segunda-feira, 30 de setembro de 2019

.: Faro Editorial lança premiado romance da italiana Donatella Di Pietrantonio

Obra vencedora do prêmio Campielo e um dos fenômenos da literatura italiana contemporânea, já confirmou sua vinda ao Brasil em outubro
O abandono deixa marcas, cria feridas e constrói barreiras que muitas vezes não sabemos como transpor. Sem o afeto familiar, sem saber o seu lugar no mundo e o seu valor para as pessoas, tal como a Macabéa de Clarice Lispector ("A Hora da Estrela"), eram esses os sentimentos que uma garota de 13 anos tentava entender ao ser devolvida para sua família biológica por aqueles que acreditava serem seus pais durante toda sua vida. 

Quem era ela afinal? A quem pertencia? De que mundo fazia parte? Talvez ela nunca soubesse nenhuma dessas respostas ou talvez fosse melhor não saber. Na pequena cidade italiana, todos conhecem sua história: ela é a criança que os pais naturais, pobres e de família numerosa, “deram” a um parente que não podia ter filhos e que este a devolveu quando a menina frequentava o ensino médio, não por maldade, mas porque a vida pode ser mais complexa do que imaginamos e nos força a fazer escolhas dolorosas.

A Faro Editorial lança este mês o premiado romance de uma das autoras italianas de maior destaque na atualidade, Donatella Di Pietrantonio, que virá ao Brasil em outubro para participar de uma série de eventos promovidos pelo Instituo Italiano de Cultura, passando por Belo Horizonte, São Paulo, Porto Alegre e Rio de Janeiro.

“A Devolvida” já ultrapassou a marca de 250 mil cópias vendidas na Itália, será publicado em mais de 25 países e já teve seus direitos de adaptação cinematográfica vendidos, além de receber o Prêmio Campielo em 2017. Este romance arrebatador, que foi destaque no clube de assinatura TAG inéditos, fala sobre o abandono parental, sobre a Nápoles do pós-guerra e a maternidade sob um ponto de vista emocionante.

Ela era a devolvida. Sentia-se como uma estrangeira na nova casa e, desde então, a palavra “mãe” travara em sua garganta. Privada até de um adeus por aqueles que sempre acreditou serem seus pais, ela se vê incrédula ao enfrentar o sofrimento de ser abandonada novamente de forma repentina. “Minha vida anterior me distinguiu, me isolou na nova família. Quando voltei, falava outra língua e não sabia mais a quem pertencia”.

 “Eu repetia devagar a palavra mãe umas cem vezes, até perder todo o sentido e se tornar apenas um movimento dos lábios. Eu fiquei órfã de duas mães vivas. Uma me entregou quando eu ainda tinha seu leite na língua; a outra me devolveu quando eu tinha treze anos. Eu era filha de separações, de laços de parentesco falsos ou omitidos, de distâncias. Não sabia mais de quem eu provinha. No fundo, até hoje não sei.”

Forçada a crescer para reintegrar-se ao seu núcleo original, ela vive uma sensação de subtração, de gente esvaziada de significado, e nos ensina em meio à dor como encontrar sentido quando tudo parece desmoronar.

Sobre a autora:
Donatella Di Pietrantonio nasceu e vive na Itália, na região de Abruzzo. Formou-se em Odontologia e, só mais tarde, descobriu a literatura como vocação. Os trabalhos da autora colecionam prêmios por todo o mundo e seus livros já foram traduzidos para diversos idiomas. É vencedora do prêmio Campielo e do prêmio Napoli.

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