticada no povoado rural do Muquém, em Minas Gerais, com tiras cortadas do também colorido chitão, tecido bem brasileiro.

A partir daí, em muitas viagens anuais para Moçambique e outros países africanos de língua portuguesa onde trabalha, Imbroisi manteve olhar atento a proximidades e distâncias: as tramas em palha da palmeira piaçava tingida em cores vivas no litoral Norte da Bahia e a cestaria feita com espécie semelhante de palmeira, também coloridíssima, no litoral Norte de Cabo Delgado, em Moçambique; os grafismos da cestaria tradicional dos povos baniwa, da Amazônia, e os desenhos semelhantes produzidos por uma cesteira de São Tomé e Príncipe; os chamados panus di terra, de Cabo Verde, que remetem ao tradicional pano da costa, da Bahia; as esculturas em mafurreira, madeira leve de Moçambique, que reproduzem, em miniatura, cenas cotidianas, e a modelagem em argila do Mestre Vitalino e gerações de seguidores de seu estilo na cerâmica figurativa do Nordeste, entre muitas outras descobertas e constatações.

Na mostra, peças feitas por artesãos destes seis países serão apresentadas, assim como fotografias de paisagens e cenas dos países de seus autores, de suas obras e dos locais onde vivem. O curador reforça que o público será instigado a refletir sobre uma semelhança que, justamente por não ser idêntica, revela a pluralidade cultural.

"É comum para nós, brasileiros, sermos surpreendidos ao desembarcar nestes países, até pelo jeito de falar português, diferente do nosso e do de Portugal também. Há uma sensação de reconhecimento, a impressão de estar perto de casa, ou de já ter visto alguma coisa dali, vivido situação semelhante. Ao mesmo tempo, a diversidade cultural traz admiração e o prazer de se deparar com algo novo, com identidade própria definida, diferente de nós e, por isso mesmo, encantador", pontua Renato Imbroisi.

Orientações de segurança para visitantes
O Sesc São Paulo retoma, de maneira gradual e somente por agendamento prévio online, a visitação gratuita e presencial a exposições em suas unidades na capital, na Grande São Paulo, no interior e no litoral. Para tanto, foram estabelecidos protocolos de atendimento em acordo com as recomendações de segurança do governo estadual e da prefeitura municipal.

Para diminuição do risco de contágio e propagação do novo coronavírus, conforme as orientações do poder público, foram estabelecidos rígidos processos de higienização dos ambientes e adotados suportes com álcool em gel nas entradas e saídas dos espaços. A capacidade de atendimento das exposições foi reduzida para até 5 pessoas para cada 100 m², com uma distância mínima de 2 metros entre os visitantes e sinalizações com orientações de segurança foram distribuídas pelo local.

A entrada na unidade será permitida apenas após confirmação do agendamento feito no portal do Sesc São Paulo. A utilização de máscara cobrindo boca e nariz durante toda a visita, assim como a medição de temperatura dos visitantes na entrada da unidade serão obrigatórias. Não será permitida a entrada de acompanhantes sem agendamento. Seguindo os protocolos das autoridades sanitárias, os fraldários das unidades seguem fechados nesse momento e, portanto, indisponíveis aos visitantes.

Serviço:
"Países Espelhados - Objetos, Imagens, Sabores, Memórias: encontros Culturais entre o Brasil e Nações Africanas de Língua Portuguesa"
Local:
Sesc Consolação
Curadoria: Renato Imbroisi
Período expositivo: até 27 de fevereiro de 2021
Funcionamento: terça a sexta, das 15h às 21h, e aos sábados, das 10h às 14h
Tempo de visitação: até 60 minutos
Agendamento de visitas: https://www.sescsp.org.br/consolacao
Classificação indicativa: livre
Grátis
Sesc Consolação -
Rua Dr. Vila Nova, 245, Vila Buarque.
Outras informações: (11) 3234-3000
Transporte Público: Estação Mackenzie do Metrô - Linha 4 - Amarela
sescsp.org.br/consolacao

.: Livro com prefácio de Mateus Solano sobre capitalismo selvagem

Prefaciado pelo ator e ambientalista Mateus Solano, o livro do professor especializado em gestão de organizações sociais Maron Abi-Abib mescla sociologia e política para propor o capitalismo social, um novo modelo capaz de mudar o Brasil


"Capitalismo social", do professor Maron Emile Abi-Abib, discute os graves problemas causados pelo capitalismo selvagem e revela um modelo alternativo de capitalismo capaz de mudar o Brasil. Para isso, o autor apresenta os resultados de uma abrangente pesquisa bibliográfica e analisa praticamente todos os acordos e tratados internacionais firmados no âmbito da ONU que visaram à redução das desigualdades, à preservação do meio ambiente e à paz social.

O autor inicia sua pesquisa com uma viagem à segunda metade do século XIX, época em que ocorreu a primeira implantação de um Estado de bem-estar social na Alemanha como alternativa ao liberalismo econômico e ao socialismo. Porém, como relembra Abi-Abib na obra publicada pela Editora Albatroz, esse modelo teve vida relativamente curta, já que, 100 anos depois, o neoliberalismo se tornou hegemônico no mundo e as políticas de bem-estar social perderam força.

Além de argumentar que outro tipo de capitalismo é possível, Maron aponta o que é preciso fazer para desobstruir tudo o que atrasa o combate às desigualdades extremas. Ele sugere diversos caminhos para um capitalismo democrático e propõe a erradicação do falso capitalismo, aquele que não tem compromisso com um mercado sustentável convergente com um consumo regrado. E põe o dedo na ferida:


[...] as mazelas sociais, econômicas e políticas em solo brasileiro são reflexos, em grande medida, de uma parte desfigurada do capitalismo que aqui se pratica. É aquele capitalismo de compadrio, que se afastou do preconizado pela escola clássica, que utiliza vários estratagemas para garantir seus negócios livres de riscos e que para isso não tem o menor pudor em utilizar meios ilícitos, os quais passam pela manipulação do Estado. Os dolos perpetrados por parcela do capitalismo nacional impedem que o mercado evolua e se torne mais competitivo.


Ao mesclar política, economia, sociologia e história, Abi-Abib leva aos leitores uma verdadeira lição de humanidade, uma singular e bem-sucedida iniciativa de promoção social e cultural realizada pelo chamado "Sistema S". Dessa maneira, a obra reforça a relação entre governo e empresariado nas ações de reconstrução do Estado de bem-estar social em prol da melhor qualidade de vida para o trabalhador e suas famílias. Você pode comprar "Capitalismo social: O que é? Como adotar? Por que ele pode mudar o Brasil?", de Maron Emile Abi-Abib, aqui: amzn.to/3bV6Svm


Ficha Técnica:

Título: Capitalismo social: O que é? Como adotar? Por que ele pode mudar o Brasil?

Autor: Maron Emile Abi-Abib

Editora: Albatroz

ISBN: 978-85-7145-250-3

Formato: 15,8 x 23 cm

Páginas: 495 

Preço: R$ 78,00 

Link de venda do livro: amzn.to/3bV6Svm

Sobre o autor: Maron Emile Abi-Abib é administrador, contador e professor com especialização em gestão de organizações sociais. Ao longo de sua vida profissional, teve como missão, entre outras, planejar, organizar, implantar e administrar unidades voltadas para a área social. À sua formação de administrador agregou conhecimentos que o credenciaram a atuar em empreendimentos no âmbito da educação, cultura, saúde, nutrição, hotelaria, turismo, lazer esportivo e recreativo e meio ambiente. Pautou-se sempre por linhas filosóficas que buscam, na gestão das organizações, garantir o diálogo e a democratização das estruturas de poder como estratégias para o crescimento humano ao lado do crescimento dos negócios. Seus trabalhos técnicos na gestão de empresas implicaram permanente investimento no desenvolvimento dos recursos humanos. Preservar a autoestima em alta e o sentimento de utilidade ou responsabilidade social, fatores inerentes ao ser humano, foi ponto vital de sua atenção em gestão de empresas, notadamente aquelas dedicadas ao bem-estar social. Dos 50 anos de atuação no Departamento Nacional do Sesc, foi diretor geral, cargo executivo máximo da entidade, entre 2003 e 2015. Também atuou na Confederação Nacional do Comércio durante quase um ano.

.: "Minha irmã" estreia em janeiro e pode concorrer ao Oscar 2021


Lisa desistiu de suas ambições como dramaturga em Berlim e se mudou para a Suíça com os filhos e o marido, que dirige uma escola internacional lá. Quando seu irmão gêmeo Sven, um ator que é estrela do teatro em Berlim, adoece com leucemia, Lisa retorna à capital alemã.

O filme "Minha irmã" foi destaque na programação da 44ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e é o represente da Suíça para concorrer a uma vaga ao Oscar 2021 na categoria de melhor filme estrangeiro.

Filme: Minha irmã

Título Original: My Little Sister | Schwesterlein

Alemanha – Suíça | 2020 | 99 min. | Drama | 14 anos

Direção: Stéphanie Chuat, Véronique Reymond

Roteiro: Stéphanie Chuat, Véronique Reymond

Elenco: Nina Hoss, Lars Eidinger, Marthe Keller, Jens Albinus, Thomas Ostermeier

Distribuição: A2 Filmes



quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

.: Resenha crítica de "Pinóquio" em live-action, com Roberto Benigni

Quanto maior a mentira, mais sombria a verdade


Por: Mary Ellen Farias dos Santos*


"Pinóquio", com Roberto Benigni ("A Vida É Bela"), a nova produção cinematográfica italiana que estreia nos cinemas dia 21 de janeiroadapta, pela primeira vez em formato live-action, romance "As Aventuras de Pinóquio", escrito por Carlo Collodi, é conceitual e longe de querer ser um blockbuster. A produção com direção de Matteo Garrone ("Gomorra", "Dogman"), cineasta vencedor do Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes, passa longe de gracejos e cores vibrantes. 

Diferente, a produção desenvolve o longa de 125 minutos priorizando a história original dmenino de madeira. No novo "Pinóquio", o solitário marceneiro Gepeto (Roberto Benigni, que também dirige o longa), é um homem sem condições financeiras e o que comer. Num passeio pela cidade, vê marionetes e tem a brilhante ideia de construir um boneco tão lindo a ponto de fazê-lo viajar pelo mundo. 

Ao ser presenteado por um amigo com um grande pedaço de madeira "mágica", Gepeto realiza o sonho de ser pai. O boneco transforma-se em um menino que não sabe o que é obedecer a seu criador. Mesmo sem dinheiro, Gepeto leva Pinóquio à escola, e aceita trocar o terno e o colete de uso -sendo um dia frio- em troca de uma cartilha para que o filho estude.

Pinóquio engana o pai, não entra na escola, e troca a cartilha por um ingresso para o Teatro de Bonecos mambembeE é justamente nesse momento em que tudo de surpreendente e fantástico começa a acontecer. O menino é raptado pelo dono da atração e inicia uma grande aventura que inclui uma dupla de ladrões assassinos, fantasmas, uma fada que o ajuda a desfazer feitiços e, claro, a presença do consciente Grilo Falante. Nessa jornada, Pinóquio aprende com os próprios erros, enquanto Gepeto não desiste de encontrá-lo.

"Pinóquio", de Roberto Benigni tem um toque sombrio, mas impressiona pela fidelidade na adaptação, o que o distancia da famosa versão clássica animada de 1940, de Walt Disney. Segundo Benigni, dirigir e atuar na produção foi a realização de dois sonhos. Ao público, fica o agradecimento de vê-lo diante das câmeras novamente -após oito anos de hiato- e embarcar com o menino de madeira nessa aventura repleta de mistérios e seres fantásticos pelos perigos do mundo.

Filme: Pinóquio

Data de lançamento: 21 de janeiro de 2021 (Brasil)

Diretor: Matteo Garrone

Autor: Carlo Collodi

Bilheteria: 21,6 milhões USD

Distribuidora: Imagem Filmes 

*Mary Ellen Farias dos Santos é criadora e editora do portal cultural Resenhando.com. É formada em Comunicação Social - Jornalismo, pós-graduada em Literatura, licenciada em Letras pela UniSantos - Universidade Católica de Santos e formada em Pedagogia pela Universidade Cruzeiro do Sul. Twitter: @maryellenfsm

Trailer de "Pinóquio"


.: Dez motivos para assistir "Pinóquio", que estreia nos cinemas nesta quinta


Os atores Roberto Benigni e Federico Ielapi posam para fotografia nos bastidores do set. O primeiro volta para o cinema depois de um hiato de oito anos. O segundo se deparou com o maior desafio de sua carreira ao interpretar Pinóquio. Foto: Greta De Lazzaris. 

Por 
Helder Moraes Miranda, editor do Resenhando.

Esqueça as cores do clássico da Disney. O filme "Pinóquio", que conta a história do boneco de madeira aventureiro que sonha em se tornar um garoto de carne e osso, é uma história sombria e fascinante que marca o retorno de Roberto Benigni aos cinemas. Distribuído pela Imagem Filmes, o longa-metragem chega aos cinemas nacionais pela primeira vez em formato live-action a partir desta quinta-feira, dia 21. O Resenhando listou dez motivos para você assistir ao filme. 


1. Filme mostra versão sombria por trás do clássico. Ao contar a história de um marceneiro e seu filho de madeira desobediente, a primeira versão live-action de "Pinóquio" se propõe a fazer com que o público conheça a verdade sombria por trás de um clássico que marcou gerações. Em uma trama mais sombria, o público terá acesso a melhor adaptação já vista até hoje desse personagem emblemático. 


2. Live-action é a adaptação mais fiel ao clássico da literatura de todas. 
O boneco de madeira que marco gerações nos países em que foi apresentado apareceu pela primeira vez em 1883, no romance "As Aventuras de Pinóquio", escrito por Carlo Collodi. A partir daí, teve adaptações em diversos formatos, inclusive em uma animação da Disney lançada em 1940. Mas este live-action é a mais fiel de todas as adaptações, já que o Pinóquio do live-action é uma adaptação mais fiel ao personagem do livro e se afasta muito da versão da Disney. 


3. "Pinóquio" marca o retorno de Roberto Benigni aos filmes.
Astro de "A Vida É Bela", Roberto Benigni ficou oito longos anos longe do cinema. Vencedor do Oscar de Melhor Ator por "A Vida É Bela", longa-metragem que também faturou a estatueta de Melhor Filme Estrangeiro, Roberto Benigni fazia falta nos filmes. Ele volta como de Gepeto, um solitário marceneiro que sonha em ser pai e deseja que Pinóquio, o boneco que construiu, ganhe vida.


4. Filme é a concretização de dois sonhos de diretor.
"Pinóquio" é dirigido por Matteo Garrone, cineasta que já venceu o Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes. O filme é a concretização de dois sonhos do diretor: a primeira delas é dirigir uma adaptação de "Pinóquio". A outra era trabalhar com Roberto Benigni, que voltou aos cinemas após um hiato de oito anos.


5. Pinóquio é mostrado sem idealizações pela primeira vez. Clássico da literatura, do cinema e da televisão, Pinóquio sempre foi mostrado como um personagem ingênuo que faz bobagens sem a intenção de cometer o mal. Desta vez, pela primeira vez, uma adaptação de Pinóquio mostra o personagem desprovido de consciência - como um pote vazio, sem remorsos e sem nenhuma culpak, que não dá a mínima atenção ao que o Grilo Falante - o que seria a voz de sua consciência - aconselha. Não há filtros para a personalidade de Pinóquio nesta adaptação nua e crua.


6. Filme mostra valores e consequências.
 Quando Carlo Collodi escreveu "As Aventuras de Pinóquio", a impressão que passa é que ele nitidamente usava o personagem para usar de exemplos em diversas situações. O objetivo claro era educar as crianças. Isso fica nítido também no filme, para um público que talvez conheça Pinóquio pela primeira vez. Ou seja: se você for desobediente, pode se dar mal; se confiar em estranhos, pode ser enganado; se mentir, poderá ser desmascarado; se não estudar, virará (literalmente) um burro. Entre os valores que o filme quer transmitir, está o de que a virtude da personalidade é o unico caminho a ser seguido.


7. O Pinóquio do filme.
Hoje com dez anos, o ator italiano Federico Ielapi se deparou com o maior desafio de sua carreira ao interpretar Pinóquio, o personagem clássico que encanta gerações. Pela atuação neste filme, ele conquistou uma menção especial no Prêmio Guglielmo Biraghi como parte da Fita de Prata 2020. Fala-se muito, e merecidamente, de Roberto Benigni, que voltou após um afastamento de oito anos para fazer o filme. Mas é impossível dissociar hoje o Pinóquio dessa atuação tão bonita feita por Federico Ielapi. Não é o primeiro papel do ator, em 2018 eleintegrou o elenco do filme "Moschettieri del re - A Penúltima Missão", dirigido por Giovanni Veronesi , e em alguns comerciais de televisão de Italo Treno, ao lado do ator Francesco Pannofino.No mesmo ano, fez parte do elenco de "Don Matteo", interpretando Cosimo Farina. Em 2020, estrelou o filme "Brave Girls", dirigido por Michela Andreozzi , no papel de Francesco. 


8. Marine Vacth.
É sempre um prazer vez esta atriz e modelo francesa atuando. Embora em uma participação pequena, mas essencial, Marine Vacth brilha como a Fada Azul. Aos 29 anos, essa premiadíssima artista se mantém discreta e vive com o namorado e o filho, falando somente o essencial em entrevistas.


9. Filme pode incentivar a ler. 
Clássico da literatura infantojuvenil, "As Aventuras de Pinóquio" ("Le avventure di Pinocchio. Storia di un Burattino") foi escrito pelo italiano Carlo Collodi em Florença no ano de 1881 e publicado dois anos depois. Primeiramente, foi publicado em capítulos de folhetim no jornal infantil italiano Giornale per i Bambini, entre julho de 1881 e janeiro de 1883. Somente depois, no mesmo ano, foi publicado em livro pela Felice Paggi - Libraio Editore, com ilustrações de Enrico Mazzanti. Desde a sua publicação, o livro vem sendo traduzido para os mais diferentes idiomas e recebeu diversas adaptações.


10. Pinóquio é um patrimônio universal.
Se o filme ajuda a conhecer a história de Pinóquio exatamente como ela é, isso é reflexo da história original de Pinóquio, e das suas aventuras e desventuras ser estremamente rica. A obra permite que se façam várias leituras por públicos de diferentes idades. Pinóquio erra, sofre, mete os pés pelas mãos, e se redime para dar a volta por cima e se tornar gente é uma saga inspiradora para muitas pessoas, sejam crianças ou adultos. Não surpreende em nada a  história ter ultrapassado as fronteiras da Itália e ter se tornado um patrimônio universal da cultura, seja na sétima arte, na televisão ou na literatura.

Trailer de "Pinóquio"

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