segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

.: Cia. da Revista em cartaz com "Nossos Ossos", romance de Marcelino Freire



Este é o primeiro espetáculo do projeto "Conexão São Paulo ---> Pernambuco", trilogia de peças dirigidas por Kleber Montanheiro. Foto: Cleber Correa


"Nossos Ossos"
, do romance homônimo de Marcelino Freire reestreia dia 15 de janeiro no Espaço da Revista. A segunda peça "Tatuagem", versão teatral do filme de Hilton Lacerda, chega em 2022. O terceiro espetáculo será a peça comemorativa de 25 anos da Cia., ainda em definição, no segundo semestre de 2022.

Em "Nossos Ossos", a cia. partiu do primeiro romance do premiado autor pernambucano radicado em São Paulo Marcelino Freire para a construção do espetáculo, a partir de linguagens múltiplas, como a música (em forma de texto cantado), cenas visuais que contam a história potencializando o discurso da fala, o teatro gestual como dramaturgia do corpo, e assim por diante. 

A peça tem dramaturgia de Daniel Veiga (paulistano) e música original de Isabela Moraes (pernambucana). Os figurinos levam assinatura de Marcos Valadão, luz de Gabriele Souza, direção musical e arranjos de Marco França. O elenco é composto pelos atores: Vitor Vieira, Aivan, EvasCarretero, Demian Pinto, João Victor Silva e Edu Rosa. A história acompanha a saga do dramaturgo premiado Heleno para fazer as honras fúnebres a um garoto de programa, Cícero, brutalmente assassinado nas ruas de São Paulo.

A proposta da dramaturgia é reforçar o caráter poético da obra de Marcelino Freire no palco, aproximando-a da realidade nua das sombras da noite paulistana. Uma proposta atemporal, que reúne personagens da década de 80 até hoje, num povoado de seres que habitam e habitaram nossas ruas, pessoas à beira da marginalização e da violência que assombra a cidade. 

Daniel Veiga explorou esse submundo, colocando em discussão as relações de caráter público e privado, onde a rua torna-se casa e local de trabalho; onde a vida torna-se parceira da morte a cada instante; onde a poesia da tragédia torna-se ação dramática e nos faz pensar. A ideia de capítulos nomeados como partes do corpo humano - sugerindo uma autópsia - presente no livro foi mantida como quadros do espetáculo, ressignificando a ideia em cenas do corpo humano de acordo com o conceito de cada bloco.

'Nossos Ossos' é significativo pois discute vários pontos a partir da existência humana, no caráter social, moral e político: a solidão, a falta de oportunidades, a arte, as relaçõesnão aprofundadas, a desigualdade; num mundo onde as relações a cada dia se tornam cada vez mais virtuais, 'Nossos Ossos' é um grito poético e visceral do ser humano que clama por vida real”, comenta Kleber Montanheiro.


Sinopse do espetáculo
Tendo como cenário o submundo da noite de São Paulo, "Nossos Ossos" é uma fábula visceral sobre a proximidade entre o amor e a morte: cada capítulo é associado a uma parte do esqueleto humano. O protagonista é Heleno, dramaturgo que resgata no necrotério o corpo de um michê e se impõe a missão de levá-loaté Poço do Boi, em Pernambuco. 

Durante os preparativos para a estranha aventura, ele relembra a própriahistória, da infância mirrada e pobre no sertão ao sucesso na metrópole paulistana. Na prosa poética de Marcelino Freire, uma fábula macabra sobre a proximidade entre amor e morte.


A cenografia
Idealizada por Kleber Montanheiro, a cenografia partiu da ideia dos ossos, do esqueleto: possibilidades de estruturas que venham a ser a metrópole paulistana ou o sertão nordestino. Que os olhos entendam como prédios, casas ou choupanas, galhos secos. Como um raio x que mostra o que sustenta.


O figurino
Assinados por Marcos Valadão, os figurinos partiram, como pesquisa inicial, de uma referência de 2012: “A Hora do Brasil” por JumNakao; a coleção que teve como foco enaltecer as riquezas do Nordeste.

O conceito desenvolvido por JumNakao trabalhou com as várias tipologias nordestinas (selaria, tecelagem, corda, couro, osso, crochê, renda, entre outros materiais) e o espírito "handmade" - demonstração do luxo produzido na região. Os desenhos traziam as referências do nordeste brasileiro como esqueletos, sobreposições de formas e volumes. JumNakao, paulistano, neste trabalho fez o caminho que será percorrido em toda a pesquisa estética de "Nossos Ossos": a metrópole paulistana em fricção contínua com o nordeste brasileiro.


A iluminação
Assinada por Gabriele Souza ressalta a ideia de tempo e espaço: as cores remetem ao sertão nordestino em temperaturas quentes e ao mesmo tempo exibem a cenografia, de forma a transportar o espectador para os ambientes internos e externos.A temperatura mais fria e a utilização de sombras, com a projeção de luminosidade sobre as estruturas, trazem o ambiente soturno e gélido da cidade de São Paulo.


A música
A música é utilizada como texto cantado, em comum acordo ao texto falado, com composições inéditas da artista Isabela Moraes, especialmente para o espetáculo. Isabela Moraes é um expoente da música brasileira nesse momento. Nascida em Caruaru (PE) em agosto de 1980, é cantora e compositora que se dedica profissionalmente à música desde os 18 anos.

Isabela vem sobressaindo na atual cena pernambucana nos últimos tempos. A ponto de ter chamado a atenção da gravadora carioca Deck, com a qual assinou contrato para debutar no mercado fonográfico, após ter músicas gravadas por cantores como o conterrâneo Almério e a paulistana Mariana Aydar. Sucessor de "Agora ou Nunca Mais" e "Bandeira em Marte", discos de reduzida distribuição regional, o terceiro álbum da cantora foi gravado em 2019 no estúdio carioca Tambor com com a adesão de Marcelo Jeneci.


Sobre o autor
Marcelino Freire (1967), escritor brasileiro pernambucano radicado em São Paulo, publicou obras de extrema importância para nossa história: "Angu de Sangue" (2000), "BaléRalé" (2003), "Contos Negreiros" (2005) – Prêmio Jabuti de Literatura, em 2006 -, "Rasif – Mar que Arre- benta" (2008) e "Amar É Crime" (2010). "Nossos Ossos" (2013), é o primeiro romance do autor. A obra chegou a países como a Argentina e França e ganhou o Prêmio Machado de Assis 2014 de Melhor Romance.


Ficha técnica:
Do romance de Marcelino Freire. Adaptação: Daniel Veiga. Direção e cenografia: Kleber Montanheiro. Figurinos: Marcos Valadão. Desenho de luz: Gabriele Souza. Direção Musical e arranjos: Marco França. Músicas Originais: Isabela Moraes. Assistente de Direção: Gabrielle Britto. Elenco: Vitor Vieira, Aivan, EvasCarretero, Demian Pinto, João Victor Silva e Edu Rosa.Costureira: Salomé Abdala. Máscara: Franklin Almeida. Direção de Cenotecnia: EvasCarretero. Serralheiro: Airton Lemos. Assistente de Cenografia: Thais Boneville. Microfonista: Eder Sousa. Fotos: Cleber Correa. Visagismo: Louise Helène. Produção: MoviCena Produções. Assessoria de Imprensa: Pombo Correio


Serviço:
Temporada:
de 15 de janeiro a 6 de fevereiro
Duração: 70 minutos
Faixa etária: a partir de 14 anos
Lotação: 84 lugares
Entrada: mediante apresentação de carteirinha com pelo menos uma dose de vacina contra a covid-19.
Valor dos ingressos: 40,00 inteira e 20,00 meia
Pelo Sympla: https://www.sympla.com.br/espetaculo-nossos-ossos---cia-da-revista__1370478
Sábados às 21h30 e domingos às 19h.

.: Tudo sobre a novela "Pantanal": uma saga familiar de amor e natureza


Alanis Guillen, que já fpoi protagonista de "Malhação", encara o desafio de interpretar a emblemática personagem Juma Marruá, papel que foi de Cristiana Oliveira na primeira versão. Foto: João Miguel Júnior

A novela "Pantanal" é uma saga familiar que tem o amor como fio condutor e a natureza como protagonista. Fonte da maior concentração de fauna das Américas e maior planície alagada do mundo, o "Pantanal" foi inspiração para a obra escrita há mais de 30 anos por Benedito Ruy Barbosa e que chega à TV Globo em 2022, no horário das nove, em uma nova versão escrita pelo autor, Bruno Luperi, com direção artística de Rogério Gomes. 

No tronco central dessa jornada, repleta de dramas familiares e conflitos, está a história do velho Joventino (Irandhir Santos) e seu filho, José Leôncio (Renato Góes / Marcos Palmeira). A vida como peão de comitiva os levou para o pantanal, onde Joventino aprendeu a lição mais importante de sua vida: que a natureza pode mais do que o homem. 

Ao confiar o seu destino nas mãos da natureza, o peão compreende que na lida - e na vida - nada se conquista através da força, ou no laço, como ele acreditava. Nascia, assim, a lenda do maior peão de toda aquela região. Velho Joventino ficou afamado por trazer os bois selvagens, os ditos marruás, no feitiço. Porém, foi logo após essa compreensão, que Joventino desapareceu sem deixar rastros, deixando o filho, José Leôncio, sozinho à espera de seu pai.

Cinco anos depois, em uma viagem ao Rio de Janeiro, José Leôncio se apaixona e casa com Madeleine (Bruna Linzmeyer / Karine Teles). Os dois se mudam para o Pantanal onde nasce Jove (Jesuíta Barbosa). A passagem de Madeleine pela fazenda, porém, é um caos. Com saudade da vida urbana e da mordomia da mansão de seus pais no Rio de Janeiro, a jovem não se acomoda àquela sina de solidão que é ser mulher de peão. Com o marido sempre em comitivas, ela se vê obrigada a conviver com Filó (Leticia Salles / Dira Paes), funcionária da casa a quem pouco conhece e nada confia.

A verdade é que Madeleine não entende bem a relação de Filó com Zé Leôncio, tão pouco a relação dele com Tadeu (José Loreto), filho de Filó e afilhado do patrão. O que Madeleine não sabe é que Filó era uma morena de currutela - prostitutas que vivem nas vilas por onde as comitivas passam - com quem José Leôncio se relacionou em uma de suas viagens no passado. 

Madeleine foge do Pantanal levando Jove, ainda bebê, de volta para a mansão da família Novaes. O menino cresce longe das vistas do pai, que se viu incapaz de brigar pela guarda do filho. Zé jamais deixou de cumprir suas obrigações legais, enviando fielmente uma quantia excepcional de pensão mensal. Sem se dar conta que, onde sobra dinheiro, falta o afeto. Jove cresce acreditando que seu pai havia morrido, enquanto Zé, sem saber da mentira criada pela ex-mulher, não procurava o filho, acreditando ter feito o melhor ao se afastar de vez de Madeleine.

Na ausência de Jove, o fazendeiro encontra em Tadeu um herdeiro, mais do que para as suas terras, para os valores e tradições de sua família. Alguns anos após a partida de Madeleine, Filó diz que Tadeu também é filho de José Leôncio. Apesar da alegria dos três com a revelação - em especial de Tadeu -, a informação é guardada por eles à sete chaves. De forma que, da porta para fora, Tadeu segue apenas como afilhado do patrão, o que lhe doí profundamente.

Duas décadas se passam marcando a mudança de fase na novela. Jove descobre que seu pai está vivo e vai à sua procura. É desse encontro e toda sua enorme expectativa, marcados por uma festança para todo o povo da região da fazenda, que começam os grandes conflitos entre os Leôncio. Embora desejem profundamente viver a relação entre pai e filho, Zé e Jove são confrontados por um abismo de diferenças comportamentais e culturais, inaceitáveis aos olhos um do outro. 

Não bastasse as diferenças entre eles, o rapaz ainda precisa lidar com o ciúme de Tadeu, que carrega no peito o vazio de não sentir-se filho legítimo de José Leôncio. Um bastardo. Amado, mas não reconhecido. Para completar a confusão familiar, em determinado momento todos são surpreendidos com a chegada de um terceiro filho para disputar o amor e a admiração deste pai: José Lucas de Nada (Irandhir Santos) chega à fazenda por obra do destino e descobre ali os laços familiares que nunca teve.

O cenário pantaneiro abriga ainda o encontro entre Jove e Juma Marruá (Alanis Guillen). Filha de Maria Marruá (Juliana Paes) e Gil (Enrique Diaz), a jovem não abre a guarda para ninguém. Apesar da pouca idade, Juma é uma mulher forte, que aprendeu com a mãe a se defender do "bicho homem", a espécie mais perigosa que pode vir a rondar a tapera onde mora. Também pudera. Foi o bicho homem que levou seu pai, sua mãe e cada um de seus irmãos.

Forjada pela desconfiança, Juma se torna uma mulher selvagem e arredia. "Não existe quem consiga domar aquela onça", dizem. Porém, as mesmas razões que afastam Jove de José Leôncio, o aproximam de Juma. Entre eles, uma linda paixão se inicia. Um amor puro, fruto desse encontro improvável e natural, que marca para sempre o destino de todos. Contudo, não demora para que as diferenças culturais e sociais do casal tornem a relação em muitos níveis complicada e bastante improvável. Para a alegria de uns e lamento de outros.

Em cada detalhe deste conto, há um fator comum: a necessidade de aceitar a natureza como ela é. E o grande porta-voz deste ensinamento é o Velho do Rio (Osmar Prado). Um encantado - uma entidade sobrenatural -, que na maior parte do tempo assume a forma de uma sucuri (a maior de todo o pantanal), mas que também se apresenta na forma humana. O Velho do Rio é responsável por cuidar não só daquelas terras e dos animais que ali habitam, mas por zelar pelas relações interpessoais que se desenrolam por lá. 

Para ele, o homem é o único ser que queima as árvores que lhe dão o ar e envenena a água que bebe. Essa e outras lições vão moldando os caminhos dos personagens, ao passo em que vão apresentando soluções e mais mistérios àquele universo. E ele não é o único. Os moradores da região acreditam fielmente que Maria Marruá (Juliana Paes) vira onça, principalmente, quando precisa defender os seus, ou "quando fica com réiva". E não se espantariam se descobrissem que o “dom” teria sido passado à Juma.

Além dos conflitos principais, a música é outro grande destaque desta história. Foi há 30 anos e continuará sendo agora, no texto de Bruno Luperi e na direção de Rogério Gomes. A presença de Almir Sater, que esteve na versão escrita por Benedito, e retorna agora, é um capítulo à parte. Almir vive o chalaneiro, Eugênio, que leva e traz as pessoas ao pantanal e, por isso, passa por quase todos os núcleos. 

Dentre os duetos especiais, o público terá a oportunidade de ouvi-lo tocar ao lado de Chico Teixeira (filho do parceiro de estrada de Almir, Renato Teixeira), que dará vida ao peão Quim na primeira fase da novela. Já durante as famosas rodas de viola que marcaram a segunda fase da versão original, Eugênio participará ao lado de Tibério (Guito) e Trindade, papel de Gabriel Sater, que encara o desafio de refazer o personagem original de seu pai.

Desse mergulho entre tantas lições, evidentes ou metafóricas, junto à profundidade dos personagens que navegam pelo mar de detalhes que constroem a novela, surge o elo que sela o sucesso histórico da trama. “O Pantanal resgata heróis. É uma característica muito forte da obra do meu avô, que tem um caráter épico e fala sobre valores com esses personagens fortes e inspiradores. O Zé Leôncio é um personagem que te inspira, que te faz acreditar que o mundo pode ser melhor, que existem pessoas que são corretas, dignas. Ainda assim, ele comete seus erros. A novela também tem esse caráter humano, que é o que mais me move, porque gera empatia. Ninguém é perfeito. A possibilidade de se apaixonar e odiar o protagonista e o antagonista é real”, comenta o autor Bruno Luperi.

Como toda adaptação, a história original passa por mudanças e atualizações necessárias para conversarem com uma nova realidade e uma nova geração. As atualizações, claro, não se limitam ao texto, mas também nas imagens fascinantes do pantanal que serão atualizadas. “Hoje em dia, temos a tecnologia a nosso favor. Na época, Jayme Monjardim fez muito bem a novela, foi ousado, fez um desenho de produção diferente, mesmo com toda dificuldade. Hoje, as câmeras são menores, temos drones, câmeras para dentro d’água, a qualidade de captação é outra, é tudo muito mais moderno que antes. Você consegue captar imagens do Pantanal de maneira diferente daquela época, quando eles não tinham esses recursos”, diz o diretor artístico Rogério Gomes.

"Pantanal" é escrita por Bruno Luperi, baseada na novela original escrita por Benedito Ruy Barbosa. A direção artística é de Rogério Gomes, direção de Walter Carvalho, Davi Alves, Beta Richard e Noa Bressane. A produção é de Luciana Monteiro e Andrea Kelly, e a direção de gênero é de José Luiz Villamarim.


.: Dirigido por William Pereira, "O Náufrago" estreia no Sesc Bom Retiro


Espetáculo faz a transposição para o palco da obra homônima de um dos mais importantes autores de língua alemã do século XX, Thomas Bernhard. Foto: João Maria


Lançado no Brasil pela Companhia das Letras em 1996, foi um enorme sucesso de vendas, e mesmo com uma segunda edição em 2006, encontra-se esgotado nos catálogos das livrarias, transformando-se na obra mais conhecida e vendida do autor, Thomas Bernhard. O romance "O Náufrago" foi adaptado para teatro por William Pereira, para um elenco de dois atores, Luciano Chirolli e Romis Ferreira.

William queria muito trabalhar com Romis e Chirolli nesta montagem, o talento e experiência destes dois atores foram essenciais na decisão do diretor. Luciano Chirolli e William Pereira fizeram USP na década de 80. William na ECA e Chirolli na EAD. “Eu dirigi muitas obras em que ele atuava, enquanto estávamos na faculdade, e sempre quis voltar a trabalhar com este excelente ator, 'Náufrago' é a oportunidade perfeita. Romis Ferreira empresta seu talento e vasta experiência nos palcos, o que contribuirá bastante para a encenação”, comenta William.


Sinopse do espetáculo
Em uma prosa convulsiva e exasperada, a história de três exímios estudantes de piano, um dos quais teve sua vida aniquilada a partir do momento em que ouviu Glenn Gould, um dos outros três, tocar as Variações Goldberg, de Bach.


Sobre a encenação
O grande desafio na transposição de uma obra literária para a cena é criar teatralidade para que o espetáculo não se transforme somente em um ator narrando fatos, uma leitura dramática. No espetáculo "O Náufrago" essa narrativa que no romance é feita por um único personagem, é realizada por dois atores. O protagonista/Narrador (Luciano Chirolli) e Wertheimer (Romis Ferreira), o personagem que é citado durante toda a obra e é um alter-ego, uma sombra daquele que conta a história e está sempre em um segundo plano, atrás de uma tela transparente, sobre os destroços de um piano de cauda, que surge e desaparece como em um grande corte cinematográfico.

Em cena, William propõe dois planos: memória e tempo presente, estes planos vão se fundindo ao longo do espetáculo e os limites entre lembrança e realidade se rompem. “Eu trabalhei para que a densidade do texto esteja emoldurada por uma dramaticidade visceral, sinto como se em vez de dirigir, eu estivesse regendo, inclusive pedi aos atores que chegassem no primeiro dia de ensaio com os textos completamente decorados, para que eu pudesse reger as pausas, o ritmo, os volumes e os tempos, já que o grande foco nesta peça é a palavra, o texto”, completa o diretor.

A trilha sonora é o terceiro personagem. Um contraponto entre a genialidade da execução de Glenn Gould e a interpretação medíocre de Wertheimer em seus últimos dias. Os figurinos e o cenário também são assinados pelo diretor William Pereira, a luz é de Caetano Vilela, que desenvolve grandes parcerias artísticas com o diretor há mais de 20 anos, e a direção de produção é de Leopoldo de Leo Jr, com quem WilliAam Pereira faz parceria desde 2001, além de serem sócios na LNW Produções Artísticas desde 2009. A produtora é uma sociedade entre Leopoldo, William e o dramaturgo e diretor Newton Moreno.


Ficha técnica
Espetáculo: "O Náufrago", de Thomas Bernard. Tradução: Sérgio Tellaroli. Adaptação, encenação e direção: William Pereira. Elenco: Luciano Chirolli (o narrador) e Romis Ferreira (Wertheimer). Cenários e figurinos: William Pereira. Iluminação: Caetano Vilela. Direção de cena: Henrique Pina. Ensaiadora: Lígia Pereira. Construção cenográfica e adereços: Giorgia Massetani e Alício Silva. Fotos e vídeo: Marcos Frutig. Programação Visual: Giuliano Almeida Ziviani. Assessoria de imprensa: Pombo Correio. Mobiliário: City Design. Operador de Luz: Guilherme Soares. Técnica de Som: Janice Rodrigues. Contrarregra e maquinista: Popó. Técnico de gravação: João Henrique Baracho. Piano de Wertheimer: Désirèe Brissac. Produção executiva: Rafaela Penteado. Assistente de produção: Adriana Florence. Direção de produção: Leopoldo De Léo Jr. Produção: LNW Produções Artísticas Ltda. Realização: Sesc. 


Serviço:
"O Náufrago", de Thomas Bernard. De 13 de janeiro a 5 de fevereiro no Sesc Bom Retiro. Quintas, sextas e sábados, às 20h. Duração: 80 minutos. Classificação etária: 14 anos. Ingressos: R$40 (inteira), R$ 20 (meia), R$ 12 (comerciário). Transporte: o Sesc oferece transporte gratuito entre a Estação Luz (saída CPTM/José Paulino) e o Sesc Bom Retiro.

Horários da van. Ida: sextas e sábados, a partir das 17h30. Domingos e Feriados, a partir das 16h. Volta: Ao término do espetáculo. Sextas e sábados, até 23h45. Domingos e Feriados, até 21h.


domingo, 26 de dezembro de 2021

.: Ivan Parente dirige texto de Luccas Papp sobre o universo da gastronomia


O desejo pela glória e a vontade de se provar colocam em xeque valores durante um teste de gastronomia, além de ameaçar a integridade física e a moral dos candidatos. Esse é o universo em que se passa MEN.U, dramaturgia de Luccas Papp com direção de Ivan Parente. Em cena, estão o próprio autor com Giulia Nadruz. A estreia é no dia 22 de janeiro, às 17h, no Teatro das Artes. A temporada acontece sempre aos sábados, às 17h, até 26 de fevereiro. A montagem é mais um trabalho da LPB Produções. Foto: Thais Boneville


O desejo pela glória e a vontade de se provar colocam em xeque valores durante um teste de gastronomia, além de ameaçar a integridade física e a moral dos candidatos. Esse é o universo em que se passa "MEN.U", dramaturgia de Luccas Papp com direção de Ivan Parente. Em cena, estão o próprio autor com Giulia Nadruz. A estreia é no dia 22 de janeiro, às 17h, no Teatro das Artes. A temporada acontece sempre aos sábados, às 17h, até 26 de fevereiro. A montagem é mais um trabalho da LPB Produções.

A trama se passa no teste final para a vaga de subchefe de um dos maiores  restaurantes da cidade. Um casal de jovens e talentosos desconhecidos passam por muitas etapas e são escolhidos para duelarem  pelo emprego. O desafio é simples: produzir um menu completo (entrada, prato principal e sobremesa) e impressionar o  temido Chef Jean-Pierre. Leonardo, criativo e ousado, defende a  culinária como a arte dos gênios. Laura, por sua vez, vê na ciência e na precisão o sucesso para o sabor perfeito.

“Vivemos em um mundo contemporâneo regido pelas posses, glória e a necessidade de se conquistar mais, o ambiente da cozinha se torna uma metáfora para representar a pressão que uma disputa de emprego causa nos candidatos. Facas, tesouras e lâminas criam no cenário um gatilho instantâneo e perigoso para a loucura humana”, conta Papp. Já Giulia Nadruz, após fazer grande sucesso em “O Fantasma da Ópera” e no musical “Barnum - O Rei do Show”, volta ao universo do teatro de prosa em um espetáculo de alta temperatura.

O mundo gastronômico é explorado ao limite e foi escolhido por estar em alta na cultura POP, além de ser pouco explorado nos palcos. O espetáculo usa a força dos dois personagens para abordar os conflitos de forma crua e imagética em linguagem contemporânea com a intenção de criar uma reflexão sobre a estética artística, futuro e a perda da integridade. Além da importância da mensagem, a peça conversa com o espectador do novo milênio e se preocupa em entender o público teatral de hoje, suas referências literárias, musicais, ídolos, anseios.


Ficha técnica:
Espetáculo:
"MEN.U". Texto: Luccas Papp. Direção: Ivan Parente. Elenco: Giulia Nadruz e Luccas Papp. Assistência de direção: Leticia Navarro. Cenografia: Kleber Montanheiro. Desenho de luz: João Delle Piagge. Trilha sonora original: Elton Towersey. Figurino e fotos: Thais Boneville. Assessoria de Imprensa: Adriana Balsanelli e Renato Fernandes. Produção executiva: Giulia Martins. Assistência de produção: Rebeca Cabral e Guilherme Bernardino. Técnica: Gabriel Tite e Gustavo Gonçalo. Operação de luz: Jarbas Sardinha. Realização: LPB Produções.


Serviço:
"MEN.U"
Temporada: de 22 de janeiro a 26 de fevereiro. Sempre aos sábados, à 17h.
Teatro das Artes, localizado no 3º piso do Shopping Eldorado, loja 409.
Av. Rebouças, 3970, Pinheiros, São Paulo - SP, 05402-600
Preço: R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia)
Gênero: drama. Duração: 60 minutos. Classificação indicativa: 14 anos.
Vendas: www.teatrodasartessp.com.br ou sympla.com.br.





.: "Escola de Mulheres" comemora os 400 anos de Molière no teatro


Para celebrar o nascimento do dramaturgo francês Molière (1622- 1673), o Teatro Aliança Francesa retoma com sua programação teatral em 2022 com a estreia do espetáculo "Escola de Mulheres". Com direção de Clara Carvalho, a montagem é protagonizada por Brian Penido Ross que vive em cena um solteirão que tem pavor de ser traído. A estreia acontece no dia 15 de janeiro, sábado, às 20hs, dia da celebração dos 400 anos de nascimento do autor. O elenco conta ainda com Ariel Cannal, Felipe Souza, Fulvio Filho, Gabriela Westphal, Leandro Tadeu, Luiz Luccas, Rogério Pércore e Vera Espuny. Fotos: Ronaldo Gutierrez


A montagem da comédia clássica de Molière, escrita em 1663, é protagonizada por Brian Penido Ross. A peça revela a potência feminina e a força do amor opondo-se ao conservadorismo burguês e ao machismo e marca o início da programação de 2022 do Teatro Aliança Francesa. A estreia, dia 15 de janeiro, acontece no dia de nascimento do dramaturgo francês, em 1622.

Num gesto de transgressão ao patriarcado e ao conservadorismo, Molière (1622 – 1673) traz à tona, com muita ironia, leveza e elegância, a sagacidade feminina em "Escola de Mulheres". Sob direção de Clara Carvalho, a estreia acontece no sábado, 15 de janeiro, às 20hs, dia da celebração dos 400 anos de nascimento do autor. Esta é a abertura da programação de 2022 do Teatro Aliança Francesa. A montagem é protagonizada por Brian Penido Ross, que está ao lado de Ariel Cannal, Felipe Souza, Fulvio Filho, Gabriela Westphal, Leandro Tadeu, Luiz Luccas, Rogério Pércore e Vera Espuny.

“Este é um texto escrito em 1662, quando Molière tinha 40 anos e estava na plenitude de sua potência criativa. Ele também fazia o papel de Arnolfo, personagem que repele frontalmente a ideia de ser traído e, para isso, educa a jovem Inês para que ela se torne sua esposa ideal, criando-a na mais absoluta ignorância. Mas, como em muitas de suas peças, as personagens femininas de Molière são perspicazes, inteligentes e descobrem como se empoderar numa circunstância a princípio desfavorável e o plano de Arnolfo mostra-se muito difícil de implementar. Sente-se no texto a simpatia de Molière pelas mulheres. O machismo patológico é escancarado, ridicularizado e, sentimos um viés francamente feminista”. É esse viés que queremos colocar em cena”, comenta Clara Carvalho.

A peça, que foi um sucesso estrondoso na sua estreia em Paris, e gerou infindáveis discussões sobre a polêmica comportamental que trazia, é exemplarmente clássica, com unidade de tempo - tudo se passa em 24 horas - espaço e ação e a encenação busca mesclar sugestões do século XVII com traços contemporâneos. Tudo se passa numa praça e, ao fundo, um painel com o sol nos remete a Luís XIV, patrono das artes e da trupe de Molière. Por conta da polêmica que seu texto gerou, Molière escreveu logo, depois da estreia, uma outra peça para responder a seus detratores, "A Crítica à Escola de Mulheres", que a produção pretende montar ainda em 2022.

Brian Penido Ross comentou as características de seu personagem e as comparou com outros clássicos do autor: “Arnolfo é um burguês de meia idade e está sujeito às convenções do amor e do casamento, ao contrário do comportamento libertino dos homens e mulheres da corte de Luís XIV. Ele faz toda sorte de intrigas sobre homens que foram traídos e deseja obsessivamente não se tornar um deles. Molière tem uma galeria genial de personagens com comportamentos compulsivos, como Argan, de 'O Doente Imaginário', ou Harpagão, de 'O Avarento'. Num momento em que o Brasil está lidando com pautas conservadoras e repressivas, rir de Arnolfo e acompanhar a rápida e comovente evolução de Inês em sua compreensão do mundo é muito salutar", afirma o ator.

Durante a preparação da peça a equipe se inspirou em filmes como "A Viagem do Capitão Tornado", (1990, de Ettore Scola; Molière, (1976, de Ariane Mnouchkine); "O Rei Dança", (2000, Gérard Corbiau); "Vatel - Um Banquete para o Rei", (2000, Roland Joffe, além montagens disponibilizadas pela Comédie-Française e pelo Teatro Odéon.


Ficha técnica
Espetáculo: "Escola de Mulheres". Idealização: Ariel Cannal, Brian Penido Ross e Clara Carvalho. Texto: Escola de Mulheres. Autor: Molière. Direção / Tradução / Adaptação: Clara Carvalho. Elenco: Ariel Cannal (Horácio), Brian Penido Ross (Arnolfo), Felipe Souza (Cupido), Fulvio Filho (Crisaldo), Gabriela Westphal (Inês), Leandro Tadeu (Oronte), Luiz Luccas (Henrique), Rogério Pércore (Alain), Vera Espuny (Georgette). Diretor musical: Gustavo Kurlat. Diretor de movimento: Guilherme Sant'Anna. Iluminador: Wagner Pinto. Cenógrafo: Chris Aizner. Cenotécnico: Denis Chimanski. Figurinista: Marichilene Artsevskis. Design gráfico - Cenário: Adriana Alves. Design gráfico - Divulgação: Mau Machado. Fotógrafo: Ronaldo Gutierrez. Assessoria de imprensa: Adriana Balsanelli e Renato Fernandes. Assistente de produção: Nando Barbosa e Nando Medeiros. Diretor de produção: Ariel Cannal.


Serviço
"Escola de Mulheres"
De 15 de janeiro a 27 de março.
Quinta a sábado, às 20h; e domingo, às 18h.
Preço: R$60 (inteira) e R$30 (meia).
Compra online: www.sympla.com.br/teatroaliancafrancesa
Classificação: 12 anos. Duração: 90 minutos.


Teatro Aliança Francesa
Rua General Jardim 182 - Vila Buarque. Ar-condicionado. Informações: (11) 3572-2379.
www.teatroaliancafrancesa.com.br


.: "A Pane", de Friedrich Dürrenmatt, estreia dia 14 no Teatro Faap


Espetáculo tem direção de Malú Bazan e traz no elenco Antonio Petrin, Oswaldo Mendes, Heitor Goldflus, Roberto Ascar, Cesar Baccan e Marcelo Ullmann. Fotos: Ronaldo Gutierrez

Ao chamar de “A Pane” seu conto (depois transformado em teatro), Friedrich Dürrenmat não estava só pensando na falha mecânica de um Jaguar, que leva o protagonista a uma situação inesperada. A pane também diz respeito a este nosso mundo, repleto de imperfeições e catástrofes, de falhas da justiça, de culpas e desculpas. Dürrenmat é daqueles autores que divertem e dão o que pensar.

Com direção de Malú Bazán e tradução de Diego Viana, o espetáculo chega aos palcos do Teatro Faap no dia 14 de janeiro, e chega em cartaz até 20 de fevereiro. Antonio Petrin, Cesar Baccan, Heitor Goldflus, Marcelo Ullmann, Oswaldo Mendes e Roberto Ascar compõem o elenco.

A situação é inusitada. Um jogo em que octogenários juristas aposentados encenam suas antigas ocupações e, como diz o juiz anfitrião, agora não mais presos “a formas, protocolos, leis e todo o entulho inútil dos tribunais”. Neste jogo eles enredam um próspero representante comercial. Qual o seu crime? Não importa: “crime é algo que sempre se pode encontrar”.

Ao brincar de tribunal, os personagens nos fazem questionar o conceito de justiça, o sistema de Justiça, e este nosso mundo “de inocentes com culpa e culpados sem culpa”. A encenação reúne atores de várias gerações, para falar, não de uma história antiga, mas de “uma história ainda possível”, como o autor a qualifica.

Após uma suspensão de quase dois anos em razão da pandemia, o espetáculo volta com força total, mostrando a intensidade e alegria de fazer arte desse potente elenco de atores de terceira idade que representam a história do teatro.

Sobre o autor
Friedrich Dürrenmat (Konolfingen, 5 de janeiro de 1921 — Neuchâtel, 14 de dezembro de 1990) foi um escritor suíço. Embora possua grande fama por sua obra como dramaturgo foi também um prolífico contista e romancista.

Politicamente ativo, o autor escreveu dramas vanguardistas, profundos romances policiais, e algumas sátiras macabras. Um de seus principais bordões era: "Uma história não está terminada até que algo tenha dado extremamente errado".

Como Brecht, Dürrenmatt explorou as vertentes do teatro épico. Suas peças visavam envolver o público a um debate teórico, e não somente ser entretenimento puramente passivo.

Quando tinha 26 anos, sua primeira peça, "Está Escrito", (em alemão "Es steht geschrieben"), estreou causando grande controvérsia. A história da peça se passa em torno de uma batalha entre um cínico obcecado pelo sucesso e um religioso fanático que leva as escrituras ao pé da letra, tudo isto acontecendo enquanto a cidade em que vivem está cercada. A noite de estréia da peça, em abril de 1947, causou confusão e protestos por parte do público.

Na década de 50, com o conto “A Pane”, chegou ao que muitos consideram o auge de sua capacidade estilística e narrativa. Morreu em 1990, considerado como um dos grandes narradores e dramaturgos de sua geração.


Sinopse
“A Pane” é uma comédia sobre a justiça. Hóspede inesperado se transforma em réu de um jogo em que juiz, promotor, advogado e carrasco aposentados revivem suas profissões. Uma fábula que fala dos nossos dias. No elenco, um encontro de gerações.

Ficha técnica
Texto: 
Friedrich Dürrenmat
Tradução: Diego Viana
Direção: Malú Bazán
Elenco: Antonio Petrin, Cesar Baccan, Heitor Goldflus, Marcelo Ullmann, Oswaldo Mendes, Roberto Ascar.
Concepção cenográfica: Anne Cerutti e Malú Bazán
Figurino: Anne Cerutti
Assistente de figurino e cenário: Adriana Barreto
Cenotécnico: Douglas Caldas
Desenho de luz: Wagner Pinto
Música original: Dan Maia
Operador de luz: Gabriel Greghi
Operador de som: Silney Marcondes
Contrarregra: Márcio Polli
Fotos: Ronaldo Gutierrez
Visagismo: Dhiego Durso
Programador visual: Rafael Oliveira
Assessoria de imprensa: Pombo Correio
Assistente de produção: Rebeca Oliveira
Assistente de produção: Beatriz Nominato
Co-produção: Kavaná Produções
Produção e realização: Baccan Produções


Serviço
"A Pane", de Friedrich Dürrenmatt, com direção de Malú Bazán
Teatro Faap - Rua Alagoas, 903.
Temporada: de 14 de janeiro a 20 de fevereiro de 2022; Sextas-feiras às 21h; sábados, às 20h; domingos, às 18h.
Ingressos: sábados; R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia-entrada). Sextas e domingos; R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia-entrada). Bilheteria física: Teatro Faap - Rua Alagoas, 903 - Higienópolis, São Paulo, de quarta a sábado, das 14h às 20h. Domingo, das 14h às 17h. Em dias de espetáculos até o início da apresentação. Compras pelo site: https://teatrofaap.showare.com.br/
Informações / Televendas: 11 3662-7233 / 11 3662-7234.
Duração: 70 minutos.
Classificação: 14 anos.
Capacidade: 510 lugares.



.: Livro "Os 7 Vocábulos" coloca o conflito no centro de trama que prende o leitor


Após lançar, em 2019, o livro “Luiza Mahin”, sucesso entre o público e a crítica, que conta a história da escrava que liderou a Revolta dos Malês, em Salvador, o escritor e jornalista Armando Avena lança, em dezembro, seu décimo livro intitulado “Os 7 Vocábulos”, que já está em pré-venda. A obra trata sobre um tema inédito na literatura brasileira: a eterna desavença entre autores e editores.

“Os 7 Vocábulos” integra a obra singular de Armando Avena, marcada pela originalidade narrativa e temática, e pela qualidade literária, mas ainda pouco conhecida nos círculos literários brasileiros.  Desde o lançamento de seus primeiros livros, publicados pela antiga editora Relume-Dumará, o autor surpreende o público com histórias originais.

Sua última publicação, “Luiza Mahin”, aborda a luta pela libertação das mulheres e dos escravos na Bahia. Anteriormente o autor lançou um poético evangelho feminino, “Maria Madalena: O Evangelho Segundo Maria”, que foi transformado em espetáculo teatral pela coreógrafa baiana, Carmen Paternostro, que antes havia transposto para o palco o livro Maíra de Darcy Ribeiro.

Em 2008, Armando Avena chamou a atenção do público quando lançou o romance “Recôncavo”, que transformou a cidade histórica de Cachoeira, no Recôncavo Baiano, e a sua bicentenária Irmandade da Boa Morte, em protagonista de uma história de amor e ódio. Já o romance “O Manuscrito Secreto de Marx”, publicado em 2011, foi um dos finalistas do Prêmio Machado de Assis da Biblioteca Nacional.

No livro “Os 7 Vocábulos”, o autor dialoga sobre a relação entre editor e autor. A birra que separa os que escrevem dos que editam é antiga, e no imaginário coletivo dos escritores, a figura do editor muitas vezes assume um perfil mefistofélico. O editor francês, Gaston Gallimard, recusou os originais do escritor Marcel Proust. O escritor André Gide e o editor Grant Richards, baseados no julgamento menos qualificado dos seus tipógrafos, que consideraram indecente a linguagem do conto “Dois Galãs”, exigiram que James Joyce fizesse modificações em "Dublinenses". Só para lembrar dois casos clássicos. Essa é uma disputa eterna, mas que nunca foi romanceada.

Em “Os 7 Vocábulos” se materializam as figuras do escritor do doxômano e do editor jogralesco que, em pugna, colocam seus pontos de vista e de tal maneira se agudiza a discussão que pode terminar em morte. É desse embate que surge uma história que vai prender e surpreender o leitor.  Mas a obra traz outras surpresas: A primeira delas é que o leitor não saberá exatamente se estará lendo um livro de contos, um romance, uma peça de teatro, ou talvez, que esteja lendo tudo isso em uma história diferente. Você pode comprar o livro “Os 7 Vocábulos”, de Armando Avena, neste link. 



Sobre o autor
Armando Avena
é escritor e jornalista. Membro da Academia de Letras da Bahia tem dez livros publicados com destaque para os romances “Maria Madalena: O Evangelho Segundo Maria” e “Luiza Mahin”, ambos publicados pela Geração Editorial, além de outros, como “Recôncavo” e “O Afilhado de Gabo”. Seu livro “O Manuscrito Secreto de Marx”, publicado em 2011, foi um dos finalistas do Prêmio Machado de Assis da Biblioteca Nacional. É professor da Universidade Federal da Bahia e assina coluna no jornal A Tarde, de Salvador.


Livro: "Os 7 Vocábulos"
Autor: Armando Avena
150 páginas
23 x 15,6 cm
Editora Geração



.: "Nosso Lugar Entre Cometas", um livro para encantar leitores

Uma série de livros é o que conecta os três protagonistas de "Nosso Lugar Entre Cometas", lançamento da escritora e ilustradora Fernanda Nia pela Plataforma21. A nova obra da autora de "Mensageira da Sorte" prestigia e aquece o coração de cada jovem apaixonado pela leitura que já fez uma amizade por meio dos livros.

A história é apresentada sob o ponto de vista de três adolescentes: uma menina destemida, um garoto inseguro e uma jovem fugindo de si mesma. Lorena, Gabriel e Stefana, narradores-personagens, são apaixonados pela série literária “Cometas da Galáxia” e se aproximam em busca do mesmo objetivo: conseguir encontrar a autora Cassarola Star durante a passagem dela pelo Brasil.

Só que nem o plano mais mirabolante para encontrá-la vai funcionar enquanto cada um não vencer os próprios desafios. Lorena acha que todo mundo é seu inimigo – especialmente o Gabriel. Ele tem dificuldade de se abrir para as pessoas e assumir os próprios gostos e sonhos, principalmente para amigos e familiares. E Stefana sonha em vestir seu tão amado cosplay, mas morre de vergonha de chamar atenção, além da insegurança que tem com o corpo.

No fim das contas, o que verdadeiramente está em jogo no enredo de "Nosso Lugar Entre Cometas" é a mudança mais significativa que poderia acontecer em 24 horas na vida dos personagens: a coragem de entender quem são e do que gostam. Um grande exemplo para jovens leitores que, mais uma vez, serão transformados pelo poder dos livros. Você pode comprar o livro "Nosso Lugar Entre Cometas", de Fernanda Nia, neste link.


Sobre a autora:
Fernanda Nia
é uma publicitária e ilustradora carioca aficionada desde cedo por livros e histórias em quadrinhos. Começou seu trabalho autoral em 2011, ao criar o site de tirinhas e pequenos textos "Como Eu Realmente", que em 2014 conquistou uma série de livros publicados pela editora Nemo. Em 2018, estreou na prosa com seu primeiro romance jovem, "Mensageira da Sorte", e em 2019 publicou o conto "O Herói na Sala 307" na coletânea "Todo Mundo Tem Uma Primeira Vez", ambos pela editora Plataforma21. Além das aventuras de seus próprios personagens, Fernanda Nia ilustra e cria conteúdo para os mercados editorial e publicitário.

Livro: "Nosso Lugar Entre Cometas"
Autora: Fernanda Nia
Editora: VR Editora – Plataforma21
ISBN: 978-65-88343-15-9
Páginas: 432 páginas
Formato: 14 x 21 cm

sábado, 25 de dezembro de 2021

.: Parceria de Virginie Boutaud com Arrigo Barnabé nos anos 80 é lançada


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico musical.

Uma fita perdida reencontrada em Paris, surpreendentemente intacta, livre de fungos ou oxidação, registrado a parceria de Virginie Boutaud com Arrigo Barnabé. A gravação de "Sur Une Plage du Brésil", foi feita em 1986 e agora está sendo disponibilizada para audição e compra na plataforma bandcamp.

A aparente mistura inusitada do ícone da música de vanguarda paulista (Arrigo Barnabé) com a vocalista da banda pop Metrô (Virginie) não é tão surpreendente. Durante uma saída da banda, Virginie chegou a trabalhar com Arrigo, vindo daí a sua relação de amizade musical com ele.

Quando os dois ouviram a fita, decidiram retomar o plano inicial: "Vamos lançar estas músicas com todo o carinho que as nossas bossas merecem!", comentaram os compositores. Inédita, com lançamento surpresa neste fim de ano, "Sur Une Plage du Brésil" vai ser o lado A de um vinil a ser lançado em breve pela dupla de compositores e cantores, Arrigo Barnabé e Virginie. Será fabricado no Brasil por Vinil Brasil.

O single foi originalmente gravado no “ Nosso Estudio”, em São Paulo, em outubro de 1986. A gravação contou com um time competente de músicos, incluindo Arismar do Espírito Santo (baixo) e Ulisses Rocha (violão), além do próprio Arrigo Barnabé no piano, teclados eletrônicos e arranjo da canção. O resultado da parceria pode ser conferido na plataforma bandcamp, no seguinte endereço https://virginieboutaud.bandcamp.com/track/sur-une-plage-du-br-sil.



.: Entrevista: Larissa Manoela estreia na Globo como protagonista de novela


Estreante na TV Globo, Larissa Manoela fala sobre Elisa e Isadora, em "Além da Ilusão". Com personalidades diferentes, a atriz interpreta as duas irmãs em fases distintas da trama. Na imagem, a atriz está caracterizada como Isadora, na segunda fase da trama. Foto: Globo/João Cotta

A estreia de Larissa Manoela na TV Globo será com Elisa e Isadora Tapajós, suas personagens na nova novela das seis. Jovem romântica e voluntariosa, Elisa vive sendo mimada pelo pai, o influente juiz Matias (Antonio Calloni), que não esconde sua predileção pela filha mais velha. No começo da trama, ela vive o sonho de comemorar seu aniversário de 18 anos com um lindo baile na Poços de Caldas, em Minas Gerais, de meados dos anos de 1930.

É nessa ocasião que a filha de Violeta (Malu Galli) conhece o mágico Davi (Rafael Vitti), por quem se apaixona perdidamente e com quem viverá as atribulações de um amor proibido, marcado por um trágico fim. Será a estreia da atriz também em novelas de época, um desejo antigo. “Sempre tive uma vontade enorme de fazer novela de época e me sinto muito realizada por estar vivendo, inclusive, em duas épocas diferentes porque temos os anos 30 e depois passamos pros 40. Tem sido interessante demais. Estou muito contente de ver o envolvimento de tantas pessoas, tantos profissionais dedicados a nos ajudar, e um elenco totalmente imerso nesse processo, pra poder dar o melhor de si”, celebra Larissa.

A filha mais nova do casal Tapajós, Isadora, que na primeira fase é interpretada pela atriz mirim Sofia Budke, se tornará uma mulher independente, pouco romântica e decidida a alcançar seus objetivos. Na segunda fase, Larissa Manoela também dá vida à determinada Dorinha, encantada mesmo pelo universo da costura. A paixão proibida pelo mágico Davi é o que vai unir, em momentos diferentes, o destino das duas irmãs.

“A história é linda, as personagens são muito especiais. São meninas à frente do seu tempo, por mais que estejam nos anos 30 e 40. Elas têm muita personalidade, são meninas fortes, que sabem o que querem, que não desistem daquilo que almejam. A Isadora é mais aterrada, com os pés no chão, e a Elisa sonha mais, é mais livre, muito mais romântica e eu tenho certeza que o público vai gostar muito dessas duas meninas. Eu já estou apaixonada por elas”, celebra a atriz. Confira, a seguir, a entrevista completa de Larissa Manoela, que fala sobre suas personagens, as expectativas de fazer a novela e a parceria com o elenco.


Elisa (Larissa Manoela) na primeira fase da novela. Foto: João Cotta


Fale um pouco sobre suas personagens.
Larissa Manoela - 
Eu dou vida a duas personagens, as irmãs Elisa e Isadora, que não são gêmeas. Há uma passagem de tempo na novela, e, na primeira fase, tem uma atriz mirim que está contracenando comigo, a Sofia Budke, interpretando Isadora. E eu começo essa novela de Elisa. Depois passam-se dez anos, Isadora cresce e será interpretada por mim. A história é linda, as personagens são muito especiais. São meninas à frente do seu tempo, por mais que estejam nos anos 30 e 40. Elas têm muita personalidade, são meninas fortes, que sabem o que querem, que não desistem daquilo que almejam. A Isadora é mais aterrada, com os pés no chão, e a Elisa sonha mais, é mais livre, muito mais romântica e eu tenho certeza que o público vai gostar muito dessas duas meninas. Eu já estou apaixonada por elas.
 

É a segunda novela das seis inédita desde a pandemia. Como lidou com as expectativas?
Larissa Manoela - 
Estive um período bastante ansiosa, mas entendendo que tinha um propósito maior e que, em algum momento, o dia iria chegar. Estou vendo tudo isso se concretizando, aquela expectativa que tinha, agora, sendo real. Estou dando vida às personagens dentro de um set com uma equipe maravilhosa, uma produção e direção impecáveis e um elenco extraordinário compondo todo esse espetáculo. Estou muito feliz e me sinto realizada por estar vivendo tudo isso hoje.
 

Como está sendo gravar uma novela de época?
Larissa Manoela - 
Sempre tive uma vontade enorme de fazer novela de época e me sinto muito realizada por estar vivendo, inclusive, em duas épocas diferentes porque temos os anos 30 e depois passamos pros 40. Tem sido interessante demais. Estou muito contente de ver o envolvimento de tantas pessoas, tantos profissionais dedicados a nos ajudar, e um elenco totalmente imerso nesse processo, pra poder dar o melhor de si.
 

E sobre a parceria com o Rafael Vitti?
Larissa Manoela - 
O Rafael é um superparceiro. Eu já era fã do trabalho dele e a minha admiração aumentou ainda mais quando eu soube que a gente ia estar juntos nesse trabalho. Ele é um ator supergeneroso, entregue, disponível pra criar, pra trocar ideia, e a gente vem realizando um trabalho lindo juntos, desde a preparação e agora nas gravações. Espero que as pessoas gostem bastante do Davi, da Elisa e da Isadora também. Vai ser superespecial, com certeza. A gente tá fazendo esse trabalho com muito carinho. 


"Além da Ilusão" é criada e escrita por Alessandra Poggi com direção artística de Luiz Henrique Rios. A obra é escrita com Adriana Chevalier, Letícia Mey, Flávio Marinho e Rita Lemgruber. A direção geral de Luís Felipe Sá e direção de Tande Bressane, Jeferson De e Joana Clark. A produção é de Mauricio Quaresma e a direção de gênero é de José Luiz Villamarim.



.: Mateus Ribeiro é mais um nome confirmado no musical " Sweeney Todd"


Além de Andrezza Massei e Rodrigo Lombardi, a produção do espetáculo agora confirma a participação do premiado ator Mateus Ribeiro, que interpretará o papel do personagem Tobias Ragg


Criada pelo mestre do teatro musical Stephen Sondheim, a clássica obra musical da Broadway “Sweeney Todd” ganha uma versão brasileira. A estreia do espetáculo, com patrocínio Getnet e Esfera, apoio Santander e RCI, está prevista para março de 2022, no 033 Rooftop do Teatro Santander, localizado no Complexo JK Iguatemi.

A adaptação para o país conta com direção musical de Fernanda Maia e direção geral de Zé Henrique de Paula. A produção geral é de Adriana Del Claro, da Del Claro Produções, e da Firma de Teatro, de Zé Henrique. O trio é conhecido por produções de sucesso recentes do teatro musical brasileiro como “Chaves - Um Tributo Musical” e “Natasha, Pierre e o Grande Cometa de 1812”.

O casal macabro da rua Fleet já foi escolhido e conta com Rodrigo Lombardi, como Sweeney Tood, e Andrezza Massei, como Dona Lovett. A novidade é que, agora, o musical contará com mais um ator convidado de peso, Mateus Ribeiro, que interpretará o garoto Tobias Ragg. Mateus venceu, recentemente, o cobiçado Prêmio Bibi Ferreira de Melhor Ator por seu papel como Chaves, no aclamado musical homônimo também realizado pela Del Claro Produções. As audições para escolha do elenco completo já está acontecendo.


.: Musicalmente nômade e poeta, Luis Kiari lança o álbum "Por Aí"


O terceiro álbum do músico possuí 11 faixas e conta com as participações especiais de Alva, Padre Fábio de Melo, Elba Ramalho, entre outros.

O terceiro álbum da carreira do cantor e compositor Luis Kiari, intitulado ''Por ai” já está disponível. O álbum foi gravado no Eme Studio Áudio, sob a produção musical de Dudu Viana.“Escolhi o nome da canção ‘Por Aí’ porque essa música sintetiza a construção da minha carreira até aqui, na construção de fora para dentro e também no sentido que “deixando de existir” eu fui existindo como artista e a maneira que fui 'perdendo meus dias' é que vim me achando 'Por Aí', esse nome tem mais a ver com o meu ser”, afirma o cantor.  

O disco conta com um 11 faixas, sendo somente duas delas não autorais: "Nunca Pare de Sonhar" (Gonzaguinha) e "Tempos Modernos" (Lulu Santos). “Começamos a construir esse álbum no meio da pandemia, então eu pensei quais músicas poderiam trazer luz para um momento tão escuro do que viria para nós. Quase todas as músicas falam de coisas boas, de força, de fé e, por fim, esperança no que virá”, reflete. 

As canções autorais do projeto trazem ainda uma mistura de ritmos desde o baião de “Jacira”, o xote de “Bela Menina”, a guarânia de “Às Vezes o Amor” ao blues de “Fotografia”. “O nome 'Por Aí     traduz perfeitamente estes ritmos de lugares diferentes, mas não há um sotaque pesado desses estilos rítmicos, eles se equilibram nas canções de forma tênue”, explica o músico.  

Quatro canções do álbum tiveram participações especiais: "Por Aí", que dá nome ao álbum, contou com o Padre Fábio de Melo; "Teu lugar", tem a voz de Alva; já Elba Ramalho emprestou sua voz para a canção "Tomé"; e “Tempos Modernos” teve a participação de seis amigos do músico - Bárbara Dias, Gugu Peixoto, Gustavo Fagundes, Marquinho OSócio, Roberta Spindel e Ziza Fernandes.

O processo de gravação, por ter ocorrido durante a pandemia, foi feito de forma flexível e remota. “Uma experiência completamente diferente para todos nós e que envolvia duas coisas: desapego e confiança, já que cada um fazia sozinho em sua casa a gravação do seu instrumento e voz e, tanto eu quanto o produtor, Dudu Viana, não pudemos acompanhar e dirigir os músicos”

Para o lançamento do disco há muitas expectativas. “Pretendemos fazer uma turnê por todo o país no ano que vem. O objetivo é amadurecer e aprimorar ainda mais o som. Estou ansioso para reencontrar meu público”, finaliza.  Link para ouvir o CD: https://promo.theorchard.com/KYfYcm5laUKjIGQDT40L?skin=light 


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