quinta-feira, 24 de março de 2022

.: Crítica: "Águas Profundas" é história jogada debaixo do tapete de ricos

Por: Mary Ellen Farias dos Santos 

Em março de 2022


Quando não falta dinheiro, pode faltar amor. Eis que no longa dirigido por Adrian Lyne, "Águas Profundas", baseado no romance de 1957 de Patricia Highsmith de título "Em Águas Profundas" -autora de "O Talentoso Ripley"-, a partir de um roteiro de Zach Helm e Sam Levinson, o suspense e o erótico ditam as cartadas de uma história de amor extremamente fora do convencional.

Melinda Van Allen (Ana de Armas, de "007 - Sem Tempo Para Morrer") e Vic Van Allen (Ben Affleck, de "Batman vs Superman: A Origem da Justiça") formam um casal, aparentemente feliz tendo um rebento muito falante: uma filhinha. E como quem vê cara, não vê coração, a postura da linda Melinda mostra aos poucos que a parceria entre os dois não é a mesma há algum tempo. 

Enquanto que no livro Vic é herdeiro de uma fortuna, no filme, cheio de elementos modernos, incluindo a assistente virtual, Alexa, o parceiro de Melinda é um engenheiro aposentado por criar um chip controverso, usado em armamento militar, que lhe rende dinheiro sem ter mais nada a fazer. Fortalecendo as primeiras imagens em que o protagonista é apresentado, quando pedala pela cidade ou das várias festas que dá em casa aos amigos.

Sempre muito efusiva -talvez libertária- no modo de se portar, Melinda deixa grande parte dos cuidados da filha ao pai, homem sempre muito calmo e concentrado. Incontrolável, a esposa age como bem entende, fazendo o que lhe dá na telha, como se ainda fosse uma jovenzinha solteira. Com modos provocantes e esperando alguma devolutiva agressiva de Vic, Melinda age sem limites, chamando a atenção, inclusive de amigos do casal nas festas. 

Contudo, é a passagem de diversos amigos de Melinda que tempera a trama para trazer o suspense erótico. Afinal, para a senhora Van Allen, a diversão não está em somente em caçar homens para trair, mas também expor os parceiros ao marido, assim, aparecem Joel (Brendan Miller, de "O Preço do Amanhã"), Ricky (Jacob Elordi, de "Euphoria") e Nick (Finn Wittrock, de "American Horror Story"). 

O thriller psicológico erótico, com roteiro de Sam Levinson e Zach Helm, acontece de modo vagaroso, sem deixar muito claro a que ponto vai chegar. Retratando a realidade comum no universo dos ricos, em que a traição -discreta ou escancarada- é jogada para debaixo do tapete, o filme de 2h33m esquenta a cada fase que Melinda ultrapassa, garantindo um final de fazer o queixo cair quando as águas turvas são aprofundadas. 


* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do photonovelas.blogspot.com. Twitter:@maryellenfsm

Filme: Águas Profundas (Deep Water)

Diretor: Adrian Lyne

Adaptação de: Deep Water

Produção: Arnon Milchan; Steven Zaillian; Garrett Basch; Guymon Casady; Ben Forkner; Anthony Katagas

Roteiro: Sam Levinson, Zach Helm

Elenco: Ben Affleck, Ana de Armas, Tracy Letts, Rachel Blanchard, Finn Wittrock

Duração: 2h 33m

Data de lançamento: 18 de março de 2022 (mundial)


.: Crítica: "A Pediatra" é importante para quem enfrenta a síndrome do impostor


"A Pediatra" é um livro importante para quem enfrenta diariamente a síndrome do impostor - isso acontece quando alguém se considera incompetente ou insuficiente em alguma área da vida, ou todas. Talvez nem seja a intenção da autora, Andréa Del Fuego, tocar em camadas tão profundas da mente humana, mas de alguma maneira eu gostaria que ela soubesse que a leitura desta obra em um dia chuvoso e esgotante melhorou meu astral. Li sete capítulos em poucos minutos - são curtinhos, mesmo, mas pegam o leitor pelo colarinho e não largam mais.

A protagonista é uma mulher comum, que traz na maneira seca em que leva a vida, a profissão, as relações, uma dose de senso de humor que acolhe quem a recebe para a leitura. "A Pediatra", lançamento da Companhia das Letras, chegou para mim em um dia ruim e me fez rir de mim mesmo - e de meus dramas - a partir do olhar de uma personagem que não apresenta nada de extraordinário, mas que justamente por isso toca em tantas feridas.

Eu não sei se ela sente medo, como eu, ou se no fundo se sente um zero à esquerda em diversas áreas da vida, como eu, e talvez esta personagem me considere patético, como eu me sinto tantas vezes - alguém que foge de interações sociais, que vai se arrastando para o trabalho, que não é exatamente apaixonado pelo que faz, nem se interessa pela vida dos outros. Alguém incapaz de desenvolver assuntos com quem quer que seja (eu sou a própria personagem, com um tom de amargura a mais e talvez o mesmo pragmatismo diante da vida). 

Falta-me o cinismo e o sarcasmo de Cecília, a pediatra do livro, para levar a vida de maneira mais leve. Ela é ácida e imoral, mas também é muito próxima do real e, enquanto personagem, é mais humana que muita gente de carne e osso. Talvez até mais do que a mim mesmo. Difícil será desapegar desta personagem quando o livro terminar.

Você pode comprar "A Pediatra", de Andréa Del Fuego, neste link.



Lançamento do livro "A Pediatra" - Com Andréa Del Fuego, Natalia Timerman e Daniela Arrais

.: Envolver: Anitta conquista 4º lugar inédito no Spotify Global

 

Além do chart mundial, Anitta figura no TOP 20 de todos os países latino-americanos na plataforma


Ela não para de fazer história! Depois de se tornar a primeira brasileira a atingir o TOP 10 no Spotify Global, Anitta continua subindo com “Envolver” e alcançou, nesta quarta-feira (23), a quarta posição da tabela! O hit bateu mais de 3 milhões de plays nas últimas 24 horas e fez da artista a mulher mais bem colocada no ranking atualmente. Esse é o melhor resultado conquistado pela cantora na plataforma, que antes tinha como recorde “Vai Malandra” em 18º. “Envolver” já consta no TOP 20 de todos os países da América Latina e no Brasil está na primeira colocação. Assim, Anitta se torna a brasileira a chegar mais alto no chart global da plataforma.

Inspirado na coreografia da faixa, ‘El paso de Anitta’ viralizou no TikTok e levou o single a ser o 10º mais popular do aplicativo. O videoclipe da canção, um dos mais sensuais da carreira da artista, foi dirigido por ela própria e produzido por Harold Jimenez, da 36 Grados - frequente colaborador de Maluma e J Balvin. A composição é assinada por Anitta, Julio M Gonzales Tavarez, Freddy Montalvoe e José Carlos Cruz.


CONFIRA A LISTA COMPLETA DE CHARTS NO SPOTIFY:

Global: #4

Brasil: #1

Portugal: #3

Bolívia: #4

México: #4

Panamá: #5

Peru: #6

Paraguai: #6

Equador: #8

República Dominicana: #10

Guatemala: #11

Nicarágua: #11

Uruguai: #12

Costa Rica: #13

El Salvador: #14

Colômbia: #15

Honduras: #15

Chile: #17

Argentina: #19

Espanha: #35

Suíça: #65

Irlanda: #108

Emirados Árabes: #126

Estados Unidos: #180


.: Estreia "Queen Stars Brasil", comandado por Pabllo Vittar e Luísa Sonza

Os três primeiros episódios da competição musical de drag queens serão lançados nesta quinta-feira na plataforma de streaming. Vanessa da Mata, Diego Timbó e Tiago Abravanel são os jurados. Fotos: divulgação


"Queen Stars Brasil", produção nacional apresentada por Pabllo Vittar e Luísa Sonza, estreia com os primeiros três episódios nesta quinta-feira, 24 de março, na HBO Max. O reality trará ao público uma competição afiada entre 20 drag queens que buscam o pódio pop. Com oito episódios, a produção será lançada na plataforma de streaming em março e toda segunda-feira, às 20h, a partir de 4 de abril na TNT.

 Além de Pabllo e Luísa no comando do reality que promoverá desafios entre as competidoras para testar suas habilidades em dança, canto e performance, convidados especiais integram a produção. Entre as presenças confirmadas estão a atriz Cleo, as cantoras Duda Beat, Gloria Groove e Aretuza Lovi, Bruno Rocha, criador do canal Hugo Gloss, entre outros.

Os jurados Vanessa da Mata, Diego Timbó e Tiago Abravanel atuam em parceria com os quatro mentores: Bruno Barbosa (dança), Blacy Gulfier (voz), Michelly X (visagismo) e Flávio Verne (diretor artístico). Ao longo dos episódios temáticos, as participantes que menos se destacarem serão eliminadas - virando purpurina - após apresentações coletivas e individuais. Na grande final, três participantes serão coroadas como as rainhas do pop.

Abaixo o cronograma dos episódios na HBO Max:

24/03 -- Episódios 1, 2 e 3

31/03 -- Episódio 4 e 5

07/04 -- Episódio 6 e 7

14/04 -- Episódio 8 Final

 

"Queen Stars Brasil" faz parte das mais de 100 produções locais Max Originals na América Latina previstas para estrear na HBO Max até 2023. O reality é uma produção original WarnerMedia Latin America realizada pela EndemolShine Brasil para a HBO Max.


Confira aqui um vídeo especial de bastidores:


.: Sesc Bom Retiro traz as Filhas da Dita na mostra Cidade para Pessoas

Antes da sessão do dia 1 de abril tem exibição do documentário As Mulheres e o Moinho, da série Protagonismo e Articulação do Território, da primeira edição do projeto Isto Não É um Mapa, Produzido por Caio Castor, com Alessandra Moja, Fabiana da Silva e Edwiges Pinheiro


O Núcleo Teatral Filhas da Dita apresenta o espetáculo Canto das Ditas - Fragmentos Afrografados de Cidade Tiradentes no Sesc Bom Retiro, nos dias 1º e 2 de abril, sexta e sábado, às 20 horas. Com direção e dramaturgia de Antonia Mattos, a montagem entrelaça a força ancestral de orixás femininas com a construção do bairro Cidade Tiradentes por mulheres negras.

As sessões integram a mostra Cidade para Pessoas que faz parte do projeto Isto Não é um Mapa, realizado pelo Sesc Bom Retiro, desde 2020, e traz dessa vez uma série de cartografias afetivas, poéticas, sociais e micropolíticas em múltiplas linguagens, que exploram e refletem sobre os diferentes desdobramentos temáticos relacionados à discussão sobre cidade. Com um olhar atento para a diversidade de raça, de gênero, e também territorial, o projeto busca conectar o público com diferentes espaços da cidade, seja na integração mais direta entre centro e periferias, ou na concepção mais ampla e abstrata, ao propor uma troca múltipla entre as pessoas e suas subjetividades e como elas também não apenas se relacionam, mas constituem esses espaços.

O espetáculo: Para refletir sobre como a África se manifesta no dia a dia das moradoras de Cidade Tiradentes, o Núcleo Teatral Filhas da Dita encarou o desafio de ‘afrografar’ o bairro - referência ao termo ‘afrografias’ da poetisa e ensaista Dra. Leda Maria Martins, que coloca em evidência e consciência a nossa herança africana. O trabalho do Núcleo Filhas da Dita mapeou esse legado ancestral por vários ângulos: ao próprio redor, junto a parentes, pessoas próximas e até mulheres desconhecidas que caminham pelo bairro.

A partir da investigação proposta, Canto das Ditas coloca em cena histórias de mulheres pretas de Cidade Tiradentes que se entrecruzam com histórias de Yabás (orixás femininas). A montagem busca o reflexo das histórias do cotidiano em um espelho ‘mítico’ das personagens sagradas. A diretora Antonia Mattos explica que os depoimentos colhidos pelo grupo aparecem no texto e na dramaturgia de forma não linear e fragmentada. “A narrativa é espiralada, pois procura se relacionar com um tempo mítico, da memória e da ancestralidade. As personagens reais correspondem, de forma arquetípica, às personagens míticas. Recorremos ao ‘espírito ancestral feminino’, às ‘grandes mães da humanidade’, às yabás para contar e cantar as histórias dessas mulheres, as Ditas, que fundaram Cidade Tiradentes”.

As atrizes que interpretam as quatro mulheres - Bendita/Nanã, Marta/Iemanjá Maria/Iansã, e Joana Nega Su/Obá - são Ellen Rio Branco, Lua Lucas, Luara Sanches e Thábata Letícia, respectivamente. Segundo Antonia, “a poética cênica é atravessada por elementos e saberes ancestrais, dentro de um tempo/espaço espiralado que aponta para as reminiscências de um passado sagrado, buscando fortalecer o presente e deslumbrar o futuro”. A origem da humanidade na África e a fundação de Cidade Tiradentes são contadas simultaneamente: o passado sagrado se revela no presente e no passado recente.

A origem do bairro passa pela força dessas mulheres negras que alí chegaram, se instalaram e fizeram a história local. E são delas as histórias contadas na encenação Canto das Ditas - Fragmentos Afrografados de Cidade Tiradentes, onde a música tem papel fundamental, trazendo a voz e o canto dessas mulheres em um cenário lúdico que se estabelece entre o ritual e o urbano contemporâneo. “Tempos e lugares diferentes mostram que, apesar de toda a repressão sofrida, as mulheres sempre se reuniram em grupos para buscar alternativas, para desafiar o sistema patriarcal e mudar sua condição, seja na sociedade secreta africana de Eleko, seja na Casa Anastácia (Centro de Defesa e Convivência da Mulher) em Cidade Tiradentes”, reflete Antonia Mattos.

FICHA TÉCNICA - Direção e dramaturgia: Antonia Mattos. Elenco: Ellen Rio Branco, Lua Lucas, Luara Sanches, Thábata Letícia e Cláudio Pavão. Direção musical: Jonathan Silva. Concepção de luz: Antonia Mattos e Fernando Alves. Cenário e figurino: Eliseu Weide. Contrarregra: Gley Santos. Assessoria de Imprensa: Verbena Comunicação. Produção: Dandara Kuntê. Idealização: Núcleo Teatral Filhas da Dita.  Estreou: 12/07/2019. Realização: Sesc.

O grupo - O Núcleo Teatral Filhas da Dita nasceu no Centro Cultural Arte em Construção, em 2007, e vem mantendo um processo contínuo de criação artística.  Em seu repertório estão os espetáculos: Sonho de Tatiane - uma Poética sobre Juventudes (2017), A Guerra (2013), Os Tronconenses (2007) e Canto das Ditas - Fragmentos Afrografados de Cidade Tiradentes (2019). Em 2015, brotou a faísca de um desejo: a construção do fazer artístico novo, mas que mantivesse a memória progenitora. “Afinal, se somos Filhas, nossas mães têm cara, voz e corpo nos nossos processos. Dessa constatação desemboca um estudo aprofundado sobre a feminilidade e suas subjetividades com recorte de raça/etnia”, relatam os integrantes do grupo. Com a realização de Fragmentos Afrografados de Cidade Tiradentes, buscam visibilizar narrativas que sempre foram e ainda são negligenciadas. Em mais de 20 anos de trabalho é evidente o aprofundamento de uma prática artística com e no território, além da articulação em rede com outros coletivos periféricos.


Serviço

Espetáculo: Canto das Ditas - Fragmentos Afrografados de Cidade Tiradentes

Com: Núcleo Teatral Filhas da Dita

Datas: 01 e 02 de abril. Sexta e sábado, às 20h

Local: Teatro (291 lugares)

Gênero: Drama. Duração: 70 min. Classificação: 14 anos.

Ingressos: R$ 40,00 (inteira). R$ 20,00 (meia). R$ 20,00 (comerciário).

Apresentar comprovante de vacinação contra a covid-19 e documento com foto.


Sesc Bom Retiro

Alameda Nothmann, 185 - Campos Elíseos. São Paulo/SP.

Telefone: (11) 3332-3600

sescsp.org.br/bomretiro | Nas redes: @sescbomretiro

Estacionamento: R$ 7,50 (Credencial Plena) e 15,00 (outros)

Transporte: o Sesc oferece transporte gratuito (van) entre a Estação Luz (saída CPTM/José Paulino) e o Sesc Bom Retiro. Ida: Sextas e sábados, a partir das 17h30; domingos e feriados, a partir das 16h. Volta: sextas e sábados, até 23h45; domingos e feriados, até 21h.


.: Entrevista com a eliminada do BBB, Laís

Foto: Rede Globo


Laís escapou do paredão por mais de dois meses mesmo sendo alvo dos brothers e tendo rivalidades declaradas na casa mais vigiada do Brasil. Formando alianças que a protegeram e tornando-se prioridade de Gustavo, a goiana de Crixás permaneceu na disputa pelo prêmio até mais da metade da temporada. Porém, na berlinda contra Douglas Silva e Eliezer, decidida na última terça-feira, dia 22,  a integrante do grupo Pipoca foi eliminada. Com 91,25% dos votos, o público decidiu pela saída de mais um membro do quarto Lollipop do ‘BBB 22’. “Eu cresci muito, evoluí e vi que posso ir muito além do meu limite. Uma coisa que eu aprendi demais foi sobre o poder da nossa mente. No BBB, não é só preparo físico que a gente tem que ter; a mente conta muito também”, avalia a médica sobre uma das maiores contribuições que leva do ‘Big Brother Brasil’.

Na entrevista a seguir, Laís opina sobre as amizades e as rivalidades que construiu no BBB, analisa detalhes do jogo e conta sobre o futuro de seu relacionamento com Gustavo e as expectativas para a vida após o reality.

 

O que a sua participação no BBB representou para você? 

Foi uma experiência única, incrível e muito difícil também. Eu não imaginava que ser jogadora fosse tão diferente de ser telespectadora do BBB. A gente passa por uma mistura de sentimentos muito grande ali, uma pressão e uma tensão também muito fortes. Às vezes, a gente acha que estava fazendo uma coisa certa e, quando sai, realmente a gente vê que não era a coisa certa. Mas foi importante para o meu crescimento pessoal e talvez, agora, profissional. Eu sempre quis ter algo além da Medicina e acho que esse vai ser um pontapé inicial para mim. Eu precisava disso. Cresci muito, aprendi, evoluí bastante lá dentro. Eu espero, agora, poder somar na vida das pessoas aqui fora, poder abraçar quem me abraçou.

 

Jade e Bárbara eram suas principais alianças no reality. O que vocês tinham em comum?

O carisma delas comigo: elas eram muito carinhosas, me protegiam. Geralmente as minhas amizades aqui fora são com pessoas muito carinhosas, amorosas. Eu sou muito de abraçar, de beijar – o oposto do que eu fiquei sabendo que estava lá dentro (risos). Aqui fora é muito difícil eu falar um palavrão ou algo do tipo, por exemplo. Mas as meninas têm um coração muito bom, uma energia positiva que eu sentia lá dentro. De certa forma eu ficava mais leve e mais calma perto delas. Foi muito importante para mim a presença delas, eu me sentia mais forte.

 

Apesar de vocês falarem bastante sobre as eliminações do Lollipop, você conseguiu ficar nove semanas no confinamento, mais da metade da temporada. O que acha que te levou tão longe no programa? 

Para mim foram vários pontos. Logo no início, com um mês de programa, eu já teria ido ao paredão; consegui escapar na prova Bate-Volta. Depois, um dos motivos pelos quais eu não fui, foi a chegada do Gustavo. A gente se relacionou e ele quis me proteger. O Gustavo é uma pessoa maravilhosa. Ele chegou de uma forma e depois o coração dele deu uma amolecida e ele me encantou muito. Ele já é o tipo de pessoa que me atrai; eu já teria me relacionado com ele independentemente do jogo. Tanto que, no início, eu disse para ele: ‘Nosso jogo é diferente, não quero falar sobre isso com você’. Houve um momento em que quiseram votar em mim e, por coincidência, ele estava no grupo e me defendeu. Acho que esse foi outro ponto que não me deixou ir ao paredão. Se eu tivesse ido, talvez teria saído. Além disso, eu me relaciono bem com as pessoas, sou de ter muitos amigos. Eu falava com todo mundo lá dentro, até me diziam que, pela casa, eu não iria. Então, acredito que a proteção de todos, não só do Gustavo, comigo foi muito grande. Eu senti o carinho, o amor das pessoas lá dentro comigo. Só não consegui ter essa troca com o Arthur, mas com o resto da casa tive um relacionamento muito bom, assim como tenho aqui fora com as minhas amizades. 

 

Seu romance com Gustavo começou como uma estratégia de jogo? Você havia comentado sobre isso com a Jade dias antes... 

Eu jamais ficaria com uma pessoa que não me atraísse, nunca faria isso. Desde quando ele estava na casa de vidro, eu comentei que ele era bonito, que era uma pessoa com quem eu ficaria na casa, tanto é que fiquei. Esse foi um ponto que eu brinquei com as meninas, até antes da Bárbara – que não se dava muito bem com ele – sair. Eu poderia não ter ficado pelo jogo, porque ele entrou com uma proposta totalmente diferente da minha, mas, por ele me atrair e a gente se aproximar – bem rápido – ele veio me elogiando e eu fiquei. Mas não foi nada pensando em jogo. Eu até queria separar nossa relação do jogo, mas é difícil porque lá dentro é só jogo, e acabou que nós misturamos um pouco.

 

Você pretende manter o relacionamento com Gustavo fora do BBB?

Eu fui me aproximando cada vez mais dele e ali as relações são muito intensas – não sei se dá para perceber daqui de fora. Nós estávamos muito juntos agora, antes de eu sair. E, sim, eu estou gostando dele; acredito que ele também de mim. Ele demonstrava muito isso e, antes de eu sair, ele falou que nós estaríamos juntos aqui fora, estava programando algumas coisas para depois do BBB. Acredito que, quando ele sair, a gente vai conversar, e provavelmente vamos ficar juntos. Vamos ver o que ele vai achar, não depende só de mim (risos). Por mim, vamos continuar, sim; é o que estávamos planejando lá dentro.

 

Em algum momento foi uma questão para você o Gustavo tê-la como prioridade e as suas prioridades serem outras (seus amigos do Lollipop)?

Foi muito difícil, principalmente na semana em que o Gustavo entrou porque eu estava sendo o alvo de algumas pessoas. Também pela forma de jogar dele – entrou dizendo que iria jogar sozinho –, tinha uma movimentação diferente. Teve um dia em que nós até discutimos por causa daquela votação com o Eli. Quando a gente sai, até se arrepende, porque realmente a minha intuição sobre o Eli estava um pouco certa, em relação ao jogo. Houve uns momentos em que eu escutei uma conversa dele com o DG, depois a gente conversou... O problema é que lá dentro a gente não tem certeza de nada. E, como o Eli era uma pessoa importante desde o início, um amigo, e eu sou muito fiel às minhas amizades, se eu votasse no Eli eu estaria sendo desleal com ele também. O Gustavo chegou depois, para mim, com uma forma de jogo diferente. Eu falei para ele: ‘Agora, que você está comigo, também é minha prioridade, mas eu tenho que conseguir encaixa-las. Como eu vou te proteger e proteger o meu quarto, se você coloca os meus amigos como alvos?’. Foi uma situação bem complicada, mas se eu tivesse a certeza das coisas que o Eli tinha falado e feito no dia da votação do DG... Ele se justificou e foi aquela segunda chance que a gente tenta dar por ser amigo e por ser leal e fiel. Eu não tinha certeza de nada, eu tinha que acreditar no que ele estava falando. Falei para o Gustavo que eu iria ver como poderia salva-lo, assim como ele me salvou. Mas, numa votação em que tivesse 3x2 no meu nome, também não teria o que fazer nem eu poderia ficar com raiva dele por isso. Eu disse a ele que chegaria um momento do jogo em que eu protegeria ele, e eu já estava sentindo isso agora na casa, não sei se porque todas as pessoas do quarto saíram e eu estava mais próxima dele... Mas com certeza daqui para frente ele seria a minha prioridade na casa, já estaria no meu pódio. Se o Vyni estivesse na casa, por exemplo, talvez eu colocasse o Gustavo no lugar dele, apesar de amar o Vyni. Eu sei que o Gustavo sempre iria me proteger porque ele não estava vinculado a ninguém ali; ele chegou, se relacionou comigo e me teve como prioridade. Já eu tinha um quarto inteiro na frente.

 

Por que o Douglas Silva se tornou um alvo constante dos seus votos? 

Eu tinha um bom relacionamento com todo mundo na casa, inclusive com o DG. Mas, no meu quarto, já estava meio que fechado que nós tentaríamos não votar entre nós até um certo momento. Nas últimas semanas, a Jessi, a Nat e a Lina se aproximaram muito de nós e eu não conseguia votar nelas naquele momento. Em relação ao grupo dos meninos, com quem eu tinha uma rivalidade direta era o Arthur. Tinha ótima relação com o PA e com o Pedro. Com o Pedro, eu tinha apenas uma dúvida que eu até mencionei lá dentro, por ele ser muito “tanto faz um paredão” ou “me coloca no paredão que eu quero ver a reação do público”. Eu tinha curiosidade de saber o que o público achava em relação a isso, por haver pessoas ali que queriam muito chegar à final. Mas aí ele (Pedro) foi ao paredão e voltou, e eu entendi que ele realmente era maravilhoso mesmo e o público estava gostando. Em relação ao DG, na escala entre Arthur e ele, ele era a minha segunda opção, o que eu menos tinha proximidade. Era muito por afinidade e, em relação ao jogo, como ele já tinha votado em mim, assim como o Arthur, ele virou um alvo meu também.

 

Você e Arthur também mantinham uma rivalidade no jogo, ele era bastante citado por você nos jogos da discórdia, vocês trocaram indicações do monstro... O que te incomodava no jogo dele?

O que me incomodava no jogo do Arthur, primeiramente, era sobre a questão dele com a Jade. A Jade começou a votar nele, o colocou uma, duas, três vezes no paredão. Só que ele só votava em mim. Eu não conseguia entender essa questão. Eu falava: ‘Gente, por que ele está fazendo isso? É estratégia, por achar que eu sou fraca? O que está acontecendo?’ Teve um dia em que eu sentei para conversar com ele e entender o porquê daquilo: ‘A Jade é a sua antagonista e você vem em mim’, falei. Aí ele me disse que em uma prova do anjo, eu havia tirado a última plaquinha dele, que era a do monstro e tal. Mas, se fosse qualquer pessoa que não fizesse parte do meu quarto ali, a minha estratégia naquela prova era eliminar. Eu queria ser a última para ganhar o anjo. Mas, enfim, aconteceu de ele pegar isso para ele por conta da questão do monstro. Além disso, em relação a mim e à Jade, ele tocou no ponto de que ela era mais forte que eu. Eu perguntei para ele: ‘Você acha que eu sou fraca, então?’. Aí ele disse: ‘Fraca é uma palavra muito forte. Eu acho que a Jade é mais forte que você’. E ele sempre vinha em mim nos votos e, por eu ter um relacionamento bom com toda a casa, parece que todo jogo da discórdia era aquela palavra “incoerente” para ele, não tinha como ser para outra pessoa naquele ponto em que ficou um embate entre mim e ele. Tanto é que eu disse que queria resolver para que, se eu ficasse, nas próximas semanas começasse a ir em outras pessoas. Eu não gosto de ficar batendo na tecla. Mas saí, não teve jeito (risos). Em relação ao Arthur sempre foi jogo e, por ele também ser uma pessoa mais fechada na casa, eu não conseguia ter troca. Foram vários ‘bom dia’ que eu dei e ele nem me respondeu. Teve uma outra questão na Xepa em que ele estava com uma dúvida, eu fui responder e ele fingiu que eu nem estava ali na cozinha. Eu estava me sentindo desconfortável com aquela situação de ficar em uma casa onde a gente tem que aprender a conviver – independentemente de jogo –, a tentar separar relação de jogo, e ele não estava conseguindo.

 

Quem você acha que será o próximo eliminado do BBB e por quê? 

Acho que o Lucas, se for ao paredão, sai. Eu não estava concordando com o posicionamento dele no jogo. Se eu não me engano, conversei com ele na última noite para tentar entender o que ele estava fazendo. Ele estava fechando com um grupo, depois ia para outro... ficava pulando para lá e para cá. Eu não sei a respeito dele aqui fora, mas esse é o meu pensamento lá de dentro ainda. Sobre o Eli, se ele realmente estava fazendo uma coisa e falando outra, ele pode bater no paredão e sair também.

 

Por que você acha que a Eslovênia foi a única participante do Lollipop a não ir ao paredão, até o momento? 

A Eslô tem uma boa relação com todo mundo. E, assim que o Gustavo e a Larissa chegaram na casa, a Larissa trouxe uma informação segundo a qual havia uma participante Pipoca que estava muito bem aqui fora, que tinha explodido. O Gustavo até falou que não tinha visto aquilo e nós ficamos sem saber em quem acreditar. Mas, falaram que seria a Eslô e, não sei se por isso, as pessoas começaram a vê-la com outros olhos. Mas ela é uma pessoa maravilhosa, muito amiga e de um coração muito bom. Ela se dá bem com todo mundo na casa, então acho que por isso, até agora, ela não foi ao paredão. O Gustavo foi um que disse que a indicaria, então vamos ver.

 

O que fez os participantes do seu quarto serem quase todos eliminados nas últimas semanas, na sua opinião? 

Eu ainda não sei ao certo o que levou à eliminação de cada um do quarto, mas acredito ter sido sobre as pessoas mesmo. Às vezes não estava fazendo muito ou falou alguma coisa que pode ter sido ruim; ou não estava fazendo nada, pode ter sido planta; ou foi no paredão errado. Tudo pode acontecer.

 

Mais no início do BBB, as “comadres” (Jessilane, Natália e Lina) eram alvo de voto do seu grupo. Nas últimas semanas, no entanto, vocês acabaram se aproximando. O que mudou no relacionamento com elas? 

Elas eram alvo do grupo, mas de mim, não. Teve um momento – na quarta ou na quinta semana – em que eu até votei na Natália, sim. Com a Jessi, eu sempre tive uma relação muito boa. Não votei nela, só teve um momento de votação de grupo em que eu concedi. Ela nunca foi opção de voto para mim; eu ia tentar postergar isso até onde eu conseguisse. Na Lina eu acho que também nunca votei; ela é maravilhosa. Nessas últimas semanas, nós nos aproximamos bastante. Sob o meu ponto de vista, nós estávamos perdendo muitas provas, de líder, anjo, e estávamos sentindo muito isso – tanto o nosso grupo, quanto o grupo delas. A Lina até falou: ‘será que nós somos fracas? O que está acontecendo?’ Com isso, nós fomos tendo uma ligação maior em função de nos sentirmos um pouco fragilizadas em relação aos meninos, de eles estarem ganhando todas. É claro que eles merecem, são atletas, mas a gente também estava dando nosso melhor e não estávamos conseguindo. Então, nós fomos nos unindo mais também por conta disso.

 

O que o BBB te trouxe de aprendizados? 

Eu não sei muito aqui de fora ainda, mas eu aprendi muito lá dentro com várias pessoas. Eu cresci muito, evoluí e vi que posso ir muito além do meu limite. Uma coisa que eu aprendi demais foi sobre o poder da nossa mente. No BBB, não é só preparo físico que a gente tem que ter; a mente conta muito também. Isso é bom trazer aqui para fora porque muitas pessoas passam por situações difíceis e ficam fragilizadas, mas o poder que a nossa mente pode ter para reverter a situação, o pensamento positivo são muito importantes. Até agora, nesse paredão, eu já estava preparando meu psicológico para isso. Além disso, foi bom demais para mim o convívio com pessoas totalmente diferentes. Passei a comer coisas que não comia antes e estou amando. Tudo ali dentro foi um aprendizado muito grande.

 

Você pretende reencontrar suas amigas do Lollipop aqui fora? Tem algo que gostaria de saber por meio delas, alguma fofoca, algo que queira entender? 

Com certeza, quero ver todo mundo, não só do Lollipop, mas do outro quarto também. Eu queria saber o motivo de cada um ter saído – essa é a grande interrogação que fica na nossa cabeça ali dentro. A gente falava brincando: ‘será que é o quarto?’ Mas eu entendo que é muito sobre as pessoas. Fica essa dúvida: foi alguma coisa que falou? Ou algo que não fez? Foi um paredão errado?

 

Quem você acha que ganha R$ 1,5 milhão? 

A partir da minha visão de lá dentro, eu acho que tem algumas pessoas muito fortes no jogo. A Lina é uma grande candidata a ganhar R$ 1,5 milhão. O Pedro, desse jeito leve que vai levando o jogo, pode chegar até a final. O PA também é uma pessoa muito forte ali dentro. E o Arthur, que agora eu sei que é um dos favoritos.

 

Qual é o seu atual pódio da final? 

Gustavo está em primeiro, sem nenhuma dúvida. Depois, eu queria que fossem a Eslô e a Lina. O Gustavo é um forte candidato por jogar muito, mas acredito que a Lina tem grandes chances de ganhar, torço muito por ela também. Eu não sei como está o favoritismo aqui fora. Fiquei sabendo do Arthur, mas não sei como ele está em relação aos outros que eu também considero fortes.

 

Quais são seus planos profissionais para o pós-BBB? Vai voltar a atuar como médica? 

Jamais vou abandonar a Medicina. Sou apaixonada pela parte da Dermatologia. Eu amo lidar com pessoas; desde pequenininha sempre gostei muito de gente – e de animais também (risos). Poder aliviar a dor do paciente com alguma palavra ou com um medicamento para mim não tem preço, então isso eu não vou abandonar – está em mim. Poder fazer um procedimento em um paciente e melhorar a sua autoestima ou até mesmo com alguma coisa que eu falei. Eu sou muito carinhosa, gosto de abraçar meus pacientes. Mas eu sempre quis ter alguma coisa além da Medicina na minha vida, algum outro trabalho. Eu não sei ao certo para que lado eu vou, mas eu quero ter algo a mais, influencer, talvez.

O "BBB 22" tem direção artística de Rodrigo Dourado, direção de gênero de Boninho e apresentação de Tadeu Schmidt. O programa vai ao ar de segunda a sábado, após "Um Lugar ao Sol", e domingos, após o "Fantástico".

quarta-feira, 23 de março de 2022

.: "Lendo Filipenses": contextualização de livro da Bíblia no cenário atual



Fundador da ONG Rio da Paz comenta o ambiente turbulento em que igreja e sociedade brasileira estão inseridas em releitura da Carta aos Filipenses


Um dos textos mais impactantes da Bíblia, a carta de Filipenses recebe uma releitura também surpreendente: Lendo Filipenses: um comentário para hoje. Jornalista, teólogo, pastor e fundador da ONG Rio da Paz, Antônio Carlos Costa contextualiza a passagem bíblica para o cenário atual, incluindo o ambiente turbulento da igreja e da sociedade brasileira.

O jornalista traz para o texto sua experiência como presidente da entidade, organizadora de protestos que ganharam atenção nacional. Ao longo dos anos de 2020 e 2021, manifestações regulares promovidas pela organização, com rosas, lenços, balões e cruzes, representaram as vidas perdidas pela Covid-19 e ocorreram na praia de Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro. A entidade é filiada ao Departamento de Informação Pública da ONU e promove ações voltadas para a redução das violações dos direitos humanos.

Autor de outras três obras pela Editora Mundo Cristão, Convulsão protestante, Teologia da trincheira e Azorrague, Antônio analisa versículo a versículo da carta paulina em seu contexto histórico e cultural, e apresenta a força atemporal da mensagem do evangelho.

Escrita pelo apóstolo Paulo e conhecida com uma das “cartas da prisão”, Filipenses é um dos textos mais comoventes e práticos da Bíblia. Em sua leitura da carta, Antônio aponta o modo cristão de lidar com as questões centrais da vida, elucida fatos e aprofunda princípios, tudo isso sob a perspectiva de um teólogo brasileiro.

Sobre o autor: Antônio Carlos Costa é fundador da ONG Rio de Paz, filiada ao Departamento de Informação Pública da ONU e que promove ações voltadas para a redução das violações dos direitos humanos. Jornalista, teólogo e pastor presbiteriano, é mestre em História do Cristianismo pelo Centro de Pós-Graduação Andrew Jumper. Pela Mundo Cristão, publicou também as obras Convulsão protestante, Teologia da trincheira e Azorrague. É casado com Adriany e pai de três filhos, Pedro, Matheus e Alyssa.

Você pode comprar "Lendo Filipenses: Um comentário para hoje" aqui.amzn.to/3iAPluc


Título: Lendo Filipenses: Um comentário para hoje

Autor: Antônio Carlos Costa

Editora: Mundo Cristão

Páginas: 176

Link de venda: amzn.to/3iAPluc



.: Entrevista: Marcos Palmeira fala do sucesso de "Pantanal" e "Renascer"

Foto: Rede Globo

A nova versão de "Pantanal" terá o ator Marcos Palmeira como protagonista, ou seja, interpretará José Leôncio na segunda fase. Escrita por Bruno Luperi, baseada na novela original escrita por Benedito Ruy Barbosa, estreia na Rede Globo, em horário nobre, no dia 28 de março. Confira a entrevista com Palmeira que fala sobre a carreira artística, incluindo "Pantanal" e "Renascer"!


Como era trabalhar em uma novela de Benedito Ruy Barbosa dirigida por Luiz Fernando Carvalho?
Marcos Palmeira - Foi maravilhoso para mim. Depois de ter feito "Pantanal", voltei pra Globo em "Renascer", um projeto incrível. Poucas vezes tive tanta sintonia num trabalho.

Como você construiu esse personagem?
Marcos Palmeira - Fiz um laboratório na fazenda de cacau do meu avô, na Bahia, e ali pude mergulhar no universo cacaueiro que me ajudou a ter até um outro olhar para essa lavoura tão importante.

Como era contracenar com Antonio Fagundes e Adriana Esteves?
Marcos Palmeira - Adriana (Esteves) virou minha grande amiga até hoje. Fizemos outras coisas juntos, inclusive no teatro. (Antonio) Fagundes eu já tinha trabalhado com ele em "Vale Tudo". A partir dali, estabelecemos também uma relação mais próxima e acabamos fazendo vários trabalhos juntos, ou ele como meu pai ("Renascer"), como antagonista ("Porto dos Milagres") ou sendo o mesmo personagem em épocas diferentes, como no filme "Villa-Lobos - Uma Vida de Paixão", do Zelito Viana.

Você lembra como era a abordagem do público nas ruas em relação ao João Pedro?
Marcos Palmeira - As pessoas adoravam, torciam muito por ele. O fato de ele enfrentar essa rejeição do pai gerava muita empatia e o público foi sempre muito carinhoso.
 

“Renascer” tem um lugar especial em sua carreira?
Marcos Palmeira - Tem, claro! Emendar "Renascer" depois de "Pantanal" fortaleceu essa minha imagem com personagens mais rurais. E foi depois de "Renascer" que pude protagonizar “Irmãos Coragem”, com direção do próprio Luiz Fernando Carvalho.


Muitas novelas estão sendo revisitadas no momento. O que você destacaria em “Renascer” como um atrativo para o público que não conheceu a novela quando foi exibida originalmente? 
Marcos Palmeira - A novela mostra a realidade de uma região, é muito interessante. O Benedito sabe como ninguém desenvolver uma saga familiar, ele sempre merece um olhar atento, independente da época.

.: Pedrinho do "Sítio do Picapau", o primeiro "não” de Fábio Villa Verde


Fábio Villa Verde relembra tentativa de interpretar Pedrinho, do clássico da literatura de Monteiro Lobato, na TV Globo. "“Fiquei chateado", confessou o artista. 

Clássico da literatura brasileira, "O Sítio do Picapau Amarelo" representa uma frustração para o ator Fábio Villa Verde. Em recente entrevista, o talentoso ator revelou que o personagem Pedrinho, da série de livros escrita por Monteiro Lobato, representa o primeiro "não" de sua vida. Depois disso, no entanto, o ator, que iniciou a carreira aos dez anos na novela "Brilhante" (1981), de Gilberto Braga, acumulou sucessos no cinema, teatro e televisão. 

Desde muito jovem, o ator buscou trabalhar com arte. “Meus pais perceberam essa sensibilidade e em uma oportunidade me indicaram para fazer os testes para substituir o Pedrinho do 'Sítio do Picapau Amarelo', que já estava ficando velho”, relembra ele sobre o papel que lhe foi negado. “Fiquei chateado. Foi o primeiro 'não' da vida. Aquele primeiro contato com o ‘não’. Mas foi um ‘não’ que me abriu a porta da vida”, ponderou.

Na mesma entrevista, o ator confessou o principal motivo que o fez sair da TV Globo, onde trabalhou por mais de uma década, e seguir novos rumos. “Fiquei um pouco com essa sensação de comodismo. Durante os últimos cinco anos eu fiquei contratado e não fazia nada. Fiz uma ou duas novelas nesse período e me colocavam para fazer participação em programas da casa. Falei: ‘Cara, eu quero ir além’”, conta ele, hoje aos 52 anos. “Eu não quero o salário de ficar batendo cartão. Quero trabalhar, exercitar minha profissão. Essa é a oportunidade que eu quero, de me colocar à prova”, expõe o artista. 


.: "Altamira 2042" estreia temporada no Sesc Avenida Paulista


Criação de Gabriela Carneiro da Cunha reproduz sons amazônicos e amplifica vozes de seres vivos da bacia hidrográfica do norte brasileiro para criar uma mitologia performática; espetáculo faz temporada em São Paulo depois de passar por seis países europeus, entre eles Alemanha, Suíça e França. Cena de "Altamira 2042". Foto: Nereu Jr.

A partir de março, "Altamira 2042" estreia temporada em São Paulo, no Sesc Avenida Paulista. As apresentações acontecem de 25 de março a 17 de abril de 2022, quartas, quintas, sextas e sábados, às 21h, domingos, às 18h - nos dias 30 de março e 15 de abril não haverá sessão; no dia 7 de abril terá o recurso de audiodescrição. 

"Altamira 2042" é uma instauração sonora composta por caixas de som que amplificam testemunhos diversos sobre a catástrofe causada pela hidrelétrica de Belo Monte, que está em construção desde 2011, e afeta toda a bacia do Rio Xingu e seus arredores.

Quando apresentou a performance "Altamira 2042", durante a Mostra Internacional de São Paulo (MITsp) em 2019, a artista Gabriela Carneiro da Cunha reproduzia, por meio de aparatos de som e luz, os sons do rio Xingu, na bacia amazônica. As apresentações - segunda etapa do projeto de pesquisa Margens - "Sobre Rios, Buiúnas e Vaga-lumes" - foram o resultado do trabalho de encontro de artistas com comunidades locais, que resultou em uma série de performances teatrais criadas a partir do testemunho de rios brasileiros e das pessoas que vivem em suas margens. 

Nesta nova temporada, Gabriela tem a expectativa de que as falas daqueles que estão em Altamira sejam ouvidas, principalmente daquelas pessoas que criaram Altamira 2042, que são os "tramaturgos”, como Raimunda Gomes da Silva, João Pereira da Silva, Antonia Mello, Eliane Brum, Bel Juruna, Marcelo Salazar entre outras pessoas.

"Margens sobre Rios, Buiúnas e Vaga-lumes" é um projeto de pesquisa em arte que se dedica, desde 2013, a ouvir e ampliar o testemunho de rios brasileiros em catástrofe. Este projeto foi concebido como uma resposta ao conceito de “Antropoceno”, definido pela jornalista Eliane Brum como “o momento em que o homem deixa de temer a catástrofe para se tornar a própria catástrofe”.

Antes da temporada paulistana, "Altamira 2042" foi apresentada aos europeus, em setembro de 2021. As apresentações em terras estrangeiras chamaram a atenção para a situação preocupante em que está o meio ambiente no Brasil - em especial a bacia do Rio Xingu - e encontrar com grupos estrangeiros de defesa ao meio ambiente, amplificar essas vozes, criar outras conexões e fortalecer a luta. 

Na instalação sonora, entremeada por relatos de habitantes ribeirinhos e indígenas, é possível ter acesso a impressões, dizeres, sons e experiências daqueles que estão ali. Com caixas de som tais quais as presentes em muitas festas de aparelhagem (típicas daquela região), Altamira 2042 traz para o público as múltiplas formas de vida daquele lugar e a dimensão da destruição em curso.  


Gabriela Carneiro da Cunha
É atriz, diretora e pesquisadora do Brasil. Em sua carreira no teatro e no cinema, trabalhou com diretores como Ariane Mnouchkine, Georgette Fadel, Cibele Forjaz, Grace Passô, Eryk Rocha e Heitor Dhalia. 

Desde 2013, a artista desenvolve o "Projeto Margens: Sobre Rios, Buiúnas e Vaga-lumes", uma pesquisa artística que se dedica a ouvir e ampliar o testemunho de rios brasileiros que vivem uma experiência de catástrofe. 

Atualmente, Gabriela trabalha na finalização de dois projetos cinematográficos com o cineasta Eryk Rocha, além da mostra “Parimentos'', sua mais recente concepção artística. É também sócia da Aruac Filmes, produtora de cinema e teatro com quase 20 anos de produção cultural. Em 2019 ganhou o prêmio de melhor atriz coadjuvante no Rio Film Festival.


Ficha técnica
Concepção, criação e direção:
Gabriela Carneiro da Cunha e Rio Xingu
Interlocução de direção: Cibele Forjaz
Diretor assistente: João Marcelo Iglesias
Assistente de direção: Clara Mor e Jimmy Wong
Orientação da pesquisa e interlocução artística: Dinah de Oliveira e Sonia Sobral
“Tramaturgia”: Raimunda Gomes Da Silva, João Pereira da Silva, Povos Indígenas Araweté e Juruna, Bel Juruna, Eliane Brum, Antonia Mello, Mc Rodrigo - Poeta Marginal, Mc Fernando, Thaís Santi, Thaís Mantovanelli, Marcelo Salazar e Lariza
Tecnologia / Programação / Automação: Bruno Carneiro
Criação multimídia: Bruno Carneiro e Rafael Frazão
Imagens: Eryk Rocha, Gabriela Carneiro da Cunha, João Marcelo Iglesias, Clara Mor e Cibele Forjaz
Montagem de vídeo: João Marcelo Iglesias, Rafael Frazão e Gabriela Carneiro da Cunha
Montagem textual: Gabriela Carneiro da Cunha e João Marcelo Iglesias
Desenho sonoro: Felipe Storino e Bruno Carneiro
Figurinos: Carla Ferraz
Iluminação: Cibele Forjaz
Concepção instalativa: Carla Ferraz e Gabriela Carneiro da Cunha
Realização instalativa: Carla Ferraz, Cabeção e Ciro Schou
Design visual: Rodrigo Barja
Trabalho corporal: Paulo Mantuano e Mafalda Pequenino
Pesquisadores: Gabriela Carneiro da Cunha, João Marcelo Iglesias, Cibele Forjaz, Clara Mor, Dinah de Oliveira, Eliane Brum, Sonia Sobral, Mafalda Pequenino e Eryk Rocha
Diretora de produção: Gabriela Gonçalves
Co-produção: FarOFFa e MITsp - Festival Internacional de Teatro de São Paulo
Produção: Corpo Rastreado e Aruac Filmes
Distribuição internacional: Judith Martin / Ligne Direct
Fotografias: Nereu Jr., Clara Mor e Rafael Frazão
Teaser: Renato Vallone e Rafael Frazão

Serviço
Teatro | "Altamira 2042" 
De 25 de março a 17 de abril de 2022. Quartas, quintas, sextas e sábados, às 21h, domingos, às 18h.
* Não haverá sessão nos dias 30 de março, quarta, e 15 de abril, sexta.
** A sessão do dia 07 de abril, quinta, terá o recurso de audiodescrição.
Classificação: 16 anos.
Arte II - 13° andar. 
Duração: 90 minutos. 
Capacidade: 50 lugares. 
Ingressos: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (credencial plena: trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes. Meia: estudante, servidor de escola pública, + 60 anos, aposentados e pessoas com deficiência). Venda limitada a dois ingressos por pessoa, a partir de 15 de março, às 14h, no Portal Sesc São Paulo, e 16 de março, a partir das 17h, nas bilheterias das unidades do Sesc São Paulo. 

Horário de funcionamento da unidade:  
Terça a sexta, das 10h às 21h30. 
Sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h30. 
É necessário apresentar comprovante de vacinação contra a covid-19. Crianças de 5 a 11 anos devem apresentar o comprovante evidenciando uma dose, pessoas a partir de 12 anos, das duas doses (ou dose única), além de documento com foto para ingressar nas unidades do Sesc no estado de São Paulo.  

Horário de funcionamento da bilheteria:  
Terça a sexta, das 10h às 21h30.
Sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h30


.: "Vale Night": motivos para assistir a comédia nacional


A produção é estrelada por Gabriela Dias, Linn da Quebrada, Pedro Ottoni e Yuri Marçal.

Tem produção nacional em cartaz nos cinemas brasileiros! "Vale Night", comédia brasileira que apresenta um grupo de amigos da periferia do Brasil vivenciando o amor e os desencontros da juventude.

Na história, Daiana (Gabriela Dias), cansada de lidar com as responsabilidades do primeiro filho, resolve pegar um “Vale Night” para passar a noite com as amigas, mas, para isso, precisa deixar o filho com o pai da criança. Vini (Pedro Ottoni), também entediado, decide levar o bebê para o baile funk, onde tudo vai bem até que ele perde o menino e parte em busca da criança por toda a comunidade, se colocando em situações inusitadas e divertidas para que Daiana não perceba nada.

De forma leve e descontraída, "Vale Night" aborda temas importantes, como a gravidez na adolescência e a comunidade periférica, conta com um elenco talentoso e um enredo que proporcionará diversão e emoção. Confira abaixo motivos para assistir à produção nos cinemas.


Elenco estrelado
O elenco do filme é composto por estrelas nacionais veteranas e iniciantes do mundo da atuação. Os protagonistas são: Pedro Ottoni, ator conhecido por estrelar séries teens, além de seus vídeos com milhares de visualizações na internet; Gabriela Dias, atriz que já protagonizou séries e peças teatrais e, agora, estreia seu primeiro longa-metragem; Yuri Marçal, ator e comediante conhecido por seus shows de stand-up; Linn da Quebrada, atriz e cantora que atualmente está participando da 22ª edição do reality-show "Big Brother Brasil".

Além dos protagonistas, a produção também conta com outros nomes conhecidos pelo público, como: Jonathan Haagensen interpretando o papel de Randerson; Tia Má (Maíra Azevedo) interpretando Regina, a mãe de Daiana; Neusa Borges interpretando a avó de Daiana; entre muitos outros.


Temas abordados
Além de ser uma comédia nacional com um elenco cativante e talentoso, "Vale Night" abrange uma história sobre pais e mães na adolescência e os desafios de ser jovem e cuidar de um bebê, situação a qual ocorre frequentemente em todo o Brasil. A produção também mostra a importância de ser ter amigos que te apoiem em qualquer situação, como na busca por um bebê desaparecido, o qual Vini (Pedro Ottoni) tem a ajuda de Pulga (Linn da Quebrada) e Linguinha (Yuri Marçal).


Muita música e diversão
O filme se passa em uma comunidade periférica de São Paulo e, além de retratar o dia a dia local, também apresenta os “bailinhos de funk” regados de muita alegria e passinhos.

Trailer - "Vale Night"


terça-feira, 22 de março de 2022

.: Crítica: "Drive My Car", indicado ao Oscar, retrata bastidores do teatro


Por: Mary Ellen Farias dos Santos 

Em março de 2022


Uma homenageam ao teatro, da montagem aos contínuos ensaios. Esta é a tônica de "Drive My Car", longa japonês indicado a quatro categorigas no Oscar 2022, incluindo a de Melhor Filme, em cartaz no Cineflix. Tal qual um prelúdio, na primeira parte do filme de 2h59m, é apresentada a trama do ator e diretor Yusuke Kafuku (Hidetoshi Nishijima) e sua esposa Oto (Reika Kirishima), uma escritora, que, em momentos íntimos, desenvolve narrativas extremamente bem elaboradas. Contudo, ao adormecer, as esquece. Cabendo a Yusuke a missão de fazê-la recordar recontando o que ouvira na noite anterior.

Na passagem de tempo de dois anos, Yusuke é convidado a encenar "Tio Vânia", de Anton Tchekhov (pilar importante do teatro no uso da técnica do fluxo de consciência), durante o importante festival de teatro em Hiroshima. Considerando o problema dos organizadores, de alguns anos com um convidado para o evento, foi adotada a precaução de ter um motorista para assumir tal responsabilidade. 


Em busca de paz e com o costume de repassar o texto no carro, o diretor solicita estadia em um hotel longe do centro da cidade. Assim, a jovem e bastante discreta Misaki Watari (Masaki Okada) torna-se ainda mais presente na trama. Durante o trajeto de ida e volta, Yusuke cria laços de amizade com a jovem a ponto de a história de vida de um e de outro ser apresentada em detalhes, recebendo intervenções por parte de ambos. Enquanto a amizade é fortalecida, pode-se associar a outros filmes conhecidos ou indicado ao Oscar. 

Um bom exemplo é "Green Book - O Guia",  vencedor da estatueta na categoria mais cobiçada (Melhor Filme) em 2019. Tanto no filme dirigido por Peter Farrelly quanto no de Ryusuke Hamaguchi, os personagens começam afastados -tendo certa relutância de convivência-, além de receosos, enquanto que, no decorrer da história, a convivência faz com que fiquem lado a lado no carro. 


"Dogville" é outro filme a ser lembrado diante de "Drive My Car", pois em ambos há a montagem de uma peça teatral, sendo que o filme dinamarquês totaliza somente um minuto a menos de duração. Contudo, "Drive My Car" vai além do palco para contar a história do diretor e da motorista que confronta o passado para desvendar o segredo que a esposa levou numa morte inesperada. Vale a pena conferir!

Em parceria com a rede Cineflix Cinemas, o Resenhando.com assiste aos filmes em Santos, no primeiro andar do Miramar Shopping. O Cineclube do Cineflix traz uma série de vantagens, entre elas ir ao cinema com acompanhante quantas vezes quiser - um sonho para qualquer cinéfilo. Além disso, o Cinema traz uma série de projetos, que você pode conferir neste link.


* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do photonovelas.blogspot.com. Twitter:@maryellenfsm


Filme: Drive My Car (Doraibu mai kā)

Gênero: Drama/Filme de estrada

Duração: 2h 59m


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