terça-feira, 21 de dezembro de 2021

.: Crônica: "Homem-Aranha" e eu, por Mary Ellen Farias dos Santos


Por: Mary Ellen Farias dos Santos 

Em dezembro de 2021


Cursava o segundo ano da graduação de Comunicação Social com ênfase em Jornalismo, na Católica de Santos. Era o ano em que os foquinhas tinham o prazer de escrever para o "Agência Facos", jornalzinho para os alunos iniciantes. Foi nessa época que o meu amor pelo amigo da vizinhança começou.

Até então, curtia muito o Homem-Morcego trazido para as telas de cinema pelas mãos de Tim Burton. Cresci assistindo "Batman", "Batman: O Retorno" e "Batman Eternamente" -os quais considero até hoje clássicos. Era uma época maravilhosa a de ir numa locadora e selecionar alguns filmes para nos divertirmos em família. Sim! Até meu pai, quando folgava do trabalho de turno, sentava com a gente e curtia. Aliás, tenho muito viva em minha memória cenas assim.

Mas os anos 90 se foram e em 2002, eu estava no segundo ano de Jornalismo, sentindo ainda mais a necessidade de escrever. Sem contar que a nossa turma de alunos fez o jornalzinho xerocado, era o "Sem Censura, Sem Frescura". Caso um texto fosse negado para o "Agência Facos", tínhamos uma nova chance.

E o "Homem-Aranha" com Tobey Maguire chegou aos cinemas já envolto de certa "confusão", uma vez que no ano anterior os terroristas haviam derrubado as torres gêmeas, o que deu trabalho para a produção que  precisou apagar a construção de certas cenas. Pois é! O burburinho foi crescendo. 

O que esperar do filme?! Não fazia ideia do que seria apresentado, o pouco que se sabia era por meio das mídias, sendo que a internet era a discada. Lembro do meu pai chegar com um jornalzinho distribuído gratuitamente e lá estava ele, na capa, era a manchete. Claro que eu tinha a certeza de querer assistir esse filme numa grande sala de cinema. 

Eu e o Helder éramos namorados. Estudantes com carteirinha para pagar meia entrada, fazia esquema com os horários dos filmes para que numa ida, conseguíssemos assistir também mais um filme. Esse, eu me recordo perfeitamente, não dava. Teríamos que assistí-lo e ir correndo para a faculdade. Sim! Eu não faltava por nada.

Na época, o assentos do cinema não eram numerados. Lembro de assistir parte de um filme de terror na escada do cinema, pois não encontrei lugar vazio, uma vez que a sala de cinema já estava no escuro. Nessa época o celular era um tijolão e para adultos. Logo qualquer adolescente comum nem imaginava ter.

Helder e eu já tínhamos nossos ingressos e quando adentramos a sala de cinema no Shopping Praiamar, que era "Cinemark", estava muito lotada. Claro que iríamos sentar juntinhos, mas, no meio da sala só restava a fila do gargarejo. Ficamos chateados, mas... Não tinha escolha. 

E foi assim, bem de cara, na primeira fileira, que assistimos o primeiro filme do Aranha, e por dias não parávamos de comentar certas cenas e diálogos. Sem contar que o desfecho até hoje vive em minha mente, volta e meia quando tenho dúvida sobre algo, lá vem a clássica pergunta que ele faz: "Who am I?". Claro que não sou o "Spiderman", sei bem quem sou e é bom sempre relembrar!

Ah! Sim! O meu texto sobre o filme foi publicado no "Agência Facos". E ainda ganhou uma retranca, pois outro aluno, nascido no mesmo dia que eu, também quis escrever um texto sobre o miranha. Geminianos, né?!


E foi nesse filme que o ator Willem Dafoe chamou mais a minha atenção. Sabia que o nome dele era sinônimo de bom filme, mas vê-lo como Duende Verde foi o ponto alto que me marcou. Ali, pontuei que aquele seria o maior vilão do miranha. E não é que o tempo passou, tantos rivais, mas nenhum tão demoníaco quanto o dele. E ao retornar em "Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa" ele arrebenta mais uma vez. Cara de demônio tal qual todo vilão deveria ter.

O tempo passou. Eu e Helder nos casamos e o nosso amor pelo cabeça de teia nunca diminuiu. Tanto é que trouxe o meu pote de pipoca do cinema, de plástico, do filme "Homem-Aranha 3", daquele que ele mistura com o simbionte, "Venom"

Lembro como se fosse hoje, a nossa gigante felicidade divida por comprar o BOX de DVDs do primeiro filme e por aí foi, a coleção seguiu crescendo... Com direito, inclusive, ao Homem-Aranha animado com Miles Morales. Sem contar as minhas blusinhas infantis do teioso. Sim! Volta e meia vou nas roupinhas de crianças e compro um exemplar para mim.

É assim o meu amor por esse herói que entrou na minha vida por meio da atuação incrível de Tobey Maguire e, desde então, nunca diminuiu. Claro que vê-lo retornar na pele do miranha mexeu com as minhas emoções. Inclusive, assisti duas vezes o filme, no Cineflix em Santos, legendado e dublado. Acabei chorando de soluçar na entrada dele -até quando já sabia que era ele.

Enfim... Sou muito marvete fâzoca do teioso criado por Stan Lee!


* Mary Ellen é editora do site cultural www.resenhando.com, jornalista, professora e roteirista, além de criadora do www.photonovelas.blogspot.com. Twitter:@maryellenfsm


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