segunda-feira, 23 de março de 2015

.: Entrevista com a atriz Chloë Grace Moretz

 A atriz Chloë Grace Moretz, de apenas 18 aninhos, já tem uma lista extensa de participações em filmes, provando que talento não tem idade. Na filmografia da loirinha estão os remakes de "Horror em Amityville" e "Carrie", além do recente "Se eu ficar", adaptado de um best-seller para as telonas. 

Nós do Resenhando.com aproveitamos a conversa da atriz com a autora da história, Gayle Forman, publicada no livro "Se eu ficar", da Novo Conceito Editora para que você aproveite e conheça melhor a atriz Chloë Moretz e a prodigiosa musicista Mia Hall, protagonista do longa "Se eu ficar". Confira a entrevista com a atriz e não deixe de ler a resenha do filme, aqui: Resenha crítica do filme "Se eu ficar"!


GAYLE FORMAN: Você disse que se identificou com a Mia logo que começou a ler o livro e o roteiro de "Se eu ficar". Por qual motivo?
CHLOË GRACE MORETZ: A Mia lembra a garota que eu sou - por trás da atriz e de tudo o mais, ela sou eu... essa garota entusiasmada, a jovem que quer viver a vida, mas que ao mesmo tempo é muito determinada. Ela sabe exatamente o que quer e como chegar até lá. Mia tinha cinco ou seis anos quando comecei a atuar. Sempre me senti muito próxima dela nesse sentido.


G.F.: Muito tempo atrás, você me mandou uma mensagem na qual escreveu: "Não vejo a hora de aprender a tocar violoncelo. Ele é tão parte da Mia que é como uma obrigação, tenho de aprender a tocá-lo para retratá-la." E você estudou mesmo o violoncelo. Como é que isso a conectou com a personagem?
C.G.M.: O violoncelo realmente é uma parte essencial da Mia, de quem ela é. É quase como a consciência dela. Quando ela o toca, tudo aquilo que ela quer dizer e não pode, tudo que está sentindo bem lá no fundo e não pode colocar para fora, vem à tona. Quando está chateada com os pais, ela toca melhor do que nunca. É no momento mais intenso do seu relacionamento com o Adam que ela toca ainda melhor do que já havia tocado. Nesse sentido, para mim, acontece o mesmo quando estou atuando. Foi por isso que eu quis incorporar de verdade a violoncelista. O violoncelo é um instrumento muito pessoal para muitos dos violoncelistas clássicos que conheci. Eles praticamente respiram com o instrumento. Quando o arco faz o movimento para baixo, eles expiram; quando faz o movimento pra cima, inspiram. Tem uma fluidez maravilhosa que eles não percebem que está acontecendo até que alguém comente...



G.F.: Isso faz sentido. O violoncelo é um instrumento extremamente sensível. Quando o ouvimos, parece que ele traduz os sentimentos da pessoa que está tocando ou compondo. Esse lance de respiração... É quase como se você estivesse se derramando sobre ele enquanto toca.
C.G.M.: Acho que é um dos instrumentos mais profundos, sensíveis e realistas que existem. A viola até arrisca alguns passos nessa profundidade, mas mantém o mesmo tom. O mais interessante no violoncelo é que, se ele for tocado da maneira certa, pode soar como um violino. Pode até se transformar num baixo. E, quando tocado de certo modo, pode soar até como uma guitarra. São muitos instrumentos reunidos em um só.


G.F.: Tornei-me fã de música clássica depois que a Mia brotou na minha cabeça, totalmente formada, um violoncelista. Mas você gostou de música clássica, não é?
C.G.M.: Ah, com certeza. Sempre fui fã, desde criancinha. Sempre ouço música clássica, sempre quis aprender a tocar um instrumento, mas nunca tive tempo. Consegui fazer isso durante a produção de um filme... Achei muito legal aprender - ou começar a aprender- a tocar um instrumento clássico.


GF.: O filme, como o livro, é dividido em duas partes: o tempo presente, que acompanha a Mia depois do acidente, quando na maior parte do tempo ela está fora do próprio corpo, e as cenas de flashback, que mostram a Mia como musicista, amiga, filha e, claro, namorada, que é quando ela se apaixona pelo Adam. Você sentiu como se estivesse interpretando dois papéis completamente diferentes?
C.G.M.: Totalmente. A Mia que vemos nos flashbacks é a garota que está experimentando o amor pela primeira vez e o sucesso no mundo da música clássica. Está se transformando numa mulher. A Mia que vemos no hospital é uma carapuça de quem a Mia costumava ser. Não é uma pessoa, propriamente. Ela é como um pensamento, digamos, é a personificação de um anjo.


G.F.: O que tornou o trabalho mais desafiador: o fantasma da Mia no tempo presente ou a Mia de antes, que se transformou numa pessoa vulnerável, especialmente ao se apaixonar pelo Adam?
C.G.M.: Como o Jamie Blackley é um cara muito legal, foi muito fácil lidar com tudo isso. Muito simples. Mireille Enos é uma pessoa fantástica. Para ela, foi fácil interpretar a minha mãe. Josh Leonard estava ótimo e Jakob Davies fez a melhor criança de todas. Tudo fluiu muito naturalmente. O mais difícil de tudo, sem dúvida, foi incorporar o sentimento de perdê-los. Esse nível de solidão é extremamente profundo e real. É como uma devastação. Acho que foi muito interessante retratar isso. E difícil, sinceramente - muito, muito difícil -, de fazer.


G.F.: Estive lá só para ver o primeiro dia das filmagens das cenas que são gravadas dentro do hospital, e aquilo por si, já foi o bastante para mim. Pareceu muito intenso.
C.G.M.: Foram noites extensas naquele hospital insano. [As cenas do hospital foram gravadas em um hospital psiquiátrico.] Essas foram uma das últimas cenas que gravamos, então eu já conhecia todo o elenco muito bem. Foi um golpe duro. Todos morrem. Todos esse fatos juntos foi algo muito pesado.


G.F.: Como atriz, você teve papéis de certa forma romântico, mas esse é o primeiro filme no qual você atua que a história de amor é um tema central?
C.G.M.: Com toda certeza. Esse é o meu primeiro filme romântico. O que é muito legal.


G.F.: Qual cena foi a mais comovente?
C.G.M.: Descobrir que o Teddy estava morto. Isso foi muito, muito complicado. Adorei o Jakob, e foi muito difícil para eu pensar naquela possibilidade... muito sinistro. Saio correndo pelo corredor, caio sobre os meus joelhos e começo a gritar. A Mia desiste naquele momento. Ela não só descobre que o Teddy está morto como também exclama: "Para o inferno tudo isso! Já chega!"


G.F.: Qual cena foi a mais engraçada?
C.G.M.: Por algum motivo, amei fazer a cena em que eu e a Liana estamos na cafeteria, conversando. É uma cena rápida, mas nos divertimos muito naquele dia. Foi realmente um dos dias mais engraçados. Não sei por quê. Só sei que foi muito, muito divertido mesmo.


Transcrição de trechos da conversa da atriz com a autora publicados, como anexo, no livro "Se eu ficar", de Gayle Forman, publicado pela Novo Conceito Editora.
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