quinta-feira, 3 de junho de 2021

.: Bia Bom integra o elenco de “Cadê a Criança que Tava Aqui?”


Entre as novidades da atriz mirim Bia Bom está sua primeira estreia de 2021, integrando o elenco do espetáculo "Cadê a Criança que Tava Aqui?", neste sábado, dia 5, no Teatro Alfa, em São Paulo. Os ingressos já estão à venda.

“Cadê a Criança que Tava Aqui?” tem um formato atípico, não convencional, que busca a interação com a plateia o tempo todo e visa, através de jogos, cenas e números musicais, apresentar ao espectador um texto crítico e ao mesmo tempo leve, que trata de questões relacionadas a educação, engajamento social e relações pessoais, tanto no âmbito social em geral quanto no familiar. 

O próprio título nos traz a reflexão sobre onde escondemos nossa criança do passado. Através de quadros divertidos e dinâmicos, o elenco busca oferecer ao espectador a experiência de voltar a ser criança, trazendo à tona brincadeiras e o sabor da infância.

Bia Bom esteve em cartaz no musical "Achados e Perdidos", com direção de Cininha de Paula, interpretando a Menina do Riso. Já participou do curso de montagem de "Matilda - O Musical", da Espaço Artístico 4 Fun, onde interpretou Alice. Recentemente integrou o elenco da versão musical de "João e Maria", com direção de Fernanda Chamma e de "Matilda in Concert" do Estúdio Broadway. Atualmente Bia se prepara para estrear em “A Megera Domada – O Musical” e em “Cadê a Criança que Tava Aqui?”, além dos ensaios do curso de montagem de “School of Rock” do Estúdio Broadway.

Ficha Técnica:
Espetáculo: 
“Cadê a Criança que Tava Aqui?”
Texto e direção: Bernardo Berro
Direção musical: Rodolfo Schwenger
Coreografias: Davi Tostes
Figurinos: Fabio Namatame
Cenografia: Gabriela Gatti
Músicas originais: “Vem Brincar!” e “Um mundo pra Brincar!”, de Lucas Mendes e Luisa Ferrari
Técnico de som e sonoplasta: Lucas Mendes
Elenco infantil: Babi Abate, Bia Bom, Clarah Passos, Erin Borges, João Victor Rossi e Renata Cavallieri.
Swing Infantil e Dance Captain: Evelyn Lucas
Atores convidados: Andrea Vitfer, Bruno Bóssio e Mariana Gallindo
Produção executiva: Bernardo Berro
Co-produção executiva: Erika Barboni e Claudio Borges
Produção: Tony Germano
Assistência de produção: Claudia Pool

Serviço:
A temporada começa dia 5 de junho
Sábados e domingos, às 16h
Teatro Alfa - Rua Bento Branco de Andrade Filho, 722, São Paulo - São Paulo
Ingressos: https://bileto.sympla.com.br/event/67798/d/99366/s/556628




.: Entrevista: Ariadna Arantes não foge das polêmicas do "No Limite"


Terceira eliminada do "No Limite" revela tudo pela primeira vez. Globo/João Cotta

A falta de preparo físico pode ter atrapalhado um pouco, mas ela mostrou garra até o fim. Logo no primeiro desafio – o mais difícil de todos, em sua opinião –, Ariadna Arantes foi a última a conseguir escalar o paredão de areia e pegar a sua bandana. Na sequência, já sem forças, a carioca desceu as dunas rolando. Apesar dos memes que a cena rendeu aqui fora, no jogo Ariadna teve medo de que o seu sedentarismo atrapalhasse o grupo. Mas o que aconteceu foi exatamente o oposto: nos companheiros da tribo Carcará, a ex-"BBB11" encontrou forças para não desistir e para dar o seu melhor em todas as provas.

"Talvez o fato de eu estar com muita dor na perna e de ter passado mal logo no início fez com que as pessoas pensassem que eu era a mais fraca", pondera a eliminada. Mas se engana quem pensa que o "No Limite" é uma competição só de força, a boa convivência em grupo também é importante e, segundo Ari, esse era um dos seus pontos fortes. "No acampamento eu era muito ativa: buscava lenha, subia em árvore, encontrei o lago, ajudava na hora de fazer fogo e até ensinei o pessoal a amolar faca na pedra", conta.

Após visitarem o Portal de Eliminação pela primeira vez, a tribo Carcará percebeu que o jogo não está ganho e que os calangos também têm "sangue nos olhos". Na entrevista abaixo, Ariadna revela para quem vai a sua torcida e comenta os limites que conseguiu superar. O programa "No Limite" vai ao ar às terças, logo após "Império", com de Andre Marques, direção artística de LP Simonetti e direção geral de Angélica Campos. O reality show é mais uma parceria da Globo com a Endemol Shine Brasil, com base no "Survivor", um formato original de sucesso.


Você acredita que chegou no seu limite?
Ariadna Arantes -
Eu ultrapassei o meu limite, fui muito além dele. Subir aquela duna me deixou traumatizada porque eu logo pensei que teria que encarar aquilo todos os dias. E aquela duna é muito maior do que parece pela TV. Quando estávamos andando para o outro desafio, o de achar as chaves na areia, minha pressão caiu e fiquei branca. Se não fosse pelo Chumbo e pelo Viegas, os carcarás teriam me comido viva ali (risos).


Como você avalia a sua participação?
Ariadna Arantes - Apesar de não ter a mesma força e preparo físico de outras pessoas, acho que todo mundo tem as suas limitações. Eu tive as minhas. Talvez o fato de eu estar com dor na perna e de ter passado mal logo no início fez com que as pessoas pensassem que eu era a mais fraca. Mas dentro do grupo, na convivência do acampamento, eu fui muito ativa, queria mostrar atividade: buscava lenha, subia em árvore, encontrei o lago, ajudava na hora de fazer fogo e até ensinei o pessoal a amolar faca na pedra


Apesar de ter sido a primeira eliminada da tribo Carcará, você tinha uma relação boa com a maioria deles. Como você avalia o seu grupo?
Ariadna Arantes - Eu não poderia ter caído em uma tribo melhor, foi um presente. Nós tivemos uma conexão que acho que a outra tribo não teve. Foi um encontro! E eu cheguei a falar isso para eles. Tínhamos alguns desentendimentos na tribo, mas quando a gente saía daquele acampamento, tudo ficava para trás. Era um segurando a mão do outro.


Qual foi o momento que mais te fez vibrar?
Ariadna Arantes - Foi a reviravolta na primeira prova, que foi muito emocionante. Eu tinha acabado de passar mal, me recuperei e a gente conseguiu virar o jogo. Eu tinha escolhido a parte de buscar as caixas porque sou melhor na água, mas a gente não precisou nadar e aqueles caixotes estavam muito pesados. Mas foi o momento que fiquei mais feliz. Acho que a fé, ali, moveu caixas (risos).


E o maior perrengue?
Ariadna Arantes - Foi aquela chuva. Aquela tempestade foi horrível. Eu nunca imaginei que conseguiria dormir com goteira na minha cara, mas o cansaço era tanto que acabei dormindo. Foi um perrengue que nunca imaginei que eu passaria.


Como foi a sua relação com os outros parceiros da tribo?
Ariadna Arantes - Eu tive alguns desentendimentos com a Iris porque ela estava mais negativa, reclamando muito, mas ela é uma pessoa maravilhosa fora do jogo. O Chumbo é um menino cabeça, muito inteligente. A Elana era a mais carinhosa de todos e o Viegas, o mais calmo. O Gui era muito atencioso, apesar de ser um pouco atrapalhado, e o Zulu era aquela pessoa que sempre nos motivava. Eu achei que iria me estranhar com a Paula no início, mas logo reparei que era só o jeito capricorniano dela. Ela é uma menina incrível, muito forte.


E para quem fica a sua torcida?
Ariadna Arantes - A minha torcida era para o Chumbo e agora vai para a Paula. O Chumbo é uma pessoa que eu gosto muito. E eu quero muito que a Paula chegue até a final. Ela foi uma pessoa que me ensinou muito! Aquela hora na última prova do privilégio, quando ela me arrastou, eu não estava aguentando mais. Depois ela veio me pedir desculpas, com medo de ter me machucado e tratei logo de agradecer. Foi o que me salvou! Estou torcendo muito para que ela vá para a final e ganhe! Ela merece muito, é muito "raçuda".


quarta-feira, 2 de junho de 2021

.: Cia Estável de Teatro apresenta "Patética", que homenageia Herzog


A peça conta a vida de Vladimir Herzog desde a imigração dos pais para o Brasil, passando pela militância, prisão, depoimentos no DOI-Codi, até a morte e a luta da família para provar que ele não cometeu suicídio, mas foi assassinado. A montagem mostra uma trupe de artistas circenses que apresenta pela primeira e última vez a história de Glauco Horowitz (Herzog). Ao discutir a censura, a própria peça é proibida e o circo é fechado. Foto: Jonatas Marques


O espetáculo "Patética", montagem da Cia Estável de Teatro, será apresentado, em formato digital, no Festival São Paulo Sem Censura, dia 5 de junho, sábado, às 20h. Após a sessão, haverá um bate-papo com integrantes da Cia Estável sobre o processo de pesquisa, com a participação de Celso Nunes, que foi o diretor da primeira montagem do espetáculo, em 1980. 

O espetáculo "Patética" reflete sobre as circunstâncias que lavaram ao assassinato do jornalista e dramaturgo Vladimir Herzog (1937-1975). O texto foi escrito em 1976, um ano depois do seu falecimento, por seu cunhado e, também dramaturgo, João Ribeiro Chaves Neto. A Cia Estável de Teatro montou o espetáculo em 2018 e apresenta uma versão digital na segunda edição do Festival São Paulo Sem Censura promovido pela Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, no dia 5 de junho, sábado, às 20h. Após a sessão, haverá um bate-papo com integrantes da Cia Estável sobre o processo de pesquisa, com a participação de Celso Nunes, que foi o diretor da primeira montagem do espetáculo, em 1980.

Com direção de Nei Gomes, a montagem da Cia Estável usa o metateatro para mostrar uma trupe de artistas circenses que apresenta pela primeira e última vez a história de Glauco Horowitz (Herzog). Ao discutir a censura, a própria peça é proibida e o circo é fechado. A peça conta a vida de Vladimir Herzog desde a imigração dos pais para o Brasil, passando pela militância, prisão, depoimentos no DOI-Codi, até a morte e a luta da família para provar que ele não cometeu suicídio, mas foi assassinado.

Na noite do dia 24 de outubro de 1975, o jornalista apresentou-se na sede do DOI-Codi, em São Paulo, para prestar esclarecimentos sobre suas ligações com o PCB (Partido Comunista Brasileiro). No dia seguinte, foi morto aos 38 anos. Segundo a versão oficial, ele teria se enforcado com o cinto do macacão de presidiário. Porém, de acordo com os testemunhos de jornalistas presos na mesma época, Vladimir foi assassinado sob torturas. A morte de Herzog foi um marco na ditadura militar (1964-1985). O triste episódio paralisou as redações de todos os jornais, rádios, televisões e revistas de São Paulo.

Além de se constituir numa denúncia da tortura no Brasil, a peça dialoga com questões estéticas da dramaturgia contemporânea. Teve uma trajetória conturbada durante a ditadura militar: o texto foi premiado, a premiação foi suspensa, foi confiscado, depois vetado, só liberado em 1979, e não pôde usufruir dos prêmios (do valor em dinheiro, da montagem do espetáculo nem da publicação do texto).

A Cia Estável inseriu parte da obra no espetáculo "Flávio Império, Uma Celebração da Vida"  (montagem de 2002, com direção de Renata Zhaneta) por ter sido um espetáculo para o qual Flávio Império fez os cenários e figurinos da montagem dirigida por Celso Nunes. Na época, marcou o retorno do cenógrafo após muitos anos afastado das criações teatrais.


Sobre a Cia Estável de Teatro
Com 20 anos de trajetória o grupo formado na escola de teatro da Fundação das Artes de São Caetano do Sul foi contemplado em 6 edições da Lei de Fomento ao Teatro para a cidade de São Paulo. O coletivo tem como premissa de sua pesquisa a criação em conjunto com a comunidade onde está inserida. O primeiro projeto do grupo foi o Amigos da Multidão, realizado no teatro distrital Flávio Império, em Cangaíba, zona leste de SP, onde, por intermédio do edital de Ocupação dos Teatros Distritais em 2001, desenvolveu uma programação diária com oficinas, espetáculos artísticos, saraus e apresentações de peças de seu próprio repertório.

Dentre elas, o espetáculo Incrível Viagem, de Doc Comparato e direção de Renata Zanetha, que também foi apresentado no projeto Formação de Público da Secretaria Municipal de Cultura. Foram montados também os espetáculos Flávio "Império, Uma Celebração da Vida", de Reinaldo Maia e direção de Renata Zanetha, e "Quem Casa, Quer Casa", de Martins Penna, com direção de Nei Gomes.

Com "O Auto do Circo" (2004) de Luis Alberto de Abreu e direção de Renata Zhaneta, participaram do Festival de Teatro de Curitiba e Janeiro da Comédia, em São José do Rio Preto. A partir de 2006, a Cia. Estável de Teatro passou a fazer residência artística no Arsenal da Esperança, casa de acolhida que abriga 1.200 homens em situação de rua localizada ao lado do Museu do Imigrante, no bairro do Brás. Dentro do espaço, uma lona de circo foi armada servindo de picadeiro e lugar de convivência dos acolhidos.

No espetáculo "Homem Cavalo & Sociedade Anônina", de 2008, o grupo aprofunda a pesquisa nas relações entre o modo de produção capitalista e a exploração do trabalho. Em 2009, o espetáculo foi convidado a participar do Festival Flaskô Fábrica de Cultura, do encontro estadual do MST em Itapeva, na Escola Nacional Florestan Fernandes e participa 5 Mostra de Teatro de Rua Lino Rojas.

Em 2011, o grupo comemorou dez anos com uma mostra de seu repertório. Também lançou o livro "Das Margens e Bordas – Relatos de Interlocução Teatral Cia Estável 10 Anos". Nele estão textos críticos produzidos por integrantes do grupo e colaboradores, o roteiro do espetáculo "Homem Cavalo & Sociedade Anônina" e extenso material iconográfico.

Em 2013 estreia A Exceção e a Regra, de Bertolt Brecht, com direção de Renata Zhaneta. A peça é apresentada dentro do Arsenal da Esperança e circula por ruas e praças da cidade de São Paulo, participando da VII Mostra de Teatro de São Miguel Paulista, da I Mostra Pela Paz, da III Feira Teatro de Rua em Sorocaba e Votorantim, do Festival de 10 Anos da Flaskô e da Mostra de Teatro de Rua e de Floresta, no Acre, durante encontro da Rede Brasileira de Teatro de Rua. A companhia integra o Movimento de Teatro de Rua (MTR).


Ficha técnica:
Espetáculo "Patética"
Texto: João Ribeiro Chaves Neto. Direção: Nei Gomes. Adaptação da dramaturgia: Daniela Giampietro. Elenco: Juliana Liegel, Katia Lazarin, Maria Carolina Dressler, Miriele Alvarenga Osvaldo Pinheiro, Paula Cortezia e Sergio Zanck. Cenografia: Luis Rossi. Figurino e adereços: Marcela Donato. Preparação musical: Reinaldo Sanches. Músicos: Reinaldo Sanches, Rayra Maciel, Agata Gabriela, Simone Ferreira.Preparação corporal: Ana Paula Perche e Carlos Sugawara. Maquiagem: Ana Luisa Icó. Iluminação: Erike Busoni. Operação técnica: Evas Carreteiro, Ramon, Junior Batucada, Priscila Chagas. Produção: Maria Carolina Dressler, Flávia Morena, Nei Gomes. Registro e produção multimídia: Jonatas Marques. Assessoria de imprensa: Adriana Balsanelli. Orientação audiovisual: Luiz Cruz.


Serviço:
Espetáculo "Patética"
Dia 5 de junho, sábado, às 20h - Espetáculo estará disponível na plataforma por 24h.
Transmissão: Redes da Secretaria Municipal de Cultura.
Duração: 85 minutos.
Classificação etária: 10 anos.
Ingressos: grátis.
Após a sessão haverá bate-papo com a Cia Estável de Teatro sobre o processo de pesquisa e toda experiência com esta montagem. A conversa contará com a participação de Celso Nunes, diretor da primeira montagem do espetáculo.


.: "Trilogia Contra a Violência", de 5 a 10 de junho, em mostra online gratuita


"Trilogia Contra a Violência", idealizada pela atriz Natalia Gonsales traz os espetáculos "Fóssil", "A Última Dança" e "Carmen" para uma mostra online gratuita com duração de uma semana, de 5 a 10 de junho.

"Fóssil", dramaturgia de Marina Corazza, que aborda a luta das mulheres curdas, tem direção de Sandra Corveloni, com Natalia Gonsales e Flávio Tolezani no elenco; "A Última Dança", interpretado por Natalia, é um monólogo sobre a condição do trabalho operário. Inspirado no diário de fábrica da escritora e filósofa francesa Simone Weil, escrito por César Baptista, com encenação de Natalia Gonsales, César Baptista, Fernanda Bueno e Janaína Suaudeau; e "Carmen" com dramaturgia de Luiz Farina (baseado na novela "Carmen De Prosper Mérimée"), com Natalia Gonsales, Flávio Tolezani e Vitor Vieira no elenco, e direção de Nelson Baskerville (registro feito em 2018 no Teatro Poeira RJ).  

Os três espetáculos já fizeram temporadas presenciais com sucesso de público e crítica, e agora chegam às suas versões online, compondo a Trilogia Contra a Violência, já que todos abordam aspectos de violência e opressão social contra a mulher em épocas e contextos muito diferentes entre si.

Como idealizadora, Natalia Gonsales, atriz e responsável pela produtora cultural Bem Casado Produções Artísticas, tem constante pesquisa sobre personalidades e fatos que desafiam a ordem imposta, sempre pela perspectiva do feminino, misturando teatro, audiovisual e dança, realiza espetáculos por todo o Brasil, como: “Festa”, de Marcelo Soler, direção Lana Sultani estreou em 2013 no CCBB de SP; “A Última Dança”, “Chuva Não. Tempestade!” de Franz Kepler, direção Rafael Primot; “Fala Comigo antes da Bomba Cair” de Mario Bortolotto e Tennessee Williams, direção Carla Candiotto. No ano de 2017, o espetáculo "Carmen" tornou a personagem feminina (Carmen) narradora de sua própria tragédia dando a ela voz e representatividade. Em 2020, estreou o espetáculo “Fóssil” sobre a Revolução de Rojava que acontece hoje no norte da Síria e tem forte atuação das mulheres.


Sobre "Fóssil" - Dias 5 e 8 de junho, às 19h
Criado a partir da pesquisa de três anos desenvolvida por Natália e pela dramaturga Marina Corazza a respeito do povo curdo e da revolução de Rojava, na Síria, a peça com direção de Sandra Coverloni estreou no Sesc Pompeia no início de 2020 tendo grande repercussão de público e crítica, com todas as apresentações lotadas. Seguiu para temporada no Teatro Aliança Francesa, que foi interrompida por conta da pandemia gerada pelo covid-19. Em agosto de 2020 com o cenário no teatro, realizou 3 apresentações online pelo Festival Palco Presente da Secretaria Municipal de Cultura.

A peça se passa dentro da sala de Luiz Henrique (Flávio Tolezani), diretor da maior empresa de gás liquefeito de petróleo. Anna (Natalia Gonsales), uma jovem cineasta, vai ao seu encontro em busca de recursos para a realização de um filme sobre a Revolução de Rojava, no norte da Síria.

A cineasta narra o roteiro de seu filme e a importância político-social deste, cruzando histórias de mulheres curdas torturadas da Síria com memórias de mulheres na ditadura brasileira de 64. “Ao olhar para nós à luz dessa revolução, vemos as mulheres que nos geraram, e antes delas, as que geraram nossas mães, e antes delas, as outras, e as outras, e as outras e todas nós. Ao olhar para nós à luz da Revolução de Rojava, sabemos que queremos e que podemos acreditar em utopias por meio de um trabalho diário que deixe nascer outras formas mais justas e libertárias de se pensar e viver.” Comenta a dramaturga Marina Corazza.

“Encenar a luta curda pela democracia revela contradições do sistema democrático ocidental que se apresenta na forma atual do patriarcado, sustentado pelo Estado e pela hierarquia. A forma de Estado-Nação aliado ao Capitalismo é um modelo baseado nas dominações de classe, gênero, etnia e religião associado à competitividade econômica, impossibilitando assim, que a nação alcance os objetivos de liberdade, igualdade e justiça social”, explica Natalia.

A encenação de Sandra Corveloni propõe um encontro entre teatro e audiovisual tendo projeções sensitivas e trilha sonora original de Marcelo Pellegrini, criando um clima de sala de cinema, para falar da Revolução de Rojava ou Confederalismo Democrático do Norte da Síria. 

"Fóssil possui uma dramaturgia bastante profunda, com camadas de informações e sentimentos que aparecem à medida em que o texto avança. A montagem que é ao mesmo tempo teatral e cinematográfica, nos leva a refletir sobre questões como os direitos das mulheres, a democracia, as fronteiras e a arte", comenta a diretora.


Sobre "A Última Dança" - Dias 6 e 9 de junho, às 19h
Monólogo inspirado no diário da escritora e filósofa francesa Simone Weil (1909-1943), "Expérience de la vie d'usine" ("Vivendo a vida da fábrica") e nas pesquisas publicadas por Eclea Bosi (“Simone Weil - A condição operária e outros estudos sobre a opressão”).

O dramaturgo, diretor, coordenador do Núcleo de Dramaturgia do Sesi, César Baptista é o responsável pela dramaturgia e adaptação do diário para o teatro.  Em cena, a atriz , ao lado de algumas máquinas de linha de produção que fazem parte do cenário assinado pelo cenógrafo, ator e diretor Flávio Tolezani narra não apenas a vida de Weil na fábrica, como também sua resistência às guerras e à força. A encenação foi toda construída a partir de seus relatos e cartas. A trilha é composta por ruídos das correias e barulhos de macetadas. Outras manifestações sonoras do ambiente fabril são transformadas em músicas compostas pelo premiado compositor Daniel Maia. 

Simone Weil, nascida em 1909 em Paris, filha de médico judeu, aos vinte anos aluga um quartinho perto de uma fábrica, despede-se de seus pais, amigos e do ensino da filosofia para trabalhar nas linhas de montagem com o objetivo de vivenciar a condição operária e a opressão social. Com essa vivencia, Simone deixa uma espécie de diário relatando o seu dia a dia na fábrica: o calor do forno, as labaredas, o barulho terrível da caldeiraria, os acidentes, as doenças, as ordens, o medo, o ritmo crescente do trabalho, o esgotamento, o envelhecimento, a infelicidade e a fome. 


Sobre "Carmen" - Dias 7 e 10 de junho, às 19h
Em junho de 2017 o espetáculo escrito por Luiz Farina estreou na cidade de São Paulo, no Teatro Aliança Francesa. Baseado na novela original "Carmen", de Prosper Mérimée, escrita 1845, na qual Georges Bizet se inspirou para a criação da Ópera Carmen. A história é contada por três atores: Natalia Gonsales, Flávio Tolezani e Vitor Vieira, com direção de Nelson Baskerville. 

Admiração, pulsão, curiosidade, interesse pela cultura cigana e pela personagem Carmen foram fundamentais para essa iniciativa artística. O desejo impulsionou a ideia e a vontade de levar essa personagem, carregada de uma forte personalidade e de uma trágica história, ao teatro. Uma dramaturgia clássica merece ser conhecida, visitada, discutida e revisitada. Pois, quando são vivenciadas de fato, mais se revelam inesperadas e inéditas. 

Um clássico é uma história que nunca terminou de dizer aquilo que tinha para dizer e que, por isso, atravessa o tempo e atualiza questões verdadeiramente fundamentais à existência. E assim, a partir da obra de Mérimée, Luiz Farina com o objetivo de dar voz a Mulher, apresenta Carmen também como narradora da sua tragédia. 

“Uma história contada e recontada nas mais variadas formas e gêneros, surgiu como novela em 1845 e já foi filme, ópera e novela nas mãos de grandes mestres. Um clássico. A pergunta recorrente que todos se fazem ao remontar a peça é: por que fazê-la? Para mim, porque pessoas continuam morrendo por isso e precisamos recontar a história até que não sobre nenhuma gota de dor. Na atual encenação elementos clássicos como a dança flamenca, os costumes ciganos, a tauromaquia, entre outros, são re-significados ao som de guitarras distorcidas, microfones e coreografias, para que não reste dúvida de que estamos repetindo histórias tristes de amor, de paixões destruidoras. O ponto de vista que nos interessa é o de Carmen, a mulher assassinada, dentro de uma sociedade que pouco mudou de comportamento ao longo dos séculos, que aceitou brandamente crimes famosos cometidos contra mulheres como os de Doca Street, Lindomar Castilho e mais recentemente de Bruno, o goleiro, crimes muitas vezes justificados pela população pelo comportamento lascivo das vítimas, como se isso não fosse aceito em situações invertidas relativas ao comportamento masculino. O homem pode. A mulher não. Nessa encenação, Carmen morre não porque seu comportamento justifique qualquer tipo de punição, mas porque José é um homem, como tanto outros, doente como a sociedade que o criou.”, comenta o diretor Nelson Baskerville.

Ficha técnica - "A Última Dança"
Concepção e atuação:
Natalia Gonsales. Encenação: Natalia Gonsales, César Baptista, Fernanda Bueno e Janaína Suaudeau. Provocadores: César Baptista e Janaína Suaudeau. Criação dramatúrgica: César Baptista. Direção de movimento e coreografia: Fernanda Bueno. Composição sonora: Daniel Maia. Iluminação: Igor Sane. Cenário: Flávio Tolezani. Figurino: Natália Gonsales. Designer gráfico: Murilo Thaveira. Fotografia: Flávio Tolezani e Calu Trevizani. Assessoria de Imprensa: Pombo Correio. Assessoria de mídias sociais: Letícia Gonzalez. Produção: Bem Casado Produções Artísticas e Contorno Produções. Direção de produção: Jessica Rodrigues e Victória Martinez. Assistente de projetos: Bianca Bertolotto. Assistente de comunicação: Carolina Henriques.

Ficha Técnica - "Carmen"
Dramaturgia:
Luiz Farina (baseado na novela Carmen De Prosper Mérimée). Elenco: Flávio Tolezani, Natalia Gonsales e Vitor Vieira. Direção: Nelson Baskerville. Assistente de Direção: Janaína Suaudeau. Música original: Marcelo Pellegrini. Cenário e iluminação: Marisa Bentivegna. Assistente de Cenário: Amanda Vieira. Cenotécnico: Cesar Rezende. Figurino: Leopoldo Pacheco e Carol Badra. Adereços: Zé Valdir Albuquerque. Direção de Movimento e coreografia: Fernanda Bueno. Flamenco: Andi El Canijo. Técnicas aéreas: Alvaro Bacellos [Cia Cênica Nau De Ícaros]. Fotografia: Ronaldo Gutierrez. Design gráfico e ilustração: Murilo Thaveira. Idealização: Natalia Gonsales e Flávio Tolezani. Canção "Matei", de Vicente Celestino: Cantada por Flávio Tolezani. arranjada e produzida por Marcelo Pellegrini. Assessoria de Imprensa: Pombo Correio. Assessoria de mídias sociais: Letícia Gonzalez. Produção: Bem Casado Produções Artísticas e Contorno Produções. Direção de produção: Jessica Rodrigues e Victória Martinez. Assistente de projetos: Bianca Bertolotto. Assistente de Comunicação: Carolina Henriques.

Ficha Técnica – "Fóssil"
Idealização: Natalia Gonsales. Dramaturgia: Marina Corazza. Direção: Sandra Corveloni. Com: Natalia Gonsales e Flávio Tolezani. Música original: Marcelo Pellegrini. Desenho de luz: Aline Santini. Figurino: Leopoldo Pacheco. Cenário: Carol Bucek. Videografismo e videomapping: André Grynwask e Pri Argoud (Um Cafofo). Voz canção curda: Rojda. Produção musical: Surdina. Mãe de Anna: Clara Cury. Assistência de direção: Felipe Samorano. Assistência e operação de luz: Pajeú Oliveira. Operação de som: Pedro Ricco. Projecionista: André Grynwask. Locação e captação de Som: Radar Som. Assessoria de imprensa: Pombo Correio. Assessoria de mídias sociais: Letícia Gonzalez. Fotos de divulgação: Ronaldo Gutierrez e Haroldo Miklos. Fotos do Espetáculo: Ronaldo Gutierrez e Matheus José Maria. Registros fotográficos do Curdistão:  Alexandre Auler, Fabio Braga e Virginia Benedetto. Imagens aéreas (drone) de Kobani: Gabriel Chaim. Aulas sobre os conflitos do Oriente Médio: Reginaldo Nasser. Equipe de filmagem: Rodrigo Prata, Isabella Melo e Gustavo Bricks. Edição: Gustavo Bricks. Produção: Bem Casado Produções Artísticas e Contorno Produções. Direção de produção: Jessica Rodrigues e Victória Martinez. Produção executiva: Letícia Gonzalez. Assistente de projetos: Bianca Bertolotto. Assistente de comunicação: Carolina Henriques.


Serviço:
Temporada:
de 5 a 10 de junho, às 19h
Gratuito
Transmissão: https://www.youtube.com/aliancafrancesa

"Fóssil" – dias 5 e 8 de junho, às 19h
"A Última Dança" – dias 6 e 9 de junho, às 19h
"Carmen" – dias 7 e 10 de junho, às 19h

Este projeto foi contemplado pelo Edital Proac Expresso Lei Aldir Blanc N.º 47/2020 “Prêmio por Histórico de Realização em Teatro”.

.: Grupo XIX de Teatro apresenta espetáculo infantil em formato digital


Grupo XIX de Teatro monta versão digital do infantil "Hoje o Escuro Vai Atrasar Para que Possamos Conversar". O espetáculo foi revisitado para ficar dinâmico e manter o vínculo e a interação com as crianças. Foto: Jonatas Marques

Primeiro espetáculo infantil do Grupo XIX de Teatro, "Hoje o Escuro Vai Atrasar para que Possamos Conversar" ganha adaptação para o formato digital e será apresentado pelos pelas redes sociais dos teatros municipais da cidade de São Paulo, nos dias 5 e 6 de junho, em transmissão do Teatro Paulo Eiró; dias 11 e 12 de junho, pelo Teatro João Caetano; dias 19 e 20 de junho, pelo Teatro Arthur Azevedo e dias 26 e 27 de junho, pelo Teatro Alfredo Mesquita. As sessões são sempre aos sábados e domingos, às 16h, com ingressos gratuitos.

Com dramaturgia de Ronaldo Serruya e direção de Luiz Fernando Marques e Rodolfo Amorim, o processo criativo para montagem foi inspirado pelo romance "De Repente, Nas Profundezas do Bosque", do escritor israelense Amós Oz. O elenco é formado por Janaina Leite, Juliana Sanches, Rodolfo Amorim, Ronaldo Serruya e Tarita Souza.

A peça se passa em um triste vilarejo onde não vivem mais animais, nem domésticos e nem silvestres. Algo muito estranho aconteceu no passado que provocou a fuga dos bichinhos e os transformou em seres quase mitológicos, lembrados apenas nas aulas da professora Rafaela. Nesse lugar misterioso, vivem os colegas Santi, Clara e Luna, que, depois de sofrer bullying de seus colegas também desapareceu. Desconfiados de que Luna teria sido raptada pelo Espírito do “não-sei-o-quê” do bosque, Santi e Clara partem floresta adentro em busca da amiga.

A encenação apresenta ao público delicados temas discutidos pela obra de Amós Oz, como os efeitos da discriminação e do tratamento indesejado, como o bullying isola as pessoas e a consciência de que o “outro” também tem medos, fragilidades e inseguranças. A ideia é fazer com que as crianças entendam a alteridade como uma extensão do eu, desconstruir o processo vicioso de desqualificação de um indivíduo por causa de suas diferenças e mostrar que as pessoas formam juntas as conexões do tecido social de uma comunidade.

“Queríamos discutir como desmontar uma estrutura normativa que permite a perpetuação desse mecanismo de opressão social na escola. Eu também me inspirei na minha própria história, pois fui vítima de bullying e vivenciei esse sistema opressor. E, na época, não havia uma estrutura para discutir isso, em nenhuma instância. O bullying era tratado como algo normalizado dentro daquele universo”, comenta o autor Ronaldo Serruya.

Conhecidos pela interatividade com a plateia em suas montagens, o Grupo XIX revisitou a versão filmada da peça e gravou novas cenas, adaptando as passagens de tempo e a duração do espetáculo para ficar mais dinâmico. “Misturamos a versão gravada com cenas novas para dar uma perspectiva da interação e para que as crianças possam acessar essa história e, assim como na peça presencial, manter o vínculo, se envolver com a busca da Luna e com o som dos bichos e da floresta. Mantivemos a linguagem estética da peça com ilustrações da Ligia Yamaguti para esse imaginário virtual”, conta o diretor Luiz Fernando Marques.

A trilha sonora da peça, pensada pela diretora musical Tarita Sousa, também foi gravada em estúdio para essa experiência. Os sons da natureza e dos bichos foram criados com materiais naturais, como paus de chuva do cerrado brasileiro, folhas secas e de vários tipos de vegetação, bambus e gravetos, combinados com teclado e violão.


Sobre o Grupo XIX de Teatro
Formado em 2001, o Grupo XIX de Teatro desenvolve pesquisa autoral que deu origem aos espetáculos "Hysteria", "Hygiene", "Arrufos", "Marcha Para Zenturo" (em parceria com o Grupo Espanca), "Nada Aconteceu, Tudo Acontece e Tudo Está Acontecendo", "Estrada do Sul" (em parceria com o Teatro Dell’Argine) e Teorema 21.

Em 2017, o grupo contou com o apoio da Lei de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo para o projeto A Estufa e Cidade, resultando na montagem do espetáculo-performance itinerante "Intervenção Dalloway: Rio dos Malefícios do Diabo". Em 2018 estreou o primeiro espetáculo infantil, "Hoje o Escuro Vai Atrasar para que Possamos Conversar", que teve seu processo criativo inspirado pelo romance De Repente, Nas Profundezas do Bosque, do escritor israelense Amós Oz.

A exploração de espaços não-convencionais, a criação colaborativa e a relação direta com o público nas encenações são elementos constitutivos dessa trajetória. Todos os espetáculos seguem em repertório até hoje tendo sido apresentados em quase uma centena de cidades pelo Brasil e cinco países do mundo com as encenações realizadas em inglês, italiano e francês.

Ao longo de sua trajetória acumula entre prêmios e indicações mais de 15 menções nos principais prêmios do país: Shell, APCA, Cooperativa Paulista de Teatro, Bravo!, Qualidade Brasil entre outros. Em 2017, foi indicado ao Prêmio Shell na categoria Inovação pela manutenção da sede na Vila Maria Zélia, na Zona Leste, e parceria com artistas de áreas diversas.


Ficha técnica:
Criação:
Grupo XIX de Teatro. Direção: Luiz Fernando Marques e Rodolfo Amorim. Dramaturgia: Ronaldo Serruya. Atores-criadores: Janaina Leite, Juliana Sanches, Ronaldo Serruya, Rodolfo Amorim, Tarita de Souza. Trilha sonora: Tarita de Souza. Figurinos: Juliana Sanches. Cenário: Luiz Fernando Marques e Rodolfo Amorim. Adereços: Felipe Cruz (Bosque) e Juliana Sanches (Aldeia). Cenotécnico: Zé Valdir. Costureiro: Otávio Matias. Produção: Cristiani Zonzini e Gabi Costa. Desenhos material gráfico: Ligia Yamaguti. Material gráfico: Rodrigo Pocidônio. Fotos, vídeos, mídias sociais e produção visual: Jonatas Marques. Assessoria de imprensa: Adriana Balsanelli.


Serviço:
"Hoje o Escuro Vai Atrasar para que Possamos Conversar"
Duração:
40 minutos.
Classificação etária: livre. 


Teatro Paulo Eiró
Dias 5 e 6 de junho - Sábado e domingo, às 16h.
Ingressos: gratuito - Online.
Transmissão pelo Facebook: https://www.facebook.com/teatropauloeiro


Teatro João Caetano
Dias 12 e 13 de junho - Sábado e domingo, às 16h.
Ingressos: gratuito - Online.
Transmissão pelo Facebook: https://www.facebook.com/teatropopularjoaocaetano
Transmissão pelo YouTube: https://www.youtube.com/channel/UCQx2fKyT_uAwnb3i5uQOU8Q


Teatro 
Arthur Azevedo
Dias 19 e 20 de junho - Sábado e domingo, às 16h.
Ingressos: gratuito - Online.
Transmissão pelo Facebook: https://www.facebook.com/teatroarthurazevedosp
Transmissão pelo YouTube: https://www.youtube.com/channel/UCVCc2U-BThG7_uVqouY8iXw


Teatro Alfredo Mesquisa
Dias 26 e 27 de junho - Sábado e domingo, às 16h.
Ingressos: gratuito - Online.
Transmissão pelo Facebook: https://www.facebook.com/teatroalfredomesquita
Transmissão pelo YouTube: https://www.youtube.com/c/TeatroAlfredoMesquita

.: Filme "Velha Roupa Colorida" em cartaz no streaming Filme Filme


Estreia nacional, o longa "Velha Roupa Colorida", do diretor Gabriel Alvim está em cartaz gratuitamente na plataforma de streaming Filme Filme. Na trama, um homem de 30 anos retorna do exterior após uma estadia frustrada para retomar seu antigo trabalho e as amizades. Mas o tempo não parou e agora "o passado é uma roupa que não lhe cabe mais", como diz a música de Belchior.

O elenco reúne atores conhecidos da televisão como Louise D'Tuani, Adriano Toloza e Kauê Telloli, e artistas que transitam pelo teatro e cinema como Fabio Penna, Pedro Lopes, Carol Melgaço, Fernanda Stefanski, Andradina Azevedo, Dida Andrade e Marcelo Lazzaratto. A produção conta ainda com as participações especiais de performances de Sue Nhamandu e Marco Biglia.

Além de diretor e roteirista, Alvim descobriu sua paixão pelo teatro durante a faculdade de direito e decidiu fazer este filme após uma passagem pela renomada Academia de Artes Dramáticas de Estocolmo (Suécia), que lhe concedeu uma bolsa para rodar seu terceiro curta-metragem todo em inglês. Se apropriando da estética Mumblecore, movimento jovem de cinema independente dos Estados Unidos, com cenas improvisadas e tramas próximas da vida cotidiana, reuniu um time de atores que assumiu o risco de se testar, abrindo mão da segurança do texto. Os valores caros ao diretor nesse filme são a ênfase no personagem, a ambivalência de seus sentimentos e o caráter movediço das relações humanas.

O filme foca na passagem para a vida adulta e toca em temas como frustração profissional, envelhecimento, recomeços e amizade. O protagonista está em busca de um tempo perdido e, ao tentar reunir sua antiga turma, encontra todos vivendo à sombra de suas próprias angústias: Jucá vive a vida que o pai planejou para ele; Digão sofre de depressão e foi excluído do grupo; Caco finge ser um pai de família enquanto abusa de drogas e trai a esposa; Raul banca o idealista, mas não consegue abandonar velhos hábitos machistas. Apenas Carol conseguiu evoluir e segue atrás dos seus sonhos.

A trilha sonora é composta por jovens bandas de rock brasileiras (Agoristas, Rios Voadores, Fernando Freitas, Sara Não Tem Nome, Carne Doce e Caio Falcão e o Bando), que atuam como um coro grego, comentando as passagens da trama para o espectador. “Para quem gosta do frescor de um cinema jovem, é um prato cheio”, afirma Alvim. "Velha Roupa Colorida" é o primeiro longa de Gabriel Alvim, que já escreveu e dirigiu 3 curtas metragens premiados com carreira internacional e licenciados para a televisão. Fez uma residência artística da Academia de Artes Dramáticas de Estocolmo (UNIARTS), onde escreveu e filmou uma coprodução Brasil-Suécia.


Ficha técnica:
"Velha Roupa Colorida"
Produtora:
Oceânia Filmes, Filmes da Lata e KT Kino. Direção: Gabriel Alvim. Roteiro: Gabriel Alvim, Kaue Telloli e Dida Andrade. Elenco: Dida Andrade, Louise D’Tuani, Adriano Toloza, Carol Melgaço, Andradina Azevedo, Kauê Telolli, Fabio Penna, Fernanda Stefanski, Tony Reis, Pedro Lopes, Guta Ferrarini, Bruna Yamatogue, Aleixa Silva, Enzo Cruz, Julia Bobrow, Marco Biglia, Sue Nanhamandu, Victoria Blat e Marcelo Lazzaratto. Produção executiva: Gabriel Alvim, Kaue Telloli e Luiza Vassalo. Direção de fotografia: Paul Bessa. 1º assistente de fotografia: Tiago Pinheiro. 2º assistente de câmera: Thomas Tebet. Direção de arte: Eduardo Kissajikian. 1º assistente de arte: Renato Maretti. Direção de produção: Maria Eça. 1º Assistente de Produção: Samira Manpetit. Técnico de som: Carlos Yamamoto. Figurino: Abrão Marques. Preparação de elenco: Gabriel Alvim e Pedro Lopes. Montagem: Lucas Fratini. Desenho de som: Ruben Valdes. Colorista: Alexandre Cristófaro. Finalização: Clandestino. Trilha sonora: Agoristas, Rios Voadores, Fernando Freitas, Sara não tem nome, Carne Doce e Caio Falcão e o Bando.


Serviço:
"Velha Roupa Colorida", de Gabriel Alvim (Brasil, longa, 75 minutos)
Estreou no dia 27 de maio de 2021 na Filme Filme.
O filme ficará disponível por três meses na plataforma.
https://filmefilme.com.br/movies/velha-roupa-colorida
Ingresso:
Grátis.


.: "(das) tripas (coração) - solos em confinamento", reestreia dia 4 de junho


Projeto dirigido por Nelson Barkerville, "(das) tripas (coração) - solos em confinamento", faz seis apresentações online, a partir de 4 de junho. "Romã", de Carolina Borelli, integra a mostra

Estreia a temporada de "(das) tripas (coração) - solos de confinamento", na próxima sexta-feira, dia 4 de junho, às 20h. Com a direção de Nelson Baskerville, as atrizes Carolina Borelli, Estrela Straus, Júlia Ianina, Ligia Fonseca, Maria Eduarda Pecego, Pri Calazans e Tamara Maria Cardoso, e o ator Ricardo Nash trazem suas questões mais íntimas e urgentes em solos teatrais online criados no isolamento de suas casas, durante a pandemia.

Com a direção de Nelson Baskerville, as atrizes Carolina Borelli, Estrela Straus, Júlia Ianina, Ligia Fonseca, Maria Eduarda Pecego, Pri Calazans e Tamara Maria Cardoso, e o ator Ricardo Nash trazem suas questões mais íntimas e urgentes em solos teatrais online criados no isolamento de suas casas, durante a pandemia. Algo em comum parece estar em ebulição entre essas oito criações: a vida em seus pequenos detalhes contrastada com a urgência da morte. É uma crônica desse confinamento interminável, com tudo que mais grita dentro de cada um destes artistas. Tripas e coração emaranhados como raízes, trazendo à tona a crueldade humana e a falta de comunicação. Buscam o luto e as relações atávicas para entender e, por que não, mudar esse mundo.

Os ensaios aconteceram de forma virtual durante meses e estreou sua primeira temporada em outubro de 2020. “Minha provocação aos artistas foi a criação de uma grande crônica do isolamento. Artistas criando a partir de suas próprias experiências, feridas e cicatrizes em situação de mergulho dentro de suas próprias almas”, conta Nelson sobre o processo de criação. Os solos acontecem ao vivo, um seguido do outro, totalizando duas horas de apresentação via Sympla Streaming, na seguinte ordem.


"Barba Azul", de Ligia Fonseca
A peça se passa em um programa televisivo de culinária, onde a apresentadora começa a contar, através dos ingredientes e modo de preparo da receita, a história ancestral “barba azul”. Trata-se, na verdade, de um pano de fundo para revelar uma relação de abuso sofrida por ela. Os ingredientes têm os nomes dos personagens do conto, que, por sua vez, estão no lugar dos personagens reais da história vivida. Cada parte do conto conta um pouco mais sobre o que ela, até então, escondia.


"Maria Velata", de Maria Eduarda Pecego
Uma Maria dentre tantas da mesma família. Em comum, elas têm o silenciamento da voz e do corpo nesse mundo onde reina soberano o patriarcado. Querendo afastar qualquer indício de semelhança, qualquer possibilidade de ser (mais uma) Maria, a atriz dança outra mulher possível, como uma Dakini, uma das figuras mais ancestrais que simboliza a Mulher Selvagem.


"Nomes Sobre Mim", de Ricardo Nash
O bullying na escola e seus possíveis desdobramentos, quando aquele que sofreu bullying se torna adulto e pai. O autor/ator revisita momentos da infância e juventude e traz à tona também a relação com seu pai e sua mãe. 


"Eu Sou Negra?", de Pri Calazans
Uma breve melancolia da avó paterna e sobretudo das dores guardadas dentro de gavetas reabertas na pandemia. O pensar nos ancestrais, nos olhares, nas formas, no silêncio de um corpo que supera o mito da fragilidade, possui uma marca de estereótipo e exclusão. O embranquecimento de uma trajetória em confusão com a própria existência. "Eu Sou Negra" é um resgate da própria existência, através do pensamento espirituoso de uma avó que odiava preto.


"Cortei o Dedo", de Tamara Maria Cardoso
Memórias de infância, temperadas com sentimentos e angústias, onde o estado de confinamento é a única opção de liberdade. No entanto, o passado é uma herança da qual não se pode abdicar.


"A Vida é Sonho ou o Contrário?", de Júlia Ianina
Em março de 2020, um dia antes de entrar em isolamento social, Julia Ianina perdeu sua mãe. Dentro de casa, em uma noite estranhamente longa, a atriz relata a vertigem de sua experiência de luto em confinamento.


"Romã", de Carolina Borelli
Sobre uma mulher que converte a memória em um corpo que sangra e dança, na tentativa de reconciliação com a maternidade. A náusea da filha é reconhecida na náusea da mãe: os sonhos abortados de ambas. Deméter, Perséfone. E o gosto de Campari na boca.


"Mãe, Eu Sobrevivi!!!", de Estrela Straus
Hoje Estrela chegou aos 36 anos, a famigerada idade com a qual sua mãe se jogou da janela no dia seguinte ao seu décimo primeiro aniversário. Numa tão sonhada visita, Estrela recebe sua mãe em seu apartamento e conta a ela sobre as transformações no mundo desde então e sobre como a arte foi o caminho que a resgatou desde criança dessa tragédia.


Ficha técnica:
"(das) tripas (coração) - solos em confinamento"
Direção:
Nelson Baskerville
Criação: Lígia Fonseca, Maria Eduarda Pêcego, Ricardo Nash, Pri Calazans, Tamara Maria Cardoso, Júlia Ianina, Carolina Borelli e Estrela Straus.
Operação técnica: Diego Rodda
Arte gráfica: Nelson Baskerville, Juliana Poggi e elenco
Produção: Lígia Fonseca


Serviço
Curtíssima temporada
Dias 4, 5, 6 - 11, 12 e 13 de junho
Sexta e sábado às 20h e domingo às 19h
Ingressos: R$20
Duração: 120 minutos
No final da primeira sessão, o público é convidado para um bate-papo com a equipe.
Onde: plataforma Sympla




terça-feira, 1 de junho de 2021

.: Diário de uma boneca de plástico: 1º de junho de 2021

Querido diário,

Um mês cheinho de bençãos começa hoje, no primeiro dia do mês de junho. 

Que com essa foto escolhida por mim, para ilustrar esse início que se aproxima ao meio do ano, todos notemos a importândia do amor. Estou ao lado do meu vovô ainda que a chuva continuasse insistindo em cair... 

Que sempre possamos encontrar poesia para anotar no nosso livro da vida.

E meu aniversário vem vindo... Será na próxima sexta-feira! 

Tem um presentaço que eu já ganhei dos meus grandes amigos do Instagram. Venci o concurso da Disal, com um foto para o "Dia da Toalha" e vou receber o livro "O Guia Definitivo do Mochileiro das Galáxias".

Enfim... Felicidade me define total!

Beijinhos pink cintilantes e até amanhã,

Donatella Fisherburg


.: Escritos de Umberto Eco: resenhas de ‘Ulisses’ a Wikilieaks e censura

Como construir um inimigo? Umberto Eco defendia, em seus escritos, a a ideia de que nações precisam de um inimigo e, caso não o tenha, deve inventá-lo, como mecanismo de definição de identidade e valores. “Construir o inimigo e outros escritos ocasionais” traz ensaios preciosos de Eco, além de de trabalhos que vemos refletido em sua obra de ficção e até mesmo resenhas indignadas de Ulisses, de James Joyce. Já nas livrarias


Ler Umberto Eco se faz cada vez mais fundamental. Não somente sua obra ficcional e seus ensaios publicados ainda em vida, mas também coletâneas como essa, que reúnem textos do italiano em torno de temas que trazem à luz, de forma ainda mais elucidativa, como funcionava, por assim dizer, o pensamento do escritor. Neste livro, ele explora as raízes da civilização, as mudanças nos ideais de beleza, nossa obsessão por conspirações e os heróis emblemáticos das grandes narrativas, entre outros assuntos. É fácil fazer conexões entre o que se apresenta como teoria, ensaio, e o que Eco escreveu na ficção, em mundos fantásticos e passeios históricos. Por isso, torna-se cada vez mais fundamental, aprofundar-se e mergulhar em sua mente fascinante.

Em "Construir o inimigo e outros escritos ocasionais", uma reunião de ensaios sobre arte e cultura, Umberto Eco fala sobre a nossa necessidade de ter — ou, se necessário, inventar — um inimigo.

“Ter um inimigo é importante não somente para definir a nossa identidade, mas também para encontrar o obstáculo em relação ao qual medir nosso sistema de valores e mostrar, no confronto, o nosso próprio valor. Portanto, quando o inimigo não existe, é preciso construí-lo”, afirma Eco. A situação mundial do nosso tempo, marcada por uma polarização política feroz, revela como é oportuno e inevitável conhecer os mecanismos que levam os homens a identificar sempre novos adversários.

Em ensaios de extraordinária relevância, Umberto Eco reflete sobre a nossa necessidade de ter, sempre e em qualquer caso, um inimigo a atacar: seja nas invectivas dos oratórios antigos, na brilhante digressão literária que atravessa a Ilíada, nos romances de James Bond, na caça às bruxas, na propaganda de guerra do passado ou nos populismos do presente.

Construir o inimigo e outros escritos ocasionais aborda tópicos sobre os quais Umberto Eco escreveu e palestrou em seus últimos anos: a ideia de que todo país precisa de um inimigo — e, na sua ausência, deve inventá-lo —; discussões sobre temas que inspiraram seus primeiros romances, levando-nos, ao longo do processo, a explorar ilhas perdidas, reinos míticos e o mundo medieval; resenhas indignadas a respeitos de Ulisses, de James Joyce, e de jornalistas fascistas das décadas de 1930 e 1940; uma análise das noções de Santo Tomás de Aquino sobre a alma dos que ainda não nasceram; e muitos outros temas, como censura, violência e o WikiLeaks.

Sobre o autor: Umberto Eco (Alexandria, 1932 − Milão, 2016) foi filósofo, medievalista, semiólogo, crítico literário e midiólogo. Estreou na ficção narrativa com O nome da rosa, seguido de O pêndulo de Foucault, A ilha do dia anterior, Baudolino, A misteriosa chama da rainha Loana, O cemitério de Praga e Número zero. Entre suas numerosas obras ensaísticas (acadêmicas ou não), recordamos: Tratado geral de semiótica, Os limites da interpretação, Kant e o ornitorrinco, Da árvore ao labirinto, Quase a mesma coisa e A definição da arte. Publicou os volumes ilustrados História da beleza, História da feiura, A vertigem das listas e História das terras e lugares lendários. Reconhecido como um dos mais importantes escritores e pensadores dos últimos tempos, grande parte da sua obra se encontra publicada no Brasil pela Editora Record. Você pode comprar o livro "Construir o inimigo e outros escritos ocasionais", aqui: amzn.to/34xlyMj


Livro: Construir o inimigo e outros escritos ocasionais (Construire il nemico e altri scritti occasionali)

Autor: Umberto Eco

Trad. Eliana Aguiar

240 págs.

Ed. Record | Grupo Editorial Record: blogdaeditorarecord.com.br

.: Teatro Infantil: "Samaúma, A Árvore Mãe", da Cia da Tribo, estreia dia 05

A personagem Dona chega à Amazônia pronta para transformar uma parte da floresta em pasto. Ao ser picada por uma cobra, ela (re)conhece o mundo espiritual localizado no interior da árvore Samaúma e seu olhar para o povo das florestas muda. 

 

Samaúma - A Árvore Mãe com Milene Perez,  texto de Marcelo Romagnoli e direção de Wanderley Piras. Crédito: Sergio Silva

 

Em cena, os atores manipulam 20 bonecos, alguns feitos com fibras naturais, palha, peneira e outros com neon, fitas de led e revestidas por tubox; Dona passa a ter luz própria à medida que aceita a espiritualidade da mata e da Samaúma

Dona foi enviada à Amazônia com a missão de ocupar parte da floresta e transformar o mato em pasto. Ela é um misto de empresária da economia global e agente de novas oportunidades, e vai acompanhada por dois atrapalhados  ajudantes nessa expedição. Mas chegando lá, a personagem se depara com pessoas, animais e entidades capazes de mudar completamente seus pontos de vista e percepção sobre a natureza.

Contemplada pelo edital ProAC 06/2019 e integrante de uma tetralogia, Samaúma - A Árvore Mãe inicia temporada digital dia 5 de junho, sábado, 16h, pelo Facebook do Teatro João Caetano. A peça é uma produção da Cia da Tribo, que comemora 25 anos em 2021. Criado por Milene Perez e Wanderley Piras, o grupo trabalha há décadas com artistas especialmente convidados para cada uma de suas produções.

Nesta peça, a Cia compartilha com o público uma leitura poética sobre símbolos e mitos ligados à árvore Samaúma, considerada sagrada por diversos povos originários. Com a temática e a estrutura previamente pesquisada pelo grupo, Milene e Wanderley decidiram convidar o dramaturgo Marcelo Romagnoli para escrever o texto final da obra. “O argumento e a visualidade já estavam bem estruturados, então fui convidado para propor alguns caminhos e referências à peça, incluindo uma mensagem importante sobre a preservação da natureza sem cair nos lugares comuns, fazendo com que o público reflita verdadeiramente sobre isso”, conta Romagnoli.

Para o dramaturgo, empatia é o termo que mais faz sentido para a concepção do espetáculo, já que é a partir do contato com a Samaúma - uma das maiores da Amazônia e considerada a ‘árvore rainha' - que a personagem Dona revê a maneira com que lida com a natureza. “A samaúma é uma árvore protetora, doadora de vida e que representa muito para os povos das florestas. Na peça, ela é o elemento central que gera mudança nos personagens", adianta.

Milene Perez, co-fundadora da Cia da Tribo, reforça que a interação com Marcelo foi a realização de um desejo que tinham desde que conheceram o trabalho do artista na Banda Mirim. “Sentimos muito rápido uma afinidade com ele e percebemos o quanto esse trabalho, que já estava cheio de referências, pedia por um autor”, ressalta Milene.

Samaúma é o nome de uma grande árvore da Amazônia, considerada sagrada para muitos povos das florestas. Debaixo de seu tronco, acreditam existir um mundo misterioso, habitado por seres e espíritos mágicos. Essa árvore, que pode chegar a 80 metros, abarca um ecossistema imenso ao seu redor e é tida por muitos indígenas como uma mãe. Um dos mitos a seu respeito conta sobre uma comunicação possível entre indígenas por meio das raízes imensas dessa árvore, que se espalham por grande extensões territoriais na mata.

Os bonecos: Para contar essa história, a Cia da Tribo faz uso de vinte bonecos, alguns deles confeccionados artesanalmente por Dino Soto com fibras naturais, palha, peneiras, cabaças e colheres de pau, entre outros materiais. A outra família de bonecos, criada pelo também diretor do espetáculo e co-fundador da Cia, Wanderley Piras, é composta por peças com iluminação interna feita com neon, fitas de led e revestidas por um material chamado tubox. As luzes são acionadas pelos próprios atores-manipuladores por meio de um sistema de fios elétricos e baterias armazenadas em cintos.

“Eu já tinha alguma experiência com luz interna em bonecos por causa de trabalhos anteriores, mas nesta peça me aprofundei muito nesses estudos, aprimorando mais a materialidade e reforçando a parte técnica para gerar novas camadas à Samaúma", conta Wanderley. O diretor ressalta que a família dos bonecos do mundo terreno e do mundo espiritual - os iluminados - criam um efeito sensorial muito distinto, o que também inclui as escolhas para iluminação do palco.

Na primeira parte, há uma ênfase maior ao cenário como um todo e, na segunda, após Dona ser picada pela cobra e iniciar sua jornada espiritual, as únicas luzes aparentes são as luzes próprias de cada ser. Uma curiosidade ressaltada pelo diretor é que Dona também terá pulseiras de led nos seus punhos, que serão manipuladas pela atriz para dar ênfase ao seu rosto e tronco nos momentos em que o palco estiver mais escuro. O recurso também reforça o processo de transformação da personagem - a sua própria iluminação diante dos seres que ela conhece.

Milene ressalta que a luz é uma metáfora forte para representar o processo de transformação vivido por Dona. “Foi muito importante que a personagem trouxesse esse lugar da contradição e não apenas um espectro do bem e do mal. Ela é uma pessoa equivocada, que chega a um lugar desconhecido e desapropria por causa de dinheiro, de documentos, mas em sua jornada ela se mostra disponível para conhecer um outro lado da questão e se deixar afetar por ele”, conta.

Sobre os figurinos, assinados por Milene, a artista conta que se pautou pela estética da cultura popular e contemporânea e, dessa vez, teve como ponto de partida as queimadas na Amazônia. “Meu processo de criação passa pela pesquisa histórica, pelo diálogo constante com o diretor e pela minha percepção de mundo, do aqui e agora. A floresta está em chamas e eu me sinto destruída, um pouco de mim está queimando.  Para a criação dos figurinos-base do espetáculo, percebi que deveria trazer toda a beleza que reside na floresta, mas também sua dor. O fogo das queimadas é representado através de pinturas feitas a mão. São saias pintadas com partes de bichos da floresta com suas cores vibrantes, mas chamuscadas pelo fogo.A floresta faz parte de nós e nós estamos queimando junto com ela. Este é um figurino denúncia”, conta.

A Cia da Tribo estruturou Samaúma - A Árvore Mãe como um trabalho que poderá ser apresentado nos palcos, com o público, da mesma forma em que será transmitido em formato digital. “A captação de vídeo, feita pela cineasta Karina Barros, privilegia muito o aspecto teatral dessa montagem - queremos que o público se sinta de fato perto da gente enquanto não é possível que ele esteja lá, de fato", diz Milene. Antes de cada exibição, a Cia da Tribo vai conversar rapidamente com o público, recepcionando-o para o espetáculo que se inicia em seguida.

Tetralogia - o próximo e último passo

Milene Perez também antecipa que a luz, elemento tão presente em Samaúma - A Árvore Mãe, é o ponto de partida para o espetáculo Lume, trabalho ainda em processo de criação que encerra a tetralogia da Cia da Tribo, composta por peças que exercitam o diálogo com questões relacionadas ao meio ambiente, junto com Pé de Vento, Água Doce e Samaúma - A Árvore Mãe. Em Lume, a Cia vai partir do fogo como uma metáfora para discutir o obscurantismo que já foi vivido na civilização e de seu retorno, de tempos em tempos.

Sinopse: Samaúma - A Árvore Mãe é um espetáculo que trata das relações entre o ser e o meio ambiente, inspirado pelos mitos e pela realidade contemporânea, em especial a indígena em suas florestas. Feita com atores e a manipulação de bonecos, é recomendada para todas as idades. Samaúma conta a história de uma missão na Amazônia – com uma dupla atrapalhada à frente e sua chefa, a Dona - com a função de ocupar e transformar em pasto parte da mata. Mas todos saem transformados da incumbência, e a grande responsável por isto é a empatia.

Sobre a Cia da Tribo: O grupo paulista Cia da Tribo, fundado pelos artistas Milene Perez e Wanderley Piras, iniciou seu trabalho de pesquisa em cultura popular em 1996. A sua linguagem cênica foi desenvolvida através do estudo de tradições populares, personalidades e corporeidades brasileiras. Histórias, músicas, danças e bonecos criados pelo povo em diversas regiões do país são investigados, apreendidos, recriados e trazidos à cena, construindo assim, uma teatralidade brasileira.


FICHA TÉCNICA

Texto: Marcelo Romagnoli

Direção: Wanderley Piras

Atuação: Milene Perez, Marina Albuquerque, Daniel Sapienza e Wanderley Piras

Preparação Corporal: Factima El Samra

Produção Executiva: Gabriel Bueno

Fotografia: Sérgio Silva

Bonecos: Dino Soto

Bonecos Iluminados: Wanderley Piras

Cenografia: Wanderley Piras, Dino Soto e Thiago Paiva

Figurino: Milene Perez

Adereços de Cena: Thiago Paiva

Iluminação: Ricardo Silva

Trilha Sonora: Magda Pucci

Design Gráfico e Mídias Digitais: Gabriel Bueno

Assessoria de Imprensa: Canal Aberto

Produção Geral: Cia da Tribo

 

SERVIÇO

Samaúma - A Árvore Mãe

Duração: 50 minutos

Classificação etária: Livre

Grátis

Exibição pelo Facebook e Youtube dos seguintes espaços:

 

Teatro João Caetano

Simultaneamente no:

Facebook do Teatro: facebook.com/teatropopularjoaocaetano

YouTube: youtube.com/channel/UCQx2fKyT_uAwnb3i5uQOU8Q

Facebook da Cia da Tribo: facebook.com/CIADATRIBO

Data: 5 e 6 de junho de 2021, sábado e domingo, 16h

 

Teatro Alfredo Mesquita

Simultaneamente no:

Facebook do Teatro: facebook.com/teatroalfredomesquita

YouTube - youtube.com/channel/UChDpaWZkLl1T_CU6CYJ9NLQ

Facebook da Cia da Tribo: facebook.com/CIADATRIBO

Data: 12 e 13 de junho de 2021, sábado e domingo, 16h

 

Cia da Tribo

Simultaneamente no:

Facebook: facebook.com/CIADATRIBO

YouTube - youtube.com/user/PIrasWanderley

Facebook da Casa da Ladeira (Espaço Cultural da Cia da Tribo): facebook.com/acasadaladeira

Data: 12 e 13 de junho de 2021, sábado e domingo, 16h

 

Teatro Cacilda Becker

Simultaneamente no:

Facebook do Teatro: facebook.com/TeatroCacildaBeckerSP

YouTube - youtube.com/channel/UCnXGLvmqpJFR3kVYUW1abxQ

Facebook da Cia da Tribo: facebook.com/CIADATRIBO

Data: 19 e 20 de junho de 2021, sábado e domingo, 16h


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