Publicado originalmente em 1973, "Os Homens dos Pés Redondos" ganha nova edição pela Record. O livro é uma sátira afiada sobre os governos autoritários com o humor característico de Antônio Torres. “É um ficcionista de estatura incomum, alguém que tem o que dizer e a sua própria forma de dizê-lo. Um renovador.”, disse Jorge Amado no jornal A Tarde sobre Torres.
No livro, Ibéria é um país fictício que antigamente se orgulhava de ter gerado grandes homens, capazes de sustentar uma espada de oitenta quilos com uma única mão, mas vive agora tempos sombrios. Depois de despender sua energia numa guerra perdida, chafurda nos escombros das glórias do passado, assistindo, melancolicamente, às mudanças do mundo.
É nesse espaço e tempo que se movem os personagens deste romance: um homem que planeja matar, com uma tesoura, o seu chefe – o escritor Adelino Alves –, que, preso no aeroporto ao tentar embarcar para Estocolmo, é substituído no emprego e na cama por certo estrangeiro, que se torna amante de sua mulher, Lena; o banqueiro Fernandes e seus filhos, Maria Manuela e Júnior; e ainda o cabo Emílio, que deu um murro num tenente que lhe queria roubar a namorada e amargou cinco anos de cadeia, em Macau. Todos a darem voltas em torno de si mesmos, até ficarem de pés redondos.
Sobre o autor
Antônio Torres, antes de chegar à literatura, passou pelo jornalismo, primeiro na Bahia, estado em que nasceu (Sátiro Dias, 1940), depois em São Paulo, onde migrou para a publicidade. Viveu três anos em Portugal e, por décadas, no Rio de Janeiro. Hoje, mora em Itaipava, na região serrana fluminense. Sua estreia literária se deu em 1972, com o romance Um cão uivando para a lua, que causou grande impacto na crítica e no público, e foi seguido por "Os Homens dos Pés Redondos" (1973). De lá para cá, publicou quase vinte livros, entre os quais se destaca a "Trilogia Brasil" ("Essa Terra", "O Cachorro e o Lobo", "Pelo Fundo da Agulha") e "Querida Cidade". A premiada obra dele, que passeia por cenários urbanos, rurais e históricos, tem várias edições no Brasil e traduções em muitos países. Membro da Academia Brasileira de Letras, da Academia de Letras da Bahia, da Academia Petropolitana de Letras e da Academia Contemporânea de Letras (São Paulo), é sócio correspondente da Academia de Ciências de Lisboa.













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