terça-feira, 22 de junho de 2021

.: Sinal aberto: "Lucicreide Vai Pra Marte" e "Na Mira do Perigo" no Telecine

"Lucicreide Vai Pra Marte" e "Na Mira do Perigo", com Liam Neeson, estreiam no Telecine, que abre o sinal a partir de sexta. Entre 25 de junho e 4 de julho, todos canais do hub de cinema estarão com sinal aberto para todas as operadoras


"Emma", que rendeu uma indicação ao Globo de Ouro de Melhor Atriz em Filme - Musical ou Comédia para Anya Taylor-Joy, é exibido na sexta (25), no Telecine Touch. A comédia, que concorreu nas categorias de Melhor Figurino e Melhor Maquiagem e Cabelo no Oscar 2021, é baseada no romance homônimo de Jane Austen e acompanha Emma Woodhouse, jovem de família rica que passa as horas vagas opinando nos relacionamentos dos seus amigos, enquanto foge da sua própria vida amorosa.

Lançamento exclusivo do selo Première Telecine, "Na Mira do Perigo" é o filme da sessão superestreia de sábado (26), no Premium. Na trama, Liam Nesson vive o ex-combatente Jim Hanson, que vive em uma fazenda na fronteira dos EUA com o México. Quando ele testemunha o assassinato de Rosa (Teresa Ruiz), o fazendeiro fica responsável por proteger o jovem Miguel (Jacob Perez) do cartel que assassinou sua mãe.

No sábado, o Telecine Fun exibe "Lucicreide Vai Pra Marte", comédia inédita com Fabiana Karla. O longa acompanha Lucicreide que, depois de ser abandonada pelo marido, ainda tem que lidar com os cinco filhos e a sogra que é despejada e vai morar com ela. O desejo de ir embora para bem longe se concretiza quando ela aceita participar de um treinamento para a missão que levará o primeiro homem a Marte.

O Festival 125 Anos de Cinema reúne as principais obras do Cinema Americano Contemporâneo, no Telecine Cult. Destaque para o vencedor do Oscar de Melhor Roteiro Original "Pulp Fiction", que também levou o Globo de Ouro de Melhor Roteiro e a Palma de Ouro no Festival de Cannes, no sábado e "Seven: Os Sete Crimes Capitais" no domingo (27), estrelado por Brad Pitt e Morgan Freeman e indicado ao Oscar de Melhor Edição.


TERÇA (22)

Projeto Gemini

No Telecine Premium, dia 22, às 22h

Henry Brogan é um assassino profissional conhecido por sua eficácia. Prestes a se aposentar, ele começa a ser atacado por um competidor à altura: um agente secreto que consegue prever todos os seus movimentos. Logo, Henry descobre que se trata de um clone seu, mais jovem, enviado pela Agência de Inteligência de Defesa dos Estados Unidos, que guarda um grande segredo.

Diretor: Lee

Elenco: Will Smith, Mary Elizabeth Winstead, Clive Owen, Douglas Hodge

EUA. 2019. Ação. 117 min.


QUARTA (23)

Um Milionário em Apuros

No Telecine Fun, dia 23, às 20h10

Quando o rico e arrogante Malcolm King informa sua esposa, Renee, que ele pretende se divorciar dela, ela tenta conseguir o máximo de dinheiro possível no acordo. Malcolm inventa uma maneira de manter sua fortuna e, então, ele planeja seu próprio sequestro.

Diretor: Jeffrey W. Byrd

Elenco: Anthony Anderson, Kellita Smith, Regina Hall, Jay Mohr

EUA. 2005. Comédia. 120 min.


QUINTA (24)

A Bruxa

No Telecine Action, dia 24, às 22h

Em uma fazenda no século 17, uma histeria religiosa toma conta de uma família que acusa a filha mais velha pelo desaparecimento do seu irmão ainda bebê.

Diretor: Robert Eggers

Elenco: Anya Taylor-Joy, Ralph Ineson, Kate Dickie, Harvey Scrimshaw

EUA. 2015. Terror. 93 min.


SEXTA (25)

Emma

No Telecine Touch, dia 25, às 22h

Na Inglaterra do século 19, Emma Woodhouse é uma jovem rica e petulante que tem como passatempo opiniar na vida amorosa alheia. Em outras ocasiões, ela ajuda o pai ou promove debates com o amigo, o sr. Knightley. Para sua surpresa, Emma vê suas convicções sobre o matrimônio desmoronarem quando se envolve na relação da amiga Harriet.

Direção: Autumn De Wilde

Elenco: Anya Taylor-Joy, Bill Nighy, Johnny Flynn, Mia Goth

Reino Unido. 2020. Comédia. 117 min.


SÁBADO (26)

Lucicreide Vai Pra Marte

No Telecine Pipoca, dia 26, às 22h

A sogra de Lucicreide é despejada e vai morar com ela. Abandonada pelo marido e sem condições de criar seus cinco filhos, ela deseja ir embora para bem longe. Com isso, Lucicreide aceita participar de uma missão que levará o primeiro homem a Marte.

Direção: Rodrigo Cesar

Elenco: Fabiana Karla, Adriana Birolli, Bianca Joy Porte, Renato Chocair

Brasil. 2021. Comédia. 90 min.


Superestreia Premiere

Na Mira do Perigo

No Telecine Premium, dia 26, às 22h

Jim é um ex-combatente que mora sozinho em seu rancho na fronteira com o México. Quando o cartel cruza seu caminho e mata a mãe de um garoto na sua frente, Jim decide ajudar o menino. Enquanto foge do cartel numa perseguição implacável, Jim faz de tudo para chegar ao destino e deixar o garoto em segurança.

Diretor: Robert Lorenz ​

Elenco: Katheryn Winnick, Liam Neeson, Teresa Ruiz, Juan Pablo Raba

EUA. 2021. Ação. 108 min.

Link no Telecine


Festival 125 Anos de Cinema: Cinema Americano Contemporâneo

Pulp Fiction

No Telecine Cult, dia 26, às 22h

Os assassinos Vincent e Jules passam por imprevistos ao recuperar uma mala para um mafioso. O boxeador Butch é pago pelo mesmo mafioso para perder uma luta, e a esposa do criminoso fica sob responsabilidade de Vincent por uma noite. Essas histórias se relacionam numa teia repleta de violência.

Diretor: Quentin Tarantino

Elenco: John Travolta, Samuel L. Jackson, Uma Thurman, Bruce Willis, Ving Rhames, Tim Roth, Amanda Plummer

EUA. 1994. Suspense. 152 min.

Link no Telecine


DOMINGO (27)

Festival 125 Anos de Cinema: Cinema Americano Contemporâneo

Seven: Os Sete Crimes Capitais

No Telecine Cult, dia 27, às 22h

William Somerset é um detetive especializado em homicídios que está prestes a se aposentar. Ao mesmo tempo, David Mills é um agente de personalidade forte recém-chegado na unidade. Eles então se unem no último trabalho de Somerset para descobrir a identidade de um assassino que escolhe suas vítimas baseando-se nos sete pecados capitais. Indicado ao Oscar de Melhor Edição.

Diretor: David Fincher

Elenco: Brad Pitt, Morgan Freeman, Gwyneth Paltrow, Kevin Spacey

EUA. 1995. Drama. 124 min.


segunda-feira, 21 de junho de 2021

.: Atitudes desnecessárias, por Mary Ellen Farias dos Santos

Por: Mary Ellen Farias dos Santos


Eis que na sala ecoou um "É o protocolo!".

Havia ido ao posto na sexta-feira para tomar a vacina da gripe, mas soube que no dia houve troca de idade na vacinação contra a Covid-19 e não houve vacinação para H1N1.

Desta forma, eu e meu marido voltamos ao postinho da Avenida Antônio Emmerich, aqui na cidade de São Vicente, hoje, segunda-feira, dia 21 de junho.

A fila estava longa e já na rua, enquanto que jovens com pranchetas antecipavam informações sobre os interessados, como por exemplo a idade. Entre as mocinhas e um rapaz, uma jovem fazia carteirinhas novas de vacinação. Percebi que era uma conhecida. Fiquei parada olhadando para o crachá dela, mas não me vinha na mente.

Até que ela perguntou o meu nome e se eu tinha trabalhado em determinado colégio...

Bingo!

Era uma antiga aluna... A emoção de reencontrar alunos já crescidos e vê-los com uma profissão é extremamente satisfatória. É saber que de alguma forma você contribuiu na evolução daquela vida. Lá fui eu seguindo a fila para entrar na sala para ser vacinada, atrás de meu marido, também professor.

A enfermeira falou para virar o braço direito e perguntei se não podia ser no braço esquerdo, onde sempre tomei a vacina de H1N1. Escrevo com a mão direita. Ela me disse que não, deveria ser no direito. Quando já estava virando o braço direito, um susto: outra enfermeira na sala exaltou a voz no espaço. - É do protocolo da vacinação da gripe no braço direito.

Foi algo tão desnecessário... A dúvida entre eu e a enfermeira já havia sido sanada e estava para ser resolvida não fosse o susto com o tom alto que invadiu a sala. A intromissão de uma terceira pessoa foi uma atitude tão desnecessária.

No ambiente fechado foi criado um clima desagradável... E sem qualquer necessidade.

Antes de eu ir embora do postinho de saúde, ainda me despedi da aluna que hoje é uma moça.


*Mary Ellen Farias dos Santos é criadora e editora do portal cultural Resenhando.com. É formada em Comunicação Social - Jornalismo, pós-graduada em Literatura, licenciada em Letras pela UniSantos - Universidade Católica de Santos e formada em Pedagogia pela Universidade Cruzeiro do Sul. Twitter: @maryellenfsm



.: Sete curiosidades sobre Felipe Neto em biografia não autorizada


A biografia não autorizada, "Felipe Neto - O Influenciador" (Máquina de Livros), escrita pelo jornalista Nelson Lima Neto. O livro conta pela primeira vez a história de Felipe Neto em detalhes, da infância difícil no subúrbio do Rio de Janeiro ao reconhecimento como uma das cem personalidades mais influentes do mundo, segundo a prestigiada revista norte-americana “Time”, que hoje se tornou uma voz política atuante. Há sete curiosidades que tornam o livro imprescindível.


Vocação para negócios
Ainda adolescente, muito antes de estourar em 2010 e se tornar hoje o maior nome da internet no Brasil, Felipe Neto se arriscou em alguns negócios do mundo digital: abriu uma empresa de telemensagens aos 13 anos, deu aulas de design gráfico em programas de computador e montou um dos primeiros sites do país que legendava séries assim que eram lançadas nos Estados Unidos. Ele oferecia também downloads dos episódios. “Era pirataria mesmo”, confessaria anos depois.


Dinheiro
Felipe Neto se tornou uma máquina de fazer e gastar dinheiro: cada minuto de publicidade em seus vídeos custa R$ 140 mil; ele pagou R$ 5,5 milhões pela mansão onde mora na Barra desde 2017, apelidada de NetoLand; e desembolsou R$ 300 mil para comprar e distribuir 14 mil livros de temática LGBTQIA+ na Bienal do Livro de 2019, em uma ação organizada em 24 horas em repúdio à censura do então prefeito Marcelo Crivella a uma história em quadrinhos que mostrava um beijo gay.


No teatro
Foi num curso de teatro no colégio Metropolitano, onde estudava no Méier, subúrbio do Rio de Janeiro, que Felipe Neto começou a se interessar por interpretação. Ele participou de algumas peças que fizeram sucesso não só na escola, mas em apresentações amadoras em outros espaços do bairro. Em “Sonho de Uma Noite de Verão”, de Shakespeare, ganhou o prêmio de ator revelação. Já no musical “Grease”, foi eleito o ator do ano por sua atuação como Danny Zuko, personagem que John Travolta consagrou no cinema. Felipe Neto assistiu ao filme dezenas de vezes e estudou cada trejeito do ator americano.


Ibope alto
Felipe Neto alcançou o pico de 600 mil pessoas assistindo simultaneamente a uma live que fez em dezembro de 2020, público comparável ao de emissoras de TV. Segundo a Kantar Ibope, que monitora audiência em vídeo, ele registrou 3.2 pontos, totalizando o equivalente a 240 mil domicílios, à frente, por exemplo, do canal aberto RedeTV!. Entre março e dezembro do ano passado, Felipe Neto produziu uma centena de vídeos (gravados e ao vivo), que somaram mais de 600 milhões de visualizações.


Voz na política 
Felipe Neto não é cortejado à toa por grandes nomes da política. Segundo projeções do site Social Blade, que monitora perfis e audiência, em julho de 2022, no início da campanha presidencial, ele terá no Twitter o dobro de seguidores de Jair Bolsonaro: 14,5 milhões contra 7 milhões. No YouTube, vai iniciar o ano com 50 milhões de inscritos, contabilizando mais de 17 bilhões de visualizações de seu conteúdo. E atingirá cem milhões entre novembro de 2024 e janeiro de 2025, quando seus vídeos terão sido vistos 50 bilhões de vezes.


O mundo, a depressão 
Em setembro do ano passado, dias antes de ser anunciado como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo, Felipe Neto enfrentava um período difícil de depressão. Há mais de dez anos ele trata a doença com medicamentos. Chegou a largar os antidepressivos no início de 2020, mas retomou depois que teve o que chamou de “sintomas obsessivos”.


Investidos no time do coração
A paixão de Felipe Neto pelo Botafogo vai muito além de ter patrocinado o clube com a marca dos Irmãos Neto no uniforme. Em 2018, ele ajudou com R$ 175 mil na contratação do atacante uruguaio Aguirre. Seu fanatis- mo é tanto que já abandonou a própria festa de aniversário, em janeiro de 2019, para acompanhar a estreia do Botafogo no campeonato carioca contra a Cabofriense. O time foi derrotado e Felipe não voltou para soprar as velas do bolo.


Ficha técnica:
Título: 
"Felipe Neto - O Influenciador"
Autor: 
Nelson Lima Neto
Páginas: 
216
Editora: Máquina de Livros
Link na Amazon: https://amzn.to/35Ghlqa

.: Mural que retrata "A Divina Comédia" é pintado em colégio paulistano


Para marcar seus 110 anos e 700 anos da morte do poeta, Colégio Dante Alighieri recebe mural retratando "A Divina Comédia".

O artista plástico Claudio Canato finaliza em 13 de setembro um mural de 100 metros quadrados com cenas da obra-prima de Dante Alighieri, cuja morte fará 700 anos na data; futuramente, pintura poderá ser visitada pelo público.

No dia 9 de julho deste ano, o Colégio Dante Alighieri, o maior colégio italiano fora da Itália, comemora 110 anos. O ano de 2021 também marca os 700 anos da morte do poeta Dante Alighieri, tema de inúmeras comemorações do governo italiano no país e, através de suas embaixadas, ao redor do mundo. Para marcar estas importantes datas, o colégio recebe a finalização da pintura que será o maior mural do mundo fora da Itália de "A Divina Comédia", a obra-prima do poeta florentino. 

No corredor principal da escola, localizada na região da avenida Paulista, serão finalizados 100 metros quadrados de paredes pintadas com passagens da odisseia de Dante. Estudada no mundo todo e um clássico da literatura mundial, "A Divina Comédia" conta a viagem do autor e protagonista pelo Inferno, pelo Purgatório, terminando no Paraíso, guiado por sua musa eterna Beatriz. 

Os murais começaram a ser feitos em 2011 pelo artista plástico paulistano Claudio Canato que, com inspiração na Renascença italiana, começou a retratar a jornada do poeta nas paredes do principal corredor da escola paulistana que leva seu nome. O ano do início da pintura marcou o centenário do colégio.

Nos dois primeiros murais, Canato pintou cenas do Inferno, local de sofrimento em que Dante se encontra com almas perdidas e lembra de seus pecados, e do Purgatório, que é a passagem entre um e outro, onde as pessoas têm esperança em livrar suas almas. No terceiro ele aborda uma parte do Paraíso, quando Dante se aproxima de sua própria redenção e caminha em direção a Deus. 

Agora, o artista, ex-aluno do colégio e, ele próprio, profundo conhecedor de Dante e de sua obra máxima, finaliza seu trabalho a óleo sobre as paredes, retratando o auge de "A Divina Comédia": o último céu do Paraíso, quando Dante olha, enfim, para Deus. O mural em desenvolvimento chama-se Empíreo, que é a morada de Deus, e tem previsão de término no dia 13 de setembro, data da morte do poeta. O colégio vai desenvolver um tour virtual para que se possa conhecer a obra pela internet e, mais para frente, planeja organizar a visitação de público nos murais.


Sobre o artista
Claudio Canato é pintor, muralista, escritor e professor de pintura do Dante. Ele explica que parte de sua inspiração é resultado de sua ligação tanto com a escola quanto com o poeta homônimo, juntamente com a vontade de encontrar uma maneira artística de explicar a obra clássica da literatura mundial. “Há 10 anos, estou mergulhado na obra de Dante querendo trazê-la para perto de todos. Isso me dá um sentimento muito legal: levar a obra dele para muita gente é gratificante”, afirma Canato. 


A presença dos números em "A Divina Comédia" 
Um ponto de destaque é a forte presença dos números em "A Divina Comédia", repleta de referências, como o fato de que todos os versos são hendecassílabos (em que há 11 sílabas com tonicidade na décima); a presença constante do número dez, considerado o número da perfeição - cada etapa (Inferno, Purgatório e Paraíso) é dividida em dez círculos; cada parte tem 33 cantos (o que somado dá 99, mais o canto da introdução, ficam 100, outro número da perfeição); uma das menções a Beatriz está num canto que soma nove, idade em que Dante a conheceu; a presença do número três (três livros, 33 cantos, três personagens principais) relativas à Santíssima Trindade, entre outros.

Na pintura, toda a composição foi feita com base na proporção áurea, como uma homenagem do pintor à perfeição matemática do poema de Dante. “Construí retângulos para traçar a espiral áurea e encontrar o ponto geométrico chamado ‘Olho de Deus’. Fiz esse ponto coincidir com o olho de Dante, e a espiral, como caminho que leva a Deus”, explica Canato. 


.: Laurentino Gomes lança segundo volume de trilogia sobre a escravidão


Obra cobre um período de cem anos, entre a corrida do ouro em Minas Gerais, no início do século XVIII, e a chegada da corte de dom João ao Brasil, em 1808.

"Tudo que já fomos no passado, o que somos hoje e o que seremos no futuro tem a ver com as nossas raízes africanas e a forma como nos relacionamos com elas. Fomos a maior sociedade escravista do Hemisfério Ocidental por mais de trezentos anos. Quarenta por cento de todos os doze milhões de cativos africanos trazidos para as Américas tiveram como destino o Brasil. Portanto, sem estudar a escravidão seria impossível entender o que somos hoje e também o que pretendemos ser no futuro"Laurentino Gomes.


Chega às livrarias e lojas virtuais o segundo volume da trilogia de Laurentino Gomes dedicada à história da escravidão no Brasil. Sequência do primeiro livro, apresentado na Bienal do Rio de Janeiro de 2019, a obra é editada pela Globo Livros"Escravidão - Da Corrida do Ouro em Minas Gerais até a Chegada da Corte de Dom João ao Brasil - Volume II" concentra-se no século XVIII, auge do tráfico negreiro no Atlântico, motivado pela descoberta das minas de ouro e diamantes em território brasileiro e pela disseminação, em outras regiões da América, do cultivo de cana-de-açúcar, arroz, tabaco, algodão e outras lavouras e atividades de uso intensivo de mão-de-obra africana escravizada. 

É também um período marcado por importantes rupturas e transformações ocorridas no universo dos brancos, como a independência dos Estados Unidos, a Conjuração Mineira, a Revolução Francesa, a Revolução Industrial e o nascimento do abolicionismo na Inglaterra.

Laurentino Gomes explica que há uma importante mudança na geografia do primeiro para o segundo volume: "O livro anterior teve seu foco principal na África, pelo simples motivo de que, para estudar a escravidão, é preciso sempre começar pela África. Este volume tem como cenário o Brasil, que se tornaria no século XVIII o maior território escravista do hemisfério ocidental. No espaço de apenas cem anos, mais de dois milhões de homens e mulheres escravizados chegaram aos portos brasileiros. Todas as atividades do Brasil colonial dependiam do sangue e do sofrimento de negros cativos. Entre outros aspectos, procuro descrever a violência e as formas de trabalho no cativeiro, a família escrava, as irmandades e práticas religiosas, o papel das mulheres, as fugas, revoltas e formação de quilombos e outras formas de resistência contra o regime escravista".

Durante o século XVIII, a busca por ouro e pedras preciosas, acompanhada pelo uso cada vez mais intenso de escravidão, fez com que o território brasileiro praticamente dobrasse de tamanho. Começavam também ali alguns fenômenos que marcariam profundamente a face do escravismo brasileiro. A escravidão urbana, de serviços, diferente daquela observada nas antigas lavouras de cana-de-açúcar na região Nordeste, deu maior mobilidade aos cativos, acelerou os processos de alforria, ofereceu oportunidades às mulheres e gerou uma nova cultura em que hábitos de origem africana se misturaram a outros, de raiz europeia ou indígena. "São esses alguns dos ingredientes principais na construção da grande, bela e sofrida África que hoje temos no coração do Brasil", afirma Laurentino Gomes.

Com mais de 500 páginas e 31 capítulos ricamente ilustrados com imagens, mapas e tabelas, o segundo volume de "Escravidão" segue o estilo do livro anterior, caracterizado por um texto jornalístico fluido de leitura acessível, e reúne na forma de ensaios as observações e conclusões do autor ao longo de mais de seis anos de pesquisas. Nesse período, Laurentino Gomes debruçou-se sobre a vasta bibliografia já existente sobre o assunto e visitou centros de estudos, bibliotecas, museus e lugares históricos. O trabalho de reportagem incluiu viagens por doze países em três continentes.

Para este volume, entre outros locais, o autor esteve em quilombos nos estados da Paraíba, Alagoas, Minas Gerais e São Paulo; antigos engenhos de cana-de-açúcar da região Nordeste; terreiros de candomblé no Recôncavo Baiano; as cidades históricas do ciclo do ouro e diamante em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso; as fazendas dos barões do café no Vale do Paraíba; e o Cais do Valongo, no Rio de Janeiro, maior entreposto de comércio de escravos no século XIX.


Sobre o autor
Paranaense de Maringá e sete vezes ganhador do Prêmio Jabuti de Literatura, Laurentino Gomes é autor dos livros "1808", sobre a fuga da corte portuguesa de dom João para o Rio de Janeiro (eleito Melhor Ensaio de 2008 pela Academia Brasileira de Letras); "1822", sobre a Independência do Brasil; e "1889", sobre a Proclamação da República, além de "O Caminho do Peregrino", em coautoria com Osmar Luduvico da Silva - todos publicados pela Globo Livros. Formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná, com pós-graduação em Administração pela Universidade de São Paulo, é titular da cadeira de número dezoito da Academia Paranaense de Letras.

Ficha técnica
Livro:
 "Escravidão - Da Corrida do Ouro em Minas Gerais até a Chegada da Corte de Dom João ao Brasil - Volume II"
Autor: Laurentino Gomes
Páginas: 512
Formato: 16X23cm
Editora: Globo Livros
Link na Amazon: https://amzn.to/3xA25Xx

.: Amazon Studios lança em julho o filme "Jolt", com Kate Beckinsale


Longa-metragem também conta com Bobby Cannavale, Laverne Cox, Susan Sarandon e Stanley Tucci no elenco.

Amazon Prime Video anuncia que "Jolt", filme de ação e comédia do Amazon Studios estrelado por Kate Beckinsale, estreia no serviço em 23 de julho. O longa conta a história de uma mulher com uma condição rara que vai em busca do responsável por matar o único homem que não temeu sua verdadeira natureza.

Lindy (Beckinsale) é uma mulher bonita e sarcasticamente engraçada com um segredo doloroso: devido a um raro distúrbio neurológico ao longo da vida, ela tem impulsos assassinos esporádicos cheios de raiva que só podem ser interrompidos quando ela se choca com um eletrodo especial. Incapaz de encontrar amor e conexão em um mundo que teme sua condição bizarra, ela finalmente confia em um homem por tempo suficiente para se apaixonar, e o encontra morto no dia seguinte. 

Com o coração partido e enfurecido, ela embarca em uma missão cheia de vingança para encontrar o assassino, enquanto também é perseguida pela polícia como principal suspeita do crime. Além de Beckinsale, o filme também conta com Bobby Cannavale, Jai Courtney, Laverne Cox, David Bradley, Ori Pfeffer, Susan Sarandon e Stanley Tucci no elenco. "Jolt" é dirigido por Tanya Wexler, com roteiro de Scott Wascha.

Sobre o Amazon Prime Video
Amazon Prime Video oferece aos clientes uma diversificada coleção de filmes, séries e esportes, disponíveis para assistir em centenas de dispositivos compatíveis .


Sobre Amazon Prime
Mais de 200 milhões de membros em todo o mundo aproveitam muitos dos benefícios do Amazon Prime, um programa que combina compras e entretenimento. No Brasil, o Amazon Prime inclui frete grátis e rápido para todo país em milhares de produtos elegíveis, sem valor mínimo de compras, e também acesso a promoções exclusivas no site Amazon.com.br . Além disso, oferece filmes e séries de sucesso no Prime Video, mais de 2 milhões de músicas e podcasts no Prime Music, acesso a centenas de livros e revistas digitais no Prime Reading, e jogos gratuitos no Prime Gaming. Tudo em uma única assinatura por apenas R﹩ 9,90 ao mês, ou R﹩ 89 ao ano, podendo ser cancelado a qualquer momento. Novos clientes podem experimentar gratuitamente por 30 dias em https://www.amazon.com.br/prime


Sobre a Amazon
A Amazon orienta-se por quatro princípios: obsessão pelo cliente ao invés de foco na concorrência, paixão por invenções, compromisso com excelência operacional e visão de longo prazo. A Amazon se empenha para ser a empresa mais centrada no cliente do mundo, a melhor empregadora do mundo, e o lugar mais seguro para se trabalhar no mundo. Avaliações de consumidores, compra com 1-Clique, recomendações personalizadas, Prime, Fulfillment by Amazon (Logística da Amazon), Amazon Web Services (AWS), Kindle Direct Publishing, Kindle, Career Choice, Fire tablets, Fire TV, Amazon Echo, Alexa, tecnologia Just Walk Out, Amazon Studios e The Climate Pledge são algumas das ações pioneiras da Amazon. Para mais informações, acesse amazon.com/about e siga @AmazonNews.



.: "A Vida Solitária de Antonio Ligabue" estreia no Cinema Virtual dia 24


Premiado internacionalmente, filme chega à plataforma na próxima quinta-feira

O longa-metragem italiano "A Vida Solitária de Antonio Ligabue" ("Volevo Nascondermi aka Hidden Away") chega ao Cinema Virtual na próxima quinta-feira, dia 24 de junho. O filme acumula sete prêmios em festivais de cinema internacionais e é protagonizado por Elio Germano, vencedor do Urso de Prata no 70º Festival Internacional de Cinema de Berlim (2020). 

Bem recebida pela crítica internacional, a cinebiografia narra a história do pintor suíço com transtornos mentais que descobriu sua vocação para as artes e nunca desistiu dela. Antônio é expulso da Suíça para a Itália. Durante anos vive na pobreza do campo, mas nunca desiste da paixão pelo desenho. 

Essa é a história de Antonio Ligabue, um solitário e revolucionário artista da arte moderna. Direção: Giorgio Diritti. Roteiro: Giorgio Diritti, Fredo Valla, Tania Pedroni. Elenco: Elio Germano, Oliver Ewy, Leonardo Carrozzom.

Prêmios:

  • Festival Internacional de Cinema de Beaufort (2020): Melhor Direção (Sean Cisterna), Melhor Filme de Ficção
  • Devour! The Food Film Fest: Melhor Filme de Ficção
  • Festival Internacional de Cinema de Fort Lauderdale: Melhor Filme Estrangeiro, Career Achievement Award (Joe Pantoliano)
  • Ischia Global Film & Music Festival: Ischia Legend Award (Joe Pantoliano)
  • Italian Contemporary Film Festival: Melhor Filme
  • Naples International Film Festival: Impact Award (Joe Pantoliano)

Trailer de "A Vida Solitária de Antonio Ligabue"

domingo, 20 de junho de 2021

.: A controversa e polêmica história de "Euclides da Cunha: Uma Biografia"


O livro "Euclides da Cunha: Uma Biografia" escrito por Luís Cláudio Villafañe G. Santos e lançado pela editora Todavia, remonta a trajetória de Euclides da Cunha, recontada em todos os seus lances de realização e tragédia.

Euclides da Cunha viveu relativamente pouco: apenas 43 anos. Mas foram anos movimentados. Passou meses na Bahia, durante a última campanha do Exército contra Antônio Conselheiro, em meio ao fogo cruzado da Guerra de Canudos. Por mais de um ano, liderou uma expedição selva adentro na Amazônia, até as nascentes do rio Purus. 

Da Cunha ergueu fortificações militares e pontes civis. Conviveu com nomes importantes da política e da cultura na primeira década do século passado. Participou de uma conspiração para a derrubada de um presidente e defendeu outro de armas na mão. Escreveu um clássico da literatura brasileira. Tentou matar e acabou morto.

Mesmo com todas essas experiências, as discussões sobre Euclides da Cunha costumam se restringir à sua existência torturada, marcada pela trágica morte em troca de tiros com o amante da mulher, e à publicação de "Os Sertões". Mas é possível traçar um retrato mais amplo. Ele foi militar, engenheiro, jornalista, cientista, literato e cartógrafo. Viveu na capital do país em plena belle époque. Depois em uma São Paulo que começava a se tornar metrópole. Conheceu o interior dos estados do Rio, de São Paulo e de Minas, o sertão da Bahia e a Amazônia profunda. Posicionou-se como cientista e como artista. Foi um intelectual e um homem de ação.

A despeito da abundância de fontes, alguns episódios de sua vida continuam pouco conhecidos, como a sensacional expedição à Amazônia e a relativamente longa passagem pelo Itamaraty. Com riqueza de detalhes e documentação inédita, as circunstâncias da viagem de Euclides da Cunha pelo rio Purus e o período que passou trabalhando sob as ordens do barão do Rio Branco aparecem neste livro com frescor e vivacidade. 

Esta biografia traz ainda novas interpretações para eventos conhecidos, sublinhando contradições entre o discurso e os fatos, a autoimagem e a realidade. Mas nunca para diminuir o personagem, e sim para realçar sua profunda - e contraditória - humanidade.

 
Sobre o autor
Luís Cláudio Villafañe G. Santos nasceu no Rio de Janeiro, em 1960. Diplomata de carreira, é pós-graduado em ciência política pela Universidade de Nova York e doutor em história pela Universidade de Brasília. É autor de Juca Paranhos, o barão do Rio Branco, entre outros livros.

Ficha técnica
Páginas: 432 
Tiragem: 3000 exemplares
Editora: Todavia
Link na Amazon: https://amzn.to/3zGeKdy

.: "Amazon Sem Limites", de Brad Stone, desvenda os segredos do sucesso

 


O autor do best-seller "A Loja de Tudo" traça um panorama fiel do crescimento sem precedentes da Amazon e de seu bilionário fundador, Jeff Bezos
 

Quando pesquisava possibilidades de nomes para a empresa que estava prestes a lançar, em 1995, Jeff Bezos teve uma epifania ao chegar à palavra Amazon. “Ele não é apenas o maior rio do mundo”, disse aos colegas. “É muitas vezes maior que o segundo maior rio. Ele deixa todos os outros rios no chinelo”. Muita água já rolou dos longínquos anos 1990 até os dias de hoje. Há quase uma década, Brad Stone registrou pela primeira vez a ascensão da Amazon, o empreendimento pioneiro que transformou de forma silenciosa nosso modo de fazer compras pela internet. 

Desde então, a empresa tem passado por um crescimento exponencial, inventando produtos e apostando na disrupção. A assistente pessoal baseada em inteligência artificial Alexa e o serviço de armazenamento em nuvem Amazon Web Services (AWS) são demonstrações claras desta disposição.

Em "Amazon Sem Limites", disponível no Brasil pela Intrínseca, o experiente jornalista americano, que cobriu o Vale do Silício por mais de duas décadas, apresenta o retrato vívido e fascinante de como uma novata no varejo se tornou uma das entidades mais poderosas e temidas na economia global. Com acesso sem precedente a executivos, funcionários, integrantes de órgãos reguladores e críticos, Stone mostra como mudanças profundas na empresa durante os últimos dez anos levaram a inovações drásticas.

A narrativa não omite os erros que alimentaram uma percepção negativa do público a respeito das agressivas práticas de negócios da Amazon, do seu ambiente de trabalho e sua relação com funcionários e colaboradores, do seu impacto no meio ambiente e na sociedade e do frenesi digno de reality show na busca por uma segunda sede.        

Stone também investiga a evolução do próprio Bezos, um tecnólogo geek totalmente dedicado a seu empreendimento, que se transformaria em bilionário disciplinado, com ambições globais, comandando um império com mão de ferro, mesmo quando sua vida pessoal passou a ser escrutinada pelos tabloides.

O livro analisa o afastamento gradual de Bezos do dia a dia da companhia para focar em seus muitos outros interesses, bem no momento em que seu império se expande: um movimento que culminou no anúncio de sua importante transição de CEO para presidente executivo. Definitivo, oportuno e revelador, Amazon sem limites é o relato inédito sobre um homem e uma empresa sem os quais não poderíamos imaginar a vida moderna.


Sobre o autor
Brad Stone é editor executivo sênior de tecnologia global da Bloomberg News. É autor do best-seller "A Loja de Tudo", traduzido em mais de 35 idiomas, e de "As Upstarts". Como jornalista, cobriu o Vale do Silício por mais de duas décadas e hoje mora em São Francisco.

Ficha técnica
"Amazon Sem Limites"
Autor: Brad Stone
Tradução: Isabella Pacheco, Livia de Almeida e Regina Lyra
Páginas: 512
Editora: Intrínseca
Link na Amazon: https://amzn.to/3cWEHMe

.: “Colônia”, série original do Canal Brasil, estreia dia 25 de junho

Rodada em preto e branco, a produção, estrelada por Fernanda Marques, tem Andréia Horta Augusto Madeira, Naruna Costa, Bukassa Kabengele, Arlindo Lopes e Rejane Faria no elenco 


Estreia no Canal Brasil, em 25 de junho, às 21h30, a série original de ficção “Colônia”, de André Ristum. Na mesma data, todos os 10 episódios estarão disponíveis nos serviços de streaming Canais Globo e Globoplay e o primeiro episódio estará disponível para não assinantes por sete dias. “Colônia” é uma produção de Sombumbo e Tc Filmes, em coprodução com a Gullane, produzida por André Ristum e Rodrigo Castellar, e financiada através do Fundo Setorial do Audiovisual. Estrelada por Fernanda Marques, no papel da jovem Elisa, a série tem no elenco atores como Andréia Horta, Augusto Madeira, Naruna Costa, Bukassa Kabengele, Arlindo Lopes, Rejane Faria, além de participações especiais de Stephanie de Jongh, Rafaela Mandelli, Christian Malheiros, Eduardo Moscovis, Marat Descartes e Nicola Siri, entre tantos outros.

Criada por André Ristum, que também assina a direção e o roteiro – esse, junto com Marco Dutra e Rita Gloria Curvo –, a trama é livremente inspirada no livro “Holocausto Brasileiro”, de Daniela Arbex, e na história real de tantas pessoas que passaram pelo Hospício Colônia, em Minas Gerais, ao longo de seus quase 100 anos de existência. Pela primeira vez é recriado ficcionalmente um pedaço doloroso da história do Brasil, contando a trajetória de tanta gente que foi injustamente trancada no local, onde mais de 60 mil pessoas perderam a vida vítimas de maus tratos, eletrochoque, tortura e abandono. 

A produção conta a história de Elisa (Fernanda Marques), uma jovem de vinte anos que chega ao Hospício Colônia no começo dos anos setenta. Ela está grávida de quatro meses de sua grande paixão juvenil e foi enviada para o local pelo pai, Júlio (Henrique Schafer), que fica enfurecido ao descobrir que a filha arruinara seus projetos de casá-la com um rico vizinho de fazendas. Elisa logo se depara com a verdadeira loucura ali presente, mas rapidamente consegue descobrir que, assim como ela, muitas outras pessoas sem nenhum tipo de diagnostico de doença mental estão internadas: o alcoólatra Raimundo (Bukassa Kabengele), a prostituta Valeska (Andréia Horta), o homossexual Gilberto (Arlindo Lopes) e dona Wanda (Rejane Faria), todos para lá enviados por serem considerados incômodos para a sociedade. Elisa se aproxima destas pessoas e cria laços de amizade fundamentais para sobreviver, da maneira mais sã possível, a uma vida de abusos e violência diária. 

A série foi rodada toda em preto e branco, em locações entre Campinas e São Paulo. O hospício foi reconstituído em um edifício antigo no bairro do Ipiranga, na capital paulista. Sobre a escolha estética de gravar em P&B, André Ristum afirma: “Quando eu imaginava a série, eu não conseguia enxergar de outra forma que não em preto e branco. A vida dessas pessoas era tão sem cor, sem brilho, que, para mim, não fazia sentido rodá-la colorida”. 


Colônia (2021) (10X30’)

INÉDITO e EXCLUSIVO

Classificação: 16 anos

Criação e direção: André Ristum

Roteiro: André Ristum, Marco Dutra e Rita Gloria Curvo

Elenco: Fernanda Marques, Andréia Horta, Augusto Madeira, Naruna Costa, Bukassa Kabengele, Arlindo Lopes e Rejane Faria.

Estreia: sexta, dia 25/06, às 21h30.

Horário: sexta, às 21h30

Alternativos: madrugada de sábado/domingo, 1h55, e madrugada de segunda/terça, 0h55.


Contexto Histórico:

“Aquele carro parara na linha de resguardo, desde a véspera, tinha vindo com o expresso do Rio, e estava lá, no desvio de dentro, na esplanada da estação. Não era um vagão comum de passageiros, de primeira, só que mais vistoso, todo novo. A gente reparando, notava as diferenças. Assim repartido em dois, num dos cômodos as janelas sendo de grades, feito as de cadeia, para os presos. A gente sabia que, com pouco, ele ia rodar de volta, atrelado ao expresso daí de baixo, fazendo parte da composição. Ia servir para levar duas mulheres, para longe, para sempre. O trem do sertão passava às 12h45m. (...) Para onde ia, no levar as mulheres, era para um lugar chamado Barbacena, longe. Para o pobre, os lugares são mais longe.”

João Guimarães Rosa, Sorôco, sua mãe, sua filha (em Primeiras Estórias)


***

O Hospital Colônia de Barbacena, MG, foi fundado em 12 de outubro de 1903, cerca de quinze anos após a abolição da escravatura e da proclamação da República, e pouco após a criação da Assistência aos Alienados no estado em 1900. Foi construído em terras da Fazenda da Caveira, propriedade que diziam pertencer ao delator da Inconfidência Joaquim Silvério dos Reis. O município receberia o epíteto de “Cidade dos Loucos”. O trem que carregava os internos para lá foi apelidado de “Trem de Doido” pelo escritor Guimarães Rosa. Inicialmente construído com 200 leitos, o hospital atingiu a marca de cinco mil pacientes nos anos 60. Os pacientes eram mantidos em condições sub-humanas. Faltavam leitos, roupas, proteção contra o frio, água e comida. Havia outras formas de tortura, como o eletrochoque, utilizado sem finalidade terapêutica, e os banhos frios.

O hospital tornou-se destino de todo tipo de indesejável social da época, que demostra racismo e desigualdade: homens e mulheres negras, homossexuais, alcoólatras, prostitutas, jovens grávidas, vítimas de estupro, mulheres com senso de liderança e opositores políticos. Deste modo, a internação era de fato uma forma de exclusão.

As denúncias contra o Colônia surgiram nos anos 60. Em 1961, o fotógrafo Luiz Alfredo registrou pela primeira vez, para a revista “O Cruzeiro”, a grave situação de abuso dos direitos humanos que ocorria no hospício. Helvécio Ratton dirigiu o documentário “Em Nome da Razão” em 1979. Em 2013, a escritora e jornalista Daniela Arbex escreveu o premiado livro-reportagem “Holocausto Brasileiro”.

A série “Colônia”, que estreia dia 25 de junho de 2021, é um esforço ficcional inspirado pelos fatos reais. Os episódios buscam retratar a realidade de diversas personagens que representam os grupos sociais vítimas desta violência. Os registros históricos, ainda que lacunares, serviram como base para a criação da série. Trata-se de uma adaptação que busca um olhar crítico em relação à sociedade patriarcal e conservadora do país, que tinha como hábito livrar-se dos indesejados jogando-os nestes depósitos humanos. Através de Elisa, filha de fazendeiro, uma “estranha no ninho” enviada para internação pelo próprio pai, o público é convidado a conhecer alguns dos dramas humanos que se desenrolaram no Colônia, e também a projetar futuros possíveis – futuros pelos quais devemos lutar.


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