sábado, 8 de abril de 2023

.: Entrevista com Marvvila, do "BBB 23": "Errei, reconheci e agora estou em paz"



Do "The Voice" para o "Big Brother Brasil": Marvvila brilha em qualquer situação. Foto: Globo/João Cotta


Chegar ao Top 10 sem enfrentar nenhum paredão foi um grande feito de Marvvila no "Big Brother Brasil". Fosse pela sorte de ganhar três provas "Bate e Volta" ou por manter uma boa relação com os colegas de confinamento, a pagodeira permaneceu por mais de 80 dias na casa mais vigiada do país. Mostrou ao público o talento que tem na voz e performou - e muito - na pista de dança das festas do reality.

Esses aliás, foram seus momentos preferidos no "BBB", quando diz ter conseguido aliviar a tensão do game e curtir cada segundo. Por outro lado, seu grande desafio na competição foi encarar um jogo em grupo e abrir mão de suas próprias vontades: “Eu acho que foi bem difícil e é uma das coisas pela qual eu me arrependo, porque tive que anular muito os meus sentimentos, as coisas que eu achava para defender os aliados que estavam sendo mais atacados no começo”

Em seu primeiro paredão, decidido nesta terça-feira, dia 4, a cantora foi eliminada ao receber a menor porcentagem de votos: 16,95%. Na berlinda contra Amanda, Domitila Barros e Larissa, o público escolheu quem gostaria de manter no "BBB". Na entrevista a seguir, Marvvila conta mais sobre seus erros e acertos no game, comenta sobre as amizades e os adversários teve no jogo e revela o impacto do "Big Brother Brasil" em sua carreira musical.


Em alguns momentos do jogo você demonstrou certo receio de como estava sendo vista pelo público aqui fora. Agora longe da disputa, como avalia sua participação no "BBB"?
Marvvila -
Foi um desafio muito grande. Confesso que esse lance de entrar em dupla e essa obrigação de jogar em grupo foram bem complicados. Mas estou muito feliz e orgulhosa, porque eu fui eu mesma. Aconteceu como tinha que acontecer: errei, reconheci e agora estou em paz.

 
Depois do retorno do Fred Nicácio ao game, você disse que talvez estivesse fazendo hora extra na casa. Por que teve essa percepção?
Marvvila -
Eu já estava sentindo que talvez eu não estivesse em destaque no jogo por algumas situações e, quando ele trouxe a informação, eu fiquei um pouco chateada, sim. Mas eu fiquei com medo, na verdade, de que as pessoas esquecessem do meu trabalho e do que eu faço, que é cantar. Por um momento no jogo, a gente fica muito confusa, a gente acha que as pessoas não vão gostar da gente, não vão querer saber do nosso trabalho. Então, eu acho que generalizei tudo e meu medo foi muito de chegar aqui fora e ninguém me amar, ninguém gostar de mim ou não ser bem recebida. 

Apesar disso, você chegou ao Top 10 sem ir a nenhum paredão. Que estratégia ou característica te levou a ir tão longe na disputa sem enfrentar a berlinda?
Marvvila - Quando a gente entra, a única coisa que a gente sabe é o lema “Fuja do paredão”. E eu fugi, não só pela boa relação com a casa - eu sempre tive uma boa relação com a galera e isso contribuiu bastante - mas eu também escapei em algumas provas "Bate e Volta", fui contornando. Eu acho que isso foi que me ajudou.

 
Você foi consagrada a “rainha do Bate e Volta” por vencer três provas e escapar do paredão. Costuma se dar bem em dinâmicas de sorte fora da casa ou descobriu esse seu lado no programa?
Marvvila - 
Eu descobri no programa, nunca tinha acontecido. Inclusive, já teve prova do líder de sorte, só que o meu negócio lá era a "Bate e Volta". Liderança e Anjo eu não consegui ganhar, mas "Bate e Volta" foi um negócio que era para ser meu. Eu estava bem chateada lá, em um momento do jogo, bem frustrada por não ganhar nada, então Deus falou: “Ganha esses 'Bate e Volta' aí para você recuperar sua dignidade, sua autoconfiança e sua autoestima”. Eu acho que foi coisa de Deus mesmo, porque sorte nunca foi comigo, não (risos).

 
Como nem só de sorte sobrevive um participante de "BBB", você também encarou quatro castigos do monstro. A que atribui tantas indicações a essa função? 
Marvvila - Lá na casa a gente tinha muito a estratégia de colocar no monstro quem tinha mais estalecas. Em alguns momentos lá, o que me fez cair no monstro foi essa questão de ter mais estalecas, porque a galera queria comprar o poder Curinga e tirar o rival que tinha chance de arrematar. Isso me frustrava muito, porque não adiantava eu guardar estalecas na casa, sempre me tiravam e colocavam no monstro. Eu falava: "É mais fácil eu perder estaleca mesmo, que assim não me colocam no monstro”. Acabou que, na maioria das vezes, foi por mais por isso do que por embates.

Você também se lamentou por não ganhar provas do líder e do anjo durante sua permanência no jogo. Na sua opinião, o que faltou para conquistar esses títulos?
Marvvila - 
Eu dei meu máximo em todas as provas, dei o meu melhor. Muita gente saiu também sem ganhar líder e anjo. Houve muitas provas de habilidade e eu sei que sou uma pessoa nada habilidosa. Eu já entrei na casa sabendo que provas de habilidade seriam complicadas. Tinha muitas pessoas muito boas, atletas... acaba que a gente já fica para trás. Houve muitas provas de sorte, também, mas a sorte só foi aparecer no "Bate e Volta". Eu queria que tivesse aparecido em pelo menos uma liderança, mas não aconteceu. 

 
As festas do "BBB" foram momentos que você aproveitou bastante. Eram seus preferidos na casa?
Marvvila - 
Com certeza. As festas eram momentos em que eu esquecia dos problemas, só queria viver, ser feliz, dançar. Era o momento em que a gente conseguia ouvir música, algo que eu gosto muito. Ouço muita música na minha casa, na minha vida, e lá dentro a gente fica sem isso. É o dia inteiro o som da natureza ou da galera discutindo, batendo boca, aquela pressão... Então, o momento da festa, principalmente a do fim de semana, que tem os shows ao vivo, é quando a gente esquece de todos os problemas. Tem um artista ali cantando só para a gente, tem também os looks que a produção manda; é o momento em que a gente se sente cuidada. A gente esquece dos problemas e só vive.

 
Além das festas, quais você considera seus pontos altos no"‘BBB 23"?
Marvvila - 
Eu acho que eu fui muito amiga, defendi muito os meus, sempre estive presente para ajudar, colaborar. Já madruguei para ajudar aliados meus a comprarem o poder Curinga, para passarem na frente. Eu sempre fui muito parceira, isso foi um ponto alto para mim. Mesmo com alguns erros que eu cometi por conta do meu coração, no jogo, eu sempre fui muito parceira dos meus aliados.

 
Você surpreendeu o público ao acertar os horários dentro do confinamento. O que você considerava na hora de dar esses “chutes”, já que na casa não tinha como saber?
Marvvila - 
Eu falava tão na brincadeira e era engraçado porque eu fazia um certo deboche e entendiam que eu estava falando sério. A galera até ria da situação e eu nem imaginava que eu estivesse acertando. Eu avaliava sempre pelo Raio-X, eu tinha uma base de que poderia ser entre 8h e 9h, e aí ficava indo lá para fora. Como o meu noivo sempre acordava muito cedo, eu imaginava o horário em que começava a clarear e o horário em que começava a escurecer – era muito por isso. Eu acho que posso ter errado muitas vezes, mas acabou que eu acertei também (risos).

 
Agora que está fora do game, acredita que jogar em grupo foi mais fácil ou mais difícil no "BBB"?
Marvvila - 
Eu acho que foi bem difícil e é uma das coisas pela qual eu me arrependo, porque tive que anular muito os meus sentimentos, as coisas que eu achava para defender os aliados que estavam sendo mais atacados no começo. Eles vinham com uma ideia que, às vezes, eu não concordava, mas eu achava certo defendê-los por estarem sofrendo ou sendo atacados de cara. Só que isso me atrapalhou no jogo porque quando eu pensava em dar uma opinião contrária, quando tentava falar que não queria votar em alguém ou achava errado, eles sempre colocavam nesse lugar de: “A gente está aqui tomando tiro o tempo todo, você tem que entender...”.  Acho que isso me prejudicou bastante.


Houve uma formação de paredão em que você não seguiu o que havia combinado com o quarto do Fundo do Mar em relação aos votos na Larissa. Você acabou votando na Amanda e isso gerou uma grande confusão no grupo. De que forma isso impactou o seu jogo?
Marvvila - 
Eu acredito que impactou muito. No momento em que eu cometi aquele erro, eu já sabia que poderia até assinar a minha saída - eu falei muito isso na casa. Eu tinha falado antes no grupo, mesmo que pressionada, que votaria nela. Então, eu errei, sim, naquele momento. Quando eu entro no quarto Deserto e a Larissa olha para mim e aperta a minha mão, dizendo que não queria votar em mim, que gostava muito de mim e queria me proteger, eu zerei meu jogo, não consegui pensar em mim e em nada. Eu só consegui ouvir as vozes da minha cabeça que falavam: “Você gosta muito dela. Se você fizer isso, você vai estar sendo muito ruim. Você tem que seguir seu coração”. Ali naquele momento eu simplesmente esqueci de mim, tanto é que eu me coloquei no paredão. Fui zero estratégica, errei com o meu grupo, depois me retratei. Na semana, eu já sabia que tinha me prejudicado e aquilo me abalou muito no jogo. Eu fiquei muito mal por saber que eu tinha me prejudicado e prejudicado o meu grupo também.

A Sarah Aline foi uma grande amiga sua no "BBB". Como foi a construção desse afeto entre vocês dentro da competição?
Marvvila - 
Antes de entrar, eu já tinha orado a Deus pedindo que eu achasse uma pessoa que fosse a minha força lá dentro e a quem eu pudesse dar força também, com quem eu pudesse ter uma boa sintonia e levasse para a vida mesmo. Quando eu cheguei lá, no primeiro dia, eu olhei para aquela casa com um monte de gente falando, um mais alto do que o outro, uma loucura... Eu lembro, como se fosse hoje, que olhei para ela e ela teve um olhar tão acolhedor para mim, que naquele momento eu já tive certeza de que seria ela. Ali a gente começou uma amizade que, no início, nem era por questão de jogo, foi pura sintonia, e depois virou jogo. No nosso grupo, acabou sendo um pouco diferente: algumas pessoas, primeiro, a gente quis proteger, porque a gente se viu obrigado a jogar junto, e depois veio a afinidade. Com a Sarah, não; foi sintonia de cara e depois a gente se aliou. Foi muito importante termos uma a outra lá dentro, nós fomos a nossa fortaleza.


Que outros amigos além da Sarah você deseja levar para a sua vida após o programa?
Marvvila - 
Eu quero todo mundo no meu churrasco! Como eu falei, antes de sair, o que acontece no jogo fica no jogo, já passou, já acabou. É claro que tem algumas pessoas, como o Gabriel, que fazem parte. Para mim, Sarah e Gabriel eram um só lá dentro. Fredão, Domitila, Fredinho, quero levar todo mundo para a vida. Para mim o jogo acabou e agora eu quero que todo mundo cole no meu show, no meu pagode. Daqui para frente é só felicidade.
 

Durante esses 80 dias, você teve embates com Cezar, Ricardo, Bruna e outros brothers em diferentes momentos. Quais foram seus maiores adversários na competição?
Marvvila - 
O Cezar foi a pessoa que mais me desestabilizou no jogo. Por um momento, ele foi meu maior embate por conta da expectativa que era gerada. A gente jogava juntos, eu sabia do meu erro e a minha chateação foi pela forma que ele me tratou. Já tinha acontecido um outro caso a que ele não tinha dado esse tratamento, então, aquilo foi o que mais me feriu. Eu reconheci o meu erro, mas a forma como eu fui tratada foi o que me doeu. Por isso ele foi a pessoa que mais me gerou revolta. Mas depois eu entendi, a gente conversou, ele falou os motivos dele e eu escolhi seguir defendendo quem estava disposto a me defender. Naquele momento do jogo, eu vi que era “salve-se quem puder” e ele estava disposto a conversar. Eu me coloquei à disposição para entender e defender os que estavam dispostos a me defender. A Amanda também já vinha me indicando para alguns paredões, já me colocou no monstro algumas vezes, então a gente estava tendo um embate de uma indicar a outra, tanto em jogos da discórdia, quanto em paredões. A gente viveu um momento complicado ali. E lá no começo do jogo, eu e o Ricardo nos estressamos, ele falou algumas coisas no jogo da discórdia que até a galera da casa disse que não tinha achado legal pela forma como foi. Mas depois ele se retratou, veio conversar comigo e acabou que, nesse final de jogo, a gente ficou bem também. 

 
Teria feito algo diferente no programa?
Marvvila - 
Eu teria jogado sozinha ou, mesmo dentro do grupo, teria batido o pé em alguns momentos e dito: “Não vou fazer isso. Independentemente do que você acha, eu vou fazer o que é certo”. O que eu poderia ter feito de maior impacto seria bater o pé mais vezes e seguir a minha intuição, porque muitas vezes eu segui o que outras pessoas achavam para protegê-las. Eu acho que essa foi uma das coisas que me prejudicou.


Você lançou músicas durante o período de confinamento. Acredita que o "BBB" tenha tido impacto na sua carreira como cantora?
Marvvila - 
Com certeza! Já me falaram aqui que estou cheia de shows, agenda lotada. Acredito que agora é trabalhar muito e colher os frutos. Fico muito feliz de ter participado do maior reality, sendo uma cantora pagodeira, coisa que aqui a gente sabe que não é muito valorizada. Mas graças a Deus, já vi que está tendo um bom impacto e a galera já está querendo colar nos shows, isso me deixa muito feliz. Tem turnê e agenda lotada!


Quais são seus planos para a fase pós-"BBB"?
Marvvila - 
Eu pretendo trabalhar muito, ser muito feliz, curtir meus amigos e essa liberdade. Mostrar para o Brasil esse meu lado cantora, pagodeira, batalhadora. Eu quero que meu som rode o Brasil todo e quero, junto comigo, levar outras mulheres que cantam pagode, quero que a mulher no pagode vá para o topo.

 
Quem você quer que chegue à grande final da temporada?
Marvvila - 
Quero muito que a Sarah Aline chegue até a final e ganhe, porque ela merece muito! Ela é uma menina incrível, do bem, super sensata, se joga nas provas, se posiciona. Para o pódio, eu escolheria também a Domitila, que vem enfrentando muita coisa desde o começo. Sempre miraram muito nela e ela permaneceu forte, jogando e se posicionando. E o Fred Nicácio, que foi uma fortaleza para mim dentro da casa, acho que ele merece muito também.

.: Luccas Papp e Thaís Falcão em peça que se inspira na realidade virtual


Um aplicativo de relacionamento que conecta pessoas que possuem o mesmo sonho para que possam realizá-lo juntos. Esse é o mote do espetáculo "Sonhejunto.com", de Luccas Papp, que estreia dia 15 de abril, no Teatro MorumbiShopping. O autor e diretor está em cena, ao lado de Thaís Falcão, em um espetáculo conta a história de um romance nada convencional com um final surpreendente. Foto: Amanda Moraes

Com inspirações na realidade virtual, metaverso e aplicativos de relacionamento, Luccas Papp e Thaís Falcão protagonizam "Sonhejunto.com", que estreia no dia 15 de abril, sábados, às 19h, no Teatro MorumbiShopping. Além de estar em cena, o ator também assina a dramaturgia e direção do espetáculo. A temporada vai até 28 de maio, com sessões sempre aos sábados e domingos, às 19h.

Na trama, Emma é uma jovem adulta com sonho de se tornar artista. Sua rígida criação e uma doença rara que limitou sua mobilidade a transformaram em uma mulher solitária e que praticamente não sai do quarto. Christian, por sua vez, trabalhou muito tempo como guia turístico no litoral e era profundamente ligado ao mundo externo até se isolar, por um motivo misterioso.

Ambos têm o mesmo sonho: ver o mar. Ela pela primeira, e ele pela última. Por meio de um revolucionário aplicativo de realidade virtual, eles se encontram em um píer de uma praia paradisíaca e conversam sobre a vida, escolhas, desejos, e acima de tudo: a vontade de ir além. Um romance nada convencional com um final surpreendente e um toque de distopia.

No universo dos personagens, "Sonhejunto.com" é o aplicativo do momento e promete ser totalmente diferente de qualquer outro, principalmente dos já saturados aplicativos de relacionamento. A ferramenta assegura encontrar duas pessoas com o mesmo sonho e juntá-las para que o realizem juntos.

“O espetáculo tem referência dos anos 80/90 com a cultura pop e traz uma história futurista que se passa em torno de 2040. A ideia da trama é mostrar uma espécie de evolução dos aplicativos de namoro, que proporciona uma experiência virtual e sensorial ao mesmo tempo. É uma reflexão pertinente, pois cada vez mais as pessoas se conhecem pelo mundo digital ao invés do real. A dramaturgia se inspira no estilo de histórias de amor de autores como John Green e filmes que fazem sucesso nos streamings”, conta Papp.

As concepções dos elementos cênicos têm o desafio de transportar o espectador ao píer de uma praia paradisíaca, apoiando-se em tons pasteis e em todas as sensações que o mar remete. O cenário busca reproduzir o local tão sonhado pelo casal, trazendo a tecnologia desse universo futurista. O pano de fundo artístico do espetáculo e a simplicidade natural da praia contrastam com o universo tecnológico e os seus limites que são discutidos na dramaturgia. 

Para o autor, "Sonhejunto.com" pode ser visto por diversos ângulos: a história de amor entre dois jovens parece ser corriqueira, mas a peça vai além de um simples retrato sobre a vida. "A principal mensagem do texto é o recomeço. Os protagonistas buscam ali, acima de tudo, um apoio em um desconhecido para suprir seus desejos desenfreados por viverem e se tornarem relevantes no mundo. Anseios esses que são presentes na cabeça da maioria dos jovens adultos contemporâneos”, avalia.


Luccas Papp
Formado em Filosofia pela FFLCH/USP, tem mais de 20 textos registrados como autor teatral, como os premiados “O Estranho Atrás da Porta”, “A Trágica Antologia Familiar” e "O Ovo de Ouro”. Luccas Papp foi professor e diretor de teatro da escola Fundação Bradesco por oito anos até abrir sua própria oficina de atores em 2019. Atuou e dirigiu mais de 25 espetáculos.

Na televisão, atuou em “Nove Milímetros”, na Fox, e foi antagonista em "Brilhante FC", na Nickelodeon. Filmou “Eldorado”, média-metragem de Paula Goldman, e “Lula, o Filho do Brasil”, de Fábio Barreto. Esteve no ar no elenco de “A Mira do Crime”, no FX e na Record, e fez uma participação especial em “Felizes Para Sempre”, exibido pela Rede Globo e dirigido por Fernando Meirelles. Em 2018, estreou a novela “As Aventuras de Poliana” no SBT, interpretando o atrapalhado vilão Mosquito.


Thaís Falcão
Tem 25 anos. Atriz, modelo e influenciadora digital com sólida criação no Instagram, TikTok e Kwai. Fenômeno das redes sociais, especialmente em desafios de interpretação e defesa de pautas como empoderamento feminino e autoconhecimento. Fez diversos cursos na área da interpretação e estreou no teatro profissional com o espetáculo "Santa Paciência”.


Ficha técnica
Peça teatral "Sonhejunto.com". Texto e direção: Luccas Papp. Elenco: Luccas Papp e Thaís Falcão. Voz em off: Fernanda Faustino. Assistência de direção: Letícia Monezi. Cenografia: Kleber Montanheiro. Desenho de luz: Cesar Pivetti. Figurinos e Visagismo:Vitória Micheloni. Trilha Sonora Original: Pedro Lemos. Assessoria de Imprensa: Adriana Balsanelli e Renato Fernandes. Produção Executiva: Giulia Martins e Guilherme Bernardino. Design Gráfico: Raphael Ruas. Fotos: Amanda Moraes. Produção: LPB Produções.


Serviço
Peça teatral "Sonhejunto.com". Teatro MorumbiShopping. Endereço: Av. Roque Petroni Júnior, 1089, Jardim das Acácias - São Paulo. Temporada: de 15 de abril a 28 de maio. Sábados e domingos, às 19h. Capacidade: 250 pessoas. Classificação: 10 anos.

.: Silvero Pereira e Banda Paralela homenageiam Belchior no Sesc Santos


Grande nome da televisão e cinema brasileiro, Silvero Pereira e Banda Paralela prometem show emblemático no palco santista. Foto: Igor Mello


Silvero Pereira e Banda Paralela fazem homenagem ao cantor e compositor Belchior, na quinta-feira, dia 13 de abril, às 20h, no teatro do Sesc Santos. O show intitulado “Silvero canta Belchior” apresenta um repertório que celebra algumas obras-primas da música brasileira. Na seleção, estão as canções "Velha Roupa Colorida", "Sujeito de Sorte", "Apenas Um Rapaz Latino-americano" e "Como Nossos Pais". Venda limitada a dois ingressos por pessoa.

Serviço
Show “Silvero canta Belchior”
Dia 13 de abril, quinta-feira, às 20h. Local: Teatro do Sesc Santos. Classificação etária: 12 anos. Ingressos: R$ 10 (credencial plena). R$ 15 (meia-entrada). R$ 30 (inteira). Disponível no site do Sesc SP, no aplicativo Credencial Sesc SP e nas bilheterias do Sesc SP. Duração: 90 minutos.


Sesc Santos
Rua Conselheiro Ribas, 136, Aparecida - Santos.
Telefone: (13) 3278-9800  


Bilheteria Sesc Santos - Funcionamento 
Terça a sexta, das 9h às 21h30. Sábado, domingo e feriado, das 10h às 18h30. Orientação para acesso à unidade: recomenda-se uso de máscara em lugares fechados.

.: Após sofrer overdose, cantora e atriz Maia lança single “Samba”


A cantora e atriz, Maia dá mais um passo na carreira e lança o single “Samba”, que exalta a brasilidade e saúda a bossa nova. A canção faz parte do álbum “Contraditória” e estará disponível em todas as plataformas a partir desta data. A faixa “Samba” foi escolhida como o lead-single da cantora mineira e abre os caminhos para a primeira parte do grande trabalho que vem executando no decorrer dos meses com muita dedicação. 

Maia adianta que estava ansiosa para lançar esse lead single e o define como um hit: “Eu estou muito feliz e com expectativas altas para o lançamento de Samba. Ela é uma música que tem tudo para se consagrar dentro das plataformas digitais e rádios. Sinto que ela vai ser um hit”, disse.

Ela ainda continua e ressalta que a música a salvou. “A música me salvou e vem curando todas as sequelas causadas pelos episódios do passado”, revela a artista ao relembrar momentos delicados. Ano passado, a atriz que interpretou a Morte na novela "Quanto Mais Vida, Melhor" passou por crises de pânico, depressão e chegou a ter uma overdose. 

O novo projeto, que conta com nove faixas exclusivas, será lançado pela gravadora Alta Fonte , e vem cheio de hits, que mesclam atitude, flow e leveza em cada faixa. Com voz poderosa e marcante, Marcella Maia surpreende a cada música, trazendo novas sonoridades e arranjos. A expectativa para o lançamento é fruto do que Marcella Maia mostrou dos seus últimos trabalhos e por ter se consagrado como uma das melhores representantes do cenário musical brasileiro. Seu estilo é único, autêntico e cheio de personalidade.

sexta-feira, 7 de abril de 2023

.: MPB em festa: Secos e Molhados e os 50 anos do fenômeno musical


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.

Há 50 anos, o mundo da música vivenciava um dos fenômenos mais improváveis, proporcionado por um grupo que surgiu em São Paulo influenciado por várias vertentes do rock, da MPB e da literatura. O Secos e Molhados surpreendeu a todos com um emblemático álbum atemporal de estreia, que superou até o Rei Roberto Carlos nas vendas de discos naquela ocasião.

O ano de 1973 traz para nós a lembrança de um período do Brasil com um governo comandado por militares, que mantinha a sua mão de ferro na censura, procurando controlar tudo o que era divulgado em termos musicais. Mas nem mesmo isso foi capaz de impedir o fenômeno Secos e Molhados, que quebrou uma série de tabus e meio que desafiou a censura com um visual andrógino e uma música alicerçada na poesia que se produzia no Brasil e até no exterior.

O grupo foi liderado pelo músico João Ricardo, que começou a concretizar seu sonho influenciado principalmente pelo quarteto Crosby, Stills, Nash e Young e por vertentes de nossa MPB, em especial a Tropicália, além de alguns elementos de rock progressivo. Ele se uniu a Gerson Conrad, um amigo da adolescência e acabou conhecendo Ney Matogrosso, cujo potencial de voz impressionou logo no primeiro encontro.

Eles passaram o ano de 1972 ensaiando e se apresentando em São Paulo com relativo sucesso. E chamaram a atenção do empresário Moracy do Val, que trabalhou para levá-los até a gravadora Continental em 1973, para gravar o disco de estreia da banda. Por incrível que pareça, as demais gravadoras da época não se interessaram em lançar o material.

Quando entraram em estúdio, eles já tinham uma série de canções prontas. Se uniram com uma banda com Willy Verdaguer, Marcelo Frias e Johnny Flavin, entre outros. E os arranjos foram tomando forma em estúdio graças a atuação desses músicos. "Sangue Latino", "O Vira", "Rosa de Hiroshima", "Fala" (que tem arranjo de cordas feito por Zé Rodrix), "Amor" e "Primavera nos Dentes" são canções que até hoje são cultuadas por críticos e pelo público em geral, das mais variadas idades. As crianças e os mais idosos se identificaram com o som e as performances da banda.

"Rosa de Hiroshima", cuja letra é uma poesia de Vinicius de Moraes, logo virou um hit instantâneo, emocionando até mesmo o eterno poetinha da MPB. "O Vira" e a emblemática "Sangue Latino", esta última de João Ricardo com letra de Paulinho Mendonça, foram outros hits.

A capa do primeiro álbum foi outro fator que provocou impacto junto ao público. Foi ideia do fotógrafo Antônio Carlos Rodrigues fazer a foto dos integrantes com as cabeças na mesa, como se estivesse servindo a banda para o ouvinte. Na mesa foram colocados produtos que são encontrados nos antigos armazéns de secos e molhados.

O lançamento do grupo provocou um inexplicável fenômeno de massa. Talvez um dos últimos originados de forma espontânea na música. Além de vender mais discos naquele período do que o Rei Roberto Carlos, a banda ainda fez shows lotados no ginásio do Maracanãzinho, no Rio de Janeiro. E causava um frenesi onde quer que fosse se apresentar.

Eles usavam uma maquiagem inspirada no teatro kabuki do Japão. E vestiam roupas bem chamativas. Ney Matogrosso já dava os primeiros passos com danças e rebolados provocativos, muito embora sua voz fosse o elemento mágico que prendia realmente a atenção do público. Era impossível ficar indiferente ao ouvir as canções interpretadas por ele.

Essa formação ainda gravaria mais um ótimo disco em 1974, mas logo se separaria por questões internas e problemas de relacionamento entre os integrantes. Dos três, Ney Matogrosso foi quem desenvolveu uma carreira solo mais bem sucedida. João Ricardo ainda tentou reativar o grupo com outras formações. Mas nunca conseguiu repetir o incrível sucesso do início. Não por acaso, o disco de estreia é frequentemente citado por críticos como um dos melhores álbuns lançados no Brasil. E esse caráter atemporal do disco confirma que o trio estava certo na direção que decidiu tomar no estúdio, ao gravar as canções.

"Sangue Latino"

"O Vira"

"Rosa de Hiroshima"

.: "Onze Portas para a Escuridão": os contos aterrorizantes de C. J. Tudor


Aclamada pelo público brasileiro por "O Homem de Giz" - seu livro de estreia e um dos romances mais vendidos de 2018 e 2019 no Brasil -, a escritora inglesa C. J. Tudor, apontada como “a versão britânica de Stephen King”, faz sua primeira incursão no universo dos contos. "Onze Portas para a Escuridão", que chega às livrarias pela Intrínseca, é uma coletânea de histórias com enredos sombrios e cheios de reviravoltas.

Tudor dá um toque pessoal aos escritos ao expor suas ideias para cada uma das 11 narrativas, com introduções que servem como ponto de partida para o leitor adentrar no universo de suspense e terror criado pela autora. A edição brasileira ainda é arrematada por ilustrações exclusivas da premiada ilustradora Amanda Miranda, que dão o tom das tramas e instigam a percepção de quem lê.

 Ao navegar entre a estranheza e o horror, os contos apresentam uma série de realidades perturbadoras. Um homem parte em uma missão implacável que beira o fim do mundo. Uma garota com um estranho dom faz amizade com uma assassina sem coração. Quatro amigos resolvem explorar um prédio abandonado com segredos monstruosos. Pai e filha fazem uma viagem de carro por estradinhas rurais em meio ao completo breu. E uma tempestade de areia promete trazer lembranças indesejáveis… Fendas no espaço-tempo, apocalipses e crianças macabras: nas tramas de "Onze Portas para a Escuridão", nada é o que parece, e vida, morte, culpa e fantasia se misturam de forma aterrorizante.

Em ritmo de séries de TV com histórias independentes, "Onze Portas para a Escuridão" consagra C. J. Tudor como uma das grandes escritoras de terror da sua geração. Se os romances da autora são elogiados por seus enredos assustadores e surpreendentes, esta primeira seleção de contos nos leva ainda mais longe, ao mostrar as faces mais perversas e criativas de sua escrita. Fascinante, sinistra e tremendamente original, a obra traz um compilado de histórias carregado de adrenalina e enraizado no que há de mais bizarro em nossa mente. O livro de 288 páginas tem tradução de Carolina Candido, Fernanda Cosenza, Mariana Moura, Thiago Peniche. Compre o livro "Onze Portas para a Escuridão" neste link.


O que disseram sobre o livro 

“Uma coletânea de contos excepcional e arrepiante. Fãs de Twilight Zone vão torcer por outra coleção desta escritora talentosa.” — Publishers Weekly

 “Esta obra inquietante subverte tudo que é banal e comum, revelando o horror por trás de todas as coisas.” — Metro


Sobre a autora
C. J. Tudor
nasceu em Salisbury e cresceu em Nottingham, na Inglaterra. Ao longo dos anos, atuou em várias funções, como repórter, redatora, roteirista para rádio, apresentadora de televisão, dubladora, passeadora de cães e agora escritora. É autora de "O Homem de Giz", "O que Aconteceu com Annie", "As Outras Pessoas" e "Garotas em Chamas", todos publicados pela Intrínseca. Garanta o seu exemplar de "Onze Portas para a Escuridão" neste link.

.: Espetáculo infantil "Meu Reino por Um Cavalo" no Sesc Santos


Livremente inspirado em "Ricardo III", de William Shakespeare, a peça conta a história de um nobre ambicioso que não mede esforços para se tornar rei. Fotos: João Caldas

A Cia. Vagalum Tum Tum apresenta o espetáculo "Meu Reino por Um Cavalo" neste domingo, dia 9 de abril, às 17h30. Livremente inspirado em "Ricardo III", de William Shakespeare, a peça conta a história de um nobre ambicioso que não mede esforços para se tornar rei.

Sempre acompanhado do seu cavalo guitarrista, ele vai eliminando todos que encontra no seu caminho rumo à coroa. Para isto, ele usa uma forma bastante peculiar: as pessoas são enquadradas e eternizadas em molduras na parede. Nesta sede pelo poder, Ricardo despreza seu cavalo, melhor amigo e companheiro, que o abandona para que Ricardo possa proferir a famosa frase: "Um cavalo, meu reino por um cavalo".

Serviço
Espetáculo. "Meu Reino por Um Cavalo". Dia 9 de abril, domingo, 17h30. Teatro. Livre - Autoclassificação. Ingressos: R$ 8 (credencial plena). R$ 12,50 (meia). R$ 25 (inteira). Grátis para crianças até 12 anos, com retirada de ingressos.  


Sesc Santos
Rua Conselheiro Ribas, 136, Aparecida
(13) 3278-9800  

Bilheteria Sesc Santos - Funcionamento 
Terça a sexta, das 9h às 21h30 | Sábado, domingo e feriado, das 10h às 18h30.

Orientação para acesso à unidade: recomenda-se uso de máscara em lugares fechados.

.: Héloa e a potência de yIDé junto ao grupo Tidzy Sabuká Kariri-Xocó no Sesc


Cantora, atriz, bailarina e realizadora audiovisual apresenta seu terceiro álbum de carreira no dia 8 de abril, sábado, às 20h, no Teatro, ao lado de grupo feminino indígena que evoca o poder da ancestralidade brasileira. Foto: Duda Portella


Após estrear o terceiro álbum de carreira, "yIDé", lançado no último ano, a multiartista sergipana Héloa apresenta a obra em um show sensível e potente no Sesc Santos, com a participação do grupo indígena Tidzy Sabuká Kariri-Xocó (AL). A proposta do espetáculo é valorizar e apresentar a força do protagonismo feminino afro-indígena para a baixada santista.

Héloa faz show no próximo dia 8 de abril, sábado, às 20h, no Teatro do Sesc Santos. Os ingressos custam de R$ 10 (credencial plena) a R$ 30 (inteira) e podem ser adquiridos pelo site do Sesc SP, pelo aplicativo Credencial Sesc SP e nas bilheterias do Sesc SP.

O álbum “yIDé” reúne grandes nomes da música brasileira sob direção e produção de Carlinhos Brown e Yuri Queiroga. Entre as participações do disco estão Margareth Menezes, Lia de Itamaracá, Mateus Aleluia, Luiz Caldas e o Grupo Indígena Sabuká Kariri-Xocó.

"Yídé”, em Yorubá, significa retornar. Não à toa, a obra traz o sagrado ancestral como fio condutor do projeto. As canções que compõem o disco exaltam as forças espirituais e de matriz africana e indígena através da evocação de deuses, orixás e gritos de liberdade, esperança e fé.

O trabalho, permeado por ritmos como o ijexá, o reggae, o pop, a ciranda, o samba-reggae, o hip hop, o funk e o rojão, chega ao SESC Santos de modo inédito. Ao vivo, a cantora será acompanhada por Yuri Queiroga no baixo e MPC, Yara Oliveira na bateria, Mestre Dalua na percussão e Webster Santos na viola, violão e guitarra.

Trazendo a potência da ancestralidade dos povos originários, que formam a identidade brasileira, o show de "yIDé" faz celebrar e dançar ao som de tambores, beats e ritmos que trazem uma mistura de várias expressões rítmicas diaspóricas e afroindígenas, evocando o Pop Sagrado. O grupo indígena Tidzy Sabuká Kariri-Xocó, formado por mulheres do Povo Kariri-Xocó que vivem na Aldeia Kariri Xocó, em Porto Real do Colégio, em Alagoas, chega para somar forças a essa performance.

Composto por Nary Nunes Kariri-Xocó e suas filhas Kayane Kariri-Xocó, Tchayane Kariri-Xocó, Netcó Tinga, Lurdinha Kariri-Xocó e Elenice Tinga Kariri-Xocó, Tidzy Sabuká Kariri-Xocó compartilha as práticas de regeneração do corpo no território indigena Kariri-Xocó através dos pensamentos, das palavras e do coração, por meio das danças e cantos do Toré (manifestação cultural milenar, tradicional dos povos indígenas nordestinos, onde se apresentam as forças ancestrais e canaliza-se a memória viva dos antepassados) e do Rojão (canto de resistência, celebração e lamento). Tidzy Sabuká Kariri-Xocó conta sua própria história através da musicalidade, sendo a música, a força motriz dessas mulheres para enfrentar os desafios da vida.


Serviço
Héloa apresenta “yIDé” com participação especial grupo Tidzy Sabuká Kariri-Xocó
Dia 8 de abril, sábado, 20h. Local: Teatro do Sesc Santos. Ingressos: R$ 10 (credencial plena). R$ 15 (meia-entrada). R$ 30 (inteira). Disponível no site do Sesc SP, no aplicativo Credencial Sesc SP e nas bilheterias do Sesc SP. Duração: 90 minutos.

Sesc Santos
Rua Conselheiro Ribas, 136, Aparecida
(13) 3278-9800  

Bilheteria Sesc Santos - Funcionamento 
Terça a sexta, das 9h às 21h30 | Sábado, domingo e feriado, das 10h às 18h30.

Orientação para acesso à unidade: recomenda-se uso de máscara em lugares fechados.

.: Clara Nunes eterna: há 40 anos, Brasil presenciava a partida da guerreira


Por Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.

Há 40 anos, o Brasil perdia uma de suas maiores intérpretes. Clara Nunes não só deixou uma obra musical impecável, como também foi importante na divulgação de nossos ritmos tradicionais, que se fundiam com as influências das religiões de matiz africana e com a cultura afro-brasileira.

Clara Nunes nasceu em 12 de agosto de 1942 em Minas Gerais, na antiga cidade de Cedro (atual Caetanópolis). Ficou órfã de pai e mãe com apenas seis anos de idade e foi criada pelos irmãos mais velhos. Anos mais tarde, passou a trabalhar como tecelã para ajudar nas despesas de casa.

Após se mudar para a capital, Belo Horizonte, passou a cursar o normal para se formar professora. E começou a cantar no coro da igreja do bairro. Foi nessa época que conheceu Aurino Araújo, que a apresentou para diversos artistas da cidade. Nesse período participou de vários eventos musicais e adotou o nome artístico de Clara Nunes, por sugestão do produtor musical Cid Carvalho. A partir de 1965, sua carreira teve um impulso ao se mudar para o Rio de Janeiro e gravar seu primeiro LP. Participou de festivais e se destacou classificando canções em alguns deles.

Sua carreira deslanchou depois do quarto disco, no início dos anos 70. Ela emplacou vários hits que tocaram bastante nas rádios na época. "Conto de Areia", "O Mar Serenou", "Tristeza Pé no Chão", "Quando Vim de Minas", "Meu Sapato Furou", "Canto das Três Raças", "Coração Leviano", "Guerreira" e "Feira de Mangaio" são apenas alguns exemplos de canções marcantes de sua trajetória.

Engana-se quem imagina Clara Nunes apenas como uma intérprete de sambas. Ela era extremamente versátil. Sua voz era afinada e potente, mas também transmitia um ar de suavidade. Ela era capaz de interpretar outros estilos com extrema maestria.

Também ajudou a popularizar temas relacionados com o candomblé e umbanda, incluindo várias canções como esse tipo de temática. Canções como "Deusa dos Orixás", "Coroa de Areia" e "Guerreira" têm uma relação direta com as religiões de matiz africana.

Quando cantava um samba, transformava a canção de tal forma, que parecia sempre uma exaltação ao tema citado pelos compositores. Em "Nação", canção de João Bosco e Aldir Blanc, ela parecia transformar o samba em uma obra que lembrava os grandes momentos de Ary Barroso nos anos 40 e 50. "Canção das Três Raças", de Paulo Cesar Pinheiro, parece até um inspirado samba enredo de escola de samba em sua voz.

No início dos anos 80 ela lançaria ainda outras canções com sucesso nas rádios, como "Portela na Avenida", "Morena de Angola" e "Ijexá". E só interrompeu a carreira de forma precoce ao falecer no dia 2 de abril de 1983, depois de sofrer um choque anafilático antes de uma simples cirurgia de varizes. Uma fatalidade que acabou calando uma das vozes mais bonitas da nossa MPB.

Felizmente sua obra permanece viva, permitindo que novas gerações pudessem ter acesso a sua genialidade como intérprete. Sua influência é notada em nomes da nova geração como Luciana Mello e Vanessa da Mata. Para mim, a voz de Clara Nunes traduz as forças da natureza de tal forma, que é impossível ficar alheio a sua interpretação. Conto de Areia, por exemplo, até hoje mexe com a memória afetiva de minha adolescência. E somente os grandes intérpretes conseguem isso.

"Tristeza Pé no Chão"

"Canto das Três Raças"

"Ijexá"

quinta-feira, 6 de abril de 2023

.: Crítica: "Super Mario Bros: O Filme" é frenético e nostálgico. Imperdível!


Por: Mary Ellen Farias dos Santos 

Em abril de 2023


O jogo clássico dos irmãos Mario e Luigi chega nas telonas do Cineflix Cinemas em formato animado sendo um completo colírio para os olhos, do início ao fim de 1h32 de duração. "Super Mario Bros: O Filme", dirigido por Aaron Horvath e Michael Jelenico, simplesmente acontece freneticamente enquanto desenha com mais profundidade o perfil de Bowser e da princesa Peach -a ponto de torná-los um possível casal-, além dos irmãos bigodudos. 

No nostálgico "Super Mario Bros: O Filme" há muita aventura recheada de ação, com toque de drama, sobrando espaço inclusive para romance -mesmo sendo uma história de amor sem reciprocidade com direito a uma trilha sonora na voz de Bowser que toca piano. Sim! Os brutos grandões também amam! 

A produção de trama completa, com começo, meio e fim traz duas cenas pós crédito que valem a espera. Uma garante um breve musical que faz rir, enquanto que a outra, após correrem todos os créditos provoca ao lançar que a franquia ainda tem mais para mostrar. Yoshi que o diga!

Em "Super Mario Bros: O Filme" tudo começa quando os irmãos Mario e Luigi apostam ter a própria empresa para atuarem como encanadores. Ainda que a família não acredite no sucesso da dupla, os irmãos agradam quando estampam um comercial de televisão falando bem "italianado".

No primeiro chamado o cachorro da madame não curte a visita de Luigi que parte o osso dele ao meio. É justamente esse contratempo que cria uma situação pra lá de confusa e engraçada. No entanto, o maior feito dos dois acontece quando eles entram pelo cano e acabam separados, ao tentarem salvar o bairro do Brooklin de uma inundação. 

"Super Mario Bros: O Filme" é uma animação de puro entretenimento e lotado de referências ao jogo da Nintendo, o que, por vezes, chega a emocionar -o que, fatalmente, é potencializado quando estampado nas telonas, incluindo a sonoplastia dos jogos. A animação imperdível com roteiro de pode Matthew Fogel ser assistida no Cineflix Cinemas nas versões dubladas e legendadas. 

Sinopse: Mario é um encanador junto com seu irmão Luigi. Um dia, eles vão parar no reino dos cogumelos, governado pela Princesa Peach, mas ameaçado pelo rei dos Koopas, que faz de tudo para conseguir reinar em todos os lugares. Você pode comprar os ingressos online neste link. 

Em parceria com o Cineflix Cinemas, o Resenhando.com assiste aos filmes em Santos, no primeiro andar do Miramar Shopping. O Cineclube do Cineflix traz uma série de vantagens, entre elas ir ao cinema com acompanhante quantas vezes quiser - um sonho para qualquer cinéfilo. Além disso, o Cinema traz uma série de projetos, que você pode conferir neste link. Compre seus ingressos no Cineflix Cinemas Santos aqui: vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN

* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do photonovelas.blogspot.com. Twitter:@maryellenfsm

Filme: Super Mario Bros: O Filme

Gênero: aventura, comédia. Classificação: livre. Ano: 2023. Idioma: inglês. Direção: Aaron Horvath, Michael Jelenic. Roteiro: Matthew Fogel. Vozes originais: Chris Pratt (Mario), Anya Taylor-Joy (Princesa Peach), Charlie Day (Luigi), Charles Martinet, Jack Black (Bowser), Keegan-Michael Key (Toad), Seth Rogen (Donkey Kong), Fred Armisen (Cranky Kongs). Duração: 1h 32m. 

Você pode comprar os ingressos online neste link

"Filme: Super Mario Bros: O Filme" - Trailer






.: "Atração Fatal", seriado baseado no filme clássico dos anos 80, vira série


O Paramount+ liberou o trailer oficial de sua nova série original, "Atração Fatal". A produção estreia os três primeiros episódios em 1º de maio, com exclusividade no Paramount+. Protagonizada por Joshua Jackson e Lizzy Caplan, a série faz uma profunda releitura do thriller psicossexual clássico dos anos 80 e irá explorar a atração fatal e os temas atemporais de casamento e infidelidade através das lentes das atitudes modernas em relação a mulheres fortes, personalidade e controle coercitivo.

Nos dias de hoje, depois de cumprir 15 anos de prisão pelo assassinato de Alexandra Forrest (Lizzy Caplan), Daniel Gallagher (Joshua Jackson) vai para liberdade condicional com o objetivo de reconectar-se com sua família e provar sua inocência. Tudo começou em 2008, quando Dan conheceu Alex pela primeira vez, e então seu mundo começou a desmoronar após um breve romance que ameaça destruir a vida que construiu com sua esposa, Beth (Amanda Peet).

A série é estrelada por Joshua Jackson como Dan Gallagher, Lizzy Caplan como Alex Forrest, Amanda Peet como Beth Gallagher, Alyssa Jirrels como Ellen Gallagher, Toby Huss como Mike Gerard, Reno Wilson como Detetive Earl Booker e Brian Goodman como Arthur Tomlinson.

 Alexandra Cunningham (“Dirty John”, “Chance”) atua como roteirista, showrunner e produtora executiva da série ao lado do produtor executivo Kevin J. Hynes (“Perry Mason”), com quem Cunningham compartilha o crédito da história, e os produtores executivos Darryl Frank e Justin Falvey para a Amblin Television. Silver Tree também atua como produtor executivo e dirigiu cinco episódios. Estreia: dia 1º de maio, segunda-feira, com os três primeiros episódios, exclusivamente no Paramount+.

Trailer do seriado "Atração Fatal"


.: "Triste Não É ao Certo a Palavra", o romance de estreia de Gabriel Abreu


Um mosaico que extrapola a forma narrativa para construir um retrato delicado mas feroz sobre legado, memória e amor na relação entre mãe e filho compõe o livro "Triste Não É ao Certo a Palavra", de Gabriel Abreu, lançado pela Companhia das Letras.

Um diário, centenas de fotografias e sessenta e oito cartas é tudo que G. tem de sua mãe, além das lembranças de um passado comum. A caixa de papelão que contém todos esses elementos guarda também as expectativas e as angústias de um filho que tenta construir sua própria identidade e recuperar o contato que se faz ausente.

Partindo em busca dessa mulher -- de quem ela foi antes da maternidade, da mãe que nasceu com ele, dos mistérios da individualidade --, G. revira bulas de remédio, diagnósticos médicos, mapas astrais, redige cartas, e-mails, questiona a si mesmo. E conclui: "Escrevo e envio esta carta para você para tentar reencontrar, em minha própria voz, a tua." Neste sensível e ousado romance de estreia, Gabriel Abreu monta um emocionante quebra-cabeças de registros, afetos e lembranças que apenas um filho, em vias de perder a mãe, pode ter. Compre o livro "Triste Não É ao Certo a Palavra" neste link.


O que disseram sobre o livro
"De uma angústia tão delicada quanto a própria estrutura da memória, Triste não é ao certo a palavra é sobre dar voz. Ao filho, enquanto ele ainda não aprendeu a falar. À mãe, a partir do momento em que ela já não pode mais falar. Já, ainda. São modos de imergir no tempo que Gabriel integra, aproxima, transpõe. Este livro é todo pelo desejo de dar borda, narrar a mãe adentrando seus arquivos é uma estratégia lírica de tornar a mãe possível, continuamente." - Aline Bei, autora de "Pequena Coreografia do Adeus"

"Gabriel Abreu inventa neste livro uma nova língua, a dos sentimentos indizíveis. Um livro único, feito por um raro observador das emoções humanas." - Juliana Leite, autora de "Humanos Exemplares" e "Entre as Mãos".


Sobre o autor
Gabriel Abreu
nasceu no Rio de Janeiro em 1993. É formado em literatura, arte e pensamento contemporâneo pela PUC-Rio e pela Escola de Artes Visuais do Parque Lage - onde expôs a obra "Prefiro Rir", que deu origem a este romance -, e um dos diretores artísticos do grupo criativo BRECHA. "Triste Não É ao Certo a Palavra" é o primeiro livro do autor. Garanta o seu exemplar neste link.

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