quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

.: "O Cinema de Tim Burton" traz um panorama da obra e de influências


A mostra "O Cinema de Tim Burton" acontece no Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo, de 25 de janeiro a 26 de fevereiro, garantindo diversão e arte para adultos e crianças. São 42 filmes, sendo 23 títulos dirigidos por Tim Burton, um inspirado em uma de suas histórias e mais uma seleção de 18 longas-metragens que são referências na carreira do diretor (devidamente avalizada pelo próprio!). O Banco do Brasil patrocina o projeto.

Será a maior mostra de filmes já realizada em São Paulo dedicada ao cineasta, que recebeu o Leão de Ouro pela sua carreira no Festival de Veneza de 2007. Com obras inesquecíveis, que se tornaram clássicas, sucessos de público e de crítica, a retrospectiva apresentará desde um dos primeiros filmes de Tim Burton, o premiado curta "Vincent" (1982), uma homenagem a Vincent Price, ídolo do diretor, até o remake de "Dumbo" (2019); passando por oito títulos estrelados por Johnny Depp, seu mais frequente colaborador, que encarnou personagens icônicos como "Edward Mãos de Tesoura"; seis longas com a participação da atriz Helena Bonham Carter, ex-companheira de Burton e mãe de seus dois filhos, entre eles "A Noiva Cadáver" (2005) e "Alice no País das Maravilhas" (2010); e "Os Fantasmas se Divertem" (1988), o primeiro longa com Michael Keaton, que depois estrelaria "Batman" (1989), o maior sucesso de bilheteria de Burton, e "Batman: O Retorno" (1992); e, ainda, o filme preferido de Burton, "Ed Wood" (1994), entre muitos outros títulos para o cinema, num total de 19 longas e dois curtas, para deleite dos seus inúmeros fãs.

O público também terá a oportunidade de assistir duas produções de 1982 para televisão dirigidas por Tim Burton (atualmente no ar com a série "Wandinha"): "João e Maria", um especial feito para a Disney, e "O Teatro dos Contos de Fadas: Aladim e a Lâmpada Maravilhosa", clássica série produzida e apresentada pela atriz Shelley Duvall.

Complementando essa seleção especial, serão exibidos também "O Estranho Mundo de Jack" (1993), de Henry Selick; 18 filmes dirigidos por ídolos de Burton como Roger Corman - "A Pequena Loja dos Horrores" (1960), "O Corvo" (1963), entre outros -, "Ed Wood - Plano 9 do Espaço Sideral" (1959) -, e "James Whale -  A Noiva de Frankenstein" (1935) etc.

Além da exibição dos filmes, a mostra promoverá diversas atividades extras, todas gratuitas: o debate “O Estranho Mundo de Tim Burton”, com a participação dos influencers Patrícia e Fábio Gomes, e mediação do curador Breno Lira Gomes. O debate acontece logo após a sessão de Os Fantasmas Se Divertem, no dia 4 de fevereiro. O público que estiver na exibição do filme poderá ficar direto para o bate-papo.

Já a palestra “O Fantástico Mundo de Tim Burton” será apresentada pelo crítico e pesquisador de cinema Carlos Primati e também acontece no sábado, 4 de fevereiro, a partir das 10h30. A masterclass “O Expressionismo no Cinema de Tim Burton” será ministrada pela professora e pesquisadora Laura Loguercio Cánepa, no dia 11 de fevereiro, a partir das 10h30. Para a palestra e a masterclass, serão distribuídas senhas meia hora antes do início do evento na entrada do cinema do CCBB.

A produção da mostra também promoverá nos dias 28 de janeiro, 4 e 25 de fevereiro, três ações com cosplays caracterizados de personagens dos filmes dirigidos ou produzidos por Tim Burton. Além disso, crianças (e adultos) que estiverem na mostra no dia 28 de janeiro, de 13h às 17h, poderão ser maquiadas inspiradas nos personagens de "O Estranho Mundo de Jack" ou em outros personagens das histórias criadas por Tim Burton. Atividade gratuita.

Serão realizadas também sessões com recursos de acessibilidade (cópia dublada em português, audiodescrição e legenda descritiva) dos filmes "Batman", "Edward Mãos de Tesoura" e "A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça", com entrada gratuita (ingressos poderão ser retirados no site bb.com.br/ e na bilheteria do CCBB).

Para a alegria dos amantes da sétima arte, um detalhe que faz toda a diferença: quatro filmes serão exibidos em película 35mm - "A Fantástica Fábrica de Chocolate" (2005, dublado em português), A noiva cadáver (2005), "Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet" (2007) e "Sombras da Noite" (2012).

“Tim Burton é um cineasta que tem fãs espalhados em todo o mundo. Seus filmes são muito marcantes visualmente. E de sua mente saíram histórias e personagens fantásticos como 'Edward Mãos de Tesoura' e 'Beetlejuice'. Personagens esses, que hoje fazem parte do imaginário dos cinéfilos”, comenta o idealizador e curador da mostra, o jornalista Breno Lira Gomes.

Burton está entre os diretores favoritos de Breno, que comemora, com essa mostra, os dez anos da BLG Entretenimento. “Esse mundo disforme em que, ao mesmo tempo, parece que você está num sonho e num pesadelo, personagens amalucados, os cenários e figurinos tão bem elaborados e uma trilha sonora marcante sempre me fascinaram na obra de Tim Burton. O primeiro filme dele que eu assisti foi 'Os Fantasmas Se Divertem', que eu não me cansava de alugar na videolocadora. Com o tempo fui tendo um olhar   mais crítico sobre seus filmes, gostando mais de uns do que de outros. Acho 'A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça' uma obra-prima do horror e uma bela homenagem às produções dos estúdios Hammer”, completou Breno, que já assinou a curadoria e produção de retrospectivas de Pedro Almodóvar, Cacá Diegues, Nelson Pereira dos Santos, Walter Carvalho, Grande Othelo e Ruth de Souza, entre outras, somando, com "O Cinema de Tim Burton", 26 mostras cinematográficas nos últimos dez anos.

Programação "O Cinema de Tim Burton" no CCBB São Paulo

25 de janeiro – quarta
15h - "Frankenweenie" (curta-metragem)  + "João e Maria" (telefilme) – tempo total 71min – Livre
17h30 – "As Grandes Aventuras de Pee-Wee" – 91min – livre

26 de janeiro – quinta
15h – O Gabinete do Dr. Caligari – 77 min – 16 anos
17h – Dumbo – 128 min – 10 anos

27 de janeiro – sexta
15h – Plano 9 do Espaço Sideral – 78 min – 16 anos
17h - Ed Wood – 126 min – 14 anos

28 de janeiro - sábado
13h – Ação de maquiagem e cosplay
14h – O Estranho Mundo de Jack– 77 min – Livre (dublado)
16h - Drácula (1931) – 74 min – 16 anos
17h40 - Sombras da Noite - 113 min – 14 anos - 35mm

29 de janeiro - domingo
11h – Frankenweenie – 87 min – 10 anos (Dublado)
13h30 - O Cérebro Que Não Queria Morrer (1962) – 82 min – 12 anos
15h20 - Marte Ataca! – 106 min – 14 anos

30 de janeiro – segunda
17h30 - Alice no País das Maravilhas – 109 min – 12 anos

1° de fevereiro – quarta
15h - O Túmulo Sinistro – 71 min – 16 anos
17h - Planeta dos Macacos (2001) – 129 min – 12 anos

2 de fevereiro – quinta
15h – O Homem dos Olhos de Raio-X – 79 min – 14 anos
17h - O Lar das Crianças Peculiares – 127 min – 12 anos

3 de fevereiro – sexta
15h - Batman (1989) – 126 min – 12 anos dublado com audiodescrição e legenda descritiva - Entrada gratuita. Ingressos no site ou na bilheteria do CCBB.
17h30 – Batman, o Retorno – 126 min – 12 anos

4 de fevereiro – sábado
10h30 - Palestra "O Fantástico de Tim Burton"com o crítico e pesquisador de cinema Carlos Primati – 90 min – 12 anos. Entrada gratuita com distribuição de ingressos a partir das 9h no site ou na bilheteria do CCBB.
14h - A Noiva-Cadáver – 78 min – Livre (dublado)
15h30 - Ação com cosplay
16h - Os Fantasmas Se Divertem – 92 min – livre
Seguido do debate “O estranho mundo de Tim Burton” com os influenciadores digitais Patrícia Gomes e Fábio Gomes. Mediação do curador Breno Lira Gomes – 90 min - Livre

5 de fevereiro – domingo
11h - A Fantástica Fábrica de Chocolate (2005) – 115 min – Livre (Dublado) - 35mm
14h - Vincent  + O Teatro dos Contos de Fadas: Aladim e a Lâmpada Maravilhosa – tempo total 59 min– Livre
15h20 - Grandes Olhos – 106 min – 10 anos

6 de fevereiro – segunda
17h50 - A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça – 105 min – 18 anos dublado com audiodescrição e legenda descritiva – Entrada gratuita. Ingressos no site ou na bilheteria do CCBB.

08 de fevereiro – quarta
16h – A Noiva de Frankenstein – 75 min – Livre
18h – Frankenweenie – 87 min – 10 anos

09 de fevereiro – quinta
15h30 - As Grandes Aventuras de Pee-Wee – 91 min – Livre
17h30 - Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas – 125 min – Livre

10 de fevereiro – sexta
15h30 - Black Sunday: A Máscara de Satã – 87 min – 16 anos
17h30 - Sweeney Todd, o Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet – 116 min – 16 anos- 35mm

11 de fevereiro – sábado
10h30 – Masterclass "O Expressionismo no Cinema de Tim Burton" com a pesquisadora e professora Laura Loguercio Cánepa (parte 1) – 120 min – 12 anos - Entrada gratuita. Ingressos no site ou na bilheteria do CCBB.
13h30 – Masterclass "O Expressionismo no Cinema de Tim Burton"  com a pesquisadora e professora Laura Loguercio Cánepa (parte 1) – 120 min – 12 anos – Continuação da aula da manhã.
16h - Frankenstein (1931) – 70 min – 12 anos
17h50 - Edward Mãos de Tesoura – 105 min – 14 anos

12 de fevereiro – domingo
14h - Frankenweenie (curta-metragem)  + João e Maria (telefilme) – tempo total 71 min – Livre
15h30 - A Fantástica Fábrica de Chocolate (2005) – 115 min – Livre (Dublado) - 35mm
13 de fevereiro – segunda
17h30 - O Lar das Crianças Peculiares– 127 min – 12 anos

15 de fevereiro – quarta
15h30 - A Casa dos Maus Espíritos – 75 min – 12 anos
17h20 - Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas – 125 min – Livre

16 de fevereiro – quinta
15h30 - O Solar Maldito – 79 min – 14 anos
17h40 - A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça– 105 min – 18 anos

17 de fevereiro – sexta
15h – Batman, o Retorno – 126 min – 12 anos
17h30 - Batman (1989) – 126 min – 12 anos

18 de fevereiro – sábado
14h - Guerra dos Mundos (1953) – 85 min – Livre
15h50 - A Invasão dos Discos Voadores (1956) – 84 min – 12 anos
17h50 - Marte Ataca! – 106 min – 14 anos

19 de fevereiro – domingo
13h30 - Dumbo – 128 min – 10 anos (Dublado)
16h20 - Alice no País das Maravilhas – 109 min – 12 anos

20 de fevereiro – segunda
14h - Planeta dos Macacos (2001) – 129 min – 12 anos
16h30 - Grandes Olhos – 106 min – 10 anos

22 de fevereiro – quarta
16h - A Pequena Loja dos Horrores (1960) – 72 min – 14 anos
18h – A Noiva-Cadáver – 78 min – Livre – 35mm

23 de fevereiro – quinta
15h30 – Drácula, o Vampiro da Noite (1958) – 82 min – 16 anos
17h30 - Sombras da Noite - 113 min – 14 anos - 35mm

24 de fevereiro – sexta
13h - Nos Domínios do Terror – 104 min – 16 anos
15h30 - O Corvo (1963) – 86 min – 18 anos
17h40 - Sweeney Todd, o Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet– 116 min – 16 anos - 35mm

25 de fevereiro – sábado
13h - Edward Mãos de Tesoura – 105 min – 14 anos dublado com audiodescrição e legenda descritiva - Entrada gratuita. Ingressos no site ou na bilheteria do CCBB.
16h - Jasão e os Argonautas (1963) – 104 min – 12 anos
18h10 - O Estranho Mundo de Jack – 77 min – Livre

26 de fevereiro – domingo
11h - Vincent  + O Teatro dos Contos de Fadas: Aladim e a Lâmpada Maravilhosa – tempo total 59 min – Livre
13h30 - Ed Wood – 126 min – 14 anos
16h – Os Fantasmas Se Divertem – 92 min – Livre


Serviço:
"O Cinema de Tim Burton"
Patrocínio: Banco do Brasil
Curadoria: Breno Lira Gomes
Produção: BLG Entretenimento
Realização: Centro Cultural Banco do Brasil
Local: Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo
Período: 25 de janeiro a 26 de fevereiro –
Horários: de quarta à segunda - Programação completa no site bb.com.br/cultura
Ingressos: R$10 (inteira) e R$5 (meia) em bb.com.br/cultura e bilheteria do CCBB
Capacidade: 60 lugares
Endereço: Rua Álvares Penteado, 112 – Centro Histórico, São Paulo 
Funcionamento: aberto todos os dias, das 9h às 20h, exceto às terças
Entrada acessível: pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida e outras pessoas que necessitem da rampa de acesso podem utilizar a porta lateral localizada à esquerda da entrada principal.
Informações: (11) 4297-0600
Estacionamento: O CCBB possui estacionamento conveniado na Rua da Consolação, 228 (R$ 14 pelo período de 6 horas - necessário validar o ticket na bilheteria do CCBB). O traslado é gratuito para o trajeto de ida e volta ao estacionamento e funciona das 12h às 21h.
Transporte público: o Centro Cultural Banco do Brasil fica a cinco minutos da estação São Bento do Metrô. Pesquise linhas de ônibus com embarque e desembarque nas Ruas Líbero Badaró e Boa Vista.
Táxi ou Aplicativo: desembarque na Praça do Patriarca e siga a pé pela Rua da Quitanda até o CCBB (200 m).
Van: ida e volta gratuita, saindo da Rua da Consolação, 228. No trajeto de volta, há também uma parada no metrô República. Das 12h às 21h.

.: Francisco Foot Hardman desafia hegemonia de pensamento


Pesquisador propõe que, ao fixar o modernismo paulista como sendo o modernismo brasileiro, a crítica e a história literárias excluíram tudo aquilo que não cabia nesse modelo

A Semana de Arte Moderna de 1922 oficializou-se como o marco inicial do modernismo no Brasil. Entretanto, havia ali mais do que um manifesto artístico - assistia-se à tentativa de lançar um projeto de país. Estava-se diante do grito inicial de uma nova hegemonia, que – como Francisco Foot Hardman evidencia em "A Ideologia Paulista e os Eternos Modernistas", lançamento da editora Unesp - tinha muito de paulista e esmaecia boa parte da riqueza de matizes da produção nacional.

“Este volume reúne e articula, em seus 14 capítulos, uma seleção de ensaios em que tenho trabalhado, ao longo das últimas três décadas, diferentes espaços, temporalidades, sentidos e produções culturais cingidas entre modernização, modernidade e modernismo, para voltar a uma distinção importante de Jacques Le Goff, explica o autor. “Se há uma linha de força com a qual se faz aqui um contraponto histórico-cultural incontornável, é a da ideologia paulista e uma de suas ideias fixas, a de que um evento corriqueiro e provinciano como o da chamada Semana de Arte Moderna em São Paulo fosse capaz de ‘fundar’ e, a partir daí, dirigir os rumos do modernismo brasileiro. Tal construção longe está de ser episódica ou casual. Foi parte de um projeto, em larga medida bem-sucedido, de criar as bases da hegemonia das oligarquias cafeeira e industrial paulistas no Brasil dos anos 1920-30”.

O autor observa aqui como a modernidade literária brasileira pode ser antecipada em ao menos meio século em relação à Semana, quando diversos escritores já buscavam aquilo que o modernismo transformaria em programa, a chamada redescoberta do país. E mais: esses escritores já tinham a consciência do choque entre progresso técnico, por um lado, e as terríveis heranças que pesavam em nossa história, por outro. Analisando a obra de escritores como Augusto dos Anjos, Euclides da Cunha, Raul Pompeia, Silva Jardim e Sousândrade, dentre outros, Hardman se detém em diversos signos da modernidade que vinham de muito antes de 1922.

Os textos estão organizados em duas partes. A primeira, intitulada “República das Ruínas e das Solidões”, lembra que “a história trágica da formação do Estado nacional, sobretudo na passagem da Monarquia à República, é um cenário de projetos em luta, em que a vida literária, em diferentes regiões do Brasil, atuou e se expressou em obras e linguagens plenamente modernistas, do simbolismo ao decadentismo, do parnasianismo ao libertarismo”, aponta o autor. Já a segunda, nomeada por “Paisagens Estranhas, Tempos Extremos”, “indica a inelutável correlação entre ‘literatura nacional’ e as contradições da história mundial contemporânea no século XX”, complementa.

Ao fixar o modernismo paulista como sendo o modernismo brasileiro, a crítica e a história literárias excluíram tudo aquilo que não cabia no modelo de 1922, inclusive reduzindo as relações internacionais de nossa cultura aos contatos em geral provincianos que artistas paulistas travaram com movimentos europeus. Além disso, o modernismo foi definido apenas em termos estéticos, excluindo- se as suas muitas outras dimensões. O que Foot Hardman mostra é que o modernismo brasileiro foi muito mais que o cenário paulista, abrindo um convite entusiasmado à revisitação das obras daqueles escritores que foram alheados da história hegemônica. Você pode comprar o livro "A Ideologia Paulista e os Eternos Modernistas", de Francisco Foot Hardman, neste link.


Sobre o autor
Francisco Foot Hardmané professor titular na área de Literatura e Outras Produções Culturais da Unicamp. Foi professor visitante na Universidade de Pequim (2019-20). Publicou, entre vários livros, "Nem Pátria, Nem Patrão!" (Editora Unesp, 2002), "Trem-fantasma" (Cia. das Letras, 2005), "A Vingança da Hileia" (Ed. Unesp, 2009), "Ai Qing: Viagem à América do Sul" (Editora Unesp, 2019 – em colaboração com Fan Xing) e "Meu Diário da China: a China Atual aos Olhos de Um Brasileiro" (PKU Press, 2021). Compre o livro "A Ideologia Paulista e os Eternos Modernistas", de Francisco Foot Hardman, neste link.

.: "Vai na Fé": protagonista é inspirada em Negra Li, que canta na abertura


Além de dar a voz para a música de abertura, a história de vida de Negra Li foi utilizada de inspiração para a construção da personagem principal da novela, Sol, interpretada por Sheron Menezzes. Foto: Rodolfo Magalhães

A cantora Negra Li é a intérprete da música de abertura da nova novela das 19h da Globo, “Vai Na Fé”, que estreia nesta segunda-feira, dia 16. Ao lado de MC Liro, a música foi produzida especialmente para a trama. Além de dar a voz para a música de abertura, a história de vida de Negra Li foi utilizada de inspiração para a construção da personagem principal da novela, Sol, interpretada por Sheron Menezzes.

"Foi a primeira vez que gravei uma abertura da novela, já tinha cantado músicas-tema anteriormente, mas é uma oportunidade maravilhosa para o cantor ter sua voz representada ali. Fiquei muito feliz pelo convite, principalmente pelo o que envolve o roteiro da novela, que fala muito sobre fé. A história da personagem da novela se cruza com a minha própria história de certa forma, porque o legado da minha família é baseado na fé, e isso tornou ainda mais especial participar desta música", comentou a cantora.

Em 2023, Negra Li completa 25 anos de carreira e está preparando seu quinto álbum de estúdio. No último ano, o lançamento dos singles “Era Uma Vez Liliane” e “Malagueta”, feat. com Rincon Sapiência, marcaram o pontapé inicial deste próximo projeto que chega ainda este ano.

.: 80 anos de Janis Joplin: biografia celebra os feitos da meteórica carreira


O peso na letra unida à rouquidão e a emoção na voz de Janis Joplin dão o tom da carreira da maior e mais influente cantora de rock da história. Mas, por trás da figura mítica da artista, há uma vida carregada de transgressões, quebras de paradigmas, frustrações amorosas e dissabores familiares. Escrita por Holly George-Warren, jornalista e uma das mais respeitadas cronistas da história da música norte-americana, “Janis Joplin: Sua Vida, Sua Música”, lançado no Brasil pela editora Seoman, nos fazer rememorar sua trajetória, no momento em que se marca o cinquentenário de sua morte. A artista faria 80 anos nesta quinta-feira, 19 de janeiro.

Para relatar a vida da cantora, a autora, que também é especialista em biografias de rock, recorreu a familiares da cantora, amigos, colegas de banda, pesquisou arquivos, diários, cartas e entrevistas há muito perdidas. Ela faz, sobretudo, um perfil minucioso detalhando os passos de Janis até a overdose acidental de heroína, que lhe ceifou a vida em 4 de outubro de 1970.

Por meio de um estilo radiante e intimista, esta biografia consolida Janis como vanguardista musical. Uma mulher rebelde, dona de grande astúcia e personalidade complexa, que rompeu regras e desafiou todas as convenções de gênero em sua época, abrindo caminho para as mulheres poderem extravasar suas dores e revolta no cenário artístico sem serem tão oprimidas pelo universo machista existente no meio musical. Este livro também foi celebrado pela grande mídia nos estados Unidos – The New York Times e The Washington Post, entre outros – como a biografia que revela, de forma definitiva, a “verdadeira Janis Joplin”, além de ser elogiado no site oficial da cantora.

Janis se notabilizou com o rock, mas transitava com facilidade por outros ritmos, como blues, o soul e o folk-rock. Sua carreira solo teve poucos anos de existência, mas foi capaz de notabilizar canções como "Mercedes Benz", "Get It While You Can" e "Me and Bobby McGee". Entretanto, sua erudição, empenho e talento combinados não transformaram a cantora no símbolo que representa. “Por sua influência e por seu próprio trabalho perene, Janis Joplin permanece no coração de nossa música e de nossa cultura”, afirma a autora.

Responsável por dar fim à tônica de opressão e machismo que pairavam no mundo àquela época, Janis Joplin expunha sem medo suas convicções sobre temas como sexualidade e a psicodelia. Por essa vertente também tem entre suas fãs, a compositora e ativista Rosanne Cash e outras emblemáticas cantoras como Brandi Carlile, Margo Price e Courtney Marie Andrews. Além disso, diversas artistas vivenciaram a luta de Janis contra o sexismo do mundo do rock, entre elas, Patti Smith, Debbie Harry (Blondie), Cyndi Lauper, Chrissie Hynde (The Pretenders), Kate Pierson (B-52’s) e Ann e Nancy Wilson (Heart), que foram diretamente influenciadas por sua música, atitude e coragem.

“Antes da passagem um tanto breve de Janis Joplin pelo sucesso, teria sido difícil para essas artistas encontrarem um modelo feminino comparável à beatnik de Port Arthur, Texas. A mistura de musicalidade confiante, sexualidade impetuosa e exuberância natural, que produziu a primeira mulher estrela do rock dos Estados Unidos, mudou tudo”, conta a autora Holly George-Warren na introdução da obra.

A forma como Janis transmitia emoção, em um canto que ia da melancolia à rebeldia, era e sempre será único.  Sua voz rouca, que todos conhecem, revela uma alma que sofria e buscava refúgio na heroína. Outro fator que marcou sua vida, também retratado no livro, foi a busca incessante pelo amor. Ela que nunca foi capaz de ter um relacionamento sólido e duradouro, e dessa forma buscou uma maneira de aliar a sua carreira com o sonho de constituir uma família, levando-a ao seu triste fim: sua morte precoce, aos 27 anos, por overdose acidental de heroína. Você pode comprar o livro “Janis Joplin: Sua Vida, Sua Música”, de Holly George-Warren, neste link.

O que disseram sobre o livro

“Uma descrição magnífica e muito interessante de Janis. Holly George-Warren tem um estilo de escrita atraente e cativante, e fiquei impressionada com a profundidade de suas novas entrevistas e informações.” – Laura Joplin, irmã de Janis Joplin

“Magistralmente bem pesquisada, esta biografia revela definitivamente a verdadeira Janis Joplin.” - The New York Times


Sobre a autora
Holly George-Warren foi indicada duas vezes ao Grammy e é autora premiada de 16 livros, entre eles duas biografias: "A Man Called Destruction: The Life and Music of Alex Chilton" e "Public Cowboy #1: The Life and Times of Gene Autry", além do best-seller do jornal The New York Times: "A Estrada para Woodstock" (com Michael Lang). Ela já escreveu para diversas publicações, incluindo The New York Times, Rolling Stone e Entertainment Weekly, tendo atuado também como consultora em documentários como "Muscle Shoals", "Nashville 2.0" e "Hitmakers". Holly faz parte da comissão de indicação do Rock & Roll Hall of Fame e leciona na Universidade Estadual de Nova York, em New Paltz. Compre o livro “Janis Joplin: Sua Vida, Sua Música”, de Holly George-Warren, neste link.

.: Padre Júlio Lancellotti apresenta o podcast "Todos os Caminhos"


Padre Júlio Lancellotti, a diretora do podcast Angela Rezé, a candomblecista Adriana Aragão e o budista Lama Padma Samten. Foto: Sergio Matta

Espiritualidade e autoconhecimento são temas que vão permear as rodas de debates de "Todos os Caminhos", novo podcast Globoplay que estreou no sábado passado, dia 14 de janeiro, no streaming da Globo e em todas as plataformas de áudio. Os episódios completos da série serão publicados aos sábados, enquanto de segunda à sexta, o conteúdo será adaptado para pílulas diárias, com reflexões com até dois minutos de duração. Comandado pelo Padre Júlio Lancellotti, pela pesquisadora Flavia Virginia e pelo budista brasileiro Lama Padma Samten, o podcast busca trazer uma jornada de autoconsciência, bem-estar e quebra de tabus. 

 Segundo Lama Padma Samten, o projeto trabalha a espiritualidade de modo natural e traz uma visão sutil e interna de como podemos ultrapassar visões limitadas, além de analisar o que de fato ocorre em nossos corpos mental e emocional. Em formato de mesa redonda, cada episódio contará com um convidado inter-religioso para dialogar sobre assuntos presentes no dia a dia da sociedade, a partir de diferentes vivências, perspectivas e linguagem inclusiva e diversa. Temas como amor, irmandade, qual sentido da nossa existência, esperança, equilíbrio e como conviver com pessoas que pensam diferente serão abordados, sob a perspectiva do trio de apresentadores e seus convidados. “As pessoas dizem ‘somos todos iguais’ e eu discordo: somos diferentes – e isso é bom, muito bom”, reflete Flavia Virginia.

 No podcast, os ouvintes poderão conhecer vozes de diferentes manifestações religiosas no Brasil, partindo de duas frentes de reflexão: a fé e a paz.  Com uma abordagem leve e fluida, o título é pensado também para pessoas que não seguem propriamente uma religião. O Padre Júlio Lancellotti, complementa que a série é uma oportunidade de mostrar, na prática, o exercício do diálogo, caminho curto e seguro para a fraternidade. “Em ‘Todos os Caminhos’, nós olhamos e ouvimos o próximo, por mais diferente que seja a fé dele. Queremos falar a todos que queiram desenvolver a própria espiritualidade e os melhores valores humanos, começando pelo amor ao próximo”

Sobre os dois primeiros episódios
Com episódio duplo de estreia, o programa abre o debate falando sobre a definição da palavra amor. Será que o amor é realmente um sentimento incondicional? Seria um substantivo, um verbo, uma intenção ou um exercício cotidiano? O trio de apresentadores recebe o Pastor Henrique Vieira em uma conversa pautada a refletir o amor.

Um tema aparentemente tão caro à sociedade e tão ambíguo quanto a sua definição. Já o segundo episódio recebe a candomblecista Adriana Aragão, dando início as reflexões com a pergunta: Será que somos todos irmãos? E o que estaria por trás dessa ideia de fraternidade social? A conversa é, também, um convite para refletir sobre nossas atitudes em relação aos outros. 

Publicado semanalmente aos sábados, o "Todos os Caminhos" é um podcast Globoplay, com planejamento de Mamilos e produção de Angel Produções. Comandado pelo Padre Júlio Lancellotti, pela pesquisadora Flavia Virginia e pelo budista Lama Padma Samten, recebe convidados semanais e tem como premissa abordar a espiritualidade de forma ampla, sem tabus e de diferentes perspectivas. Confira uma entrevista com os apresentadores:

Como é para você mediar uma mesa inter-religiosa indo além do conceito de religião que foi construído pela sociedade?
Flavia Virgínia -
É uma grande oportunidade de, por meio da religião, tratar de algo muito importante e de levar uma mensagem de esperança a tantas pessoas. Quando juntamos representantes de matrizes religiosas e espiritualidade diferentes, estamos provando que é possível dialogar, harmonizar e nos unirmos. Considero que a grande sacada do podcast é ajudar a compor uma humanidade melhor, a pluralidade nos torna maiores. 


Como você enxerga o movimento de espiritualidade fluida na sociedade?
Padre Júlio Lancellotti - A espiritualidade fluida é um rótulo que serve para muitas coisas, todas elas predominantemente boas, positivas e construtivas. Alguém que experimente a espiritualidade fluida não vai agredir o próximo por uma questão de cor de pele, orientação sexual, a fé que professa, a roupa que está vestindo e o idioma que fala. Vivenciar, ampliar e aprimorar nossa espiritualidade é um ato de amor, que ajuda a resolver grande parte das crises que vivenciamos hoje.

Como foi a experiência de estar lado a lado com representantes de outras frentes religiosas debatendo de forma mais ampla temas em comum sob diferentes perspectivas?
Lama Padma Samten -
 Foi algo muito enriquecedor. Percebi que minhas visões sobre as outras tradições não eram suficientemente amplas. Pude analisar muitas nuances que nunca haviam sido vistas por mim dentro de outras abordagens, e muitas proximidades com minha forma de olhar. O projeto ‘Todos os Caminhos’ é a união perfeita entre professores e líderes espirituais de diferentes tradições, que debatem e compartilham suas visões sobre temas cruciais da sociedade. 


quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

.: #ResenhandoTeatro em SP: agenda de 18 a 25 de janeiro

Primeiro espetáculo solo de Denise Fraga, "Eu de Você" é um dos espetáculos a abrir a programação do Teatro Sérgio Cardoso em 2023. A a atriz mostra histórias reais, costuradas com pérolas da literatura, música, imagens e poesia. Foto: Cacá Bernardes 

Por Mary Ellen Farias dos Santos, editora do Resenhando


Programe-se pelo #ResenhandoTeatro que apresenta uma seleção especial de espetáculos em cartaz na cidade de São Paulo. Confira o que está nos palcos e divirta-se!


Grease

Musical de sucesso criado em 1971, nos EUA, ganhou reconhecimento mundial em 1978 com o filme estrelado por John Travolta e Olivia Newton-John. A obra ganhou versão nacional com a adaptação da montagem original encantando fãs de todas as idades. Na Califórnia de 1959, a popular Sandy e o metido Danny se apaixonam e aproveitam um verão inesquecível na praia.  Quando voltam às aulas, eles descobrem que frequentam a mesma escola. Danny lidera a gangue do Burguer Palace Boys, um grupo que gosta de jaquetas de couro e muito gel no cabelo, e Sandy passa tempo com as Pink Ladies, lideradas pela firme e sarcástica Rizzo.

Local: Teatro Claro SP, Shopping Vila Olímpia, R. Olimpíadas, 360 - Vila Olímpia, São Paulo | A partir de 5 de janeiro | Quintas, sextas e sábados, às 21h. Domingos, às 19h | Duração: 140 minutos | Ingressos: de R$ 50 a R$ 200 | | Leia+ "Grease, o Musical" em janeiro: pré-venda para apresentações em SP


Duetos

Com Patricya Travassos e Marcelo Faria no elenco sob a direção de Ernesto Piccolo, peça retrata de forma cômica os encontros e desencontros da vida amorosa contemporânea. O texto de Peter Quilter examina e retrata de forma cômica o mundo caótico dos relacionamentos modernos, onde a grama do vizinho é sempre mais verde que a nossa, através de quatro histórias de uma mulher e um homem - não necessariamente casais - às voltas com seus próprios desejos e traumas em busca do amor, e enfrentando a solidão. “Duetos” é apresentado e patrocinado pela Brasilcap, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, com produção geral e realização da Inova Brand.

Local: Teatro Raul Cortez - Fecomercio - Rua Doutor Plínio Barreto, 285 - Bela Vista / São Paulo | De 6 a 29 de janeiro | Sextas e sábados às 21h, domingo às 18h | Duração: 80 minuto | Ingressos: R$ 60 a R$ 120 | Até 29 de janeiro | Leia+ Comédia “Duetos", de Peter Quilter, prorroga temporada de sucesso


Ney Matogrosso - Homem com H

O espetáculo explora momentos e canções marcantes na trajetória do cantor sem seguir necessariamente uma ordem cronológica. A história começa em um show do Secos & Molhados, em plena ditadura militar, quando uma pessoa da plateia o xinga de “viado”. Essa cena se funde com momentos da infância e adolescência do artista. E, dessa forma, outros episódios vão se encadeando na cena.

Local: 033 Rooftop (cobertura do Teatro Santander), localizado no Complexo JK Iguatemi | De 13 de janeiro e 5 de fevereiro |Sextas-feiras às 20h30. Sábados às 15h30 e às 20h30. Domingo 15h30 e 20h. | Duração: 2 h (com 15 minutos de intervalo) | Ingressos: R$ 75 a R$ 250 | Até 5 de fevereiro | Leia+ Musical "Ney Matogrosso - Homem com H" terá nova temporada em 2023


Shirley Valentine

Para celebrar 60 anos de carreira e 80 de vida, Susana Vieira decidiu retornar aos palcos enfrentando um dos maiores desafios de sua vitoriosa trajetória, o clássico "Shirley Valentine", um dos mais importantes textos do teatro moderno, com encenações premiadas em todo o mundo. O monólogo apresenta Shirley, uma mulher casada, mãe de dois filhos, que convive com o pior tipo de solidão: aquela que se sente mesmo estando acompanhado. A versão brasileira de Miguel Falabella trata com leveza e muito bom humor os dilemas da personagem. Cansada de conversar com as paredes (literalmente), Shirley Valentine decide dar uma virada em sua vida e faz uma viagem em busca de encontrar a felicidade e, sobretudo, se reencontrar. Com direção de Tadeu Aguiar.

Local: Teatro Vivo - Avenida Doutor Chucri Zaidan, 2460 - Morumbi | De 20 de janeiro a 12 de fevereiro | Sextas e sábados, às 20h. Domingos, às 18h | Classificação etária indicativa: 12 anos | Duração: 70 minutos | Ingressos: de R$ 60 a R$ 120 | Até 12 de fevereiro | Leia+ Susana Vieira chega a São Paulo com "Shirley Valentine" em janeiro


Três Mulheres Altas

Em cena, as atrizes interpretam três mulheres, batizadas pelo autor apenas pelas letras A, B e C. A mais velha (Suely Franco), que já passou dos 90, está doente e embaralha memórias e acontecimentos, enquanto repassa a sua vida para a personagem B (Deborah Evelyn), apresentada como uma espécie de cuidadora ou dama de companhia. A mais jovem, C (Nathalia Dill), é uma advogada responsável por administrar os bens e recursos da idosa, que não consegue mais lidar com as questões financeiras e burocráticas.

Local: Teatro Tuca, Rua Monte Alegre, 1024 - Perdizes | De 13 de janeiro a 12 de fevereiro | Sextas às 21h, sábados, às 20h e domingos, às 17h. | Classificação etária indicativa: 12 anos | Duração: 100 minutos | Ingressos: de R$ 70 a R$ 140 | Até 12 de fevereiro | Leia+ "Três Mulheres Altas" com Suely Franco, Deborah Evelyn e Nathalia Dill


Sonho de Uma Noite de Verão

O espetáculo tem direção de Ary Coslov e é estrelado pelas atrizes Amanda Acosta e Rita Guedes, que idealizou a nova montagem. Escrita em 1984, a trama mergulha na relação de duas mulheres que estão unidas pelo amor, terno e profundo. Em um diálogo envolvente e emocionante, mãe e filha expõem suas memórias de uma vida conjunta. E, nesse encontro, as épocas se confundem e se sucedem em desordem.

Local: Teatro das Artes - Shopping Eldorado - Av. Rebouças, 3970, Loja 409, Pinheiros, São Paulo | Sábados e Domingos, às 15h.. | Classificação etária indicativa: livre | Duração: 65 minutos | Ingressos: de R$ 40 a R$ 80 | Até 26 de fevereiro | "Sonho de Uma Noite de Verão" em versão infantil de Luccas Papp


Uma Relação Tão Delicada

O espetáculo tem direção de Ary Coslov e é estrelado pelas atrizes Amanda Acosta e Rita Guedes, que idealizou a nova montagem. Escrita em 1984, a trama mergulha na relação de duas mulheres que estão unidas pelo amor, terno e profundo. Em um diálogo envolvente e emocionante, mãe e filha expõem suas memórias de uma vida conjunta. E, nesse encontro, as épocas se confundem e se sucedem em desordem.

Local: Teatro Uol - Shopping Pátio Higienópolis: Avenida Higienópolis, 618, Higienópolis | Sextas, às 21h e sábados e domingos, às 20h. | Classificação etária indicativa: 14 anos | Duração: 90 minutos | Ingressos: de R$ 70 a R$ 120 | Até 26 de fevereiro | Leia+ "Uma Relação Tão Delicada", com Amanda Acosta e Rita Guedes, estreia


Eu de Você

Idealizado e criado pela atriz Denise Fraga, o produtor José Maria e o diretor Luiz Villaça, o espetáculo solo "Eu de Você" mostra histórias reais, costuradas com pérolas da literatura, música, imagens e poesia. No espetáculo, o humor cotidiano leva o público a rir das situações corriqueiras.. Embora seja um solo, a atriz estará acompanhada de personagens inspirados em histórias reais: Fátima, Bruno, Clarice, Wagner, além de diversos artistas de grande reconhecimento, tecendo um bordado de vida e arte.

Local: Teatro Tuca, Rua Monte Alegre, 1024 - Perdizes | De 20 de janeiro a 12 de março | Sextas e sábados, às 20h30. Domingos, às 17h. Nos dias 17, 18 e 19 de fevereiro, carnaval, não haverá espetáculo. | Classificação etária indicativa: 12 anos | Duração: 90 minutos | Ingressos: de R$ 25 a R$ 50 | Até 12 de março | Leia+ "Eu de Você", com Denise Fraga, abre a programação do Teatro Sérgio Cardoso em 2023


O Dilema do Médico

Textos recheados de inteligência, humor, elegância, cheio de paradoxos e provocações marcam a obra do irlandês Bernard Shaw (1856 - 1950) e estão presentes na tragicomédia "O Dilema do Médico". Clara Carvalho dirige Shaw pela primeira vez, em texto inédito no Brasil.  O elenco reúne nomes de várias gerações do teatro: Sergio Mastropasqua, Iuri Saraiva, Bruna Guerin Rogério Brito, Oswaldo Mendes, Renato Caldas, Guilherme Gorski, Márcia de Oliveira, Rogério Percore, Thiago Ledier e Luti Angelleli. 

Local: Auditório do MASP, Av. Paulista 1578.  | De 20 de janeiro a 26 de março | Sextas e sábados, às 20h, e domingos, às 19h. | Classificação etária indicativa: 14 anos | Duração: 120 minutos | Ingressos: de R$ 30 a R$ 60 | Até 26 de março | Leia+ Clara Carvalho dirige texto inédito de Bernard Shaw sobre moralidade


A Última Sessão de Freud

Em "A Última Sessão de Freud", no gabinete de Freud, na Inglaterra, o pai da psicanálise e o escritor C.S.Lewis conversam sobre a existência de Deus, mas o embate verbal se expande por assuntos como o sentido da vida, natureza humana, sexo, morte e as relações humanas, resultando em um espetáculo que se conecta profundamente com o espectador através de ferramentas como o humor, a sagacidade e o resgate da escuta como ponto de partida para uma boa conversa. O sarcasmo e ironia rondam toda essa discussão. As ideias contundentes ali propostas nos confundem, por mais ateus ou crentes que sejamos.

Local: Teatro Bravos - Rua Coropé, 88, Pinheiros, São Paulo | De 20 de janeiro a 30 de maio | Sextas e aos sábados, às 20h; e aos domingos, às 19h | Classificação etária indicativa: 12 anos | Duração: 90 minutos | Ingressos: de R$ 50 a R$ 120 | Até 30 de maio | Leia+ Odilon Wagner e Claudio Fontana voltam com "A Última Sessão de Freud"

.: Júlia Lopes de Almeida, a feminista "Machado de Assis de saias"


Júlia possui mais 40 obras inéditas, que acabam de ser descobertas pelo "Rei dos Clássicos" Editora Vermelho Marinho é a principal responsável por trazer Júlia aos holofotes; Escritora centenária vai ter obras lançadas por meio de crowdfunding. Foto: editora Vermelho Marinho


Há 160 anos, nascia Júlia Lopes de Almeida, considerada como uma das principais escritoras da literatura brasileira. A autora era uma mulher à frente de seu tempo, e há mais de 100 anos já defendia temas como feminismo e empoderamento feminino. 

Júlia também foi uma das idealizadoras da Academia Brasileira de Letras, porém, nunca chegou a ocupar uma cadeira na Academia, injustamente, pois na época apenas homens podiam participar. A editora Vermelho Marinho é quem está encabeçando as homenagens para a celebração do nascimento da "Machado de Assis de saias", lançando um box especial com três obras da escritora.


Redescoberta literária
Você já ouviu falar na escritora Júlia Lopes de Almeida? Se ainda não a conhece, essa é a sua oportunidade: está sendo lançado um box com três obras inéditas não apenas da autora mas também de Filinto de Almeida (compre neste link), com quem ela formou o casal mais influente da literatura brasileira no início do século 20. 

Júlia Lopes de Almeida e Filinto de Almeida - também conhecidos como o casal #Julinto - precursores da shippação - foram alguns dos idealizadores e fundadores da Academia Brasileira de Letras. Populares entre a “nata” da literatura da época, receberam na bela casa onde moravam, no bairro de Santa Teresa (Rio de Janeiro), alguns dos nomes mais importantes da literatura brasileira. 

Os saraus que organizavam eram frequentados por autores como Aluízio Azevedo, Machado de Assis, Olavo Bilac, Valentim Magalhães, Artur Azevedo, Lúcio de Mendonça e outros notáveis que foram os primeiros membros da ABL. O Box Julinto é uma coleção de três obras inéditas do casal Júlia Lopes de Almeida e Filinto de Almeida, em uma edição com tiragem limitada. 

O lançamento marca os 160 anos de nascimento de Júlia e inclui três obras fundamentais do casal: o livro de contos "Ânsia Eterna", de Júlia Lopes de Almeida, o romance de suspense “A Casa Verde”, do casal Julinto, e a homenagem “Dona Júlia”, livro que reúne os poemas que Filinto escreveu para a sua musa durante os quase 50 anos em que estiveram juntos, e publicou em tiragem limitada apenas para amigos.

Júlia Lopes de Almeida é a “autora do momento”, não somente por conta de seus 160 anos celebrados em 2022, mas também por seu papel de vanguarda como mulher em uma profissão dominada por homens. “Ela defendia o empoderamento feminino, mas também equilibrava, de certo modo, seus deveres junto à família e sociedade. Seus posicionamentos eram modernos para a época, por isso suas obras têm muita sintonia com os dias atuais”, explica Tomaz Adour, editor-chefe e fundador da Editora Vermelho Marinho.    

“Júlia estava à frente de seu tempo. Quem descobre Júlia hoje sente estar lendo uma autora contemporânea. E os leitores irão descobrir, nesta edição comemorativa, porque Filinto era um talento à altura da maior escritora da literatura brasileira, considerada por seus contemporâneos a 'Machado de Assis de saias'", acrescenta o editor. 

Para Adour, o box que marca os 160 anos do nascimento de Júlia também visa reparar um erro histórico. Apesar de idealizadora da Academia Brasileira de Letras, a autora não recebeu uma cadeira na casa, injustamente, porque a Academia seguia o modelo francês, onde só entravam homens. 

“Filinto brincava que Júlia merecia a cadeira dele. Isto é fruto da grande admiração que o casal nutria, e foi interpretado como se Filinto tivesse recebido um ‘prêmio de consolação’, ocupando a cadeira que pertenceria à mulher. Nada mais injusto, pois o casal foi o mais importante e talentoso da literatura brasileira no início do século 20. Teriam completado bodas de ouro se Júlia não tivesse morrido”, avalia o editor. 

Enquanto Júlia se dividia em cuidar da casa, dos filhos e escrever, Filinto viajava e trabalhava como jornalista nos principais jornais do país, o que não lhe permitia ter uma obra extensa como a da mulher. “Mas qualidade não se mede pela quantidade, ele foi um autor tão talentoso e relevante quanto a Júlia”, ressalta Adour. 

Campeã de vendas no Brasil
Junto com Coelho Neto, Júlia foi a autora mais vendida do Brasil até seu falecimento, em 1934, por malária, voltando de uma viagem à África. Sua extensa obra, de mais de 40 volumes, vendeu milhões de exemplares no começo do século 20, sendo adotada por escolas e comprada por leitores “ávidos” pela sua próxima novidade. 

Júlia era admirada e citada por algumas das principais escritoras brasileiras que lhe seguiram, como Cecília Meirelles e Rachel de Queiroz - que foi a primeira mulher a ser eleita para a Academia Brasileira de Letras. Júlia teve uma vida intensa, coroada pelo sucesso em livros de contos, romances, livros infantis, sobre flores, sobre comportamento, além de peças de teatro e crônicas, sendo também abolicionista, feminista e uma mãe dedicada. 

Filinto de Almeida nasceu no Porto, em Portugal, e foi um dos mais importantes jornalistas brasileiros, além de um grande poeta e dramaturgo. Trabalhou em alguns dos principais órgãos da imprensa da época e foi o diretor mais importante do Jornal Província de São Paulo, que depois tornou-se o Estadão. Foi naturalizado brasileiro pelas leis da época, o que lhe permitiu ser o primeiro membro da ABL não nascido no Brasil.

“Descobrir Júlia é voltar no tempo, para uma época em que o mundo dominado pelos homens teve que se ajoelhar ao talento da mulher mais importante da literatura brasileira. Ela era uma pessoa combativa, mas ao mesmo tempo doce e amorosa, que estava anos à frente do seu tempo, e que era respeitada por todos os seus pares, como podemos ver em fotos onde todos os grandes autores da época cercam Júlia com respeito e admiração”, afirma o fundador da Vermelho Marinho. 


Obras do Box
Para Adour, a literatura brasileira entrou em um “novo” patamar com as obras do casal #Julinto. “Esse box comemorativo terá edição limitada apenas para colecionadores”, acrescenta o editor. Júlia publicou dezenas de artigos em diversos jornais durante toda a sua carreira, além de mais de 40 livros, material preservado pela família e gentilmente cedido para pesquisa e publicação para a editora Vermelho Marinho pelo neto da autora, Cláudio Lopes de Almeida, nascido em 1930.

Considerado como um dos mais importantes e “atuais”, o clássico "Ânsia Eterna" (compre o livro neste link), faz parte do box, cotizado com a edição original e com observações da própria autora. “Este livro fora do comum aborda temas surpreendentes e infelizmente comuns até hoje, como o feminicídio e violência doméstica, além de histórias insólitas e finais inesperadas”, destaca o Rei dos Clássicos. A autora estava à frente de seu tempo. Quem descobre Júlia hoje sente estar lendo uma autora contemporânea. O livro conta com mais de 300 notas explicativas. 

O segundo livro é “A Casa Verde”, romance escrito pelo casal #Julinto a quatro mãos e publicado em folhetins no Jornal do Commercio de 18 de dezembro de 1898 a 16 de março de 1899. Em ritmo ágil e viciante, narra a história de uma sinistra casa em Niterói, habitada por um empresário inglês e sua jovem filha, que é cortejada por dois homens. Um crime irá ocorrer e o leitor ficará preso em cada capítulo tentando desvendar o final surpreendente. Este livro foi considerado por Júlia o seu preferido, tanto por ter sido escrito a quatro mãos com o amor da sua vida, mas também por trazer memórias de uma época muito feliz de sua vida. O livro tem mais de 200 notas e um glossário no final com vocábulos da língua cigana utilizada por alguns personagens do livro.

Fechando o box, temos “Dona Júlia”, livro que Filinto escreveu em homenagem à mulher juntando poemas escritos por décadas, desde a juventude, o casamento, a vida madura e a morte do amor de sua vida, ocorrida de forma precoce em 1934, por causa da malária que ela adquiriu em uma visita à filha Lúcia na África. Filinto fez uma edição limitada apenas para amigos e os herdeiros deram autorização à Editora Vermelho Marinho para republicá-lo.  

Crowdfunding
O box comemorativo com as três obras
também pode ser adquirido em uma edição de colecionador através do financiamento coletivo no site. E será disponibilizado em outubro. “O crowdfunding é uma forma de financiar o lançamento de outras obras importantes da literatura. Se for atingida a meta de R$ 48 mil, os colaboradores do crowdfunding receberão ainda um livreto com contos e crônicas inéditas de Júlia”, revela Adour. 

A coleção tem apresentação da professora/doutora Anna Faedrich, uma das maiores pesquisadoras da obra de Júlia e da literatura de autoria feminina brasileira. “Ânsia Eterna” tem prefácio da historiadora e professora Gabriela Trevisan, autora de “A Escrita Feminista em Júlia Lopes de Almeida”, “Dona Júlia” tem prefácio do neto da autora, Cláudio Lopes de Almeida, e “A Casa Verde” tem apresentação conjunta da graduanda em letras Nathalia Kimberly e Anna Faedrich, além da crônica “Um Lar de Artistas”, escrita por João do Rio depois de uma visita ao casal na famosa casa de Santa Teresa.

“Rei dos Clássicos”
Conhecido como o “Rei dos Clássicos”, Tomaz Adour é fundador e editor-chefe da Vermelho Marinho. Administrador, historiador, economista, professor e editor, coleciona títulos, graduações e pós-graduações, e histórias. Sua relação com a literatura vem do berço. Ele é neto do jornalista Jaime Adour Câmara - um dos maiores colecionadores de livros do Rio de Janeiro, que tinha uma biblioteca com mais de 20 mil livros. O pai de Adour também era escritor/jornalista, além de outros familiares, como  Câmara Cascudo, primo deles. Em seu tempo, Jaime frequentou nomes como Djanira, Tarsila do Amaral, Cândido Portinari, no Brasil, e Thomas Mann e o compositor Sibelius, seu grande amigo quando morou dois anos na Finlândia. 

Em 2010, Tomaz fundou a editora Vermelho Marinho, focando em autores clássicos, esquecidos por conta do tempo, e também os “escondidos” por pseudônimos, que muitas vezes eram mulheres que assinavam como homens. Hoje, um dos principais objetivos do “rei dos clássicos” é redescobrir obras de autoras esquecidas, como é o caso de Júlia Lopes de Almeida.

Nesses 12 anos, ele já descobriu mais de 1.200 obras de autoras femininas igualmente “esquecidas”.  “Meu maior objetivo é popularizar essas obras de tanta qualidade, que acabam ficando restritas a poucos ou até mesmo totalmente perdidas no tempo. Quero incentivar os jovens de hoje a ler. Por meio do lançamento de obras inéditas como essas, espero que se apaixonem por essa autora tão cativante e se interessem por ler mais obras dela e de outros escritores do mesmo patamar”, finaliza Adour.

Informações técnicas
Box Julinto - Júlia 160 anos, contendo os 3 livros “Ânsia Eterna”
“A Casa Verde” e “Dona Júlia”
Quantidade de páginas:
aproximadamente 600
Formato: 14x21cm
Miolo em pólen: 80 gramas
Capa com orelhas em cartão supremo: 250 gramas
Compre o box Julinto neste link.


Sobre a editora Vermelho Marinho
Sediada no Rio de Janeiro, publica desde obras contemporâneas a clássicos inéditos ou há muito tempo fora de catálogo no Brasil. Há mais de oito anos tem o selo “O Melhor de Cada Tempo”, que visa publicar obras em domínio público que foram grandes sucessos em sua época, e que não têm edições brasileiras atuais, ou nunca tiveram.

É a única editora a redescobrir autores/clássicos esquecidos, reconhecendo sua importância para a sociedade e demonstrando como temas centenários ainda estão presentes em nossa sociedade. Além dos 1200 títulos clássicos prontos para serem lançados, a editora ainda tem mais de 10 mil volumes de livros esquecidos que estão sendo atualizados com o novo acordo ortográfico para serem publicados nos próximos anos.


.: "Táticas do Amor", de Sarah Adams: amor platônico e saúde mental


Em meio ao sucesso das comédias românticas slow burn, "Táticas do Amor", de Sarah Adams, chega às livrarias brasileiras após virar febre no TikTok, lançada pela editora Intrínseca e com tradução de Sofia Soter. Na obra, a autora norte-americana apresenta uma história de amor entre dois melhores amigos que se desenvolve aos poucos, ao explorar, de maneira divertida e perspicaz, os tropes literários “de amigos a amantes” e “namoro de mentira”. Com muita sensibilidade, a autora ainda toca em questões importantes, como os cuidados com a saúde mental.

Na trama, Bree Camden está totalmente apaixonada pelo melhor amigo de longa data, Nathan Donelson, a nova estrela de futebol americano. O único problema é que ela não pode revelar seus sentimentos, já que ele claramente só a vê como amiga. E tudo bem, porque ela tem coisas mais urgentes com que se preocupar: depois de sofrer um acidente que acabou com suas chances de se tornar bailarina profissional, Bree decidiu abrir o próprio estúdio e transformar a vida de suas alunas através da dança. No entanto, após outro aumento no aluguel do imóvel onde dá suas aulas, ela corre o sério risco de ver seus sonhos irem por água abaixo novamente.

Isso até Nathan aparecer para salvar o dia - como sempre - e comprar o prédio inteiro para ela. Revoltada com o gesto impulsivo, apesar de fofo, do melhor amigo, Bree resolve tomar algumas (talvez muitas) tequilas numa festa. É aí que tudo começa a mudar, porque ela sem querer revela seus segredos mais íntimos para uma jornalista de um site de fofoca.

Quando sua confissão viraliza e o mundo inteiro começa a achar que Bree e Nathan formam o casal perfeito, a assessoria de imprensa do jogador oferece uma proposta irrecusável, que pode significar a tão sonhada segurança financeira para Bree. Eles só precisam fingir que estão apaixonados. Por três semanas inteiras. Será que Bree se entregará aos sentimentos que tenta esconder há tanto tempo? E será possível que Nathan goste dessa mentirinha? Narrado a partir de dois pontos de vista, Táticas do amor mostra como a paixão e a amizade são capazes de provocar as reviravoltas mais inesperadas. Você pode comprar o livro "Táticas do Amor", de Sarah Adams, neste link.

Sobre a autora
Sarah Adams é uma introvertida indecisa, tem duas filhas, é casada com o melhor amigo e gosta mais de lanche do que de refeição. O sonho dela é passar a vida inteira escrevendo histórias que fazem rir, e talvez até chorar, mas que, sem dúvida, deixam a gente mais feliz ao finalizar a leitura. Foto: Daniel Meigs. Compre o livro "Táticas do Amor", de Sarah Adams, neste link.

.: Ana Maria Machado reconta "O Alfaiate Valente", dos irmãos Grimm


Escrito pelos irmãos Grimm, "O Alfaiate Valente" foi publicado originalmente no século XIX, na coletânea Contos maravilhosos infantis e domésticos. Mas os temas da história permanecem atuais para o público infantil: ingenuidade, esperteza, valentia e um certo golpe de sorte.  O clássico da literatura infantojuvenil chega aos leitores brasileiros no reconto da premiada escritora Ana Maria Machado, em lançamento da FTD Educação. Para criar uma versão repleta de humor e originalidade, a autora buscou uma voz própria e muita oralidade nas memórias afetivas da infância. 

“Durante o processo de edição, a autora destacou que ouvia esta história contada pela avó e pela mãe. E que este foi um dos clássicos que marcou a infância e o imaginário dela. Recontá-la era um desejo antigo”, comenta Camila Saraiva, editora de literatura da FTD Educação. Recomendado para leitores a partir da Educação Infantil, o texto apresenta ainda informações sobre a produção de tecidos e o ofício de alfaiate, uma profissão pouco conhecida pelas crianças de hoje. 

As ilustrações de Bruno Nunes surpreendem ao contar a história nos detalhes, nas cores e no ângulo inusitado das cenas. A parceria entre a escritora e o ilustrador começou em 2013, quando Nunes ilustrou outro livro de Ana Maria Machado, "O Pavão do Abre e Fecha".  

“É sempre um grande prazer poder dar vida aos textos que ela escreve. A riqueza de detalhes e o humor único de suas histórias tornam meu trabalho de ilustração muito mais fácil e divertido. Para criar a narrativa visual de O alfaiate valente e dar vida ao universo dos contos tradicionais infantis, misturei a arte feita à mão, com tintas e pincéis, a técnicas digitais”, explica Bruno Nunes, em sua pequena autobiografia ao fim do livro. 

Como nas histórias clássicas para crianças, o enredo se passa em um mundo encantado, em que há gigantes. É nele que o alfaiate João vive uma grande aventura. Quando ele mata sete moscas que sobrevoam seu lanche, orgulhoso do feito, confecciona um cinto bordado com a seguinte frase: “De um golpe, matei sete”

Ao ver João com o cinto, os moradores da aldeia acham o fato engraçado, porque sabem que, na verdade, ele só matou sete insetos. Magoado, o alfaiate resolve correr mundo, mas mal sabe que logo vai precisar de muita valentia e esperteza para enfrentar dois gigantes terríveis e provar quanto sua inteligência e coragem são grandes de verdade!  Você pode comprar o livro "O Alfaiate Valente", de Ana Maria Machado, neste link.

Sobre a autora
Ana Maria Machado
é autora de mais de 100 livros e sua obra já foi traduzida em 28 países. Ganhadora de muitos prêmios, em 2000 recebeu o Hans Christian Andersen, considerado o Nobel da literatura infantil; em 2001, o Machado de Assis, maior prêmio literário nacional; e, em 2010, o prêmio Príncipe Claus, da Holanda, concedido a artistas e intelectuais de reconhecida contribuição nos campos da cultura e do desenvolvimento. Desde 2003, integra a Academia Brasileira de Letras.  

Sobre o ilustrador
Bruno Nunes nasceu em Belo Horizonte. Minas Gerais, e formou-se em Artes Visuais pela Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG). Trabalha como autor e ilustrador de livros e tem mais de 20 títulos ilustrados, entre eles, livros do historiador Joel Rufino dos Santos e da própria Ana Maria Machado. Como autor, escreveu e ilustrou duas obras: "Eu Sou Uma Ilha" (2021) e "Meu Reino por Um Chocolate" (2017). Compre o livro "O Alfaiate Valente", de Ana Maria Machado, neste link. 




.: Paulo Stucchi lança thriller inspirado na suposta fuga de Hitler


O jornalista Paulo Stucchi tem o nazismo e a Segunda Guerra como um pano de fundo seus principais livros, entre eles, "A Filha do Reich", finalista do Prêmio Jabuti. A temática, que se tornou uma marca do autor, está de volta em "O Homem da Patagônia", lançamento da editora Jangada. Em seu novo livro, o palco da história não é o continente europeu ou o interior do sul do Brasil, mas sim o país que mais abrigou nazistas, depois dos EUA: a Argentina.

Na trama, um thriller psicológico perturbador ambientado na Buenos Aires de 1958, Sebastián Lindner, um renomado psicólogo argentino, é contratado por uma jovem alemã para tratar de seu pai, um velho refugiado nazista que mora em uma remota fortaleza na Patagônia e cuja personalidade está envolta em vários mistérios. Conforme as lembranças do misterioso paciente vão sendo acessadas, Dr. Lindner se vê diante de um antigo e terrível segredo – que remonta aos últimos dias de Hitler em um bunker em Berlim e que pode mudar drasticamente os rumos da história do pós-Segunda Guerra. Em um dilema pessoal, o psicólogo passa a se confrontar com a pior face do mal e enfrentar seus próprios demônios.

Passo a passo, entre sessões de terapia e novas revelações de personagens reais e fictícios, o leitor descobrirá, juntamente com o psicólogo Sebastián Lindner, quem é o velho alemão misterioso, e mergulhará nas mesmas dúvidas do personagem: afinal, estaria ele diante de Adolf Hitler em pessoa - um dos personagens mais importantes e abomináveis da história mundial?

"A ideia que originou a trama de 'O Homem da Patagônia' surgiu quando li sobre o lançamento do livro Tras los pasos de Hitler, do jornalista argentino Abel Basti. Também já havia lido outros textos sobre a presença nazista na América do Sul, principalmente na Tríplice Fronteira, como o KBK - Uma história real, dos autores Luiz Monteiro Franco e Christiane Lopes Pereira. Teci a trama unindo a história argentina e sua conhecida relação com o nazismo, sobretudo na época de Perón”, afirma Paulo Stucchi. 

Ao se inspirar em fatos reais, o enredo destaca como os nazistas tentaram reorganizar seu poder em outras regiões, fazendo de "O Homem da Patagônia" uma obra bastante atual. “No livro, procurei também mostrar como os nazistas lamberam suas feriadas ao término da guerra e o fato de que nos deparamos com o legado neonazista até hoje em toda a América Latina”, finaliza o autor. Você pode comprar o livro "O Homem da Patagônia", de Paulo Stucchi, neste link.

 
Trecho do livro

[...] – Deve estar achando estranho uma jovem como eu conversar sobre esse tipo de assunto, não, dr. Lindner?

– De fato, não é comum – Sebastián admitiu, constrangido.

– É aí que chegamos ao real motivo que me traz aqui: meu pai. Ele é o responsável por eu conversar sobre esse tipo de coisas, com gente como o senhor. [...]

– Meu pai, dr. Lindner, foi um alto oficial do exército alemão. Como deve saber, já que é um homem inteligente, não posso dizer isso abertamente a qualquer um. Contou com um bocado de sorte para escapar de Berlim no fim da guerra, pouco antes de a cidade cair nas mãos dos soviéticos e de Stalin. [...]

 Aurora encarou Sebastián. Seus olhos grandes e de um azul profundo, penetrante, fizeram-no sentir-se diante de um demônio. Sim, apesar de possuir uma beleza quase angelical, Aurora tinha algo sinistro, demoníaco em si.

Sobre o autor
Paulo Stucchi é jornalista e psicanalista. Formado em Comunicação Social pela Unesp Bauru, com habilitação em Jornalismo, é especialista em Jornalismo Institucional pela PUC-SP e Mestre em Processos Comunicacionais, com ênfase em Comunicação Empresarial pela Universidade Metodista de São Paulo. Trabalhou como jornalista em revistas e jornais impressos, tornando-se editor, por 13 anos, de uma publicação segmentada para o setor gráfico.

Divide seu tempo entre o trabalho de assessor de comunicação e sua paixão pela literatura, principalmente, romances históricos. É autor das obras "Um de Nós Foi Feliz" (2022), "No Fundo do Rio" (2021), "Menina - Mitacuña" (2013), "O Triste Amor de Augusto Ramonet" (2011), "O Natal Sem Mamãe" (2008), "A Fonte" (2010) e de "A Filha do Reich" (2019), finalista do Prêmio Jabuti 2020, publicado pela editora Jangada. Compre o livro "O Homem da Patagônia", de Paulo Stucchi, neste link.

terça-feira, 17 de janeiro de 2023

.: Lista: Britney Spears e cinco músicas que previam a briga com o pai


No dia 12 de novembro de 2021 os fãs e o mundo comemoraram o fim da tutela que concedia a Jamie Spears, pai de Britney Spears, o poder de administrar as finanças e algumas decisões da vida pessoal da princesa do pop. A resolução foi o desfecho de quase 14 anos de luta da artista para recuperar o controle da sua vida e ocorreu, em parte, graças ao movimento mundial "Free Britney", que começou em 2019, após a internação da artista em um centro psiquiátrico, e chegou a ser um fenômeno global a favor da cantora.

O caso é retratado em "Jamie VS Britney: o Julgamento da Família Spears", produção disponível na HBO Max, que apresenta os dois lados da moeda de uma das batalhas judiciais mais longas e impactantes do universo do entretenimento. O público terá acesso pela primeira vez à versão de Jamie, o passado da família Spears, os problemas que Britney teve ao virar celebridade, depoimentos inéditos de colegas e muito mais.

Embora a vida de Britney tenha sido objeto de grandes escândalos nos últimos anos, os fãs se concentram no seu talento, nos seus sucessos e no variado repertório de canções marcantes para várias gerações. Desde os 17 anos, quando lançou seu primeiro álbum, “Baby One More Time”, Britney encontrou na música não só uma forma de vida, mas também uma ferramenta para expressar seus sentimentos e desejos mais profundos com palavras que sem dúvida tocam os fãs e fazem com que eles vejam na princesa do pop um reflexo das suas próprias vivências.

 Por isso, ao escutar músicas como “Overprotected” ou “Lucky” é impossível não sentir cada palavra como um pedido de socorro, diante da pressão de crescer em um ambiente como Hollywood, no qual as lentes e as luzes das câmeras não paravam de assediá-la. Por isso, para entrar no clima do documentário, convidamos você para relembrar e analisar esta seleção das músicas que anunciavam - sem que soubéssemos - a tempestade que Britney enfrentaria anos depois e que a levou a uma batalha judicial inimaginável com a família, como retrata o seriado.


"Overprotected"
Esta eletro pop lançada em 2001 mostra como Britney se sentia superprotegida ao longo da vida, a ponto de revelar na letra que não tinha controle das suas decisões. A artista defende sua necessidade de espaço e diz “não preciso que ninguém me diga o que eu quero”. Foi justamente o que aconteceu sete anos depois.


"Everytime"
Uma balada composta e interpretada por Britney, em que o piano predomina. Na época do lançamento houve um forte boato de que era dedicada a Justin Timberlake, ex-namorado da cantora, mas isso nunca foi confirmado. De qualquer forma, a música fala sobre a perda do primeiro amor. O que mais chama a atenção é o clipe dirigido por David LaChapelle, que mostra Britney sendo assediada por paparazzis e brigando com seu parceiro, a ponto de querer se suicidar.

"Lucky"
Um dos singles mais lembrados do álbum “Oops!... I Did It Again” é “Lucky”, que conta o que acontece com muitos artistas quando atingem um nível de sucesso e de fama inimaginável. De fora, parecem totalmente felizes, mas isso é só uma máscara. Nesta música, por exemplo, Britney fala de uma superestrela, de uma mulher com sorte, mas que por trás do sorriso e da maquiagem esconde muita tristeza e uma vida vazia.


"Stronger"
Nem tudo é tristeza! Nesta música que recebeu vários prêmios, Britney mostra seu lado empoderado, exatamente o que precisou manter durante todo esse tempo para superar tudo o que aconteceu com ela. Hoje soa ainda mais forte do que ontem. Trata-se da música perfeita para cantar aos berros na frente do espelho.


"My Prerogative"
“Não preciso de autorização, eu tomo as minhas próprias decisões”, diz Britney nesta música na qual, novamente, defende que a deixem viver tranquila e parem de falar da sua intimidade. A faixa faz parte do seu primeiro álbum de grandes sucessos, “Greatest Hits: My Prerogative”, lançado em 2014 e que vendeu 5,6 milhões de cópias no mundo. Foi considerada pela imprensa uma resposta a quem criticou seu casamento com o dançarino Kevin Federline.

.: Livro "12 Ingredientes e Uma Dose": viagem pelo Brasil através da comida


A editora Alaúde lança "12 Ingredientes e Uma Dose - Uma Viagem Pelo Brasil Através da Comida", obra que procura mostrar como se construiu a nossa identidade alimentar. Para celebrar o lançamento, que tem o apoio do Itaú Cultural, haverá um bate-papo com os autores, seguido de sessão de autógrafos, no dia 31 de janeiro, às 19h. 

Que maneira melhor de entender nossa história e nossa identidade senão pela comida? Pois é isso o que este livro procura fazer: compreender as práticas culturais que envolvem o ato de alimentação e como elas se desenvolveram ao longo da nossa história, bem como entender as relações da nossa culinária com outros aspectos da nossa cultura: música, literatura, artes etc. 

Os autores se concentram em doze ingredientes comestíveis e uma bebida, que estão classificados em três eixos, segundo a sua origem: “plantas de cá”, com ingredientes que faziam parte da cultura alimentar dos povos originários; “plantas de lá”, com alimentos introduzidos pelo colonizador no processo de ocupação do território; e “animais de toda parte”, com os animais trazidos pelo colonizador e outros que já andavam por aqui.

Fruto de um conhecimento sólido, mas escrito com leveza e bom humor, "12 Ingredientes e Uma Dose" diverte enquanto revela um país único, com uma cultura rica, própria e muito original. O livro é uma parceria com o Itaú Cultural, e a ideia de sua publicação nasceu do curso "Constelação das Artes: História do Brasil em 12 Ingredientes e Uma Dose", lançado na Escola Itaú Cultural em 2020 e ministrado pelos professores João Luiz Maximo da Silva e Sandro Marques, que assinam a obra. Você pode comprar o livro "12 Ingredientes e Uma Dose - Uma Viagem Pelo Brasil Através da Comida" neste link.


Sobre os autores:
João Luiz Maximo da Silva
, doutor em História pela USP, é professor do Centro Universitário Senac e coordenador da pós-graduação Gastronomia: História e Cultura, do Senac Aclimação. Desenvolve pesquisa histórica para diversas instituições nas áreas de cultura material e história da alimentação e da gastronomia.

Sandro Marques é mestre em Língua e Literatura pela USP e professor da pós-graduação Gastronomia: História e Cultura, do Senac-SP. É degustador profissional de azeites e autor de "Extrafresco: O Guia de Azeites do Brasil". Compre o livro "12 Ingredientes e Uma Dose" neste link.


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