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domingo, 26 de outubro de 2025

.: Crítica: furioso e envolvente, “O Agente Secreto” é a alegoria do tubarão


Por 
Helder Moraes Miranda, jornalista e crítico de cultura, especial para o portal Resenhando.com

“O Agente Secreto”, novo longa-metragem de Kleber Mendonça Filho, protagonizado por Wagner Moura, encara o Brasil como quem examina uma cicatriz que ainda está aberta. O resultado é eletrizante, dinâmico, por vezes hilariante e profundamente brasileiro. Um thriller político que se passa em 1977, mas que, em alguma partícula retorcida do tempo, fala com uma clareza incômoda sobre 2025. Porque talvez, como provoca o filme, o Brasil esteja mais para 1977 em 2025 do que quando era, de fato, 1977.

Mendonça Filho, que já fez do Recife um personagem em “Aquarius” e “Bacurau”, agora transforma a própria ideia de país em um enigma: o Brasil como cenário fantasmagórico e campo minado. Tudo respira Brasil - do som das ruas ao humor que sobrevive à tragédia, do sexo à carnificina exposta nas ruas. No centro da narrativa, está Marcelo (Wagner Moura), um homem em fuga.

Especialista em tecnologia, ele retorna a Recife buscando paz, mas encontra um microcosmo do Brasil em colapso moral. A metáfora é clara e cortante: ele é a isca na alegoria do tubarão - um homem cercado por predadores em um oceano onde as aparências enganam. O filme brinca com os absurdos do país como quem cutuca uma ferida para provar que ainda dói.

Com trilha sonora que é uma personagem à parte, "O Agente Secreto" faz o que poucos filmes brasileiros ousam: rir de si mesmo enquanto remexe feridas que ainda não foram curadas. O humor, às vezes ácido, às vezes quase pueril, surge como um antídoto à brutalidade, especialmente nas cenas em que a coadjuvante Tânia Maria ilumina o caos da situação em que os personagens estão envolvidos com leveza e frescor.

O elenco é um espetáculo à parte. Gabriel Leone, Hermila Guedes, Thomas Aquino, João Vitor Silva, Alice Carvalho, Carlos Francisco e Maria Fernanda Cândido entregam atuações precisas, vibrantes e orgânicas em personagens extremamente carismáticos. Até uma perna saltitante e sangrenta, para ilustrar o sensacionalismo e as "lendas urbanas" difundidas na época, funciona bem nesse filme que é mágico e, seguramente, o melhor do ano.

Há ecos de “Cinema Paradiso” na homenagem explícita ao próprio cinema. Entre cenas hilariantes, sangrentas e banhadas de testosterona, o diretor encontra o equilíbrio entre o drama político e a libido de um país que insiste em existir. Não é à toa que “O Agente Secreto” foi escolhido para representar o Brasil no Oscar 2026. É, antes de tudo, um filme sobre identidade: um mosaico de memórias, paixões, contradições e pequenas sobrevivências do dia a dia.

Como diria o antropólogo Roberto DaMatta em "O Que Faz o Brasil, Brasil?", somos o país da casa e da rua, da farsa e do afeto, da ordem e do improviso. E Mendonça Filho traduz isso em cinema com a precisão de quem entende que o insólito é parte da nossa gramática. No fim, resta um tipo de inveja rara: a de quem ainda não viu "O Agente Secreto" e poderá sentir, pela primeira vez, as tensões da primeira vez e a vertigem de ser brasileiro em uma tela grande. Afinal, em pleno 2025, continuamos em um país distópico, tropical, cômico e trágico, onde a liberdade tem gosto de carnaval e cheiro de pólvora. Exatamente o mesmo de 1977.

Mas o que Kleber faz vai além do retrato-político-debochado. É cinema que pensa o país não pela lógica da digestão: o Brasil não se contempla, mas se mastiga. Por isso, o filme é também um documento e um delírio: uma tese visual sobre o que Roberto DaMatta chamou de “drama permanente da sociedade brasileira” - a tensão entre a ordem e o improviso, entre a casa e a rua, entre o Estado e o corpo. É quase um gesto antropológico e antropofágico - no sentido mais "oswaldiano" do termo. Ele devora o Brasil e o devolve em imagens que misturam ironia, fúria e ternura. 

Cada plano parece mastigar as contradições históricas brasileiras: o atraso e a modernidade, o autoritarismo e a festa, a violência e o humor. É como se o filme dissesse que o Brasil só pode ser compreendido quando aceitamos sua condição híbrida, mestiça, inventada a partir do choque entre mundos. "O Agente Secreto" mostra que seguimos sendo um povo em invenção, um país que ainda se explica dançando sobre o próprio abismo.

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sexta-feira, 24 de outubro de 2025

.: Crítica: "Salve Rosa" é filme denúncia sobre vilania por trás das câmeras

Cena de "Salve Rosa", em cartaz na Cineflix Cinemas de Santos


Por: Mary Ellen Farias dos Santos, editora do Resenhando.com

Em outubro de 2025


Rosa é a influencer dos pequenos que parece viver num conto de fadas ao lado de Dora (Karine Teles) a mãe, empresária da filha e professora. No cenário de encher os olhos de puro encantamento de "Salve Rosa" há muito mais do que se pode imaginar de uma mãe controladora a ponto de vigiar o que a filha recebe e envia no aparelho celular. Todavia, há uma justificativa para tanto, talvez para barrar qualquer abuso externo por conta da exposição da jovem nas redes sociais.

Em contrapartida, Rosa segue feliz criando conteúdo com o apoio da mãe, ainda que seja induzida até a fazer fotos no meio de uma madrugada chuvosa. Contudo, num dia na nova escola, praticando esporte, a garota passa mal e, ao acessar o resultado de um exame descobre irregularidades na saúde. Esperta, passa a ligar os pontos (mas nem todos, como por exemplo, as escapadelas noturnas de Dora) e chega até a amiga de infância Zoe. Assim, tudo o que acontece por trás das câmeras passa a ser assustador.

Num jogo de gato e rato, Rosa descobre muito mais do possivelmente imaginável. De modo assustador, o suspense "Salve Rosa" acaba remetendo ao sofrimento de Gypsy Rose, na série "The Act", enquanto que conversa com a denúncia do influencer Felca, sobre a adultização de crianças, que ganhou grandes proporções na mídia, ainda que Rosa represente uma garota de 13 anos (e Klara Castanho convence perfeitamente) dominada por uma mãe seguidora da síndrome de Peter Pan.

A produção nacional que também é uma denúncia, tem um elenco perfeito em cada cena. A dobradinha Klara Castanho e Karine Teles está irretocável, perfeitas como mãe e filha. A primeira entregando a meiguice e inocência de uma menina perto da puberdade e a segunda com uma sensualidade transbordando pelos poros aliada a uma vilania de fazer o queixo cair. O longa dirigido por Susanna Lira entrega muita tensão na trama cheia de reviravoltas capazes de surpreender qualquer mente criativa. Vale a pena conferir "Salve Rosa" nas telonas!


"Salve Rosa". Gênero: terror. Diretora: Susanna Lira. Elenco: Klara Castanho, Karine Teles, Ricardo Teodoro e Indira Nascimento. Sinopse: Após sofrer um desmaio na escola, a jovem Rosa resolve partir para a investigação sobre o seu passado. A descoberta dela acaba colocando, não apenas a relação com a sua mãe muito protetora em risco, como a sua própria vida.


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Trailer


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sábado, 18 de outubro de 2025

.: Crítica: "Tron: Ares" garante cenas espetaculares para a telona Cineflix

Cena de "Tron: Ares", em cartaz na Cineflix Cinemas de Santos


Por: Mary Ellen Farias dos Santos, editora do Resenhando.com

Em outubro de 2025


O longa de ficção científica e ação "Tron: Ares", dirigido por Joachim Rønning ("Malévola: Dona do Mal"), resgata a essência do clássico mesclada a beleza visual da produção de 2010, ou seja, forma uma trilogia composta por "Tron: Uma Odisseia Eletrônica" (1982), "Tron: O Legado" (2010) e "Tron: Ares". O filme em cartaz na Cineflix Cinemas apresenta a inteligência artificial invadindo o mundo real ainda que com tempo contado.

Nessa inversão em que o programa de IA Ares Jared Leto ("Morbius") é enviado do mundo digital para o real, pelas mãos do inescrupuloso ricaço Julian Dillinger (Evan Peters, "American Horror Story" e "Monster: The Jeffrey Dahmer Story"). Com o objetivo de realizar uma missão perigosa e crucial para os negócios de Julian, Ares tem como parceira Athena (Jodie Turner-Smith) para conseguir um importante código de programação, que permite a permanência, descoberto por Eve Kim (Greta Lee, "Vidas Passadas").

O terceiro filme da franquia em que um programa altamente sofisticado, vindo da grade digital, entra na realidade humana surpreende muito pelo visual com cenas espetaculares para se deleitar justamente na telona de cinema. Tal conflito que faz encher os olhos, amarra pontas soltas anteriormente, com direito a aparição de  Kevin Flynn (Jeff Bridges). Como resultado, "Tron: Ares" provoca a respeito da natureza da IA e a dependência digital.

Com ar moderno e mais tecnológico, o potente "Tron: Ares" tem sua importância ao expandir o universo da franquia, inserindo novos conceitos e temas que enriquecem a proposta lançada há 43 anos. De trama ágil e visual de cair o queixo, "Tron: Ares dá o protagonismo merecido a Jared Leto, que abraça a missão e entrega um filmaço para a franquia, sim. Vale muito a pena conferir!

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"Tron: Ares" ("Tron: Ares")Ingressos on-line neste linkGênero: ficção científica, ação. Direção: Joachim Rønning Roteiro: Jesse Wigutow e Jack Thorne. Ano: 2025. Duração: 1h58. Elenco: Jared Leto, Greta Lee e Evan Peters. Sinopse: A humanidade encontra seres de Inteligência Artificial pela primeira vez quando um programa altamente sofisticado, Ares, deixa o mundo digital para uma missão perigosa no mundo real.

Trailer "Tron - Ares"




Leia+

.: "Depois da Caçada" leva Julia Roberts e Andrew Garfield ao inferno acadêmico


Por 
Helder Moraes Miranda, jornalista e crítico de cultura, especial para o portal Resenhando.com.

Em seu mais maduro e inquietante filme até aqui, o cineasta Luca Guadagnino leva ao ambiente acadêmico um tema arenoso - relações de poder, acusações, ambiguidade moral - para construir um drama psicológico que desafia o espectador a questionar quem está contando a verdade - e se todos puderem estar contando-a ao mesmo tempo. “Depois da Caçada” (“After the Hunt” e “Depois da Caça”, em Portugal) é ambientado em uma universidade de elite, e conduz o espectador por um labirinto emocional em que ninguém é completamente inocente. 

Guadagnino filma a partir do desconforto, criando uma atmosfera tensa, quase claustrofóbica, em que as palavras pesam mais do que os gestos e o que os personagens pensam sobre os outros e o que deixam de dizer se tornam armas letais. É um filme sobre as mentiras que acreditamos que contamos e as verdades que fingimos esconder.

No elenco, a vencedora do Oscar Julia Roberts brilha em um papel controverso, talvez o mais complexo das produções recentes em que participou. A personagem dela, Alma, é uma professora que sofre de úlcera nervosa, ferida física que se torna metáfora de uma corrosão moral que atinge todos à volta dela. Há nessa personagem uma elegância contida, mas também uma dor que se manifesta em pequenas atitudes. 

Já Andrew Garfield assume um papel fora de todo o que fez até agora: o colega íntimo da protagonista acusado, cuja amizade transita entre rivalidade e mistério. O personagem dele é, ao mesmo tempo, cúmplice e antagonista, um homem em colapso que busca redenção enquanto tenta preservar o que resta da própria reputação.

Ayo Edebiri no papel da suposta vítima se impõe como uma presença ambígua. Ela interpreta uma jovem que reivindica uma reparação, mas manipula as causas que defende em benefício próprio. A performance da atriz desconcerta, pois obriga o público a encarar o lado menos confortável do discurso sobre feminismo e sororidade - quando a verdade, em vez de libertar, torna-se um instrumento de poder.

A participação breve e decisiva de Michael Stuhlbarg funciona como o fio que amarra esse tecido de tensões. O personagem dele pouco aparece, mas o suficiente para desestabilizar o equilíbrio frágil de todos. A relação entre ele a a protagonista de Julia Roberts, em muitos momentos, lembra o embate moral de “Anatomia de Uma Queda”: há amor, mas também rivalidade; há companheirismo, mas um cansaço existencial que faz o espectador se perguntar se o amor maduro precisa, de fato, da paixão... ou se basta a cumplicidade.

Em “Depois da Caçada”, o diretor questiona nossos próprios pactos com a verdade. O que é lealdade quando se está em jogo o poder? O que é amor quando o desejo está contaminado pela culpa? E o que é feminismo quando a dor alheia se torna moeda de troca? “Depois da Caçada” é cinema de maturidade, desconforto e ambiguidade. Um filme que não quer ser amado, mas pensado, e que desafia o espectador a encontrar beleza no incômodo e a entender que, entre mentiras e verdades, o que resta é a difícil arte de conviver com as próprias feridas.

É um filme que provoca, incomoda, expõe zonas cinzentas da justiça, do feminismo, da amizade, de quem está do lado de quem. Mostra-se como um dos filmes mais densos, arriscados e relevantes da temporada, exigindo do espectador disposição para desconforto e reflexão. Não é um filme fácil. A trilha sonora é densa, incômoda, quase uma extensão dos personagens. A fotografia aposta em tons frios, reforçando a sensação de isolamento e o caráter impessoal do ambiente universitário. Os personagens não são carismáticos, nem fáceis de lidar, mas Guadagnino não quer que sejam. Todos têm razão e são culpados ao mesmo tempo.


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Ficha técnica
“Depois da Caçada” | “After the Hunt” | “Depois da Caça” (Portugal)
Classificação indicativa:
 16 anos. Ano de produção: 2025. Idioma: inglês. Direção: Luca Guadagnino. Roteiro: Nora Garrett. Elenco: Julia Roberts (Alma Imhoff), Andrew Garfield (Hank Gibson), Ayo Edebiri (Maggie Price), Michael Stuhlbarg (Frederik Olsson), Chloë Sevigny. Distribuição no Brasil: Sony Pictures Brasil. Duração: 139 minutos. Cenas pós-créditos: não há.


Sinopse resumida de “Depois da Caçada”
Uma professora universitária de uma instituição de elite vê sua vida pessoal e profissional virar do avesso quando sua aluna prodígio acusa um colega de corpo docente de má-conduta, e um segredo obscuro do seu próprio passado ameaça vir à tona. Uma curiosidade: o filme teve sua estreia mundial fora de competição na Mostra de Venice em agosto de 2025 e foi escolhido para abrir, em seguida, a edição da New York Film Festival, marcando a força desta nova proposta do diretor. 

Sessões no Cineflix Santos | Sala 3
18/10/2025 - Sábado: 18h10 e 21h00.
19/10/2025 - Domingo: 18h10 e 21h00.
20/10/2025 - Segunda-feira: 18h10 e 21h00.
21/10/2025 - Terça-feira: 118h10 e 21h00.
22/10/2025 - Quarta-feira: 18h10 e 21h00. Ingressos neste link.

sexta-feira, 17 de outubro de 2025

.: Crítica "O Telefone Preto 2": excelente continuação promete terceiro filme

Cena de "Telefone Preto 2", em cartaz na Cineflix Cinemas de Santos


Por: Mary Ellen Farias dos Santos, editora do Resenhando.com

Em outubro de 2025


Como continuar uma trama concluída com excelência? Eis que "Telefone Preto 2", dirigido por Scott Derrickson dá uma resposta plenamente satisfatória e passa o protagonismo da trama de arrepiar para Gwen (Madeleine McGraw, de "M3gan"). Ao lado de seu irmão Finney (Mason Thames, de "Como Treinar O Seu Dragão"), bom de briga, é ela quem assume o posto de refém, enquanto que ele tenta de todas as maneiras protegê-la do que ainda não sabe lidar. Tal empenho de cuidado, ainda que seja em vão, engloba as "garras" do interesse amoroso da garota, Ernesto.

Em meio a histórias do passado materno dos irmãos, os pesadelos de Gwen a colocam diante do Sequestrador que age tal qual um Freddy Krueger (franquia "A Hora do Pesadelo"), mas leva tanto ela quanto Finn e seu namoradinho, Ernie para um acampamento que esconde detalhes da morte de três garotos, o que remete a história de Jason no Crystal Lake (franquia "Sexta-feira 13"). Aqui, o nome é Alpine Lake e ainda está longe do verão, entregando muita neve, afinal para o vilão "o inferno é gelado".

Com direito a uma cena com Gwen num visual "Carrie, a Estranha" suja no baile, o que também serve para o roteirista Joe Hill homenagear o pai, o escritor Stephen King. O longa mantém o clima sombrio e aprofunda o lado sobrenatural da história, explorando sonhos e traumas fisgando o público do início ao fim. Nada sobra na produção de 1 hora e 54 minutos, nem mesmo a briga de Finn com um garoto na escola. Em "Telefone Preto 2" tudo tem sentido, além de contextualizar a primeira produção lançada há três anos. 

Com uma abertura de imagens fortes que remete às do seriado "American Horror Story", a produção da Blumhouse mergulha no sobrenatural, trazendo a atuação fabulosa de Ethan Hawke, o gracinha que conquistou corações juvenis nos anos 90 com o clássico romântico "Antes do Amanhecer". Hoje, aos 54 anos, vê-lo atrás de uma máscara de vilão de filme de terror é surpreendentemente satisfatório, porque deixa clara a versatilidade do ator que também brilhou em "Um Dia de Treinamento". 

Sem repetir a fórmula do impecável "O Telefone Preto", a sequência segue a identidade visual de seu antecessor, mas a apresenta aprimorada ao migrar com excelência para o surpreendente lado sobrenatural. Numa máscara que varia entre sorriso, tristeza ou deixa os olhos expostos, o resultado na telona é o de um Sequestrador muito mais cruel e merecedor de um espaço entre os icônicos personagens do gênero. Filmaço de terror imperdível! Que venha o terceiro!


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"O Telefone Preto 2" ("Black Phone 2")Ingressos on-line neste linkGênero: terror, thriller. Direção: Scott Derrickson. Roteiro: Joe Hill. Ano: 2025. Duração: 1h54. Elenco: Mason Thames (Finney) Ethan Hawke (The Grabber), Madeleine McGraw (Gwen), Jeremy Davies (Terrence), Arianna Rivas (Mustang). Sinopse: Finn tenta reconstruir a vida, enquanto sua irmã começa a receber chamadas em sonhos a levam a descobrir um segredo devastador.

Trailer "O Telefone Preto 2"





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