sábado, 21 de janeiro de 2023

.: "A Última Livraria da Minha Rua", o novo romance de Cléo Busatto


A literatura é como um mosaico: os livros, as bibliotecas, os leitores e as livrarias. Apesar desta última estar cada dia mais rara, o saudosismo levou a escritora Cléo Busatto a resgatar a essência de percorrer os corredores e prateleiras e transportasse os jovens para "A Última Livraria da Minha Rua", pulicada pela CLB Produções.

Em uma viagem nostálgica, Cléo apresenta Benjamim, um jovem de 23 anos. Ele relembra a época em que tinha dez e acompanhava a mãe no trabalho. Foi na Ghiane, última livraria da Avenida Araújo, em numa manhã de sábado, durante uma contação de história que Benjamin encontra a aflita Tati. Apavorada, ela entrega um bilhete ao garoto contendo um pedido de ajuda.

Eles se embrenham por passagens desconhecidas, portas secretas, labirintos e escadas que dão em nada. Enquanto buscam a saída, desvendam o próprio passado, sentimentos e provocações da vida em meio às experiências literárias exploradas nas prateleiras desse lugar misterioso. Tudo isso os une em um laço de amizade e auxilia os personagens – o que transfere aos jovens leitores – a transição entre infância e a adolescência marcada pelas transformações socioemocionais.

Ao mesmo tempo que explora recursos estilísticos, a autora finalista do Prêmio Jabuti de 2016 com "A Fofa do Terceiro Andar" (Galera Record, 2015) promove uma declaração de amor à literatura e à contação de histórias. Há mais de 20 anos atuando como artista da palavra, Cléo mostra este universo ao trazer para a narrativa várias contadoras que se apresentam na livraria e são inspiradas na própria vivência.

De todas elas, uma é especial. Órfã de mãe, Tati encontra acolhimento para a saudade materna nas histórias ditas pela avó Geni. Compre "A Última Livraria da Minha Rua", de Cléo Busatto, neste link.


Trecho do livro 

"Vovó, hoje estou com vontade de ouvir a senhora contar histórias. O rosto da mamãe está se apagando da minha cabeça. Só consigo lembrar da voz dela, cantando e contando para eu dormir. Lê para mim, vovó? Lê para que eu possa me lembrar da minha mãe. (...) Tati descobriu que a avó não sabia ler. A mulher fazia de conta que lia, enquanto despertava na memória as histórias que trazia no coração e que ela mesma tinha ouvido quando era menina." ("A Última Livraria da Minha Rua", p. 58)


Sobre a autora

Cléo Busatto, finalista do Prêmio Jabuti em 2016 com o livro "A Fofa do Terceiro Andar", é uma artista da palavra, com mais de 40 obras lançadas que venderam em torno de 415 mil exemplares. Mediadora de leitura, a escritora contou histórias para mais de 150 mil pessoas em 263 municípios do Brasil e exterior, formando em torno de 80 mil pessoas em oficinas e palestras de narração oral, leitura e literatura. Com obras indicadas e premiadas, Cléo também tem reconhecimento internacional por meio de programas educativo-culturais que ensinam o português como língua de herança (POLH). Garanta o seu exemplar neste link.

.: “Eu, Ela e Ele” aborda bissexualidade e busca pela saúde mental


Mais do que uma história de amor, o livro “Eu, Ela e Ele”, drama do escritor catarinense Diego Nascimento, publicado pela editora Novo Século, fala sobre descobrimento e saúde mental dentro da comunidade LGBTQIAP+. A trama gira entorno do casal Vítor e Emma, que precisa aprender a lidar consigo mesmo após uma terceira pessoa, Adam, que se torna parte do relacionamento. 

"Eu chegaria a dizer que não é uma história de amor, ou de um triangulo amoroso, mas sim uma história de descobertas. O descobrimento e aceitação da bissexualidade de Vítor, ou ainda a aceitação de Adam em ser gay e ter que se esconder por meio das consequências da sociedade – principalmente do ambiente em que trabalha, o mundo corporativo – são fases que muitas pessoas passam e irão se identificar. O mundo precisa de muito mais amor, e mais do que simpatizantes da diversidade, precisamos de pessoas com empatia",  afirma o autor.

 

Sobre o livro 

Em “Eu, Ela e Ele”, Vítor e Emma possuem uma relação duradoura de anos, e estão noivos no momento – nos preparativos para o casamento, e o casal é considerado perfeito por todos ao seu redor. Mas, a perfeição começa a ser questionado quando surge Adam, e os três embarcam em uma “montanha-russa” de sentimentos, dúvidas e questionamentos, como: até onde o amor sobrevive ao poliamor? Entre os diversos elementos presentes na obra, o escritor conta que um dos seus favoritos é a bissexualidade do protagonista, que acontece de forma natural e curiosa.


"É algo que eu gostei muito de explorar, porque foi muito divertido e ao mesmo intenso ver como o personagem estava se descobrimento, e os motivos por isso acontecer tão tarde em sua vida. A bissexualidade não é tão bem abordada ao meu ver, e muitas vezes sofre preconceito até mesmo dentro da comunidade, mas acredito que isso esteja mudando com os anos. Temos até memes como ‘O 'B' da sigla não é de biscoito’", explica.


Mestre em Ciências da Saúde, farmacêutico e tecnólogo em Gestão Pública, Diego escolheu dar uma atenção especial ao tema saúde mental, trazendo para sua ficção situações e instituição da realidade brasileira, como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), que são abordados na história. "Diversos livros e pesquisas científicas evidenciam o sofrimento que pessoas LGBTQIAP+ sofreram, sofrem e irão sofrer apenas por ser quem elas são. É revoltante pensar que no atual século os transtornos mentais como ansiedade e depressão possuem uma incidência alta dentro dessa comunidade. Por quê? Quais as razões? Onde estamos errando na educação? É muito triste o preconceito, a violência e a não aceitação da diversidade. Pessoas são pessoas, independente de opção sexual", acrescenta.


Outra questão presente na trama é a dependência química, que é colocada de forma sutil, em paralelo com as situações vividas pelos personagens Vítor e Adam. "Por não conseguir se assumir, Adam vive bebendo muito, mas não chega a ser alcóolatra, mas faz ele se sentir vazio, e pensar que vive uma vida solitária de muitas festas, sem saber quem ele realmente é. Já Vítor está em uma 'montanha-russa' de emoções, e acaba oscilando em picos de euforia e depressão, que geram noites de insônia. Ele faz uso indiscriminado de medicamentos para dormir, uma dependência química muito frequente em todo o mundo", detalha.


Uma das peculiaridades do livro é que cada capítulo faz referência a uma música diferente – como “Head Above Water”, de Avril Lavigne, “Don’t Blame”, de Taylor Swift, “Hot N’ Cold”, de Katy Perry e “Show Yourself”, cantada pela rainha Elsa em Frozen, clássico da Disney.


"Eu sou apaixonado por música! E na verdade crio meus próprios clipes (em minha imaginação) ao ouvir determinada música em diferentes momentos: de tristeza, alegria, drama. Parece meio bobo, mas foi assim que cheguei na ideia de utilizar as músicas em cada título de capítulo. O leitor consegue entender perfeitamente o sentimento de cada personagens pelas letras das canções escolhidas em cada um. É muito divertido encontrar músicas que possam fazer os leitores rir, chorar, e se emocionar ao se deparar com alguma música que em algum momento fez parte da sua vida", menciona.


Apesar de criar uma história centrada na comunidade LGBTQIAP+, Nascimento possui um relacionamento de 11 anos com Gabriela, sua esposa. Para ele, não é preciso fazer parte da sigla para querer uma diversidade construída na paz. "A mensagem que eu quero passar é que você não precisa se cobrar tanto, se rotular. O importante é viver, se conhecer, é amar e estar cercado de quem te ama. Quando tudo parecer perdido, não desista, dê um tempo. Quando estiver pressionado, procure ajuda, assim como o Vítor. E principalmente, mantenha a fé em si. Para sair do sufocamento, é necessário limpar a garganta e cantar alto com todas as forças. Esse é o sentido da vida. Viva intensamente. O futuro começa agora", finaliza. “Eu, Ela e Ele” pode ser adquirido na Amazon ou no site da editora Novo Século, através neste link.

.: "Eu Sempre Soube...", com Rosane Gofman, reestreia no Teatro Eva Herz


O espetáculo "Eu Sempre Soube..." protagonizado pela atriz Rosane Gofman, tem texto e direção de Marcio Azevedo que reestreia dia 25 de janeiro no Teatro Eva Herz. A peça aborda o universo das mães de LGBTQIAP+. Foto: Roberto Cardoso. 


Reestreia no dia 25 de janeiro no Teatro Eva Herz, na Livraria Cultura, o espetáculo "Eu Sempre Soube..." protagonizado pela atriz Rosane Gofman, com texto e direção de Márcio Azevedo. A peça já fez sete temporadas no Rio de Janeiro, uma na capital paulista e também passou por diversas outras cidades. Conquistou vários prêmios como Funarte de Dramaturgia 2018, melhor atriz prêmio Profest de Teatro 2020, Cenyn de melhor monólogo 2019 entre outros. 

A peça conta a história da jornalista Majô Gonçalo que está lançando o livro "Eu Sempre Soube..." e palestrando. Em sua primeira aparição pública, nossa protagonista apresenta uma história de amor, do amor mais puro e incondicional que alguém pode sentir. O amor de mãe. Mães capazes de qualquer tipo de sacrifício por amor aos seus filhos. Mães que mediante a realidade dos filhos se reinventam, se reconstroem para manter a dignidade de sua cria. Mães leoas que pulam em cima com garras afiadas daqueles que tentam por preconceito ou ignorância prejudicar seus filhos. Mães pela diversidade, mães dispostas a reorganizar seus lares, suas famílias em respeito e dedicação as escolhas dos filhos. 

Para escrever essa peça documentário, o autor entrevistou 98 mães, e agrupou essas mulheres e suas vivências em três momentos: Como as mães lidam no momento em que ouvem de seus filhos a frase: “sou gay”. A violência nas ruas que põe em risco a vida de seus filhos. O preconceito na escola, bairro, rua, prédio e principalmente dentro de casa. 

Durante o espetáculo diversas dúvidas são relatadas pela protagonista como os casos de homofobia, como as mães recebem o fato que seus filhos estão transicionando? Como contar isso aos outros familiares? Os riscos das cirurgias? A readaptação do novo(a) filho(a) na sociedade? A luta dessas mães quando seus filhos comunicam em casa que estão com HIV? Como abraçar a causa desses filhos? Em todos os momentos e falas da personagem Majô Gonçalo ouvimos palavras de amor e esperança, de afeto e dor. 

De janeiro a junho de 2022, o Brasil registrou 135 mortes de pessoas LGBTI, segundo a pesquisa do GGB (Grupo Gay da Bahia). Ainda de acordo com o levantamento, no 1º semestre de 2022, 63 gays e 58 mulheres trans ou travestis foram mortos.  No dia 24 de janeiro, o autor Marcio Azevedo e a atriz Rosane Gofman lançarão na Livraria Cultura o livro com o texto da peça Eu Sempre Soube ... e as entrevistas feitas com as 98 mães. 


Equipe
Márcio Azevedo -
Autor, diretor e produtor, extremamente atuante na cena teatral carioca. Escreveu e dirigiu o musical Versos de Hollanda, que ficou dez anos em cartaz, sob o aval do compositor Chico Buarque. Também escreveu e dirigiu os espetáculos Sarjeta – Meu mundo caiu, com o ator Gustavo Mendes, Super Moça, Baronesa de Osasco, Monólogos da faxina, A noiva de cristal, Corta! com a humorista Dadá Coelho, dentre outros. Foi também produtor de elenco da TV Globo, tendo feitos várias novelas e séries. Selecionado no Edital Seleção Brasil Em Cena 8ª Edição 2018 -CCBB, com o texto “Final Feliz em Nova York. 

Rosane Gofman - Atuou papéis marcantes na televisão, como Cinira (Tieta – Rede Globo) e a amarga Rosário (Começar de novo – Rede Globo), acumula mais de 20 trabalhos em televisão (desde 1984), incluindo papeis cômicos e dramáticos, e realizou grandes parcerias, inclusive com Chico Anysio na Escolinha do Professor Raimundo. Também atuou em filmes e teatro. Na peça Parabéns à Você, em 1981, em que, o seu papel era mãe do cantor Cazuza sua interpretação lhe rendeu o prêmio Troféu Mambembe como melhor atriz. 

Ficha técnica
Texto e direção:
 Márcio Azevedo. Elenco: Rosane Gofman. Direção de produção: Fabio Camara.
Músico: Pedro Mendonça. Direção musical e trilha sonora: Tauã de Lorena. Luz: Aurélio de Simoni.
Figurino: Anderson Ferreira. Cenógrafo: José Carlos Vieira. Visagista: Thiogo Andrade. Assistente de produção: Carolina Stofella. Operador de luz: Jackson Oliveira. Programação visual: Gabriela Cima.  
Fotos cartaz: Nanah Garcia. Fotos cena: Roberto Cardoso. Mídias sociais: D2One Social Midia.   Assessoria de imprensa: Fabio Camara. Realização: Lugibi Produções Artísticas e Bravíssimo Produções. 


Serviço
Local: 
Teatro Eva Herz, Avenida Paulista, 2073 - (Conjunto Nacional - 2º Piso) - Bela Vista. 168 lugares.
De 25 de janeiro até 16 de fevereiro (quarta e quinta-feira, às 20h). No dia 25 de janeiro, a apresentação será 18h. Ingressos: R$ 70. Informações: 11 3070 4059. Vendas pela internet: https://bileto.sympla.com.br/event/76668/d/172298/s/1158504. Duração: 80 minutos. Classificação: 14 anos.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

.: "I Am The Moon": Tedeschi Trucks Band lança um álbum conceitual


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.


A Tedeschi Trucks Band lançou "I Am The Moon", o novo álbum que funciona como uma jornada musical expansiva, inspirada e ambiciosa, impulsionando o conjunto para um novo e emocionante território criativo.

Durante a pandemia, a banda buscava uma maneira de se conectar uns aos outros em seu ofício. Eles saíram de uma apresentação triunfante do clássico "Layla and Other Assorted Love Songs" de Derek and the Dominoes com Trey Anastasio, que posteriormente levou ao lançamento do álbum ao vivo da banda, "Layla: Revisited".

Procurando por uma ideia, o vocalista Mike Mattison recorreu ao rico material de origem de Layla para se inspirar: Layla e Majnun, o lendário poema narrativo de noventa páginas de amantes desafortunados do poeta do século XII, Nizami.

Como exercício de escrita, Mattison desafiou o grupo a mergulhar nos temas mais profundos do poema. Como ele apontou, “Layla” de Clapton usou apenas um elemento do poema – a loucura de amor de Majnun – enquanto o poema em si contém vários outros temas como drama familiar, classismo, isolamento, julgamento e o custo severo da mania obstinada, mesmo em causa do amor. (De fato, acredita-se que Layla e Majnun sejam a inspiração por trás de Romeu e Julieta de Shakespeare e muitos outros clássicos literários orientais e ocidentais)

O desafio foi aceito. A banda escreveu e gravou um dos melhores materiais de sua carreira: uma conceituação que abrange a riqueza da música americana como só eles conseguem fazer. As sessões de gravação foram tão bem sucedidas que resultaram em pouco mais de duas horas de música. O álbum foi subdividido em quatro partes: "Crescent", "Ascension", "The Fall" e "Farewell". Apesar de sua natureza extensa, as faixas de I Am The Moon também funcionam de forma independente porque são concisas e viscerais, sintetizando e aprimorando a natureza da narrativa.

Destaco as faixas Hear My Dear, Rainy Day, I Am The Moon, Take Me As I Am e Last Night In The Rain, todas com aquele apelo de rock setentista. O vocal de Susan Tedeschi é outro ponto forte. É como se ela e o guitarrista Derek Trucks continuassem o que Delaney e Bonnie fizeram no final dos anos 60 e no início da década seguinte. "I Am The Moon" é de longe um dos melhores trabalhos da seara do rock atual. Pode até não estar no nível de um álbum clássico. Mas está bem acima de outros lançamentos recentes do estilo, com certeza.

 "I Am The Moon"

"Hear My Dear"


.: Com seis vencedoras de "Drag Race", espetáculo "All Winners" chega a SP

Produzido pelos labels de entretenimento Realness e Priscilla, evento vai reunir participantes da última temporada de "RuPaul's Drag Race: All Stars" e de dois derivados do programa nos dias 28 e 29 de janeiro.


Seis campeãs de "RuPaul’s Drag Race" e de dois derivados do programa vão desembarcar juntas no Brasil para delírio dos fãs da franquia. Nos dias 28 e 29 de janeiro de 2023, a turnê "All Winners" realiza duas únicas apresentações em São Paulo, no Cine Joia, com um elenco estelar. As campeãs Shea Couleé, Jaida Essence Hall, Trinity The Tuck, Yvie Oddly, Priyanka e a brasileira Grag Queen sobem ao palco em um espetáculo exclusivo, realizado pelos maiores selos de entretenimento drag do país, Realness e Priscilla.

O evento saiu do papel depois do sucesso da última temporada da atração americana, o spin-off “Rupaul’s Drag Race: All Stars”, que trouxe de volta à competição apenas campeãs de temporadas anteriores e dos derivados internacionais do programa, que tem transformado a carreira de drags por todos os cantos do mundo.

"Decidimos nos unir para entregar espetáculos cada vez maiores aos fãs brasileiros, que são considerados os melhores do mundo pelas próprias drag queens gringas", afirma Leonardo Polo, fundador da Priscilla. "A ideia é continuar com mais projetos grandiosos com essa parceria", diz Paulo Matos, que está à frente da Realness. "Tanto é que uma segunda edição já está nos nossos planos, além de outros eventos especiais".


Experiência intimista para os fãs
A escolha do Cine Joia como casa para receber esse evento foi estratégica. "Além de ser a casa que recebeu a primeira drag queen de 'RuPaul's Drag Race', Jujubee, em 2014, há uma atmosfera intimista que é muito importante para shows de drag", afirma Polo. "Ao fazer duas datas, conseguimos também expandir a experiência do Meet & Greet — no qual as queens tiram foto com o público — para mais pessoas, atendendo a demanda que nem sempre conseguimos cumprir em eventos disputados como esse".

 
Shows inéditos no país
A popularidade do reality show de drags comandado por Rupaul já fez com que 55 ex-competidoras da atração passassem pelo Brasil. Das cinco estrelas internacionais escaladas para o espetáculo, três pisarão pela primeira vez em solo brasileiro: Shea Couleé, participante da 9ª temporada do programa regular e vencedora do "All Stars 5"; Jaida Essence Hall, vencedora da 12ª temporada da franquia principal; e Pryianka, vencedora da primeira edição do "Canada´s Drag Race".

Retornam ao Brasil, Trinity The Tuck, participante da 9ª temporada de "RuPaul’s Drag Race" e vencedora do "All Stars 4" (já convidada pela festa "Priscilla"), e Yvie Oddly, vencedora da 11ª temporada de "RuPaul's Drag Race", que já esteve nos palcos da "Realness". Além delas, um presente especial foi preparado para os fãs brasileiros: um show exclusivo da brasileira Grag Queen. Nascida em Canela, cidade do Rio Grande do Sul com pouco mais de 44.000 habitantes, a drag conquistou o mundo ao participar e vencer a primeira edição do "Queen of the Universe".

O derivado, produzido pela própria "Rupaul", selecionou 14 drags de vários lugares do mundo para se enfrentarem em uma competição mundial de canto que foi definida por muitos como uma mistura de “The Voice” com o próprio “Drag Race”.


Sobre os projetos
Fundada em 2014, por Leonardo Polo e Sérgio Oliveira, a "Priscilla" já trouxe mais de 40 atrações internacionais em edições realizadas em diversas capitais. Já a "Realness", criada por Paulo Matos e Vinícius Gomes em 2017, apesar de mais recente, já alcançou o feito de realizar, em agosto de 2022, o maior festival drag queen da América Latina - o "Realness Festival" - que teve a presença de sete drag queens internacionais em seu line up.


Sobre "RuPaul’s Drag Race"
A franquia, que estreou em 2009, tem 26 prêmios Emmy em sua bagagem, e deu origem ao spin off "RuPaul's Drag Race: All Stars", que conta com participantes que ficaram marcadas em suas passagens pelas temporadas do programa principal.

No ano de 2022, pela primeira vez, em um movimento muito aguardado pelos fãs, o "All Stars" contou apenas com participantes que já haviam sido coroadas. Além disso, não houve eliminação, mas sim um sistema de pontuação por desempenho. Isso fez com que a temporada fosse uma das mais competitivas desde sua estreia, se tornando um sucesso de público e aumentando ainda mais a base de fãs de seu elenco de oito drag queens.

 

Serviço:
"All Winners Brasil"
Data:
28 e 29 de Janeiro
Local: Cine Joia, São Paulo
Abertura da casa: 20h
Horário do show: 21h
Classificação: +16 anos desacompanhados, menores de 16 acompanhados dos pais ou responsável legal
Site de ingressos: www.allwinners.com.br

Informações de Ingressos:
Preços:
R$175 - R$450
Meet&Greet: R$750


.: "Rainha do Escândalo" inicia nova série hot de Sarah MacLean


Fãs de romance de época vão delirar com a notícia de que a divertida Sarah MacLean está de volta à editora Gutenberg com uma nova série incrivelmente sexy, inteligente e certamente muito romântica. "Belas Fatais" é um presente para os fãs que aguardavam rever alguns personagens amados de livros anteriores e, é possível garantir, não menos atraente para quem ainda não leu nada da autora. O primeiro volume, "Rainha do Escândalo", estreia a tetralogia em grande estilo, apresentando Lady Sesily Talbot, uma heroína ousada e impetuosa, capaz de se livrar de um canalha ou seduzi-lo em uma única noite.

Depois de anos vivendo como uma das mulheres mais escandalosas de Londres, Sesily abraçou sua reputação para usufruir da liberdade de atrair cavalheiros para jardins escuros, sem que ninguém percebesse do que se tratavam esses encontros. Impossível não querer saber o desenrolar dessa história, que é só o começo de uma coleção absolutamente imperdível. Algumas razões para vocês se renderem à leitura:

"Rainha do Escândalo", é o primeiro volume de "Belas Fatais" - uma série sedutora e feminista, escrita deliciosamente pela diva dos romances históricos: Sarah MacLean. O que faz uma mulher quando a sociedade lhe impõe a alcunha de “escandalosa”? Abraça a graciosa reputação e desfruta de toda a liberdade proporcionada pelo título, é claro! E se há alguém que personifica a realeza dos escândalos londrinos é Lady Sesily Talbot.

Os mais puritanos devem ficar chocados ao vê-la se esquivando pelos jardins dos bailes em Mayfair, sempre acompanhada de um cavalheiro. Mas como nem tudo é o que parece, se engana quem acha que a vida de Sesily é feita apenas de ócio e prazeres... A indecorosa lady também é uma peça importante das Belas Fatais, um grupo de mulheres criado pela Duquesa de Trevescan com a finalidade de identificar e punir homens perigosos e vis. E Londres está repleta deles!

Atrair esses homens é uma missão simples para Sesily, porém há um rapaz que parece resistir à sua sedutora teia: Caleb Calhoun, sócio de sua irmã. Mas o jovem também está envolvido num submundo perigoso, e um terrível segredo de seu passado pode colocar tudo a perder. Será que Caleb é capaz de se manter firme e resistir à tentação de se entregar perdidamente para sua escandalosa lady? Rainha do escândalo é um romance histórico sexy e empoderador. Garanta o seu exemplar neste link.


O que disseram sobre o livro
“Inteligente, sexy e sempre muito romântico.” Julia Quinn

“Se você busca um romance de época inteligente, espirituoso e apaixonado, recomendo qualquer livro de Sarah MacLean.” -  Lisa Kleypas

.: "Iroko": Omar Sosa e Tiganá Santana apresentam álbum em parceria


Com lançamento pelo Selo Sesc previsto para 20 de janeiro nas plataformas de áudio e Sesc Digital, disco reúne o pianista cubano e o cantor e compositor baiano numa celebração ao orixá Iroko.


“(Tiganá) Santana e (Omar) Sosa são dois espíritos inovadores da cena musical contemporânea que têm muito em comum. Eles estruturam complexas composições por meio de ouvidos sintonizados em suas respectivas cosmovisões advindas da África Subsaariana (Candomblé, no Brasil; e Santeria, em Cuba). Assim, textual e emocionalmente, eles falam às mesmas divindades ancestrais iorubanas, e são capazes de criar um diálogo da África consigo mesma, a partir de vários pontos de partida, portos de entrada e através dos mares. Um diálogo de conceito futurista e cósmico, embora contemporâneo em seu apelo, apoiado por um conjunto de instrumentos subsaarianos que adicionam urgência melódica ao discurso.”
(Carlos Moore)

É desta maneira que o escritor, pesquisador e cientista social dedicado ao registro da história e da cultura negra Carlos Moore define a experiência ao escutar "Iroko". O novo álbum do compositor cubano Omar Sosa e do compositor e violonista baiano Tiganá Santana, é uma reverência em forma de música ao Orixá que presentifica aqueles que vieram antes e o que está por vir; uma saudação ao tempo que pontua histórias passadas e presentes para desenvolver um diálogo afrocentrado em um futuro comum.  

Gravado no Brasil, no estúdio Gargolândia, em Alambari, São Paulo, o álbum, em formato exclusivamente digital, será lançado pelo Selo Sesc, a partir do dia 20 de janeiro nas principais plataformas de áudio e gratuitamente no Sesc Digital. Antes disso, o público já teve contato com a faixa "Bloco Novo", acompanhada de videoclipe gravado no interior de São Paulo e lançada em novembro de 2022, mês da consciência negra. Antecipando a sonoridade compartilhada pela união da dupla, a música convoca a todos para “refazer o afoxé do povo / quando a dor dominar / são as marcas de um bloco novo / que passará”. E vislumbra um futuro que diz respeito ao comum, partilhado em artes musicais – prática espiritual por excelência – ao ecoar “Afoxé vai traçar um destino altivo / pra minha gente morar / todo o medo já foi vencido / por ijexá”.

"Iroko" (do iorubá Íròkò) é guardião da ancestralidade e dos antepassados, é a força das variações meteorológicas e, ao mesmo tempo, floresta centenária. Ou o próprio coletivo de árvores grandiosas; seio da natureza que é morada de todos os Orixás; primeira árvore que se fez plantar na Terra. Em África, Iroko vive na árvore que leva seu nome. No Brasil, onde essa árvore não é nativa, foi-lhe atribuída a grandiosa gameleira branca. Em Cuba, é a “ceiba” - a sumaúma. Trata-se, na diáspora afro-brasileira, do Orixá que equivale, entre os que descendem dos bantos, ao Inquice Kitembu: o vento transformador, a vida, a morte, a árvore como o corpo do tempo. 

O projeto do disco teve início com o encontro entre Omar e Tiganá, dois artistas negros afro-latinos ligados a tradições espirituais afrodiaspóricas, egressos de dois dos principais polos culturais negros fora da África subsaariana: Brasil e Cuba. Os artistas encontraram-se algumas vezes no Brasil e na Europa, sempre trocando informações quanto à possibilidade de gravar um álbum que explicitasse, por meio do diálogo entre suas obras, os pontos de encontro entre rítmicas, inflexões e criações afro-cubanas e afro-brasileiras com base em princípios artístico-musicais bantos (entre os Congos e Angola) e iorubanos (entre a Nigéria e o Benin). Tais culturas exerceram influência histórica muito relevante no Brasil e em Cuba e se fazem presentes nas suas manifestações culturais contemporâneas.

Composto por 11 faixas, o repertório engloba três canções em parceria ("Inner Crossing (Travessia)", "Black Frequencies" e "Time In Nature"), três de Tiganá ("Bolero de Flotación", "A Seiva da Gameleira Branca" e "Bloco Novo") e duas de Omar ("Moradía de Babalú" e "Y Loves"). Completam a lista três canções que são fruto da tradição oral africanas ("Iroko", "Muilo" e "Kitembu"). Como um todo, o álbum materializa-se com a amálgama do dedilhar de Sosa e Santana, ao piano e violão respectivamente, onde arroubos melódicos curtos e contidos abraçam um “experimentalismo” que lhes permite espaço para continuamente instigar o movimento. A voz de Tiganá, num cantarolar hipnótico, soma-se a percussão de Omar e, juntos, desafiam fronteiras e obliteram o tempo, pintando novos sonhos com as cores do possível e esculpindo as formas do amor e do desejo redescobertos.

A respeito do desenvolvimento das composições, Sosa define um processo orientado, sobretudo, pela espontaneidade e pela confluência de concepções: “Nós optamos por um caminho que foi, basicamente, o do encontro: Tiganá gravava o que sentia sem que eu escutasse, e eu gravava o que sentia sem que ele soubesse. Porém, ao nos encontrarmos para a gravação final, ficou bastante claro que nós compartilhávamos uma mesma ideia, que era a de uma reverência, uma homenagem, uma saudação a Iroko”. E Santana complementa: “Fazer um disco, para mim, faz sentido quando o ato não se resume a uma certa ideia pré-concebida a respeito do que seja música; quando é algo que parte de uma ação vital”.

Ao ter seu primeiro contato com a obra, a cantora e pesquisadora Fabiana Cozza clama para que palavras não interfiram nessa que é uma experiência de escuta, de música e, por isso, diz mais à pele do que aos tímpanos. “Aqui, a escuta possível é a dança da madeira, do aço, dos ossos, membranas de animais, palmas que mergulham em nós”, completa.

Em formato digital, "Iroko" tem lançamento previsto para o dia 20 de janeiro nas plataformas de streaming e no Sesc Digital e é acompanhado de um EPK sobre o processo de criação do álbum no Estúdio Gargolândia, em Alambari, no mês de fevereiro de 2022.


Tracklist:
1. "Iroko" (Domínio Público – arr. Omar Sosa) – piano e voz: Omar Sosa / percussão no bojo do violão e voz
2. "Bolero de Flotación" (Tiganá Santana) – violão-tambor e voz: Tiganá Santana /piano: Omar Sosa
3. "Muilu" (Domínio Público) – percussão corporal e voz // percussão corporal, cordas de piano e vozes: Omar Sosa / Participação especial dos pássaros, insetos e outros seres vivos, antecedendo a aurora, isto é, o nascimento de Muilu
4. "Inner Crossing (Travessia)" (Poema de Tiganá Santana e música de Omar Sosa) – piano, percussão e efeitos: Omar Sosa / voz: Tiganá Santana
5. "Moradía de Babalú" (Omar Sosa) – piano, percussão, efeitos e vozes: Omar Sosa / percussão e vozes: Tiganá Santana
6. "A Seiva da Gameleira Branca" (Tiganá Santana) – violão-tambor e voz: Tiganá Santana / piano, percussão e efeitos: Omar Sosa
7. "Black Frequencies" (Omar Sosa & Tiganá Santana) – piano, kalimba e efeitos: Omar Sosa / percussão e voz: Tiganá Santana
8. "Bloco Novo" (Tiganá Santana) – violão-tambor, percussão corporal e voz: Tiganá Santana / piano e percussão: Omar Sosa
9. "Kitembu" (Domínio Público) – percussão, percussão vocal e vozes: Tiganá Santana / percussão vocal e vozes: Omar Sosa / vozes em conversa: Manu, Pedro Altério e André
10. "Y Loves" (Omar Sosa) – piano e percussão: Omar Sosa / violão-tambor e voz: Tiganá Santana
11. "Time in Nature (Omar Sosa & Tiganá Santana) – vozes: Sol, Aves, Bois, Tiganá Santana, André Magalhães, Pedro Altério e Manu / piano: Omar Sosa


Produzido por Omar Sosa e Tiganá Santana.
Gravado em fevereiro de 2022 no Estúdio Gargolândia - Alambari (SP) por André Magalhães.
Mixado por Steve Argüelles at Plushspace, Paris.
Masterizado por Klaus Scheuermann.
Produção executiva:
Mônica Cosas.
Arte da Capa: Criola
Design gráfico: Nilton Bergamini
Akassá Produções
Disponível a partir de 20 de janeiro nas plataformas de áudio e Sesc Digital.


Omar Sosa
Compositor e pianista cubano, Omar Sosa é um dos artistas de jazz mais versáteis da cena atual. Seu trabalho funde uma ampla gama de jazz, world music e elementos eletrônicos com suas raízes nativas afro-cubanas para criar um som urbano original. A trajetória musical de Omar Sosa o levou de Camagüey e Havana a turnês em Angola, Congo, Etiópia e Nicarágua nos anos 1980; a uma permanência nas comunidades afrodescendentes do Equador no início dos anos 1990; a uma presença estendida na cena de jazz latino da área da baía de São Francisco; ao seu envolvimento atual com artistas da França, Cuba, Brasil e várias nações do Norte, Oeste e Leste da África.


Tiganá Santana
Compositor, cantor, instrumentista, poeta, produtor musical, curador, pesquisador, professor e tradutor, Tiganá Santana iniciou seus estudos musicais de violão aos 14 anos em sua terra natal, Salvador (BA). Aos 16 anos já compunha em diferentes línguas africanas e europeias. Criou o seu próprio violão, que chamou de violão-tambor, com afinação, textura e disposição cordofônica próprias. Graduou-se em Filosofia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) - onde é professor do Bacharelado Interdisciplinar em Artes - e doutorou-se em Letras pela Universidade de São Paulo (USP). Foi o primeiro compositor a gravar como compositor e intérprete um álbum com canções em línguas africanas no Brasil, e foi eleito pela revista inglesa "Songlines" um dos dez principais músicos brasileiros da atualidade.

.: Fome, acúmulo de lixo e luta pelo poder embalam ficção política literária


Com provocações aos dramas político-sociais do Brasil, história escrita por Andre L Braga é finalista no 7º Prêmio Kindle de Literatura

A dura realidade de pessoas que catam restos de alimentos das caçambas de caminhões de lixo ou pagam por ossos e carcaças de frangos em açougues demonstram o retorno do Brasil ao mapa da fome. Notícias sobre esses acontecimentos motivaram o autor Andre L Braga a escrever a ficção política "Onde Pousam Os Urubus", obra finalista do 7º Prêmio Kindle de Literatura.  

Inspirado por trechos do curta-metragem "Ilha das Flores", de Jorge Furtado, e por "1984", de George Orwell, o escritor Andre L Braga propõe em sua narrativa inserir situações e problemas reais da sociedade contemporânea - luta pelo poder, manipulação de informações, fome, exclusão social, intolerância religiosa e outras questões políticas, ambientais e econômicas - em um universo fictício.  

"Onde Pousam Os Urubus" inicia com a morte do presidente de Novamazônia, uma jovem nação, situada no coração da floresta amazônica, que, pela primeira vez em 30 anos, escolherá um novo presidente por eleições diretas. Nessa disputa, dois candidatos concorrem ao cargo: Júnior Pedrosa, conservador, e Ophelia Marabaixo, progressista.  

Mas, o caminho até o poder não é fácil e um desses candidatos precisa conquistar votos dos eleitores de Pouso Alegre, ilha fluvial onde o lixo da capital Londonésia é despejado. Para atingirem seus objetivos, eles se envolvem com figuras populares da Ilha: um líder religioso e o líder dos miseráveis que vivem dos dejetos.  

No meio dessa competição política, "Onde Pousam Os Urubus" dialoga com o drama ao dividir com o leitor a história de Carla, uma garotinha cheia de mistérios que possui necessidades educacionais especiais e rouba o protagonismo com um carisma comovente.  

O livro também esmiuça segredos que envolvem corrupção, tragédias, mortes e outras tantas sujeiras ainda mais podres que os depósitos de lixos. A escrita de André cutuca feridas e males que estão enraizados em países como o Brasil e permite ao leitor mergulhar no misticismo da região norte ao mesmo tempo em que reflete sobre assuntos como descaso e abandono.  

Nessa perspectiva, "Onde Pousam Os Urubus" é dividido em três pilares: a luta pelo poder como um fim em si mesmo; a exploração do povo e a perpetuação da miséria para fins políticos; e os riscos da distorção da realidade através do discurso político. A partir dessas bases, a obra equilibra a frieza do jogo político e a dramatização vivenciada pela menina Carla, seus familiares e o povo de Novamazônia. Garanta o seu exemplar neste link.


Trecho do livro
"Não se voluntariam a trabalho de tamanha insalubridade por consciência, por senso de cidadania, ou por algum tipo de nobreza de espírito. Tampouco se voluntariam, no senso estrito da palavra. Não o fazem por vontade própria. Não o fazem por opção. Oferecem suas mãos, pés, olhos..., oferecem seus corpos à desumana labuta porque têm fome, porque suas famílias têm fome, porque seus descendentes precisam ter o que comer. Por isso a prioridade é a busca por restos de alimentos, antes que roedores e urubus tomem aquilo que, aos homens, mulheres e crianças de Pouso Alegre, pertence. É uma luta diária por comida, uma luta que começa em Londonésia, onde a sobra não se dá nem ao cão, nem ao gato. A sobra se atira ao lixo e, do lixo, alimenta invisíveis habitantes das cercanias de Não-Te-Vejo."  ("Onde Pousam Os Urubus", p. 11 e 12) 


Sobre o autor:
Andre L Braga
lançou-se na literatura de ficção em 2018, com “Ana Que Vivia no Espelho”, uma trama psicológica. No ano seguinte, publicou “Mulheres Que Temiam Seus Pais” e, em seguida, veio “Nudes, Mentiras & Ameaças”. Em comum, nesses três títulos, a terapeuta Verena Pacelli. O autor aborda a política e questões de cunho social em sua trilogia “Brasil de Leviatã”; no livro de contos “Sobre Seres Urbanos”; no romance contemporâneo “Quadrilátero”.

Em parceria com sua filha mais velha, sob o pseudônimo de Lara Märchen, assina contos de horror, publicados em diversas antologias. Nascido em Americana, interior de São Paulo, o autor reside na Holanda, ao lado da esposa, duas filhas e um adorável cão. Compre o livro "Onde Pousam os Urubus" neste link.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

.: "O Cinema de Tim Burton" traz um panorama da obra e de influências


A mostra "O Cinema de Tim Burton" acontece no Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo, de 25 de janeiro a 26 de fevereiro, garantindo diversão e arte para adultos e crianças. São 42 filmes, sendo 23 títulos dirigidos por Tim Burton, um inspirado em uma de suas histórias e mais uma seleção de 18 longas-metragens que são referências na carreira do diretor (devidamente avalizada pelo próprio!). O Banco do Brasil patrocina o projeto.

Será a maior mostra de filmes já realizada em São Paulo dedicada ao cineasta, que recebeu o Leão de Ouro pela sua carreira no Festival de Veneza de 2007. Com obras inesquecíveis, que se tornaram clássicas, sucessos de público e de crítica, a retrospectiva apresentará desde um dos primeiros filmes de Tim Burton, o premiado curta "Vincent" (1982), uma homenagem a Vincent Price, ídolo do diretor, até o remake de "Dumbo" (2019); passando por oito títulos estrelados por Johnny Depp, seu mais frequente colaborador, que encarnou personagens icônicos como "Edward Mãos de Tesoura"; seis longas com a participação da atriz Helena Bonham Carter, ex-companheira de Burton e mãe de seus dois filhos, entre eles "A Noiva Cadáver" (2005) e "Alice no País das Maravilhas" (2010); e "Os Fantasmas se Divertem" (1988), o primeiro longa com Michael Keaton, que depois estrelaria "Batman" (1989), o maior sucesso de bilheteria de Burton, e "Batman: O Retorno" (1992); e, ainda, o filme preferido de Burton, "Ed Wood" (1994), entre muitos outros títulos para o cinema, num total de 19 longas e dois curtas, para deleite dos seus inúmeros fãs.

O público também terá a oportunidade de assistir duas produções de 1982 para televisão dirigidas por Tim Burton (atualmente no ar com a série "Wandinha"): "João e Maria", um especial feito para a Disney, e "O Teatro dos Contos de Fadas: Aladim e a Lâmpada Maravilhosa", clássica série produzida e apresentada pela atriz Shelley Duvall.

Complementando essa seleção especial, serão exibidos também "O Estranho Mundo de Jack" (1993), de Henry Selick; 18 filmes dirigidos por ídolos de Burton como Roger Corman - "A Pequena Loja dos Horrores" (1960), "O Corvo" (1963), entre outros -, "Ed Wood - Plano 9 do Espaço Sideral" (1959) -, e "James Whale -  A Noiva de Frankenstein" (1935) etc.

Além da exibição dos filmes, a mostra promoverá diversas atividades extras, todas gratuitas: o debate “O Estranho Mundo de Tim Burton”, com a participação dos influencers Patrícia e Fábio Gomes, e mediação do curador Breno Lira Gomes. O debate acontece logo após a sessão de Os Fantasmas Se Divertem, no dia 4 de fevereiro. O público que estiver na exibição do filme poderá ficar direto para o bate-papo.

Já a palestra “O Fantástico Mundo de Tim Burton” será apresentada pelo crítico e pesquisador de cinema Carlos Primati e também acontece no sábado, 4 de fevereiro, a partir das 10h30. A masterclass “O Expressionismo no Cinema de Tim Burton” será ministrada pela professora e pesquisadora Laura Loguercio Cánepa, no dia 11 de fevereiro, a partir das 10h30. Para a palestra e a masterclass, serão distribuídas senhas meia hora antes do início do evento na entrada do cinema do CCBB.

A produção da mostra também promoverá nos dias 28 de janeiro, 4 e 25 de fevereiro, três ações com cosplays caracterizados de personagens dos filmes dirigidos ou produzidos por Tim Burton. Além disso, crianças (e adultos) que estiverem na mostra no dia 28 de janeiro, de 13h às 17h, poderão ser maquiadas inspiradas nos personagens de "O Estranho Mundo de Jack" ou em outros personagens das histórias criadas por Tim Burton. Atividade gratuita.

Serão realizadas também sessões com recursos de acessibilidade (cópia dublada em português, audiodescrição e legenda descritiva) dos filmes "Batman", "Edward Mãos de Tesoura" e "A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça", com entrada gratuita (ingressos poderão ser retirados no site bb.com.br/ e na bilheteria do CCBB).

Para a alegria dos amantes da sétima arte, um detalhe que faz toda a diferença: quatro filmes serão exibidos em película 35mm - "A Fantástica Fábrica de Chocolate" (2005, dublado em português), A noiva cadáver (2005), "Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet" (2007) e "Sombras da Noite" (2012).

“Tim Burton é um cineasta que tem fãs espalhados em todo o mundo. Seus filmes são muito marcantes visualmente. E de sua mente saíram histórias e personagens fantásticos como 'Edward Mãos de Tesoura' e 'Beetlejuice'. Personagens esses, que hoje fazem parte do imaginário dos cinéfilos”, comenta o idealizador e curador da mostra, o jornalista Breno Lira Gomes.

Burton está entre os diretores favoritos de Breno, que comemora, com essa mostra, os dez anos da BLG Entretenimento. “Esse mundo disforme em que, ao mesmo tempo, parece que você está num sonho e num pesadelo, personagens amalucados, os cenários e figurinos tão bem elaborados e uma trilha sonora marcante sempre me fascinaram na obra de Tim Burton. O primeiro filme dele que eu assisti foi 'Os Fantasmas Se Divertem', que eu não me cansava de alugar na videolocadora. Com o tempo fui tendo um olhar   mais crítico sobre seus filmes, gostando mais de uns do que de outros. Acho 'A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça' uma obra-prima do horror e uma bela homenagem às produções dos estúdios Hammer”, completou Breno, que já assinou a curadoria e produção de retrospectivas de Pedro Almodóvar, Cacá Diegues, Nelson Pereira dos Santos, Walter Carvalho, Grande Othelo e Ruth de Souza, entre outras, somando, com "O Cinema de Tim Burton", 26 mostras cinematográficas nos últimos dez anos.

Programação "O Cinema de Tim Burton" no CCBB São Paulo

25 de janeiro – quarta
15h - "Frankenweenie" (curta-metragem)  + "João e Maria" (telefilme) – tempo total 71min – Livre
17h30 – "As Grandes Aventuras de Pee-Wee" – 91min – livre

26 de janeiro – quinta
15h – O Gabinete do Dr. Caligari – 77 min – 16 anos
17h – Dumbo – 128 min – 10 anos

27 de janeiro – sexta
15h – Plano 9 do Espaço Sideral – 78 min – 16 anos
17h - Ed Wood – 126 min – 14 anos

28 de janeiro - sábado
13h – Ação de maquiagem e cosplay
14h – O Estranho Mundo de Jack– 77 min – Livre (dublado)
16h - Drácula (1931) – 74 min – 16 anos
17h40 - Sombras da Noite - 113 min – 14 anos - 35mm

29 de janeiro - domingo
11h – Frankenweenie – 87 min – 10 anos (Dublado)
13h30 - O Cérebro Que Não Queria Morrer (1962) – 82 min – 12 anos
15h20 - Marte Ataca! – 106 min – 14 anos

30 de janeiro – segunda
17h30 - Alice no País das Maravilhas – 109 min – 12 anos

1° de fevereiro – quarta
15h - O Túmulo Sinistro – 71 min – 16 anos
17h - Planeta dos Macacos (2001) – 129 min – 12 anos

2 de fevereiro – quinta
15h – O Homem dos Olhos de Raio-X – 79 min – 14 anos
17h - O Lar das Crianças Peculiares – 127 min – 12 anos

3 de fevereiro – sexta
15h - Batman (1989) – 126 min – 12 anos dublado com audiodescrição e legenda descritiva - Entrada gratuita. Ingressos no site ou na bilheteria do CCBB.
17h30 – Batman, o Retorno – 126 min – 12 anos

4 de fevereiro – sábado
10h30 - Palestra "O Fantástico de Tim Burton"com o crítico e pesquisador de cinema Carlos Primati – 90 min – 12 anos. Entrada gratuita com distribuição de ingressos a partir das 9h no site ou na bilheteria do CCBB.
14h - A Noiva-Cadáver – 78 min – Livre (dublado)
15h30 - Ação com cosplay
16h - Os Fantasmas Se Divertem – 92 min – livre
Seguido do debate “O estranho mundo de Tim Burton” com os influenciadores digitais Patrícia Gomes e Fábio Gomes. Mediação do curador Breno Lira Gomes – 90 min - Livre

5 de fevereiro – domingo
11h - A Fantástica Fábrica de Chocolate (2005) – 115 min – Livre (Dublado) - 35mm
14h - Vincent  + O Teatro dos Contos de Fadas: Aladim e a Lâmpada Maravilhosa – tempo total 59 min– Livre
15h20 - Grandes Olhos – 106 min – 10 anos

6 de fevereiro – segunda
17h50 - A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça – 105 min – 18 anos dublado com audiodescrição e legenda descritiva – Entrada gratuita. Ingressos no site ou na bilheteria do CCBB.

08 de fevereiro – quarta
16h – A Noiva de Frankenstein – 75 min – Livre
18h – Frankenweenie – 87 min – 10 anos

09 de fevereiro – quinta
15h30 - As Grandes Aventuras de Pee-Wee – 91 min – Livre
17h30 - Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas – 125 min – Livre

10 de fevereiro – sexta
15h30 - Black Sunday: A Máscara de Satã – 87 min – 16 anos
17h30 - Sweeney Todd, o Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet – 116 min – 16 anos- 35mm

11 de fevereiro – sábado
10h30 – Masterclass "O Expressionismo no Cinema de Tim Burton" com a pesquisadora e professora Laura Loguercio Cánepa (parte 1) – 120 min – 12 anos - Entrada gratuita. Ingressos no site ou na bilheteria do CCBB.
13h30 – Masterclass "O Expressionismo no Cinema de Tim Burton"  com a pesquisadora e professora Laura Loguercio Cánepa (parte 1) – 120 min – 12 anos – Continuação da aula da manhã.
16h - Frankenstein (1931) – 70 min – 12 anos
17h50 - Edward Mãos de Tesoura – 105 min – 14 anos

12 de fevereiro – domingo
14h - Frankenweenie (curta-metragem)  + João e Maria (telefilme) – tempo total 71 min – Livre
15h30 - A Fantástica Fábrica de Chocolate (2005) – 115 min – Livre (Dublado) - 35mm
13 de fevereiro – segunda
17h30 - O Lar das Crianças Peculiares– 127 min – 12 anos

15 de fevereiro – quarta
15h30 - A Casa dos Maus Espíritos – 75 min – 12 anos
17h20 - Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas – 125 min – Livre

16 de fevereiro – quinta
15h30 - O Solar Maldito – 79 min – 14 anos
17h40 - A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça– 105 min – 18 anos

17 de fevereiro – sexta
15h – Batman, o Retorno – 126 min – 12 anos
17h30 - Batman (1989) – 126 min – 12 anos

18 de fevereiro – sábado
14h - Guerra dos Mundos (1953) – 85 min – Livre
15h50 - A Invasão dos Discos Voadores (1956) – 84 min – 12 anos
17h50 - Marte Ataca! – 106 min – 14 anos

19 de fevereiro – domingo
13h30 - Dumbo – 128 min – 10 anos (Dublado)
16h20 - Alice no País das Maravilhas – 109 min – 12 anos

20 de fevereiro – segunda
14h - Planeta dos Macacos (2001) – 129 min – 12 anos
16h30 - Grandes Olhos – 106 min – 10 anos

22 de fevereiro – quarta
16h - A Pequena Loja dos Horrores (1960) – 72 min – 14 anos
18h – A Noiva-Cadáver – 78 min – Livre – 35mm

23 de fevereiro – quinta
15h30 – Drácula, o Vampiro da Noite (1958) – 82 min – 16 anos
17h30 - Sombras da Noite - 113 min – 14 anos - 35mm

24 de fevereiro – sexta
13h - Nos Domínios do Terror – 104 min – 16 anos
15h30 - O Corvo (1963) – 86 min – 18 anos
17h40 - Sweeney Todd, o Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet– 116 min – 16 anos - 35mm

25 de fevereiro – sábado
13h - Edward Mãos de Tesoura – 105 min – 14 anos dublado com audiodescrição e legenda descritiva - Entrada gratuita. Ingressos no site ou na bilheteria do CCBB.
16h - Jasão e os Argonautas (1963) – 104 min – 12 anos
18h10 - O Estranho Mundo de Jack – 77 min – Livre

26 de fevereiro – domingo
11h - Vincent  + O Teatro dos Contos de Fadas: Aladim e a Lâmpada Maravilhosa – tempo total 59 min – Livre
13h30 - Ed Wood – 126 min – 14 anos
16h – Os Fantasmas Se Divertem – 92 min – Livre


Serviço:
"O Cinema de Tim Burton"
Patrocínio: Banco do Brasil
Curadoria: Breno Lira Gomes
Produção: BLG Entretenimento
Realização: Centro Cultural Banco do Brasil
Local: Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo
Período: 25 de janeiro a 26 de fevereiro –
Horários: de quarta à segunda - Programação completa no site bb.com.br/cultura
Ingressos: R$10 (inteira) e R$5 (meia) em bb.com.br/cultura e bilheteria do CCBB
Capacidade: 60 lugares
Endereço: Rua Álvares Penteado, 112 – Centro Histórico, São Paulo 
Funcionamento: aberto todos os dias, das 9h às 20h, exceto às terças
Entrada acessível: pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida e outras pessoas que necessitem da rampa de acesso podem utilizar a porta lateral localizada à esquerda da entrada principal.
Informações: (11) 4297-0600
Estacionamento: O CCBB possui estacionamento conveniado na Rua da Consolação, 228 (R$ 14 pelo período de 6 horas - necessário validar o ticket na bilheteria do CCBB). O traslado é gratuito para o trajeto de ida e volta ao estacionamento e funciona das 12h às 21h.
Transporte público: o Centro Cultural Banco do Brasil fica a cinco minutos da estação São Bento do Metrô. Pesquise linhas de ônibus com embarque e desembarque nas Ruas Líbero Badaró e Boa Vista.
Táxi ou Aplicativo: desembarque na Praça do Patriarca e siga a pé pela Rua da Quitanda até o CCBB (200 m).
Van: ida e volta gratuita, saindo da Rua da Consolação, 228. No trajeto de volta, há também uma parada no metrô República. Das 12h às 21h.

.: Francisco Foot Hardman desafia hegemonia de pensamento


Pesquisador propõe que, ao fixar o modernismo paulista como sendo o modernismo brasileiro, a crítica e a história literárias excluíram tudo aquilo que não cabia nesse modelo

A Semana de Arte Moderna de 1922 oficializou-se como o marco inicial do modernismo no Brasil. Entretanto, havia ali mais do que um manifesto artístico - assistia-se à tentativa de lançar um projeto de país. Estava-se diante do grito inicial de uma nova hegemonia, que – como Francisco Foot Hardman evidencia em "A Ideologia Paulista e os Eternos Modernistas", lançamento da editora Unesp - tinha muito de paulista e esmaecia boa parte da riqueza de matizes da produção nacional.

“Este volume reúne e articula, em seus 14 capítulos, uma seleção de ensaios em que tenho trabalhado, ao longo das últimas três décadas, diferentes espaços, temporalidades, sentidos e produções culturais cingidas entre modernização, modernidade e modernismo, para voltar a uma distinção importante de Jacques Le Goff, explica o autor. “Se há uma linha de força com a qual se faz aqui um contraponto histórico-cultural incontornável, é a da ideologia paulista e uma de suas ideias fixas, a de que um evento corriqueiro e provinciano como o da chamada Semana de Arte Moderna em São Paulo fosse capaz de ‘fundar’ e, a partir daí, dirigir os rumos do modernismo brasileiro. Tal construção longe está de ser episódica ou casual. Foi parte de um projeto, em larga medida bem-sucedido, de criar as bases da hegemonia das oligarquias cafeeira e industrial paulistas no Brasil dos anos 1920-30”.

O autor observa aqui como a modernidade literária brasileira pode ser antecipada em ao menos meio século em relação à Semana, quando diversos escritores já buscavam aquilo que o modernismo transformaria em programa, a chamada redescoberta do país. E mais: esses escritores já tinham a consciência do choque entre progresso técnico, por um lado, e as terríveis heranças que pesavam em nossa história, por outro. Analisando a obra de escritores como Augusto dos Anjos, Euclides da Cunha, Raul Pompeia, Silva Jardim e Sousândrade, dentre outros, Hardman se detém em diversos signos da modernidade que vinham de muito antes de 1922.

Os textos estão organizados em duas partes. A primeira, intitulada “República das Ruínas e das Solidões”, lembra que “a história trágica da formação do Estado nacional, sobretudo na passagem da Monarquia à República, é um cenário de projetos em luta, em que a vida literária, em diferentes regiões do Brasil, atuou e se expressou em obras e linguagens plenamente modernistas, do simbolismo ao decadentismo, do parnasianismo ao libertarismo”, aponta o autor. Já a segunda, nomeada por “Paisagens Estranhas, Tempos Extremos”, “indica a inelutável correlação entre ‘literatura nacional’ e as contradições da história mundial contemporânea no século XX”, complementa.

Ao fixar o modernismo paulista como sendo o modernismo brasileiro, a crítica e a história literárias excluíram tudo aquilo que não cabia no modelo de 1922, inclusive reduzindo as relações internacionais de nossa cultura aos contatos em geral provincianos que artistas paulistas travaram com movimentos europeus. Além disso, o modernismo foi definido apenas em termos estéticos, excluindo- se as suas muitas outras dimensões. O que Foot Hardman mostra é que o modernismo brasileiro foi muito mais que o cenário paulista, abrindo um convite entusiasmado à revisitação das obras daqueles escritores que foram alheados da história hegemônica. Você pode comprar o livro "A Ideologia Paulista e os Eternos Modernistas", de Francisco Foot Hardman, neste link.


Sobre o autor
Francisco Foot Hardmané professor titular na área de Literatura e Outras Produções Culturais da Unicamp. Foi professor visitante na Universidade de Pequim (2019-20). Publicou, entre vários livros, "Nem Pátria, Nem Patrão!" (Editora Unesp, 2002), "Trem-fantasma" (Cia. das Letras, 2005), "A Vingança da Hileia" (Ed. Unesp, 2009), "Ai Qing: Viagem à América do Sul" (Editora Unesp, 2019 – em colaboração com Fan Xing) e "Meu Diário da China: a China Atual aos Olhos de Um Brasileiro" (PKU Press, 2021). Compre o livro "A Ideologia Paulista e os Eternos Modernistas", de Francisco Foot Hardman, neste link.

.: "Vai na Fé": protagonista é inspirada em Negra Li, que canta na abertura


Além de dar a voz para a música de abertura, a história de vida de Negra Li foi utilizada de inspiração para a construção da personagem principal da novela, Sol, interpretada por Sheron Menezzes. Foto: Rodolfo Magalhães

A cantora Negra Li é a intérprete da música de abertura da nova novela das 19h da Globo, “Vai Na Fé”, que estreia nesta segunda-feira, dia 16. Ao lado de MC Liro, a música foi produzida especialmente para a trama. Além de dar a voz para a música de abertura, a história de vida de Negra Li foi utilizada de inspiração para a construção da personagem principal da novela, Sol, interpretada por Sheron Menezzes.

"Foi a primeira vez que gravei uma abertura da novela, já tinha cantado músicas-tema anteriormente, mas é uma oportunidade maravilhosa para o cantor ter sua voz representada ali. Fiquei muito feliz pelo convite, principalmente pelo o que envolve o roteiro da novela, que fala muito sobre fé. A história da personagem da novela se cruza com a minha própria história de certa forma, porque o legado da minha família é baseado na fé, e isso tornou ainda mais especial participar desta música", comentou a cantora.

Em 2023, Negra Li completa 25 anos de carreira e está preparando seu quinto álbum de estúdio. No último ano, o lançamento dos singles “Era Uma Vez Liliane” e “Malagueta”, feat. com Rincon Sapiência, marcaram o pontapé inicial deste próximo projeto que chega ainda este ano.

.: 80 anos de Janis Joplin: biografia celebra os feitos da meteórica carreira


O peso na letra unida à rouquidão e a emoção na voz de Janis Joplin dão o tom da carreira da maior e mais influente cantora de rock da história. Mas, por trás da figura mítica da artista, há uma vida carregada de transgressões, quebras de paradigmas, frustrações amorosas e dissabores familiares. Escrita por Holly George-Warren, jornalista e uma das mais respeitadas cronistas da história da música norte-americana, “Janis Joplin: Sua Vida, Sua Música”, lançado no Brasil pela editora Seoman, nos fazer rememorar sua trajetória, no momento em que se marca o cinquentenário de sua morte. A artista faria 80 anos nesta quinta-feira, 19 de janeiro.

Para relatar a vida da cantora, a autora, que também é especialista em biografias de rock, recorreu a familiares da cantora, amigos, colegas de banda, pesquisou arquivos, diários, cartas e entrevistas há muito perdidas. Ela faz, sobretudo, um perfil minucioso detalhando os passos de Janis até a overdose acidental de heroína, que lhe ceifou a vida em 4 de outubro de 1970.

Por meio de um estilo radiante e intimista, esta biografia consolida Janis como vanguardista musical. Uma mulher rebelde, dona de grande astúcia e personalidade complexa, que rompeu regras e desafiou todas as convenções de gênero em sua época, abrindo caminho para as mulheres poderem extravasar suas dores e revolta no cenário artístico sem serem tão oprimidas pelo universo machista existente no meio musical. Este livro também foi celebrado pela grande mídia nos estados Unidos – The New York Times e The Washington Post, entre outros – como a biografia que revela, de forma definitiva, a “verdadeira Janis Joplin”, além de ser elogiado no site oficial da cantora.

Janis se notabilizou com o rock, mas transitava com facilidade por outros ritmos, como blues, o soul e o folk-rock. Sua carreira solo teve poucos anos de existência, mas foi capaz de notabilizar canções como "Mercedes Benz", "Get It While You Can" e "Me and Bobby McGee". Entretanto, sua erudição, empenho e talento combinados não transformaram a cantora no símbolo que representa. “Por sua influência e por seu próprio trabalho perene, Janis Joplin permanece no coração de nossa música e de nossa cultura”, afirma a autora.

Responsável por dar fim à tônica de opressão e machismo que pairavam no mundo àquela época, Janis Joplin expunha sem medo suas convicções sobre temas como sexualidade e a psicodelia. Por essa vertente também tem entre suas fãs, a compositora e ativista Rosanne Cash e outras emblemáticas cantoras como Brandi Carlile, Margo Price e Courtney Marie Andrews. Além disso, diversas artistas vivenciaram a luta de Janis contra o sexismo do mundo do rock, entre elas, Patti Smith, Debbie Harry (Blondie), Cyndi Lauper, Chrissie Hynde (The Pretenders), Kate Pierson (B-52’s) e Ann e Nancy Wilson (Heart), que foram diretamente influenciadas por sua música, atitude e coragem.

“Antes da passagem um tanto breve de Janis Joplin pelo sucesso, teria sido difícil para essas artistas encontrarem um modelo feminino comparável à beatnik de Port Arthur, Texas. A mistura de musicalidade confiante, sexualidade impetuosa e exuberância natural, que produziu a primeira mulher estrela do rock dos Estados Unidos, mudou tudo”, conta a autora Holly George-Warren na introdução da obra.

A forma como Janis transmitia emoção, em um canto que ia da melancolia à rebeldia, era e sempre será único.  Sua voz rouca, que todos conhecem, revela uma alma que sofria e buscava refúgio na heroína. Outro fator que marcou sua vida, também retratado no livro, foi a busca incessante pelo amor. Ela que nunca foi capaz de ter um relacionamento sólido e duradouro, e dessa forma buscou uma maneira de aliar a sua carreira com o sonho de constituir uma família, levando-a ao seu triste fim: sua morte precoce, aos 27 anos, por overdose acidental de heroína. Você pode comprar o livro “Janis Joplin: Sua Vida, Sua Música”, de Holly George-Warren, neste link.

O que disseram sobre o livro

“Uma descrição magnífica e muito interessante de Janis. Holly George-Warren tem um estilo de escrita atraente e cativante, e fiquei impressionada com a profundidade de suas novas entrevistas e informações.” – Laura Joplin, irmã de Janis Joplin

“Magistralmente bem pesquisada, esta biografia revela definitivamente a verdadeira Janis Joplin.” - The New York Times


Sobre a autora
Holly George-Warren foi indicada duas vezes ao Grammy e é autora premiada de 16 livros, entre eles duas biografias: "A Man Called Destruction: The Life and Music of Alex Chilton" e "Public Cowboy #1: The Life and Times of Gene Autry", além do best-seller do jornal The New York Times: "A Estrada para Woodstock" (com Michael Lang). Ela já escreveu para diversas publicações, incluindo The New York Times, Rolling Stone e Entertainment Weekly, tendo atuado também como consultora em documentários como "Muscle Shoals", "Nashville 2.0" e "Hitmakers". Holly faz parte da comissão de indicação do Rock & Roll Hall of Fame e leciona na Universidade Estadual de Nova York, em New Paltz. Compre o livro “Janis Joplin: Sua Vida, Sua Música”, de Holly George-Warren, neste link.

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