quinta-feira, 7 de agosto de 2025

.: Estreias do Cineflix Santos: nostalgia, empoderamento, vampiros e amizade


Por Helder Moraes Miranda, especial para o portal Resenhando.com. 

A semana de estreias no Cineflix Santos, no Miramar Shopping, traz um leque variado de filmes com apelo nostálgico, atuações premiadas e olhares autorais sobre temas universais. Entre comédias familiares, dramas sociais, romances sombrios e cinema europeu de arte, há opções para todos os gostos. Confira a seguir os lançamentos da semana e as sessões de cada produção. Programação completa e ingressos: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN.


🎬"Uma Sexta-feira Mais Louca Ainda" ("Freakier Friday")
Jamie Lee Curtis e Lindsay Lohan trocam de corpo (outra vez!) em comédia nostálgica e hilária. Duas décadas após o sucesso de “Sexta-feira Muito Louca”, Tess (Curtis) e Anna (Lohan) estão de volta em mais uma troca de corpos inusitada. Dirigido por Nisha Ganatra e com participação de Chad Michael Murray, Vanessa Bayer, Rosalind Chao e Maitreyi Ramakrishnan, o longa mistura conflitos familiares, memórias adolescentes e muito humor. O choque de gerações ganha novos contornos com o retorno da banda fictícia Pink Slip e uma trilha sonora que promete encantar fãs antigos e novos.

📅 Sessões legendadas na Sala 2
7 a 13 de agosto - Todos os dias às 18h10 e 20h40
🎟️ Classificação: livre | Duração: 115 min | Distribuição: Disney


🎬 "A Melhor Mãe do Mundo"
Filme nacional de Anna Muylaert transforma a fuga de uma mãe em ato de resistência. Com Shirley Cruz no papel de Gal, catadora de recicláveis que foge de um relacionamento abusivo com os filhos Rihanna e Benin, o filme mistura lirismo e denúncia social em uma jornada urbana pelas ruas de São Paulo. A obra, que já conquistou prêmios na Europa e nos EUA, aposta na força da maternidade, na identidade negra e na imaginação como refúgio contra a violência.

📅 Sessões na Sala 4
7 a 13 de agosto - Todos os dias às 15h30, 18h00 e 20h30
🎟️ Classificação: 12 anos | Duração: 106 min | Distribuição: Galeria Distribuidora


🎬 "Drácula - Uma História de Amor Eterno" ("Dracula - A Love Tale")
Luc Besson transforma o vampiro mais famoso do mundo em um anti-herói romântico. Caleb Landry Jones vive uma versão melancólica de Drácula, em um filme visualmente sofisticado que aposta mais no romance sombrio do que no terror. A trama, que se passa na Londres da Belle Époque, mostra o reencontro do vampiro com uma jovem idêntica à esposa que perdeu há séculos. A trilha é de Danny Elfman e o elenco conta com Christoph Waltz e Zoë Bleu.

📅 Sessões legendadas na Sala 1
7 a 13 de agosto - Todos os dias às 15h50 e 20h50
🎟️ Classificação: 16 anos | Duração: 129 min | Distribuição: Paris Filmes / EuropaCorp


🎬 "A Prisioneira de Bordeaux" ("La Prisonnière de Bordeaux")
Drama francês com Isabelle Huppert retrata amizade entre mulheres de mundos opostos
Na estreia da distribuidora Autoral Filmes, a diretora Patricia Mazuy narra a improvável conexão entre Alma (Huppert), mulher da elite, e Mina (Hafsia Herzi), jovem mãe de origem humilde, em torno de visitas a um presídio. O longa, exibido na Quinzena dos Realizadores em Cannes, emociona sem recorrer ao sentimentalismo e propõe reflexões sutis sobre desigualdade e solidariedade feminina.

📅 Sessões legendadas na Sala 1
7 a 13 de agosto -
Todos os dias às 18h30
🎟️ Classificação: 14 anos | Duração: 108 min | Distribuição: Autoral Filmes


🎟️ Serviço Cineflix Santos
📍 Miramar Shopping - Rua Euclides da Cunha, 21, Gonzaga, Santos/SP
🌐 Programação completa e ingressos: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SAN
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quarta-feira, 6 de agosto de 2025

.: Entrevista: Luciana Carnieli fala sobre a ousadia de (re)viver Sarah Bernhardt

Por Helder Moraes Miranda, especial para o portal Resenhando.com. Foto: João Caldas F.°

Em tempos de efemeridades, é sempre curioso - e necessário - quando uma atriz decide parar tudo para escavar o tempo. Luciana Carnieli escreveu e interpreta "Uma Rapsódia para Sarah Bernhardt", mais vai além disso: revive, em carne, voz e memória, o legado da mulher que, ao redefinir o que era ser atriz no século XIX, ainda incomoda o século XXI. 

Com direção de Elias Andreato e trilha sonora que reverbera compositoras esquecidas pela história, o espetáculo colocou em cena duas mulheres: Sarah Bernhardt, a lendária, e uma atriz brasileira contemporânea que se reconhece nela. Entre uma e outra, o tempo se dobra e o palco vira algo sagrado. Nesta entrevista exclusiva ao Resenhando.com, Luciana Carnieli fala sobre teatro, envelhecimento, criação, fantasmas e a insistência corajosa de não se calar quando o pano cai.


Resenhando.com - Ao dar voz a Sarah Bernhardt no Brasil de 2025, você acredita estar dialogando com o espírito da atriz francesa - ou exorcizando fantasmas seus?
Luciana Carnieli - Acredito estar dialogando com o público sobre o Teatro e a trajetória histórica das mulheres nessa arte. E meu ponto de partida é a vida de Sarah Bernhardt.


Resenhando.com - Sarah Bernhardt perdeu uma perna. A atriz brasileira perde o quê, hoje, para continuar de pé no palco?
Luciana Carnieli - Sarah teve um problema de saúde bastante sério e lutou bravamente por manter-se ativa no palco, mesmo após a perda da perna. Mais do que pensar propriamente em “perdas”, o paralelo que uma atriz brasileira contemporânea pode fazer com esse fato da vida de Sarah está na resistência e na força pra superação das dificuldades, quaisquer que sejam.


Resenhando.com - A peça fala de etarismo. Você sente que o teatro também passou a exigir das atrizes uma “eterna juventude” instagramável, ou ainda há espaço para rugas e profundidade? Por quê?
Luciana Carnieli - O etarismo existe, sim. A eterna juventude é extremamente bem-vinda. Mas o Teatro é como a vida: o efêmero é inevitável... as rugas são inevitáveis... E você pode escolher ter “profundidade” ou não.


Resenhando.com - Como autora e intérprete, qual foi o momento em que Sarah Bernhardt deixou de ser personagem e virou espelho?
Luciana Carnieli - Sarah é sempre uma personagem para mim. Aliás, uma personagem maravilhosa! Mas acredito que todos os atores e atrizes são um pouco “Sarah Bernhardt” quando enfrentam o medo. Medo do público, das limitações, da vaidade e da falta de oportunidades pra continuar no caminho da arte.


Resenhando.com - Você já interpretou Cacilda Becker em “Meu Abajur de Injeção” e agora encarna Sarah Bernhardt. O que a atrai tanto em atrizes que já partiram?
Luciana Carnieli - Tanto Cacilda como Sarah foram admiráveis, marcaram época e fizeram história na arte do Teatro. Impossível não se apaixonar por essas mulheres e querer dialogar teatralmente com o público sobre elas.


Resenhando.com - Sarah foi irreverente, escandalosa, revolucionária. Se ela surgisse hoje, você acredita que seria cancelada ou idolatrada?
Luciana Carnieli - Sarah foi extremamente inteligente pra lidar com a parte “celebridade” de sua vida. Acredito que poderia encarar muito bem tudo que envolve ser uma celebridade de hoje, pois foi muito autêntica em suas escolhas, até mesmo quando errava. Aposto que continuaria sendo idolatrada.


Resenhando.com - Em uma era de algoritmos e inteligência artificial, que lugar ainda ocupa uma atriz que se expõe em cena?
Luciana Carnieli - Ocupa o lugar da arte que privilegia o contato humano, a troca direta entre palco e plateia. Pode ser que um dia isso acabe, mas ainda tem muita gente que adora! Gente que gosta de estar no palco e gente que gosta de estar na plateia, frente ao ator, à atriz. E esse encontro é muito valioso e prazeroso.


Resenhando.com - Você já brilhou em musicais, dramas clássicos e comédias. Criar um solo sobre Sarah Bernhardt foi um grito de liberdade artística... ou um ato de sobrevivência?
Luciana Carnieli - Criar, para mim, é sempre um ato de liberdade e também, de sobrevivência, pois vivo do meu ofício. Mas essa criação nasceu para além disso. Veio sem querer, a partir de uma pesquisa que foi se tornando fascinante. E foi do aprofundamento dessa pesquisa, fazendo paralelos com nosso tempo, que revolvi criar um espetáculo sobre Sarah. Uma leitura subjetiva de quem foi Sarah. Por isso chamo o espetáculo de “Rapsódia”. São recortes, impressões, sobre uma personalidade histórica. E o encontro com o diretor Elias Andreato foi fundamental pra essa criação tomar a forma poética da cena. Elias trouxe um olhar muito importante pra nossa criação. E tudo foi sendo construído com harmonia e cumplicidade.


Resenhando.com - A trilha sonora do espetáculo traz compositoras como Lili Boulanger e Cécile Chaminade. Foi um aceno sonoro àquelas mulheres que, como Sarah, compunham em surdina? 
Luciana Carnieli - Tanto Chaminade, quanto Boulanger não foram artistas que viveram “nas sombras” em seu tempo. Tiveram seu espaço, embora Boulanger tivesse uma vida bastante curta. A ideia do maestro João Maurício Galindo de trazê-las para essa peça veio justamente por serem mulheres contemporâneas de Sarah e, também, grandes artistas, com criações belíssimas. A trilha foi muito importante para mim durante a criação do espetáculo. E entrelaça uma sonoridade perfeita à narrativa.


Resenhando.com - Se Sarah Bernhardt assistisse à sua peça, o que você pensa que ela diria... e o que você teria coragem de responder?
Luciana Carnieli - Jamais poderia imaginar o que ela diria... Mas, se eu a encontrasse, faria uma reverência. E assim agradeceria a oportunidade. De tanto...!

.: Atrizes trocam de corpo (de novo) em comédia nostálgica e divertida


Por Helder Moraes Miranda, especial para o portal Resenhando.com. 

Duas décadas depois da troca de corpos mais famosa do cinema, “Uma Sexta-feira Mais Louca Ainda” ("Freakier Friday"), em Portugal “Sexta-feira Ainda Mais Louca”, estreia nesta quinta-feira, dia 7 de agosto, nos cinemas brasileiros. Dirigida por Nisha Ganatra e baseada no livro "Que Sexta-feira Mais Pirada!", de Mary Rodgers, a sequência marca o reencontro icônico de Jamie Lee Curtis e Lindsay Lohan como Tess e Anna Coleman - agora em meio a novos dramas familiares, surtos adolescentes, um casamento à vista e uma nova e desastrosa troca de corpos que promete repetir o fenômeno do original de 2003.

Na nova trama, Anna (Lohan) é uma empresária sobrecarregada que tenta conciliar o trabalho com a maternidade da filha Harper (Julia Butters), de 15 anos, e o namoro com Eric (Manny Jacinto), um chef solo que também precisa lidar com a filha adolescente, Lily (Sophia Hammons), recém-chegada de Londres. Enquanto isso, Tess (Curtis), agora terapeuta, divide a rotina entre a carreira, o casamento duradouro com Ryan (Mark Harmon) e o papel de avó.

Mas como já se sabe, quando tudo parece caminhar para um momento de paz e celebração, o caos bate à porta - ou, no caso, desce dos céus. Uma vidente desastrada chamada Madame Jen (Vanessa Bayer) prevê o que ninguém acreditaria: uma nova troca de corpos. O que era para ser apenas um reencontro familiar vira uma montanha-russa de confusões hilárias, mágoas mal resolvidas, diálogos afiados e... adolescentes em pânico.

Com um toque contemporâneo e uma carga emocional mais intensa, "Uma Sexta-Feira Mais Louca Ainda" aposta no choque de gerações para reconectar antigos e novos fãs da franquia. A trilha sonora nostálgica, com direito a uma nova versão do clássico “Take Me Away”, da fictícia banda Pink Slip, já está disponível nas principais plataformas de streaming. E não é só a música que volta com força: o filme traz o retorno de personagens queridos como Jake (Chad Michael Murray), o eterno crush de Anna, e a misteriosa Pei Pei (Rosalind Chao), peça-chave da trama original.

Produzido por Kristin Burr, Andrew Gunn e pela própria Jamie Lee Curtis, o longa também conta com Maitreyi Ramakrishnan, conhecida pela série "Eu Nunca", no papel de Ella, a popstar cuja carreira Anna gerencia. O roteiro, assinado por Jordan Weiss e Elyse Hollander, equilibra humor físico e situações surreais com temas universais como amadurecimento, reconciliação familiar e a difícil tarefa de entender os sentimentos de quem se ama - mesmo quando se está no corpo deles. A comédia estreia com classificação indicativa livre, tem 115 minutos de duração, idioma original em inglês e distribuição da Disney no Brasil. E, sim, há uma cena pós-créditos – apenas uma, mas que promete arrancar risadas dos nostálgicos.

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As principais estreias da semana e os melhores filmes em cartaz podem ser assistidos na rede Cineflix CinemasPara acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021.


“Uma Sexta-feira Mais Louca Ainda” | "Freakier Friday" | “Sexta-feira Ainda Mais Louca” | Sala 2
Classificação indicativa: livre. Ano de produção: 2025. Idioma: inglês. Direção: Nisha Ganatra.
Roteiro: Jordan Weiss, Elyse Hollander. Elenco: Jamie Lee Curtis, Lindsay Lohan, Julia Butters, Sophia Hammons, Manny Jacinto, Maitreyi Ramakrishnan, Rosalind Chao, Chad Michael Murray, Vanessa Bayer, Mark Harmon e outros. Distribuição no Brasil: Walt Disney Studios. Duração: 115 minutos. Cenas pós-créditos: sim, uma.


Legendado
7/8/2025 - Quinta-feira: 18h10 e 20h40
8/8/2025 - Sexta-feira: 18h10 e 20h40
9/8/2025 - Sábado: 18h10 e 20h40
10/8/2025 - Domingo: 18h10 e 20h40
11/8/2025 - Segunda-feira: 18h10 e 20h40
12/8/2025 - Terça-feira: 18h10 e 20h40
13/8/2025 - Quarta-feira: 18h10 e 20h40

.: "A Melhor Mãe do Mundo" transforma fuga em grande aventura nas ruas de SP


Por 
Helder Moraes Miranda, especial para o portal Resenhando.com. 

Em "A Melhor Mãe do Mundo", o aguardado novo longa‐metragem de Anna Muylaert, a atriz Shirley Cruz encarna Gal, uma catadora de recicláveis que rompe o silêncio diante de um casamento abusivo e decide fugir pelas ruas de São Paulo com os filhos pequenos Rihanna e Benin, dando início a uma saga de resistência, afeto e sobrevivência.

O roteiro do filme que estreia nesta quinta-feira, dia 7 de agosto, é assinado pela própria Anna Muylaert em colaboração com Grace Passô e Mariana Jaspe, e mescla drama pessoal e denúncia social com franqueza e sensibilidade. Gal e suas crianças travam uma viagem singular - para preservar a inocência dos pequenos, ela transforma a fuga em uma aventura pelas vielas da metrópole, um recurso narrativo que equilibra dureza e poesia.

No elenco, também estão Seu Jorge no papel de Leandro, Luedji Luna, Reyjane Faria, além de participações especiais como Katiuscia Canoro e o rapper Dexter. O filme é uma coprodução Brasil‑Argentina, realizada pelos estúdios Biônica Filmes e Telefilms Group, com distribuição da Galeria Distribuidora. 

O filme foi apresentado pela primeira vez na 75ª edição do Festival de Berlim, na mostra Berlinale Special, em 15 de fevereiro de 2025, recebendo os primeiros aplausos da crítica internacional. Posteriormente, conquistou o prêmio de melhor filme pelo voto do público em festivais na França - La Fiesta Del Cine, em Nice, e CinéLatino, em Toulouse - além de ter feito sua estreia nos Estados Unidos durante o San Francisco International Film Festival, em abril, ampliando as chances de representação do Brasil na corrida ao Oscar de Melhor Filme Internacional em 2026 

Em entrevista, a protagonista Shirley Cruz ressaltou que, ao preparar o papel de Gal, visitou catadoras de recicláveis e construiu laços com essa comunidade, afirmando que essa imersão a inundou de amor e trouxe a revolta como uma das principais ferramentas para esse trabalho. Muylaert revelou ainda que as crianças do filme optaram por usar seus nomes reais - Rihanna e Benin - por se sentirem orgulhosos de sua identidade preta e simbólica.

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Programação do 
Cineflix Santos
“A Melhor Mãe do Mundo” | Sala 4
Classificação indicativa:
12 anos. Ano de produção: 2025. Idioma: português. Direção: Anna Muylaert. Roteiro: Anna Muylaert (em colaboração com Grace Passô e Mariana Jaspe). Elenco: Shirley Cruz (Gal), Seu Jorge (Leandro), Rihanna Barbosa (Rihanna), Benin Ayo (Benin), Luedji Luna (Valdete), Rejane Faria (Munda), participações de Katiuscia Canoro (delegada), Dexter (Babu), Lourenço Mutarelli (Reginaldo). Distribuição no Brasil: Galeria Distribuidora. Duração: 106 minutos. Cenas pós‑créditos: não.


Sinopse resumida de “A Melhor Mãe do Mundo”
Gal, catadora de recicláveis em São Paulo, decide fugir de um relacionamento abusivo levando os dois filhos pequenos em sua carroça. Para proteger as crianças da violência e da falta de lar, ela anuncia a fuga como uma grande aventura - uma jornada pela cidade que é tanto uma fuga quanto um ato de coragem materna.


Idioma original
7/8/2025 - Quinta-feira: 15h30, 18h00 e 20h30
8/8/2025 - Sexta-feira: 15h30, 18h00 e 20h30
9/8/2025 - Sábado: 15h30, 18h00 e 20h30
10/8/2025 - Domingo: 15h30, 18h00 e 20h30
11/8/2025 - Segunda-feira: 15h30, 18h00 e 20h30
12/8/2025 - Terça-feira: 15h30, 18h00 e 20h30
13/8/2025 - Quarta-feira: 15h30, 18h00 e 20h30

.: Novo “Drácula - Uma História de Amor Eterno” traz nova abordagem ao clássico


Por 
Helder Moraes Miranda, especial para o portal Resenhando.com. 

O filme “Drácula - Uma História de Amor Eterno” (“Dracula: A Love Tale") estreia nos cinemas brasileiros em 7 de agosto de 2025, trazendo uma nova abordagem ao clássico personagem criado por Bram Stoker. Com direção e roteiro de Luc Besson, a produção franco-britânica reimagina a trajetória do lendário vampiro, agora interpretado por Caleb Landry Jones.

Na trama, Drácula é um príncipe do século XV que, devastado pela morte da esposa, entrega-se à escuridão e à imortalidade. Séculos mais tarde, já na Londres da Belle Époque, ele encontra uma jovem idêntica à amada perdida, vivida por Zoë Bleu, e passa a persegui-la em nome de um amor que desafia o tempo.

O elenco também conta com Christoph Waltz, no papel de um sacerdote enigmático, Matilda De Angelis como Maria e Ewens Abid como Jonathan Harker. As filmagens começaram em março de 2024, em paisagens nevadas da região de Kainuu, na Finlândia, escolhidas pela atmosfera sombria e melancólica. A trilha sonora é assinada por Danny Elfman, e a fotografia é de Colin Wandersman.

Mais voltado ao romance sombrio do que ao horror explícito, o longa propõe uma releitura emocional e estética do mito de Drácula, apostando na construção de uma figura trágica e apaixonada. A parceria entre Luc Besson e Caleb Landry Jones, que começou em "Dogman" (2023), é retomada nesta obra, que aposta em densidade dramática e visual refinado. A escolha de Christoph Waltz acrescenta ainda mais peso à narrativa, que equilibra mistério, obsessão e paixão em uma história de amor marcada pela eternidade.

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Cineflix Santos
“Drácula - Uma História de Amor Eterno” | “Dracula  A Love Tale” | “Dracula: A Love Tale” | Sala 1
Classificação indicativa: 16 anos. Ano de produção: 2025. Idioma: inglês. Direção: Luc Besson. Roteiro: Luc Besson (baseado no romance de Bram Stoker). Elenco: Caleb Landry Jones como Drácula, Zoë Bleu como Elisabeta/Mina, Christoph Waltz como sacerdote, Matilda De Angelis como Maria, Ewens Abid como Jonathan Harker. Distribuição no Brasil: Paris Filmes em parceria com EuropaCorp / SND. Duração: 129 minutos. Cenas pós‑créditos: não.


Sinopse resumida de 
“Drácula - Uma História de Amor Eterno”
Após perder a esposa no século XV, um príncipe se torna vampiro; quatro séculos depois, ao encontrar uma mulher que lembra sua amada, ele embarca numa paixão obsessiva que desafia o tempo e a morte.


Legendado
7/8/2025 - Quinta-feira: 15h50 e 20h50
8/8/2025 - Sexta-feira: 15h50 e 20h50
9/8/2025 - Sábado: 15h50 e 20h50
10/8/2025 - Domingo: 15h50 e 20h50
11/8/2025 - Segunda-feira: 15h50 e 20h50
12/8/2025 - Terça-feira: 15h50 e 20h50
13/8/2025 - Quarta-feira: 15h50 e 20h50

.: Sensação em Cannes, “A Prisioneira de Bordeaux” estreia nos cinemas


Por 
Helder Moraes Miranda, especial para o portal Resenhando.com. 

A estreia de “A Prisioneira de Bordeaux” (“La Prisonnière de Bordeaux”) - em Portugal foi exibido como “A Prisioneira de Bordéus” - ganhou os cinemas brasileiros em 7 de agosto de 2025 pela distribuidora Autoral Filmes. Dirigido por Patricia Mazuy, o drama reúne no roteiro François Bégaudeau, Pierre Courrège e a própria Mazuy, com colaboração de Émilie Deleuze 

O elenco é liderado por Isabelle Huppert como Alma Lund, mulher de classe alta que vive à sombra da prisão do marido, e Hafsia Herzi como Mina Hirti, jovem mãe solteira de origem modesta. O filme conta a história da amizade improvável entre duas mulheres em uma sociedade desigual. No elenco, também estão Magne‑Håvard Brekke, Noor Elasri, Jean Guerre Souye, Lionel Dray, Jana Bittnerová e outros. Exibido na Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes em 2024, o filme atraiu críticas elogiosas de veículos como Le Parisien, que saudou o “dueto de altíssimo nível” entre Huppert e Herzi, e Libération, que o descreveu como “cheio de ternura e leveza”. 

Em entrevistas, Mazuy comenta que a amizade entre as protagonistas foi cuidadosamente construída para ser o coração da narrativa, regulando o tempo de convívio para menos de um mês e evitando golpes narrativos que soassem didáticos. Já Isabelle Huppert disse ter aceitado o papel por admirar a cineasta e sua visão política sutil, reconhecendo a força das histórias que Mazuy conta. O filme promove o reencontro entre a atriz com a diretora após o longa "Saint‑Cyr" (2000). Mazuy voltou a Cannes com o sétimo longa‑metragem, confirmando a reputação de ser uma das vozes mais relevantes do cinema francês contemporâneo. Distribuído no Brasil pela recém‑lançada Autoral Filmes, que  estreia no mercado com este drama e outros títulos de arte e independentes.


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Programação do 
Cineflix Santos
“A Prisioneira de Bordeaux” | “La Prisonnière de Bordeaux” | “A Prisioneira de Bordéus” (em Portugal) | Sala 1
Classificação indicativa: 14 anos. Ano de produção: 2024. Idioma: francês. Direção: Patricia Mazuy. Roteiro: François Bégaudeau, Pierre Courrège e Patricia Mazuy (com colaboração de Émilie Deleuze). Elenco: Isabelle Huppert (Alma Lund), Hafsia Herzi (Mina Hirti); também Noor Elasri, Magne‑Håvard Brekke, Jean Guerre Souye, Lionel Dray, Jana Bittnerová, Robert Plagnol, entre outros.  Distribuição no Brasil: Autoral Filmes. Duração: aproximadamente 108 minutos (1h48).Cenas pós‑créditos: não.


Sinopse resumida de “A Prisioneira de Bordeaux”

Alma, mulher elegante da elite rumo à solidão desde o encarceramento do marido, encontra Mina, jovem mãe de origem humilde, na sala de espera da prisão. Ao descobrir que Mina não poderá fazer a visita naquele dia, oferece a ela estadia em sua casa - e dali nasce uma intensa e improvável amizade que atravessa diferenças de classe e reflete sobre o papel da mulher em uma sociedade desigual.


Legendado
7/8/2025 - Quinta-feira: 18h30
8/8/2025 - Sexta-feira: 18h30
9/8/2025 - Sábado: 18h30
10/8/2025 - Domingo: 18h30
11/8/2025 - Segunda-feira: 18h30
12/8/2025 - Terça-feira: 18h30
13/8/2025 - Quarta-feira: 18h30

terça-feira, 5 de agosto de 2025

.: Fernanda Emediato fala sobre o livro que devolve a infância ao Brasil


Por 
Helder Moraes Miranda, especial para o portal Resenhando.com. Foto: divulgação

Em um tempo em que infância e poesia parecem cada vez mais deslocadas da paisagem cotidiana, o livro "As Pipas de Portinari" surge como um gesto raro: não é apenas um livro, mas uma travessia entre a arte e as brincadeiras de criança. A obra organizada por Fernanda Emediato e Leo Cunha reúne dez autores brasileiros em um voo poético sobre as telas do pintor Candido Portinari. São textos de Cíntia Barreto, Dilan Camargo, Henrique Rodrigues, João Bosco Bezerra Bonfim, José Carlos Aragão, Marco Haurélio, Roseana Murray e Sônia Barros. Mais do que uma antologia, o livro é um gesto de reconexão com o Brasil que brinca, sonha e sobrevive. 

Com formas diversas - haicais, cordéis, sonetos, parlendas, poemas visuais e limeriques - a obra transforma o olhar do artista em linguagem acessível, multiforme e profundamente brasileira. Nesta entrevista exclusiva ao Resenhando.com, Fernanda Emediato, que começou a trajetória editorial ainda menina - ela é filha do escritor Luiz Fernando Emediato - e hoje dirige a Tróia Editora, fala sobre a gênese do projeto, a relação entre arte e literatura, o papel da infância e os riscos de tentar voar com uma pipa em um país em que o vento, às vezes, sopra contra. Compre o livro "As Pipas de Portinari" neste link.


Resenhando.com - Se Portinari pintava o Brasil que doía e sonhava, “As Pipas de Portinari” pinta um Brasil que ainda se permite brincar? Ou é um suspiro poético diante de um país que insiste em cortar as linhas da infância?
Fernanda Emediato - Vejo "As Pipas de Portinari" como uma ode à infância. A ideia do livro nasceu em 2022, quando visitei a exposição “Portinari para Todos”. Havia um espaço encantador chamado “Quintal do Portinari”, voltado especialmente às crianças. Naquele dia, fui com meu filho Raul, então com cinco anos, e minha irmã Serena, de seis. Começamos a visita por esse quintal lúdico, onde as crianças corriam de um lado para o outro, encantadas, interagindo com as obras do artista. Uma das estações convidava os pequenos a desenhar sua própria pipa, que depois ganhava vida em uma das telas de Portinari - um momento mágico. Mas o mais surpreendente foi o que veio depois: avançamos para a parte principal da exposição e, mesmo diante das obras mais densas e simbólicas, as crianças continuaram engajadas, comentando, observando, se emocionando. Foi comovente perceber que a arte, quando acessível, toca todas as idades. Ali, antes mesmo de sairmos da mostra, nasceu a ideia de unir poesia e pintura em uma obra literária que resgatasse a potência sensível da infância brasileira. Este livro é um suspiro poético, sim, mas é também um grito de urgência. Um apelo para que a infância não seja esquecida. Que não cortemos as linhas que a fazem voar. A arte, o brincar, o encontro entre crianças precisam ser preservados. Precisamos tirá-las das telas, devolvê-las ao vento, ao chão, às pipas. Nós - pais, educadores, cuidadores - temos a responsabilidade de manter viva essa essência. Não podemos continuar tentando silenciar nossas crianças com tecnologia. Elas têm direito à alegria, à poesia, ao sonho - e também ao tédio. Sim, ao tédio de contar palitos no restaurante durante conversas que não as interessam, de observar formigas no chão, de contar postes pela janela do carro durante longos trajetos.


Resenhando.com - Você cresceu em meio a livros, editores e ideias. O que a pequena Fernanda, que publicou seu primeiro livro aos nove anos, diria ao ver que um projeto seu agora dialoga com um gigante das artes como Portinari?
Fernanda Emediato - De fato, eu passei a vida cercada por livros - mesmo antes de saber ler, já abria meus exemplares e recriava as histórias a partir das ilustrações. Aos 14 anos, comecei a trabalhar com meu pai, na Geração Editorial, e quando chegou a hora de me formar em Publicidade, precisei decidir: seguir no caminho da comunicação ou continuar aprendendo o ofício de editar livros. Um momento marcante foi quando ajudei meu pai a editar a obra "As Maluquices do Imperador", de Paulo Setúbal. Fizemos uma edição especial, com pinturas da época, e mesmo sendo uma obra em domínio público, ela se destacou justamente pela escolha das imagens. Ali eu aprendi que as pinturas também contam histórias - e que a união entre palavra e imagem pode transformar uma leitura. Hoje, como editora, gosto muito de usar essa estratégia em obras de domínio público: resgatar não só a literatura clássica, mas também as artes visuais. Trabalhar com as obras de Candido Portinari foi uma experiência profundamente tocante. E ter o apoio, a generosidade e a confiança de João Candido Portinari foi essencial para tornar esse projeto possível. Sou imensamente grata por isso. Portinari se importava com as crianças. E isso é algo que temos em comum. Esse projeto é todo voltado a elas. É uma ponte entre o olhar da arte e o olhar da infância - e acredito que a pequena Fernanda de nove anos, que publicou seu primeiro livro ainda criança, se emocionaria ao ver que sua paixão por palavras e imagens a levou até aqui.


Resenhando.com - Há algo de contrarrevolucionário em apostar em poesia para crianças num tempo de TikTok, fake news e hiperconectividade?
Fernanda Emediato - Olha, hoje em dia, lançar qualquer obra literária já é, por si só, um ato contrarrevolucionário. O mercado editorial vive um momento muito delicado. As vendas caíram cerca de 45% e, segundo a 6ª edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, 53% dos entrevistados não leram sequer um trecho de livro no último ano. Onde estão os nossos leitores? As listas de mais vendidos seguem dominadas por livros de colorir - o que não é um problema em si, mas revela uma busca por algo rápido, efêmero. E eu me pergunto: cadê os leitores que amam palavras? Cadê as crianças e os jovens que mergulham nas histórias com o mesmo brilho nos olhos que têm ao abrir um aplicativo? As pessoas precisam se reconectar com a leitura. Precisam lembrar que um livro pode trazer muito mais satisfação - e transformação - do que um vídeo de 15 segundos. O que falta, muitas vezes, é só encontrar o gênero certo. Tem literatura para todo mundo: de Sabrina a Agatha Christie, dos clássicos “cabeças” à ficção leve, da não-ficção à fantasia, autores internacionais e nacionais - é impossível que alguém não encontre seu gênero favorito e se divirta com ele. E o mais triste é perceber que até quem já era leitor está se afastando dos livros, como se esquecesse da própria essência. Hoje, eu vivo essa agonia. 


“As Pipas de Portinari” é também um manifesto?
Fernanda Emediato - O mercado editorial parece estar murchando diante dos nossos olhos. Os programas de aquisição pública de livros estão desaparecendo. Os editais estão sendo encerrados. Muitas editoras estão vivendo uma fase melancólica - quase uma resistência silenciosa. Por isso, sim,  "As Pipas de Portinari" é também um manifesto. Um grito poético. Uma aposta radical na infância, na arte e na palavra. É dizer: "ainda dá tempo! Ainda podemos voar!".


Resenhando.com - Por que reunir tantos estilos poéticos e formas tão distintas? Foi uma escolha estética, política ou um desejo de descomplicar a arte para todos os públicos - inclusive os que têm medo de poesia?
Fernanda Emediato - Quando tive a ideia do projeto, meu objetivo era unir arte e poesia. Sempre acreditei que um poema pode contar a história de uma pintura de forma mais sensível, mais ampla - criando pontes entre palavra e imagem, entre memória e imaginação. Também queria que o livro pudesse ser usado como ferramenta pedagógica nas escolas, tocando leitores de diferentes idades e repertórios. Para me ajudar nessa missão, convidei o escritor Leo Cunha para organizar a obra comigo. Conversamos bastante sobre qual seria a melhor faixa etária para dialogar com as pipas - e foi ele quem assumiu com sensibilidade e inteligência a curadoria dos poetas. Leo foi brilhante ao trazer diversidade geográfica, estética e afetiva para a seleção. Reunimos vozes de diferentes cantos do Brasil, e cada poeta pôde escolher a tela que mais o tocava e o estilo poético com que desejava conversar com ela. O resultado foi uma coletânea rica, vibrante e plural. Há cordel, haicai, soneto, verso livre, adivinha, parlenda, quadrinha, décima, limerique e poema visual - cada forma com sua própria melodia e o seu modo único de tocar o leitor. E quem dá vida a esse arco-íris de linguagem, além de mim e de Leo Cunha, são poetas contemporâneos que admiro profundamente: Cíntia Barreto, Dilan Camargo, Henrique Rodrigues, João Bosco Bezerra Bonfim, José Carlos Aragão, Marco Haurélio, Roseana Murray e Sônia Barros. Sim, essa escolha foi estética, pedagógica e também política: porque é urgente descomplicar a poesia, torná-la acessível, brincante, viva. Há muita gente que tem medo de poesia - como se fosse difícil demais, ou elitista demais. Mas a poesia pode ser simples, leve, divertida. Pode emocionar sem explicar tudo. E é isso que queremos mostrar com "As Pipas de Portinari".


Resenhando.com - Em um país em que as políticas públicas de cultura são tão instáveis, como foi lidar com três frentes de fomento (ProAC, Aldir Blanc e Lei Rouanet)?
Fernanda Emediato - O projeto demorou quase três anos para se concretizar. Eu poderia ter lançado a obra sem apoio de políticas públicas, mas, justamente pela importância do conteúdo e pelo apelo simbólico, decidi aguardar e insistir. A primeira vez que o inscrevi no ProAC, ele foi reprovado - teve uma boa pontuação, mas não foi suficiente para aprovação. Mesmo assim, não desisti. Aprimorei o projeto, esperei mais um ano e, nesse meio-tempo, também consegui viabilizá-lo pela Lei Rouanet. A espera valeu a pena. Hoje, boa parte da tiragem impressa está sendo distribuída gratuitamente. E no próximo mês, o livro estará disponível também em formato digital com descrição de imagens, gratuito para download pela Amazon. Além disso, a obra está sendo adaptada para audiolivro com acessibilidade, que será disponibilizado gratuitamente no YouTube. Também teremos um vídeo-aula sobre Portinari e poesia, disponível para qualquer pessoa, e um caderno de atividades para crianças, tanto impresso quanto digital, para download livre. Mesmo com acabamento de luxo e capa dura, o livro físico também tem um preço acessível: está à venda por R$ 49,90. Isso é fruto de uma escolha consciente: acessibilidade em todos os sentidos - estética, econômica, pedagógica e tecnológica.


Ainda dá para sonhar em alto nível com incentivo público ou é preciso ser contorcionista cultural?
Fernanda Emediato - Acho que o maior segredo para trabalhar com incentivo público é manter o foco no público. O papel do produtor cultural é distribuir cultura com qualidade - e se empenhar para que ela chegue, de fato, às pessoas. Sim, as políticas públicas são instáveis, nem sempre justas e quase nunca fáceis de acessar. Mas com amor, persistência e compromisso com o bem comum, a gente chega lá.


Resenhando.com - Se o Brasil fosse uma tela de Portinari hoje, que cores estariam mais gastas? E que verso você escreveria sobre ela?
Fernanda Emediato - As cores mais gastas seriam justamente o verde, o amarelo e o azul - e isso me entristece profundamente. Durante muito tempo, essas cores eram celebradas com orgulho, especialmente nos esportes, como símbolo de união. Mas hoje, elas carregam disputas, bandeiras ideológicas, rupturas. Perderam o brilho, o afeto. O que antes era de todos, agora parece dividido. O verso que eu escreveria seria uma paráfrase do início da minha parlenda no livro: “Um, dois... ela se foi?” Como quem pergunta: e a nossa alegria? E o nosso Brasil? Mas eu sigo acreditando. Ainda dá tempo de resgatar o amor pelo país - e não um amor vazio ou de ocasião, mas aquele que valoriza nossos artistas, escritores, professores, atores, artesãos, agricultores, cuidadores. O Brasil tem tudo o que precisamos: alma, talento e beleza. Só falta devolver às nossas cores o que elas sempre representaram: esperança, criação e pertencimento.


Resenhando.com - Por que ainda é tão difícil unir literatura e artes visuais de forma realmente integrada nas escolas?
Fernanda Emediato - Essa é realmente uma batalha difícil. Na minha opinião, mais do que medo ou teimosia institucional, o que existe é despreparo - e isso só se resolve com formação e valorização dos professores. É preciso investir mais em quem está na ponta: oferecer treinamento de qualidade, incentivo, tempo para estudar, liberdade criativa. Não adianta exigir inovação se os educadores estão sobrecarregados, mal remunerados ou sem apoio. Sou apaixonada pela filosofia Waldorf, e meu filho estuda em uma escola assim desde a Educação Infantil. Lá, a arte é usada como pano de fundo para tudo: matemática, linguagem, ciências, história. E isso faz uma diferença imensa na forma como as crianças aprendem e se relacionam com o mundo. Se as escolas tradicionais tivessem um pouco mais disso - mais espaço para o sensível, para o estético, para o simbólico - seria maravilhoso. Acredito, sim, que um dia chegaremos lá. Acompanho de perto o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) e sei que há boas intenções. Mas também vejo com preocupação a aposta excessiva em livros digitais convertidos em HTML. Sou totalmente a favor da tecnologia quando ela é uma ponte de acessibilidade. Mas sou crítica do uso de conteúdos digitais como substitutos do livro físico em sala de aula. Nada substitui o vínculo concreto com o objeto-livro - com o virar da página, com o toque, com a presença da arte no papel. Literatura e artes visuais nasceram juntas. Separá-las foi um erro do sistema. Reuni-las exige coragem, preparo e, acima de tudo, confiança na sensibilidade das crianças.

Resenhando.com - “As Pipas de Portinari” traz uma carta emocionante do filho do pintor. Para você, que cresceu com a figura paterna tão presente no mundo editorial, o que significa esse gesto de João Candido Portinari? Foi também um aceno simbólico de pai para filho?
Fernanda Emediato - A carta do João Candido Portinari para seu pai é emocionante em muitos aspectos. É um texto que carrega amor, memória e uma busca sincera por reconexão. Já assisti a diversas palestras do João, e todas me tocaram profundamente - são sempre generosas, inspiradoras e carregadas de afeto. O trabalho de resgate que ele faz da obra e da figura de Portinari é um gesto de amor filial, mas também de amor ao Brasil. Ele não está apenas preservando a memória de um artista - está dizendo: este país tem raízes, tem arte, tem beleza que não podemos esquecer. Meu trecho favorito da carta é este: "Até que, no ano passado, comecei a te reencontrar. Aos poucos, foi se esboçando em mim a necessidade de te buscar. Buscar você, buscar o Brasil". Esse trecho me tocou profundamente. Eu me identifiquei. Como filha de um escritor e editor muito conhecido, também carrego essa herança com orgulho. Os prêmios que meu pai recebeu, as obras que escreveu, o que ele construiu - tudo isso me acompanha. Muitas vezes discordamos (aliás, acho que discordamos de quase tudo! risos), mas temos algo essencial em comum: o amor pelos livros e a vontade de fazer a literatura chegar às pessoas. Vivendo no mundo editorial, vejo muitos herdeiros apagarem as vozes dos seus pais - deixando de autorizar o uso de seus textos ou ilustrações, muitas vezes pensando apenas em questões monetárias. Isso me entristece, porque acredito que todo artista carrega, no fundo, o desejo de ver sua obra difundida, compartilhada, viva. Por isso, sim - vejo essa carta também como um aceno simbólico de pai para filho. E, para mim, poder ter esse gesto dentro da obra "As Pipas de Portinari" é um presente. Porque é, no fundo, uma carta sobre pertencimento, reconciliação e continuidade - valores que eu também carrego, como filha, como mãe, como editora.


Resenhando.com - A arte pode ser libertadora - mas também pode ser domesticada. Como você evita que um projeto como este vire apenas “conteúdo pedagógico” e perca sua alma poética?
Fernanda Emediato - A arte pode - e deve - entrar nas escolas. Mas ela precisa chegar como experiência sensível, não apenas como tarefa ou prova. Para mim, o maior cuidado é esse: preservar a alma da obra. A poesia não é feita para ser decodificada como fórmula, mas para ser sentida, lida em voz alta, desenhada, reinventada. "As Pipas de Portinari" foi pensada para dialogar com o universo escolar, sim - mas como uma ponte, não como uma cartilha. Sou totalmente a favor de que a literatura esteja nas escolas - desde que respeite a infância, a subjetividade e o tempo de cada leitor. A arte não deve ser domesticada, nem usada como um “treinamento para o Enem”. Ela precisa provocar, encantar, abrir perguntas. Acredito, sim, que uma obra pode ser usada pedagogicamente sem perder a força poética - desde que o educador esteja comprometido com isso. Por isso, insisto tanto em produzir também materiais de apoio com sensibilidade, como os cadernos de mediação, os audiolivros acessíveis, as videoaulas criativas.


Resenhando.com - Se você tivesse que resumir o livro em um bilhete que voasse preso na rabiola de uma pipa, o que escreveria para os leitores do futuro?
Fernanda Emediato - Se eu tivesse que resumir o livro em um bilhete preso na rabiola de uma pipa, eu escreveria: “Nem toda linha aprisiona. Algumas ensinam a voar”. E, logo abaixo: “Saiam das telas, entrem nos livros”. Porque "As Pipas de Portinari" é exatamente isso: um convite ao voo. Um chamado para que as crianças e os leitores do futuro não se esqueçam do corpo, do vento, da arte, da palavra. Que saibam que há outros caminhos - mais lentos, mais belos, mais vivos - do que os oferecidos pelas telas.

.: "Nise em Nós" comemora os 120 anos da psiquiatra Nise da Silveira em SP


Escrito e dirigido por Duda Rios, espetáculo proporciona uma rica reflexão sobre a relação entre arte e saúde mental. Foto: Andressa Baldoni

A trajetória e as enormes contribuições da alagoana Nise da Silveira (1905-1999) para o campo da psiquiatria são revisitadas no espetáculo "Nise em Nós - Uma Ode ao Delírio", dirigido e escrito por Duda Rios, que, recentemente, foi indicado ao Prêmio Shell de Teatro, pela direção de “Azira’i”. O espetáculo da Dupla Companhia ganha uma curtíssima temporada de estreia no Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo, em comemoração aos 120 anos da homenageada, de 7 a 23 de agosto.

Em uma espécie de gesto de escuta dos artistas, a peça propõe uma travessia entre o passado e o presente, entre a ciência e a arte, entre a lucidez e o delírio que nos cura. Em cena, estão Lucas Gonzaga, Rafaele Breves, Gabriela Carriel, Victor Mota e Hugo Muneratto. A direção musical é assinada por Dessa Ferreira.

Inspirada na trajetória da médica psiquiatra, uma mulher nordestina, revolucionária e profundamente humana, a peça propõe uma reflexão sensível sobre o afeto como metodologia e o cuidado como revolução. A montagem costura memórias pessoais do elenco com histórias reais dos clientes, artistas e pensadores que cruzaram o caminho de Nise, como Graciliano Ramos, Carl Gustav Jung, Martha Pires Ferreira e Dona Ivone Lara.

Tudo isso se encontra em cena por meio de uma linguagem híbrida que mistura teatro, poesia, música e folguedos brasileiros. A obra não apenas celebra os 120 anos de nascimento de Silveira como lança o olhar adiante — para o futuro da saúde mental, para o direito ao delírio e para a construção de um Brasil mais sensível, onde o amor não seja exceção, mas método. 

Neste delírio, a Dupla Companhia resiste, se reinventa, mas sobretudo se reencanta com o mundo. "Nise em Nós" é memória, é política, é poesia. E está à espera do encontro com o público. Compre os livros de Nise da Silveira neste link.


Sinopse de "Nise em Nós - Uma Ode ao Delírio"
Eis aqui nosso gesto de escuta: mais uma travessia entre o passado e o presente, entre a ciência e a arte, entre a lucidez e o delírio que nos cura. Inspirado na trajetória da médica psiquiatra Nise da Silveira - mulher nordestina, revolucionária e profundamente humana - o espetáculo propõe uma reflexão sensível sobre o afeto como metodologia e o cuidado como revolução. A obra celebra os 120 anos de nascimento de Nise da Silveira e lança o olhar adiante - para o futuro da saúde mental, para o direito ao delírio e para a construção de um Brasil mais sensível, onde o amor não seja exceção, mas método.


Ficha técnica
Espetáculo "Nise em Nós - Uma Ode ao Delírio"
Direção e dramaturgia: Duda Rios
Elenco e dramaturgia: Lucas Gonzaga, Rafaele Breves, Gabriela Carriel, Victor Mota e Hugo Muneratto
Provocação: Viviane Mosé
Direção de produção e idealização: Lucas Gonzaga
Direção de comunicação: Rafaele Breves
Direção musical e trilha sonora: Dessa Ferreira
Direção de arte: Mariana Villas-Bôas
Cenotécnica: Bruna Boliveira e Hugo Muneratto
Ilustradoras convidadas: Franciéle da Silva Pinto e Liliane Janaina Cruz
Assistente de adereços: Kadu Dias
Iluminação: Gabriele Souza
Visagismo: Claudinei Hidalgo
Design de som: Jess Melo
Modelista e costureiro: Cristian Lourenço
Equipe de costura: Ubiraci Ribeiro (UR Cenografia), Adriana do Nascimento, Heloisa Trigueiros, Maria de Lourdes do Vale, Ana Paula Mattos, Providenciando (Por um fio), Marcilene Máximo (Casa Lourenço Ateliê) e Aparecida Correia (Casa Lourenço Ateliê).
Voz off: Martha Pires Ferreira
Canções originais: Dessa Ferreira e Duda Rios
Produção executiva: Miranda Gonçalves
Assessoria de imprensa: Pombo Correio
Direção audiovisual: Paulo Julião
Fotógrafa: Andressa Baldoni
Produção Original: Dupla Companhia


Serviço
Espetáculo "Nise em Nós - Uma Ode ao Delírio"
Temporada: 7 a 23 de agosto de 2025
Horário: quintas e sextas, às 19h00; sábados, às 18h00
Local: Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo
Rua Álvares Penteado, 112 - Centro Histórico/São Paulo
Gratuitos, disponíveis em bb.com.br/cultura ou na bilheteria física, uma hora antes de cada sessão.
Capacidade: 120 lugares
Duração: 80 minutos
Classificação: 14 anos
Acessibilidade: teatro acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida. Todas as sessões contam com tradução simultânea para LIBRAS.
Entrada acessível: Pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida e outras pessoas que necessitem da rampa de acesso podem utilizar a porta lateral localizada à esquerda da entrada principal. 
Funcionamento CCBB SP: aberto todos os dias, das 9h00 às 20h00, exceto às terças  
Informações: (11) 4297-0600 
Estacionamento: o CCBB possui estacionamento conveniado na Rua da Consolação, 228 (R$ 14 pelo período de 6 horas - necessário validar o ticket na bilheteria do CCBB). O traslado é gratuito para o trajeto de ida e volta ao estacionamento e funciona das 12h às 21h. 
Transporte público: o CCBB fica a 5 minutos da estação São Bento do Metrô. Pesquise linhas de ônibus com embarque e desembarque nas Ruas Líbero Badaró e Boa Vista.  
Táxi ou aplicativo: desembarque na Praça do Patriarca e siga a pé pela Rua da Quitanda até o CCBB (200 m). 
Van: ida e volta gratuita, saindo da Rua da Consolação, 228. No trajeto de volta, há também uma parada no metrô República. Das 12h00 às 21h00.

.: Musical "Brenda Lee e o Palácio das Princesas" faz nova temporada


Considerada referência na luta pelos direitos LGBTQIA+, a ativista Brenda Lee (1948–1996) é homenageada no musical, que ganhou os prêmios APCA de melhor peça, Bibi Ferreira de melhor roteiro e atriz revelação em musicais, além do Prêmio Shell de melhor atriz para Verónica Valenttino: Laerte Késsimos 


Com uma trajetória de muito sucesso, o musical "Brenda Lee e o Palácio das Princesas" faz nova temporada em São Paulo no Teatro Vivo a partir do dia 5 de agosto de 2025. O trabalho tem dramaturgia e letras de Fernanda Maia, direção e figurinos de Zé Henrique de Paula e música original e direção musical de Rafa Miranda.  O musical traz em cena seis atrizes transvestigêneres: Verónica Valenttino, Olivia Lopes, Tyller Antunes, Andrea Rosa Sá, Elix e Leona Jhovs, além do ator cisgênero Fabio Redkowicz. A orquestra é formada por Rafa Miranda (piano), Juma Passa (contrabaixo), Rafael Lourenço (bateria) e Carlos Augusto (guitarra e violão). Já a preparação de atores é assinada por Inês Aranha e a coreografia por Gabriel Malo.

Ao contar a história da travesti Caetana, que ficaria conhecida como Brenda Lee, o espetáculo cria uma discussão sobre a luta das travestis nas ruas de São Paulo, a escassez de oportunidades que as impele à prostituição e como foram apoiadas pela protagonista. Brenda nasceu em Bodocó (PE) em 1948, e mudou-se, aos 14 anos, para São Paulo, onde trabalhou com a prostituição até meados dos anos 1980, quando decidiu comprar um sobrado no Bixiga e abrir uma pensão para acolher travestis em situação de vulnerabilidade, muitas das quais estavam infectadas pelo vírus HIV/AIDS. 

O espaço foi muito importante porque, na época, como se sabia muito pouco sobre a epidemia, a maioria das travestis soropositivas estava condenada ao preconceito, à violência, ao abandono e à solidão. E, por esse trabalho essencial, a ativista passaria a ser conhecida como “anjo da guarda das travestis”. Mais tarde, o centro de apoio à população trans seria reconhecido como a primeira casa de acolhimento a pessoas com HIV/Aids no Brasil. Chamada de Palácio das Princesas, a instituição firmou convênios com a Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo e com o Hospital Emílio Ribas. E graças a um trabalho conjunto, essas entidades aprimoraram a forma de atender pacientes soropositivos, independentemente de gênero, sexo, orientação sexual e etnia.

Aos 48 anos, em 28 de maio de 1996, no auge de seu projeto, Brenda foi assassinada e encontrada no interior de uma Kombi estacionada em um terreno baldio, com tiros na região da boca e no peitoral. O crime teria sido motivado por um golpe financeiro cometido por um funcionário da casa. Em 2008, foi criado o “Prêmio Brenda Lee”, que contempla personalidades que se destacam na luta contra o HIV e prevenção da Aids.

A criação deste musical é uma continuidade das pesquisas do Núcleo Experimental sobre as possibilidades de interação entre música e teatro. Além disso, consolida a trajetória do grupo como criador de musicais originais brasileiros e comemorou os 10 anos de existência da sede do grupo na Barra Funda

“Contar a história do 'Palácio das Princesas' é não só manter viva a memória de Brenda Lee, mas retratar uma mulher trans protagonista em sua luta e ativismo. Com a criação deste musical, também pretendemos diversificar o grupo de artistas que trabalham com o Núcleo Experimental, empregando musicistas, atrizes, criativos e técnicos transexuais e transgêneros. Este projeto significa mais oportunidades para uma população discriminada no mercado de trabalho”, conta Fernanda Maia.

E a dramaturga ainda completa: “O Núcleo Experimental tem consolidado uma obra em que o musical aparece não somente como diversão, mas como uma forma de arte que pode também refletir e discutir a sociedade. Um espetáculo composto por atrizes transvestigêneres, sobre uma importante travesti no panorama do surgimento da Aids e do fim da ditadura militar nos anos 80 significa colocar no centro do processo artístico criativo quem sempre esteve às margens. Fazer isso sob forma de musical significa atingir um tipo de público não habituado às histórias da população trans, contribuindo para a diminuição do apartheid social em que nos encontramos”. Compre o livro "Brenda Lee e o Palácio das Princesas", de Fernanda Maia, neste link.


Concepção
A dramaturgia alia três planos. O primeiro deles é o dos números musicais, que faz uma homenagem às antigas boates da noite paulistana que nos anos 80 foram um porto seguro da população transgênero e geraram oportunidades de trabalho para as travestis. Neste plano, as meninas da casa da Brenda contam suas histórias pregressas e falam de seus sonhos e objetivos através de canções. Há também o plano da história cronológica em que Brenda abre mão do sonho de ter seu “Palácio das Princesas” para poder acolher as amigas que estavam doentes, e o plano das entrevistas.

“Na dramaturgia, inserimos transcrições de entrevistas reais de Brenda Lee colhidas de registros em vídeo na internet. Nestas entrevistas ela conta quem é, fala sobre sua família, sobre a prostituição, sobre como amealhou um patrimônio e o colocou à disposição de outras amigas. Fala sobre o trabalho na casa e sua relação com a morte. As moradoras da casa de Brenda Lee (Isabelle Labete, Ariela del Mare, Blanche de Niège, Raíssa e Cynthia Minelli) foram inspiradas pelas princesas de contos de fadas, em alusão ao apelido da casa. Suas histórias foram construídas a partir dos relatos de travestis reais através da nossa pesquisa”, explica Fernanda Maia.

“Conseguimos um material bibliográfico de apoio, além de depoimentos de pessoas que conheceram pessoalmente Brenda Lee, foram moradoras ou trabalharam na casa. Duas dessas pessoas foram os médicos Jamal Suleiman e Paulo Roberto Teixeira. O Dr. Jamal Suleiman é infectologista e ainda trabalha no Hospital Emílio Ribas. Ele conheceu Brenda Lee quando ela levava suas moradoras ao hospital, no início da epidemia. Como o Hospital ainda não possuía uma estrutura especializada no atendimento de HIV/Aids e como os médicos e enfermeiros não possuíam preparo para o atendimento da população transvestigênere, ainda muito marginalizada, ofereceu-se para atender dentro da casa de Brenda. O Dr. Paulo Roberto Teixeira, infectologista, atualmente aposentado, foi um dos pioneiros no enfrentamento da epidemia de Aids no Brasil. Graças ao seu esforço incansável e à sua luta pela quebra de patentes, os medicamentos antirretrovirais são distribuídos gratuitamente pelo SUS”, acrescenta.

As canções originais do musical têm elementos de brasilidade aliados à contemporaneidade, tendo como referência compositores queer, transgêneros e não binários. Bases eletrônicas deverão aludir à boate, mas as canções das personagens terão contornos melódicos elaborados e harmonias que reforcem o aspecto afetivo da canção. Num grande número final, as “filhas de Caetana” cantam suas vitórias e celebram sua grande protetora, que abriu caminho para que elas pudessem ter uma vida melhor.


Sinopse de "Brenda Lee e o Palácio das Princesas"
O musical "Brenda Lee e o Palácio das Princesas" é uma obra de ficção, inspirada na história de Brenda Lee.  O musical acompanha a mudança da pensão para travestis de Brenda, para a primeira casa de apoio para pessoas com HIV/Aids do Brasil, um local de acolhimento e segurança para pessoas tratadas com violência pela sociedade. Seu trabalho e dedicação deram a Brenda o título de o “anjo da guarda das travestis”.


Ficha técnica
Musical "Brenda Lee e o Palácio das Princesas"
Dramaturgia e letras: Fernanda Maia
Direção: Zé Henrique de Paula
Direção musical, música original e preparação vocal: Rafa Miranda
Elenco: Verónica Valenttino, Olivia Lopes, Tyller Antunes, Andrea Rosa Sá, Elix, Leona Jhovs e Fabio Redkowicz
Orquestra: Rafa Miranda (piano), Juma Passa (contrabaixo), Rafael Lourenço (bateria) e Carlos Augusto (guitarra e violão)
Design de som: João Baracho
Operação de som: João Baracho e Guilherme Zomer
Microfonista: Mateus Dantas
Design de luz e operação: Fran Barros
Figurinos: Ùga AgÚ
Preparação de atores: Inês Aranha
Coreografia: Gabriel Malo
Cenografia: Bruno Anselmo
Cenotécnico: Jhonatta Moura
Visagismo (cabelos e maquiagem): Dhiego D’urso
Coordenação de produção: Laura Sciulli
Produção: Victor Edwards
Design gráfico e artes: Laerte Késsimos
Assessoria de imprensa: Pombo Correio
Mídias sociais: 1812 comunicação


Serviço
Musical "Brenda Lee e o Palácio das Princesas"
Teatro Vivo: Avenida Dr. Chucri Zaidan, 2460
Terças e quartas, às 20h00
De 5 de agosto a 1° de outubro
* não haverá sessões nos dias 6, 26 e 27 de agosto
Vendas: Sympla
Ingressos: R$ 100,00
10 ingressos grátis por dia para pessoas trans. O formulário para solicitação dos ingressos será disponibilizado na rede social oficial do Núcleo Experimental todas as sextas-feiras anteriores às sessões da semana seguinte.

.: Espetáculo "Rumboldo", adaptação da obra de Eva Furnari, no Sesc Bom Retiro


Com direção de Rhena de Faria e texto de Eloisa Elena, espetáculo narra saga de um reizinho autoritário e com mania de poder. Fotos: Andréa Pasquini

Os delírios e manias de um pequeno monarca autoritário são mote de "Rumboldo", novo espetáculo infantil da premiada companhia Barracão Cultural, que, desta vez, adapta a obra homônima de Eva Furnari. O espetáculo estreia no Sesc Bom Retiro no dia 10 de agosto de 2025.

A peça tem texto de Eloisa Elena e direção de Rhena de Faria. E, no elenco, estão Caio Teixeira, Eloisa Elena, Leandro Goulart e William Simplício. A produção é possível graças ao ProAC 2024 - Montagem para público infantojuvenil, por meio da Secretaria de Cultura, do Governo do Estado de São Paulo. 

A trama narra a história de um príncipe que, ao herdar o trono, após a morte repentina de seu pai, o respeitado e querido Rei Rusbão, perde-se em seus desmandos e delírios de poder, criando leis absurdas e condenando à prisão todos aqueles que contestam suas decisões. Após levar à cadeia todo o reino, Rumboldo se vê sozinho, desprotegido e percebe que todos os seus súditos estão vivendo bem e felizes na Torre de Pedra, onde foram presos. 

A narrativa de Furnari se apresenta como um mote perfeito para pôr em pauta os perigos e consequências do exercício autoritário do poder. “Nos últimos anos vimos o fortalecimento de discursos anti-democráticos na esfera política mundial, gerando efeitos transversais que perpassam as relações interpessoais e coletivas, moldando e validando atitudes de intolerância e segregação na sociedade. Diante disto, acreditamos que se faz necessário trazer a reflexão sobre os efeitos do poder autoritário para o público infantil”, comenta Eloisa Elena.

A dramaturgia traz uma linguagem leve e ágil, que serve de base para o jogo da encenação, que explora as técnicas de improviso e os jogos de palhaçaria. Em cena, quatro intérpretes se revezam nas personagens, manipulam e conduzem a cenografia e cantam e tocam os instrumentos da trilha sonora de Morris, composta por canções executadas ao vivo. Compre o livro "Rumboldo", de Eva Furnari, neste link.


Sobre a Barracão Cultural
A Barracão Cultural é um núcleo de criação e produção que tem como proposta realizar projetos que priorizem a pesquisa de temas e de linguagem, que sejam acessíveis e atendam a diferentes públicos. Formado por alguns parceiros fixos e outros convidados a integrar cada trabalho, desenvolve há 24 anos um exercício permanente de criação e produção de espetáculos, que obtiveram excelente acolhida de crítica e público. 

Entre os espetáculos que fazem parte do repertório do grupo, estão “Trilha para as Estrelas” (2024),  “O Passarinho que Não Sabia Voar” (2023), “Jogo de Imaginar” (2022), “Um Arco-íris Colorindo o Céu” (2022), “Nós” (2019), “Entre” (2019), “On Love” (2017), “Já Pra Cama!”  (2015), “A Condessa e o Bandoleiro” (2014), “Facas nas Galinhas” (2012), “O Tribunal de Salomão e o Julgamento das Meias-verdades Inteiras” (2011), “Cacoete” (2008) e “A Mulher que Ri” (2008).


Ficha técnica
Espetáculo infantil "Rumbolo"
Texto: Eloisa Elena
Direção: Rhena de Faria
Elenco:  Caio Teixeira, Eloisa Elena, Leandro Goulart e William Simplício
Canções e direção musical: Morris
Cenário e Iluminação: Marisa Bentivegna
Figurino: Marichilene Artisevskis
Coordenação técnica e operação de som: Maurício Mateus
Operação de luz: Le Carmona
Preparação Corporal: Maurício Flórez
Adereços: Tetê Ribeiro
Bonecos: Ivaldo de Melo
Assistência de produção: Ale Picciotto
Produção e Realização: Barracão Cultural


Serviço
Espetáculo infantil "Rumbolo", com Cia. Barracão Cultural
Sesc Bom Retiro
Apresentações: 10 de agosto a 21 de setembro de 2025
Domingos, às 12h00
*Sessão extra no dia 18 de setembro, às 15h00
Inteira R$ 40,00 / Meia-entrada R$ 20,00 / Credencial Plena: R$ 12,00
Classificação: livre
Duração: 55 minutos

.: Livro transforma a eterna batalha pelo descanso em divertida odisseia familiar


Indicado como um presente inusitado para o Dia dos Pais, o livro "O Cochilo do Papai", publicado pela VR Editora, autora e ilustrador Vanessa BarbaraLalan Bessoni narram uma história que todo pai, em algum momento, já viveu: a eterna batalha entre tirar uma soneca e cuidar de uma filha com energia suficiente para atravessar continentes e até planetas. Lelé, a pequena protagonista, não aceita a ideia de ver alguém dormindo numa tarde preguiçosa. A partir daí, a imaginação dela entra em ação e começa uma perseguição hilária: do sofá à poltrona do vovô, da rede da titia ao trono do Rei da Inglaterra, até culminar em uma missão espacial que desafia a gravidade.

Com texto afetivo, leve e bem-humorado, Vanessa, premiada autora conhecida por transitar entre o jornalismo e a literatura, cria diálogos espertos e situações que divertem crianças e arrancam sorrisos dos adultos. As ilustrações de Lalan acompanham o ritmo com charme e inventividade, acendendo as peripécias encantadoras de Lelé com cores intensas e cenas mirabolantes. Este lançamento da VR Editora é daqueles livros que fazem pais e filhos rirem juntos, além de ser um lembrete aos adultos sobre o poder das pequenas presenças.

Indicado para leitura compartilhada a partir dos quatro anos, "O Cochilo do Papai "é um retrato afetuoso de uma relação paternal especial – daquelas em que até o cansaço entra na brincadeira e vira uma oportunidade de conexão. Afinal, quem precisa de descanso quando se pode brincar de nave espacial? Compre o o livro "O Cochilo do Papai", de Vanessa Barbara e Lalan Bessoni, neste link. 


Sobre a autora
Vanessa Barbara nasceu em São Paulo, em 1982. É jornalista e escritora, autora de onze livros de diferentes gêneros, como Noites de Alface (Prix du Premier Roman Étranger, na França), Operação Impensável (Prêmio Biblioteca do Paraná) e O Livro Amarelo do Terminal (Prêmio Jabuti). Entre os infantis, publicou Mamãe Está Cansada (Companhia das Letrinhas, 2023) e A Grande Invenção (FTD, 2025), entre outros. É colaboradora do The New York Review of Books e do The New York Times. Compre os livros de Vanessa Barbara neste link.

Sobre o ilustrador
Lalan Bessoni
é ilustrador e trabalha em casa, cercado de papéis, tintas e lápis de cor e muitas plantinhas. A parte que ele mais gosta em seu trabalho é a de desenhar para crianças, pois sabe que sua arte incentiva a imaginação e a descoberta de si e do outro. Desde criança, sonhava em ser desenhista e, hoje, seus desenhos estão espalhados por vários países. Tem livro na Turquia e na Argentina e tem livro que foi semifinalista do prêmio Jabuti em 2024. Lalan acredita que a arte torna o mundo um lugar um pouquinho mais divertido e colorido. Compre os livros ilustrados por Lalan Bessoni neste link.


segunda-feira, 4 de agosto de 2025

.: Filme "Amores Materialistas" destaca relacionamento preferido por 36%


“Qual a viagem dos seus sonhos?”
Com essa pergunta, Lucy, personagem de Dakota Johnson no filme "Amores Materialistas" ("Materialists"), acorda pela manhã ao lado do namorado Harry, vivido por Pedro Pascal, após passarem sua primeira noite juntos no apartamento dele de 12 milhões de dólares. O casal protagoniza o filme "Amores Materialistas", que acaba de estrear no cinema e vem gerando debates sobre relacionamentos modernos, com destaque para a hipergamia feminina, em que a mulher procura um homem que tenha status econômico e social superior ao seu, também conhecido como relacionamento Sugar, o famoso "Sugar Daddy".

Todo o enredo é vivido em torno da profissão de Lucy, que é casamenteira e, por isso, entende as características essenciais que seus clientes buscam em alguém para se relacionar, na tentativa de proporcionar um match ideal. Em uma festa de casamento de um de seus clientes, Lucy conhece Harry e ambos acabam engatando em um relacionamento que a deixa encantada. Isso por conta da raridade do perfil de Harry, que chega a ser chamado de "unicórnio" na trama por reunir muitos dos atributos mais importantes nas listas que Lucy costuma elaborar para suas clientes. “Eu me sinto valorizada por você” , ela afirma em um momento-chave do roteiro.

A empresa em que Lucy trabalha cumpre um papel social semelhante ao dos sites de relacionamento. Se no filme, a própria casamenteira afirma querer um homem que seja em primeiro lugar rico, na vida real os números não negam que essa é a intenção de muitas brasileiras: pioneiro em relacionamento Sugar, o site de relacionamento MeuPatrocínio tem hoje 16 milhões de inscritos, sendo 11 milhões de usuárias em busca de um Sugar Daddy dos sonhos, que tenha atributos semelhantes aos de Harry.


Homem dos sonhos: qual tipo de relacionamento e características elas mais buscam
Em um momento crucial do filme, Lucy expressa claramente suas intenções a Harry e afirma que busca um homem que seja rico. Essa preferência não é só dela: no Brasil, uma pesquisa do MeuPatrocínio, em parceria com o Instituto QualiBest, entrevistou mulheres de 18 a 29 anos de todo o país e mostrou o quanto a hipergamia - relacionamento em que há o interesse por alguém mais rico que você - atrai o interesse das mulheres. Ao serem questionadas sobre diferentes tipos de relacionamentos modernos, 36% afirmaram ter algum tipo de interesse em uma relação em que o homem seja mais rico.

A mesma pesquisa ressalta as principais qualidades buscadas pelas jovens brasileiras em um parceiro. As respondentes podiam escolher até três opções em primeiro, segundo e terceiro lugares. O mais votado? A gentileza, que é expressa por Harry em diversos momentos de Amores Materialistas, teve 42% de votos das mulheres em primeiro lugar, 16% em segundo lugar e mais 9% como terceira opção. A segurança emocional também aparece em destaque, com 20% dos votos como primeira opção, 13% em segundo lugar, e 11% em terceiro. E a estabilidade financeira também não pode faltar: como primeira opção, foram 7% de votos; como segunda opção, mais 18%; e em terceiro lugar, outros 14%.

Caio Bittencourt é especialista em relacionamento do MeuPatrocínio e comenta: “A relação com alguém mais rico, experiente e gentil, um cavalheiro, sempre foi a escolha de pessoas que procuram se cercar de quem soma na vida. O fato de muitas mulheres sentirem falta do cavalheirismo à moda antiga também as levou para uma nova realidade na busca por alguém; elas estão à procura de relacionamentos sinceros, leves e maduros”, contextualiza.

Sobre as preferências apontadas pela pesquisa da plataforma, o especialista é enfático: "Muitas pessoas hoje estão descobrindo que a busca pela felicidade pode estar mais intimamente ligada à estabilidade financeira do que se imaginava. O dinheiro não só traz felicidade mas a falta dele muito provavelmente vai trazer problemas para a vida conjugal, 57% dos divórcios no Brasil ocorrem devido a dificuldades financeiras. Por isso, mulheres hoje buscam homens bem-sucedidos, mais maduros e experientes, o famoso Sugar Daddy”.

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As principais estreias da semana e os melhores filmes em cartaz podem ser assistidos na rede Cineflix CinemasPara acompanhar as novidades da Cineflix mais perto de você, acesse a programação completa da sua cidade no app ou site a partir deste link. No litoral de São Paulo, as estreias dos filmes acontecem no Cineflix Santos, que fica no Miramar Shopping, à rua Euclides da Cunha, 21, no Gonzaga. Consulta de programação e compra de ingressos neste link: https://vendaonline.cineflix.com.br/cinema/SANO Resenhando.com é parceiro da rede Cineflix Cinemas desde 2021.


Programação do Cineflix Santos
“Amores Materialistas” | “Materialists” | Sala 3
Classificação indicativa: 
14 anos. Ano de produção: 2025. Idioma: inglês. Direção: Celine Song. Roteiro: Celine Song. Elenco: Dakota Johnson, Chris Evans, Pedro Pascal, Zoë Winters, Marin Ireland, Dasha Nekrasova, Louisa Jacobson, Sawyer Spielberg, Eddie Cahill, John Magaro (voz), entre outros. Distribuição: Sony Pictures. Duração: 1h57. Cenas pós-créditos: não.

Sinopse resumida de "Amores Materialistas"
Lucy, uma casamenteira de elite em Nova York, vive unindo casais. Na véspera de seu décimo casamento de sucesso, conhece Harry, um verdadeiro “par perfeito”, mas reencontra John, seu ex-namorado garçom e aspirante a ator. Dividida entre conforto e paixão, ela precisa questionar se o amor pode ou deve ser quantificado a partir de status e segurança emocional, ou se ainda vale deixar-se levar pelo sentimento.

Dublado
4/8/2025 - Segunda-feira: 15h10
5/8/2025 - Terça-feira: 15h10
6/8/2025 - Quarta-feira: 15h10

Legendado
4/8/2025 - Segunda-feira: 17h40 e 20h10
5/8/2025 - Terça-feira: 17h40 e 20h10
6/8/2025 - Quarta-feira: 17h40 e 20h10

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