sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

.: Dossiê Nicole Kidman, atriz

Moulin Rouge: Nicole Kidman em cena


Do Havaí ao cinema hollywoodiano

Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em fevereiro de 2008


Nicole Kidman: Um pouco da história de vida da camaleoa do cinema norte-americano.



Em de 20 de junho de 1967, em Honolulu, no Havaí nascia Nicole Mary Kidman (não me pergunte o que é este Mary, ok!), a famosa atriz de dupla cidadania -  norte-americana e australiana (por ser filha de australianos nascida no Havaí), chegou ao estrelato usando somente dois de seus três nomes: Nicole Kidman.

Na época do nascimento da camaleoa do cinema norte-americano (que já teve a cabeleira loura, ruiva e morena, curta, média e longa nas telonas), sua família morava no Havaí, sendo que logo se mudaram para Washington, DC. Ainda, pequena, quando Nicole estava com três anos, a família voltou para Sydney. Eis que nos anos 80, aos 16 anos, a estrelinha da atriz começou a querer brilhar.

Seguindo uma carreira mesclada entre cinema de televisão nos EUA e na Austrália, ainda em filmes menores, Nicole teve a oportunidade de mostrar seu talento em "Terror a Bordo". O longa de 1989, com Billy Zane e Sam Neill, é uma história de suspense e terror sobre um casal de velejadores que resgata um sobrevivente de naufrágio em alto mar.

Eis que o primeiro passo havia sido dado. A carreira de Nicole entrou em ascensão quando fez o filme "Dias de Trovão" (1990), com, o então quase queridinho da América, Tom Cruise. À partir deste longa um forte elo foi criado entre os dois e logo os pombinhos oficializaram a união e juntos adotaram duas crianças.

Junto com Cruise trabalhou no sensual e misterioso "De Olhos Bem Fechados" do consagrado cineasta Stanley Kubrick. Nem tudo que é belo dura para sempre e Tom e Nicole, casados por dez anos, separam-se. Apesar das inúmeras fofocas na TV e declarações confusas de Tom Cruise à imprensa, Nicole não se deixou abater.

Muito pelo contrário, tudo caminhou em direção ao sucesso profissional da ex de Cruise. Resultado: o musical "Moulin Rouge - Amor em Vermelho" (2001) somente mostrou todo o talento da atriz, que injustamente ficou sem o Oscar, abocanhando a estatueta dourada no ano seguinte, em "As Horas" (2003), por melhor atriz. 

Ela que atualmente está casada com Keith Urban e grávida do cantor, tem uma estrela na Calçada da Fama, localizada no número 6801 do Hollywood Boulevard. Agora desfrute do talento desta beldade e corra até uma locadora para conferir a longa lista de filmes de Nicole Kidman, uma "norte-americana-australiana"!


PRÊMIOS E INDICAÇÕES:
Oscar de Melhor Atriz por As Horas (2003) 
3 Globos de Ouro de Melhor Atriz:
- Comédia/Musical, por Um Sonho Sem Limite (1995) e Moulin Rouge - Amor em Vermelho (2001)
- Drama, por As Horas (2002)
Indicação ao Globo de Ouro de Melhor Atriz - Drama, por Reencarnação (Rebirth) (2004) 
MTV Movie Awards de Melhor Atriz, por Moulin Rouge - Amor em Vermelho (2001) 
Urso de Prata de Melhor Atriz no Festival de Berlim, por As Horas (2002) 

Filmografia
A Bússola de Ouro (The Golden Compass, 2007) 
Invasores (The Invasion, 2007) 
Happy Feet (Happy Feet, 2006) (voz) 
A Pele (The Fur: An Imaginary Portrait of Diane Arbus, 2006) 
A Feiticeira (Bewichtched, 2005) 
A Intérprete (The Interpreter, 2004) 
Mulheres Perfeitas (The Stepford Wives, 2004) 
Reencarnação (Birth, 2004) 
Revelações (The Human Stain, 2003) 
Cold Mountain (2003) 
Dogville (2003) 
As Horas (The Hours, 2002) 
O Quarto do Pânico (Panic Room, 2002) (voz) 
A Isca Perfeita (Birthday Girl, 2001) 
Os Outros (The Others, 2001) 
Moulin Rouge - Amor em Vermelho (Moulin Rouge, 2001) 
De Olhos Bem Fechados (Eyes Wide Shut, 1999) 
Da Magia à Sedução (Practical Magic, 1998) 
O Pacificador (The Peacemaker, 1997) 
Retrato de Mulher (The Portrait of a Lady, 1996) 
Batman Eternamente (Batman Forever, 1995) 
Um Sonho sem Limites (To Die For, 1995) 
Malícia (Malice, 1993) 
Minha Vida (My Life, 1993) 
Um Sonho Distante (Far and Away, 1992) 
Billy Barthgate - O Mundo a Seus Pés (Billy Bathgate, 1991) 
Dias de Trovão (Days of Thunder, 1990) 
Flirting (1990) 
Bangkok Hilton (1989) (minissérie de TV) 
Terror a Bordo (Dead Calm, 1988) 
Emerald City (1988) 
The Bit Part (1987) 
Room to Move (1987) (TV) 
Une Australienne à Rome (1987) 
Windrider (1986) 
Dança nas Sombras (Watch the Shadows Dance, 1986) 
Vietnam (1986) (minissérie de TV) 
Archer (1986) 
Archer's Adventure (1985) 
Wills & Burke (1985) 
'Five Mile Creek' (1984) (série de TV) 
Matthew and Son (1984) (TV) 
BMX Bandits (1983) 
Prince and The Great Race (1983) 
Bush Christmas (1983) 
Chase Through the Night (1983) (TV) 

.: Dossiê Josh Hartnett, ator

"Eu sempre quis sair (pelo mundo) e ver o que havia por aí... o que me define é a sede de viajar!" - Josh Hartnett

Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em fevereiro de 2008


Um jovem ator de voz rouca e um sinal no pescoço que leva muitas garotas à loucura. Encantador? Sim. Contudo, Josh não traz somente beleza, mas também talento na atuação. Conheça um pouco mais de Josh Hartnett!



Um namorador de 29 anos que não gosta de receber tal rótulo, muito menos quando as estampas dos jornais afirmam que ele sabe fazer a "fila andar" em sua vida sentimental. A última "namorada" do astro é a cantora Rihanna, de 19 anos. Ela assumiu o seu relacionamento com o ator ao jornal inglês “The Mirror”. A cantora do hit “Umbrella” disse que estaria mentindo se dissesse que eles não são mais do que amigos.

HISTÓRIA: O conquistador de corações, Joshua Daniel Hartnett, mais conhecido como Josh Hartnett, nasceu em São Francisco, Califórnia, no dia em 21 de Julho, de 1978. Ainda cedo sua estrela começou a brilhar: começou a carreira em 1997 na série televisiva Cracker. Eis que as portas começaram a se abrir para o garoto que chama a atenção por sua bela aparência.

Aproveitando as oportunidades, o moço de rosto bonito passou a atuar em papéis secundários e em comerciais. A grande chance no cinema foi o de interpretar o papel principal no longa de terror, "Halloween H20: 20 Anos Depois", em 1998.

O ator estado-unidense, apesar da descendência sueca, tem São Francisco como terra natal e foi criado em St. Paul, estado de Minnesota. Passou a maior parte de seu crescimento com o pai e a madrasta, Molly, com quem foi criado, pois com o divórcio dos pais, a mãe de Josh preferiu retornar para São Francisco.

Ainda no colegial, estudou na mesma classe da atriz Rachael Leigh Cook. Na escola, Josh jogava no time de futebol americano, mas abandonou o esporte após sofrer uma lesão no joelho esquerdo. Após a fama, o vegetariano decidiu deixar o caos de Los Angeles e, em março de 2002, voltou a morar em Minnesota.

Em 1999 Josh foi escolhido pela revista Teen People como uma das 21 Estrelas Mais Quentes Com Menos de 21 Anos. Passados alguns anos, em 2002, a mesma publicação o elegeu como uma das 25 Estrelas Mais Quentes Com Menos de 25 Anos. No mesmo ano ele entrou na lista das 50 Pessoas Mais Bonitas do Mundo, publicada anualmente pela revista People.

Josh também deu o ar de sua graça em alguns clips musicais: Playground Love do Air, trilha sonora de As Virgens Suicidas e no vídeo-clip There You'll Be da cantora Faith Hill, a música-tema do filme Pearl Harbor. O ator, que mede 1,90 m de altura, pretende trabalhar atrás das câmeras, pois criou uma produtora de filmes, a Roulette Entertainment, juntamente com o ator Elden Henson.

ROMANCE: Este é um capítulo à parte quando o alvo é Josh Hartnett, pois o currículo amoroso do moço é um tanto que grandinho, constando até famosas, como as atrizes Scarlett Johansson, Julia Stiles e Helena Christensen.

A última da vez é a cantora Rihanna. Uma das primeiras aparições do casal aconteceu no Total Request Live, da MTV, sendo que a boate Pink Elephant serviu de cenário para muito namoro e bebida. É claro que Josh disfarçou e afirmou não conhecê-la.

No entanto, o ator que revelou o seu desejo de ter uma família no futuro e três filhos, acabou sendo desmentido pela queridinha do cantor Jay-Z. "Ele é tão quente. É um doce para mim. Quando nos abraçamos, nos sentimos bem. É tudo muito novo.” 

NOVO PROJETO: Josh Hartnett esteve no foco de fotógrafos durante passeio pelas ruas de Park City, em Utah. O que ele fazia por lá? Esteve na cidade que acontece o Festival de Cinema de Sundance, para promover, August, seu novo longa. O festival que reúne os cineastas independentes dos Estados Unidos foi fundado pelo ator e diretor Robert Redford e, com o passar dos anos, virou palco de cineastas, atores e atrizes ainda pouco conhecidos. 

PREMIAÇÕES: Recebeu uma indicação ao MTV Movie Awards de Melhor Ator, por "Pearl Harbor" (2001); Recebeu uma indicação ao MTV Movie Awards de Melhor Revelação Masculina, por "Halloween H20 - 20 Anos Depois" (1998); Recebeu uma indicação ao Framboesa de Ouro de Pior Dupla, por "Pearl Harbor" (2001). 

INSUCESSOS: Josh Hartnett fez testes para um papel no filme Duelo de Titãs (2000), um drama estrelado por Denzel Washington, mas não foi aprovado.


Filmografia

The Prince of Cool (2008) 
I Come with the Rain (2008) 
August (2008)
30 Dias de Noite (2007)
Resurrecting the Champ (2007) 
A Dália Negra (2006) 
Xeque-Mate (2006) 
Sin City: A Cidade do Pecado (2005) 
Loucos de Amor (2005) 
Paixão à Flor da Pele (2004) 
Divisão de Homicídios (2003) 
40 Dias e 40 Noites (2002) 
The Same (2001) 
Falcão Negro em Perigo (2001) 
Jogo de Intrigas - O (2001) 
Pearl Harbor (2001) 
Ricos, Bontios e Infiéis (2001) 
Blow Dry (2001) 
Member (2001) 
Seu Amor, Meu Destino (2000) 
As Virgens Suicidas (1999) 
Prova Final (1998) 
Debutante (1998) 
Halloween H20: 20 Anos Depois (1998) 
Cracker (1997) série de TV 

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

.: Resenha de "De A-ha a U2: Os Bastidores das Entrevistas do Mundo da Música"

Encontrando-se na sonoridade pop

Por: Helder Miranda

Em dezembro de 2007


Autobiografia musical. Não é só mais um livro-documentário musical, e quem ler 
De A-ha a U2: Os Bastidores das Entrevistas do Mundo da Música, de Zeca Camargo, vai saber o porquê.


Quando se pensa em jornalismo, ainda mais para quem trabalha nessa área do que para leigos, a objetividade é citada quase que o tempo todo, mas sabe-se, ela não existe. Qualquer reportagem vai ser escrita, narrada ou editada sob a ótica de alguém, que inevitavelmente vai se posicionar. É justamente a partir daí que "De A-ha a U2: Os Bastidores das Entrevistas do Mundo da Música", livro de Zeca Camargo lançado pela editora Globo, arrebata o leitor.

Inicialmente, quem é atraído pela publicação, que se destaca na prateleira pela capa com cores chamativas, depois pela boa diagramação que abusa de grandes fotografias e capas de CD`s, passa da mera curiosidade a vontade de querer o livro. Fazem parte desse público pessoas que procuram sonoridades desconhecidas, com dicas de músicas, bandas e cantores sempre no final de cada capítulo e a tão pessoal (e questionável) única música que ele indica se você tiver de escutar apenas uma música das personagens citadas em cada capítulo.

Há, também, os que vão em busca dos detalhes apimentados dos bastidores, que sugere o livro de forma tão irresistível, que chega a ser desleal a concorrência com outras obras na livraria. Você vai encontrar tudo isso, mas terá acesso a algo que o livro não vende e é justamente seu ponto alto: Zeca Camargo se autobiografa por completo ali, e confesso, enquanto estava lendo tive a sensação de que seria amigo dele, se ele quisesse.

São 53 grandes momentos na carreira de Zeca. Na busca pela objetividade, com seu ponto de vista muito peculiar e com uma incansável perseguição por sobreviventes e recém-chegados ao mundo pop, ele esbarra em gente que sabe o que faz, além de fabricados que estão desconfortáveis em um papel atribuído pelas gravadoras e cobrado pela mídia e fãs, que inevitavelmente vão ficar bravos com algum comentário de desagrado que ele fizer sobre determinado artista. Ou concordar, depende, tendo em vista que fãs são piores que mãe de miss.

A publicação também cede espaço a momentos de puro lirismo, quando Elton John começa a falar da morte de Lady Di, ou George Michael, que em um momento delicado de sua carreira recorda o namorado brasileiro morto. Há, ainda, os altos e baixos das cinco entrevistas que fez com Alanis Morissete, a cantora que mais entrevistou, ou os hilariantes dois encontros com Britney Spears, que saiu do quarto de hotel aos prantos por causa de um jornalista que a havia bombardeado com perguntas incômodas, ou quando chegou mancando a entrevista porque o salto de uma de suas botas havia acabado de quebrar. Escolhas óbvias para citar aqui? Talvez, mas o livro é bom e pop demais para nos aproximarmos do cult.


Livro: De A-ha a U2: Os Bastidores das Entrevistas do Mundo da Música
Autor: Zeca Camargo
472 páginas
Ano: 2006
Editora: Globo

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

.: Resenha de "A Casa dos Beijinhos", de Claudia Bielinsky

É na procura que se descobre um universo mágico

Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em dezembro de 2007


Um livro-brinquedo recheado de amor, diversão e surpresas. Saiba mais de 
A Casa dos Beijinhos, de Claudia Bielinsky.


Último mês do ano. Natal 2007 com os dias contados para acontecer. As crianças, claro, como sempre ficam em polvorosa. Como agradar uma criança fugindo dos tradicionais presentes da linha Barbie (meninas) ou da linha Max Steel (meninos)? Não quer nada oco feito de plástico? Uma excelente dica é dar um livro.

Nada de fazer perguntas no estilo: "Um livro de Natal para uma criança?". Até porque a minha resposta é: Sim. Um livro diferente é uma opção divertida e cheia de surpresas. A Casa dos Beijinhos, de Claudia Bielinsky, publicação da Companhia das Letrinhas, é um livro-brinquedo que entretém e convida os pequenos a participar do mágico universo da leitura.

A Casa dos Beijinhos é um convite de capa-dura para o neném (de dois a quatro anos) procurar beijinhos e mais beijinhos diferentes em todos os cantos da casa. Seja na sala (debaixo de uma almofada) ou no banheiro (dentro da banheira). Em cada lugarzinho da casa estão os beijinhos de amor (sempre) dispostos a serem encontrados pela curiosidade infantil.

Por meio da interatividade as crianças ganham noção sobre os animais, a casa e a família, tendo o afeto como ponte de ligação entre esses elementos. Como isso pode ser feito? Simples. A Casa dos Beijinhos, além de trazer desenhos em cores vibrantes, é todo manipulável. Resultado: O apelo visual e tátil estimula os pequenos, enquanto escutam de seus pais e familiares a seqüência da história dos beijos amorosos.

De fato, as crianças tem a chance de encontrar o beijinho mais gostoso e que mais lhe agrada. Deste modo podem desenvolver uma melhor relação com a escrita, as figuras e a escuta, fatores positivos para a formação do futuro leitor. Enfim, esta brincadeira é uma grande fonte de diversão e descobertas para pais e filhos.


Livro: A Casa dos Beijinhos
Título Original: La Maison des Bisous
Autora: Claudia Bielinsky
16 páginas
Tradução: Amelinha Nogueira
Ano: 2007
Editora: Companhia das Letrinhas

terça-feira, 18 de dezembro de 2007

.: Resenha de "Ser Feliz é Fácil", livro de Care Santos, da Editora Record



Aproveitando as maravilhas da juventude

Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em dezembro de 2007




Um casamento. Uma irmãzinha. Uma viagem longa na história. Novas aventuras das três super amigas: Júlia, Anali e Elisa.




"Você vai ver que escrever é uma das melhores formas de descobrir coisas que você não sabia que sabia". Esta é uma afirmação correta. Contudo, ler também tem este poder de conhecimento. Ser Feliz é Fácil conta uma história de força de otimismo.

Neste terceiro volume da coleção Amigas para Sempre, temos as inseparáveis: Anali, Júlia e Elisa em novas aventuras. A união das garotas é tão forte que nada as separa, mesmo quando Anali vai tirar férias na China, para conhecer Xian, a cidade em que nasceu.

Nesta viagem ao encontro de surpresas na vida familiar, as amigas da chinezinha, Júlia e Elisa terão de resolver alguns problemas relacionados ao coração: as três amigas estarão diante de momentos importantes. O descobre que o amor é melhor do que qualquer fórmula de emagrecimento, mesmo que esta seja a dieta da alcachofra.

Envolvida por tantas surpresas do ciclo da vida, Anali percebe que viver é algo totalmente simples, e claro, estar alegre não tem mistério algum. "Gostaria de explicar minha teoria sobre as pessoas. Penso que elas se dividem em três categorias: as que não têm cura, as que ainda têm cura e as que não precisam de nenhuma cura. Ao primeiro grupo pertencem os egoístas, pessoas que só se importam consigo mesmas. [...] A segunda categoria é formada pelas pessoas que de vez em quando nos fazem sofrer, mas que no fundo não querem fazer isso, e até sofrem por tê-lo feito. Os da última categoria são os que valem a pena de verdade. São alegres, solidários, amáveis. O único problema é que são muito poucos. Por isso, quando se encontra um, não se pode deixar escapar".

Ah! Caso ainda não tenha lido os livros anteriores Como Ficamos Amigas e Seja Você Mesma, da coleção Amigas para Sempre, você pode se acalmar, relaxar e seguir em frente na leitura deste livro. A autora, Care Santos, dá uma "pincelada" nos acontecimentos mais marcantes que ficaram no passado das meninas. Realmente, estas lembranças são positivas, até para aqueles que leram há um tempo os primeiros volumes da coleção e agora tem em mãos Ser Feliz É Fácil.

"Meu nome é Anali, tenho 11 anos e duas amigas. Gosto de colares coloridos, de tomar sorvete e de descobrir lugares estranhos (conheço uns quantos). Também gosto de danças, de dormir até muito tarde, de assistir a vários filmes seguidos e de Mike Pita (o cantor dos cachos). Detesto costurar e todas as atividades que se pareçam com esta, como fazer crochê. Não sei por que as pessoas acham que nós, meninas, devemos saber essas coisas. Algumas vezes, não muitas, me entedio e não sei o que fazer. Se tivesse um irmão, tudo seria diferente. Mas não tenho irmão, e agora já acho que nunca terei".

O que dizer sobre um livro que sabe como chegar direto nos adolescentes? De fato, não há como fazer qualquer comparação, pois "um caderno é como uma vida. No começo, todos são iguais. Não há cadernos ruins ou vidas ruins. Também não há cadernos bons e vidas boas. Tudo depende de você, das palavras que você escolhe para enchê-los e também da ordem em que as coisas são contadas."


Livro: Ser Feliz É Fácil
Título Original: 
Ser Feliz Es Fácil
Autora: 
Care Santos
180 páginas
Ano: 
2007
Tradução:
 Miguel Barbero
Editora: Record

sábado, 8 de dezembro de 2007

.: Resenha de " Burajiru: haicais", de Nelson Savioli

Um mestre brasileiro na poesia japonesa

Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em dezembro de 2007


A forma explicativa e prática dos haicais em livros. Confira 
Burajiru: haicais, de Nelson Savioli.


"O que é um haicai?". Ok. Ele não é um terrível bicho de sete cabeças, porém nem todos, pelo menos os não tão achegados à leitura de poesias, sabem o que é e como é possível identificar tal forma de escrita. Caso ainda não tenha em mãos Burajiru: haicais, de Nelson Savioli, leia a seguinte pesquisa no antigo, mas não ultrapassado Dicionário Enciclopédico Ilustrado TUDO (1977), da editora Abril.

Haicai - aportuguesamento de haiku, forma japonesa tradicional de verso, composta de três linhas de cinco, sete e cinco sílabas, sucessivamente. Desenvolvida por Matsuo Basho e outros, por volta do século XVII, a partir de uma forma mais antiga com trinta e uma sílabas, tem por característica o emprego de imagens, muitas vezes tiradas da natureza, para sugerir ou evocar um sentimento ou estado de espírito. Valoriza-se pela densidade e intensidade. Foi transplantada para a poesia de outras línguas, inclusive a portuguesa.

Calma! Você não terá de mergulhar em vários e vários livros para compreender a obra de Savioli, pois Burajiru: haicais é uma verdadeira fonte de sabedoria da poesia japonesa. No livro, em Notas, há o significado, a história e haicais de grande mestres desta forma de escrita. Outro ponto interessante está nos haicais do autor, separados de acordo com as quarto estações do ano: primavera, verão, outono e inverno. Confira alguns:



Primavera
"Uma estrada torta.
O jatobá centenário
domina a cena."


Verão
"Jabuti filhote.
Mas quem cuidará dele
no próximo século?"


Outono
"O grilo aparece
no meu livro de latim.
Dois analfabetos."


Inverno
"Geada na serra.
Na borda do copo brilham
nossas digitais"



Esta fonte do haicai impressa neste ano de 2007 é um pequeno livro em seu formato, porém extremamente grande no conteúdo. Nele há também Apêndice I: Haicai no Mundo CorporativoApêndice II: O Português no Cotidiano JaponêsBibliografia BásicaBibliografia ExtensivaÍndice Remissivo e Agradecimentos, isto é, um prato feito (muito bem feito, por sinal) para aqueles que gostam e querem soltar a criatividade nesta forma de poesia.

Na Introdução da obra Savioli lança a seguinte pergunta: "É possível para um brasileiro, que não descende de japoneses, escrever haicais minimamente aceitáveis nos moldes da tradição dos mestres dos séculos XVII e XVIII?". Para o autor ainda paira uma antiga dúvida, pois esta expressão poética teve duas portas de entrada no país, uma aberta pela linhagem familiar, a outra pela naturalização. Contudo, ao ter Burajiru: haicais nas mãos (um livro de cabeceira, certamente) percebe-se que esta dúvida não existe, há apenas uma resposta certeira: - Sim é possível um brasileiro escrever bons e intensos haicais, pelo menos Nelson Savioli é certamente uma exceção.


Livro: Burajiru: Haicais
Autor: Nelson Savioli
140 páginas
Ano: 2007
Editora: Qualitymark

domingo, 2 de dezembro de 2007

.: Entrevista com Adriana, cantora católica talentosa

"Nunca neguei que a minha música e o meu dom vêm de Deus, e é só pra Ele a quem eu devo cantar" - Adriana


Por: Mary Ellen Farias dos Santos e Helder Miranda
Em dezembro de 2007



Uma cantora talentosa e cativante que soma mais de dez anos de carreira no meio católico. Saiba mais de Adriana!



Uma das artistas católicas de maior sucesso e mais de dez anos carreira. Adriana que assume uma postura humilde e tem uma voz que intimida por seu poder de tocar o coração de quem a escuta é a entrevistada do R.G. de dezembro. Ela que em maio deste ano, no estádio do Pacaembú, em São Paulo teve a honra de ficar frente a frente e cantar (claro!) para a maior autoridade da Igreja Católica Apostólica Romana, o Papa Bento XVI.

É fácil afirmar que 2007 foi um ano cheio de bênçãos para Adriana. Outro acontecimento importante em sua carreira foi que durante dois shows em 24 de março, no Palácio das Convenções do Anhembi, em São Paulo, gravou seu primeiro DVD, Adriana ao Vivo, o qual também está disponível em CD. Para seus admiradores esta era uma dívida da cantora, pois seus fãs até recorreram ao site de relacionamentos, Orkut e criaram uma comunidade chamada Eu Quero um DVD da Adriana.

Pedido atendido. Esta produção traz duas músicas inéditas e canções que marcaram a carreira da evangelizadora, em especial as do seu último trabalho, o CD Mais Feliz, o qual recebeu seu segundo Disco de Ouro, concedido pela Paulinas-Comep. O primeiro Disco de Ouro foi recebido pelo álbum "Lindo Céu".


INÍCIO - Atualmente Adriana Paula de Almeida está consagrada pelo público como uma das mais expressivas vozes do meio católico. Ainda com sete anos, começou a tocar e a cantar nas missas da capela Senhor Bom Jesus, em Cruzeiro, interior de São Paulo, junto a um grupo de crianças. Iniciou-se como cantora e intérprete em 1994. Adriana tem como ministério e compromisso a evangelização (ardor missionário pedido pelo nosso Papa João Paulo II) através das canções que canta e dos shows que realiza. De acordo com a gravadora registra aproximadamente 100 mil discos vendidos.



RESENHANDO - Mais de 10 anos cantando músicas religiosas: 5 CDs e 1 DVD. Por que dedicar-se tantos anos à música católica?
Adriana - Porque a messe é grande e os operários são poucos. Sinto-me extremamente feliz com a missão que Deus me confiou. É árdua, mas é linda.


RESENHANDO - Você já foi convidada para gravar outras músicas que não religiosas? Caso positivo, por que não aceitou?
Adriana - Sim, fui convidada em 1997. Mas nunca neguei que a minha música e o meu dom vêm de Deus, e é só para Ele a quem eu devo cantar. Reconheço que a música é um milagre de Deus na minha vida.


RESENHANDO - Para quem não conhece o seu trabalho, qual música você recomenda ouvir? Por que?
Adriana - Poxa, são tantas! (risos) Mas hoje eu recomendaria “Abraço de Pai”, na versão do DVD é claro.


RESENHANDO - Na sua opinião, qual a música mais marcante de todos seus CDs? Por quê?
Adriana - São muitas porque cada uma delas registra fases da minha história. Ultimamente está sendo a música “Humano amor de Deus”, música que o Pe. Fábio de Melo fez pra mim. É a minha vida escrita ali.



RESENHANDO - De todos seus CDs, qual o melhor? Por quê?
Adriana - Não tem o melhor. Acho que cada um veio com o amadurecimento necessário tanto espiritualmente quanto musicalmente falando. Amo todos.


RESENHANDO - Em "Mais Feliz", seu último CD gravado em estúdio, há preferência por alguma canção? Por quê?
Adriana - Humano amor de Deus”! Pela vida que há na música, a minha. O Padre Fábio traduziu fielmente a minha vida.


RESENHANDO - A música "Nossa Missão" é um presente para os seus fãs pelo fato de trazer você com a participação de Dunga, Pe. Fábio de Melo, Eugênio Jorge, Eliana Ribeiro, Ziza Fernandes, Walmir Alencar, Celina Borges e Dalvimar Gallo. Como foi gravar com todas estas referências da música católica?
Adriana - Foi uma graça de Deus pra mim. Reunir pessoas que são referência no meu ministério, pessoas que me ensinaram muito e sobretudo pessoas que ajudaram na minha história de missão.


RESENHANDO - Como é ter amizade e/ou uma relação de carinho com pessoas especiais como Pe. Fábio de Melo, Pe. Jonas, Dunga, Eugênio Jorge, Ziza Fernandes, Celina Borges entre outros grandes evangelizadores?
Adriana - É uma honra, uma alegria que não conseguiria transcrever aqui. Faltou mencionar o Pe. Roberto da Toca de Assis.


RESENHANDO - "Humano Amor de Deus" fala direto ao coração. Como foi gravar a música de um grande amigo escrita para você?
Adriana - Ele traduziu a minha vida em música.


RESENHANDO - Músicas marcantes ficaram de fora do DVD "Adriana Ao Vivo". Como foi feita a escolha do repertório desta produção?
Adriana - Fiz meio que um laboratório antes, perguntando o que as pessoas queriam que eu gravasse e aí chegamos a esse repertório.


RESENHANDO - O DVD não traz alguma música em homenagem à Virgem Maria. Foi opcional ou uma estratégia para chegar até o público evangélico? 
Adriana - Não, não foi nenhuma estratégia e nem negação do que Maria significa pra mim. Tínhamos que gravar 15 canções e o que a galera pediu eu gravei. Mas tem uma música de Nossa Mãe lá no final do DVD, nos caracteres tem a música Coroação a Nossa Senhora.


RESENHANDO - Como você vê o ecumenismo? Você acha que cantores religiosos sofrem preconceito dos meios de comunicação?
Adriana - Eu espero que o ecumenismo aconteça de fato, entre as duas partes. Porque até hoje eu acho unilateral, só a igreja católica é mais aberta para isso.


RESENHANDO - Você saiu da CODIMUC e foi para a Paulinas - COMEP. Que diferenças você sente? Há alguma interferência em seu trabalho atual?
Adriana - Acho que seria anti-ético falar de uma ex gravadora. Fui muito feliz lá o tempo em que fiquei, mas hoje vivo um outro momento no qual também sou muito mais feliz.



RESENHANDO - Qual o papel de um cantor independentemente de seu segmento?
Adriana - Amar o que se faz. Ter ética e sobretudo respeitar o outro, sem passar por cima de ninguém. 


RESENHANDO - O que falta para sua realização profissional e pessoal?
Adriana - Não fico buscando muitas coisas não. Graças a Deus as coisas sempre aconteceram e ainda acontecem como Deus quer.


RESENHANDO - Em um de seus shows (em Santos), você disse que teve de optar entre amor e música. Hoje, qual o balanço que você faz de sua escolha?
Adriana - Não optar por amor, mas um amor e a missão. Hoje louvo a Deus porque Ele quis assim. Ele sabia de tudo, e hoje, eu vivo a graça de contemplar a vitória de Deus na minha vida.


RESENHANDO - Quais seus planos para o futuro?
Adriana - Não sei, só Deus sabe. O que eu gostaria é de poder continuar evangelizando através da canção até quando Deus quiser.


RESENHANDO - Como você define Deus?
Adriana - Ele é o centro da minha vida. Tudo o que faço, penso e sou é porque Ele está em mim. 


PING-PONG:

Gosto de: Estar com a minha família
Não gosto de: Falsidade
Meus cantores favoritos são: Cosme (gravou no DVD comigo), Dalvimar Gallo, Pe Fábio de Melo, Eliana Ribeiro, Adelso Freire, Pe Cleidimar, Suely Façanha, Maninho, meus backings do DVD, etc... Não daria pra colocar todos.
Meus escritores favoritos são: Pe. Fábio de Melo, Pe Léo, Pe Jonas Abib, Max Lucado


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.: Entrevista com Maykon Novaes, ator de as Noites do Terror do Playcenter

"Não estamos ali para machucá-los, e sim para dar um brilho no evento [...] mexer com o lado lúdico e imaginário de cada visitante" - Maykon Novaes


Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em dezembro de 2007


Uma estátua maligna que encantou a muitos visitantes por sua aparência nada sanguilonenta.


O lado sombrio de algo inanimado há tantos séculos. Eis que o belo enfeite de grandes jardins surge com uma postura vilanesca: assustar os visitantes de um parque de diversões da grande São Paulo. Sim, a comemoração de 20 anos de Noites do Terror do Playcenter teve um  Monstro Estátua com um estilo diferente dos demais monstros.

Maykon Novaes, intérprete da personagem em questão, não tinha sangue fictício no rosto e no corpo, o seu diferencial estava no figurino em tom claro e maquiagem suave. Conheça o outro lado deste profissional que veio da cidade de Salto para assustar os visitantes do evento mais aguardado pelos Playmaníacos.




RESENHANDO - Comente um pouco sobre a sua trajetória artística, antes de tornar-se "monstro" das "Noites do Terror".
Maykon Novaes/Monstro Estátua - Eu sempre me interessei pela arte, mas nunca tive contato com a arte de interpretar por morar meio afastado do centro de São Paulo, morava no interior de São Paulo, em uma cidade chamada Salto. Lá nunca tive contato com esse tipo de arte. Meu primo, me chamou pra morar aqui em São Paulo com ele, e aqui já estava entrando no mundo circense, comecei a jogar malabares, Clawn, trapézio, lira, e etc.. Depois com uma certa experiência eu fui na produtora responsável pelo elenco das noites do terror, a ENERGIA, fiz meu cadastro, e fui chamado para participar do elenco das Noites do Terror - Playcenter.


RESENHANDO - As "Noites do Terror" do parque de diversões, Playcenter, completou 20 anos de existência neste ano. Como foi trabalhar neste grande evento comemorativo?
Maykon/Monstro Estátua - Foram os melhores dias da minha vida, uma experiência inexplicável todas as pessoas que conheci tem um espaço no meu coração e irei lembrar deles para sempre. Digo que trabalhar nas Noites do Terror é tudo muito mágico, a reação do público, o carinho , é tudo muito bom... Nessa edição de 20 anos tive a honra de trabalhar, com os melhores personagens de cada ano. Foi especial e mágico.


RESENHANDO - Já participou de outras edições das "Noites do Terror" e/ou eventos similares em outros parques? Como foi esta participação? 
Maykon/Monstro Estátua - Faz pouco tempo que estou em São Paulo, não tive a oportunidade de participar de outras edições das Noites do Terror, também não tive o privilégio de participar de eventos similares, fiz eventos como Clawn, malabres, e pirofagia. Com eventos de terror foi o primeiro. Essa edição de 20 anos foi minha primeira participação no evento, e se Deus quiser não vai ser o último. Esse ano atuei como uma estátua no cemitério principal.



RESENHANDO - Para você, como foi toda a preparação ao transformar-se em "monstro"? Quanto tempo leva para chegar à um resultado plausível, entre maquiagem e figurino?
Maykon/Monstro Estátua - Meu figurino não era muito complicado ao vestir, uns 5, 6 minutos... A maquiagem demora mais uns 30 minutos, porque a minha em especial tem mais detalhes em traços. Em torno de 40 minutos estava pronto.


RESENHANDO - No dia 28 de setembro de 2007, um garoto de 15 anos teve problemas de saúde no parque de diversões, Hopi Hari, veio a falecer e a causa da morte ainda não foi explicada. Após este acontecido você passou a ter receio em assustar os visitantes? Por quê?
Maykon/Monstro Estátua - Não, em nenhum momento tive esse receio. Nós como profissionais temos que fazer nosso trabalho e fazer o que se foi proposto a ser feito pela produtora. Mas, temos bom senso e não assustamos mulheres grávidas, pais com criança de colo, etc.


RESENHANDO - Enquanto "monstro" no parque lhe ocorreram momentos curiosos? Comente alguma curiosidade que lhe aconteceu.
Maykon/Monstro Estátua - Sim, claro, muitos momentos curiosos ocorreram, entre eles uma situação chata que ocorreu no parque, foi o de uma garota que entrou no parque com um spray de pimenta, para atingir os monstros. Ressalto esse acontecimento na tentativa de conscientizar as pessoas que somos profissionais, não estamos ali para machucá-los, e sim para dar um brilho no evento, provocar sustos, e principalmente mexer com o lado lúdico e imaginário de cada visitante. Espero que as pessoas visitem o parque para se divertir com a gente, nosso trabalho, e não com a intenção de machucar os atores que estão trabalhando. E para finalizar agradeço muito a vocês do Site, pelo carinho da Mary Ellen Farias dos Santos. Abraços a todos!! QUE VENHA "AS NOITES DO TERROR 2008".

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

.: O livro mais triste do mundo e a identificação alheia


Por Helder Moraes Miranda, editor do ResenhandoEm novembro de 2007.

Quer saber mais? Fernanda Young está de volta às prateleiras com o livro mais ousado de sua carreira.


Pessoas lidam com a dor de diferentes formas. Algumas, se vestem com a melhor roupa para se atirarem na frente do primeiro carro. Outras, abafam gritos no travesseiro. Umas, menos intensas, simplesmente choram. Essas lavam almofadas com lágrimas ou se trancam em qualquer banheiro público, dispostas a esconder o choro do olhar alheio e, ao sair dali, fingirem que está tudo bem. Nunca está, e a nova protagonista de Fernanda Young, no romance "Tudo que Você Não Soube" – lançado pela Ediouro no final de setembro – exterioriza isso de forma inusitada: tenta matar a mãe a marteladas.

Pela primeira vez um livro traz uma narrativa de Fernanda Young em primeira pessoa. O romance gira em torno das desventuras, em ordem não-cronológica, de uma personagem homônima que resolve contar tudo ao pai em um livro escrito para ele, porque não se falam há anos. Uma mulher que sempre reage: tentando martelar a mãe bruaca, se envolvendo com uma mulher na cadeia, se casando com um homem que na verdade representava uma tábua de salvação, tendo filhos com ele e, por fim, escrevendo um livro que remexe em feridas abertas. Tudo em busca da felicidade, ou de objetivos que possam transformar a vida em algo menos amargo.

Explicitamente, a personagem é uma carente. Como todos nós, que vivemos e morremos em busca da aprovação de olhares alheios. O que choca não é a tentativa de assassinato de uma mãe por meio de um martelo, é a maneira evidente de como cada um reage a dor. É um livro truncado, duro, que mostra uma escritora amadurecida, mas nem por isso menos intensa. Não chega a ser o melhor livro de Fernanda Young, mas está acima da média porque é escrito com uma verdade dificilmente identificada nos lançamentos que surgem nas prateleiras das livrarias. Se "O Efeito Urano" é o livro mais provocativo de Fernanda Young, "Tudo que Você Não Soube" é o mais ousado até agora.

Este lançamento também tem o mérito de comprovar uma característica que vem se firmando com a evolução a cada romance: Fernanda escreve como homem, característica que não tem qualquer conotação machista. Explico, ela não é mulher de escrever literatura feminina. Não afirmo, com isso, que homens têm textos melhores que as mulheres, ou que escritoras que produzem a rotulada “literatura feminina” são inferiores. O que quero dizer é que tem fôlego para escrever, de uma tacada só, coisas que fogem da ternura, sem que perca o lirismo.

Integra e honesta, seja em suas respostas durante as entrevistas, seja em seus livros sempre aguardados por um público cativo, ela se reinventa a cada livro. Relações entre pais e filhos nunca foram as melhores, desde que o mundo é mundo, e exteriorizar a raiva é sempre uma maneira de dizer que se está vivo e não ceder a hipocrisia que nos rodeia. "Tudo que Você Não Soube" é um livro que mostra que não estamos sós com nossa raiva, embora cada frustração seja única e compartilhá-las com alguém seja impossível. Não estamos sozinhos na dor, mas estamos. Entende?


Livro: "Tudo que Você Não Soube"
Autora: Fernanda Young
134 páginas
Ano: 2007
Editora: Ediouro

domingo, 18 de novembro de 2007

.: Resenha de "Three" de Ted Dekker, suspense que usa luta interna

Enigma e Pecado

Por: Cadorno Teles

Em novembro de 2007


"Three" de Ted Dekker, um suspense que usa a luta interna entre o bem e o mal para apavorar.


O que faria um homem normal de repente se tornar um criminoso, um psicopata? O que leva uma pessoa a matar e a ter prazer? Segundo Paulo de Tarso, o apóstolo, o pecado habita em cada um dos homens e cada um dos seres humanos é seu prisioneiro. Mesmo que alguém queira fazer o bem, o mal está ali presente. Usando os preceitos da crença cristã do pecado, o escritor norte-americano Ted Dekker traz um thriller que podemos chamar de um suspense psicológico cristão, Three (Thomas Nelson do Brasil, 352 páginas, R$ 49,90).

Não é sua estréia em português, mas Three é a primeira ficção lançada pela filial brasileira da gigante norte-americana, conhecida no mercado por livros de auto-ajuda e de literatura institucional e de motivação. Dekker é um prolífero best-seller da Thomas Nelson Publisher, seus livros são classificados como ficção cristã, um subgênero ficcional, em que o cristianismo é retratado pelo ponto de vista positivou ou desempenha um papel importante no desenvolvimento da trama. É o caso de C. S. Lewis de As Crônicas de Nárnia ou Rick Sutcliffe, da série The Interregnum. Entre seus sucessos estão Thunder of HeavenSkinShowdownSaintBlessed ChildBlinkA Man Called Blessed e a trilogia WhiteRed e Black, livros que cruzam os gêneros de fantasia, suspense e terror, todos inéditos no Brasil.

Em Three, Ted aborda com habilidade o temor de alguém normal ao ser ameaçado de morte por um psicopata conhecedor de um terrível segredo acontecido na infância dessa pessoa. O protagonista é Kevin Parson, um seminarista de 28 anos, fascinado pela natureza do mal. Kevin é um jovem pacato, simpático e possuidor olhos azuis que expressam uma estranha ingenuidade para sua idade.

Após um debate sobre pecado com um professor, Kevin retorna para casa, quando recebe uma estranha ligação, de um homem chamado Richard Slater, que afirma conhecê-lo e sinistramente intima para confessar um pecado cometido por ele para o mundo ou o seu carro explodirá em três minutos. Depois de conseguir escapar, Kevin percebe que entrou em um jogo perigoso, envolto na perseguição de Richard Slater, um psicopata conhecido pelo FBI, obsecado pelo número três e pela morte.

A partir desse ponto, o tormento de Kevin se inicia. Ele procura por alguma pessoa em sua história que pudesse ter motivos para persegui-lo, e esquece algo reprimido, um pecado esquecido, uma coisa horrenda que aconteceu em sua infância. Ajudado por uma amiga daquela época, Samantha, uma policial, e por uma investigadora do FBI, Jennifer Peters, que seguia há anos os passos do Charadista, nome que Slater ganhou da polícia, Kevin Parson tenta sobreviver ao mesmo tempo em que a culpa o corrói por dentro. O autor constrói uma narrativa que entrelaça o pecado, o arrependimento, o tormento de uma personagem perturbada e com um passado reprimido em uma teia em que nada é o que parecer ser.

Os dois principais personagens, o bom Kevin e o cruel Slater, são construídas a partir da dualidade da natureza humana, com o agravante da complexidade deles serem a mesma pessoa ou como o próprio Slater divaga em uma de suas ameaças "Se o Bem e o Mal pudessem falar um com o outro, o que eles diriam?". Dekker explora a mente dos personagens nessa batalha interior entre o bem e o mal, conseguindo montar um eletrizante suspense, com mais reviravoltas do que o normal. Seus passos no desenvolvimento da trama são austeros, mas consegue intrigar no desvio do enigma dos personagens, no jogo de gato e rato entre Kevin e Slater e na caracterização do mal. Para um autor considerado cristão, já seria normal não encontrar cenas de profanação ou de sexo, mas excita pela violência e o suspense psicológico. Em um ritmo rápido e tenso, Three se destaca, apesar de alguns clichês, como um suspense convincente que surpreenderá em seu final. Vale a pena ler.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

.: Entrevista com Alaní Santiago e Ricardo Fernandez, atores

Nem só de terríveis sustos vive o homem, mas de boas conversas

Por: Mary Ellen Farias dos Santos e Helder Miranda

Em novembro de 2007


Eles te assustaram nos 20 anos das Noites do Terror do Playcenter e agora estão aqui para mostrar o quão humanos são.


Zumbis, vampiros, serial-killers, bruxas, mortos-vivos, estátuas macabras, guardiões do mal e até personagens universais que fazem parte do imaginário tenebroso da população estiveram à solta no mês de setembro e outubro de 2007 perambulando em São Paulo. Todo dizem que quem procura, acha. Este é o "X" da questão: encontrar! Porque é no cair da noite que você vê muitos e muitos monstros por toda parte de um parque que beira 40 anos de existência, localizado no meio da agitada cidade de São Paulo, na Barra Funda: o Playcenter.

Não há como fugir destes seres da escuridão! Escapar do Necrotério, da Passagem Nosferatus e da Vila das Trevas algo tão impossível de fazer quanto sair impune do Rio Estige, do Portal do Inferno, da Cidade de Dite e da Masmorra, além de não adiantar ter boas e longas pernas para correr o mais rápido possível por dentro do Pavilhão dos Condenados, do Cemitério, do Cine Terror, da Peste Negra, dos Vampiros do Rio Douro e do Santuário Satânico. O que fazer? Você é um intruso no habitat destes governantes do mal. A dica é: una diversão e sustos, e assim, tire muitas fotos!

2007: Neste ano o parque abrigou terríveis monstros para celebrar os 20 anos das Noites do Terror. Tanta produção não poderia ficar somente na lembrança daqueles que puderam viver momentos de tensão, de descontração, e claro, do maior e mais profundo terror. 

O site cultural Resenhando.com busca eternizar esta grandiosa festa e, para tanto, traz no mês de novembro um R.G. especial com dois atores que fizeram parte deste grande evento: eles que deram vida aos seres de outro mundo. 

Um foi o Zumbi Rodolfo que rastejava com o bolo dos 20 anos de Noites do Terror nas mãos (Alaní Santiago), enquanto que o maléfico Guardião do Cemitério (Ricardo Fernandez) deu uma nova "cara" para Fernandez, ator que participa das Noites do Terror do Playcenter desde a primeira edição do evento.

Confira agora o R.G. especial com os atores Alaní e Ricardo dois integrantes desta equipe que divertiram a todos os visitantes do Playcenter nesta festa do outro mundo. Saiba mais daqueles que ajudaram a fazer destes 20 anos de Noites do Terror algo para ser lembrado para sempre. Seja curioso e siga em frente nesta viagem sem volta!



RESENHANDO - Fale um pouco sobre a sua trajetória, antes de tornar-se "monstro" das "Noites do Terror".
Alaní/Zumbi 20 anos - Comecei a atuar aos treze anos de idade, e desde de então procurei me especializar na área. Acho que aos 15,16 anos eu fui pela primeira vez ao Playcenter - "Noites do Terror" - e gostei muito do que vi lá, então coloquei na cabeça que gostaria muito de um dia poder participar, pois achava tudo aquilo muito lúdico, lindo e encantador. Enfim, eu queria fazer Noites do Terror. Era um objetivo, um sonho!
Em 2005 soube que a Agência Space estaria fazendo os testes para o evento Noites do Terror. Não pensei duas vezes. Lá estava eu, com mais 200 pessoas e somente quatro vagas. Sem contar que no dia anterior já havia tido outros testes. Lembro que eu fiz o teste para fazer o Diabo, as outras pessoas que também fizeram eram ótimas. No término dos testes eles anunciaram quatro pessoas, eu lembro até hoje. Aprovados: eu, Ligia Campos, Borba e o Ezequiel. Nossa, na hora eu nem acreditei, fiquei super feliz saí pulando na rua de tanta alegria. Então, ali, começou a minha carreira de monstro do Playcenter. Em 2006, fui chamado para trabalhar com a Energia e diretamente com o diretor Valter Seben. Foi muito, mas muito gratificante poder trabalhar com esse diretor maravilhoso, "realmente uma aula" e estou até hoje com eles e muito feliz!!
Ricardo Fernandez/Guardião do Cemitério - Bem eu era uma pessoa comum. Sempre gostei do lado artístico, estava no meu sangue. Eu trabalhava na Secretaria da Cultura, Assessoria de Imprensa. Eu fazia de tudo, mas o que mais gostava era quando tinha que cobrir algum show e me escalavam. Estava no meu mundo, mesmo estando na coxia. Trabalhei também em uma estamparia, era legal por causa dos amigos, mas não era isso que eu queria, e, sim o lado artístico... sempre gostei de assistir filmes de terror, suspense. 
  

RESENHANDO - As "Noites do Terror" do parque de diversões, Playcenter, completou 20 anos de existência neste ano. Como foi trabalhar nesta comemoração de arrepiar?
Alaní/Zumbi 20 anos - Para mim foi ótimo, principalmente por estar carregando o tema do evento! Foi muito bom, mas ao mesmo tempo um grande desafio, aliás o evento girava em torno do meu personagem, né... Graças a Deus eu consegui criar um personagem onde eu tive um grande retorno do público do parque e do próprio Valter Seben. Não poderia ser melhor!
Ricardo Fernandez/Guardião do Cemitério -  É uma vida, é uma satisfação e uma honra. Você faz tantos amigos, você vê tantos amigos irem embora, mas para quem gosta, tira de letra. Uma dica vou dar para quem sonha em atuar nas Noites do Terror... Não vá querer trabalhar pensando no dinheiro e sim se realmente está no seu sangue entrar para uma família de atores, pois lá dentro não é para qualquer um... Entrar pode até ser, mas o difícil é permanecer...


RESENHANDO - Já participou de outras edições das "Noites do Terror" e/ou eventos similares em outros parques? Como foi esta participação? 
Alaní/Zumbi 20 anos - Participo deste evento desde 2005, e pra mim é sempre um desafio diferente, um personagem diferente, uma vida diferente! É sempre ótimo, porque uma coisa eu digo... "Noites do Terror" não é pra qualquer um, é pra quem gosta meeeesmo. Para quem ama!
Ricardo Fernandez/Guardião do Cemitério -  Não, sempre fui fiel ao Playcenter.


RESENHANDO - Que personagem e/ou de que outra forma participou das "Noites do Terror"? Dentre tais colaborações para o evento, qual mais lhe agradou fazer? Por que?
Alaní/Zumbi 20 anos - Olha para mim. Todos os personagens foram gostosos de trabalhar, ideologias, criações, figurinos, objetivos diferentes. Acho que o Rodolfo - "Zumbi Rodolfo" - personagem que eu fiz esse ano de 2007, foi o que mais marcou pra mim. Foi um desafio maior, pois os outros personagens anteriores a ele tinham adereços, eu podia falar, enfim era outra idéia. Agora o Rodolfo não, ele era totalmente expressão corporal, era um zumbi, eles não falam, eu tinha que mostrar todo o sofrimento dele, o porque dele estar com um bolo na mão, mostrar para as pessoas um verdadeiro zumbi. Acho que consegui passar isso para as pessoas, então, o Rodolfo marcou!!
Ricardo Fernandez/Guardião do Cemitério -  Cada ano é diferente, uns dos outros. Como eu falei, eu amo o que faço e curto todas as personagens, porque até agora não repeti nenhum e já vi outro ator fazer o meu personagem do passado... fiquei muito feliz e honrado...   


RESENHANDO - Para você, como foi toda a preparação ao transformar-se em "monstro"? Quanto tempo leva para chegar à um resultado plausível, entre maquiagem e figurino?
Alaní/Zumbi 20 anos - Eu digo que a preparação para todo esse espetáculo é um ritual. (risos) Eu adoro! Olha quem foi meu maquiador desse ano de 2007! Rogério Maldonato! Ele era super ágil e fantástico, adorava o trabalho que fazia, ele deixava minha make pronta em torno de uns 15, 20 minutos, e ficava muito bom, era exatamente o que eu queria. Agora para por o figurino, ai já era um pouco mais demorado (risos), eu colocava uma peça, conversava, colocava outra e ia dar uma volta, e ai iaaaa... (risos) como eu disse era todo um ritual que só pra quem ama mesmo. (risos)
Ricardo Fernandez/Guardião do Cemitério -  Faço pesquisa, assisto filmes e faço laboratório, leio bastante e se não tem onde encontrar eu mesmo construo de como deveria de fazê-lo e como o público iria recebe-lo. Depende da personagem que vou fazer, pois vai de um para outro, já fiz maquiagem que fiquei na cadeira do maquiador mais de 30 minutos. Quero destacar que o meu maquiador deste ano (Rodrigo Uchoa) está me maquiando há 5 anos. E voltando ao assunto em pauta: Este ano eu ficava pronto para atuar em 1:30 horas....


RESENHANDO - No dia 28 de setembro de 2007, um garoto de 15 anos teve problemas de saúde no parque de diversões, Hopi Hari, veio a falecer e a causa da morte ainda não foi explicada. Após este acontecido você passou a ter receio em assustar os visitantes? Por que?
Alaní/Zumbi 20 anos - Não me causou receio em assustar ninguém, pois quando eu me 
concentrava na minha personagem, não conseguia pensar em mais nada do que no mundo do Rodolfo. (risos)
Ricardo Fernandez/Guardião do Cemitério -  Não. Sabe de uma coisa, quando estamos na personagem, não pensamos como nós e sim como o Monstro. Acidentes acontecem em qualquer lugar, com qualquer um, sabe pode até acontecer com você. (risos)


RESENHANDO - Enquanto "monstro" no parque já lhe ocorreram momentos curiosos? Comente alguma curiosidade que lhe aconteceu.
Alaní/Zumbi 20 anos - Sim uma vez em 2005 uma criança que tinha um problema de 
paralisia ficou encantada com a minha personagem. Ela queria por que queria ficar do meu lado, e começou a tirar fotos e queria me abraçar toda hora. Disse que gostava de mim, falava que eu era bonito, ficou me elogiando muito e passou a noite toda ali na sua cadeiras de roda observando o meu trabalho, só foi embora quando eu fui. Isso marcou muito. Foi lindo!
Ricardo Fernandez/Guardião do Cemitério -  Muitas vezes, vou lhe contar uma deste ano que foi hilário. Como sabe eu era o Guardião do Cemitério e comigo sempre estava o Portela, ele que fazia a Pirofagia. Um dia estávamos eu e o Portela no túmulo, ele de pé e eu sentado nos pés dele, quando chegou um visitante e perguntou ao Portela: Quem é você? Ele respondeu: Eu sou Jesus Cristo! O visitante olhou para mim e não contente me perguntou: E você? Eu rapidamente apontei para o Portela e respondi: Maria... Mãe dele... E ai não deu saímos da personagem e entramos no Mausoléu para cair na gargalhada, isso porque logo em seguida a Dama de Vermelho veio até nós e disse que tinham atirado pedra nela. Bastou. O grupo estava feito... Jesus, Maria e Maria Madalena. Bem, pena que o espaço é pequeno pois tenho um arquivo dentro de mim de 20 anos e muitas histórias... Quando precisar sabe onde me achar!
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