domingo, 7 de maio de 2023

.: "Dark Side Of The Moon": há 50 anos, o Pink Floyd explorava lado escuro da lua


Por
 Luiz Gomes Otero, jornalista e crítico cultural.

Impossível dimensionar a importância do álbum "Dark Side Of The Moon", lançado há 50 anos pela banda britânica Pink Floyd. Trata-se do oitavo disco do grupo, que solidificou Roger Waters como compositor e principal condutor da produção musical.  Com ele, a sonoridade da banda passaria por uma pequena mudança, com canções mais curtas e mensagens diretas, mas sem perder aquele famoso “toque espacial” de suas produções.

O álbum saiu no dia 1º de março de 1973 e acabou se tornando um enorme sucesso de venda em todo o mundo, surpreendendo não só os integrantes da banda como os próprios executivos da gravadora (EMI-Odeon) na época. Vendeu mais de quinze milhões de cópias nos Estados Unidos e aparece na lista dos álbuns mais vendidos da história no país, também na Inglaterra e na França, com um total de 50 milhões de cópias comercializadas mundialmente até hoje. Permaneceu na parada da revista Billboard durante 777 semanas - de 1973 a 1988 - sendo o álbum recordista de duração nessa parada americana.

O mais incrível foi o fato de a obra explorar temas pesados, como cobiça, envelhecimento e doença mental. Parte dessa inspiração veio da situação que o ex-integrante da banda, Syd Barrett, enfrentava na época. Ele acabou saindo da banda em 1968 por conta de problemas mentais agravados pelo consumo de drogas.

Além de Roger Waters (baixo e vocais), a banda tinha nessa formação David Gilmour (guitarra e vocais), Richard Wright (teclados e vocais) e Nick Mason (bateria). As sessões de gravação começaram em maio de 1972 e terminaram em janeiro de 1973, no Abbey Road Studios, em Londres, contando com o apoio de Alan Parsons na produção. Parsons já havia trabalhado com a banda no álbum "Atom Heart Mother" e com os Beatles, no álbum "Abbey Road".

O resultado final das gravações impressiona bastante, por causa do contexto em que foi gravado. Não havia os mesmos recursos eletrônicos atuais, como plug-ins e samples, para produzir a parafernália sonora que o disco possui. Há sons de relógios despertando na faixa "Time", enquanto que na faixa "Money" são simulados barulhos de uma caixa registradora e moedas sendo colocadas nela.

A faixa "The Great Gig In The Sky" tem um vocal impressionante da cantora Clare Torry, que buscou transmitir angústia e desespero em sua interpretação, como queriam os músicos. E há outros grandes momentos nas faixas "Breathe" e "Us And Them". A faixa que encerra ("Eclipse") é outro ótimo momento.

Há uma série de teorias a respeito do disco. Uma das mais famosas traz a sincronia que o álbum tem com o filme "O Mágico de Oz", estrelado por Judy Garland em 1939. Os músicos já disseram que tudo não passou de uma incrível coincidência, até porque não haveria como fazer isso naquela época, quando os recursos técnicos eram mais limitados.

E há outras mais absurdas, como a tese que acusa o grupo de apoiar a causa LGBT ao usar as sete cores do arco-íris em uma arte para divulgar os 50 anos do álbum. As mesmas cores, por sinal, que ilustram o desenho da icônica capa original, com o prisma sobre um fundo preto. Roger Waters regravou recentemente as canções do álbum, como forma de homenagear os 50 anos da obra. Mas é claro que o fã mais purista não trocaria a versão original por uma regravação, por melhor que ela fosse.

Não estamos errados ao classificar esse disco como uma obra de arte. Pois passados 50 anos de seu lançamento, o seu impacto, sua dimensão e canções atemporais permanecem inabaláveis. Esse trabalho colocou o Pink Floyd definitivamente na história do rock.

 "Time"

"Money"

"Us and Them"

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