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domingo, 26 de fevereiro de 2023

.: "Cala a Boca Já Morreu", de Ana Teixeira, no Projeto Parede do MAM SP


Ana Teixeira, "Cala a Boca Já Morreu" (2019 - 2023)

O Museu de Arte Moderna de São Paulo recebe, a partir do dia 2 de março, uma obra da artista Ana Teixeira na nova edição do Projeto Parede. Ocupando a parede do corredor que liga a recepção à Sala Milú Villela, "Cala a Boca Já Morreu" (2019-2023) é fruto de uma ação de escuta a mulheres que a artista propõe no espaço público como exercício político. A obra, um trabalho processual e que já teve ativações anteriores, investiga demandas e desejos dessas mulheres. 

A ação foi realizada pela primeira vez em 2019, durante a exposição individual da artista no Centro Universitário Maria Antonia, em São Paulo e, segundo Ana, foi a primeira vez que em suas ações urbanas ela conversou com grupos e não com pessoas individualmente, experiência que a fez vivenciar o que a feminista estadunidense Carol Hanisch descreve em seu ensaio de 1969, intitulado "O Pessoal É Político". No texto, a autora propõe que a tomada de consciência é a condição primordial no processo de empoderamento das mulheres, sobretudo quando acontece a partir da troca de vivências e reflexões coletivas.

"Cala a Boca Já Morreu", título que remonta a uma expressão popular e usual na infância da artista, é uma ação que tem mais de uma etapa. Na primeira, a artista distribui panfletos para mulheres em espaços públicos, convidando-as para participar de uma conversa, que surge a partir de uma provocação feita por Ana Teixeira: “O que você não quer mais calar?”, pergunta ela. As respostas são sintetizadas e escritas por Ana em cartazes, e as participantes são fotografadas segurando essas frases para que depois possam ser desenhadas, à caneta ou em adesivo em vinil, pela artista, em paredes de espaços expositivos.

Ao todo, participaram da ação 101 mulheres, que estiveram em encontros com Ana Teixeira em lugares como a Casa das Rosas, o Centro Universitário Maria Antonia e a Ocupação 9 de Julho, em São Paulo; e na cidade de Colônia, na Alemanha, onde a artista realizou este trabalho a convite da universidade local. Para surpresa de Ana, as questões levantadas pelas mulheres alemãs foram iguais às levantadas pelas brasileiras nas ativações anteriores. “Tanto na minha experiência na Alemanha quanto no Brasil, o que dá para perceber é que a pressão da sociedade patriarcal sobre as mulheres é muito relevante. Das 101 frases que coletei, apenas cinco não falam sobre o machismo e as imposições do patriarcado sobre os corpos e as vidas das mulheres”, conta a artista. 

A versão da obra apresentada no Projeto Parede do MAM São Paulo contará com a representação em desenho de 18 mulheres, além da gravação das 101 frases feitas por mulheres cis, mulheres trans e travestis convidadas por Ana Teixeira em 2021. A montagem da obra no MAM contará, também, com as páginas da publicação homônima que Ana Teixeira realizou a partir de uma pesquisa na Biblioteca Mário de Andrade, selecionando livros adquiridos entre 2010 e 2020, escritos por autoras mulheres e com temática feminista, dos quais foram retirados trechos que abordam o silenciamento feminino, reunindo-os na publicação.

“Esta é uma compilação de denúncias sobre variados tipos de opressão a que nós mulheres fomos submetidas durante os últimos séculos, discriminações cotidianas que passam despercebidas e outras de gravidade inquestionável, as quais, se notadas, podem ser estopim para uma reflexão tardia, porém sempre necessária, sobre os possíveis caminhos para uma ruptura com as estruturas patriarcais que, ainda atualmente, se empenham na manutenção do silenciamento e do apagamento das mulheres nos mais diversos âmbitos da vida”, explica Ana Teixeira. 

A biblioteca do MAM terá todos os 26 livros da pesquisa disponíveis para consulta. As publicações foram emprestadas ao museu pela Biblioteca Mário de Andrade por todo o período da exposição. “A obra de Ana Teixeira revela que no lamentável silenciamento das mulheres há uma potência de significados que não cabe numa parede. Em vez de vazios ou ausências, os silêncios, em especial esses que estão se rompendo, são promessas de um futuro com igualdade de direitos, inclusive o direito de fala”, escreve o curador-chefe do MAM, Cauê Alves, no texto que acompanha a ativação no MAM.


Serviço:
Projeto Parede - "Cala a Boca Já Morreu", de Ana Teixeira
Abertura:
2 de março, quinta-feira, às 19h
Período expositivo: 2 de março a 28 de maio de 2023
Local: Museu de Arte Moderna de São Paulo, Projeto Parede
Endereço: Parque Ibirapuera (Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº - Portões 1 e 3)
Horários: de terça a domingo, das 10h às 18h (com a última entrada às 17h30)
Ingressos: R$ 25 (inteira) e R$12,50 (meia-entrada). Aos domingos, a entrada é gratuita e o visitante pode contribuir com o valor que quiser. 

*Meia-entrada para estudantes, com identificação; jovens de baixa renda e idosos (+60). Gratuidade para crianças menores de 10 anos; pessoas com deficiência e acompanhante; professores e diretores da rede pública estadual e municipal de São Paulo, com identificação; sócios e alunos do MAM; funcionários das empresas parceiras e museus; membros do ICOM, AICA e ABCA, com identificação; funcionários da SPTuris e funcionários da Secretaria Municipal de Cultura.

Telefone: (11) 5085-1300
Acesso para pessoas com deficiência
Restaurante/café
Ar-condicionado

segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

.: Exposição do Museu da Língua Portuguesa observa a diversidade


Exposição principal do Museu da Língua Portuguesa. Foto: Joca Duarte

Na exposição principal do Museu da Língua Portuguesa, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, o visitante tem a possibilidade de observar a diversidade de nosso idioma, que é falado por mais de 260 milhões de pessoas em todo o mundo. Em experiências audiovisuais e interativas, como o "Beco das Palavras" e o "Palavras Cruzadas", dá para descobrir a origem de vários termos de nosso vocabulário. 

Já na instalação "Português do Brasil", a história da língua portuguesa falada no país ganha destaque, enaltecendo a influência das línguas indígenas, dos negros que vieram ao país escravizados e de imigrantes europeus.  Uma atração imperdível é a Praça da Língua, onde textos literários da língua portuguesa são projetados no teto ou declamados por nomes como Maria Bethânia, Chico Buarque, Tom Zé e Zélia Duncan.  Fique atento: o Núcleo Educativo realiza atividades lúdicas, voltadas para todos os públicos, dentro da exposição principal. 


Sobre o Museu da Língua Portuguesa
Localizado na Estação da Luz, o Museu da Língua Portuguesa tem como tema o patrimônio imaterial que é a língua portuguesa e faz uso da tecnologia e de suportes interativos para construir e apresentar seu acervo. O público é convidado para uma viagem sensorial e subjetiva, apresentando a língua como uma manifestação cultural viva, rica, diversa e em constante construção.  

O Museu da Língua Portuguesa é uma realização do Governo Federal e do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa concebido e implantado em parceria com a Fundação Roberto Marinho. O IDBrasil é a Organização Social de Cultura responsável pela sua gestão. A reconstrução do Museu tem patrocínio máster da EDP e patrocínio do Grupo Globo, Itaú Unibanco e Sabesp – todos por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. O apoio é da Fundação Calouste Gulbenkian.  

Serviço
Museu da Língua Portuguesa 
Praça da Luz, s/nº - Luz - Centro de São Paulo  

Exposição principal e mostra temporária "Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação"  
Terça a domingo, das 9h às 18h (entrada permitida até as 16h30).  R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). Grátis para crianças até 7 anos. Grátis aos sábados. Acesso pelo Portão A. Venda de ingressos na bilheteria e pela internet: https://bileto.sympla.com.br/event/68203. 

quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

.: Caixa comemora 162º anos com "Mulheres que Mudaram 200 anos"


Mostra destaca a participação de mulheres no processo de independência do Brasil e fica em cartaz nas unidades da Caixa Cultural até 16 de abril. Da esquerda para a direita: Maria Leopoldina, Maria Felipa, Nísia Floresta e Maria Quitéria.


A Caixa comemora 162 anos nesta quinta-feira, dia 12 e, para celebrar a data, todas unidades da Caixa Cultural - Brasília, Curitiba, Fortaleza, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo - recebem a exposição “Mulheres que Mudaram 200 anos”. Com visitação gratuita, a exposição estará aberta ao público a partir de 12 de janeiro em todas as unidades, com exceção da Caixa Cultural Brasília, que abrirá a exposição no dia 13.

“Mulheres que Mudaram 200 anos” é uma exposição histórico-biográfica sobre mulheres que tiveram participação relevante durante o processo de independência do Brasil e nos anos de sustentação do movimento. Com pesquisa historiográfica de Mary del Priore e direção curatorial de Marina Bortoluzzi, a exposição apresenta obras de arte de artistas visuais mulheres. Toda a equipe de produção da exposição é integralmente formada por mulheres.

As experiências vividas por Maria FelipaMaria LeopoldinaMaria QuitériaNísia Floresta demonstram a importância das mulheres para o desenvolvimento do Brasil como nação. Destacando o legado delas, a Caixa Cultural propõe, por meio da exposição, a valorização e a divulgação da arte e da cultura brasileira, além de trazer diferentes olhares sobre ser mulher.

Em cada unidade da Caixa Cultural serão apresentadas visões diferentes das personagens, ilustradas em pinturas, desenhos, esculturas, fotografias, vídeos, instalações e bandeiras, através do olhar de artistas como Janaína Vieira, Dani Rampe, Aline Motta, Moara Tupinambá, Keila Sankofa, Salissa Rosa, Maré de Matos, Mônica Ventura, dentre outras.


Mulheres homenageadas:
Maria Felipa fez história por sua grande coragem. Mulher negra, pescadora, capoeirista, marisqueira, ficou conhecida pelo episódio em que liderou um grupo de 40 pessoas que incendiou navios portugueses na luta pela independência do Brasil e da Bahia.

Maria Leopoldina, arquiduquesa da Áustria, imperatriz consorte do Brasil e rainha consorte de Portugal e Algarves, foi a primeira mulher a estar no poder do Brasil e quem assinou o decreto de separação entre Brasil e Portugal.

Maria Quitéria foi uma heroína de guerra brasileira na luta contra as tropas portuguesas na Independência. Em 1822, Quitéria fugiu da casa de seu pai, escondeu sua identidade, travestiu-se de homem e se tornou Soldado Medeiros, sobrenome de seu cunhado, de quem também levou o uniforme ao se alistar. No exército, ascendeu em muitos cargos, foi homenageada, condecorada e abriu precedentes para a presença feminina nas forças armadas. Com a derrota das tropas portuguesas, foi promovida a Cadete do Exército Pacificador, e recebeu o título de “Cavalheiro da Ordem Imperial do Cruzeiro" do imperador D. Pedro I.

Nísia Floresta, considerada a precursora do feminismo no Brasil, foi uma escritora, intelectual e revolucionária que transcendeu os limites impostos da sua época e lutou, através da literatura e da educação, pela emancipação da independência das mulheres. Publicou o primeiro livro feminista do país, em 1832, aos 22 anos de idade, “Direitos das mulheres e injustiça dos homens”, que reivindicava igualdade de direitos e de educação para suas contemporâneas.

Além dessas mulheres, a exposição resgata a memória de Hipólita Jacinta de Teixeira de Melo, Bárbara Alencar, Urânia Vanério, Joana Angélica, Caretas do Mingau, Ana Lins, Mariana Crioula, Maria Joaquina de Almeida e Maria Josephine Matilde Duroche.


Serviço:
Exposição “Mulheres que Mudaram 200 anos”
Local:
Caixa Cultural Curitiba, Fortaleza, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo
Data: de 12 de janeiro a 16 de abril de 2023
Entrada franca
Classificação:
livre
Acesso para pessoas com deficiência


Local: Caixa Cultural Brasília (DF)
Data:
De 13 de janeiro a 16 de abril de 2023
Entrada franca
Classificação:
livre
Acesso para pessoas com deficiência


.: "Nossas Palavras São Flâmulas" no Museu da Língua Portuguesa


Projeto Caravana Lúdica, da atividade Estação Férias - nossas palavras são flâmulas. Foto: Daniela Pereira


No Museu da Língua Portuguesa, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, de 12 de janeiro a 28 de janeiro, de quinta a sábado, das 10h às 17h, o "Estação Férias - Nossas Palavras São Flâmulas" ocupará o Saguão B. A ideia é criar um lugar de aprendizagem de palavras em línguas indígenas por meio de desenhos, pinturas, letras e traços.  

Com vários nichos instalados no espaço, haverá diferentes destaques: almofada-cobra para crianças pequenas, livros de literatura indígena com esteiras e almofadas para leitura e locais para a criação de carimbos grandes e a construção de instrumentos, entre outros.  

Às quintas e às sextas-feiras, em quatro horários (10h, 11h, 13h30 e 15h), será oferecida a oficina "Nossas Escritas São Flâmulas", em que o participante será convidado a criar pequenas bandeiras com frases pintadas a partir da técnica do stencil. Aos sábados, o saguão será ocupado com o projeto Caravana Lúdica, composto por diversos jogos recolhidos ao redor do mundo. No dia 25 de janeiro, aniversário da cidade de São Paulo, haverá a apresentação do Coral Mirim Guarani.  

Gratuitas, as atividades do "Estação Férias - Nossas Palavras São Flâmulas" são destinadas ao público em geral, sobretudo ao em idade escolar, e fazem parte da programação cultural relacionada à exposição temporária "Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação". A mostra fala sobre línguas e culturas indígenas do Brasil e fica em cartaz até abril de 2023.  

Sobre o Museu da Língua Portuguesa
Localizado na Estação da Luz, o Museu da Língua Portuguesa tem como tema o patrimônio imaterial que é a língua portuguesa e faz uso da tecnologia e de suportes interativos para construir e apresentar seu acervo. O público é convidado para uma viagem sensorial e subjetiva, apresentando a língua como uma manifestação cultural viva, rica, diversa e em constante construção.  

O Museu da Língua Portuguesa é uma realização do Governo Federal e do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa concebido e implantado em parceria com a Fundação Roberto Marinho. O IDBrasil é a Organização Social de Cultura responsável pela sua gestão. A reconstrução do Museu tem patrocínio máster da EDP e patrocínio do Grupo Globo, Itaú Unibanco e Sabesp – todos por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. O apoio é da Fundação Calouste Gulbenkian.  


Serviço
"Estação Férias - Nossas Palavras São Flâmulas" 
De 12 a 28 de janeiro . De quinta a sábado, das 10h às 17h . Saguão B do Museu da Língua Portuguesa. Grátis. 

Museu da Língua Portuguesa 
Praça da Luz, s/nº - Luz - Centro de São Paulo

sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

.: A Mostra "Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação" e os povos originários


Mostra temporária "Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação". Foto: Ciete Silvério

A mostra "Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação", em cartaz no Museu da Língua Portuguesa, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, tem curadoria da artista e ativista Daiara Tukano e fala sobre as línguas e culturas dos povos originários do Brasil. No projeto, que contou com a participação de mais de 50 profissionais indígenas, entre pesquisadores, cineastas, influenciadores digitais e artistas plásticos, as cerca de 175 línguas indígenas existentes no país atualmente são destacadas. Isso se dá por meio de instalações interativas, mapas criados exclusivamente para a exposição, obras audiovisuais e pinturas de nomes como Jaider Esbell e Denilson Baniwa.  

Visitas temáticas à exposição temporária "Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação"
O Núcleo Educativo do Museu da Língua Portuguesa recebe grupos de até 15 pessoas aos sábados e domingos, às 10h e às 13h, para visitas temáticas pela exposição temporária "Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação". Trata-se de uma oportunidade de realizar um tour especial, que joga luz em alguns pontos da mostra sobre as línguas e culturas indígenas do Brasil.

Os grupos são formados 15 minutos antes do início da visita, em um ponto próximo à bilheteria, no Portão A. Não é necessário agendamento prévio. Sujeito à lotação. Aos sábados, o passeio é gratuito, enquanto aos domingos o valor é o preço do ingresso do Museu, ou seja, R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). 

"Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação" conta com a articulação e o patrocínio máster do Instituto Cultural Vale, o patrocínio do Grupo Volvo e da Petrobras, e o apoio de Mattos Filho - todos por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Conta, ainda, com a cooperação da Unesco, no contexto da Década Internacional das Línguas Indígenas, e das seguintes instituições: Instituto Socioambiental, Museu da Arqueologia e Etnologia da USP, Museu do Índio da Funai e Museu Paraense Emílio Goeldi.  


Sobre o Museu da Língua Portuguesa
Localizado na Estação da Luz, o Museu da Língua Portuguesa tem como tema o patrimônio imaterial que é a língua portuguesa e faz uso da tecnologia e de suportes interativos para construir e apresentar seu acervo. O público é convidado para uma viagem sensorial e subjetiva, apresentando a língua como uma manifestação cultural viva, rica, diversa e em constante construção.  

O Museu da Língua Portuguesa é uma realização do Governo Federal e do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa concebido e implantado em parceria com a Fundação Roberto Marinho. O IDBrasil é a Organização Social de Cultura responsável pela sua gestão. A reconstrução do Museu tem patrocínio máster da EDP e patrocínio do Grupo Globo, Itaú Unibanco e Sabesp – todos por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. O apoio é da Fundação Calouste Gulbenkian.  


Serviço

Visitas temáticas à exposição temporária "Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação"  
Aos sábados e domingos de janeiro, às 10h e às 13h. No Museu da Língua Portuguesa (os grupos de até 15 pessoas são formados 15 minutos antes do passeio, em ponto localizado próximo à bilheteria do Pátio A. Sujeito à lotação). Grátis (aos sábados); R$ 10 a R$ 20 (aos domingos) 

Exposição principal e mostra temporária "Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação"  
Terça a domingo, das 9h às 18h (entrada permitida até as 16h30).  R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia). Grátis para crianças até 7 anos. Grátis aos sábados. Acesso pelo Portão A. Venda de ingressos na bilheteria e pela internet: https://bileto.sympla.com.br/event/68203. 

Museu da Língua Portuguesa 
Praça da Luz, s/nº - Luz - Centro de São Paulo 

segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

.: MIS prorroga temporada da exposição “Arte é Bom” até dia 15 de janeiro

Obras da mostra podem ser tocadas e até vestidas; os ingressos pode ser adquiridos antecipadamente pela internet. A mostra permanecerá aberta de terça-feira a domingo, exceto nos fins de semana do Natal e do Ano Novo, nos quais o MIS estará fechado. Obra “Colloquium” da artista Regina Silveira. Imagem: divulgação


“Arte é Bom”, exposição em que as obras convidam o público à interação, será prorrogada pelo Museu da Imagem e do Som (MIS), instituição pertencente à Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo. A mostra receberá visitantes até 15 de janeiro de 2023 - os ingressos pode ser adquiridos antecipadamente pelo site http://www.mis-sp.byinti.com/. Nos fins de semana do Natal e do Ano Novo, o museu permanecerá fechado. 

A exposição reúne 25 trabalhos, entre instalações, objetos manipuláveis, atividades imersivas e vídeos. Algumas das obras são um tanto inusitadas. Em “Risadas cósmicas”, de Marcos Chaves, quando o visitante passa pela peça começa a ouvir o som de várias gargalhadas. Já no maior espaço da exposição, uma sala circular com mais de 8 metros de altura, o público confere uma versão inédita da obra “Colloquium”, da artista Regina Silveira. Tarata-se de uma instalação imersiva com imagens de insetos gigantes projetados sobre os pisos e as paredes – quando o visitante se movimenta, os “insetos” reagem.

A mostra também resgata a divertida videoinstalação “7 artistas”, de Raul Mourão. O trabalho recupera uma experiência de 1995 na qual Raul convidou outros artistas para uma performance radical. Todos eles acabaram literalmente pendurados nas paredes, com os movimentos limitados. As cenas são engraçadas, mas também fazem o visitante refletir sobre limites e regras. 

Obras de artistas que são referências da arte contemporânea, como Hélio Oiticica e Lygia Clark, também estão presentes na exposição. “Oiticica e Clark, duas importantes referências do neoconcretismo e da arte relacional no Brasil e no mundo, não poderiam ficar de fora. Contar com suas obras é uma espécie de homenagem embutida nessa mostra”, afirma Têra Queiroz, que divide a curadoria com Daniela Thomas. 

Arnaldo Antunes, Artur Lescher, Beatriz Milhazes, Brígida Baltar, Carlito Carvalhosa, Coletivo Ali-Leste, Denilson Baniwa, Emmanuel Nassar, Ernesto Neto, Franklin Cassaro, Guto Lacaz, Lenora de Barros, Marcia Xavier, Marcos Chaves, Mari Stockler, Odaraya Mello, Raul Mourão, Regina Silveira, Rochelle Costi, e Rommulo Vieira Conceição completam a lista de artistas da exposição. Apresentada pelo Ministério do Turismo e BB Seguros, por meio da Secretaria Especial da Cultura - Lei Federal de Incentivo à Cultura, com patrocínio da ArcelorMittal e apoio da BIC, “Arte é Bom” tem realização da Dueto Produções. 

Sobre o MIS
O Museu da Imagem e do Som de São Paulo, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, foi inaugurado em 1970. Sua coleção possui mais de 200 mil itens, como fotografias, filmes, vídeos e cartazes. Hoje é um dos mais movimentados centros culturais da cidade de São Paulo. Além de grandes exposições nacionais e internacionais, oferece grande variedade de programas culturais, com eventos em todas as áreas e para todos os públicos: cinema, dança, música, vídeo e fotografia estão presentes na vida diária do Museu. 

Sobre o Clube MIS
O Clube MIS é um programa de benefícios e descontos voltado aos amantes das artes, oferecendo acesso livre a todas as exposições do MIS-SP e MIS Experience, além cursos e mais uma crescente seleção de descontos e benefícios em museus, teatros, cinemas, universidades e demais organizações dos setores cultural, de educação e de serviços. Tem como missão educar, promover, unir e prover uma enorme comunidade que se interessa, admira, produz, compra, vende e participa de qualquer manifestação artística. Ser do Clube MIS é ver primeiro. Seja por estar na frente da fila ou entre os primeiros a explorar o que há de novo no mundo das artes. Acesse:www.clubemis.com.br

Serviço 
Exposição "Arte É Bom"  
Funcionamento:
de terça a sexta das das 11h às 19h (com permanência até as 20h); sábados, domingos e feriados das 10h às 18h (com permanência até às 19h); fechado em 24, 25, 30 e 31 de dezembro*
Local: Museu da Imagem e do Som (MIS) 
Endereço: Av. Europa, 158, Jd. Europa – São Paulo/SP 
Ingressos: R$ 40 (inteira); R$ 20 (meia-entrada). Gratuito às terças-feiras.  Mais informações pelo site:www.mis-sp.org.br.
*Excepcionalmtente na terça-feira, dia 13/12, a exposição estará fechada para manutenção 


segunda-feira, 28 de novembro de 2022

.: "Gilberto Mendes - 100", a exposição inédita no Sesc Santos

A exposição "Gilberto Mendes - 100", no Sesc Santos, convida a um passeio sobre a vida e obra do compositor santista - que é reconhecido mundialmente pela sua contribuição à música erudita, mas que também reverberou em outras áreas como cinema, teatro, poesia e literatura. Organizada em cinco "ilhas", a exposição aborda aspectos diferentes da trajetória deste artista. Foto: Isabel Carvalhaes 


No ano em que Gilberto Mendes completaria seu centenário, o Sesc Santos recebe a exposição "Gilberto Mendes - 100", com curadoria do professor Lorenzo Mammi e consultoria do compositor Lívio Tragtenberg. A mostra contempla a memória do compositor erudito brasileiro mais conhecido e influente da segunda metade do século XX, Gilberto Ambrosio Garcia Mendes (1922-2016). De 4 de novembro de 2022 a 30 de abril de 2023, o público poderá visitar e conhecer a história desse ilustre santista. 

Dividida em “ilhas”, a exposição busca mostrar as execuções musicais em sua integridade, sempre que possível evidenciando a relação das peças com as respectivas notações ou instruções, muitas delas de grande beleza gráfica, e relacionando-as ao contexto em que as obras foram produzidas pelo compositor. 

A pluralidade de Gilberto Mendes 
Músico, compositor, pioneiro da Música Concreta, professor...  Na exposição, a primeira “ilha” mostra Santos Football Music (1969), uma de suas composições experimentais mais complexas e ambiciosas, feita para grande orquestra, com fitas magnéticas e participação do público. É construída a partir da estrutura de uma partida de futebol. As partes instrumentais são bastante complexas e demandam uma notação específica.

Foi apresentada pela primeira vez em 1973 pelo maestro Eleazar de Carvalho, no 17º Festival de Música Contemporânea em Varsóvia, na Polônia. Por meio da apresentação de uma gravação com locução esportiva, a peça consegue transportar o espectador para o estádio, com todas as vozes dos torcedores. Com Santos Football Music, música em homenagem ao Santos e ao futebol de Pelé, Gilberto Mendes arrebatou plateias do Brasil e do Mundo.  

O segundo núcleo aborda sua relação com a cidade de Santos. Gilberto Mendes passou praticamente a vida inteira na cidade e fez várias referências a ela e seu entorno em suas composições. Estas citações podem ser ouvidas em "Saudades do Parque Balneário Hotel" para saxofone e piano (1980), composta para lembrar o grande complexo albergueiro construído em 1914 e demolido em 1973, que por várias décadas foi um marco arquitetônico e um ponto de referência da vida musical da cidade, e em Vila Socó meu amor, para coro feminino a três vozes, escrito sob o impacto da tragédia da favela de Vila Socó, em Cubatão, em 26 de fevereiro de 1984, quando mais de trezentas pessoas morreram pela explosão de um gasoduto.  

Nunca alheio ao seu redor, Gilberto compôs músicas que registraram os momentos político-sociais do Brasil. Na década de 1960, em plena ditadura civil-militar no país, compôs Moteto em Ré Menor ou Beba Coca-Cola para piano e orquestra, considerada a mais popular música erudita brasileira. Inspirado pelo poema concreto de Décio Pignatari (1927-2012), o compositor criou uma espécie de antijingle numa crítica ao consumo da sociedade moderna.  

A terceira “ilha” enfoca as composições experimentais da década de 1960, o uso de grafismos musicais e o diálogo com a poesia concreta. Na esteira do movimento internacional conhecido como Nova Música, Gilberto foi um dos pioneiros na América Latina. Em 1963, foi signatário do Manifesto Música Nova e, logo em seguida, fundou o Festival Música Nova em Santos. Gilberto Mendes teve uma intensa atividade como divulgador e incentivador da música contemporânea no Brasil, organizando cursos, encontros e concertos – que muitas vezes despertavam reações vivas do público e da crítica. O Festival, ativo até hoje, já em sua 56ª edição, é um dos mais duradouros e importantes eventos internacionais de música contemporânea da América Latina. São dessa época, também, composições marcantes como Nascemorre, Blirium C9, Moteto em Ré menor e Santos Football Music. 

No quarto núcleo, encontramos sua relação com o teatro, antes como compositor de música de cena, depois como criador daquilo que ele próprio gostava de definir como Música-Teatro, em que uma ação teatral é planejada como se fosse uma peça musical. As décadas de 1950 e 1960 foram de intensa atividade teatral em Santos, principalmente graças aos movimentos do Teatro Amador e do Teatro dos Estudantes, que contaram com o apoio de intelectuais como Patrícia Galvão (Pagu), Paschoal Carlos Magno e Miroel Silveira e revelaram talentos como Plínio Marcos e Sérgio Mamberti.  

Gilberto Mendes compôs várias músicas para teatro nesse período – especialmente para as encenações de Plínio Marcos –, muitas delas para fita magnética, mais um recurso de que Gilberto foi pioneiro no Brasil. Nessa linha, uma de suas principais composições é Último tango em Vila Parisi, em que um acorde e uma única frase repetida pela orquestra servem de suporte a uma ação envolvendo o regente e dois músicos. Além de ser um exemplo especialmente complexo de Música-Teatro, Último tango lembra, desde o título, o grande interesse de Gilberto pela montagem cinematográfica, enquanto a referência à Vila Parisi (favela de Cubatão) nos lembra do engajamento do compositor com os problemas sociais de sua cidade.  

A quinta “ilha” trata de sua relação com a música de cinema a partir de uma das composições mais importantes da sua última fase: Ulysses em Copacabana surfando com James Joyce e Dorothy Lamour (1988).  Encomendada pelo Festival de Patras, na Grécia, a peça começa com a citação de um hino a Apolo, que remonta à Grécia antiga, executado pelo clarinete, de maneira a lembrar o estilo do primeiro Stravinsky, e procede por associações de ideias até desembocar num foxtrot nos moldes das orquestras de salão e dos conjuntos dos cafés ao ar livre, típicos das cidades mediterrâneas. 

Tudo é construído a partir da colagem de frases repetidas, mas constantemente ampliadas ou modificadas, segundo o uso bastante peculiar que o compositor fazia dos procedimentos minimalistas. Gilberto reconhecia que sua maneira de compor devia algo à técnica da montagem cinematográfica, tanto que deu o título de Música, cinema do som a uma antologia dos seus artigos e ensaios. Assim concebida, a peça é uma espécie de sobrevoo por seu imaginário e um resumo (desde o título) de suas paixões: a literatura, o cinema, a música de salão, o mar. E o Ulysses do título remete provavelmente não apenas à Grécia e a Joyce, mas também a seu próprio nomadismo musical e cultural: Ulysses é Gilberto.  


Sobre o músico e compositor 
Gilberto Mendes nasceu em 13 de outubro de 1922, compositor natural de Santos, onde sempre viveu e faleceu em 1 de janeiro de 2016. Foi aluno de Savino de Benedictis, Antonieta Rudge, Cláudio Santoro e Olivier Toni. Frequentou os Cursos de Darmstadt, entre 1962 e 1968. Fundador do Festival Música Nova (1962), o mais antigo do gênero em toda a América Latina e desde então seu diretor artístico, foi também signatário do Manifesto Música Nova (1963), publicado pela revista Invenção.  

Doutor em música pela ECA-USP, onde foi professor até se aposentar. Atuou ainda como professor visitante da Universidade de Wisconsin-Milwaukee (1978- 1979) e da Universidade do Texas em Austin (1983), ambas nos EUA. Sua obra musical contempla três fases. A primeira delas dedicadas ao neofolclorismo e à canção brasileira (anos 1950). Já a sua segunda fase se caracteriza pelo experimento radical de novas possibilidades sonoras dos materiais musicais. A partir de fortes relações com a poesia concreta paulista do grupo Noigandres, tornou-se um dos pioneiros no Brasil da música concreta aleatória, serial integral, mixed media, experimentando ainda novos grafismos e a incorporação da ação musical à composição, com a invenção do teatro musical e do happening (anos 1960 e 1970).  

Por fim, sua terceira fase se caracteriza pela maturidade de uma síntese, não só revisitando suas duas fases anteriores, como adotando novas linguagens abertas pós-vanguarda (desde os anos 1980). Recebeu a Ordem do Mérito Cultural, na classe de comendador, do Ministério da Cultura, das mãos do ex-presidente Lula. Verbetes com seu nome constam nas principais enciclopédias e dicionários mundiais, como GROVE (Inglaterra), RIEMANN (Alemanha), Dictionary of Contemporary Music de John Vinton (EUA) e inúmeros outros. 

As obras dele já foram apresentadas nos cinco continentes, principalmente na Europa e EUA. Seus dois livros, "Uma Odisseia Musical" (1994) e "Viver Sua Música - Com Stravinsky em Meus Ouvidos, Rumo à Avenida Nevskiy" (2009), foram publicados pela Edusp. Foi membro da Academia Brasileira de Música e do Colégio de Compositores Latino-americanos de Música de Arte, com sede no México. 

Com direção e produção musical do compositor e regente americano Jack Fortner, o Selo Sesc tem dois álbuns dedicados a obra de Gilberto Mendes. O CD "A Música de Gilberto Mendes" (2010), com obras inéditas instrumentais do compositor e algumas obras antigas. Além do CD duplo "Festival Música Nova" (2016), cujo repertório traz a história do Festival criado em 1962 e idealizado por Gilberto. 


Sobre a curadoria
Lorenzo Mammi
possui graduação em Matérie Letterarie pela Università degli Studi di Firenze (1984), doutorado e livre docência em Filosofia pela Universidade de São Paulo (1998, 2009). É professor da Universidade de São Paulo desde 1989. Tem experiência na área de Artes, com ênfase em Música e Artes Plásticas, atuando principalmente nos seguintes temas: música, arte contemporânea, filosofia patrística. Foi Diretor e Administrador do Centro Universitário Maria Antônia, foi também diretor artístico e consultor do Instituto Moreira Salles. 
 

Sobre a pesquisa e desenvolvimento de conteúdo 
Lívio Tragtenberg é compositor, escritor e orientador de projetos de educação ligados à criatividade e inclusão cultural no Brasil, Alemanha e Estados Unidos. Criou as Orquestras de Músicos das Ruas de São Paulo, Miami, Berlim e Rio de Janeiro. Tem vários projetos como o Sound Bridges Experience, realizado com músicos refugiados em Frankfurt, Alemanha. 


Serviço: 
Exposição "Gilberto Mendes - 100"
Período expositivo:
até dia 30 de abril de 2023
Horário de visitação: terça a sexta-feira, das 10h às 21h30, e aos sábados, domingos e feriados das 10h às 18h30
Acessibilidade: mapa e piso táteis; vídeos com audiodescrição e tradução em libras; acessibilidade física; cães-guia e cães de serviço acompanhantes de pessoas com deficiência são bem-vindos aos espaços do Sesc. 
Classificação Livre | Entrada gratuita
Visitas agendadas para grupos:
agendamento.santos@sescsp.org.br 

Sesc Santos 
Rua Conselheiro Ribas, 136, Aparecida - Santos
(13) 3278-9800
www.sescsp.org.br/santos 

Orientação para acesso à unidade: 
Uso de máscara obrigatório

Bilheteria Sesc Santos - Funcionamento
Terça a sexta, das 9h às 21h30 | Sábado, domingo e feriado, das 10h às 18h30 

Estacionamento em espetáculos (valor promocional – mediante apresentação de ingresso): R$ 6 (credencial plena) R$ 11 (visitantes). Para ter o desconto, é imprescindível apresentar no caixa a credencial plena atualizada. 

Bicicletário: gratuito. Uso exclusivo para credenciados no Sesc. É necessária a apresentação da credencial plena atualizada e uso de corrente e cadeado por bicicleta. 100 vagas.


.: Exposição virtual de cartuns de todo o Brasil é dedicada a Erasmo Carlos


Referência para muitos cantores e músicos do Brasil, o cantor e compositor Erasmo Carlos deixa um legado que ainda influenciará muitas outras gerações, já que o amor, sentimento sempre presente em suas letras, é tema para qualquer ritmo ou estilo musical em todas as ocasiões. 

No meio sertanejo, por exemplo, as composições de Erasmo inspiraram o romantismo de muitas músicas sertanejas raiz, que se confundem com a balada do rock. Para reverenciar esse ícone do rock nacional, que faleceu no último dia 22, por complicações de saúde, diversos cartunistas de todo o Brasil usaram suas redes sociais para postar caricaturas do artista, com intuito de homenageá-lo.

O portal Festanejo, que sempre se propõe a prestar homenagens a grandes nomes da música, reuniu a maioria dos cartuns para uma exposição virtual dedicada a Erasmo Carlos. Os traços feitos pelos artistas chamam a atenção e expressam o que o Tremendão, como era chamado, representa na cultura do rock nacional e na história da Jovem Guarda. 


Sobre o Festanejo
Lançado em outubro de 2019, o portal Festanejo veio para ir além da representatividade na música e no modo de vida do sertanejo. O portal não só divulga as notícias da área, mas cria novas formas de fortalecer o mundo sertanejo.

domingo, 27 de novembro de 2022

.: Marcela Cantuária faz "Propostas de Reencantamento" em mostra no Sesc

Com dimensão onírica e olhar para lutas sociais das mulheres do Sul Global, a artista carioca apresenta conjunto de trabalhos em mostra inédita, que fica aberta à visitação até dia 29 de janeiro de 2023. Na imagem, a obra "Fogueira Doce", 2022, Óleo e acrílico sobre tela, 256 cm x 326cm, de Marcela Cantuária . Foto: Vicente de Mello 


Lutas sociais no sul global e imaginário ancestral se encontram, mais uma vez, no trabalho de Marcela Cantuária, que apresenta "Propostas de Reencantamento" no Sesc Pompeia. Inédita, a exposição fica em cartaz até 29 de janeiro de 2023 e integra o projeto "Ofício: Mancha", uma iniciativa que tem o propósito de apresentar e investigar práticas do fazer artístico. 

Cantuária vem se destacando no cenário da arte contemporânea com um trabalho pictórico que aproxima imagens históricas de fundo político a referências da cultura visual atual. Sua pesquisa se debruça sobre as lutas das mulheres ao redor do mundo, elaborando narrativas de enfrentamento do machismo e da misoginia enraizados na sociedade patriarcal. Em "Propostas de Reencantamento", os esforços da imaginação, para além da realidade opressora, se apresentam como gesto anticolonial.   

É notável, nessa mostra, o foco em uma dimensão onírica que busca modos de organizar símbolos, muitos deles do âmbito do misticismo e da fé, para gerar novos significados. Sobre esse direcionamento, o crítico de arte Aldones Nino afirma: “Como uma sibila de nosso tempo, sua pintura abre frestas que direcionam a visão ao mundo incorpóreo, onde cada uma das composições pode ser encarada como proposta de reencantamento do presente, em um momento em que o real não dá mais conta da potência criativa que emana dos sonhos e desejos coletivos sufocados em meio à precarização”

A exposição conta com pinturas, biombos, instalações e oratórios que propõem reordenamentos sociais e espirituais. Na série "Oráculo Urutu", desenvolvida entre os anos de 2019 e 2021, o universo de sonhos que se mostra nas obras absorve representações do cinema, da telenovela, da música e da literatura. Há citações a trabalhos de artistas como Clarice Lispector, Conceição Evaristo, Glauber Rocha, Gilberto Gil, Guimarães Rosa, João do Vale, Carlos Drummond de Andrade e Linn da Quebrada

Já a série de oratórios de Cantuária, desenvolvida ao longo de 2020 e 2021, reposiciona simbolicamente esse objeto/lugar ligado, tradicionalmente, às práticas de confissão e devoção. Aqui, as representações de mulheres beatificadas e tolhidas pelo catolicismo dão lugar a personalidades que se engajaram contra o patriarcado e as injustiças da sociedade capitalista.   

Duas das obras que integram a exposição – "Fogueira Doce" e "Uma Proposta para o Reencantamento" – foram desenvolvidas no Centro Cultural Inclusartiz em setembro deste ano, como parte da programação de estúdios abertos do centro cultural, na Gamboa (Rio de Janeiro). Durante as duas semanas de produção da pintura, a equipe do Instituto Inclusartiz e os visitantes do espaço puderam acompanhar o desenvolvimento do trabalho rico em detalhes. No Sesc Pompeia, como parte de seu trabalho formativo, o público poderá contar com visitações educativas e acompanhar as atividades paralelas que serão divulgadas no decorrer do período expositivo.  


Sobre a artista
Marcela Cantuária vive e trabalha no Rio de Janeiro. Formou-se em Pintura, na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Em 2019, apresentou seu trabalho na exposição "La Larga Noche de los 500 Años", na A Gentil Carioca; realizou a mostra "Suturar Libertar", no Centro Municipal de Arte Helio Oiticica; e participou das coletivas "Histórias Feministas", no Masp, e "Estratégias do Feminino", no Farol Santander em Porto Alegre. Nesse mesmo ano, também esteve nas residências PAOS GDL, no México, e Kaaysa, em São Paulo. 

Em 2020, foi convidada a participar da residência FountainHead, em Miami, nos EUA, e de uma exposição no Museu Instituto de América, na Espanha. Além disso, expôs no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, na individual "Figurar o Impossível". Mais recentemente, apresentou "Esperança Equilibrista" (2021), na Caixa de Pandora, em São Paulo, e "invocación del passado a la velocidade dela hora" (2022), no CentroCentro em Madri.  


Sobre o projeto Ofício: 
Para além de sua finalidade criativa, o ofício da arte é também processo, labuta e desenvolvimento. Compreende a dedicação à artesania e potencial construção de conhecimento, tendo a experimentação como elemento primordial. Tais vocações são constituintes do espaço material e conceitual das Oficinas de Criatividade do Sesc Pompeia, cujo espaço corresponde a um efervescente lugar de encontro, onde mestres e alunos se misturam e forjam trajetórias singulares. 


Serviço
Projeto Ofício: Mancha: Marcela Cantuária – Propostas de reencantamento
Local:
Sesc Pompeia.
Período expositivo: até dia 29 de janeiro de 2023.
Horário de funcionamento: terça a sexta, das 10h às 21h; sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h. 
Classificação indicativa: livre.
Entrada gratuita | Sem estacionamento 

Sesc Pompeia
Rua Clélia, 93 - Pompeia/São Paulo
Telefone: (11) 3871-770 

Transporte Público
Metro Barra Funda (2000m) | CTPM Água Branca (800m)   
CTPM Barra Funda (2000m) | Terminal Lapa (2100m)

.: Exposição "Margens de 22: Presenças Populares" em cartaz no Sesc Carmo

Com foco em experiências artísticas que não foram visibilizadas pela Semana de Arte Moderna, exposição entra em cartaz no Sesc Carmo, dentro do programa "Diversos 22", e promove reflexão sobre a construção da identidade paulistana

Dando continuidade ao programa “Diversos 22” do Sesc São Paulo, "Margens de 22: Presenças Populares" estará aberta à visitação até dia 24 de fevereiro de 2023, no Sesc Carmo. A exposição integra a série de ações da instituição que levantam questões e reavivam o debate acerca do centenário da Semana de Arte Moderna e do bicentenário da Independência do Brasil

O conjunto de obras apresentadas nessa mostra lança luz à experiência de artistas e movimentos que ocorreram em paralelo à Semana de Arte Moderna, mas que não obtiveram a mesma visibilidade daqueles que estiveram no Theatro Municipal. Desse modo, convida a olhar para outros atores sociais e narrativas que são tradicionalmente negligenciadas pelo discurso histórico hegemônico. Enquanto uma elite ocupava o palco, outros sujeitos se expressavam nas ruas.  

Com curadoria de Joice Berth, Alexandre Araujo Bispo e Tadeu Kaçula, "Margens de 22" se propõe a explorar o conceito de “modernidade” a partir de múltiplos cenários da vida urbana da capital. Desse modo, a mostra indaga quais e quem foram os agitadores de relevância para a composição cultural da metrópole, passando por temas como a cultura infantil, a maternidade negra, a fé e os festejos e a classe trabalhadora, que tanto contribuiu para a construção da identidade paulistana.  

“Apesar de moderna, a Semana de 22 não exibiu peças de teatro, obras fotográficas e cinematográficas, e não abarcou a música popular – linguagens artísticas que ficaram às margens do evento. Mais que isso, hoje podemos afirmar que ali estava representada apenas uma parte do ambiente urbano e cultural que culminou naquilo que conhecemos como modernidade. Do lado de fora do Municipal, mulheres, homens, crianças, trabalhadores urbanos, famílias, cordões carnavalescos e irmandades ocupavam-se, naquele momento, de viver de modo digno numa cidade em plena transformação. O evento refletia, de certa forma, o ambiente de desigualdades e segregação que se seguiu à abolição da escravatura em São Paulo”, afirmam os curadores em texto de apresentação da mostra.  

A relação da diáspora africana com a constituição da cidade grande é evidenciada nessa proposta, que se organiza em nove núcleos. O núcleo “Arte Contemporânea” abarca as reverberações do modernismo em artistas da atualidade; “Culturas Infantis” explicita a experiência desafiadora da infância na cidade grande; “Mulheres Observadas” traz representações de mulheres ocupando funções diversas na metrópole; “Mãe Preta” destaca a importância da mulher negra na história paulistana.  

Há ainda os núcleos “Imprensa Negra na Rua”, que mostra a força de mobilização da imprensa negra na luta por mudanças sociais; “Lugares”, uma abordagem das transformações urbanas e das dificuldades implicadas no desenvolvimento; “Trabalhadores na Cidade”, que contextualiza os trabalhadores das ruas de São Paulo no seu processo de construção; “Pretos e a Música”, sobre a contribuição da população negra para a música brasileira; e “Fé e festejos”, um núcleo que celebra as festas da tradição afro brasileira.  

Esse panorama temático é exposto a partir de obra diversas, desde pinturas e esculturas até reproduções de fantasias carnavalescas. De um lado, mergulha em acervos desconhecidos, como é o caso dos documentos e registros da imprensa negra. De outro, conta com obras de artistas como Renata Felinto, Agnaldo Manoel dos Santos, Vincenzo Pastore, Tarsila do Amaral, Cândido Portinari, Di Cavalcanti e Anita Malfatti. Assim, promove uma fricção não só entre a produção contemporânea e a moderna, mas também entre o anonimato e a consagração. Durante seu período expositivo, o Sesc Carmo oferece a experiência de visitação guiada, com duração média de duas horas, assim como atividades educativas que reforçam o compromisso da unidade com a formação do público.  


Sobre os curadores:
Alexandre Araujo Bispo 
Antropólogo, crítico de arte, curador e educador independente. Pesquisa práticas de memória com foco em fotografia amadora, fotografia de família, cultura visual e arquivos pessoais; artes visuais com ênfase em poéticas afro-brasileiras e imaginários urbanos. Membro da Associação Brasileira de Críticos de Arte; pesquisador do coletivo ASA – Artes, Saberes, Antropologia; membro do Núcleo de Estudos Afrobrasileiros da UFSB.   

Joice Berth 
Arquiteta e urbanista, psicanalista em formação, escritora, assessora política e colunista, cocuradora da exposição Casa Carioca do Museu de Arte do Rio, jurada do Prêmio de Arquitetura do Instituto Ruy Ohtake/Akzonobel/IAB e do Prêmio Marie Claire/Avon para práticas contra a violência doméstica.  

Tadeu Kaçula 
Sambista, sociólogo, pesquisador e escritor. Mestre e doutorando em mudança social e participação política pela Universidade de São Paulo, especialista em cultura afro diaspórica e patrimônio artístico-cultural afro paulistano. 


Sobre o projeto Diversos 22
“Diversos 22 - Projetos, Memórias, Conexões” é uma ação em rede do Sesc São Paulo, em celebração ao Centenário da Semana de Arte Moderna de 1922 e ao bicentenário da Independência do Brasil em 1822, com atividades artísticas e socioeducativas, programações virtuais e presenciais em unidades na capital, interior e litoral do estado de São Paulo, com o objetivo de marcar um arco temporal que evoca celebrações e reflexões de naturezas diferentes, mas integradas e em diálogo, acerca dos projetos, memórias e conexões relativos à efeméride, no sentido de discuti-los, aprofundá-los e ressignificá-los, em face dos desafios apresentados no tempo presente. A programação teve início em setembro de 2021, com a realização do Seminário “Diversos 22: Levantes Modernistas”, e encerra-se em dezembro de 2022. 


Serviço: 
"Margens de 22: Presenças Populares"
Local:
Sesc Carmo 
Período expositivo: 28 de outubro de 2022 a 24 de fevereiro de 2023 
Horário de visitação: de segunda a sexta, das 10h às 19h - exceto feriados
Acessibilidade: obras táteis, videoguia e audioguia**
Não tem estacionamento | Entrada gratuita 
Classificação indicativa:
livre
** É necessário levar seu próprio fone de ouvido.
Agendamento para grupos:
segundas e terças-feiras: às 10h e às 16h com duração de 2h (com até 40 pessoas) | Quinta-feira: às 10h (com 2h de duração, até 20 pessoas) | Sexta-feira: às 16h (com 2h de visitação, até 20 pessoas) 
Para agendar escrever um e-mail para agendamento.carmo@sescsp.org.br
Visitas mediadas para grupos espontâneos: terças, quintas e sextas-feiras: das 12h30 às 13h30  

Sesc Carmo
Rua do Carmo, 147, Sé - São Paulo 
Transporte Público
Metro Sé (500m)

segunda-feira, 14 de novembro de 2022

.: Mostra "Utopia Brasileira" comemora os cem anos de Darcy Ribeiro

Para celebrar Darcy Ribeiro no ano de seu centenário, o Sesc 24 de Maio abre, no próximo dia 17 de novembro, uma grande exposição sobre o legado do intelectual mineiro, com curadoria de Isa Grinspum Ferraz. Darcy será revisitado a partir de quatro eixos de atuação: o antropólogo, o político, o escritor e o educador. Dentre os componentes da exposição, está uma instalação sonora com duas composições recentes de Tom Zé que dialogam com a obra de Darcy. Na imagem, um Retrato de Darcy Ribeiro, 1995 (Foto: Bob Wolfenson / Fundação Darcy Ribeiro) 


Pioneiro, visionário e atuante em um projeto de nação. Assim era Darcy Ribeiro, um importante personagem da história do país que deixou contribuições em diversas áreas de conhecimento. Para celebrar seu centenário e evocar a atualidade de seu pensamento, o Sesc 24 de Maio recebe a exposição "Utopia Brasileira - Darcy Ribeiro 100 Anos" a partir do dia 17 de novembro. 

Com curadoria de Isa Grinspum Ferraz, colaboradora de Darcy Ribeiro por mais de dez anos, a mostra propõe um diálogo entre uma coleção de objetos e documentos originais da coleção do homenageado, obras de arte contemporânea, fotos e aparatos multimídia, com vídeos diversos e uma grande instalação audiovisual. A exposição integra a ação em rede “Diversos 22: Projetos, Memórias, Conexões”, desenvolvida pelo Sesc São Paulo no contexto do centenário da Semana de Arte Moderna e do bicentenário da independência do país.

No vão central do Sesc 24 de Maio, área com pé direito mais alto, os visitantes adentram uma experiência audiovisual imersiva, projetada em 360 graus, que apresenta o kuarup realizado em homenagem a Darcy Ribeiro em 2012, na reserva indígena do Xingu. Já no perímetro do espaço expositivo, a potência da sua reflexão e de sua obra será apresentada a partir de quatro facetas que traduzem o seu legado: o antropólogo, o educador, o político e o ensaísta e pensador do Brasil. Esses núcleos serão compostos de vídeos, plumárias indígenas coletadas por Darcy, fotografias, objetos, documentos, obras literárias, cartas originais inéditas e linha do tempo.

Em um momento de grande fragilidade social, o pensamento de Darcy Ribeiro se mostra valioso. Por isso, a curadora Isa Grinspum destaca que a contemporaneidade do estudioso é um aspecto importante para a mostra: “Mais do que uma homenagem aos cem anos do Darcy, mais do que algo memorialístico, eu quis trazer a potência e a atualidade de muitas das coisas que ele falou, sobretudo se pensarmos no que estamos vivendo hoje no Brasil. Para mim, ele não está morto. Não é a celebração de um pensador do século XX. Darcy Ribeiro é extremamente atual, e essa é uma exposição sobre o Brasil”

Além da curadoria principal, Utopia brasileira contou com a contribuição do curador assistente Marcelo Macca, do cineasta Eryk Rocha e dos consultores José Miguel Wisnik e Mércio Gomes. O projeto expográfico é de Marcelo Ferraz. A identidade visual, trabalhada a partir do conceito de constelação, explora imagens de intelectuais e artistas que influenciaram a trajetória de Darcy Ribeiro e é assinada por Gustavo Piqueira.

Reconhecido como homem de pensamento e ação, Darcy se destacou na defesa pelos povos indígenas do Xingu; na militância a favor da educação pública e de qualidade, criando universidades inovadoras, como a UNB; foi escritor de romances e ensaios de antropologia e sociologia, entre os quais se destaca O povo brasileiro (1995), e de romances, como Maíra (1976), além de atuar em várias frentes políticas. 


Kuarup multimídia
A instalação audiovisual que promove uma imersão no kuarup de Darcy Ribeiro - cerimônia fúnebre póstuma ocorrida no território indígena do Xingu em 2012 - é um dos destaques da exposição "Utopia Brasileira". O kuarup é um ritual em homenagem aos mortos ilustres organizado por diversos povos indígenas do Alto Xingu em uma celebração de importante função socializante e pacificadora, que culmina em festejos, danças e um torneio de luta entre guerreiros. 

No caso de Darcy Ribeiro, essa celebração simbolizou mais um gesto de reconhecimento da parte dos povos originários em relação à contribuição e ao envolvimento do antropólogo na causa indígena. Na ocasião, o ritual foi documentado em vídeo. O material bruto de registro foi trabalhado pelo cineasta Eryk Rocha, que concebeu a montagem apresentada na exposição.

Além dessa grande oca circular, com projeção do chão ao teto, e dos setores que apresentam as variadas atuações de Darcy, há ainda diálogos artísticos estabelecidos por meio da presença de algumas obras. Duas canções de Tom Zé, desenvolvidas para a peça Língua brasileira, de Felipe Hirsch, e muito conectadas com o pensamento do antropólogo, serão apresentadas em um nicho. Estarão expostas ainda obras de Regina Silveira, Anna Bella Geiger, Bob Wolfenson e do recém-falecido Emanoel Araújo.


Educativo e acessibilidade
Como parte do compromisso do Sesc São Paulo com a educação e a acessibilidade, Utopia Brasileira – Darcy Ribeiro 100 anos chega com um programa composto de atividades que visam promover a mediação cultural e potencializar a experiência do público com os temas presentes na exposição.

A ação educativa prevê a realização de visitas agendadas para grupos; visitas para públicos espontâneos aos finais de semana; programações educativas; material educativo voltado para profissionais da área de educação, saúde e assistência social; e materiais acessíveis dispostos na exposição para utilização autônoma. Coordenada por Marcio Farias, a equipe é composta por profissionais da área de mediação com formações em Artes Visuais, Artes Cênicas, Ciências Sociais, História, Letras e Pedagogia.

A exposição conta com os seguintes recursos de acessibilidade: mobiliário acessível; audioguia geral e audiodescrição de objetos táteis; videoguia em Libras com Legendagem para Surdos e Ensurdecidos (LSE) e vibroblaster para obras sonoras; réplica, maquete e mapa táteis; piso podotátil e impressão dos textos em dupla leitura (português ampliado e Braile). Há também textos traduzidos para os idiomas: espanhol, francês e inglês. O Sesc 24 de Maio é acessível a cadeiras de rodas por rampas e elevadores. 


Sobre Darcy Ribeiro
Darcy Ribeiro nasceu em Montes Claros, Minas Gerais, em 26 de outubro de 1922. Em 1939, mudou-se para Belo Horizonte e ingressou na Faculdade de Medicina. Adiante, em 1942, abandonou o curso de Medicina e se mudou para São Paulo, onde passou a cursar Ciências Sociais na USP. O intelectual se formou em Antropologia pela Escola Livre de Sociologia e Política de São Paulo em 1946. 

No ano seguinte, iniciou seu trabalho como etnólogo no Serviço de Proteção ao Índio (SPI). Sua colaboração na instituição seguiu até 1956, atuando junto ao Marechal Rondon com indígenas do Pantanal, do Brasil Central e da Amazônia. Foi nesse intervalo que começou a planejar o Museu do Índio, inaugurado em 1953. O museu, localizado no Rio de Janeiro, é reconhecido pela Unesco como o primeiro no mundo a difundir a cultura indígena de forma a combater o preconceito. 

Entre 1955 e 1956, o pioneiro Darcy Ribeiro atuou como professor de etnologia da Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro. Na sequência, em 1957, foi nomeado por Anísio Teixeira diretor da Divisão de Estudos Sociais do Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais, órgão do Inep. O trabalho do antropólogo no âmbito das instituições públicas continuaria até o fim de sua vida. Ainda em 1959, Darcy foi encarregado pelo presidente Juscelino Kubitschek de planejar a Universidade de Brasília, onde exerceu a função de primeiro Reitor em 1961.

Passou então, em 1962, ao cargo de Ministro da Educação do Gabinete parlamentarista presidido por Hermes Lima na gestão do Presidente João Goulart; e, em 1963, foi nomeado Chefe do Gabinete Civil da Presidência da República de Jango. Após o golpe militar, no ano seguinte, Darcy Ribeiro se exilou no Uruguai e teve os direitos políticos cassados pelo AI-1. Seus gestos de contribuição social e institucional, nesse momento, se estenderam a outros países da América Latina. No Uruguai, atuou como professor da Universidad de la Republica e participou da reforma e da fundação de universidades locais. 

Após ter sido absolvido pelo STF das condenações militares que pesavam sobre ele, em 1968, Darcy regressou ao Brasil, porém acabou sendo preso e indiciado em processo por infração à Lei de Segurança Nacional após a edição do AI-5 em 13 de dezembro. Desse modo, partiu novamente para o exílio em 1969. Foi convidado pelo presidente Salvador Allende para assessorá-lo, em 1971, e atuou como professor da Universidad de Chile. Mudou-se para o Peru em 1972, onde trabalhou de assistente do presidente Juan Velasco Alvarado na organização do Centro de Participação Social, patrocinado pela Organização das Nações Unidas (ONU). Também elaborou estudos para universidades do México e da Costa Rica.

O reconhecimento mundial da contribuição de Darcy Ribeiro é contínuo, permanente. Em 1978, foi laureado doutor honoris causa na Sorbonne, França. Posteriormente, já em 1979, foi anistiado, retornou ao Brasil e tornou-se professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro. No contexto da redemocratização, elegeu-se vice-governador do Estado do Rio de Janeiro na chapa de Leonel Brizola (PDT). Entre 1983 e 1986, como vice-governador, respondeu pela Secretaria de Ciência e Cultura e coordena o Projeto Especial de Educação, responsável pelo programa das escolas de horário integral – os Cieps. Além disso, inaugurou em sua gestão o Sambódromo.

Mais tarde, em 1990, Darcy Ribeiro se elegeu Senador pelo PDT do Rio de Janeiro. No entanto, licenciou-se em 1991 para assumir a Secretaria Extraordinária de Programas Especiais do Estado do Rio de Janeiro, no governo Leonel Brizola. Durante essa década, deu prosseguimento aos seus feitos intelectuais e políticos em diversas ações, como a fundação da Universidade Estadual do Norte Fluminense (1994), a relatoria do Projeto da Lei de Diretrizes Bases da Educação (1995) e a idealização da Universidade Aberta do Brasil e da Escola Normal Superior (1996).

Ingressou na Academia Brasileira de Letras em 1992, autor de diversas publicações como Uirá sai à procura de Deus (1957), obra de ficção baseada na vida indígena, La universidad necessaria (1967), Configurações histórico-culturais dos povos americanos (1962), UnB: invenção e descaminho (1978), Nossa escola é uma calamidade (1984) e O povo brasileiro (1995). Darcy morreu em Brasília no dia 17 de fevereiro de 1997. Seu corpo foi sepultado no Mausoléu da Academia Brasileira de Letras, no cemitério de São João Batista, no Rio de Janeiro.


Sobre o projeto Diversos 22 
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Diversos 22 - Projetos, Memórias, Conexões" é uma ação em rede do Sesc São Paulo, em celebração ao Centenário da Semana de Arte Moderna de 1922 e ao Bicentenário da Independência do Brasil em 1822, com atividades artísticas e socioeducativas, programações virtuais e presenciais em unidades na capital, interior e litoral do estado de São Paulo, com o objetivo de marcar um arco temporal que evoca celebrações e reflexões de naturezas diferentes, mas integradas e em diálogo, acerca dos projetos, memórias e conexões relativos à efeméride, no sentido de discuti-los, aprofundá-los e ressignificá-los, em face dos desafios apresentados no tempo presente. A programação teve início em setembro de 2021, com a realização do Seminário Diversos 22: levantes modernistas, e encerra-se em dezembro de 2022. Para mais informações: diversos22.sescsp.org.br.


Sobre o Sesc São Paulo 
Com 76 anos de atuação, o Sesc - Serviço Social do Comércio - conta com uma rede de 45 unidades operacionais no estado de São Paulo e desenvolve ações com o objetivo de promover bem-estar e qualidade de vida aos trabalhadores do comércio, serviços, turismo e para toda a sociedade. Mantido pelos empresários do setor, o Sesc é uma entidade privada que atua nas dimensões físico-esportiva, meio ambiente, saúde, odontologia, turismo social, artes, alimentação e segurança alimentar, inclusão, diversidade e cidadania.

As iniciativas da instituição partem das perspectivas cultural e educativa voltadas para todas as faixas etárias, com o objetivo de contribuir para experiências mais duradouras e significativas. São atendidas nas unidades do estado de São Paulo até 30 milhões de pessoas por ano. Hoje, aproximadamente 50 organizações nacionais e internacionais do campo das artes, esportes, cultura, saúde, meio ambiente, turismo, serviço social e direitos humanos contam com representantes do Sesc São Paulo em suas instâncias consultivas e deliberativas. Saiba mais em sescsp.org.br/sobreosesc.  


Serviço
"Utopia Brasileira - Darcy Ribeiro 100 Anos"
Local:
Sesc 24 de Maio
Abertura: 17 de novembro, às 19h
Período expositivo: 18 de novembro de 2022 até 25 de junho de 2023
Horário de funcionamento: terça a sábado, das 9h às 21h; domingos e feriados, das 9h às 18h
Acessibilidade: mobiliário acessível; audioguia geral e audiodescrição de objetos táteis; videoguia em Libras com Legendagem para Surdos e Ensurdecidos (LSE) e vibroblaster para obras sonoras; réplica, maquete e mapa táteis; piso podotátil e impressão dos textos em dupla leitura (português ampliado e Braile)
Classificação: livre| Entrada gratuita
Não tem estacionamento

Sesc 24 de Maio
Endereço:
Rua 24 de Maio, 109
República - São Paulo (SP)
Telefone: (11) 3350-6300
sescsp.org.br/24demaio

Transporte Público
Metrô República (350m) 


sábado, 5 de novembro de 2022

.: Exposição com obras imersivas na Vila Itororó questiona o lugar da memória

“Obscura” transformará três salas em câmeras escuras para aumentar o contraste com o espaço histórico, criando um paralelo entre o universo digital e a vida cotidiana

Ambiente destinado ao café do Centro Cultural vai receber mostra itinerante com quatro artistas contemporâneas brasileiras.

Já imaginou entrar em uma casa da década de 1920, localizada em um cenário que lembra ruínas urbanas, e encontrar dentro dela um mundo virtual? Essa é a proposta da exposição "Obscura", em cartaz no Centro Cultural Vila Itororó entre 8 e 20 de novembro. Elaborada com a curadoria de Luiza Testa e a produção da Amalgama, a mostra gratuita chama atenção dos visitantes do complexo histórico para a presença excessiva da tecnologia no cotidiano atual e para o incessante rastreamento de dados.

A exposição traz à tona os bastidores do mundo digital a partir de quatro obras contemporâneas imersivas capazes de revelar que, por detrás de tanta beleza visual e atraentes serviços automatizados, há um complexo sistema de vigilância que visa transformar a memória humana em meros dados a serem compartilhados. “O objetivo da exposição é fazer com que o público saia da Vila Itororó diferente de como entrou, criando um momento de reflexão sobre como nos relacionamos com os dados e a memória”, explica a curadora.

Por ser uma residência histórica tombada pelo Estado de São Paulo, não podem ser feitas alterações permanentes na estrutura do espaço destinado à exposição. A curadora se valeu dessas particularidades do ambiente para transformar três cômodos em câmeras escuras, dispositivo que inaugura a fotografia no século XIX, e, dentro delas, apresentar as instalações artísticas imersivas de Vitória Cribb, ganhadora do Prêmio Pipa de 2022, Anelena Toku e Camila Crivelenti. A área externa da casa contará ainda com uma obra de Giselle Beiguelman.

Como resultado, "Obscura" apresenta ao público o lado obscuro dos bastidores do universo digital – fazendo alusão ao “metaverso” tão citado na cultura pop atual. “Mas, aqui, vamos falar dos bastidores desse metaverso, refletindo a apresentação do universo digital como uma realidade paralela que, muitas vezes, entendemos como parte do mundo real. Se, por um lado, vemos nossos dados rastreados e extraídos no universo digital, lembramos que, fora dele, muitas vezes somos despojados de memórias e bens materiais por outras autoridades”, explica a curadora.

Percurso
A mostra se inicia na área externa da casa, com a obra “Perguntas às pedras, série 2” (2022) criada por Giselle Beiguelman. Trata-se de um letreiro luminoso em neon que remete a um passado não muito distante, questionando os motivos que nos levam a conservar algumas lembranças em detrimentos de fatos esquecidos ou apagados. A ideia é que a peça faça uma interseção entre o mundo virtual e o mundo real-histórico, para que desde já o visitante sinta estar entrando num universo digital completamente artístico.

Na primeira sala, o público sentirá o choque proposto pela exposição com a inédita instalação “Casa/Rio” (2022), de Anelena Toku: dentro de um espaço escuro, poderão ser escutados barulhos comuns à área externa – provocando um paralelo sonoro entre ambiente interno e externo, por mais opostos que pareçam visualmente. Para este trabalho, a artista gravou sons dentro do próprio complexo e em outros locais históricos da capital paulista nas semanas anteriores, que serão transmitidos constantemente dentro da sala. “Este ambiente nos refletir sobre o sentido da nossa memória e sobre como nossos dados, quase que involuntariamente dispersos, provocam ecos da mesma forma que os sons de um curso d’água, uma pedra ao ser percutida ou o vácuo”, explica a curadora.

“Oráculo do desconhecido” de Camila Crivelenti, um tarô virtual que convida o visitante a questionar a existência da aleatoriedade. Foto: Cortesia da artista

A partir dessa sala, o visitante terá a opção de seguir para dois cômodos localizados em lados opostos. À direita, encontra-se uma cartomante do século XXI completamente virtual. Trata-se da obra “Oráculo do Desconhecido” (2022), de Camila Crivelenti, que convida o público a participar de um jogo parecido com tarot por meio de um tablet. A peça é inspirada na tecnomancia, termo atribuído à tecnologia criada para fins de adivinhação e deixa no ar o seguinte questionamento: “afinal, a aleatoriedade realmente existe?”.

À esquerda, estará a instalação “_Enxerga” (2021), de Vitória Cribb. Dentro de uma sala escura uma projeção no teto dá vida a um ser com muitos olhos e uma enorme orelha. A figura, estranha e irreal, parece acompanhar os movimentos de quem se encontra no ambiente, “observando” a todos. “A atitude deste ser, que vive no back-end rastreando e codificando nossos dados, faz uma analogia à sensação de navegar pelas redes sociais, em que sofremos o impacto por anúncios que parecem sugeridos por alguém que nos ouve e nos observa enquanto estamos distraídos”, afirma Luiza Testa.


Participantes
Luiza Testa
, curadora com bacharelado em Letras pela Universidade de São Paulo e Mestre em Teoria Crítica (Critical Theory and the Arts) pela School of Visual Arts – New York. Em 2020, sua exposição Oh, I Love Brazilian Women foi uma das quatro selecionadas entre mais de 400 propostas e foi exposta na Apexart, em Nova York, em janeiro de 2022.

Giselle Beiguelman pesquisa preservação de arte digital, arte e ativismo na cidade em rede e as estéticas da memória no século 21. Desenvolve projetos de intervenções artísticas no espaço público e com mídias digitais. É professora Livre-docente da FAUUSP e foi coordenadora do seu curso de Design de 2013 a 2015.

Anelena Toku realiza uma pesquisa multissensorial e procura criar uma presença atenta que desperte sensações a partir da colaboração e convivência entre o ser humano e tudo o que alimenta este ser. Em 2022, ganhou o prêmio Palma Ars Acustica 2022 e comissionada pelo CTM Festival e pela rádio Deustchlandfunk Kultur com a instalação sonora e peça para rádio “What Is Not / O Que Não Está”.

Camila Crivelenti é artista multimídia, vive e trabalha em São Paulo. Formada em Design de Produto e Direção de Arte, sempre transitou entre produções manuais e digitais. Sua pesquisa artística é alinhada com suas indagações espirituais e no desenvolvimento de uma simbologia própria para acessar o inconsciente além da linha do tempo e da existência. Seus projetos já fizeram parte de exposições em São Paulo, Rio de Janeiro, Nova Iorque, Miami, Los Angeles, Madri e Turim.

Vitória Cribb é formada pela Escola Superior de Desenho Industrial da UERJ. Filha de pai haitiano e mãe brasileira, a artista cria e experimenta através de narrativas digitais e visuais que permeiam técnicas como: Animações e desenvolvimento de imagens CGI, Realidade Aumentada e Ambientes Imersivos para web. Em 2022, Vitória Cribb foi nomeada e premiada pelo Prêmio Pipa. No mesmo ano, Cribb foi nomeada para o Prêmio CIFO-Ars Electronica, um prêmio com foco em artistas Latino Americanos, organizado pela Fundação Cisneros Fontanals (CIFO) e a Instituição Ars Electronica.

Amalgama é uma produtora de arte e projetos culturais formada pelas produtoras executivas Lorena Vilela e Paula Marujo e pela designer e pesquisadora Maria Cau Levy, que juntas somam múltiplos projetos nacionais e internacionais na área da cultura, dentre eles a coordenação geral da implantação e exposição permanente do MuNA (Museu da Natureza), a coordenação geral da Trienal de Artes FRESTAS, e a produção executiva, projeto gráfico e design editorial do livro “Arquiteturas Contemporâneas no Paraguai”, vencedor do prêmio Jabuti.

Espaço
O Centro Cultural Vila Itororó, instituição da Secretaria Municipal de Cultura, foi inaugurado no dia 10 de setembro de 2021, após obras de restauração realizadas desde 2013. Desde então, abriga diversas intervenções artísticas e serve de espaço para diferentes eventos culturais, como cinema ao ar livre e peças de teatro.

O espaço, composto por mais de dez edificações construídas no início do século XX entre os bairros da Liberdade e da Bela Vista, passou por um processo de reforma para que pudesse ser plenamente utilizado, com segurança, para as mais diversas atividades artísticas e de lazer. No total, o conjunto ocupa uma área de cerca de 6.000 metros quadrados e foi tombado pelo Conpresp em 2002 e pelo Condephaat em 2005.

Serviço
Exposição “Obscura”
Abertura:
8 de novembro, a partir das 19h
Data: de 9 a 20 de novembro
Funcionamento: de terça a domingo, das 10h às 19h
Entrada: gratuita
Local: Centro Cultural Vila do Itororó (Rua Maestro Cardim, 60 - Bela Vista / São Paulo)
Informações: (11) 3253-0187/ (11) 98397-4800

sábado, 8 de outubro de 2022

.: Exposição "Penna Prearo - Labirintos Revisitados" no Sesc Bom Retiro


Exposição fotográfica no Sesc Bom Retiro traz um recorte da produção recente do artista. Fotografias manipuladas digitalmente apresentam poética visual e experimental sobre os materiais e a cidade.
“Prepare-se para ingressar num labirinto de labirintos, os labirintos construídos por Penna Prearo ao longo de 50 anos de carreira, desde sua progressiva saída de Itapevi, onde vivia, as idas e vindas a São Paulo, a metrópole cuja voracidade ele ousou enfrentar armado de câmeras fotográficas”. Assim começa o texto assinado pelo curador Agnaldo Farias e pelo cocurador e produtor da mostra Baixo Ribeiro.


Até 16 de outubro de 2022, o Sesc Bom Retiro recebe "Penna Prearo - Labirintos Revisitados". Inédita, a exposição conta com 49 imagens escolhidas a partir da produção mais recente do artista, que reconfigura radicalmente os objetos fotografados através do tratamento digital. A mostra reúne parte da produção de Prearo, um trabalho de experimentação com recursos da fotografia, como a presença de grãos e efeitos como solarização e espelhamento. As narrativas compostas pelo fotógrafo se aproximam de fábulas que se passam em cenas oníricas e imaginárias, com referências artísticas que surgem do universo da pintura e da cinematografia.

Segundo os curadores, há décadas Penna Prearo quebrou o discutível pacto que impõe à imagem fotográfica o dever de capturar uma fração do mundo, o compromisso de ser transparente. “Passou a fazer da imagem fotográfica um bumerangue que bate no mundo para voltar repicando sobre si”. Quebrar as imagens e submetê-las a um processo caleidoscópio ainda foi pouco para ele, ressaltam os curadores. “Prearo abandonou as pesadas câmeras convencionais e partiu para o celular, para o smartphone, rápido, portátil, profundamente eficaz, sobretudo quando se destina a produzir a matéria prima a ser trabalhada no computador. Ah, as delícias do universo digital, um território aberto para a pesquisa de acasos e equívocos”, completa a dupla e adverte: “não pense que os títulos das séries dão a chave de solução dos labirintos. Ao contrário, sua função é ampliar a dimensão problemática desse artífice de enigmas”.

Penna Prearo nasceu em 1949 em Mailasky, distrito do município de São Roque e foi criado nos arredores de São Paulo, em Itapevi. A partir de 1968, ano em que se muda para São Paulo, passa a frequentar estúdios e redações, onde conhece Mutantes, Zé Rodrix, Renato Teixeira entre outros artistas. Em 1972 recebeu sua primeira encomenda fotográfica: retratar o músico Tim Maia para uma capa de disco; em 1977 fez a foto de capa do álbum "Elis", de Elis Regina. A proximidade com o universo musical tornou-se permanente e entre seus retratados estão artistas como Milton Nascimento, CPM22 e Música Ligeira. Prearo também é muito atuante no meio editorial, tendo colaborado com as mais diversas revistas, como Placar, Bizz, Trip, Bravo, Rank, Sem Número e Vogue, dentre muitas outras.

Por volta de 1984, a estética pela qual o artista Penna Prearo é reconhecido começa a ganhar forma com o surgimento das primeiras imagens de Transmutantes, uma das inúmeras e longas séries que passaria a desenvolver a partir de então. Entre 1990 e 1993, foi responsável pelo estúdio fotográfico do jornal Folha de S. Paulo.

Seus trabalhos autorais vêm sendo apresentados regularmente em exposições coletivas e individuais no Brasil e em outros países. Em 1999, com a série “São Todos Filhos de Deus”, Prearo recebe o Prêmio Aquisição do Banco J. P. Morgan, e passa a fazer parte da coleção do Museu de Arte Moderna de São Paulo e da Fototeca de Havana, em Cuba. Outra série dá nome a seu primeiro livro, “Jornada do alumbramento de Apollo” (Ed. Madalena), publicado em 2016.

Baixo Ribeiro, curador e urbanista é fundador da Galeria e Editora Choque Cultural. Atualmente assina a curadoria da exposição coletiva “Xilograffiti” que ocorre no Sesc Consolação, além dos seguintes projetos que se realizam atualmente em São Paulo; “Visão Periférica”, exposição do artista Rafael Silveira e do artista britânico Adam Neate.

Agnaldo Farias, crítico e curador de arte do cenário contemporâneo, Professor Doutor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Foi Curador Geral do Museu Oscar Niemeyer, de Curitiba, do Instituto Tomie Ohtake (2000/2012) e do MAMRJ (1998/2000). Curador de Exposições Temporárias do MACUSP (1990/1992). Em relação a Bienal de São Paulo, foi Curador Geral da 29a. Bienal de São Paulo (2010), da Representação Brasileira da 25a. Bienal de São Paulo (1992) e Curador Adjunto da 23a. Bienal de São Paulo (1996). Curador Internacional da 11a. Bienal de Cuenca, Equador (2011), do Pavilhão Brasileiro da 54a. edição da Bienal de Veneza (2011), e Curador Geral da 3a. Bienal de Coimbra, 2019. No começo de tudo, em 1972, foi “roadie” dos Novos Baianos, no álbum “Acabou Chorare”.

Serviço
Exposição:
"Penna Prearo - Labirintos Revisitados"
Local: Sesc Bom Retiro
Al. Nothmann, 185 – Bom Retiro, São Paulo
Visitação: até 16 de outubro de 2022
Terça a sexta, das 9h às 20h
Sábado, das 10h às 20h
Domingo e feriado, das 10h às 18h.
Entrada gratuita. Não é necessário realizar agendamento. Agendamento de grupos: agendamento.bomretiro@sescsp.org.br
O Sesc Bom Retiro oferece transporte gratuito partindo da estação da Luz. Informe-se sobre horários disponíveis.


Estacionamento do Sesc Bom Retiro
O estacionamento do Sesc oferece espaço para pessoas com necessidades especiais, carros de baixa emissão, carros elétricos e bicicletas. A capacidade do estacionamento é limitada. Os valores são cobrados igualmente para carros e motos. Entrada: Alameda Cleveland, 529. Valores: R$ 5,50 a primeira hora e R$ 2 por hora adicional (credencial plena). R$ 12 a primeira hora e R$ 3 por hora adicional (outros).

quinta-feira, 22 de setembro de 2022

.: Pinacoteca de São Paulo inaugura mostra de Jonathas de Andrade

Exposição celebra os quinze anos de carreira do artista, reunindo obras emblemáticas e produção mais recente, que têm como temática central a política das relações

 

Educação para Adultos, 2010

[60 cartazes emoldurados, 34x46cm]

Foto: Divulgação


 

A Pinacoteca de São Paulo, museu da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, apresenta Jonathas de Andrade: O rebote do bote, a mais abrangente exposição do artista organizada até o momento. Com curadoria de Ana Maria Maia, curadora-chefe da Pinacoteca de São Paulo, o projeto, que ocupa o quarto andar da Pinacoteca Estação, oferece ao público um panorama da produção realizada por Jonathas durante os últimos quinze anos.

Dividida em três salas, cada qual pensada como um núcleo conceitual, a mostra apresenta a produção deste artista que se dedica a construir abordagens e vivências, nas quais o acesso ao outro e às diferenças é motivado pelo desejo e, consequentemente, também carregado de performances do poder, disputas e questões éticas. “A ideia era percorrer momentos diferentes da carreira de Jonathas de Andrade, mas sem necessariamente criar uma cronologia. Pensamos em grandes temas, mas o fio condutor foi entender os aspectos dessas relações que ele propõe com pessoas, com colaboradores, personagens dos trabalhos”, afirma Ana Maria Maia.

Na sala 1, intitulada “Corpo para Jogo”, a narrativa da mostra começa apresentando a sexualidade em um conjunto de obras que incorrem em tematizações da masculinidade e do homoerotismo. Vemos suas passagens por cidades, arquivos e histórias e, por meio delas, percebemos que a busca desse corpo é a todo tempo carregada de perigos e promessas.

Na sala 2, intitulada “Jogos de Corpos”, existe uma reflexão sobre as dinâmicas de alteridade, dotadas de mecanismos de escuta, colaborações e resistência. O artista costuma refletir sobre questões laborais e negociações constantes de lugares, agências e memórias sociais. Representado no exercício de sua ocupação, o trabalhador encontra formas de resistir ao olhar fotográfico; sua excelência no manejo do ofício torna-se ferramenta para tensionar o fetiche e disputar a direção da cena.

O destaque fica por conta da obra inédita Museu da Caravana do Nordeste (2022), que funciona como um desdobramento da obra Cartazes para o Museu do Homem do Nordeste (2013) [pp. 7, 102-105], adquirida para o acervo da Pinacoteca pelo Programa de Patronos da Arte Contemporânea, em 2017, e atualmente em exposição na apresentação do acervo do museu.

Também se destaca a obra Teatro das Heroínas de Tejucupapo (2022), em primeira exibição no Brasil e que apresenta uma encenação da batalha ocorrida no séc. XVII, na Zona da Mata de Pernambuco, na qual tropas holandesas foram expulsas do vilarejo por um grupo de mulheres. A presença desse trabalho nessa sala abre caminhos para pensar a questão de gênero, que na história e na pesquisa estética de Jonathas é predominantemente abordada por um viés da masculinidade.

A sala 3, intitulada “Escalas de devoração”, aborda o jogo tenso de convívio e cuidado, preservação e saque, nos âmbitos sociais, institucionais e ambientais. A curadoria provoca um encontro de obras de tempos distintos. A peça Nostalgia, sentimento de classe (2012) traz o tema da arquitetura modernista, que por um bom tempo foi amplamente explorado pelo artista. A instalação discute a ideia de que, quando o patrimônio arquitetônico não é tratado como um bem coletivo, ele só resiste como fetiche, como posse. A obra envolve as paredes externas da sala do vídeo Nó na garganta (2022), obra comissionada e produzida pela Fondazione In Between Art and Film, que fez parte da instalação Com o coração saindo pela boca, exibida no Pavilhão do Brasil na 59a Bienal de Veneza. Nele, se estabelece uma relação limítrofe entre os cuidadores de um zoológico e diversas cobras.

Nessa sala é também apresentado o projeto Decalque Estilhaço (2022), o primeiro exercício de autorrepresentação na carreira de Jonathas, que sempre se dispôs a mostrar a figura do outro e do coletivo. A obra evoca o começo de um processo criativo no qual colocar-se em cena, tornar-se imagem, é parte do exercício artístico e político de se implicar.

A mostra terá um catálogo bilíngue, que será vendido nas lojas físicas e on-line do museu. A Pinacoteca ainda produzirá um vídeo e um tour virtual para serem disponibilizados ao público no site do museu ao longo da exposição.

A exposição "Jonathas de Andrade: O rebote do bote" tem patrocínio do Iguatemi (cota bronze).


Serviço:

Jonathas de Andrade: O rebote do bote

Período: 24.09.2022 a 28.02.2023

Curadoria: Ana Maria Maia


Edifício Pina Estação

Largo General Osório, 66, São Paulo, SP, 4o andar

e quarta a segunda, das 10h às 17h

Gratuitos todos os dias

Ingressos no site ou na bilheteria da Pinacoteca

Tel 11 3335.4990

segunda-feira, 19 de setembro de 2022

.: 100 anos: MIS prepara exposição em homenagem a Paulo Autran

Conhecido como “senhor dos palcos” ator completaria 100 anos em setembro. Mostra reunirá fotos, trechos de entrevistas, cartazes e vídeos do artista tem inauguração prevista para novembro deste ano.

O Museu da Imagem e do Som (MIS), instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, prepara uma exposição inédita sobre Paulo Autran, ator que completaria 100 anos em 7 de setembro. Conhecido como “senhor dos palcos”, o artista deixou enorme legado ao teatro, à teledramaturgia e ao cinema nacional.

Na mostra, prevista para novembro, será possível conferir trechos de entrevistas, fotos, filmes e cartazes de trabalhos do ator, traçando um panorama de sua longínqua carreira. Ao longo de quase cinco décadas, Paulo Autran participou de 90 peças de teatro, fez 20 filmes e mais de dez de novelas e minisséries de televisão.

Entre as produções teatrais destacam-se “Antígone” (1952), baseada em “Antígona”, tragédia grega escrita por Sófocles, “Morte e Vida Severina” (1969), de João Cabral de Melo Neto, e “Rei Lear” (1996), de William Shakespeare. A última vez em que esteve nos palcos foi na peça “O Avarento” (2006), de Molière. Já no cinema, Paulo Autran atuou em filmes como “Uma Pulga na Balança” (1953), de Luciano Salce “Terra em Transe” (1967), de Glauber Rocha e “O Passado” (2007), do argentino, naturalizado brasileiro, Héctor Babenco.

Apesar da preferência pelos palcos, Paulo Autran se tornou amplamente conhecido pelo público a partir dos personagens em novelas. Na pele de Otávio em “Guerra dos Sexos” (1983) protagonizou uma das cenas antológicas da teledramaturgia – uma briga com comida - ao lado de Fernanda Montenegro, que na trama interpretava Charlô. Seu último trabalho na televisão foi uma participação na minissérie “Um Só Coração” (2004). Paulo Autran faleceu aos 85 anos de idade em 2007. O MIS fica na Avenida Europa, 158, Jardim Europa, em São Paulo. 


Sobre o MIS
O Museu da Imagem e do Som de São Paulo, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, foi inaugurado em 1970. Sua coleção possui mais de 200 mil itens, como fotografias, filmes, vídeos e cartazes. Hoje é um dos mais movimentados centros culturais da cidade de São Paulo. Além de grandes exposições nacionais e internacionais, oferece grande variedade de programas culturais, com eventos em todas as áreas e para todos os públicos: cinema, dança, música, vídeo e fotografia estão presentes na vida diária do Museu. 

quinta-feira, 1 de setembro de 2022

.: Pinacoteca de São Paulo chega ao Jk Iguatemi no projeto Pina no JK

Obras assinadas por Cabelo e Regina Parra, serão exibidas no shopping até 24 de outubro. Pina no JK acontece pela terceira vez em São Paulo. Foto: Lu Prezia


A Pinacoteca de São Paulo se junta ao JK Iguatemi para mais uma edição do projeto Pina no JK, que acontece desde o dia 24 de agosto e vai até o dia 24 de outubro, com exibição gratuita de duas obras da coleção do museu nos pisos 1 e 2 do shopping. Grande incentivadora da arte e da cultura, a Iguatemi é parceira da Pinacoteca desde 2014 e, neste ano, o JK Iguatemi recebe, mais uma vez, o projeto, já em sua terceira edição.

Durante dois meses, o público do JK Iguatemi terá a oportunidade de apreciar de perto trabalhos dos renomados artistas contemporâneos, Cabelo e Regina Parra, em um ambiente inusitado, fora do espaço museológico.

A obra sem título (2012-21) do multiartista brasileiro Cabelo (nome artístico de Rodrigo de Azevedo Saad - 1967, Cachoeiro de Itapemirim, Espírito Santo) trata-se de uma peça em neon azul e veludo sobre base de madeira integra um conjunto de trabalhos com figuras híbridas, recorrentes no universo imagético de Cabelo. São seres infra terrenos surgidos da imaginação do artista e de sua ligação com o Candomblé. Em suas peças, a evocação de seres ancestrais sempre se mescla às referências urbanas (como o neon), ao rap, ao funk e a estados expandidos da consciência.

O trabalho Chance (2015-17), de Regina Parra (São Paulo, 1984), também utiliza o neon. Nesta criação, a artista se apropria de tal mecanismo para lançar no espaço a temática “A Grande Chance”, que desafia o espectador a múltiplas interpretações ao refletir sobre o que constitui, de fato, “sua grande chance”. O trabalho sugere aquele momento decisivo ao qual todos estão sujeitos. Chance é resultado de um desafio pessoal na vida de Parra, que enfrentou problemas de saúde. A artista explora, desde o início da sua carreira, uma multiplicidade de linguagens como pintura, instalação e performance. Questões humanas, a exemplo da imigração, do movimento dos corpos e do feminino, assim como de referências ao ambiente urbano, estão presentes em suas produções.

“A Pinacoteca de São Paulo tem a oportunidade, pelo terceiro ano, de levar obras emblemáticas do seu acervo para o JK Iguatemi. É uma oportunidade para o museu mostrar o seu acervo em outro lugar, mas sobretudo para o público. Os frequentadores do espaço serão surpreendidos e convidados a apreciar obras de artistas importantes da cena contemporânea brasileira” diz Paulo Vicelli, diretor de Relações Institucionais da Pinacoteca de São Paulo. E completa “Uma parceria de sucesso que se desenvolve há 8 anos com o apoio contínuo da Iguatemi na programação e manutenção do museu”.

“A Iguatemi sempre incentivou e fomentou a arte e a cultura. Isso está enraizado no nosso DNA e a parceria com a Pinacoteca vai ao encontro das ações que acreditamos e que dão amplitude para ajudarmos a democratizar ainda mais o acesso a este tipo de conteúdo” diz Cristina Betts, CEO da Iguatemi S.A.

Pinacoteca de São Paulo: A Pinacoteca de São Paulo é o museu de arte mais antigo da cidade, fundado em 1905 pelo Governo do Estado de São Paulo. Seu acervo conta hoje com cerca de 11 mil peças. Possui dois edifícios abertos ao público, a Pinacoteca Luz e a Pinacoteca Estação, e um terceiro em construção, a Pinacoteca Contemporânea.

A Pina Luz foi a antiga sede do Liceu de Artes e Ofícios. Projetado no final do século XIX pelo escritório do arquiteto Ramos de Azevedo, passou por uma ampla reforma, no final da década de 1990, com projeto do arquiteto capixaba Paulo Mendes da Rocha (1928-2021). A Pina Estação foi inaugurada em 2004. Seu prédio, também projetado por Ramos de Azevedo, foi totalmente reformado pelo arquiteto paulistano Haron Cohen para receber parte do programa de exposições temporárias e do acervo do museu. Originalmente abrigou os armazéns e escritórios da Estrada de Ferro Sorocabana.

Já com a entrega da Pina Contemporânea, prevista para dezembro de 2022, a Pinacoteca de São Paulo se torna, em área e capacidade de público, um dos maiores museus de arte da América Latina.


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