quarta-feira, 9 de março de 2005

.: A gamemania pode chegar até a sua casa

Por: Mary Ellen Farias dos Santos
Em março de 2005


A modernidade do século XXI trouxe várias manias para o ser humano. Por na maioria das vezes serem acessíveis, os games de computadores estão tornando-se um meio para viciar muitos jovens. Há adolescentes que perdem a hora em frente ao computador com jogos. O operador de máquinas Ricardo Farias conta que chegou a passar mais de oito horas jogando. “Hoje em dia eu sei ponderar, mas quando comprei o computador me viciei nos joguinhos e sempre estava comprando as novidades do mercado. Não conseguia parar”.

Ricardo diz que prefere jogos de ação como FIFA e de carrinhos de corrida. “Apesar de ter preferências, não dispenso o Resident Evil. Apesar de tudo, só fui gostar do Resident Evil, depois que vi o filme no cinema. Esse jogo é legal porque mexe mais com a tensão, pois é cheio de ação”.

Ele que hoje em dia trabalha e estuda, e não tem tempo suficiente para passar horas a fio brincando no computador como tinha antes, diz que ainda se policia para não ser escravo da gamemania.

O dono da serigrafia Stamp Art Marcelo Teixeira Galotti que consome muitos games revela que a sua mania chegou até a filha Marcela, que em novembro irá completar 4 anos. Marcelo diz que a filha adora joguinhos de computador. “Ela é minha rival. Ela joga o Mário Bros., Zelda, Homem-Aranha, mas sempre peço para que não fique muito tempo no computador, para ela não exagerar”.
Segundo ele, ao analisar Marcela, ele percebe que toda criança é capaz, basta estimulá-la. “Ela convive com desenhos, artes gráficas e música, então capta as imagens e sons dos jogos. A mãe não sabe mexer no computador como ela. É a Marcela quem ajuda a mãe no computador. Não é questão de ser pai coruja”, fala sorridente.

Contudo, jogos adultos e violentos não chegam até a filha de Marcelo. “Quando ela me vê jogando ela pergunta se é de adulto ou de criança. Caso o jogo seja infantil, ela diz que é dela, fica do meu lado e eu a ensino a brincar”.

A estudante Shirley Souza que não tem computador declara-se fã do jogo The Sims. “Sempre que posso eu jogo na casa do meu namorado. Gosto deste joguinho não só pelo fato de poder mandar nos bonecos virtuais, mas pelo fato de ser altamente criativo, há várias funções interessantes. Um exemplo é a de colocar o personagem no trabalho para ganhar dinheiro e assim, poder comer e comprar objetos necessários para a casa”.

Ela conta que adora todos os tipos de jogos, até os simples que vem no Windows. “Gosto de todos jogos, desde os que me fazem sentir parte do jogo como Campo Mimado e Paciência. Recentemente, um jogo que me tornou fã foi o Big Brother Brasil”.

Cuidados – Jogos como The Sims, Resident Evil, Tomb Raider entre outros, envolvem tanto as pessoas que por muitas vezes acabam por perder a noção do tempo. Lembre-se: tudo em excesso é prejudicial!

The Sims – Alguns games contam com expansões, como por exemplo, o The Sims. Para os The Simsmaníacos que querem deixar o jogo ainda mais completo vale a pena dar uma confirada nos seguintes sites:
www.thesims.com.br
www.thesimsresource.com
www.aroundthesims.com
www.welldressedsim.com


Dicas de sites de jogos on-line e para download
http://games.bol.com.br
http://iguinho.ig.com.br
http://fliperama.ig.com.br
www.bananagames.com.br
www.superdownloads.ubbi.com.br



sábado, 5 de março de 2005

.: Resenha de "Sol e Lua", Nélson de Oliveira

Sol e lua são os protagonistas de uma linda história
Por: Hely Celeste Moraes Miranda

Em março de 2005


"Sol e Lua", publicado pela Difusão Cultural do Livro (DCL), com texto de Nélson de Oliveira e desenhos de Teodoro Adorno, tem uma historinha muito bonita, que fala sobre a terra do sol e o país da lua. 

Ilustrado com desenhos simples, porém marcantes, utiliza apenas o preto e o branco. Leva à criança a idéia da noite (lua, escuridão) e do dia (sol, claridade), mostrando os contrastes que existem na vida. 

O livro mostra a discórdia que foi causado pelo egoísmo do "dono do sol" e da "dona da lua", que querem o brilho e a luz só para eles. Depois de tantas brigas, perdem "seus bens" e, finalmente, aprendem a compartilhar suas riquezas com todo o planeta. Acabaram percebendo que dividindo conseguem usufruir muito mais da vida. 

É uma boa aula para as crianças que podem aprender com a leitura a serem pessoas melhores, respeitando a natureza e a preservando para o bem de toda humanidade.

Livro: Sol & Lua
Autor: Nélson de Oliveira
Ilustrações: Teodoro Adorno
Editora: Difusão Cultural do Livro - DCL

quarta-feira, 2 de março de 2005

.: Resenha de "Como Mover o Monte Fuji?", William Poundstone

Livro ensina a compreender o mistério das entrevistas-desafio da Microsoft
Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em março de 2005


A vida é cheia de desafios. Cada vitória é uma certeza de que somos capazes de ultrapassar muitas "pedras" no caminho, muitas vezes, isso acontece diariamente. Para conquistar um emprego não é muito diferente. Atualmente, são muitas as empresas que selecionam seus funcionários por meio de entrevistas-desafio.

Nova moda? Não. É certo que não existem dados concretos de quando iniciou-se este meio de seleção. No entanto, muitos sabem que a Microsoft, a grande empresa de pensadores criativos de Bill Gates, usa esta tática. Perguntas que parecem não ter nexo, mas que podem decidir o futuro da sua carreira profissional.

Um exemplo foi o de um candidato que assustou-se ao pedirem que ele explicasse como fazer um forno microondas funcionar com um computador. Seria um trote? Foi exatamente o que demonstrou ao entrevistador. Ele fugiu da pergunta. Negou-se a responder. Resultado: perdeu a vaga. Brincadeira? Não. Uma entrevista-desafio, uma estratégia do empregador para avaliar sua inteligência, imaginação e capacidade de resolver problemas. 

É este assunto que "Como Mover o Monte Fuji?", escrito por William Poundstone trata. Poundstone faz um levantamento sobre a origem destes "testes", para tanto, conta a história de Lewis Terman, quem popularizou o conceito de QI. "Terman definiu inteligência como a habilidade de raciocinar abstratamente. [...] Para Terman, o ponto principal é que inteligência não diz respeito a conhecimento dos fatos, mas à habilidade de manipular conceitos".

O autor de Como Mover o Monte Fuji? mostra também o quanto o os testes de QI não eram 100% confiáveis e corretos. Em seguida apresenta Shockley. "Foi ele quem começou com as entrevistas de emprego. Ele insistia que cada candidato passasse por um teste de inteligência. [...] Pessoas como Gordon Moore (mais tarde co-fundador da Intel e conhecido pela Lei Moore) lembram que passaram por esse testes enquanto Shockley cronometrava o tempo da resposta".

Entre outras formas variadas de avaliar candidatos, é no capítulo 3 que há: Bill Gates e a cultura dos desafios. "A família do advogado William Gates II, de Seattle, era adepta da diversão organizada. A esposa, Mary, organizava peças de teatro familiares e, nas noites de domingo, torneios de bridge ou de jogos de conhecimento geral". Na seqüência o autor diz: "Os Gates costumam comprar dois quebra-cabeças iguais para ver quem o completa primeiro".

Além das perguntas da entrevista-desafio, a obra traz soluções das questões, como entender este 'mistério', dicas de como se dar bem em uma entrevista-desafio, entre outros. Contudo, há muitas perguntas interessantes, como por exemplo: Para que lado devemos girar a chave do carro a fim de abri-lo? Como você pesaria um avião a jato sem usar a balança? Como localizaria um livro numa biblioteca grande sem sistema de catalogação nem bibliotecária? Como você projetaria o banheiro do Bill Gates? Por que as latas de refrigerante são afuniladas nas extremidades? Como você testaria uma chaleira?

Perguntas criativas requerem respostas ainda mais criativas. "Todo dia, pessoas são contratadas ou deixam de ser contratadas com base nas respostas que deram a esse tipo de pergunta", afirma o autor, indicado duas vezes ao Prêmio Pulitzer por seus textos científicos.

Num mercado de trabalho global e cada vez mais competitivo, em que a conquista de um bom emprego torna-se ainda mais difícil, o diferencial é saber dar respostas intrigantes, e assim, de uma vez por todas, garantir a tão sonhada vaga. É interessante ler este livro que fala tanto do ponto de vista do candidato quanto do ponto de vista do entrevistador. Confira!


Livro: Como Mover o Monte Fuji?
Autor: William Poundstone
236 páginas
Editora: Ediouro

.: Resenha de "Origem Histórica da Responsabilidade Civil", Letícia Caricari Seco Maciel Lourenço

Evolução das leis é tema de livro
Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em março de 2005


A evolução das leis é o tema do livro "Origem Histórica da Responsabilidade Civil: Justificativa das regras gerais do instituto" através da sua evolução nas principais legislações, da professora Letícia Caricari Seco Maciel Lourenço, faz um estudo aprofundado desse tema denso, mas de grande interesse para universitários e estudiosos.


Desde a era em que o homem não se expressava por palavras, as leis impostas pelo líder do bando eram seguidas pelo grupo. Durante o período da 'vingança privada', a reparação de um mal não possuía proporcionalidade. Para dar igualdade às penalidades, surgiu a conhecida pena de Talião: "Olho por olho, dente por dente".

O tempo passou, o homem evoluiu e outras leis foram criadas. Após a criação da Lei das XII Tábuas, primeira norma escrita (em tábuas), outras surgiram. A expansão do Império Romano levou o imperador Justiniano a reunir as leis que vigoravam no Oriente e Ocidente, as quais tinham grande influência da Igreja e do Estado, e constituir o Código Justiniano.

Resultado de um estudo aprofundado, o novo lançamento da Editora Universitária Leopoldianum conduz o leitor à origem das leis que regem os países.

Letícia, que estudou latim para compreender as leis, ressalta: "Estudei bastante para escrever este livro que parece ter um tema difícil. Por esse motivo, organizei-o em capítulos curtos para facilitar na leitura".

"Busquei trazer com simplicidade um tema inédito (em livros)", conta a autora, que é filha do advogado e professor Luiz Gonzaga Lourenço, autor de Direito Canônico em Perguntas e Respostas e Direito Canônico em Verbetes. Letícia diz que teve e ainda tem muito incentivo do pai para seguir na carreira. "Meu pai sempre me ajudou, e me deu forças para continuar estudando. Atualmente, estudo oito horas por dia e pretendo fazer 
especialização na área".

Origem Histórica da Responsabilidade Civil: Justificativa das regras gerais do instituto Origem Histórica da Responsabilidade Civil: Justificativa das regras gerais do instituto
Autora: Letícia Caricari Seco Maciel Lourenço
Editora: Leopoldianum

.: Resenha de "O Aviador: A Vida Secreta de Howard Hughes", Charles Higham

Livro mostra a verdadeira face de Howard Hughes
Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em março de 2005



Um homem que construiu o futuro. Esta é uma definição totalmente própria para Howards Hughes. Com uma infância e adolescência complicada, ele tornou-se milionário aos 18 anos, após herdar a Hughes Tool, empresa do pai.

Sonny, como era chamado em família, teve uma adolescência um tanto que conturbada e gostava de orgias. Para casar-se, escolheu a próxima e bela amiga, Ella Rice. Tal casamento foi breve e um tanto que desastroso. 

Sim ele teve muitas e muitas mulheres, mas também tinha um comportamento muito que promíscuo, uma bissexualidade, iniciada ainda quando jovem, com o tio Rupert, irmão do pai de Hughes.

"O Aviador: A Vida Secreta de Howard Hughes", biografia escrita por Charles Higham, já na página 43 finaliza o capítulo dois: Crescendo, com a seguinte frase: "Seus hábitos sexuais eram variados. Preferia o intercurso intermamário - fazer amor entre os seios da mulher - ou a felação à penetração vaginal. [...] Seu charme juvenil, a aparência bonita, mal-alimentada, magra, e a atmosfera de poder e dinheiro cativavam todos os seus parceiros sexuais, mas ela não deixava ecos".

Orgias à parte. Sonny, não comandou as operações da empresa herdadas de seu pais. Ele mudou-se de Huston para Hollywood para entregar-se às suas paixões: o cinema e a aviação. Com experiência acumulada de filmes anteriores, produziu e dirigiu o épico da I Guerra Mundial, Anjos do Inferno (Hell’s Angels).

Na época custou 4 milhões de dólares, o que foi um grande alarde nos meios de comunicação. Um dos filmes mais caros da época e cheios de glamour, transformou sua protagonista, Jean Harlow, em estrela do cinema hollywoodiano, além de mais uma "diversão" para Hughes.

Com este filme, ele conseguiu tornar-se uma personalidade respeitada em Hollywood. Apesar da surdez (escondida de muitos), viveu romances com beldades, entre elas: Ginger Rogers, Jean Harlow, Ava Gardner (amor não correspondido), Jean Peters (segunda esposa de Sonny), entre outras (e outros).

"Pode parecer incrível que aqueles dois seres humanos (Ava Gardner e Howards Hughes) de alta potência - Ava comprometidamente libidinosa, Hughes inseguro e inadequado" como amante - mas consistentemente aventureiros e dados à experiências, jamais tenham feito sexo". 

Sonny que tinha pavores de doenças, chegou a fundar a Hughes Aircraft em Los Angeles, aumentando seu império. Como piloto, em 1935, bateu o recorde de velocidade de Charles Lindbergh. Após dar a volta ao mundo em três dias e meio, em um avião que ele mesmo projetou, foi homenageado com uma chuva de papel picado ao desfilar pela Broadway. 

Responsável pelo controle acionário da Trans World Airlines (TWA), tornou esta operadora internacional um sucesso. Durante a II Guerra Mundial, projetou e construiu um avião experimental para o Departamento de Defesa norte-americano. 

A surdez e o pavor por germes, com o envelhecimento, deixaram-no com um comportamento instável. "Durante todo o início dos anos 60 a audição de Hughes foi se deteriorando ainda mais. Ele precisou mandar instalar um sistema telefônico especial com toque ensurdecedor como o de uma sirene de ambulância, que costumava acordar todo mundo da casa a qualquer hora da noite".

Resultado desses problemas: afastou-se de todos. Fato este comprovado no capítulo quatorze: Quartos lacrados. "Ele acrescentou uma coisa nova: uma fita adesiva grudando as portas à parede, e que só poderia ser retirada por sua equipe. Um dia ficou chocado quando um menino de cinco anos, filho da irmã Jean Peters, entrou - a fita estava gasta e o garoto a havia rompido. Depois disso (de algum modo ele se conteve e não gritou com a criança) Johnny Holmes tinha de colocar fitas duplas. Insistiu de Holmes lhe desse uma explicação integral, por escrito, de como a fita havia se rompido; Holmes escreveu. O relatório tinha dez páginas".

Enfim, o livro não faz rodeios, é direto e em poucos parágrafos sabe-se muito sobre Hughes, desde o seu lado bom ao seu lado mau. Por esse motivo, aos não afeiçoados à leitura que pensam saber tudo deste aviador após assistir ao longa de Martin Scorsese, estão completamente enganados. O livro aborda toda a vida de Hughes, enquanto que o filme concentra-se na história de vida dele de meados de 1920 a 1940.

Não há dúvidas! Vale muito a pena ter e ler esta obra!

Livro: O Aviador: A Vida Secreta de Howard Hughes
Título Original: Howard Hughes
Autor: Charles Higham
418 páginas
Ano: 2005
Tradução: Alves Calado
Editora: Record

.: Resenha de "Portos no Ambiente Costeiro", Ícaro A. Cunha

Problemas do maior porto da América Latina é tema de livro
Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em março de 2005



Portos no Ambiente Costeiro, publicação da Editora Universitária Leopoldianum, tem como tema principal o Porto de Santos, o maior da América Latina, o qual tem uma ocupação desordenada, além da poluição das águas do Estuário, prejudicando assim a comunidade da Baixada Santista.

A publicação teve apoio da Petrobrás e mostra o caminho para a cidadania ecológica, em forma de ações em defesa do planeta. Por esse motivo, tem sob tema central o desenvolvimento sustentável das cidades portuárias, a proteção ambiental e a lógica dos negócios portuários, o trabalho com poluentes de forma segura e os estudos pioneiros desenvolvidos pela Petrobrás. 

O livro de 128 páginas, organizado pelo Professor Ícaro Cunha, do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Gestão de Negócios, da UniSantos reproduz na íntegra as 17 palestras apresentadas durante a Semana do Meio Ambiente de 2002, no seminário Portos no Ambiente Costeiro, realizado pela UniSantos.

Entre elas estão O caminho para a cidadania ecológica, Ação em defesa do planeta, Estudos pioneiros da Petrobrás, Conhecimento aberto à comunidade, Gestão ambiental e atividade portuária, O desenvolvimento sustentável das cidades portuárias e Os avanços incorporados ao Direito brasileiro

Em destaque, estão as palestras Superando conflitos entre porto e estuário, de Juan Manuel Barragan Muñoz, catedrático da Faculdade de Ciências do Mar e Ambientais da Universidade de Cádiz, Espanha e Ferramentas para administração dos portos, do professor Tomás Arévalo Fernandez, coordenador da Seção de Riscos do Mestrado em Gestão do Meio Ambiente da Universidade Castilla, La Mancha, Espanha.

Livro: Portos no Ambiente Costeiro
Organizador: Ícaro A. Cunha
128 páginas
Editora: Leopoldianum

.: Resenha de "A Imprensa Livre de Fausto Wolff"

A liberdade fora das redações
Por: Luíz Horácio

Em março de 2005


Até que enfim meu papagaio conseguiu ser aprovado no vestibular para jornalismo. Depois de 18 tentativas onde não foi compreendido em sua sabedoria, a décima nona fez justiça. Tirando proveito do sistema de cotas, provou que tinha um pé, ou seria asa?, na África e também era miserável. Duplamente beneficiado, hoje é um acadêmico. Pela mesma fresta também entrou uma coruja, mas como não era alfabetizada não conseguiu se matricular. Já impetrou mandado de segurança.

Pois meu papagaio, depois da aprovação deu pra ficar marrento. Dia desses, mesmo quando cheguei da praia encontrei o futuro colega em cima da mesa lendo o El País. Foi só o tempo de me livrar do guarda sol pra acabar com a alegria do penado estudante. Mas que negócio é esse de ler logo o El País. Tem que ler O Dia, no máximo O Globo. Não quero mais saber desse jornal aqui em casa.

Como o acadêmico é poliglota, fala papagaiês e já decorou 15 palavras da inculta e bela, não encontrará dificuldades para conseguir emprego no Globo. Sem contar que na digitação leva enorme vantagem pois faz uso das patas e do bico ao mesmo tempo.

No Globo ele pode se candidatar a vaga do Joaquim Ferreira dos Santos, um zé mané entre tantos outros, que informa quem está comendo quem no elenco de celebridades globais além de ser porta voz de um muquifo chamado Buraco da Lacraia. Particularmente me agradaria muito ter meu papagaio como responsável pelas manchetes do Globo. Pior que as que seguem, duvido que ele consiga: “Polícia investigará fumaça”., “Fim de Vagas Temporárias Eleva Desemprego”, “Juros Bancários Sobem para 46,8%”. A atuação, eufemismo primário pra só agora dizer roubalheira, dos bancos é um capítulo à parte onde as páginas estão grampeadas, ninguém fala, deixa assim por que o patrão está devendo. E ainda temos que aturar campanhas de marketing dizendo que o jornal tal é independente. Caso o aspirante a emprego em grandes jornais não se enquadrar nos quesitos citados, nem tente, aconselho lixar os restos de humanismo que por ventura ainda conserve e volte à carga. Meu papagaio, possuidor de um humanismo muito mais honesto que o da maioria dos coleguinhas, acha graça, percebe cada vez menos concorrentes.

Depois é só informar omitindo e estamos conversados. Citei o Globo para não perder meu tempo com os menores que só reproduzem as indicações dos grandes, os oficiais. Mas a idéia é a mesma, nunca cutucar a ferida, o importante é ser simpático, afinal de contas como denunciar potenciais anunciantes, como não acobertar políticos que votaram a favor dos suspeitos interesses patronais? O povo? Mas que importância tem o povo para os jornais? Podemos dizer que a mesma importância que os jornais têm para o povo?

Aí também corremos o risco de repetir a fórmula política, temos os Severinos e os Lulas por que os merecemos. Quem sabe... A verdade é que os jornais atualmente são mais compêndios estatísticos do que órgãos ocupados em tomar conhecimento dos fatos, conferir dados, antes de emitir opinião que, quanto mais medíocre o jornal, mais credibilidade alcançará junto ao público. Como uma novela da TV, um exemplo à altura.

Que o leitor faça a experiência: quando estiver lendo ficção interrompa a leitura e passe logo ao jornal. Reproduzindo o experimento algumas vezes, garanto, sem medo de errar, que logo não saberá mais onde começa um e termina o outro. Infelizmente.

Fausto Wolff não tem nenhum compromisso com o jornalismo ridículo citado anteriormente, Fausto é um jornalista que enobrece, para não dizer que salva, a profissão e por motivos abjetos, inexplicáveis, daqueles que envergonham a inteligência e cultura de um país é deixado à margem, ora pelos jornais, ora pelos coleguinhas. As exceções no caso são cada vez mais exceções se levarmos em conta a grandeza do profissional. Um homem justo que jamais se deixou levar pelo canto da sereia e não aprendeu a minimizar ou esconder sequer os seus os equívocos. Mesmo que tal engano não seja fruto de sua vontade ou falta de talento.Exemplo: Eleitor de Lula não economizou críticas, nas páginas do saudoso Pasquim 21, diante da bandeira de frustrações precocemente desfraldada pelo ex-lider sindical. Mais tarde os coleguinhas caolhos perceberiam-se ultrajados com o anúncio de uma agência para controlar a imprensa. Não sei se eles sabem, mas do Fausto não duvide, Marx já avisava que o espírito do estado se manifesta mais claramente nos debates sobre a imprensa. Dá ou não dá para sentir o bafo do autoritarismo de Lula et caterva?

A Imprensa Livre de Fausto Wolff, editado pela L&PM, é um título irônico e triste para uma coletânea de artigos que vai dos últimos dias da administração FHC até a eleição do língua solta que ora nos impinge seu populismo insosso. Irônico por que é uma das mais vigorosas características do autor só perdendo para sua gigantesca erudição, triste por que se o livre se refere a independência de Fausto, lamenta-se sua ausência das páginas dos grandes jornais. Tristeza maior só mesmo no interior das redações, onde bobos da corte lançam mão de textos cada dia mais edulcorados protegidos por sofismas que a linguagem apressada lhes confere, no intuito de agradar as elites.

“Parem as máquinas.” Acabo de ser informado do ingresso de Guilherme Rodrigues, meu sobrinho, na faculdade de jornalismo. Estou providenciando um amarradinho com os livros do Fausto Wolff. Vai me custar uma pequena fortuna, o guri mora em Santa Catarina, mas ele merece. Recomendo que leia, do contrário jamais tomará o lugar do meu papagaio.

Duvido que a leitura de “A Imprensa Livre de Fausto Wolff” venha a ser recomendada em alguma faculdade de jornalismo visto que seu autor não é daqueles acostumados à manutenção e sim um apaixonado defensor das transformações. No livro de Fausto um retrato, ou seria uma radiografia?, deste país que pensávamos fosse nosso. Da indisfarçável emoção, quase tietagem, provocada com a eleição do Ofélia barbudo à imediata decepção, Fausto desfia ética, isenção e cuidado com a matéria analisada. A opinião emitida pelo autor, nunca de forma gratuita, está sempre em sintonia com o fato e esse talvez seja o motivo principal pelo qual a imprensa está livre do Fausto, honestidade.

Recomendo aos estudantes de jornalismo e jornalistas de pouco estudo a leitura de um outro livro do Fausto, “Os Palestinos –Judeus da Terceira Guerra Mundial”. Ed. Alfa-Omega..No livro encontrarão a célebre e histórica entrevista que Fausto realizou com Yasser Arafat em Beirute no ano de 1982. 

Sei que não faltarão os surpresos que dirão: Mas logo os palestinos, Yasser Arafat, um terrorista, enquanto os coitadinhos judeus..... Por falar em judeus, já repararam que o povo judeu é o único povo vítima de crueldades? O quê? Você lembrou dos negros arrancados de sua terra e escravizados. Ainda bem que não estou só.

Mas leiam e releiam Fausto Wolff sempre, um jornalista a serviço do jornalismo. Se é Arafat, Pasolini, Dario Fo, pouco importa. O importante é o jornalismo. De preferência, com a honestidade e a liberdade de Fausto.

Agora já não sei mais se deixo ou não deixo meu papagaio ler A Imprensa Livre de Fausto Wolff.

Hoje leio em O Globo que a “ofensiva dos movimentos sociais está incomodando Lula; que a radicalização dos aliados – segundo José Genoíno - , como é o caso do MST, pode criar na sociedade uma imagem de que o PT não tem autoridade para governar o país. O presidente do PT acha que os movimentos sociais cometem suicídio se crêem que Lula pode resolver demandas sociais que se arrastam há décadas sem solução.” Mas é cinismo demais. Lula é o presidente e chefe das Forças Armadas. Acreditávamos que ele e seus ministros quisessem realmente botar os ladrões na cadeia, desprivatizar o que foi privatizado, fazer reforma agrária, mas o que vemos agora é um governo subserviente ao Consenso de Washington e obediente ao FMI. Lula já deu um tapa na cara dos seus eleitores ao colocar no Banco Central um homem do Bank Boston e no ministério da Agricultura um latifundiário. Agora, se quiser se penitenciar e fazer a reforma agrária bastam três medidas: 1) convocar as Forças Armadas: 2) comprar pelo valor declarado pelo latifundiário o seu latifúndio improdutivo: 3) recensear os camponeses, criar silos, e armazéns que levem o produto do agricultor ao consumidor e, finalmente, distribuir as terras dando a cada um de acordo com sua necessidade. Seríamos o maior país agrícola do mundo e nos libertaríamos para sempre dos grilhões que nos mantêm escravos. Isso ainda é possível, pois a maioria do povo continua ao lado do operário.O que se pede ao operário é que não se afaste do povo.

Livro: A Imprensa Livre de Fausto Wolff
Editora: L&PM

.: Resenha da "Incomun: Revista de Pesquisa em Comunicação na Graduação"

A visão crítica de estudantes da área de Comunicação
Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em março de 2005



Seja no conhecido comercial publicitário ou na embalagem, a influência da publicidade na hora da compra é muito grande sobre os consumidores. Tema interessante? Sim. Contudo, a oitava edição da "Incomun: Revista de Pesquisa em Comunicação na Graduação", do Centro de Ciências de Comunicação e Artes da Universidade Católica de Santos, aborda também a 'inteligente' forma de expor produtos em mercados, o telespetáculo da notícia e um estudo de comunicação comparada sobre o idoso e a mídia, este último, realizado por alunos de jornalismo.

Na apresentação da revista, que abre a revista, o professor e coordenador da Editora Universitária Leopoldianum, Marcelo Luciano Martins Di Renzo, ressalta que "a edição nº 8 reúne cinco estudos, sendo quatro da área de Publicidade e um de Jornalismo, cujo traço comum é a atualidade temática, o que pode traduzir uma visão crítica da sociedade midiática deste século XXI, necessária à formação profissional e ao exercício ética da cidadania, base de um mundo melhor e mais justo".

A Classe Baixa Também Compra é o primeiro estudo que a revista apresenta. O trabalho tem como objetivo analisar o perfil dos consumidores das classes baixas, além de como as empresas se comunicam com este público. Em A Embalagem e a Criança: Como Conquistar Esse Público? mostra como a embalagem de um produto pode influenciar os consumidores de 0 e 10 anos, estabelecendo até mesmo, um vínculo com o público infantil.

O terceiro estudo, Disposição de Produtos em Supermercados, revela que o tratamento visual dos produtos, a postura dos vendedores e o fundo musical são fatores que colaboram para o processo de comunicação entre consumidor e produtos, o que por fim exerce grande influencia na hora da compra.

Em seguida, O Idoso na mídia: Estudo de Comunicação Comparada, o estudo feito por alunos de jornalismo, relembra a novela Mulheres Apaixonadas, (Rede Globo, 2003) e traz um estudo na mídia sobre a abordagem positiva da terceira idade, nos veículos, Jornal da Tarde, A Tribuna e no Jornal Nacional. 

Já o último estudo intitulado, A Informação na TV: Tele-espetáculo da notícia, salienta o quanto a informação, acaba por tornar-se entretenimento. Um exemplo dado pelos estudantes é o caso do apresentador no SBT (Sistema Brasileira de Televisão), Augusto Liberato que usou a informação junto ao entretenimento (infortenimento), ao inventar uma entrevista com supostos membros do PCC (Primeiro Comando da Capital).

Revista: INCOMUN - Revista de Pesquisa em Comunicação na Graduação - Nº 8
82 páginas
Editora: Leopoldianum

.: Entrevista com Andréa Cabañas, escritora

"Desde criança escrevia diários. Sempre adorei contar tudo o que acontecia para aquele amigo de papel" - Andréa Cabañas


Por: Helder Moraes Miranda e Mary Ellen Farias dos Santos

Em março de 2005


A jovem escritora Andréa Cabañas foi uma grata surpresa agradável para os internautas do Resenhando.com. Detalhe: apesar de jovem ela tem muito o que falar. Seu diferencial é que por enquanto não pode se dar ao luxo de se sustentar apenas como escreve. Ainda, porque Andréa Cabañas tem carisma e idéias de sobra para se tornar, em breve, um nome famoso na literatura. 

A idéia que passa é que estamos espionando, atrás de uma porta entreaberta, a conversa entre aquela prima bonita e sua melhor amiga. Nesse diálogo, ela confessa coisas, se revela e se torna uma personagem ainda mais interessante e não menos enigmática.


"[publicar o livro...] foi a descoberta de que quero morrer escrevendo e, descobrir o que você realmente quer fazer pro resto da sua vida somente com quase trinta anos, é uma louca transformação".


RESENHANDO - Toda escrita é autobiográfica? Até que ponto a vida pode interferir na literatura, e vice e versa?
ANDRÉA - Acredito que você possa encontrar alguma coisa de cada autor em suas obras, mas não acho que seja uma regra. Num programa de TV vi que o Spielberg fez Tubarão para superar seu medo por esses animais. Fiz o mesmo em meu livro, transformando o vampiro num ser mais desejável, e não temível. Se o Spielberg superou seu medo, não sei, mas pra mim não adiantou em nada (risos)... Quando você escreve uma obra, quando você cria um personagem, você é Deus – essas foram palavras de uma amiga roteirista (Yoya Wursch) que me disse certa vez e achei ótima sua colocação! Os personagens cantam, andam, falam, se vestem, transam e choram. Gritam, morrem, se divertem, atropelam, são degolados... tudo isso baseado em fatos que você lê e vive no seu dia a dia, afinal de contas, de onde vem toda a inspiração? O vice-versa é o mais interessante. Já cheguei a sonhar várias vezes com um Lestat que imaginava, que tirava das obras de Anne Rice, assim como milhares de mulheres no mundo todo! Mas não vivi essa loucura, essa alienação de se "apaixonar e viver somente dessa fantasia" como muitas vezes acontece, e não só na literatura. Aliás, minha fantasia com o Lestat expus completamente em meu livro, diga-se de passagem...


RESENHANDO - Fernanda Young, uma das autoras de maior sucesso da nova geração, afirmou em entrevista que, se fosse feia, venderia muito mais livros, pois a beleza e a juventude faz com que ela perca a credibilidade com os leitores. Ser jovem e bonita ajuda ou atrapalha na carreira de escritora?
ANDRÉA - O Eduardo Logullo escreveu sobre mim na VOGUE em 2001, onde já começa a falar também sobre esse lance da mulher jovem: "Mulheres que gostam de escrever geralmente cursam jornalismo, aprimoram burrices e viram aquelas caricaturas que Nelson Rodrigues chamava de estagiárias de calcanhar sujo... Ainda bem que há exceções, como Andrea Cabañas..." Quando comecei a ler a matéria achei que ele ia acabar comigo! Ainda bem que sou uma exceção...Dei uma entrevista pra uma TV e a apresentadora disse "nossa, mas você é tão jovem, né, escrevendo assim..." Dei aquele sorriso amarelo, afinal de contas, fiquei meio passada com esse comentário e até sem graça de poder ter passado isso paras as câmeras (risos)! Gostaria mesmo era de ter perguntado: por quê? Precisamos (nós, mulheres) ter mais de 50 pra saber escrever? Infelizmente, acho que existe um pouco disso. Assim como o mito de toda loira ser burra, alguém jovem e bonita não pode ter cabeça o suficiente pra escrever uma obra. Hummmm... será que por isso não vendi meio milhão de exemplares???!! Mas não acredito que isso (a beleza e a jovialidade) sejam questões de atrapalhar ou não a carreira de um/a escritor/a. Acredito mais nos quesitos falta de sorte, falta de grana, falta de quem indica... e falta de ânimo para ler uma obra de um autor novo! Tenho certeza de que muitos autores irão concordar comigo nesse ponto. Tantos lugares que você manda sua obra para que eles façam uma resenha e nem retorno! Acho isso péssimo e isso é o que "nos bloqueia".


RESENHANDO - Fale sobre o livro que escreveu.
ANDRÉA - Esse livro foi uma viagem, uma viagem bem louca, principalmente porque tenho pavor de vampiros, mas quando conheci Lestat de Lioncourt, tive uma outra visão desses imortais. Posso dizer que a autora (Anne Rice) me fez enxergar o vampiro como um ser extremamente sexual. No livro, Nina se liberta; ela encontra no vampiro a válvula de escape para o seu prazer. Talesien desperta na personagem desejos nunca sentidos antes. Ao mesmo tempo ela conhece um homem tão fascinante quanto seu vampiro que também mexe com seus sentidos. E aí começa a viagem: o que é e o que não é real? Qual dos dois é realmente um vampiro? Diferente de alguns autores brasileiros que também escrevem sobre o tema, tentei dar outra visão dos vampiros.


RESENHANDO - "Sob o Véu da Cólera" é uma publicação independente?
ANDRÉA - Não. O que aconteceu foi que um amigo roteirista soube que eu tinha um material em mãos e ele me indicou a Editora Scortecci, que era de um amigo dele e entrei em contato. Tomei coragem e levei minha obra, coisa difícil isso, ter coragem para publicar uma coisa que até então, era só sua. Ele acreditou na história, não mexeu em nada do texto e propôs um acordo. Posso dizer nesse aspecto que tive sorte, pois ele acreditou mesmo no livro. Isso para mim, foi uma espécie de consagração, pois todo mundo me questionava: nossa, ele não mexeu em nada no texto?! Não. Hoje sou muito grata ao João Scortecci pela força e sei que poderei contar com ele de olhos fechados para futuros trabalhos.


RESENHANDO - Você parece ser muito ligada a temas fantásticos. Qual é a sua relação com o RPG?
ANDRÉA - Nenhuma, aliás, o que é RPG? Brincadeira... Quando o Adriano – do Adorável Noite – me chamou para uma entrevista em seu site, percebi a loucura de tudo isso, ou melhor, o envolvimento, o fascínio e o interesse das pessoas por esse tipo de jogo que, confesso, não conhecia. E esse fascínio não é somente pelo jogo, vamos combinar, mas também pelo mundo dos vampiros. Um mundo que eu não tinha noção que existisse. Mas esse tema (vampiros) é um trauma / medo que carrego desde a infância, nada mais. Gostar de bruxas, espíritos e gatos pretos (risos) são influências dos autores que mais leio mesmo!


RESENHANDO - Como e quando começou a escrever? O que escrevia? Por que?
ANDRÉA - Desde criança escrevia diários. Sempre adorei contar tudo o que acontecia para aquele "amigo de papel" que eu sabia que nunca iria contar meus segredos pra ninguém. Só que isso não ficou só na infância, até hoje os escrevo. Para mim, serve como terapia. Aliás, escrevendo muito e tudo o que sinto - todas as tristezas, dores, raiva , alegria e felicidade - me conheço cada vez mais, aprendo a não cometer os mesmos erros e consigo (às vezes) me defender melhor em determinadas situações. É um ciclo. O que você passa hoje, você já passou algo semelhante anos atrás. E você se encontra. Mesmo. Talvez por isso não precise fazer terapia hoje em dia (risos). Escrever para mim sempre foi um desabafo, além de me expressar melhor escrevendo em determinadas situações. Infelizmente, alguns diários se perderam; outros, joguei fora por causa de um namorado ciumento. Atualmente, tenho guardado diários desde 1993 e, futuramente, quero dar para os meus filhos, netos e bisnetos lerem. Já imaginou meus netos lendo e perguntando: essa louca era minha avó!!?? E foi "praticando" em meus diários que desenvolvi o que hoje sei e adoro fazer: escrever.


RESENHANDO - Você lia muito quando era criança?
ANDRÉA - Não, eu não tinha o hábito, mas lembro-me de alguns livros que li quando estava no colégio e um dos que mais me marcaram foi O Mistério do Cinco Estrelas, de autoria do escritor Marcos Rey. Já ouviu falar??? Acho que os professores que tive nunca incentivaram do jeito que deveriam incentivar a criançada a ler. Sempre achei literatura uma coisa chata. Quando criança, claro. Hoje, quando entro em uma livraria, meus olhos brilham e meus dedos coçam!


RESENHANDO - O que representa a literatura em sua vida?
ANDRÉA - Hoje em dia, tudo! Adoro ler, apesar de ter criado o hábito bem tarde... foi quando eu tinha uns 20 anos e assisti ao filme Henry e June, que contava um trecho da vida de Henry Miller. A partir daí, comecei a comprar seus livros para conhecer melhor o autor e me apaixonei pelo modo como escreve. Ao mesmo tempo fui "descobrindo" o Marcelo Rubens Paiva, Edgar Alan Poe e outros autores e, quando "encontrei" Anne Rice, percebi que não conseguia ficar dois meses sem ler um livro.


RESENHANDO - Qual a sua opinião sobre a importância que, hoje em dia, o livro exerce sobre a população?
ANDRÉA - A literatura te abre a cabeça, dá asas à imaginação e permite que você se comunique com as pessoas, acho que é isso. Se as pessoas lessem mais livros e vissem menos novelas, Big Brothers e blá-blá-blá, acredito que seriam menos alienadas. Por exemplo, num jantar com uns amigos, alguém soltou a pérola "você viu o que aconteceu com o Caetano?". Na hora perguntei: "Caetano Veloso"?, e a resposta: "não, o Caetano do Big Brother. É uma lástima esse tipo de comentário vir à tona num jantar entre amigos. Dizer que uma pessoa que lê muitos livros é uma pessoa extremamente culta, acho que não é por aí, mas acho que os livros fazem você perceber coisas que antes, talvez, você não dava atenção. Não sei se você vai concordar, mas acho que você fica mais esperto, mais "inteligente", entende? Os livros fazem você conhecer culturas diferentes, os livros te causam sensações e, quando um autor me faz sentir isso, ele é tudo pra mim! Quando li Os Catadores de Conchas, de Rosamunde Piltcher, comecei a prestar mais atenção nas coisas, nas flores, na sensação de prazer mesmo quando se está sozinha. Quando alguém fala desses programinhas de TV não acredito que acrescente alguma coisa na vida dessas pessoas. Deu pra entender onde eu quis chegar??


RESENHANDO - Quem você acha que são as pessoas que constituem seu público alvo? Por que?
ANDRÉA - Meu livro não é pra gente quadrara e careta, ponto. Esse tipo de gente tem que ficar longe do meu livro porque costumam trocar os papéis, confundir as coisas. Eu escrevo do jeito que falo e acredito que isso ajuda a criar certa confusão na cabeça dessas pessoas, que acabam confundindo a autora com a personagem. Uma pessoa muito querida da minha família chegou até a me perguntar abismada se eu era viciada em cocaína! Meu livro fala de prazer, do sexo sem medo, do prazer sem limites independente de ser homem ou mulher. Acredito que todos aqueles que tiverem "cabeça aberta", pessoas que saibam apreciar uma literatura erótica e não a confundam com pornografia, esse é o meu público. Será que o meu público são os "GLS" (gays, lésbicas e simpatizantes)? (risos). Quem gosta de ler uma coisa picante, vai gostar do livro. Quem gosta de dar risada, vai gostar do livro. Quem sente tesão, vai gostar do livro. Por causa de certas pessoas me questionei várias vezes se o João Ubaldo "sofreu" quando escreveu A Casa dos Budas Ditosos, por exemplo. E o Marcelo Rubens Paiva? Será que na vida real eles são tão pervertidos e loucos quanto seus personagens???


RESENHANDO - O que pensa sobre isso?
ANDRÉA - Como já disse, sofri e sofro até hoje com isso. Mas é aquela coisa, são pessoas que não têm capacidade (nem sei se essa é a melhor palavra) de separar o real da ficção. No meu caso, talvez um dos motivos dessa confusão seja por eu ter escrito tudo em primeira pessoa e por escrever exatamente como falo, daí o "vínculo" e a confusão com a personagem. Atores apanham nas ruas e recebem até ameaças de morte por causa dos personagens que estão interpretando na novela, não é verdade? Isso é coisa de gente louca ou alienada?


RESENHANDO - Para você, a evolução tecnológica está afastando as pessoas dos livros, da boa leitura?
ANDRÉA - Acho que não porque, por mais que existam meios de se fazer download de obras literárias e outras coisas mais, nada tira o prazer de você pegar um bom livro, sentar no sofá, na cama, na areia, seja onde for, e apreciar uma boa obra. Isso não tem preço... e nem Mastercard paga.


RESENHANDO - Quem são seus ídolos na literatura? Sofreu ou sofre alguma influência deles?
ANDRÉA - Atualmente não tenho um ídolo específico, mas sou constantemente influenciada por vários autores. Já fui fissurada pela Anne Rice, mas a vida não é só feita de vampiros e bruxas... Porém, seu tom erótico influenciou muito em meu livro, assim como Henry Miller e até Edgar Allan Poe, embora minha obra não tenha nada de terror! Posso dizer que sou bem eclética nesse sentido. Por exemplo, depois de ler os 5 volumes de Ramsés, de Christian Jacques, escrevi um livro infantil (ainda inédito), acredita? Até Stephen King já me influenciou em uma crônica que escrevi.


RESENHANDO - Qual é o seu gênero literário predileto? Por que?
ANDRÉA - Gosto de tudo um pouco. Se existir o termo "ficção romanceada", esse é o meu predileto! Adoro viajar no tempo, adoro histórias que falam sobre sentimentos e mexem com as sensações. Adoro livros que me façam sonhar que estou naquele tempo. Às vezes é gostoso sair um pouco da realidade e viver, por alguns momentos, um outro mundo e saber que mais tarde, "você vai voltar pra ele".


RESENHANDO - Todo escritor escreve sobre relações humanas. Como você analisa o relacionamento das pessoas nos dias de hoje. Dá para comparar as relações atuais e as do passado?
ANDRÉA - Quando escrevo, analiso muito as atitudes dos que estão em minha volta, escrevo sobre coisas que vejo, coisas que vivo e até ouço das outras pessoas. Analisar o comportamento das pessoas é um pouco complexo, depende muito do que você vai escrever. Quando escrevi Sob o Véu da Cólera, quis mostrar um pouco a "frieza" das pessoas que existe hoje em dia, a falta do romantismo que a personagem procura bastante e não somente nos homens. O mundo está em constante transformação, principalmente com relação às atitudes do ser humano. O romantismo hoje é tido como coisa banal para muitos. Não sei se nos dias atuais Jorge Amado escreveria Mar Morto com o mesmo tom romântico, por exemplo. Posso estar enganada, pois quem tem um Dom, morrerá com ele independente de épocas. Não dá pra comparar épocas, depende muito do autor. O Dráuzio Varela, em Estação Carandiru, conseguiu passar um lado humano do preso que a gente não vê "do lado de fora". Mas eu posso mudar a cena rapidinho fazendo esse mesmo preso apontar um revolver na cabeça do seu filho e fazer com que você mude de opinião. É o meu ponto de vista, é como eu analiso o bandido. Outra coisa que acho importante ao falar de relacionamentos é criar a personagem e, para isso, você precisa de informações, não só para desenvolver sua personalidade, mas também sua profissão e é aí que entra a tecnologia, o mundo virtual. A Internet trouxe a biblioteca pra sua casa, as informações chegam muito mais rápido e isso é fascinante! Hoje posso escrever sobre um oncologista casado com uma bióloga, por exemplo, sem nunca ter estudado medicina. Claro que não vou deixar a pesquisa de campo de lado, mas isso é um outro assunto. Ou seja, essa questão vai bem longe...


RESENHANDO - Se pudesse voltar no tempo, reescreveria algo, achando que poderia ter feito melhor?
ANDRÉA - Sempre quando termino uma obra pode ter certeza de que ela foi refeita várias vezes e, lendo hoje novamente, continuaria reescrevendo sim. Acho que isso é natural de qualquer pessoa. Você sempre tem a sensação de que "pode ser melhor". Por exemplo, essa entrevista... quanta coisa já mudei da versão original!


RESENHANDO - Você coloca palavrões em determinados trechos do livro. Como escritora, acha que realmente há necessidade? Por que?
ANDRÉA - Essa pergunta me faz lembrar de uma coisa engraçada na minha vida, pois quando eu escrevi o livro, trabalhava com muitos homens (e a maioria carioca) e eles falavam muito palavrão, inclusive meu chefe quando brigava no set de gravações. Com certeza, isso influenciou bastante minha personagem, não? Acredito sim que o palavrão, às vezes,expressa melhor determinadas coisas. Não lembro se foi uma crônica do Mário Prata ou qual escritor, sabe aquelas coisas que você recebe por e-mail?, e este falava exatamente da colocação dos palavrões na vida real. Achei extremamente engraçado, pois é verdade essa "realidade". Desculpe escrever isso aqui (pode tirar da entrevista se quiser!), mas não é do caralho alguém te pedir em casamento vendo o por do sol no alto de uma montanha na Guarda do Embaú?? É um puta visual!!! Aí vem um babaca e do nada, rouba sua bolsa no local e você diz: que porra é essa?! Entendeu minha colocação? Porém, quando você me perguntou se eu reescreveria algo de novo, acho que colocaria menos palavrões em meu livro (risos).


RESENHANDO - E quanto as cenas sensuais? Há uma necessidade do escritor em revelar traços de personalidade ou é uma estratégia para envolver o leitor?
ANDRÉA - Totalmente estratégia. Acho o máximo quando um escritor me faz sentir o que está escrevendo. Rosamunde Piltcher me fez chorar em Trancoso, acredita? E o Stephen King? Cheguei a ver o homem que ele descrevia naquele exato momento no canto do meu quarto, levando um puta susto! Quando resolvi escrever Sob o Véu... foi culpa do Henry Miller e Anne Rice. Acho o máximo você sentir tesão apenas lendo um livro e sempre imaginei como fazer isso também, como criar esse tesão (ou essa tesão??) nas pessoas. E, modéstia a parte, posso dizer que consegui esse "poder" em meu livro. Pelo menos, foi o que alguns amigos me disseram! E não somente com os trechos sensuais, mas também como os engraçados. Acho que é um Dom conseguir entreter o público dessa forma.


RESENHANDO - De onde você recebe influências?
ANDRÉA - Sou bastante influenciada pela vida real, acredite. Cada palavra solta, cada acontecimento inusitado que rola na minha presença acende uma luzinha aqui dentro e daí sai uma idéia. Atualmente estou trabalhando em duas obras: uma infantil e outra para o público adulto. Esse livro é sobre uma história real que rolou com um casal de amigos. Foi coisa de polícia mesmo e coisa que você acha que só acontece em filme. Pois é, rolou com uns amigos bem próximos e, desde então, já virou um filme na minha cabeça. Pra falar a verdade a primeira idéia era de transformá-lo em um roteiro, mas como acredito isso é mais difícil do que editar um livro, acabei mudando o objetivo. Mais alguns meses e vocês estarão lendo Nove de Julho, quem sabe??


RESENHANDO - Qual foi o impulso que faltava para que você decidisse, finalmente, lançar sua obra?
ANDRÉA - Um hecatombe, acredite! O livro estava na gaveta durante um ano e um furacão passou na minha vida mexendo com minha saúde, estado emocional, foi um horror. Quando vi a oportunidade, não a perdi. Resolvi tirar da gaveta "aquele cartão do editor" que estava também guardado e criei coragem para mandar minha obra. Não demorou 20 dias. Ele leu, gostou, acreditou. Hoje está aí pra todo mundo ler e gostar. E depois dessa revolução interna que passei, confesso que foi um "presente do céu"! Me fez até reencontrar uma pessoa muito especial e que hoje é meu marido!


RESENHANDO - Qual foi a maior mudança após ter seus livros lançados? Como foi a história de ter encontrado seu marido?
ANDRÉA - Foi todo um processo de transformação interno que começou poucos meses antes e logo após o lançamento. Primeiro, foi a descoberta de que quero morrer escrevendo e, descobrir o que você realmente quer fazer pro resto da sua vida somente com quase trinta anos, é uma louca transformação. Atualmente, não é o que me sustenta, mas acredito que um dia vai me sustentar. Quem sabe quando eu tiver 50 anos (risos)! Na seqüência, exatamente no dia do lançamento ele foi me prestigiar. Na verdade eu reencontrei um amigo, um amigo com quem já tinha tido um relacionamento 6 anos atrás, mas cada um já tinha ido pro seu canto, saca? Apesar de todo aquele buxixo, eu estava carente e desacreditada da vida (emocional, quero dizer) e ele reapareceu no momento certo. Foi como uma mágica, exatamente como o Fito Páez diz: "yo no buscava nadie y te vi". Depois ele me ligou, eu liguei, a gente se cruzou e não se desgrudou desde então. Hoje ele é meu amigo, meu namorado, meu amante e marido, além de ser sempre o primeiro a me dar força para nunca parar de escrever.


RESENHANDO - Quais as dificuldades que uma jovem escritora, como você, enfrenta?
ANDRÉA - Quem é Andréa Cabañas?? Acho que isso é o que mais pesa hoje em dia nos novos autores. Você precisa achar alguém que realmente acredite em sua obra e mandar ver na mídia, mas para isso, você precisa de algumas coisas: sorte, tempo (caso você não tenha grana) e grana (caso você não tenha tempo) pra bancar uma boa assessoria de imprensa, que custa caro. E mesmo que você consiga, às vezes não é o suficiente, porque quem é mesmo Andréa Cabañas??


RESENHANDO - E os próximos projetos?
ANDRÉA - Tenho um que é o meu maior xodó. São fábulas para mostrar pra criançada o porquê de determinados animais estarem correndo risco de extinção e, dessa forma, tentar ajudar através da literatura, algumas ONGs a continuarem com seus projetos de preservação, já que é tão difícil encontrar um patrocinador que tenha essa visão. Agora você me pergunta: literatura infantil após um romance erótico?! Pois é, olha o que meu marido fez comigo (risos). Era aniversário dele e eu estava passando por uma péssima fase financeira e sem grana nenhuma pra comprar presente pra ele. Foi quando escrevi a nossa história em forma de fábula e vou falar, ficou linda!! Até que a mãe dele leu e fez a pergunta: você nunca pensou em escrever pra crianças? Na hora me deu um clic, juntei essa descoberta com minha vontade de salvar os animais e criei esse projeto, que ainda está na gaveta esperando aquela oportunidade. Atualmente estou escrevendo outro livro, Nove de Julho, inspirado em fatos reais e na Cássia Eller, de quem sou muito fã! Gostaria que se tornasse um roteiro, mas vamos com calma... É isso. Desde que terminei de escrever Sob o Véu... não parei de escrever. Depois que experimentei o gosto de escrever um livro, quero mais é escrever, escrever, enfim, morrer como Raquel de Queiroz: escrevendo.

.: Resenha de "Alice no País das Maravilhas", Lewis Carroll

Viajando no país das maravilhas com Alice
Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em março de 2005


Hoje em dia é comum dizer "Acorda Alice. Está no país das maravilhas?", principalmente para quem vive no mundo da lua, ou literalmente no país das maravilhas. Brincadeiras à parte, muitas pessoas não conhecem esta personagem de Lewis Carroll que tem idade para ser a sua tatatara...avó.

Alice é uma garota meiga e jovem que ainda encanta marmanjões e criancinhas de todo o mundo. Ela vive num mundo totalmente mutável. Seu país é construído na confusão da realidade e a verdade omitida ou mundo inventado e completamente ao contrário.

Carroll mostra toda a sua inteligência nesta real comédia em que o abstrato torna-se concreto. Obra perfeita a qual mostra que fora realmente escrita para crianças (digo isto pelo fato de haver o toque de magia na história). Lewis tinha facilidade com as crianças, então teve a idéia de fazer um livro com histórias infantis. Em seus dois livros a personagem Alice revela como o mundo humano é montado.

Com sutileza nos faz pensar nas questões: Quem sou? Por que sou? Alice não parece sentir, mas parece saber distinguir o 'sonho-perigo' e 'real-perigo'. A personagem sonha com animais e um reinado totalmente diferente. Um mundo em que a identidade, personalidade, tamanho, memória, lugar, língua, conhecimento, distância, gramática, sensação, velocidade, progresso e tempo são completamente simples de serem mudados.

É com tanta riqueza de  texto que a história improvável de Alice que o leitor descobre-se envolto a um mundo inteligente completamente criado. Cabe aos leitores saber aproveitar cada preciosidade desta obra.

Sobre o autor: Lewis Carroll é o pseudônimo de Charles Lutwidge Dodson (1822-1898), escritor e matemático inglês. Conhecido por seus livros infantis Alice no País das Maravilhas (1865) e Alice no País dos Espelhos (1872). Charles diplomou-se em matemática em Oxford (1854) e foi ordenado diácono (1861), mas não seguiu carreira religiosa. Por ser gago e tímido, preferia a companhia de crianças. Desprovidos do moralismo pesado próprio das obras para crianças de seu tempo, os livros sobre Alice fazem, além disso, uso freqüente do contra-senso e do paradoxo. Carroll também foi desenhista, fotógrafo e autor de livros sobre matemática.

Livro: Alice no País das Maravilhas
Título Original: Alice in Wonderland
Autor: Lewis Carroll
136 páginas
Tradução: Ana Maria Machado
Editora: Ática

.: Resenha de "Sob o Véu da Cólera", Andrea Cabañas

Um vampiro com a libido aguçada
Por: Mary Ellen Farias dos Santos

Em março de 2005


Linguagem direta e um tanto que erótica. É desta forma que pode-se definir a escrita de Andrea Cabañas. Ela que utiliza do jogo lúdico entre realidade e ficção, lança o leitor em uma viagem a um mundo em que a libido do vampiro Talesian é um tanto que aguçada.

Contudo, este linguagem lúdica vampiresca teve inspiração em escritores consagrados como Henry Miller e Anne Rice. É neste amor entre homem e vampiro que em Sob o Véu da Cólera, Andrea Cabañas, apresenta Nina, jovem que está em busca do amor e o limite das sensações.

A história que se passa em 1997 relata os estranhos sentimentos que nascem junto a um amor platônico. No entanto, este amor tem um tempero diferente: eles são de mundos completamente diferentes. 

Nina que tem um grande vazio em sua alma, continua a sua espera pelo príncipe encantado. Este, não chega em um cavalo branco, sim numa noite. Chega então, um cavalheiro, alto, cabelos loiros, olhos verdes. É neste momento que ela descobre o seu eterno amor.

Enquanto Greco é o homem, Talesien é o demônio. Ser do mal que leva Nina a 'sonhos' reais. Contudo, ele homem é diferente das suas paixões, para viver o seu grande amor, ela terá que perder o medo da dor, pois este homem é um ser imortal. Um vampiro, seu grande amor. 

Passados dois anos, Nina vive momentos muito quentes com seus dois amantes, o que coopera para que tenha a sexualidade mais aflorada. Por meio disto, ela é seduzida e induzida pelo seu amado vampiro a viver experiências jamais vividas por ela. Até chegar o grande momento. "Talvez na morte encontre a felicidade de viver, finalmente, um grande amor."

A história deste amor traz Talesien, como um demônio, ser do mal que leva Nina a 'sonhos' um tanto que fortes para um leitor sem muita bagagem, isto é,  o envolvimento com um vampiro é alternada entre sonho e realidade, o que causa em certo estranhamento no leitor de primeira viagem.

Livro: Sob o Véu da Cólera
Autora: Andrea Cabañas
234 páginas
Editora: Scortecci

sábado, 26 de fevereiro de 2005

.: MTV, a Televisão Visível

Por: Marcelino Rodriguez 
Em fevereiro de 2005


Desde que, por motivo tecnicamente econômico, tive de abrir mão da minha TV a cabo, tinha perdido todo o interesse e alegria nessa mídia popular, que anda há duas décadas numa crise de gosto e valores intermináveis. 

Percebi que os canais abertos, aqui e na Argentina, - creio que o mal é do continente -, tem abusado de subestimar a inteligência, a sensibilidade e o gosto do expectador.

Novelas inverossímeis. Filmes violentos e sem nexo. Noticiários estereotipados (perguntas previsíveis para respostas previsíveis). Nada, enfim, que seja sutil, sofisticado ou reflexivo, a não ser em abençoadas exceções.

Assim que a televisão tem deixado, para mim, de ser algo considerável. Fico fazendo força para que as Tvs a cabo democratizem, o que seria louvável e inteligente, os preços para o consumidor das classes C e D. Isso livraria muita gente de apresentadores de gosto e originalidade duvidosa. A televisão aberta aposta, e erra, na violência injustificada, na futilidade e, em alguns casos, numa quase demência. Um burro, acredito, dormiria vendo certos programas. 


Quem é mais gay, mais sarado, mais perverso ou mais degenerado, não interessa, acredito, a quem tenha apenas dois neurônios, o Tico e o Teco, que seja.

No entanto, quase que por acaso, descobri o canal da MTV, numa fuga desesperada da mesmice. Tenho me surpreendido positivamente, quase como um milagre... 

Vinhetas joviais, apresentadoras engraçadas com cara de gente como a gente, expressando-se de fato.

As hilárias Didi e Marina, loura e morena comuns fazendo graças sem silicones. Clipes musicais daqui e do exterior. Dá para relaxar a mente, sorrir um tanto sem a sensação horrível de se estar perdendo tempo.

Sempre gostei, quando era possível e feita para gente razoável, de assistir TV. O estranho é que se pode fazer muita coisa inteligente na televisão. Basta amor próprio, ao próximo e a vida. Posso ajudar os produtores nisso, se o problema é falta de idéias.

A MTV tem provado que outra televisão é possível. E que Deus e a população merecem coisa melhor do que as redes tradicionais têm feito.
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