domingo, 31 de janeiro de 2016

.: Amós Oz‏ revela "Como Curar Um Fanático"

Publicado em 28 de janeiro de 2016, às 0h22
Atualizado em 31 de janeiro de 2016, às 21h58

Em ensaios lúcidos e ponderados, um debate sobre a tragédia no sentido mais antigo do termo: a batalha entre o certo e o certo.

O romancista Amós Oz cresceu na Jerusalém dividida pela guerra, testemunhando em primeira mão as consequências perniciosas do fanatismo. Em dois ensaios concisos e poderosos, o autor oferece uma visão única sobre a natureza do extremismo e propõe uma aproximação respeitosa e ponderada para solucionar o conflito entre Israel e Palestina. Ao final do livro há ainda uma contextualização ampla envolvendo a retirada de Israel da Faixa de Gaza, a morte de Yasser Arafat e a Guerra do Iraque.

A brilhante clareza desses ensaios, ao lado do senso de humor único do autor para iluminar questões graves, confere novo fôlego a esse antigo debate. Oz argumenta que o conflito entre Israel e Palestina não é uma guerra entre religiões, culturas ou mesmo tradições, mas, acima de tudo, uma disputa por território - e ela não será resolvida com maior compreensão, apenas com um doloroso compromisso. Não se trata, argumenta Oz, de uma luta maniqueísta entre certo e errado, mas de uma tragédia no sentido mais antigo e preciso do termo: uma batalha entre o certo e o certo. 

Sem temer a polêmica, o livro apresenta argumentos precisos favoráveis a uma solução que acomoda dois estados nacionais diferentes e também realiza um diagnóstico sutil sobre a natureza do fanatismo, calcada na predominância dos sentimentos sobre a reflexão. Esclarecedor e inspirado, Como curar um fanático é uma voz de sanidade em meio à cacofonia das relações entre Israel e Palestina - voz que ninguém pode se dar ao luxo de ignorar. Esta nova edição brasileira traz um ensaio inédito, escrito em resposta aos atentados do Estado Islâmico em Paris, em novembro de 2015. Trecho em pdf clicando aqui.

O bate-papo aconteceu na última quinta-feira, 28 de janeiro, às 19h30, no Teatro Eva Herz - Livraria Cultura do Conjunto Nacional, em São Paulo, em parceria com a Companhia das Letras, com a participação de Josef David Yaari (psicanalista), Laura Capriglione (jornalista), Noemi Jaffe (autora e doutora em literatura) e Antonio Martins, do Grupo Judeus Progressistas (JUPROG).

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