sábado, 15 de janeiro de 2022

.: Sesc Santos recebe exposição do fotógrafo Sebastião Salgado


Os mais de 50 registros que compõem a mostra, todos feitos na década de 1980, trazem ao público a realidade do que foi o maior garimpo a céu aberto do mundo. Foto: Dani Sandrini.

Em "Gold - Mina de Ouro Serra Pelada", Sebastião Salgado apresenta fotografias emblemáticas do maior garimpo a céu aberto do mundo, na região da Amazônia Paraense. O público poderá visitar a exposição presencialmente. Necessário apresentar comprovante de vacinação contra a covid-19, com duas doses, para maiores de 12 anos, físico ou digital, para ingressar nas unidades do Sesc SP.

O Sesc Santos recebe itinerância da mostra "Gold - Mina de Ouro Serra Pelada", exposição do fotógrafo Sebastião Salgado, um dos nomes mais proeminentes da contemporaneidade. Os mais de 50 registros que compõem a mostra, todos feitos na década de 1980, trazem ao público a realidade do que foi o maior garimpo a céu aberto do mundo, na região da Amazônia Paraense.

A exposição, que teve a sua estreia no Sesc Avenida Paulista, passando pelo Sesc Guarulhos, Sesc Birigui e Sesc Bauru, tem curadoria e design de Lélia Wanick Salgado, responsável pela editoria e organização de todo o trabalho de Sebastião Salgado, co-fundadora da agência Amazonas Images e do Instituto Terra.

“Ao apresentar a exposição 'Gold - Mina de Ouro Serra Pelada', o Sesc reitera o seu compromisso com uma agenda cultural que revela relações entre habitantes e o planeta, e que, aliadas a pulsões distintas compõem o temperamento humano e servem como semeadura para terrenos geopolíticos e expressivos. Assim, corrobora com o propósito de exercitar olhares éticos e críticos, sobre acontecimentos fundamentais de uma história recente e que se relaciona intimamente com ambos, presente e futuro, que avistamos diante de nós”, afirma Danilo Santos de Miranda, diretor regional do Sesc São Paulo.

O público poderá visitar a exposição de forma gratuita, de terça a sexta, das 10h30 às 21h, e aos sábados, domingos e feriados das 11h às 18h. O uso de máscara facial é obrigatório para todas as pessoas, durante todo o período da visitação.


Serra Pelada presente
A descoberta acidental de ouro em uma remota encosta do morro do Pará, atraiu milhares de garimpeiros autônomos de diversas partes do país em busca do mesmo sonho: enriquecer. Serra Pelada, como a mina foi batizada, se tornou um imenso buraco de cerca de 200 metros de diâmetro e profundidade, onde em torno de 80 mil homens tinham um fluxo intenso de trabalho em condições precárias. Tudo o que era retirado da terra tinha destino e, cada metro quadrado, um dono.

Os primeiros a chegar ao local receberam lotes de 2x3 metros para explorar e contratar peões para fazer o trabalho pesado, que envolvia cavar e juntar terra e depois carregar morro acima sacos de cerca de 40 quilos. No topo, a terra era peneirada em busca de ouro sob os olhos do proprietário do lote. Os peões, homens de todas as idades, raças e classes sociais eram supervisionados pela polícia federal, enviados para conter a violência. Entretanto, a maior tensão ocorria justamente entre os oficiais e os garimpeiros.

Em meio a este ambiente de esperança e aflições, Sebastião Salgado registrou as trilhas encravadas na cratera, os garimpeiros com sacos de terra nas escadas de madeira (apelidadas sugestivamente de “adeus mamãe”), o sobe e desce de corpos cobertos de lama e suor, o desapontamento em cada vão aberto sem uma pepita achada e a euforia do encontro com um lampejo dourado. Suas fotografias revelam anseios e alegrias de homens que largaram suas vidas e famílias para desbravar uma terra com condições inóspitas e de futuro incerto.

As obras resultantes da expedição do fotógrafo são expostas em "Gold - Mina de Ouro Serra Pelada". O conjunto propõe a reflexão e o olhar crítico sobre a história da mina mineira, que configura um passado recente possível relacionado com o presente e o futuro da humanidade e do planeta.


Sobre Sebastião Salgado
Nascido em 1944, em Minas Gerais, Brasil, Sebastião Salgado atualmente vive em Paris, na França. É casado com Lélia Wanick Salgado, com quem tem dois filhos e dois netos. Formado em economia, Salgado começou sua carreira como fotógrafo profissional em 1973, na capital francesa, e trabalhou com agências de fotografia – dentre as quais a Magnum Photos – até 1994, época que ele e Lélia Wanick Salgado fundaram a Amazonas Images, dedicada exclusivamente à sua obra.

Salgado já viajou por mais de 100 países para desenvolver seus projetos fotográficos. Além das publicações na imprensa, sua obra foi apresentada em livros como "Other Americas [Outras Américas]" (1986), "Sahel: l'homme en Détresse" (1986), "Sahel: el Fin del Camino" (1988), "Workers [Trabalhadores]" (1993), "Terra" (1997), "Migrations [Êxodos]" e "Portraits [Retratos de Crianças do Êxodo]" (2000), "África" (2007), "Genesis" (2013), "The Scent of a Dream [Perfume de Sonho]" (2015), "Kuwait, a Desert on Fire" (2016) e "Gold" (2019). Todos esses livros foram editados, concebidos e tiveram seu projeto gráfico elaborado por Lélia Wanick Salgado.

Atualmente, Sebastião trabalha em um projeto fotográfico sobre a Amazônia brasileira, seus habitantes e as comunidades indígenas; seu objetivo é ampliar a conscientização sobre as ameaças que elas enfrentam em consequência da exploração ilegal da madeira, da mineração do ouro, da construção de represas, da criação de gado e do cultivo de soja e, cada vez mais, das mudanças climáticas.

Desde 1990, Lélia e Sebastião Salgado vêm trabalhando juntos na recuperação de parte da Mata Atlântica brasileira, no estado de Minas Gerais. Em 1998, conseguiram tornar essa área uma reserva natural e criaram o Instituto Terra. A missão do Instituto é voltada ao reflorestamento, à conservação e à educação ambiental.


Orientações de segurança para visitantes
O Sesc São Paulo retoma, de maneira gradual a visitação gratuita e presencial a exposições em suas unidades na capital, na Grande São Paulo, no interior e no litoral. Para tanto, foram estabelecidos protocolos de atendimento em acordo com as recomendações de segurança do governo estadual e da prefeitura municipal.

Para diminuição do risco de contágio e propagação do novo coronavírus, conforme as orientações do poder público, foram estabelecidos rígidos processos de higienização dos ambientes e adotados suportes com álcool em gel nas entradas e saídas dos espaços. Pessoas com mais de 12 anos deverão apresentar comprovante de vacinação contra covid-19, evidenciando duas doses ou dose única para ingressar em todas as unidades do Sesc no estado de São Paulo. Uso de máscara, cobrindo boca e nariz, continua obrigatório.


Serviço:
Exposição 
"Gold - Mina de Ouro Serra Pelada", com fotos de Sebastião Salgado 
Local:
Sesc Santos
Período expositivo: 18 de dezembro a 31 de julho de 2022
Funcionamento: terça a sexta, das 10h30 às 21h, e aos sábados, domingos e feriados das 11h às 18h
Classificação indicativa: livre
Grátis
Sesc Santos - Rua Conselheiro Ribas, 136, Aparecida
Telefone: (13) 3278-9800


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