domingo, 6 de outubro de 2019

.: "Galo Índio", de Rodolfo Amorim, na Oficina Cultural Oswald de Andrade

Rodolfo Amorim volta em cartaz com o solo "Galo Índio", com direção 
de Antônio Januzelli, em nova temporada na Oficina Cultural Oswald de 
Andrade, de 4 a 26 de outubro. Sessões às sextas-feiras às 20h e aos 
sábados às 18h. Ingressos gratuitos. Crédito: Jonatas Marques

Espetáculo solo de Rodolfo Amorim, do Grupo XIX de Teatro, com direção de Antônio Januzelli, "Galo Índio" ganha nova temporada na Oficina Cultural Oswald de Andrade, até dia 26 de outubro, com sessões às sextas-feiras às 20h e aos sábados às 18h. Ingressos gratuitos.

O projeto foi comtemplado pela 8ª Edição do Prêmio Zé Renato para a Cidade de São Paulo e a temporada tem o apoio institucional da Oficina Cultural Oswald de Andrade. Após o espetáculo haverá um bate papo com convidados. A atriz e diretora Janaína Leite fala sobre o teatro autobiográfico, no dia 4 de outubro, sexta-feira, o diretor e dramaturgo Marcelo Soler sobre teatro documentário; no dia 5 de outubro, sábado; crítico e dramaturgo Miguel Arcanjo Prado sobre a crítica no teatro documental, no dia 11 de outubro, sexta-feira.

O solo mostra um órfão, que tenta retratar o seu pai ausente a partir de poucos fragmentos que se alojaram em sua memória. Na busca pelos contornos desse pai, sua própria infância emerge de sua memória e demonstra o quanto esse vazio foi determinante na construção da sua forma de ver e interagir com a vida. Um encontro entre pai e filho. Entre um adulto e sua criança.

"Galo Índio" remonta as lembranças do ator e autor Rodolfo Amorim em relação a morte de seu pai e o silêncio criado em torno desse fato na sua infância em Sorocaba. O ator pesquisou sobre a memória e as possibilidades de exploração da multiplicidade e transformações de uma narrativa. Entrevistas, relatos de pessoas próximas desse acontecimento e documentos, foram os materiais provocadores na construção desse retrato.

Nesse jogo de rememoração, incomoda mais ao órfão sua necessidade de pensar o pai, feita de dificuldades, imprecisões e faltas, do que propriamente a morte em si. Sua forma de enterrar o pai e compreender sua partida é desvelar as palavras que o encobrem. Assim, na tentativa de traduzi-lo, o confessor nos leva ao mundo invisível de sua história: à medida que precisa aliviar o fardo de sua criança e desse pai. 

“Pensamos um procedimento que investigue e discuta não só o ato de estar só em cena, mas sobretudo, de utilizar a própria história do ator/narrador, em seus limites de interprete e confessor. Fazendo da fricção entre um fragmento do real e o imaginado, um meio de encontrar ecos com o público em sua materialidade cênica”, explica Rodolfo Amorim.

Em uma trajetória pelo passado com ecos no presente, a peça reconstitui a personalidade de um pai conservado e inventado no silêncio dos anos. A busca de detalhes para esse retrato, somada à dificuldade de traduzir em palavras as lembranças que restam de alguém que se foi, resulta nessa peça autobiográfica sobre a perda de um pai, conectada com as atuais formas de autorrepresentação e autoficcionalização. 

Sobre Rodolfo Amorim
Formado na Escola de Arte Dramática - EAD/ECA/USP e no curso de Licenciatura /Teatro na Faculdade Paulista de Artes. Integrante do Grupo XIX de Teatro. Atua nos espetáculos "Essa Noite O Escuro Vai Atrasar Para Que Possamos Conversar", "Teorema 21", "Hygiene", "Arrufos", "Marcha Para Zenturo" (projeto em parceria com o Grupo Espanca! de Belo Horizonte), "Nada Aconteceu", "Tudo Acontece", "Tudo Está Acontecendo" e "Estrada Do Sul" (projeto em parceria com o Teatro Dell Argine – Itália). 

Criou em 2015 no Contact Theatre (Manchester - Inglaterra), com os jovens atores do CYC, o espetáculo "The Shrine Of Everyday Things" ("Relicário do Cotidiano"), peça vencedora do Manchester Theatre Awards como melhor trabalho jovem. Com a mesma Contact Young Company, em 2009, dirigiu e escreveu o espetáculo "Memória da Chuva". Ministrou, em junho de 2008, workshops no Barbican Center (Londres - Inglaterra) e no Contact Theatre (Manchester - Inglaterra). Na Polônia, em 2016, ministrou o workshop "O Jardim do que me Toca", no Strefa WolnoStowa, em Varsóvia. Em julho de 2019, criou o espetáculo "Precarious Carnaval" em Salford Inglaterra em parceria com os artistas Lowri Evans e Renato Bolelli Rebouças.

Sobre Antônio Januzelli
Pesquisador das Práticas do Ator, é professor nos Cursos de Graduação e Pós Graduação do Departamento de Artes Cênicas da ECA/USP. Foi professor de Interpretação e Improvisação na Escola de Arte Dramática da ECA/USP. É Membro de Bancas de Mestrado e Doutorado em Teatro em Universidades do Brasil e ministra oficinas no Brasil e América Latina. Autor dos livros "A Aprendizagem do Ator", Ed. Ática/SP e "Práticas do Ator e Relato de Mestres", a ser editado online

Ficha técnica:
Atuação e texto: Rodolfo Amorim. Direção: Antônio  Januzelli (Janô). Direção de Arte: Renato Bolelli Rebouças. Iluminação: Beto de Faria. Operação de Som e Luz: Bruno Canabarro. Produção: Bruna Betito.

Serviço:
"Galo Índio"
Temporada: 4 a 26 de outubro. Sextas-feiras às 20h e sábados às 18h.
Ingressos: grátis.
Classificação indicativa: 14 anos.
Duração: 60 minutos.
Capacidade: 40 lugares.

Oficina Cultural Oswald de Andrade – Sala Espaço Cênico - Rua Três Rios, 363, Bom Retiro. Capacidade: 60 lugares. Informações: (11) 3222-2662.

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