domingo, 20 de novembro de 2022

.: "O Negro Visto por Ele Mesmo", de Beatriz Nascimento, combate o racismo


Racismo, história, movimento negro, quilombo, Brasil. Esses foram os principais assuntos debatidos por Beatriz Nascimento, pensadora e ativista negra que marcou o universo artístico-cultural da diáspora africana e a história do movimento negro no cenário nacional. A editora Ubu publica o livro "O Negro Visto por Ele Mesmo - Ensaios, Entrevistas e Prosa" com os principais ensaios dela organizados pelo antropólogo e professor da UFG Alex Ratts, que também assina o prefácio.

O livro também conta com posfácio de Muniz Sodré, texto de orelha de Renata Martins, texto complementar de Bethania Nascimento Freitas Gomes, e imagem da capa feita por Abdias do Nascimento. "Beatriz não se encaixava em nenhum enquadramento político, era apenas radicalmente 'contemporânea', isto é, intelectual da fratura", afirmou Muniz Sodré sobre a autora.

Nesta coletânea cuidadosamente organizada, o leitor encontrará textos críticos, entrevistas e a prosa poética de Beatriz Nascimento. Neles, a autora tece sérias reflexões que oferecem uma imagem prismática não só da experiência íntima das pessoas negras na universidade e na cena cultural brasileira como também das representações midiáticas e historiográficas que lhes são devolvidas dia após dia por uma sociedade racista e em negação quanto ao próprio racismo.

"O quilombo é um avanço, é produzir ou reproduzir um momento de paz. Quilombo é um guerreiro quando precisa ser um guerreiro. E também é o recuo se a luta não é necessária. É uma sapiência, uma sabedoria. A continuidade de vida, o ato de criar um momento feliz mesmo quando o inimigo é poderoso, e mesmo quando ele quer matar você. A resistência. Uma possibilidade nos dias da destruição", afirmou Beatriz Nascimento.

Como existir em um contexto em que a própria existência - passada, presente e futura - é cotidianamente negada? Em que consiste o esforço para estabelecer a própria imagem, reivindicar o próprio imaginário? São essas algumas das perguntas implícitas em "O Negro Visto por Ele Mesmo", registro precioso sobre o que é ser negro, e se perceber negro, no Brasil. Você pode comprar o livro "O Negro Visto por Ele Mesmo", de Beatriz Nascimento, neste link.



Sobre Beatriz Nascimento
Nasceu em 12 de julho de 1942, em Aracaju, migrando com a família para o Rio de Janeiro quando tinha sete anos. Graduada em história pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), consagrou-se como intelectual e militante do movimento negro, atuando em cursos, encontros, conferências, congressos e simpósios voltados sobretudo a discutir relações étnico-raciais no Brasil e na diáspora africana.

Em 1989, participou como personagem, narradora e autora de textos do documentário "Orí", dirigido por Rachel Gerber. Em 1995, aos 52 anos, foi morta pelo companheiro de uma amiga que sofria violência conjugal. Em 2021, foi homenageada com o título de doutora honoris causa pela UFRJ e, em 2022, tornou-se a primeira mulher negra a receber o mesmo título pela UFF.

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