terça-feira, 16 de agosto de 2016

.: Os escritos íntimos de Madre Teresa de Calcutá revelados em livro

Petra Editora lança "Venha, Seja Minha luz", livro de escritos íntimos de Madre Teresa de Calcutá. Conteúdo vem da caneta da própria religiosa, que será canonizada pelo papa Francisco no próximo dia 4 de setembro.

"Venha, Seja Minha Luz", de Madre Teresa de Calcutá, chega às livrarias de todo o país com o selo da Petra Editora. Neste livro com conteúdo único, o lado desconhecido da religiosa mais admirada deste tempo se revela. Trata-se de uma obra de impacto, com revelações privadas de uma autora querida por unanimidade.

Madre Teresa de Calcutá, missionária albanesa que dedicou a vida aos pobres e necessitados, é uma das figuras mais importantes de nossa era. Sua canonização será celebrada pelo papa Francisco no próximo dia 4 de setembro.

Esta obra é considerada diferenciada e singular, por ser um título que já deu o que falar em todo o mundo quando de sua publicação no exterior. Por meio dela, descobre-se um lado surpreendente da nova santa: suas crises de fé, suas dúvidas, sua força de vontade, sua vida de oração, os obstáculos que vivenciava – em suma, o lado humano de uma santa incontestável.

"Venha, Seja Minha Luz" é uma referência sobre a vida da santa e considerado fundamental para compreendê-la. Nenhum outro livro sobre ela passou por tantas aprovações eclesiásticas, recebendo elogios e comentários de bispos, cardeais e, até mesmo, do papa Bento XVI, que a beatificou. Além disso, não há, no mundo, maior conhecedor de Santa Teresa de Calcutá que Brian Kolodiejchuk, comentador e organizador destes escritos de Madre Teresa. Brian não apenas conviveu com MadreTeresa, mas é também o fundador do Mother Teresa Center e o responsável por seus processos de beatificação e canonização.

"Venha, Seja Minha Luz" não é apenas um livro sobre Madre Teresa. Trata-se, antes, de um mergulho em sua alma, realizado por meio dos escritos que a querida santa de Calcutá enviou a seus diretores espirituais e conselheiros mais próximos. Por meio de documentos tão íntimos, organizados e comentados pelo responsável por seu processo de beatificação e canonização, estas páginas nos revelam detalhes pouco conhecidos desta que foi uma das mulheres mais importantes de nossa era, entre eles seus diálogos com Jesus e sua profunda aridez e escuridão espiritual.

“Se eu alguma vez vier a ser santa, serei certamente uma santa da ‘escuridão’. Estarei continuamente ausente do Céu — para acender a luz daqueles que se encontram na escuridão na terra.”
— Santa Teresa de Calcutá

.: "Mônica - Força", título do "Graphic MSP", será lançado na "Bienal"

O 12º título do selo "Graphic MSP" – projeto em que quadrinistas convidados reinterpretam os clássicos personagens de Mauricio de Sousa, em seus próprios estilos – traz como figura central da trama a personagem principal do quadrinho nacional. "Mônica – Força" foi escrita e desenhada por Bianca Pinheiro, e a autora que dá um viés inusitado à garotinha mais forte do Limoeiro, mostrando que ela também pode se sentir vulnerável.

O lançamento será um dos destaques da 24ª Bienal Internacional do Livro, que acontece em São Paulo, com sessão de autógrafos marcada para dia 3 de setembro, às 15h, no estande da PANINI. A publicação tem 80 páginas e chega em duas versões: capa dura, com preço sugerido de R$ 34, e brochura em capa cartão, por R$ 23.

Sempre que é preciso, Mônica usa sua força para resolver os problemas. Agora, terá que enfrentar o maior deles. E não poderá ser na base da coelhada. Nesta "Graphic MSP", a destemida protagonista vai encarar o grande desafio de sua vida, numa história tão dolorida quanto emocionante.

Os extras da edição são uma diversão à parte, pois complementam a experiência e enchem os olhos. São esboços da história, com a reprodução de páginas do caderninho em que a autora iniciou a criação do argumento e diagramação das páginas, além de ensaios para a definição do visual dos personagens e da paleta de cores. O processo de trabalho da Bianca é demonstrado nas cinco etapas – esboço inicial da página, com balões e o texto demarcado; arte-final, feita toda de forma digital; aplicação das cores; trabalho de sombreamento - para dar mais volume ao desenho -; e a versão final, já com balões e textos definitivos. Uma galeria de imagens também retrata o processo de criação da capa.

Como nas outras publicações do selo, o volume se encerra com uma matéria sobre a criação da Mônica, há mais de 50 anos, e as primeiras aparições de seus pais, Seu Sousa e Dona Luísa, e do Monicão, personagens que ganham destaque na trama desta "Graphic MSP", além da biografia da autora, Bianca Pinheiro.

O texto da quarta capa da edição é assinado pela escritora, jornalista e pesquisadora Flávia Gasi, que observa: “Mônica é conhecida por ser uma personagem forte, em mais de um significado da palavra, da potência física à coragem. Mas um problema que não pode ser resolvido com robustez faz com que ela passeie pelo outro lado da mesma moeda: a fragilidade”. E completa: “Para criar tal história, entra em cena Bianca Pinheiro, perspicaz, doce e forte, que traz um zelo bonito à trajetória da Mônica, e lhe adiciona camadas de afeto. Força evidencia a clássica personagem de Mauricio de Sousa como uma tela de muitas cores. Uma graphic novel que celebra a força e as nuances de cada um de nós”.

Publicado pela PANINI desde seu lançamento, há quatro anos, o selo "Graphic MSP" já se tornou referência no segmento, reunindo o melhor do traço nacional em HQs produzidas pelos mais diversos artistas e estilos.

"Graphic MSP"
É uma linha de publicações que derivou do projeto "MSP 50 – Mauricio de Sousa Por 50 Artistas", que começou em 2009, para comemorar o cinquentenário de carreira do criador da Turma da Mônica. O sucesso de público e crítica foi tamanho, que vieram mais dois livros: "MSP + 50 – Mauricio de Sousa por Mais 50 Artistas" (2010) e "MSP Novos 50 – Mauricio de Sousa Por 50 Novos Artistas" (2011).

Como ficou claro que os personagens de Mauricio de Sousa permitiam voos ainda mais ousados, surgiu o projeto "Graphic MSP". A primeira foi "Astronauta - Magnetar", de Danilo Beyruth, lançada em outubro de 2012. Na história, o personagem criado por Mauricio de Sousa ganha uma releitura ousada, em que fica “náufrago” no espaço e luta não apenas pela sua sanidade mental, mas principalmente pela vida.

A segunda, que saiu em junho de 2013, foi "Turma da Mônica - Laços", de Vitor e Lu Cafaggi. Na trama, o Floquinho, o cachorro do Cebolinha, desaparece, deixando o garoto deprimido. É quando Cascão, Mônica e Magali decidem encontrar o cão. Juntos, eles vivem uma aventura em que superarão diversos perigos graças à amizade que os une.

Depois, vieram "Chico Bento - Pavor Espaciar", do Gustavo Duarte, um álbum de humor, com direito ao menino caipira ser abduzido por alienígenas; "Piteco - Ingá", do Shiko, uma aventura com direito a raptos, perseguições, mulheres em perigo, lutas, resgate e amor. "Bidu - Caminhos", uma releitura do primeiro encontro do Franjinha com seu cão azul; "Astronauta - Singularidade", continuação de Magnetar, em que o herói espacial vai investigar um buraco negro e se envolve num grande ardil espacial; "Penadinho - Vida", na qual a Alminha vai reencarnar e o fantasminha precisa criar coragem para, finalmente, dizer que ela é o amor da sua... morte; "Turma da Mônica - Lições", a aguardada sequência de "Laços", na qual Mônica, Cebolinha, Magali e Cascão precisam lidar com as duras consequências de um erro que cometeram; "Turma da Mata - Muralha", uma trama repleta de intriga política e aventura em que a "Turma da Mata" e o reino de Leonino estão de lados opostos e um confronto é inevitável; "Louco - Fuga", trama estrelada por Licurgo Orival Umbelino Cafiaspirino de Oliveira, o Louco, que corre dos guardiões do silêncio, enquanto viaja pelas histórias para libertar um pássaro; e "Papa-Capim - Noite Branca", primeira trama de terror do selo, em que uma ameaça sobrenatural pode significar o fim de todos os membros da aldeia do então jovem índio.

Todas foram sucesso de público e crítica e, em 2013, "Astronauta - Magnetar" foi publicado, pela Panini, em quatro países da Europa: Itália, França, Espanha e Alemanha. 

Ficha Técnica
"Mônica – Força", de Bianca Pinheiro
Graphic novel do selo "Graphic MSP"
Formato: 19 x 27,5 cm
80 páginas
Lombada quadrada
Papel: couché
Lançamento: a partir de 26 de agosto, na Bienal do Livro de São Paulo, e 31 de agosto, nas livrarias
Distribuição: nacional

.: Entrevista com Alexandre Guarnieri, poeta



"A serenidade que busco na vida já não quero no texto".
Alexandre Guarnieri

Por Helder Miranda
Em agosto de 2016

Nascido no Rio de Janeiro em 10 de maio de 1974, Alexandre Guarnieri  é historiador da arte e mestre em tecnologia da imagem. Começou, em 1993, a participar de eventos de poesia falada no Rio de Janeiro. Em 2011, publicou pela Editora da Palavra o seu primeiro livro, "Casa das Máquinas". Com o livro "Corpo de Festim", lançado pela editora "Confraria do Vento", conquistou o primeiro Prêmio Jabuti de Literatura na categoria "Poesia". O livro ganha agora uma segunda edição, pela editora "Penalux".

A obra pretende acostumar o leitor à sua biologia, às suas entranhas e fazer com que estas lhe entreguem a verdade sobre o mundo, a vida e sua história, descobrindo e redescobrindo o novo e o antigo dentro da anatomia, da matéria orgânica e também das palavras.

Aos 42 anos, mora no Centro do Rio de Janeiro e trabalha com burocracia estatal. Está entre os editores da revista eletrônica "Mallarmargens".  Além do Jabuti, no ano passado, ele conquistou em 2003 os prêmios "Yêda Schmaltz", oferecido pela "União Brasileira de Escritores, Seção Goiás", e "Marco Lucchesi", oferecido pelo jornal carioca "Panorama da Palavra", pelo poema que está no "Casa das Máquinas", chamado "pedra fundamental". 


Reeditado recentemente, o livro "Corpo de Festim" tem o intuito de explicar a maravilhosa criação do corpo humano em forma de poesia. O autor brinca com as palavras para descrever a criação e a evolução dos seres por meio da biologia, com a proposta levar o leitor às infinitas descobertas sobre o início de nós mesmos e a continuidade da nossa história.

De acordo com o escritor Furio Lonza, autor do prefácio, a obra reúne poesias em torno de um tema, concentradas obsessivamente na materialidade da palavra, na dissecação, na anatomia, no “voyver biológico”"A repetição sobre seu objeto, o corpo, leva-nos a infinitas descobertas sobre o início de nós mesmos e a continuidade da nossa história, chegando perto das nossas interpretações de nossas verdades e mentiras", relata.

Para os editores Tonho França e Wilson Gorj, Guarnieri se enquadra nos pódios da poesia brasileira contemporânea, por sua linguagem inovadora e única. Com tema impressionantemente modernos, seu peso materialista é familiar devido à cultura ocidental do século XXI, que precisa do material bruto para crer.


RESENHANDO - O sobrenome "Guarnieri" é parentesco ou coincidência com o ator/escritor?
ALEXANDRE GUARNIERI - Temos ancestrais comuns, na Itália, mas nunca convivemos.

RESENHANDO - Qual é a sensação de ganhar um "Prêmio Jabuti" com um livro de poesias?
A.G. - Uma satisfação sem tamanho, uma sensação de trabalho de casa bem feito. Um reconhecimento.  

RESENHANDO - Por que o título “Corpo de Festim"?
A.G. - Quis um título curto e de alto impacto, como no "Casa das Máquinas". Da "Casa" para o "Corpo" me pareceu um salto coerente. 

RESENHANDO - Como surgiu a oportunidade de reeditar, dois anos depois, o livro? 
A.G. - A primeira editora, com a qual ganhei o prêmio Jabuti, não mostrou interesse em reimprimir ou reeditar o livro, apesar do prêmio.
Conheci o trabalho da Penalux e decidi apostar. Tonho França e Wilson Gorj são sérios e afetuosos. É o que um autor espera de seus editores, além do profissionalismo.


RESENHANDO - Como a poesia pode se relacionar com a criação e a evolução dos seres por meio da biologia?
A.G. - O mundo é experimentado a partir dos cinco sentidos, mas só a linguagem pode compartilhar a experiência. A linguagem pode interpretar tudo ou, pelo menos, tentar, tentar, tentar. A arte é uma espécie de ciência.

RESENHANDO - O livro tem a proposta de conduzir o leitor às infinitas descobertas sobre o início de nós mesmos e a continuidade da nossa história. O que você próprio descobriu com esse trabalho?
A.G. - O valor do acaso... que todo livro é um monstro de "Frankenstein" e nos desafia, que pode nos consumir... que os temas também estão sujeitos à entropia... que o ego planta armadilhas, um campo minado de problemas e saídas estratégicas... que o poema é meu bote salva-vidas... 

RESENHANDO - Como é, para você, descobrir e redescobrir o novo e o antigo dentro da anatomia, da matéria orgânica e também das palavras?
A.G. - Eu me sinto um cientista louco, imune à disciplina... Ao mesmo tempo, dedicado, abraçado à própria obsessão, numa relação apaixonada... Os temas me tomam, se apossam de mim... Cada livro que escrevo me oferece o mapa para uma nova viagem, aberta ao improviso, mas trabalhosa e cheia de perigos... Neste livro, quis converter a matéria orgânica em linguagem, como se pudéssemos criar uma máquina para isso... Persegui uma poética genética...   

RESENHANDO - Nesse livro, você também fez a capa e o projeto gráfico. Como foi esse trabalho, na própria obra?
A.G. - Desde meu primeiro livro, sempre estive ligado à todos as etapas do processo do livro... Minha poesia está intimamente ligada à forma, eu não poderia terceirizar isso. É algo que nasceu com a minha poesia.


RESENHANDO - A poesia é um segmento valorizado na literatura? 
A.G. - Muito valorizado. E menos lido do que gostaríamos. A poesia é o laboratório alquímico da linguagem por excelência. É onde o chumbo pode virar ouro. É o campo experimental onde velhas coisas podem ser descritas de novas formas, possibilitando novas sensações sobre elas. Gosto muito dessa poesia que emana das coisas. A poesia é uma espécie de farol da sensorialidade. Por dizer o velho como novo, permite que este seja sentido de outro modo. 

RESENHANDO - Como um historiador da arte e mestre em tecnologia da imagem enveredou para a poesia?
A.G. - Para alguém que busca a arte experimentando linguagens, um meio sempre acaba fisgando a sensibilidade em detrimento dos outros, no meu caso, foi o da palavra escrita. Os poemas são esculturas ou pinturas ou vídeos ou performances... verbi-voco-visuais. Toda arte é tradução e fundação.

RESENHANDO - Desde 93, você participa de eventos de poesia falada no Rio de Janeiro. A oralidade na poesia é algo que está se perdendo?
A.G. - Pelo contrário, os saraus estão mais em pauta do que nunca. Muito embora, eu julgue haver poemas que funcionem na voz, mas não na página. E vice-versa. Mas tudo é uma questão de juízo e não deve haver ditadura estética.

RESENHANDO - Dentro desse assunto, como faz para enxergar a poesia no dia a dia?
A.G. - É uma questão de treino, de exercício do olhar e da escuta do mundo. Um tipo de meditação. Convidar o fora a entrar, depois tentar isolá-lo. Ficar em roda com ele. Conviver com o fora, dentro. Depois expulsá-lo com palavras. O poema pode ser uma tradução de sensações.  


RESENHANDO - O primeiro livro, “Casa das Máquinas”, foi elaborado em que contexto, e a partir de que inspiração?
A.G. - Uma energia muito parecida com a do "Corpo de festim", acho que esses livros conversam muito. Fiquei 15 anos trabalhando nele. Publicar não era prioritário. Simplesmente me permiti conviver tanto tempo com uma família de poemas que eles foram se ramificando, dando filhotes, só então entendi que o conjunto era um livro. E os aprisionei nele. Meus livros são zoológicos, há um raciocínio por trás da reunião, mais do que simplesmente um recorte temporal.

RESENHANDO - Qual a diferença entre o primeiro “Casa das Máquinas” e o que será reeditado ainda este ano?
A.G. - Pretendo limpar os exageros (este livro exige muito fôlego). Retirar alguns poemas, inserir outros, além de mostrar uma pequena fortuna crítica. 

RESENHANDO - Como é o seu trabalho como editor da revista eletrônica "Mallarmargens"?
A.G. - É a minha cachaça. Tomar contato com novos trabalhos e novas visões da poesia é de uma satisfação sem tamanho. Há tanto talento por aí, quase sempre inédito em livro. 

RESENHANDO - As premiações servem como incentivo aos escritores? Isso, de alguma maneira, interfere no ego do artista?
A.G. - As premiações deveriam servir como incentivo, inclusive financeiro, jamais ar quente para o balão do ego.  

RESENHANDO - O que há de autobiográfico nas suas poesias?
A.G. - As minhas sensações do mundo, quase sempre alimentadas por obras de arte de terceiros é certo. A arte é o combustível. Minha poesia é essencialmente biográfica porque parte de minhas sensações. 

RESENHANDO - O que a poesia representa para você?
A.G. - Uma forma de estar no mundo, num eterno jogo de estabilidade e transformação. No final, não há como vencer a entropia. Então é possível cantá-la.


RESENHANDO - Quais os autores mais influenciaram a sua carreira como poeta e por que?
A.G. - Pode parecer absurdo, mas num mesmo período fui capaz de me sentir simultaneamente tão entusiasta dos beatniks quanto dos concretos paulistas. Nunca fui preconceituoso com as experimentações nos limites das linguagens. Nas zonas de fronteira onde as linguagens se encontram há terreno fértil para renovações estéticas. Nos anos 90, ao mesmo tempo em que militava na poesia falada carioca, fazia experiências com poemas-objeto que não compartilhava com ninguém. Colava textos em pequenos espelhos, que refletiam uns aos outros. Eu fiz muitos poemas-objeto de cartolina recortada e dobrada. Misturei muito Amilcar de Castro com Lygia Clark. Tinha minha oficina particular de poesia concreta! Sempre fui fã dos construtivos, proto, pré, strictu sensu, neo, pós. O livro “A Ave” do Wlademir Dias-Pino me impressionou bastante (Álvaro de Sá tinha uma cópia, há pouquíssimas no mundo)! Produzi um poema cinético, o "CiClotron", e o poema interativo "Cristal-Prisma-Fractal" (inédito). Mas a materialidade do impresso sempre me venceu. O livro como uma fantástica máquina, ao mesmo tempo tão simples. Percebi que o software era mais interessante que o hardware e resolvi investir mais nele, ou seja, no texto em si. Muitos autores fizeram a minha cabeça ao longo dos anos; para citar alguns: Gullar, JCMN, CDA, Manoel de Barros, Ledo Ivo, Augusto dos Anjos, O grupo Noigandres, os beatniks, Francis Ponge, Gottfried Benn, Trakl, cummings, Ezra, Pessoa, Sá-Carneiro, Mauro Gama, Álvaro Mendes, Helena Ortiz, Astrid Cabral, Rosa Ramos, etc. Não conseguiria citar todos.

RESENHANDO - O que o inspira e o que o desestimula a escrever?
A.G. - Uma relação difícil de pretensa intimidade com o texto me estimula, mas familiaridade e facilidade demais me fazem perder o tesão.  

RESENHANDO - Diferenças e semelhanças entre o poeta e o homem Alexandre Guarnieri.
A.G. - O que escrevi acima já não vale pra vida, ou pelo menos não deveria, gosto de acreditar que estou apto a buscar relações saudáveis com pessoas e lugares. A serenidade que busco na vida já não quero no texto. No texto, quero a guerra, a fricção, o risco, o perigo.

RESENHANDO - A poesia pode morrer?
A.G. - A poesia morre e renasce todo dia, no seio da nossa relação com a linguagem. Peço permissão para citar o poeta amigo Mauro Gama, por sua vez citando Cioran, no posfácio do meu primeiro livro, "Casa das Máquinas": "o consagrado, numa língua, como lembra o romeno Cioran, constitui sua morte: uma palavra prevista é uma palavra defunta; só seu emprego artificial lhe insufla um novo rigor (...)”. E o rigor, com relação à palavra, é o próprio ofício do poeta". Quando nosso olhar sobre algo embaça, a poesia morre. O olhar faz as coisas viverem e morrerem. Faz parte do ciclo de renovação, permitir que algo morra, para que possa se renovar. Vida e morte são o eterno jogo necessário à criação. 

Sobre o entrevistador
Helder Miranda é editor do Resenhando.com há 12 anos. É formado em Comunicação Social - Jornalismo e licenciado em Letras pela UniSantos-Universidade Católica de Santos, e pós-graduado em Mídia, Informação e Cultura pela USP. Atuou como repórter em vários veículos de comunicação. Lançou, aos 17 anos, o livro independente de poemas "Fuga", que teve duas tiragens esgotadas.

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

.: A nova edição de "A Balada do Cárcere", de Bruno Tolentino

Um dos grandes nomes da poesia brasileira, Bruno Tolentino ficou conhecido não apenas por suas proezas literárias – ele venceu três vezes o Prêmio Jabuti – mas também pelas polêmicas. Ficaram famosas suas desavenças com os irmãos Augusto e Haroldo de Campos, o músico Caetano Veloso, e com diversos professores da USP. Definia-se como “uma língua ferina entortada pelo vício da ironia”.

Agora, vinte anos depois da primeira publicação de “A Balada do Cárcere”, as novas gerações poderão conhecer este que é um de seus livros mais importantes. O título chega às livrarias pela Record em agosto: é uma edição comentada, com apresentação do poeta Érico Nogueira, e notas e organização de Juliana P. Perez, Jessé de Almeida Primo, Guilherme Malzoni Rabello, Renato José de Moraes e Martim Vasques da Cunha.

“A Balada do Cárcere” nasceu da experiência de Tolentino durante os 22 meses que passou na prisão de Dartmoor, no Reino Unido. O escritor morou por quase 30 anos na Europa, onde lecionou literatura em universidades inglesas. Tolentino faleceu em 2007, não sem antes deixar um legado literário que inclui obras como “As Horas de Katharina”, “O Mundo como Ideia” e “A Imitação do Amanhecer”.

Orelha:
“É lugar-comum a ideia de que a poesia dá ao leitor as ferramentas necessárias para a expressão daquilo que, de outro modo, permaneceria inexpresso. Quanto maior a apropriação dos recursos de linguagem pelo indivíduo, portanto, maior seria o grau de autoconsciência do qual ele é capaz.

O presente livro mostra que esse lugar-comum tem muito de verdade. O encontro entre o narrador que fala na primeira parte bem como no epílogo de A balada do cárcere e o Numeropata (companheiro seu de reclusão no presídio britânico de Dartmoor) é, afinal, o encontro entre a linguagem articulada, expressiva, devassadora, e uma massa existencial informe, caótica, afásica. É assim quase uma parábola sobre o nascimento da cultura.

Quando o poeta empresta sua voz para que o “monstrengo”, o “Minotauro”, fale na segunda parte desta Balada tripartite, o Numeropata se descobre assassino da Beleza (recordada, na imagem de sua mulher, como “sempre mais obscura, / cada vez mais amada”). Isso ao mesmo tempo que descobre que até para o seu crime, uma materialização cruel do que em abstrato cometemos dia após dia, existe redenção: o crime de não compreender que o “visível” é a “derrota do invisível”, que o Belo não é deste mundo e que guardá-lo, impedir sua dissipação, é coisa impossível. Quando se tenta guardá-lo, mais rápido se dissipa — tal como a vida da amada que o Numeropata estrangulara.

É por isso que este livro, se nos mostra o nascimento da cultura por meio do encontro de duas pessoas, nos mostra também a insuficiência da cultura por meio do encontro de uma pessoa (o assassino, o amante) e a recordação de outra que se foi (a assassinada, a amada). Existiria uma faixa de vida, de verdade fundamental, que a palavra só mata e o símbolo elude; tenta dizê-la, e o pouco que consegue apenas trai sua totalidade. Mas só a própria linguagem seria capaz de nos conduzir a esta lição paradoxal, que aqui se alcança inclusive através de releituras de mitos gregos e do simbolismo de animais heráldicos. Tudo, enfim, para que compreendamos por que “um corpo // sacrificado à linguagem / que os amantes não entendem / passou boiando ante a margem / do Nunca Mais. Para sempre”.

“A Balada do Cárcere” é o menos prolixo e mais bem estruturado dos livros que Bruno Tolentino escreveu. É também livro que o situa, contra a impressão de leitores negligentes, no topo da modernidade literária brasileira, com sua fusão de imagens imprevistas e ideias complexas, seu verso plástico (da redondilha ibérica à construção aparentemente “livre”) e sua sobreposição de tom elegíaco e episódica autoironia.” (Ronald Robson)

.: Pela 1a vez, PLAYBOY brasileira traz uma negra na capa de aniversário

A revista PLAYBOY brasileira, que chega às bancas no final de agosto, completa 41 anos. A atriz Pathy Dejesus será a primeira mulher negra a estampar a edição de aniversário, quebrando um paradigma de 41 anos. As fotos foram feitas em São Paulo pelo fotógrafo Jacques Dekequer.

Os leitores estão votando para escolher qual será a capa da edição comemorativa aos 41 anos da PLAYBOY. Desde o último sábado, 13 de agosto, quando uma festa em Florianópolis comemorou a data, está aberta uma votação no site da revista com três opções. A intenção da publicação é colocar na banca a foto mais votada. Para votar basta acessar o site www.playboy.com.br. A votação termina às 23h59 desta terça-feira, 16 de agosto.



.: Baseado em HQ, "Tungstênio" vira filme de Heitor Dhalia

Baseada no livro homônimo de Marcello Quintanilha, obra será produzida pela Paranoid em novembro, em uma coprodução com a Globo Filmes.

O cineasta Heitor Dhalia se prepara para começar as filmagens de "Tungstênio", seu novo longa-metragem. Com produção da Paranoid e coprodução da Globo Filmes, o filme é baseado no livro homônimo de história em quadrinhos de Marcello Quintanilha, publicado pela editora Veneta, o qual já foi premiado por unanimidade no "Festival Internacional de Quadrinhos de Angoulême", na França, na categoria thriller.


"Tungstênio" trará quatro personagens para o centro da narrativa: um policial, que atua movido por seus instintos, sua esposa, que está decidida a separar-se, um pequeno traficante, cujo principal interesse é sobreviver mais um dia, além de um ex-sargento do exército, saudoso de sua vida na caserna. Com previsão de filmagens para novembro desse ano, o longa-metragem contará com locações na Bahia.

Diante desse cenário, os protagonistas se verão imersos em uma trama aparentemente banal, mas cuja escalada em tensão os conduzirá à negação dos próprios sentimentos. Em uma busca desenfreada por escolher os caminhos que lhes pareçam mais corretos, os personagens inevitavelmente enfrentarão conflitos pessoais diante da impossibilidade de seguir à risca suas escolhas racionais.


O livro de Marcello Quintanilha, que é considerado um dos principais quadrinistas brasileiros, será adaptado para o cinema pelos roteiristas Marçal Aquino e Fernando Bonassi. O projeto de Heitor Dhalia conta ainda com Guel Arraes como produtor associado. 

Diretor de filmes como "À Deriva", "O Cheiro do Ralo" e "Serra Pelada", paralelamente ao novo longa, Dhalia já tem outro projeto em andamento. Trata-se do filme "O Diretor", que retratará o envolvimento de um renomado e polêmico diretor de teatro com uma jovem e bonita atriz, durante a remontagem da peça “Hamlet”, de Shakespeare. O longa trará à tona questões como abuso, assédio, difamação e, principalmente, o limite entre o desejo e a ética. 

Sobre a Paranoid        
Produtora dos sócios Heitor Dhalia e Egisto Betti, a Paranoid é reconhecida por trabalhos de ponta em publicidade, entretenimento e conteúdo. Em 2013, a empresa lançou "Serra Pelada", dirigido por Dhalia e, em 2016, apresentou o primeiro longa-metragem de Vera Egito, "Amores Urbanos". Atualmente, entre os projetos de cinema, está captando recursos para os filmes "O Diretor", também de "Dhalia" e "Prisioneiro da Liberdade", de Jeferson De. A produtora ainda se prepara para iniciar as filmagens de "Todas as Razões para Esquecer", de Pedro Coutinho, "Tungstênio", de Heitor Dhalia e "Rua Maria Antônia – A Incrível Batalha dos Estudantes", de Vera Egito. A Paranoid também trabalha na finalização de um documentário internacional de Heitor Dhalia e possui diversos projetos em andamento na área de televisão e brandedcontent, responsável por iniciativas como a produção "Marias – Elas Não Vão Com as Outras", realizado para a marca Intimus, da Kimberly Clark. Prestes a completar sete anos no mercado, com um casting de diretores composto por mais de 20 renomados nomes nacionais e internacionais, a produtora vem conquistando destaque em diversos festivais no mundo todo com a produção de obras cinematográficas e publicitárias.  

Sobre a Globo Filmes
Desde 1998, a Globo Filmes já participou de mais de 185 filmes do cinema brasileiro. Com a missão de contribuir para o fortalecimento da indústria audiovisual nacional, a filmografia contempla vários gêneros, como comédias, infantis, romances, dramas e aventuras, apostando na diversidade e em obras que valorizam a cultura brasileira. A Globo Filmes participou de alguns de sucessos de público e de crítica como "Que Horas Ela Volta?", "Tropa de Elite 2", "Se Eu Fosse Você 2", "2 Filhos de Francisco", "O Palhaço", "Getúlio", "Carandiru" e "Cidade de Deus" – com quatro indicações ao Oscar. Suas atividades se baseiam em uma associação de excelência com produtores independentes e distribuidores nacionais e internacionais.

.: Vida Alves, atriz que deu o primeiro beijo na TV, é a "Persona em Foco"


Vida Alves relembra grandes momentos de sua trajetória pessoal e profissional no "Persona em Foco" da próxima terça-feira, 16 de agosto. O programa, que conta com a participação de duas figuras ligadas à televisão – o jornalista Elmo Francfort e a atriz Sônia Dorce –, vai ao ar às 23h30, com apresentação de Atílio Bari.

Vida Alves esteve presente nos primórdios da televisão brasileira. Filha de poeta, ela relembra traços marcantes do pai que faleceu quando ela ainda era criança, como a paixão dele pelo ensino e os excêntricos nomes que deu aos filhos: Vida, Helle, Homem, Mulher, Poema e Ritmo.

Na atração, Vida, nascida no interior de Minas Gerais, na cidade de Itanhandu, conta sobre sua vinda para São Paulo, fator crucial para o seu envolvimento com o rádio. Ela recorda as dificuldades que encontrou durante o período e a persistência mantida para atingir seus objetivos e fazer parte do veículo. Além disso, também explica os motivos de ter cursado a faculdade de Direito, mesmo não tendo como meta exercer a profissão.

Entre os assuntos abordados, também ganha destaque o primeiro beijo televisionado no Brasil, protagonizado pela atriz na novela "Sua Vida Me Pertence", em 1951. A artista ressalta ainda o primeiro beijo gay na TV, que Vida deu na atriz Geórgia Gomide.

A edição conta com depoimentos de grandes nomes da dramaturgia, como Lima Duarte, Araken Saldanha, Guto Franco, Clery Cunha e João Restiffe. Para incentivar os jovens que a acompanham a seguir o caminho que almejam, Vida Alves deixa a seguinte mensagem: "Paciência, desejo, vontade. Chorem, mas levantem. Caiam, mas não derrubem o sonho. Sonhem. Só quem sonha consegue crescer. E só quem consegue crescer, realiza alguma coisa".

Sobre o "Persona em Foco"
O programa "Persona em Foco" resgata a história de atores, diretores e autores que solidificaram os pilares das artes cênicas do Brasil. Por meio de entrevistas, a produção ainda traça um panorama do teatro e da televisão no país. Na atração, apresentada por Atílio Bari, com roteiro de Analy Alvarez, os artistas narram suas trajetórias e fazem revelações inéditas de momentos emocionantes ou cômicos. O "Persona em Foco" ainda é enriquecido por vídeos históricos, fotos e material de arquivos pessoais dos biografados. Há também depoimentos de amigos e colegas de trabalho.

domingo, 14 de agosto de 2016

.: Mulheres reagem ao machismo na tragicomédia "Antes da Festa"

O universo feminino contaminado pelo machismo é abordado na tragicomédia “Antes da Festa”, de Pedro Vicente. A peça com direção de Marcos Loureiro está em cartaz as quartas e quintas-feiras no Teatro Folha, até 29 de setembro.

Na peça, quatro amigas se encontram antes de uma festa. Elas experimentam roupas e sapatos enquanto falam da vida. Este encontro garante uma noite de revelações capazes de balançar as amizades, resultado de uma crise de valores causada pelo machismo impregnado em suas vidas.

Pedro Vicente começou a escrever o texto há dez anos, e se inspirou no mito de Aphrodite e seus 4 mantos: o branco, da fertilidade; o azul, da sabedoria; o vermelho, da paixão; e negro, da morte. Recentemente, motivado pela crescente atuação das mulheres nas discussões sociais, finalizou a peça buscando uma dramaturgia engraçada e crítica ao mesmo tempo. “A montagem liga o mito à atualidade”, diz Pedro.

Sobre a temática da peça o autor comenta: “Quero fazer o público rir, e ao mesmo tempo refletir sobre a questão feminina, o machismo introjetado e as consequências disso, num momento em que o movimento feminista ganha força no ambiente político e social, com reivindicações e necessidades claras”.

As personagens são mulheres que tomam posse de seu corpo e de seu desejo e não se deixam dominar, mas acabam caindo em armadilhas contra as quais se julgavam protegidas. O encontro acontece na casa de Bianca, uma obstetra obcecada pela maternidade, onde uma gata deu à luz num gaveta em seu quarto. Junto a Sofia, uma advogada que é também modelo de sexcam, Pan, uma atriz quase famosa, e Leila, uma psicóloga com problemas psiquiátricos, vivem uma trama de intriga e ódio. Mas num instante lúcido as mulheres decidem se unir para fazer valer o poder feminino.

Pedro Vicente - autor
Dramaturgo, roteirista de cinema, ator e artista visual, tem oito textos encenados, alguns premiados (Jornada SESC, Funarte Flávio Rangel, Nascente U.S.P.); Dirigiu a peça "Disk Ofensa", indicada ao Prêmio Shell 99, trabalhou nas TVs Cultura, Nickelodeon, Sony e produções independentes; além de realizar exposições no Brasil e exterior.

Marcos Loureiro - diretor
Estudou com Miriam Muniz, Plínio Marcos, Marco Antonio Rodrigues, Amir Haddad, Roberto Lage, Klaus Vianna e Antunes Filho na Escola de Teatro Macunaíma. Assistente de direção de Hugo Possolo, Fauzi Arap e Marco Ricca, estreou em 2002, com “Hotel Lancaster”, de Mário Bortolotto, indicado melhor diretor nos festivais de Londrina e Porto Alegre, e dirigiu mais 17 peças. 

Livia Prestes - atriz e produtora
Estreou em 2002 na TV no seriado “Galera” da TV Cultura. Foi apresentadora de programas nas TVs Sony e Telemidia Interactv (Budapeste). No teatro, desde 2008 atuou em 10 montagens, dirigida por Mário Bortolotto, Mauro Vedia, Newton Cannito, Rodolfo Garcia Vásquez, Leo Chacra, Henrique Menzes.

Ana Rita Abdalla  - atriz e produtora
Estreou em 2009 com “Teatro a Todo Vapor”, de Artur Azevedo, direção Marco Antônio Braz. Desde então atuou em 7 produções, dirigida por Jair Assumpção, David Rock, Eduardo Tolentino e Mário Bortolotto. Atuou no longa “Rio Heat”, de Stephen Campanelli (EUA), no telefilme “A Performance” de Paulo Dantas e Mauro Vedia  e na série “E aí, comeu?” direção J. Araujo.

Luciana Caruso - atriz
Estreou em 2007 com “Delicadeza” de João Fábio Cabral, direção Marcos Loureiro. Desde então atuou em 21 montagens teatrais, incluindo performances, trabalhando com os diretores Hugo Possolo, Antônio Rocco, Marco Antônio Braz, Bia Szvat, Alexandre Reinecke, Fabiana Carlucci e Rogério Harmitt, Eric Lenate e Tereza Piffer.

Jeyne Stackflett – atriz
Estreou no teatro em 2004 com Antiga, de Dionísio Neto, direção Leonardo Medeiros. Atuou em mais de 10 montagens, dirigida por Lúcia Segal, Ivan Feijó, Maurício Paroni de Castro e outros. Atuou em 4 longas e 8 curtas-metragens, dirigida por Helena Ignes, Murilo Salles e outros. Premiada melhor atriz pela AIC (Academia Internacional de Cinema) em 2007. 

"Antes da Festa"
Texto: Pedro Vicente
Elenco: Ana Rita Abdalla, Jeyne Stackflett, Lívia Prestes e Luciana Caruso
Direção: Marcos Loureiro
Produção: Lívia Prestes, Ana Rita Abdalla

Local: Teatro Folha
Estreia: 3 de agosto
Temporada: até 29 de setembro
Apresentações: quarta e quinta-feira, 21h
Ingresso: R$ 30 (setor 2) e R$40 (setor 1)
Duração: 60 minutos
Classificação etária: 12 anos

*Valores referentes a ingressos inteiros. Meia-entrada disponível em todas as sessões e setores de acordo com a legislação.

.: Duo de MPB "ANAVITÓRIA" é contratado pela Universal Music

Banda formada por duas jovens - Ana e Vitória - de Tocantins lança primeiro álbum sob produção de Tiago Iorc

O duo "ANAVITÓRIA" acaba de assinar contrato com a gravadora Universal Music. Duas jovens meninas de Tocantins com diferentes personalidades, timbres vocais, cabelos e alturas. Juntas, ficam ainda melhores! As garotas uniram seus nomes (Ana e Vitória) e batizaram sua estreia artística de uma formas inusitada. "ANAVITÓRIA" traz talentos e energias diversas, unindo o pop autoral de raízes múltiplas e beleza singular.

O primeiro lançamento pela Universal Music será o álbum “Anavitória”, que chega às lojas e plataformas digitais dia 19 de agosto, com o single “Agora Eu Quero Ir”. O novo trabalho, que une pop, folk, música sertaneja e MPB, classificada por elas mesmas como um estilo “Pop Rural”, é produzido pelo cantor e compositor Tiago Iorc, que faz uma participação especial  na faixa “Trevo”.

O álbum foi todo criado no sistema de crowfunding, no qual os fãs custeiam a produção. A lista de fãs das meninas traz anônimos e famosos como Tatá Werneck, Marjorie Estiano e Bruna Marquezine. A dupla lançará em breve o clipe de “Agora Eu Quero Ir”, com direção de Rafael Kent. E, em setembro, as meninas já começam a turnê pelo Brasil, passando por diversos estados, começando por Salvador, dia 2 de setembro no Teatro Jorge Amado.

Com menos de um ano de carreira, "ANAVITÓRIA" (Ana, 20 anos, e Vitória, 21) já é destaque nas principais redes sociais, além de somar 10 milhões de visualizações no YouTube apenas com vídeos caseiros e mais de 4 milhões de streamings do EP de estreia com 4 faixas. Conheça mais e ouça as canções de "ANAVITÓRIA" nesse link: https://umusicbrazil.lnk.to/AVpr.

.: Fefito está de volta ao “Mulheres”, da TV Gazeta


O crítico em televisão, Fernando Oliveira, mais conhecido como Fefito, está de volta ao programa “Mulheres”, da TV Gazeta. O jornalista assinou o contrato na tarde desta sexta-feira e passa a integrar a atração, apresentada por Catia Fonseca, a partir da próxima segunda-feira, 15 de agosto.

É a sua segunda passagem pela emissora paulista. Fefito também fez parte do time de colaboradores do “Mulheres” entre 2012 e 2015. Após oito meses, ele está de volta para comentar os bastidores da TV as segundas, quartas e sextas. 

O jornalista também teve passagens pela "IstoÉ Gente", "Diário de S. Paulo", "iG" e "R7". Atualmente assina a coluna "Olá" no jornal "Agora" e faz parte do time de colunistas do site de entretenimento "F5". O “Mulheres” vai ao ar de segunda a sexta das 14h às 17h50.

sábado, 13 de agosto de 2016

.: "Não vou deixar de apoiar a Dilma", afirma Fernanda Takai

O programa "Mariana Godoy Entrevista" da última sexta-feira, 12 de agosto, recebeu a cantora Fernanda Takai e a diretora de cinema Anna Muylaert. 

A vocalista do Pato Fu - que está lançando seu mais novo disco solo, com músicas de composição própria, intitulado "Na Medida do Impossível" - começou a sua participação com a canção "Como Dizia o Mestre", de Benito Di Paula. A cantora falou sobre o show desse novo trabalho que fará no Instituto Inhotim, famoso museu de Minas Gerais, e afirmou que será uma apresentação bastante intimista e a primeira gravação de DVD no local. Para quem se interessou, ela já deixou o serviço: "Acho que não tem mais ingressos".

Fernanda comentou a parceria com Pitty na canção "Seu Tipo". "A figura dela foi muito importante pra nossa música rock". Takai contou como foi o processo produtivo e elogiou a parceria, mesmo com algumas diferenças que existem entre ambas: "Somos muito diferentes, de universos musicais diferentes". Foi apenas uma introdução para a entrevista de outra ilustre convidada.


Em seguida, a diretora Anna Muylaert iniciou sua participação falando sobre seu grande sucesso, "Que Horas Ela Volta?", longa premiadíssimo internacionalmente e que tinha, como personagem principal a atriz Regina Casé: "Olha, eu tenho muito orgulho, eu fiquei 20 anos com esse projeto".  

O trabalho mais recente da diretora, "Mãe Só Há Uma", foi um grande desafio em sua carreira: "Ele é bem mais ousado, ele é mais provocativo. É um filme que nasceu com essa vontade de pesquisar coisas novas", contou. "Ele é um filme de jovens, ele é um filme totalmente diferente de todos os meus outros filmes. Ele nasceu pra ser jovem e testar coisas fora de uma zona de conforto"

No processo produtivo ela, que é mãe de dois jovens, confessou que voltou para a noite e encontrou um ambiente muito diferente de sua época de juventude. Para ela, "as pessoas estão trabalhando o masculino e o feminino de uma forma muito mais livre"

Anna associou um dos personagens do filme às questões enfrentadas pela sociedade na atualidade, sobretudo no que se refere à transgeneridade: "Antes o travesti era aquele figura na esquina, ligada à prostituição, hoje a transgeneridade já está nas pessoas conhecidas, está acontecendo em outras classes sociais". Ela citou, como exemplo, a cartunista Laerte e reconheceu que meninos usam símbolos antes associados somente ao universo feminino, como as saias: "As coisas estão, como eles dizem, não binárias".

Anna contou que se inspirou, livremente, no caso do sequestro do menino Pedrinho, levado da mãe biológica ainda bebê e que descobriu, já na adolescência, que pertencia a outra família. A diretora, no entanto, registrou que seu personagem, Pierre/Felipe, não representa o menino: "Não é o Pedrinho, não está escrito isso, é um menino atual". A diretora observou que a mesma atriz fez o papel da sequestradora e da mãe biológica do menino e reparou que poucas pessoas perceberam isso. 

Anna Muylaert opinou que "esse filme é um filme de quebra de expectativas". Ela contou que o longa deixou os jovens muito frenéticos, por um motivo muito simples: "Talvez seja o primeiro filme brasileiro retratando essa geração não binária de uma forma não julgadora". A diretora ainda contou como trabalha nos bastidores de suas produções: "A Minha sensação é que cada ator vai me demandar um tipo de direção".

Anna Muylaert falou sobre outro tema atual, o papel da mulher na sociedade e analisou, de forma mais específica, a sua área de atuação: "O mercado é mais ou menos 15% de mulheres dirigindo e o resto homens". Ela ainda registrou, de forma mais clara, como é a situação atual no cinema: "A história geral é que os homens pegam o filé mignon e as mulheres pegam a carne moída que sobrou"

A diretora falou que, normalmente, o homem é preparado desde cedo para ser um lutador, enquanto a mulher é preparada para ser menos combativa: "Enquanto o menino está no judô, aprendendo a lutar, a gente está no balé. Nós mulheres temos medo dessa energia de guerra". Ela afirmou que isso atrapalhou muito o seu início: "No começo da carreira eu levava bastante rasteira". Anna contou que, com o sucesso, algumas coisas começaram a mudar em sua vida: "Eu tive que fazer análise pra exigir que eu tivesse crédito, depois veio a questão da paridade de salário". A diretora ainda comparou nossa realidade com a da maior produtora de cinema no mundo: "O feminismo está muito forte em Hollywood porque lá é ainda pior". Ela ainda contou suas experiências no Instituto Geena Davis, que mede a presença da mulher na tela de cinema. Anna comentou que, com essas pesquisas, constatou-se que de cada quatro heróis no cinema três são homens e a mulher é retratada como objeto sexual. Segundo ela, nos últimos 56 anos, apenas quatro mulheres protagonistas ganharam o Oscar. Com isso, conclui-se que filmes de homens geram mais dinheiro e os diretores ganham mais que as diretoras.

Ao ser questionada sobre fazer "arte engajada" ela fez questão de separar essa ligação da arte com partidos políticos, e ressaltou que isso não pratica. Entretanto, ela admitiu que leva temas engajados às telas e voltou ao sucesso "Que Horas Ela Volta?": "O filme era para falar dessa naturalidade que a gente lida com o separatismo social". Anna contou uma experiência de domésticas que assistiram a uma sessão do filme e depois se reuniram para discutir as próprias condições de trabalho e o quão humilhadas ainda eram. 

Fernanda Takai voltou para a segunda parte de sua entrevista e cantou a música "A Pobreza". Depois da canção, explicou o porquê de o nome de sua banda ser "Pato Fu". Uma história do gato Garfield serviu de inspiração para que, em um período em que as bandas abusavam dos nomes em inglês, o grupo optasse por um nome mais "fofinho", um "kung fu de pato", como ela mesma disse. 

Com os cabelos sempre curtinhos, ela contou que a filha Nina chegou a pedir para que ela mudasse de visual. Questionada se gostava de ser filha da mãe famosa, a menina teria dito: "Eu gosto, mas eu queria ter uma mãe de cabelo comprido"

Fernanda Takai falou um pouco sobre suas raízes, um pouco portuguesas, um pouco japonesas e totalmente brasileiras: "Nasci no Amapá, meu pai era geólogo e minha mãe enfermeira e eles trabalhavam em uma grande mineradora". Ela contou de suas "andanças" até chegar a Minas Gerais, onde estudou e acabou ficando. 

Ao ser questionada sobre já ter apoiado políticos do PSDB, a cantora foi enfática: "Eu geralmente tenho apoiado pessoas. A coisa partidária no país hoje está diluída. Eu sempre fiz opção pelo caráter das pessoas e é claro que eu revi vários pontos". Para explicitar sua posição, ela fez questão de ressaltar que é "totalmente apoiadora da presidente Dilma" e considerou: "As pessoas têm essa noção de que ela é uma pessoa idônea, honrada". Fernanda observou: "A gente não pode deixar de apoiar as pessoas de bom caráter. Não vou deixar de apoiar a presidente Dilma". A cantora recordou que cantou na primeira posse da presidente afastada e disse que Dilma reuniu artistas diversos do país, muitos, inclusive, que não a apoiavam. Ao falar sobre uma possível eleição do republicano Donald Trump nos Estados Unidos, Fernanda Takai foi direta: "Isso é catastrófico também". Para finalizar o assunto, ela fez questão de informar: "A minha posição política não representa todos da banda"

Depois de falar sobre política, Fernanda Takai apresentou um dos hits do Pato Fu: "Antes Que Seja Tarde". Na sequência, ela confidenciou que não tem mais vontade de tocar nos shows a canção "Pinga", curiosamente um dos grandes sucessos do grupo. Ela explicou o porquê. 

Fernanda Takai disse que teve a possibilidade de cantar com alguns de seus ídolos, como Rita Lee e, especialmente, a Blitz, mas confessou ter um desejo: "Eu nunca cantei com o Roberto Carlos, já gravei várias músicas dele. 'Debaixo dos Caracóis' era minha música de ninar". Ela, então, deu uma palhinha do sucesso "Debaixo Dos Caracóis Dos Seus Cabelos".

A vocalista do Pato Fu falou sobre pirataria em tempos de alta tecnologia e mp3: "Hoje quase todos os artistas têm noção de que a tecnologia faz bem pra gente, faz a gente chegar nos lugares mais improváveis". Ela ainda registrou sua aversão ao "jabá", que é, entre outras coisas, um sistema em que gravadoras pagam para que as músicas de seus artistas sejam executadas em rádios e destacadas nas programações". 

A artista apresentou outro grande sucesso do Pato Fu: "Perdendo Dentes". Depois da canção, ela falou sobre críticas ao seu estilo de cantar: "Tem gente que não gosta. Com o tempo passando, você vai tendo noção do seu valor". Ela, no entanto, reconheceu que críticas prejudicam muito os artistas em início de carreira. Ela falou sobre o jeito "mais doce" das vozes da Bossa Nova e concluiu: "Eu acho que eu sou desse time, que canta miudinho". Fernanda falou, ainda, como lida com as críticas nas redes sociais.

Sobre os Jogos Olímpicos, ela disse estar amando: "Estou vendo de tudo um pouquinho. É tão bacana ter essa possibilidade do sonho olímpico aqui no nosso país". Takai disse que os estrangeiros estão tendo a oportunidade de conhecer melhor nosso país, não só o lado ruim: "O Brasil é um país muito bom".

Fernanda Takai contou que o maior show feito pelo Pato Fu foi no Rock in Rio de 2001 e revelou a estratégia para "sobreviver" a uma das noites mais "pesadas" do festival, que teve bandas como Guns N' Roses e Oasis. A cantora falou sobre o Grammy Latino, recebido pelo consagrado trabalho "Música de Brinquedo" e confessou que é fã do Instagram: "Eu gosto muito de imagem".

Para encerrar sua participação no programa, ela apresentou, talvez, a canção mais emocionante do Pato Fu, "Canção Pra Você Viver Mais", uma homenagem ao seu pai. Fernanda disse que ganhou a música de presente do marido John Ulhoa, que divide os palcos com ela na banda. 

 *Crédito/Fotos: Artur Igrecias/Divulgação RedeTV!

.: "De Férias Com o Ex - Brasil": reality show ganha versão nacional

O que você faria se seu "ex" aparecesse durante suas férias na paradisíaca Praia da Pipa, no Rio Grande do Norte? Em parceria com a "Floresta", nova produção nacional inicia gravações em agosto e tem estreia prevista para outubro.

Ao desembarcar em um incrível paraíso tropical no nordeste do Brasil, mais precisamente na Praia da Pipa, no Rio Grande do Norte, para se hospedar numa gigantesca e luxuosa mansão, dez jovens solteiros participarão do mais novo reality show da MTV em busca de um amor de verão. 

Mal sabem eles que tudo está prestes a se tonar bastante excitante. Quando começam a desfrutar de uma vida dos sonhos seus ex-namorados e ex-namoradas começam a aparecer de forma inesperada e a verdade vem à tona. A partir daí e até o fim do programa, a dúvida passa a ser: “quem será o próximo ‘ex’ a chegar?”.

Esses ex-namorados e ex-namoradas chegam, cada um com um objetivo bem definido em mente. Vai rolar barraco ou reconciliação? Aí que o jogo começa! Quem está voltando para recuperar o amor perdido e quem está em busca de vingança? Esqueça os triângulos amorosos, este será um emaranhado de amor e ódio.

“Uma coisa é certa: ‘De Férias Com o Ex - Brasil' promete ser uma montanha-russa emocional de reviravoltas surpreendentes, paixões ardentes, chamas reacesas e situações constrangedoras em meio a muitas festas, encontros românticos, passeios de tirar o fôlego e intimidade em quartos compartilhados”, garante Tiago Worcman, vice-presidente sênior de programação e conteúdo da MTV na América Latina.

"Estamos super confiantes com o sucesso do 'De Férias com o Ex', que é inovador em relação aos formatos de reality que já existem. Não se trata de uma competição com vencedor no final. Na série os participantes são os protagonistas e vão ditar os rumos do programa, e como serão constantemente surpreendidos com a chegada dos exs, a gente pode esperar de tudo”, diz Chica Barros, diretora do programa.

"De Férias com o Ex - Brasil" é uma coprodução da MTV e Floresta que começa a ser gravado em 15 de agosto. Serão dez episódios de uma hora de duração, exibidos semanalmente aos domingos, a partir de outubro.

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